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Marcos Vinícius¹
Maria Clara²
Geovana dos Santos Passos³
Gustavo Silva Medeiros⁴
RESUMO
INTRODUÇÃO
Existem diversos temas que podem ser abordados quando se fala de uma
problemática frequente na formação inicial dos professores. É possível notar a
quantidade crescente de cursos superiores propostos em faculdades relativamente novas,
que trabalham com uma matriz curricular abaixo das necessidades padrões para uma
capacitação plena, onde as horas propostas para adquirir a experiência necessária
acabam sendo insuficientes. Para isso, Marli André (2010) abordou o método de
pesquisa científica em seu trabalho como uma das maiores necessidades na proposta de
construção do saber docente, retratando o foco na pesquisa científica como essencial
para que o licenciando possa adquirir uma capacitação mais ampla em sua área de
estudo, unindo seus conhecimentos de área do saber com a própria metodologia prática
que o mesmo deverá exercer em sala de aula.
Não se pode ainda esquecer das condições necessárias
para a produção do conhecimento científico, como espaço e
tempo para pesquisa; recursos materiais, humanos e financeiros;
preparo adequado dos pesquisadores, sem os quais haverá
certamente comprometimento da qualidade da produção.
(ANDRÉ, 2010, p. 177).
Basicamente, a autora refere-se nesse ponto ao trabalho que deve ser
proporcionado para os futuros professores ao se pensar na experiência em relação à
pesquisa. É necessário produzir e compartilhar trabalhos científicos para que o meio de
pesquisa seja mais abrangente e significativo para os licenciandos, pois isso abre portas
para responder o maior questionamento daqueles ainda na primeira licenciatura: Eu
realmente quero ser professor? É muito comum ver diversos estudantes de licenciaturas
se perguntando esse mesmo questionamento no início dos seus caminhos acadêmicos,
alguns chegando até o fim do curso e possuindo a mesma dúvida, e a experiência com
as pesquisas dentro do campo pedagógico podem muito bem ser a chave para solucionar
essa grande dúvida.
Ao estar em uma sala de aula completa, o licenciando é exposto ao mundo de
trabalho para o quanto está se preparando em seu período dentro do convívio
acadêmico, e para isso ser vivido de uma forma completa e bem aproveitada, é
necessário possuir o foco em pesquisa e obtenção de conhecimento prático. Esse ponto
acaba sendo difícil de se realizar, pois muitas vezes é possível reparar que certas
faculdades que oferecem uma formação mais rápida não dedicam carga horária
suficiente para que os licenciandos tenham capacidade suficiente para adquirir
experiência e pesquisa relevantes para sua profissionalização, logo, deixando uma
lacuna que o professor só irá conseguir preencher com o tempo.
Vale ressaltar que, nos últimos anos, o termo formação inicial e continuada vem
sendo substituído por desenvolvimento profissional docente, uma vez que marca mais
claramente a concepção de profissional do ensino e porque o termo desenvolvimento
sugere evolução e continuidade. De fato, ser professor é uma constante evolução em que
a cada dia se ensina e se aprende algo novo, o professor tem a função de se adaptar aos
avanços da sociedade. Esse vem sendo o objeto de estudo do campo da formação de
professores. Quando muda-se o foco do estudo- dos cursos de formação para o
professor- pode vir a reforçar uma visão errônea da sociedade de que o professor é o
principal responsável pelo sucesso ou fracasso da educação. Diversas vezes o docente é
apontado como o único culpado pelo grande déficit que assola a realidade das salas de
aulas, quando na verdade a escola é uma comunidade, e a educação vai além do
professor, que sozinho não consegue alterar o rumo dessa triste realidade.
A autora alerta que a atenção à qualidade dos projetos pedagógicos também deve
ser verificada em modalidades presenciais, contudo o EAD requer um olhar
diferenciado justamente por suas particularidades. Esses estudantes não são favorecidos
com um convívio acadêmico, logo existe a carência de um convívio social com
professores e colegas, o que pode afetar ou não em sua prática pedagógica. Outra
preocupação que a autora aponta é que a maioria desses professores em formação irá
trabalhar com crianças em tenra idade e com alfabetização, o que exige uma formação
delicada, um aprendizado de relações pessoais, pedagógicas, didáticas, de formas de
linguagem específicas, e que segundo a autora essa modalidade “não favorece de forma
cabal esse tipo de formação, que implica aspectos psicossociais relacionais.” Nesse
sentido, é evidente que a experiência da sala de aula ainda na graduação desenvolve um
papel vital na formação de novos professores, visto que é uma oportunidade para esses
estudantes conhecerem a realidade da educação brasileira, e assim, adquirir os
conhecimentos necessários para lidar com essa educação. Mesmo sabendo da
importância que essas experiências para professores em formação tem, o que se
apresenta é uma dissonância entre o exposto nos projetos pedagógicos e o conjunto de
disciplinas oferecidas, e suas ementas. As ideias não se concretizam na formação
realmente oferecida, bem como teorias e práticas não se mostram integradas. Dessa
forma, Gatti coloca:
“Seria desejável que o campo de trabalho real de
profissionais professores fosse referência para sua
formação, não como constrição, mas como foco de
inspiração concreta” (Gatti, 2014, p.39)
A autora reforça a importância que essa experiência deveria ter nos cursos de
licenciatura, contudo, o que se percebe é que ela é muitas vezes adquirida de forma
tardia nos estágios, e também ocorre de forma muita geral e apenas burocrática, quando
deveria representar como força motriz na identidade do ser professor.
