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Universidade de Uberaba
Reitor
Marcelo Palmério
Editoração
Produção de Materiais Didáticos
Capa
Toninho Cartoon
Edição
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário
Apresentação.......................................................................................VII
Bons estudos!
Introdução
A administração é uma prática humana. Aconteceu lentamente
no âmbito das diversas instituições. E que, na escola, sua
exigência configura‑se como gestão atrelada ao adjetivo
“democrática”, permitindo que se possa construir uma escola em
que a participação seja efetivamente realizada a fim de possibilitar
educação de qualidade capaz de produzir um cidadão crítico e
autônomo, fazedor de história.
Objetivos
Após o estudo deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:
• compreender os mecanismos estruturais da educação
brasileira como produtores normativos para gestão escolar;
• entender o processo de gestão e organização escolar,
observando a estrutura organizacional da escola e seus
diversos organismos;
• analisar a importância do Projeto Político‑pedagógico como
mecanismo de garantia da democratização e efetivação da
gestão democrática;
• inferir sobre o papel dos profissionais da educação e dos
movimentos associativos na organização do sistema de
ensino e na organização escolar.
Esquema
1.1 A organização do ensino no Brasil: os sistemas educacionais
e os níveis e modalidades de ensino
1.2 A gestão e a organização escolar: conhecendo a estrutura
básica das escolas
1.3 As funções do sistema de organização e gestão escolar:o pla
nejamento-o Projeto Político-pedagógico e seus desdobramen
tos (plano de ensino e plano de aula); organização, direção ou
coordenação e avaliação
1.4 O papel do professor na gestão democrática
1.5 Conclusão
O sistema federal
O sistema federal de ensino, sob a responsabilidade do Governo Federal
(União), refere‑se às instituições, aos órgãos, às leis e normas que regem
o sistema de educação também no âmbito dos estados e municípios, nos
seus respectivos sistemas de ensino. Compreende as instituições de
ensino mantidas pela União; as instituições de educação superior, criadas
e mantidas pela iniciativa privada; e os órgãos federais de educação.
Desse modo, cabe ao sistema federal supervisionar e inspecionar as
diversas instituições privadas de educação superior.
O sistema estadual
Segundo Libâneo, Oliveira e Toschi (2009, p. 239),
[...] os sistemas estaduais de ensino e do Distrito
Federal compreendem as instituições de ensino
mantidas, respectivamente, pelo poder público estadual
e pelo Distrito Federal; as instituições de educação
superior mantidas pelo poder público estadual; as
instituições de Ensino Fundamental e médio criadas e
mantidas pela iniciativa privada; os órgãos de educação
estaduais e do Distrito federal. No Distrito Federal, as
instituições de educação infantil, criadas e mantidas
pela iniciativa privada, integram seu sistema de ensino.
O sistema municipal
A Constituição Federal de 1988 reconheceu, pela primeira vez, o
município como uma instância administrativa, possibilitando-lhe, no
campo educacional, a organização de seus sistemas de ensino em
colaboração com a União e os Estados, sem, no entanto, poderem
legislar sobre ele. A Constituição Federal prescreveu que os municípios
deverão atuar, sobretudo no Ensino Fundamental, tanto na zona urbana,
quanto na zona rural e na pré‑escola, priorizando o atendimento às
crianças de 0 a 5 anos, nas creches e pré‑escolas.
Níveis de ensino
Depois de termos percebido o funcionamento da educação brasileira
na esfera dos sistemas que a compõe, vamos observar os níveis e
modalidades educacionais.
Modalidades de ensino
A LDB 9.394/96 apresenta três modalidades de ensino que permeiam
os níveis citados acima, a saber: Educação de Jovens e Adultos,
Educação Profissional e Educação Especial. Podemos ainda falar de
outras modalidades que, apesar de não configurarem o texto legal como
tal, são assim consideradas por sua articulação intrínseca aos níveis de
ensino, que são: educação a distância e educação indígena. Esta última
é justificada pela existência de comunidades indígenas em algumas
regiões do país.
UNIUBE 11
PESQUISANDO NA WEB
Podemos então inferir com Libâneo, Oliveira e Toschi (2009, p. 293) que
[...] a organização e a gestão constituem o conjunto
das condições e dos meios utilizados para assegurar o
bom funcionamento da instituição escolar, de modo que
alcance os objetivos educacionais esperados.
Após visualizarmos o gráfico que nos possibilita ter uma ideia de toda
organização da escola, vamos então falar um pouco sobre cada uma das
instâncias apontadas como parte da organização escolar:
PESQUISANDO NA WEB
Direção
O diretor deve assumir o papel de coordenador das atividades gerais
da escola e, nesse sentido, um conjunto de responsabilidades a serem
partilhadas com os diferentes segmentos da comunidade escolar. Se, há
alguns anos, o diretor centralizava em suas mãos a tomada de decisões e
pouco partilhava com a comunidade local e escolar, hoje, a democratização
das relações escolares e a rediscussão das formas de escolha dos
diretores começam a interferir nessa lógica tradicional de gestão. Isso
quer dizer que a organização e a gestão da escola passam a ser assunto
dos diferentes segmentos que compõem a comunidade local e escolar.
Setor técnico-administrativo
O setor técnico‑administrativo responde pelos meios de trabalho que
asseguram o atendimento dos objetivos e funções da escola. É responsável
pelos serviços auxiliares de zeladoria, vigilância e atendimento ao público e
pelo setor de multimeios: biblioteca, laboratórios, videoteca etc.
IMPORTANTE!
O setor pedagógico
IMPORTANTE!
Corpo docente
O corpo docente é o conjunto dos professores em exercício na escola,
cuja função básica consiste em contribuir com o processo de ensino e
aprendizagem. Os professores de todas as disciplinas formam, junto
com a direção e os especialistas, a equipe escolar. Os professores têm
a responsabilidade de participar da elaboração do plano escolar ou do
projeto pedagógico, da realização das atividades escolares, das decisões
do conselho de escola, de classe ou de série, das reuniões com pais e
das demais atividades cívicas, culturais e recreativas da comunidade.
O grêmio estudantil
O grêmio estudantil, instituição auxiliar, é uma entidade representativa
dos alunos, criada por lei, que lhes confere autonomia para se
organizarem em torno de seus interesses, com finalidades educacionais,
culturais, cívicas e sociais, ou seja, é uma das formas de organização e
participação estudantil nos espaços de gestão da escola.
Planejamento
Perceber o significado da escola e suas complexas relações no sistema
educacional, bem como com a sociedade, tornou‑se uma exigência
imprescindível para garantir um planejamento que possa ser de fato
participativo.
O planejamento escolar
PESQUISANDO NA WEB
12.
CRONOGRAMA (Quadro com ações, períodos, nomes dos
responsáveis, recursos e resultados esperados)
13. AVALIAÇÃO (Indicar o acompanhamento de todo processo de
execução do PPP)
14. BIBLIOGRAFIA (Obras e documentos que ajudaram na construção
do PPP)
15. ANEXOS (Relação de professores, atas, índices de desempenho
escolar e de avaliação, horário, calendário etc.)
Entendendo que muitos acadêmicos e professores iniciantes têm
dificuldade na elaboração, não somente do PPP, mas de outros planos
instrumentais construídos no processo mais amplo de planejamento,
como é o caso do plano de ensino e plano de aula, passamos, agora, a
focalizar esses dois instrumentos.
PESQUISANDO NA WEB
1. IDENTIFICAÇÃO
1.1 – Escola:
1.2 – Disciplina: 1.3 – Carga Horária:
1.4 – Período: 1.5 – Semestre: 1.6 – Ano Letivo:
1.7 – Professor:
2. EMENTA
Trata‑se de uma apresentação sintética dos objetivos e conteúdo a serem elaborados na
disciplina. Por meio dela, se pode ter noção imediata do conhecimento a ser produzido na
matéria.
3. OBJETIVOS
Objetivo geral:
Utilizando verbos no infinitivo, deve apresentar o propósito daquilo que se vai estudar e o que
se pretende alcançar com o mesmo a longo prazo. Devem ser consideradas as habilidades,
competências e atitudes descritas no perfil do aluno a ser formado, constante no Projeto
Político‑pedagógico. São estruturados por verbos que dão ideia ampla tais como: compreender,
atualizar, saber, valorizar etc.
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Objetivos específicos:
Aqui, utilizando verbos no infinitivo, detalham‑se as ações que serão propostas para o alcance
do objetivo geral. Neste sentido, devem ser propostas ações de curto prazo, relativas às
unidades de conhecimento. Geralmente, cada objetivo específico torna‑se o objetivo geral de
cada unidade de estudo, assim, para quantas unidades de estudo existirem, haverá o mesmo
número de objetivos específicos.
4. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
O conhecimento escolar encontra‑se dividido em diversas áreas, temos: História,
Geografia, Português, Ciências, Matemática etc., sendo que cada uma delas engloba
inúmeros conhecimentos. Deste modo, quando falamos em conteúdo programático
nos referimos às partes do conhecimento que serão abordadas num determinado
momento do estudo.
5. METODOLOGIA
Aqui serão descritos os meios e as técnicas de ensino a serem utilizados pelo
professor para a facilitação da aprendizagem. Lista‑se o tipo de aula, descrevendo
se será
teórica ou prática; se será expositiva e que tipo de recurso empregado (PowerPoint,
quadro negro etc.). Enfim, as inúmeras atividades que podem ser realizadas em sala
para o alcance dos objetivos de estudo.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Básicas:
Trata‑se das fontes bibliográficas que serão efetivamente empregadas em sala
de aula. É a partir delas que o professor desenvolverá os conteúdos e até mesmo
atividades a serem realizadas em suas aulas. Geralmente, tais fontes são os livros
didáticos.
34 UNIUBE
Complementares:
São livros, artigos de periódicos entre outros materiais que têm o objetivo de
complementar a bibliografia básica.
9. PARECER
Discente proponente:
Assinatura
__________________________________
Assinaturas de aprovação:
Diretor Coordenador
________________________ ___________________________
Objetivos
Objetivo geral:
Objetivos específicos:
Metodologia
Recursos
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Avaliação
Bibliografia
Organização
Tendo por base Libâneo (2008), chegamos à segunda função ou
elemento da organização e gestão da escola, que o autor denomina de
organização propriamente dita (p. 205).
Organizar significa dispor de forma ordenada, dar uma
estrutura, planejar uma ação e prover as condições
necessárias para realizá‑la. Assim, a organização
escolar refere‑se aos princípios e procedimentos
relacionados à ação de planejar o trabalho da escola,
racionalizar o uso de recursos (materiais, financeiros,
intelectuais etc.) e coordenar e avaliar o trabalho das
pessoas, tendo em vista a consecução de objetivos
(LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2009, p. 316).
Essas implicações que parecem ser meramente físicas, mas que afetam
diretamente toda a vida organizativa do ambiente escolar, são uma das
muitas funções decisivas da gestão. Uma vez que a gestão é “a atividade
pela qual são mobilizados meios e procedimentos para atingir os objetivos
da organização, envolvendo, basicamente, os aspectos gerenciais e
técnico-administrativo” (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2009, p. 318).
Direção ou coordenação
Podemos nos perguntar se numa gestão democrática há necessidade
de um diretor ou coordenador? Se em nossa mente temos a consciência
de uma gestão participativa e de fato democrática, a resposta é sim, pois
essa função tem a natureza política, isto é, o que o diretor da escola
desenvolve é um conjunto de ações políticas: a administração escolar
configura‑se, antes de mais, em ato político, na medida em que requer
sempre uma tomada de posição (DOURADO, 2000, p. 82).
38 UNIUBE
Mas é preciso ficar claro que não se trata de qualquer política, estamos
falando de uma política pedagógica, ou seja, das ações no campo da
política que não podem ser desvinculadas da face fundamental do
trabalho escolar: a formação do homem. Desse modo podemos então
dizer que a função do diretor é a de coordenar o trabalho geral da escola,
lidando com os conflitos decorrentes especialmente das relações de
poder, mas encaminhando e/ou solucionando os problemas desse
cotidiano objetivando sempre o melhor para o desenvolvimento da função
pedagógica da escola. Ou ainda, nas palavras de Saviani (1996, p. 207):
“O diretor apresenta‑se [...] como responsável máximo no âmbito da
unidade escolar e seu papel poderia ser definido genericamente nos
seguintes termos: garantir o bom funcionamento da escola”.
Avaliação
Tenho quase certeza de que em algum momento nos sentimos
amedrontados no momento de uma avaliação. Podemos perguntar então:
para que serve a avaliação? Libâneo, Oliveira e Toschi (2009, p. 350)
a destacam como “função primordial do sistema de organização e de
gestão”. Libâneo (2008, p. 237), ao analisar a avaliação dos sistemas
escolares, afirma que “avaliação é um termo geral que diz respeito a um
conjunto de ações voltadas para o estudo sistemático de um fenômeno,
uma situação, um processo, um evento, uma pessoa, visando a emitir
um juízo valorativo [...]”.
1.5 Conclusão
Resumo
A educação como ação humana constitui‑se de uma relação complexa.
Neste sentido precisa ser repensada constantemente. A escola como
local dessa relação social torna‑se ponto de convergência de toda ação,
organização e poder que a educação produz. No entanto, essas relações
não se dão apenas na escola, mas abrangem um aspecto macro: as
políticas educacionais.
Referências
BAFFI, Maria Adelia Teixeira. O planejamento em educação: revisando conceitos para
mudar concepções e práticas. In.: BELLO, José Luiz de Paiva. Pedagogia em foco,
Petrópolis, 2002. Disponível em: <http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/fundam02.
htm> Acesso: 5 maio 2011.
DELVAL, Juan. Rumo a uma educação democrática. Pátio: revista pedagógica, Porto
Alegre, ano VII, n. 25, p. 48‑51, fev./abr. 2003.
Introdução
Ao falar de política, muitas vezes, o indivíduo a ignora, evita a
discussão, a reflexão sobre o seu processo histórico e sobre o
seu cenário atual na sociedade. Mas, é de grande importância o
conhecimento sobre este assunto e sobre o papel do cidadão que
vive as consequências da política na vida individual e coletiva,
uma vez que a realidade da educação, da saúde, da assistência
social, dos direitos humanos e de tantas outras áreas é resultado
da política brasileira.
Para tanto, você está convidado a fazer conosco uma viagem pelo
mundo da política. Nesse sentido, este capítulo abordará temas
relativos às políticas públicas, de maneira que possamos, ao final,
discutir de forma mais consistente não só este tema central mas,
sobretudo, questões que decorrem dele e que são de fundamental
importância para a sua formação como educador(a).
44 UNIUBE
Objetivos
Ao final do estudo deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:
Esquema
2.1 Conceito de política: retomando o com base em diversas
concepções e autores
2.2 Políticas públicas: retrospectiva histórica
2.3 A Constituição Federal de 1988: um marco histórico
2.4 História da política de assistência social
2.5 O Sistema Nacional de Assistência Social
2.6 Política de saúde: o processo se repete
2.7 As políticas educacionais
2.8 As prioridades estabelecidas pelo PNE
2.9 2011: à luz de um novo plano
2.10 Plano Nacional de Educação: o que o PNE tem a ver com o
PDE?
2.11 A organização do PDE
2.12 Conselhos escolares: uma estratégia de gestão democrática
das políticas públicas educacionais
2.13 Formação de professores e piso salarial nacional
2.14 A ampliação do Ensino Fundamental para nove anos
2.15 Financiamento: salário educação e FUNDEB
2.16 Avaliação e responsabilização: o IDEB
2.17 Programa Nacional do Livro Didático (PNLD)
2.18 O REUNI e o PNAES
2.19 Democratização do acesso: PROUNI e FIES
2.20 Avaliação como base da regulação: SINAES
2.21 Programa de juventude – PROJOVEM
2.22 Programa TEC NEP
2.23 ETec / Programa Escola Técnica Aberta do Brasil
2.24 Programa de formação humana na área de pesca marinha e
continental e aquicultura familiar
2.25 Projeto Mulheres Mil
2.26 PROEJA: Programa de educação de jovens e adultos
46 UNIUBE
Está claro, para você, que o termo política pode ter vários
significados?
UNIUBE 49
SAIBA MAIS
Estado
Governo
Diz‑se das pessoas que dirigem o Estado, de certa forma, definindo seu
destino. A instância máxima de administração pública de caráter executivo
também pode ser explicitada pela expressão “governo”. Esta, normalmente,
é tida como liderança de um Estado ou uma nação.
PESQUISANDO NA WEB
Você já deve ter ouvido falar também de políticas sociais? Será que se
trata da mesma coisa?
Nesse sentido, podemos afirmar que tudo que se refere ao todo, por
mais que contemple a parte, apresenta uma visão mais ampla e mais
inclusiva contemplando um universo maior e, portanto, carregando em
si a dimensão do que é público. A natureza de uma política, além de
passar pelo sujeito a quem se destina, também passa pelos sujeitos que
a concebem, implantam ou implementam.
Ao longo dos anos 80, com a retomada das eleições dos chefes do
poder executivo (prefeitos das cidades de médio e pequeno porte
e governadores) pelo voto do povo e a descentralização fiscal da
Constituição de 1988, alterou‑se profundamente a natureza das relações
intergovernamentais, delegando às autoridades políticas de cada nível
de governo a gestão do seu município ou estado.
Novos atores sociais vão surgindo. Parece que o ser humano é mesmo
vocacionado à liberdade e à participação. Nesse sentido, vai‑se
fortalecendo a organização de grupos das diversas áreas da sociedade
que passam a ser identificados como “sociedade civil”. De várias formas
e em vários lugares de nosso país, a sociedade civil começou a se
posicionar no cenário político, em resposta à incapacidade do Estado
em atender às demandas da população.
IMPORTANTE!
Falando assim, até parece que foi um processo fácil e tranquilo. É claro
que não. Isto só se concretizou por meio de conflitos, de lutas intensas
da sociedade civil e, principalmente, a partir da conscientização do
povo e de seu poder, em função das transformações da nação. Muita
gente foi torturada, massacrada e morta, porque
teimava em sonhar com um mundo melhor
Seguridade social
para todos os brasileiros. Diante da história da
Um conjunto
humanidade, podemos constatar que as coisas de direitos e
só se transformam a partir das pessoas: na obrigações sociais,
que visam garantir
aceitação, na rejeição e, especialmente, na luta a proteção humana,
pelo bem-estar social. básica a situações
de vulnerabilidade
social e agravos à
Indiscutivelmente, as formas de organização, saúde humana, ex:
idade avançada,
a participação e o poder de articulação dos invalidez, viuvez,
grupos sociais no processo de estabelecimento desemprego
involuntário,
e reivindicação de políticas públicas são fatores acidente de
fundamentais na conquista de novos e mais trabalho, desamparo
à criança, entre
amplos direitos sociais, incorporados ao exercício outros.
de cidadania e ao conceito de seguridade social.
56 UNIUBE
CURIOSIDADE
SAIBA MAIS
I – erradicação do analfabetismo;
II – universalização do atendimento escolar;
III – melhoria da qualidade do ensino;
IV – formação para o trabalho;
V – promoção humanística, científica e tecnológica do país.
• direito de todos;
• fator de desenvolvimento social e econômico do país;
• mecanismo de redução das desigualdades sociais e regionais no
tocante ao acesso e à permanência, com sucesso, na educação pública;
• democratização da gestão do ensino público nos estabelecimentos
oficiais.
SAIBA MAIS
PESQUISANDO NA WEB
PESQUISANDO NA WEB
Conselho vem do latim Consilium. Por sua vez, consilium provém do verbo
consulo/consulere, significando tanto ouvir alguém quanto submeter algo
à deliberação de alguém, após uma ponderação refletida, prudente e de
bom‑senso. Trata‑se, pois, de um verbo cujos significados postulam a via de
mão dupla: ouvir e ser ouvido. Obviamente a recíproca audição se compõe
com o ver e ser visto e, assim sendo, quando um Conselho participa dos
destinos de uma sociedade ou de partes destes, o próprio verbo consulere
já contém um princípio de publicidade (CURY, 2000).
74 UNIUBE
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
IMPORTANTE!
IMPORTANTE!
• municipais;
• estaduais;
• nacionais.
Para maior clareza didática, com base na análise das normas correntes
dos conselhos de educação, este documento estabelece a divisão
das competências dos conselhos em quatro principais: deliberativa,
consultiva, fiscal e mobilizadora.
De uma forma mais simples e clara, o conselho existe para dizer aos
dirigentes o que a comunidade quer da escola e, no âmbito de sua
competência, o que deve ser feito na escola. Os conselhos não falam
pelos dirigentes (governo), mas aos dirigentes em nome da sociedade.
Por isso, para poder falar ao governo (da escola) em nome da comunidade
(escolar e local), desde os diferentes pontos de vista, a composição dos
conselhos precisa representar a diversidade, a pluralidade das vozes de
sua comunidade. Assim, o conselho será um instrumento de tradução dos
anseios da comunidade e não de legitimação da voz da direção.
Em síntese:
IMPORTANTE!
Para estabelecer uma rede que atenda, fortaleça e integre todas as ações
necessárias a uma educação de qualidade foram implantadas pelo MEC
várias propostas:
82 UNIUBE
Você deve ter percebido durante todo o capítulo que muito se falou sobre
a importância da participação das pessoas na elaboração, execução e
avaliação das políticas públicas.
2.32 Conclusão
Introdução
Iniciaremos estudando a diversidade humana e suas diferentes
manifestações na Educação. Também abordaremos o processo
histórico percorrido pela sociedade para compreender o caminho da
inclusão e ainda ressaltaremos a construção das políticas públicas
desse segmento. Em seus estudos anteriores é possível que você
tenha percebido que o conceito e a concepção de aprendizagem
é diversificada de acordo com o pensamento, cultura e do tempo
social em que a sociedade está inserida. Para tanto, durante todo
esse capítulo conversaremos aprofundando o tema por acreditar
que docentes e pedagogos fazem parte dessa mudança de
paradigma em relação à inclusão.
Objetivos
Com este capítulo, esperamos que você possa:
Esquema
3.1 Iniciando a nossa conversa
3.2 Princípios que orientam a prática da educação especial:
normalização, integração e inclusão
3.2.1 O princípio da normalização
3.2.2 O princípio da integração
3.2.3 O princípio da inclusão
3.3 A inclusão e a qualidade de ensino na escola pública
3.4 Inclusão: utopia ou perspectiva?
3.5 Conclusão
SAIBA MAIS
PESQUISANDO NA WEB
IMPORTANTE!
SAIBA MAIS
CURIOSIDADE
Com base nos dados coletados, o Atlas aponta que 42% dos municípios
brasileiros; o equivalente a 21% da população brasileira; estão em
situação de exclusão social.
Já era esperado que grande parte estivesse nessa
situação. Mas não deixa de surpreender o número de
municípios que estão excluídos. Apenas 200 municípios
estão em boas condições, boa parte está apenas em
condições intermediárias e a maioria ainda está em
condição de exclusão”, [...] Assim o levantamento
aponta que mais de 25% dos brasileiros vivem em
condições precárias, com baixa renda, sem emprego
formal e baixo acesso à educação. (POCHMANN;
AMORIM, 2003, p. 13).
IMPORTANTE!
Outro autor que discute esta questão é Sassaki (1997), que acerca da
“mainstreaming” diz ser um termo que “tem sido utilizado sem tradução
e que significa levar os alunos o mais possível para os serviços
educacionais disponíveis na corrente principal da comunidade”. (ASSAKI,
1997, p. 32). Dessa forma, pode variar a modalidade de atendimento
oferecida ao aluno que possua alguma deficiência, de acordo com as
necessidades do aluno. Assim, ele pode ser inserido com os alunos da
escola regular, na hora das refeições ou em atividades específicas, tais
como aulas de dança, música, artes e educação física, como também
em atividades extracurriculares organizadas pela escola.
Outra forma de inserção do aluno com NEE existente, e que foi abordada
pelo mesmo autor, é a colocação do aluno “com deficiência” em diversas
UNIUBE 105
Nesse sentido, Moussatché (1997) expõe seu ponto de vista dizendo que
Portanto, o mesmo discurso que defende a ideia de que todos são iguais
e devem ser tratados como iguais, com os mesmos direitos, defende
também a ideia de que cada indivíduo é único, aprende de maneira
diferente, e por isto é preciso ensinar com métodos e recursos diferentes,
para atender às diferentes necessidades individuais.
Converse com seus colegas e com seu (sua) preceptor(a) sobre isso. Troque
ideias!
Converse com seus colegas e com seu (sua) preceptor(a) sobre isso. Troque
ideias!
Então, a integração não é para todos, mas somente para aqueles que se
adaptarem ao ambiente onde foi inserido.
UNIUBE 117
SAIBA MAIS
SAIBA MAIS
Carmo (2006) acredita que os homens que dominam, são também vítimas
do seu próprio processo de exclusão, pois quando não conseguem
alimentar a cultura das massas, têm que ceder nas relações sociais,
espaços para que culturas específicas e discriminadas possam se
manifestar e crescer.
SAIBA MAIS
Destarte, Rios (2003, p. 43) afirma que diante deste “mundo complexo,
também se tornam mais complexas as tarefas dos educadores.
CURIOSIDADE
PESQUISANDO NA WEB
Mas, será que a maioria dos professores tem consciência disso? Os menos
esclarecidos, representam aqueles com uma visão mais estreita do mundo,
não passando de meros reprodutores, submissos ao sistema existente, e
que acabam contribuindo com a política neoliberal. Serão muitos?
Nesse sentido, Lobrot (1992) afirma que a escola atual não nos desperta
para o desejo de conhecer, para a sede pela sabedoria. A nossa cultura
escolar faz com que as notas, as promoções em série, os diplomas, os
certificados, sejam valorizados no lugar do verdadeiro conhecimento. A
sede pelo saber nos conduziria à busca pelo conhecimento tendo-o como
valioso e inesgotável. A sabedoria, assim, seria o foco e a meta.
132 UNIUBE
Nesse mesmo sentido, Rios (2003, p. 87) diz que “ A ética deve estar
presente na técnica, que não é neutra, e na política, que abriga uma
multiplicidade de poderes e interesses. A ética garante, então, o caráter
dialético da relação”. A ética é que problematiza e orienta o que é bom
ou mal e que define também o que é válido para o bem-comum.
Desse modo, a escola para ser atraente, deve ser bonita, bem cuidada,
com professores bem preparados, valorizados e respeitados. É preciso
UNIUBE 135
Mudanças de paradigmas
Integração
Figura 2: Esquema da evolução das teorias educacionais que orientam o ensino público.
136 UNIUBE
Por outro lado, Mantoan (2003, p. 24) compreende que a “inclusão implica
uma mudança de perspectiva educacional, pois não atinge apenas alunos
com deficiência e os que apresentam dificuldades de aprender, mas
todos os demais.” Nessa concepção, a escola tem que se reestruturar
para melhorar a qualidade de ensino e atender aos alunos que fracassam
nas salas de aula, garantindo o desenvolvimento de todos.
O que é plural e
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional apresenta grande
(9394/96) no Art. 59 garante que os sistemas número, o geral,
multiplicidade,
de ensino “assegurarão aos educandos com representa a
necessidades especiais currículos, métodos, diversidade.
técnicas, recursos educativos e organização
específica, para atender às suas necessidades. Dessa forma, é garantido
legalmente o atendimento especializado a todos os educandos, de acordo
com as suas necessidades.
A discussão sobre a inclusão se faz necessária porque ela ainda não é uma
realidade, mas é, certamente, um desejo e se coloca como um projeto.
UNIUBE 141
É, ainda, uma utopia. Mas, pode ser uma utopia ou um sonho, que
com a conscientização e o trabalho de toda a sociedade brasileira e,
principalmente de nós educadores, poderá ser alcançado num futuro
bem próximo.
3.5 Conclusão
Finalmente, concluímos a discussão sobre “A Diversidade, a Inclusão
e as Políticas Educacionais” à esteira de Gentili (1996), retomando a
sentença gramsciana que aqui tem o sentido exato: o pessimismo da
inteligência, otimismo da vontade. Devemos usar o pessimismo de nossa
inteligência para compreender criticamente as
políticas educacionais sobre a inclusão e como
Gramsciana
elas se materializam na prática, denunciando
as contradições das práticas excludentes com Baseado em
Antônio Gramsci,
discursos inovadores. Porém, não podemos abrir teórico que viveu
mão do nosso otimismo da vontade, o qual nos entre 1891 e 1937,
em Roma, Itália.
deve manter esperançosos e ativos na luta contra
o sistema de exclusão social que enfraquece
as bases de sustentação democrática no sistema educacional e na
sociedade como um todo. E nesse sentido, restringe “[...] o direito à
educação como pré-requisito essencial para a conquista da cidadania,
142 UNIUBE
PESQUISANDO NA WEB
Referências
ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. Trad. Alfredo Bosi e Maurici Cunio.
2. ed. São Paulo: Mestre Jou, 1962.
______. M.T.E. Inclusão Escolar. O que é? Por que? Como fazer? São Paulo:
Moderna. 2003.(Col. Cotidiano escolar).
WIKIPÉDIA. Criação da Luz, por Gustavo Doré .Net. Disponível em: <http://
pt.wikipedia.org/wiki/CriacionismoWikipédia. Cultura dos surdos. Net. Disponível
em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura_dos_surdos>. Acesso em: 26 dez. 2009.