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Essa valorização trouxe vários benefícios, mas não o suficiente, tendo em vista que
valorizar não se resume nas ações supracitadas, que sem dúvidas são de extrema
importância mas que poderiam vir acompanhadas de uma garantia melhor de trabalho e
de formação profissional nas áreas de estudo. Somente 18 anos mais tarde, em 2006, a
Ementa fez cinco alterações no inciso V do artigo 206:
Ainda no 206, foi deslocado para o inciso VII a mudança da ideia do plano do
magistério público com piso salarial para "piso salarial profissional nacional para os
profissionais da educação" e a postergação da fixação de prazos para a elaboração ou
evolução dos planos de carreira dos entes federativos no parágrafo único. Essas
manobras legislativas refletem a resistência do Executivo e do Legislativo estadual e
municipal em alocar recursos para defender de fato os professores mesmo que de
maneira mínima, essas ações buacavam a “valorização” e o reconhecimento dos
profissionais da educação, que já deveriam ter sido devidamente contemplados.
A Lei n. 10.172 (2001), do Plano Nacional de Educação no artigo 60, inciso III, estava
delegada a tarefa de dispor sobre o prazo para fixar em legislação específica o piso
salarial profissional para os profissionais do magistério público da educação básica.
Essa lei só foi publicada em 2001 e 7 anos depois foi publicada a Lei n. 11.738 (2008),
a lei que regulamentou o piso salarial para o magistério público. A importância da
fixação do piso salarial levou à necessidade de atribuir outra lei para estabelecer o
prazo, porém, sem garantir sua efetivação. Do ponto de vista normativo, esta seria a
condução que seria mais adequada, tendo em vista que o piso era um princípio do artigo
206 da Constituição (1988). Portanto, não poderia se tornar uma lei automaticamente,
devido à inexistência de algum dispositivo que possibilitasse sua criação. Assim, a
regulamentação do piso salarial foi feita como uma medida trasitória, evidenciando a
resistência política lesgislativa em favor do magistério público com melhorias salariais,
atendendo aos interesses do Executivo. Somente após a criação do Plano Nacional de
Educação (PNE) pela Lei n. 10.172 em 2001 e a exigência do cumprimento pelo
Ministério da Educação, os estados e municípios passaram a agir nessa direção,
motivados pelo recebimento de possíveis punições, como a retenção de recursos
federais, caso não aprovasse a legislação para a preservação do magistério. Esse
impulso regulatório demonstra como a pressão e a necessidade de cumprir metas
nacionais foram cruciais para promover avanços na valorização dos profissionais da
educação.
Vale destacar que a promugação da Constituição de 1988 abriu caminho para um dos
principais dispositivos legais que tiveram grande impacto na formação docente nos
períodos posteriores à Carta Magna. A Lei n. 9.394, promulgada em 1996, teve seu
projeto enviado à Câmara no mesmo ano em que Constituição foi promulgada essa lei
foi responsavél pela regulamentação e organização da eduducação no Brasil e
influenciou significativamente o cenário educacional e seus requisitos para a formação
dos professores
O primeiro PNE foi encaminhado em 2001 e teve validade até 2010, sendo estabelecido
como Lei n° 10.172 de 2001. No entanto, algumas responsabilidades jurídicas,
especialmente relacionadas ao financiamento, foram vetadas, tornando o documento
uma carta de intenções em vez de uma lei vinculante.
Nesse contexto, a formação de professores tornou-se uma questão central para superar
os desafios educacionais. O PNE 2014-2024 enfatiza a valorização dos trabalhadores da
educação e destaca a importância da formação inicial, formação em serviço e formação
continuada para a melhoria e qualidade da educação em diversos contextos, como
educação infantil, ensino médio, educação especial, alfabetização, educação de jovens e
adultos, entre outros.
Torna-se essencial falar sobre as metas 15 e 16, que visam assegurar o ensino do
docente, dentro dessas metas e objetivos que devem ser garantir uma melhoria na vida
dos professores. No que diz respeito à meta 15 do PNE:
A meta 15 do PNE (2014) estabelece que todo professor deve atuar na área que estudou.
No entanto, esse objetivo ainda está muito distante da realidade brasileira. Nas regiões
mais pobres do Brasil, como o Nordeste, em 2018, até 52,9% dos docentes atuavam em
áreas fora de sua respectiva graduação.
Os governos devem agir em prol da meta dos 15 PNE. Investir na facilidade de acesso
às universidades, adotar medidas econômicas mais abrangentes e valorizar a classe
docente. Infelizmente, as medidas tomadas ainda não são suficientes para garantir uma
educação melhor aos brasileiros. Teremos que esperar pela boa vontade do governo não
só para traçar metas, mas para de fato introduzir medidas mais drásticas e realistas.
Essa meta é crucial para elevar a qualidade da educação no país, uma vez que a
formação aprofundada dos professores e a atualização constante de seus conhecimentos
são fundamentais para oferecer uma educação de excelência aos estudantes. A formação
continuada permite que os profissionais estejam preparados para enfrentar os desafios
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS