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Introdução 7

1. Entendendo o Debate e os Obstáculos ao Diálogo 10


1.1. A Relação das Pessoas com suas
Opiniões 10
1.2. Os Debatedores e suas Características 16
1.3. O Debate, as “Táticas” que Travam o Debate e como Superá-las 19
1.4. Conclusão 21
2. Sobre a Direita e a Esquerda: Quais São seus Valores e Princípios? 23
2.1. A Cultura Judaico-Cristã 24
2.2. O Indivíduo 28
2.3. Sobre o Governo e a Política 33
2.4. Outros Conceitos Importantes 44
3. Sobre a Moralidade e os Valores da Direita 59
3.1. Sobre a Vida 61
3.2. Sobre a Liberdade 75
3.3. Sobre a Propriedade 88
3.4. Redeclaração dos Direitos e Garantias Fundamentais: a Carta de Proteção 107
3.5. Conclusão 110
4. Sobre a Moralidade e os Valores da Esquerda 113
4.1. Sobre o Poder 116
4.2. Sobre a Moralidade da Esquerda: a Emancipação Social 124
4.3. Sobre a Igualdade 125
4.4. O Socialismo como a Religião da Esquerda 133
4.5. Conclusão 143
5. A Construção do Espectro Político 145
5.1. As Doze Regras do Espectro Político 145
5.2. Como Identificar os Valores de Alguém? 150
5.3. Conclusão: Tabela de Classificação no Espectro Político 156
6. Como a Esquerda Corrompe a Humanidade 167
6.1. Como Tudo Começa 168
6.2. Como o Absurdo Contamina e Transforma a Sociedade 169
6.3. Como o Absurdo Chega ao Poder e Muda a sua Vida 178
6.4. Esquerda: Uma Fábrica de Monstros 184
6.5. Conclusão 186
7. Sobre os Tipos de Guerra e a Guerra Subversiva 189
7.1. Sobre a Guerra Subversiva (quais são as suas manifestações) 194
7.2. Quem é o Inimigo? 205
7.3. O que Fazer? Qual Deve Ser a Relação da Direita com a Guerra Subversiva? 212
7.4. Por onde começar? 219
7.5. Conclusão 232
8. O Programa da Direita: Uma Estratégia de Vitória 234
8.1. O Plano de Combate 235
8.2. O Programa da Direita 236
8.3. Outras Considerações 253
8.4. Conclusão 259
Conclusão e Expectativas 261
Anexos Importantes para Entender a Esquerda e o Socialismo 265
Regras da Liga Comunista 265
O Manifesto Comunista 266
Rascunho da CONFISSÃO DE FÉ COMUNISTA 267
Princípios do Comunismo 270
Mensagem da Direção Central à Liga dos Comunistas 272
O Decálogo de Lênin 273
Condições do Comintern 276
Os 25 Pontos do Nacional-Socialismo 279
O Manifesto Fascista 284
O Partido dos Trabalhadores e o Nacional-Socialismo 288
Conspiração Aberta 289
A Nova Ordem Mundial 290
Antonio Gramsci e o Gramscismo 292
Saul Alinsky e a Regra para Radicais 295
Valores determinam ideologias. Ideologias determinam comportamentos.
“O Patriota”, sobre política.
A história da humanidade sempre refletiu um conflito entre duas vontades: do poder
para organizar a sociedade e da liberdade para não fazer parte disso.
“O Patriota”, sobre história.
A Bíblia conta a história da relação de Deus com a humanidade. Ela foi escrita por
homens que, de algum modo, tiveram contato com o resultado da ação de Deus ou
mesmo que foram visitados por Deus em algum momento. Nesse sentido, devemos
buscar primeiramente os FATOS de Deus nos textos sagrados. E uma coisa que
confunde muitas das pessoas que leem a Bíblia é a não compreensão de que os homens
costumam ser limitados para explicar aquilo que Deus, DE FATO, fez ou “disse”, bem
como para DIFERENCIAR o que Ele fez daquilo que Ele revelou.
“O Patriota”, sobre religião.
O impressionismo desconstruiu o artista. O expressionismo desconstruiu as cores. O
cubismo desconstruiu as formas. O movimento abstrato desconstruiu o conceito. E o
pós-modernismo exportou toda essa porcaria para todas as outras artes.
“O Patriota”, sobre cultura.
Claro que é possível viajar no tempo. Eu mesmo consigo viajar no tempo. De fato, todo
mundo viaja no tempo. Só que sempre para frente e bem devagar.
“O Patriota”, sobre ciência.
Os empresários mais poderosos e malvados não são capazes de forçar a sociedade a
comprar os seus produtos sem o apoio do menor dos governos. O menor dos governos
pode forçar a sociedade a comprar ou vender qualquer coisa sem o apoio da menor das
empresas.
“O Patriota”, sobre economia.
Introdução
Antes de começar nossa conversa, eu gostaria que você respondesse algumas perguntas:
Imagine que você está dirigindo em um bairro conhecido da sua cidade, às 3:00 da manhã.
Nenhum carro passando. Nenhuma pessoa na rua. Você vê que o sinal ficou vermelho. Você
passa o sinal ou espera?
Suponha que o governo acabou de decretar o tabelamento de preços. Pães não poderão ser
vendidos a um preço diferente do estabelecido pelo decreto. Você vai comprar pão e o padeiro
não quer vendê-lo pelo preço da tabela. O que você faz? Denuncia o padeiro? Paga o valor
que o padeiro estabeleceu? Ou procura outra padaria?
Agora pense que você é um policial em mais um dia de serviço. Seus superiores mandam
você ao centro da cidade, com ordens para apreender a mercadoria de qualquer camelô que
encontrar nas ruas. O que você faz? Ignora a ordem e vai ao centro buscando combater os
verdadeiros criminosos? Vai ao centro e alerta os camelôs que não podem ficar ali, naquele
dia, já que outros policiais poderão aparecer para incomodá-los? Ou cumpre a ordem?
Enfim, se coloque no lugar de um adulto comum em um país com um governo de esquerda.
Esse governo criou leis para usar os recursos arrecadados em programas de aborto e em
campanhas eleitorais de comunistas. É moral pagar impostos nesse país? Sabendo que o seu
dinheiro necessariamente vai financiar o aborto e a propaganda de comunistas e socialistas, é
moral financiar o estado? Ou então: é imoral sonegar impostos nessa situação?
Eu não sei quais foram as suas respostas, mas elas dizem muito sobre sua posição política.
Uma das coisas que você aprenderá neste livro é que ideologias determinam opiniões; e
opiniões determinam comportamentos e ações. Portanto, se eu sou de direita, é normal que
minhas respostas sejam típicas de alguém de direita. E direita é sobre vida, liberdade e
propriedade. Portanto, é de se esperar que pessoas de direita tenham respondido que
atravessariam o sinal vermelho, que respeitariam o preço do padeiro, que deixariam os
ambulantes em paz e que sonegar impostos pode ser a coisa mais moral que alguém pode
fazer em determinadas circunstâncias (como no Brasil contemporâneo). Este livro responde de
uma vez por todas o que é a direita e o que é a esquerda, bem como explica tantos outros
conceitos usados no debate político.
O Manual do Patriota sobre Política tem a intenção de ser um guia para que todos possam
entender mais sobre POLÍTICA. Durante muito tempo, os brasileiros (na verdade, todo o
mundo) negligenciaram a importância da política em suas vidas. Eles deixaram verdadeiros
ignorantes redefinirem conceitos políticos importantes no dia a dia de qualquer cidadão. Eles
permitiram que socialistas reescrevessem a história para favorecer a propagação de ideias
coletivistas e globalistas. As pessoas compraram pelo valor de face o que jornalistas mal-
intencionados diziam sobre direita, esquerda, capitalismo e socialismo. Enfim, o povo foi feito
de refém de uma agenda que ele desconhecia, de modo que a ótica política do cidadão comum
acabou sendo construída com um propósito que não é dele, mas de grupos que querem
subjugá-lo e conduzi-lo ao pior tipo de escravidão. Por isso, o principal propósito deste livro é
esclarecer de forma clara e objetiva tudo aquilo que o cidadão precisa saber sobre POLÍTICA.
Este livro também tem a pretensão de falar com os milhões de “patriotas” que existem pelo
mundo. Eu entendo que há muita confusão em relação ao que se entende por patriotismo e
nacionalismo. Alguns acham que se trata da mesma coisa. Outros entendem que são coisas
diferentes, mas são incapazes de dizer o que são. Se você também estiver inseguro em
relação a esses conceitos, ponha na cabeça o seguinte: enquanto a base do patriota é o
LUGAR, o fundamento do nacionalista é a CULTURA. Enquanto o nacionalista se
dedica à preservação de idiomas, tradições e costumes, o patriota se preocupa com
questões mais práticas, como segurança, defesa e o esforço para preservar o lugar que
adota como Pátria. De fato, em muitos lugares, torna-se difícil falar de um nacionalismo. Por
exemplo, não se pode falar de nacionalismo em um país dividido em várias regiões, cada uma
com sua cultura, tradição e sotaque. Em alguns casos (como no Brasil), é melhor definir
aquilo que todos podem ter em comum como patriotismo: por estarmos na mesma Pátria,
temos o objetivo comum de preservá-la e defendê-la da melhor forma possível. E não porque
ela é um fim em si mesmo, mas porque ela é um instrumento para a defesa e proteção das
nossas liberdades e das pessoas que amamos. Por isso, entender bem a política é uma das
bases de um bom patriota (enquanto um conhecimento aprofundado sobre a tradição
seria a base de um bom nacionalista).
E, finalmente, este livro pretende ser um manual, um guia de referência para todos os que
anseiam por respostas diretas e objetivas sobre os temas que mais têm dúvidas. Por isso, o
livro aborda a política a partir de várias perspectivas. O Manual do Patriota sobre Política
compreende que, para um bom entendimento sobre a política, é necessário revisitar e
esclarecer conceitos geralmente negligenciados pelo cidadão comum. Você saberia dizer por
que você defende a propriedade privada? Ou por que não defende? Qual a base moral para
tirar a vida de alguém? Ou por que alguém que defende a liberdade trancaria alguém que ama
em um quarto? Você terá todas essas respostas neste livro. Mais do que isso: a linguagem do
livro foi escolhida para facilitar o aprendizado, com perguntas para estimular a reflexão e
fazer com que o leitor se conheça melhor e decida em qual lado dessa guerra ele está. Nos
anexos, também estão disponibilizados os documentos mais importantes para compreender a
evolução do socialismo, do pensamento de esquerda e da agenda globalista.
Mas além de tudo isso, o Manual do Patriota sobre Política segue um roteiro que expõe as
contradições ideológicas existentes entre a direita e a esquerda. Há uma GUERRA
IDEOLÓGICA sendo travada em todo o mundo, entre duas forças com interesses opostos.
Simplificando, uma delas busca a liberdade e a outra busca a igualdade. Cada força tem suas
armas, seus valores, seus métodos e sua organização. O primeiro capítulo fala sobre esse
debate e porque é importante entendê-lo para SABER política. Nesse primeiro capítulo, você
aprenderá os obstáculos para o diálogo entre as forças e como superá-los.
O segundo capítulo vai apresentar os conceitos necessários para que se possa entender a
direita e a esquerda de um modo mais profundo. O que é o “indivíduo”? Quais são seus
interesses? O que é “moralidade”? O que são “valores”? O que é “governo”? Você sabe?
Nesse capítulo você terá toda a munição necessária para entender os próximos dois capítulos,
que irão se aprofundar na moralidade e nos valores da direita e da esquerda, sempre refletindo
sobre os impactos políticos de cada característica desses movimentos. No terceiro capítulo,
nos aprofundaremos nas bases teóricas e morais da direita (a vida, a liberdade e a
propriedade). No quarto, dissecaremos a esquerda, permitindo o seu entendimento a partir dos
seus dois maiores valores (poder e igualdade).
O quinto capítulo apresenta um método de classificação no espectro político que está de
acordo com a realidade, e não com o que o que os socialistas impuseram à sociedade. As
tentativas feitas nos dias de hoje para posicionar a direita e a esquerda no espectro político são
sempre contaminadas pelo que se estabeleceu erradamente em meios acadêmicos pela
esquerda. Ou se confunde o nacional-socialismo com um caso particular da direita, ou se tenta
atribuir um autoritarismo inexistente aos expoentes mais conhecidos da direita, ou se tenta
associar valores de esquerda à direita (como o comunitarismo). Nesse capítulo, todos esses
erros serão explicados e corrigidos para que se entenda melhor essa polaridade.
No sexto capítulo, será explicado como o absurdo ganha espaço na sociedade até se tornar
“normal”. Propostas insensatas são apresentadas aos poucos até que se tornem comuns. O
capítulo mostra como a esquerda projeta o absurdo como forma de influenciar a política das
sociedades contaminadas por ela. Nele, mostraremos como as sociedades que abraçam a
esquerda se degradam até se transformarem em ditaduras socialistas com campos de
concentração, fome, miséria e um exército de zumbis que fazem tudo pelo estado (até matar
os próprios pais).
O sétimo capítulo abordará o papel da guerra na política. Um dos motivos que faz com que
tanta gente confunda as polaridades do espectro político é a guerra psicológica fomentada
pelos comunistas para criar pessoas suscetíveis à desinformação. Nesse capítulo, você
aprenderá mais sobre guerras e como funciona a subversão da sociedade. Ou seja, como os
socialistas fazem o inimigo lutar contra ele mesmo; como eles levam seus adversários a se
matarem entre si.
Enfim, o último capítulo apresenta um plano de ação para a direita, dividido em programas e
propostas para acabar de vez com essa guerra. O capítulo apresenta os objetivos estratégicos
que a direita deve conquistar para vencer de vez esse conflito. Porque, sim, estamos em
guerra. E se você não percebeu, falta pouco para perceber. O livro foi feito para acordar as
pessoas. Para abrir os seus olhos e tirá-las da Matrix formada para controlá-las. E isso pode
servir para VOCÊ também. Não é só o Brasil que precisa de você alerta e bem informado: o
MUNDO precisa do melhor de você. Como costumamos dizer na minha igreja, “Deus quer
que você seja a MELHOR versão de você”. Eu realmente espero que este livro seja capaz de
ajudá-lo nessa empreitada. Aproveite.
1. Entendendo o Debate e os Obstáculos ao Diálogo
Para começar, saiba que o mundo está em guerra. Essa guerra acontece desde tempos
imemoráveis e assumiu contornos cada vez mais visíveis nos últimos dois séculos. É uma
guerra pelos corações e mentes das pessoas, com consequências práticas em nossas vidas. Ela
tem soldados, armas, campo de batalha e objetivos. Um dos lados busca a liberdade que é
possível. O outro lado busca o controle para construir uma utopia. Os indecisos e interesseiros
ficam no meio, atuando como mercenários de um lado ou de outro. Os soldados são todos
aqueles que escolheram seus lados. As armas são a oratória, a informação e a conduta. O
campo de batalha está em todo lugar, jornais, revistas, escolas, seu trabalho, sua empresa,
tudo. E o objetivo é vencer.
Nessa guerra de visões de mundo, as batalhas assumem várias formas: produção cultural,
engenharia social, domínio da mídia, controle do discurso e até a violência física. Mas de um
modo geral, todos entram nela através dos DEBATES INFORMAIS que são travados todos os
dias. E é para prepará-lo para essas batalhas que preparei este capítulo. Um debate é uma
batalha verbal organizada entre pessoas com posicionamentos diferentes. Para dominar a arte
de debater é necessário não apenas ter as informações necessárias para defender um ponto de
vista (ter uma boa arma), mas saber como usar essas informações (saber como operar a arma)
e identificar os pontos fortes e fracos na argumentação dos adversários (montar táticas e
estratégias de combate). Adicionalmente, é importante saber identificar e superar os
obstáculos e armadilhas usados para travar o seu progresso rumo à vitória.
O propósito do restante do livro será fornecer as armas necessárias para travar essas batalhas
cotidianas. Mas antes de colocar armas em suas mãos, é necessário mostrar como usá-las da
melhor forma possível. Ou seja, vamos ver como avaliar a qualidade do armamento inimigo e
desmontar as armadilhas lançadas por ele para atrapalhar a nossa evolução. No fim do
capítulo, você terá concluído a primeira etapa do treinamento para conduzir suas batalhas com
competência e segurança. Portanto, prepare seu equipamento, abasteça o seu cantil e coloque
seu capacete, porque o treinamento vai começar.
1.1. A Relação das Pessoas com suas Opiniões
A primeira coisa que temos que aprender é saber identificar a relação das pessoas com suas
opiniões. A importância de entender esse vínculo pode nos ajudar tanto em nossa jornada
rumo ao autoconhecimento, quanto na compreensão do por que fulano defende uma posição
que nos parece absurda num primeiro momento. Os tipos de relação que alguém pode ter
com suas opinões são quatro: convicção (conhecimento ou ignorância de fatos),
utilitarista (interesse individual ou coletivo), sentimental (a ideia traz boas emoções) e
ideológico (a ideia se encaixa na visão de mundo do sujeito). Não há algo como um
relacionamento proibido entre opinião e sujeito, mas apenas o tipo adequado para cada
situação. De um modo geral, não há nada de errado em ter qualquer um desses tipos de
relação com uma determinada posição.
Para o diretor de uma empresa decidir se deve comprar de um ou outro fornecedor, ele deve
aplicar sua convicção conforme as informações que tem disponíveis. Ele pode até fazer um
acordo que cause prejuízo, mas tanto melhor se for por ignorância e não por má fé. Do mesmo
modo, para situações práticas e pessoais, não há nenhum problema em ter posições
utilitaristas. O sujeito pode escolher não comprar uma arma para agradar a esposa pacifista.
Ele pode ver que vale mais a pena ficar sem a arma do que ouvir a mulher reclamar toda a vez
que ele a esquecer sobre a mesa. A utilidade da escolha é o que determina a decisão nesse
caso. Mesmo conhecendo todas as informações relevantes sobre armamento, ele SABE que
sua paciência será testada com mais frequência do que sua segurança (dependendo do caso,
claro).
Para situações inofensivas e familiares, também não há problemas maiores quando se tomam
decisões sentimentais. Se alguém se sair mal por causa da escolha, isso prejudicará apenas as
pessoas envolvidas. Uma criança pode escolher comprar um cachorro de raça com saúde
frágil em vez de um vira-latas. O cachorro irá demandar mais atenção, mais gastos, mais
preocupação e mais tempo de cuidado. Mas quem se importa? A criança escolheu o cachorro
que ela queria e os pais dela estão tranquilos quanto a isso. A decisão não é utilitária nem
carece de informação: ela foi tomada com base em fatores sentimentais. Nossas compras
(principalmente as das mulheres) também costumam ter uma forte carga sentimental. A
escolha de uma roupa ou de um sapato pode ter mais a ver com a forma como faz a pessoa se
sentir do que com o preço ou a qualidade.
Enfim, para assuntos mais relevantes, geralmente adotamos posições ideológicas. Por
exemplo, uma pessoa de direita não vai abrir mão do próprio direito de comprar armas
(mesmo que decida não o fazer em sua vida privada) apenas porque algum estatístico forjou
pesquisas que dizem que “o armamento aumenta a criminalidade”. Mesmo que isso fosse
verdade (que não é), o posicionamento continuaria sendo o mesmo, porque ele se respalda em
valores e não na utilidade. De modo parecido, um sujeito de esquerda tende a não mudar de
ideia quando descobre que toda a intervenção governamental na economia não deu certo. Ele
aprendeu que o estado deve transformar a realidade para criar uma utopia igualitária e
dificilmente vai mudar de ideia.
Portanto, para avaliar a relação de forças entre o seu arsenal e o do adversário, é importante
ter duas coisas em mente. Em primeiro lugar, faça uma análise da relação que você tem com
determinadas opiniões para evitar eventuais constrangimentos e contradições. Quanto mais
entendemos a dinâmica do nosso vínculo com uma posição, mais podemos desenvolver
argumentos novos para embasá-la ou concluir que é melhor descartá-la. Quando chegamos
nesse nível de reflexão, não há tal coisa como “perder um debate”, porque mesmo que não
tenhamos conseguido convencer alguém do nosso ponto de vista, pelo menos teremos
ajustado o nosso trajeto ou corrigido uma manobra desacertada.
E em segundo lugar, faça a mesma análise para a relação entre os seus adversários e as
opiniões que eles pregam. Colocando de lado a moralidade da conduta, a partir do momento
em que entendemos a relação de alguém com uma opinião, podemos usar isso a nosso favor.
Ou seja, a reflexão sobre o relacionamento entre pessoas e ideias é ÚTIL em um debate
porque pode nos ajudar a compreender melhor as pontes e barreiras criadas por nossos
oponentes em relação ao que defendemos. Desse modo, saberemos onde atacar e como
nos defender.
Relação Explicação Conduta no Debate
Convicção Opinião baseada em informações Dar argumentos novos; informar
Apontar o vínculo egoísta; mostrar utilidade
Utilitarismo Interesse pessoal no posicionamento
do seu ponto
Sentimento Opinião faz sujeito “se sentir bem” Fazer com que se sinta mal com a opinião
Mudar abordagem (entender a outra visão de
Ideologia Posição vinculada ao sistema de valores
mundo)

Infelizmente, a falta de reflexão sobre a relação que as pessoas têm com suas opiniões afeta
tanto a esquerda quanto a direita. Muita gente nos dois lados acaba defendendo ideias
claramente conflitantes com o seu sistema de valor. Há gente de direita que defende o controle
populacional e gente de esquerda que é favor do armamento. Há conservadores ambientalistas
e há globalistas que defendem a caça. Eu diria que esse tipo de contradição é bom quando
encontrado na esquerda, mas péssimo quando visto na direita. Um socialista que é contra o
aborto está acertando pelo menos nisso, enquanto um conservador que quer estatizar a
economia é uma aberração. Um globalista a favor da desregulamentação econômica tem pelo
menos isso a seu favor, mas um libertário que quer proibir rodeios é um estúpido.
Se até um relógio quebrado consegue acertar pelo menos duas vezes por dia, um esquerdista
acerta sempre que “erra” em relação ao seu sistema de valores. O que significa que se eu
tenho algo de bom para falar da esquerda é que ela tem a oportunidade de acertar mais vezes
que um relógio quebrado (basta “errar” mais que duas vezes). Portanto, longe de mim tentar
corrigir essas contradições que possam existir em um leitor de esquerda. Por outro lado, aos
leitores de direita, eu espero que façam uma reflexão de suas ideias à luz do que está sendo
passado aqui, de modo a ratificá-las quando for adequado ou retificá-las se for necessário.
Enfim, nas próximas páginas vou explicar como essa reflexão pode nos ajudar em um debate.
Convicção
O vínculo mais básico que alguém pode ter com uma opinião é a convicção respaldada em
informações. Decisões do dia a dia costumam ser tomadas por convicção: Por qual caminho
eu vou para o trabalho? Em qual livraria eu comprarei tal livro? Em qual posto irei abastecer
meu carro? Na nossa vida particular, não há nenhum problema em se posicionar com base nas
informações que temos disponíveis. É até bom. A opinião por convicção é a situação padrão
das pessoas que não são utilitaristas nem idealistas. Elas decidem com base no que sabem e
ponto.
Por exemplo, um sujeito pode ser contra o armamento porque ouviu que “armas causam
crimes”. Mas se ele entrar em contato com pesquisas que mostram que, quanto mais armas
tem um país, menos ele sofre com o crime, ele pode mudar de ideia. Se o sujeito for favorável
ao desarmamento apenas porque as informações às quais ele teve acesso o convenceram disso,
basta mencionar casos que dizem o contrário. Por exemplo, os homicídios nos Estados Unidos
despencaram 25% entre 2007 a 2017, mesmo período que viu um aumento de quase 180% na
concessão de licenças de armamento. Se o sujeito reconhecer a fonte da informação como
válida, ele mudará de opinião.
No debate, quando identificamos que o adversário tem um certo ponto de vista apenas por
convicção, podemos ajudá-lo a mudar de ideia se tivermos a “munição” necessária, ou seja,
informação. No caso do armamento, podemos falar que todos os anos cerca de 200.000
mulheres usam armas de fogo para se defender de agressões sexuais nos Estados Unidos. Na
Austrália, os homicídios aumentaram quase 20% depois que o governo tornou sua política de
desarmamento mais rigorosa. Sem falar que permitir que o cidadão ande armado protegerá
mais as mulheres, os homossexuais e os negros do que qualquer política afirmativa.
Ignorância se cura com informação. Ou seja, uma prática essencial para qualquer debatedor é
estudar e se informar. Colecionar as melhores estatísticas e pesquisar sobre tudo aquilo que
considera importante é o primeiro passo para vencer a batalha.
Utilitarismo
A opinião utilitária é aquela que é escolhida porque atende aos interesses particulares do
sujeito. Ela é ÚTIL para ele. Por exemplo, nós poderíamos falar sobre o benefício da abertura
do mercado de carros, acabando com todos os impostos de importação para que o povo possa
comprar carros mais baratos. No Brasil, o imposto de importação encarece em até 55% o
preço do automóvel (isso em 2017). Objetivamente falando, qualquer um concordaria com a
extinção desse imposto, não é? Não. Um produtor nacional pode ser contra tal política porque
está diretamente interessado na reserva de mercado. Não interessa a ele que todos tenham
acesso a carros mais baratos. O que importa para ele (principalmente se não for de direita) é o
benefício que espera receber.
Infelizmente, a opinião utilitária tem sido cada vez mais comum graças à subversão social
conduzida pela esquerda. O ataque constante às bases morais da sociedade judaico-cristã não
transforma imediatamente as pessoas em socialistas. Antes disso, elas passam por um período
de relativismo moral que faz com que se tornem utilitaristas. O sujeito passa a vender seus
princípios em troca de utilidade. Ele vota em quem diz que vai empregar o seu filho. Apoia
quem promete o maior empréstimo. Elege quem garante um contrato para sua empresa. Ou
seja, ele vota em quem PAGAR MAIS.
É natural buscar resultados úteis nas decisões que tomamos na nossa vida privada. Não há
nada de errado em buscar utilidade nas coisas que estão sob o nosso domínio. Mas quando se
fala de política, o utilitarismo tende a ser imoral. O cidadão que apoia um político apenas
porque ele promete abrir concursos para contratá-lo, toma uma decisão tão imoral
quanto o sujeito que vende seu voto por uma cesta básica. O sujeito que é contra a
liberalização do mercado em seu setor (com medo de perder o emprego) é tão egoísta quanto
o empreiteiro que paga candidatos para contratar a sua empresa. É simples assim.
Quando identificamos que o nosso adversário é um utilitarista, podemos adotar duas táticas.
Uma delas é expor a relação de interesse dele com o posicionamento que ele defende. Muita
gente se desarma quando sua relação de interesse com a proposta em debate é exposta
publicamente. Dizer que o sujeito só está defendendo algo porque é beneficiário direto dele,
costuma botá-lo na defensiva. Muitas vezes, nem ele percebeu que só está defendendo aquela
ideia por motivos nada virtuosos. Quando essa relação é verbalizada, ele pode refletir e até
diminuir as resistências que tem em relação à sua opinião. Quando mostramos que estamos
cientes de que a relação do adversário com aquele ponto de vista é egoísta, ele tende a
construir pontes em nossa direção para “recuperar” o desprestígio perdido.
A outra tática é adotar uma argumentação que mostre que o nosso posicionamento pode
beneficiar mais o utilitarista do que o dele. Por exemplo, um trabalhador que teme perder o
emprego com a concorrência de um mercado aberto pode se interessar no aumento de
oportunidades que remuneram melhor e dão mais estabilidade que essa abertura pode
produzir. O sujeito que defende cotas pode preferir que o governo não TIRE dinheiro dele
para devolver na forma de esmolas públicas, mas que DEIXE o seu salário em paz para que
possa gastar como bem intender. Enfim, se soubermos trabalhar com o interesse do nosso
adversário, podemos conduzi-lo para onde queremos, bastando apenas identificar no
nosso posicionamento aquilo que pode beneficiá-lo mais do que o dele.
Sentimentalismo
A opinião sentimental ou emocional não é necessariamente ruim. Tomamos decisões
emocionais todos os dias. As roupas que usamos, os filmes que escolhemos, os programas que
fazemos, os destinos turísticos que planejamos. Tudo isso costuma atender parâmetros
psicológicos que podem superar fatores objetivos mais importantes em outras escolhas. Ao
longo de nossa vida, desenvolvemos nossos gostos, nossos lugares-seguros, nossos costumes e
nossas preferências. Existem pessoas que pagam o mesmo valor para beber um café “curto”,
mesmo sabendo que receberá “menos café” do que o expresso tradicional. Um sujeito pode
adotar um caminho mais longo para o seu trabalho para passar por uma rua que lhe traz boas
recordações. Ou seja, é normal e saudável ter opiniões sentimentais. O problema surge quando
o cidadão se posiciona politicamente com base na emoção.
É importante ter consciência de que esse tipo de relação existe e é até comum. Uma das
características da opinião emocional é que ela tem uma consistência bem variável. Para
alguns, ela é tão fraca que não resiste à primeira crítica. Para outros, ela é mais forte do que
qualquer constestação lógico-racional. Quando o vínculo SENTIMENTAL com algo supera o
vínculo LÓGICO-RACIONAL, se torna extremamente difícil fazer com que a pessoa mude
de ideia apenas com argumentos. O posicionamento dela se torna resistente a informações,
fatos, estatísticas, pesquisas científicas ou qualquer outro dado objetivo. Por outro lado, em
alguns casos o sujeito pode mudar de ideia com a mesma resolução com que joga fora aquela
camiseta de estimação quando alguém diz que ela ficou feia.
A opinião sentimental é formada a partir de situações que fizeram o sujeito se sentir
bem. Apesar de poder possuir algum argumento de sustentação (cujo valor e qualidade
não importam), o vínculo do cidadão com a opinião sentimental é sempre a memória de
alguma emoção. Ele sempre está relacionado com momentos de prazer, situações engraçadas,
tempos felizes e sentimentos de conforto. Um posicionamento que permite ao jovem combater
a solidão, se enturmar ou ter mais amigos, pode facilmente ser incorporado como uma opinião
emocional. Ele pode até inventar desculpas para justificar a posição, mas o que realmente o
vincula àquela opinião é o sentimento, de modo que ele poderá mudar de ideia assim que
perceber que ela não traz mais nenhuma sensação de conforto ou segurança para ele.
Uma forma interessante de testar se uma opinião é sentimental ou não é a propensão da
pessoa a reagir EMOCIONALMENTE quando a vê sendo atacada. Como a consciência
das características objetivas da opinião é mais fraca do que o conforto emocional que ela traz,
qualquer crítica pode fazer com que o inconsciente do sujeito se perturbe. Um ataque contra
a opinião sentimental é um ataque que tende a afetar a estabilidade emocional do
sujeito, de modo que suas reações podem ser agressivas, intensas e imprevisíveis. Quanto
mais forte é a nossa capacidade de enfraquecer as bases de sustentação daquela ideia, mais o
inconsciente do cidadão vai dizer: “Espera aí. Tem algo errado aqui. Estão atacando a nossa
opinião tão querida. Você está preparado para abandonar essa posição que nos trouxe tanta
felicidade?”. Portanto, a reação do adversário às críticas mais contundentes tende a revelar se
ele está ligado emocionalmente a ela ou não.
Bem, uma vez que identificamos que alguém (ou nós mesmos) guarda uma opinião
objetivamente errada apenas por uma questão emocional, a primeira coisa que temos que fazer
é quebrar esse vínculo. Uma das regras principais para lidar com opiniões emocionais é que o
melhor caminho para as desfazer é através da manipulação dos sentimentos. Da mesma
forma que o sujeito pode ter se convencido de que impostos altos são bons porque
recebeu aprovação social quando os defendeu pela primeira vez, podemos desfazer o
feitiço fazendo-o se sentir mal quando estiver falando sobre o quão necessários são os
órgãos de arrecadação. Nesse caso, frases como “essa ideia é estúpida” ou “só idiotas
defendem isso” têm muito mais impacto do que os argumentos mais técnicos e perfeitos.
O objetivo é deixar o sujeito desconfortável com a expressão daquela ideia. A crítica não
precisa ser direta. Existem frases de efeito que desestabilizam boa parte dos soldados que
tiveram a infelicidade de entrar numa batalha munido apenas com um arsenal emocional.
“Nenhum pesquisador concordaria com o absurdo que você disse”. “Essa opinião é
muito comum entre as camadas mais ignorantes da população”. “É uma vergonha que
você entre em um debate sobre isso estando tão mal preparado”. O desconforto com a
“humilhação” diante de uma plateia desestabiliza o adversário e o deixa permeável à nova
ideia. Nesse caso, vale a pena elogiar os pontos de convergência que temos com ele logo
depois que o criticamos mais duramente, abrindo espaço para um processo mais honroso de
rendição.
Ideologia ou Visão de Mundo
A relação mais nobre entre sujeito e opinião é a que vamos chamar de “ideológica”. E o que é
ideologia? O termo ideologia é comumente usado como um conjunto de ideias que
consolidam o pensamento de alguém sobre alguma coisa. Dizem que o ser humano adora
ideologias porque é mais fácil você dizer que defende uma palavra do que explicar toda
a sua visão de mundo. Ideologia será usada aqui como a visão de mundo ou perspectiva
que alguém adota para tomar decisões em relação a um campo de conhecimento (no
nosso caso, sobre política). E é importante entender que as pessoas ADOTAM visões de
mundo e ideologias para entender as resistências e aberturas que elas podem ter em relação a
uma ou outra opinião.
Muitas opiniões estão relacionadas com a perspectiva que as pessoas têm do mundo. E isso é
importante para entender porque às vezes nem a informação, nem a utilidade e nem o
sentimento explicam o motivo que fez alguém abraçar tão fortemente uma opinião. Por
exemplo, suponha que de um lado você tenha alguém que tem uma visão de mundo ancorada
na liberdade. Do outro lado, há um sujeito com uma ideologia que supervaloriza o poder (o
controle sobre o meio). Aquele que tem a liberdade como princípio dificilmente vai aceitar
uma posição que comprometa a sua independência. Por outro lado, aquele que idolatra o
poder dificilmente vai aceitar propostas que deixem as pessoas muito livres para decidir
qualquer coisa descontroladamente. São visões de mundo diferentes.
Para aquele que estima mais a liberdade que o poder, não importa muito se todo mundo diz
que o planeta seria bem melhor se fosse governado por um estado superpoderoso. Ele não está
interessado em controle ou perda de soberania. Ele quer LIBERDADE. Do mesmo modo, o
sujeito que tem o poder como princípio não terá muito problema em defender ideias que
violem a liberdade dos seus próximos. Muitas vezes, ele quer justamente isso. Ele não está
nem aí com o seu direito de portar armas, com a liberdade do padeiro de escolher o preço do
pão ou com a autoridade dos pais sobre os filhos. No sistema de valores dele, tudo é permitido
por esse “bem maior”.
Tudo isso é importante para entender que existem casos em que o MELHOR ARGUMENTO,
o MELHOR LIVRO ou a MELHOR EXPLICAÇÃO não serão capazes de mudar a ideia de
um sujeito sobre determinado assunto. Em muitos casos, as pessoas defendem o absurdo que
defendem porque aquilo está de acordo com a visão de mundo delas. Por exemplo, muitas
pessoas defendem o socialismo não porque elas NÃO SABEM de todos os horrores e
violências cometidas em nome daquele sistema, mas justamente porque elas SABEM.
Muitos dos sujeitos que se dedicam a defender bandidos fazem isso, não porque ninguém
explicou a eles que bandidos fazem coisas ruins, mas porque explicaram e isso está de acordo
com a visão de mundo deles.
Uma vez que isso for compreendido, você poderá levar o debate para um confronto de
perspectivas e mostrar PORQUE A SUA VISÃO DE MUNDO É MELHOR. Não vale a
pena tentar convencer um desarmamentista a mudar de ideia se ele não está nem aí para a
liberdade ou para a propriedade. Mas vale a pena tentar fazê-lo ver que a visão de mundo dele
escraviza o cidadão e cria precedentes para o estado prejudicá-lo de outras formas. Não é
produtivo tentar convencer um socialista de que ele está errado em um ponto específico
sem antes atacar a estima que ele tem pelo estado. Antes de tentar outras abordagens, é
mais interessante mostrar para ele que, quanto mais o governo cresce, mais tirânico ele se
torna.
1.2. Os Debatedores e suas Características
Quem são os combatentes desse conflito? Já adiantei que essa guerra é travada entre lados que
defendem valores opostos: um defende a liberdade e o outro defende o poder. Quem é o
soldado do exército da liberdade? Quem é o combatente das tropas da ordem? Quem são os
mercenários? Não estou falando dos maiores e mais conhecidos representantes de cada
exército. Não me refiro aos generais e oficiais-superiores. Para fazer bem nessa guerra, temos
que conhecer tanto a base do nosso exército quanto a do exército inimigo. Temos que saber
quem é o esquerdista cotidiano, o direitista tradicional e o centrista. Vamos começar pela
esquerda.
O Combatente da Esquerda: Coletivista e Obediente
De um modo geral, o esquerdista é extremamente previsível. Perceba que não é à toa que nas
reuniões de esquerda mais de 90% dos participantes são maconheiros, maloqueiros ou
malucos. Não é à toa que em todas as manifestações de esquerda sempre há quebradeira,
vandalismo e pichações. Não é por acaso que vemos feministas anticristãs defendendo o
islamismo. Não é por acaso que as mesmas pessoas que querem desarmar o cidadão querem
acabar com a polícia. Não é por acaso que as massas à esquerda promoveram a miséria, a
destruição e a morte em todo o lugar em que chegaram ao poder. NADA DISSO É POR
ACASO. Isso tudo é PREVISÍVEL. Isso acontece porque a esquerda é eficiente em
adestrar os seus soldados. Ela tem uma estrutura para treinar os seus combatentes para
agir conforme os interesses do grupo.
Em todos os lugares, os militantes de esquerda falam as mesmas coisas, dão os mesmos
argumentos e adotam os mesmos comportamentos. Eles são forjados na carência pelo
conforto e pela segurança que só a coletividade pode oferecer e são os melhores soldados
que a fraqueza e a raiva podem criar (e você achando que eu não conseguia elogiar a
esquerda, né?). E isso não é necessariamente ruim. O militante de esquerda pode ser
individualmente um zero à esquerda, mas coletivamente ele se transforma no monstro que
produziu as revoluções mais sangrentas da história humana. E o combatente de esquerda é
coletivista e previsível porque a IDEOLOGIA de esquerda cria pessoas homogêneas e
obedientes. Podemos reconhecer um soldado inimigo a partir de certas opiniões e frases
previsíveis, como por exemplo:
1. “Tudo é relativo”: menos a frase “tudo é relativo”.
2. “Não existe verdade”: idem, menos a afirmação “não existe verdade”.
3. “O imperialismo norte-americano”: um dos únicos países que se levantaram
voluntariamente para, pelo menos, tentar impedir a expansão do imperialismo comunista no
Vietnã, na Coreia do Norte, em Cuba, na China e em tantos outros países. Os países que
contaram com a ajuda dos Estados Unidos (Alemanha Ocidental, Japão, Taiwan, Coreia do
Sul) estão muito melhores do que aqueles que foram contaminados pelo imperialismo
soviético (Alemanha Oriental, Vietnã, China e Coreia do Norte).
4. “É necessário investir mais em educação”: como se as pessoas precisassem do governo
para aprender a ler e escrever.
5. “O problema é do consumismo”: engraçado que muita gente que trabalha com comércio
diz querer o fim do consumismo, menos nas suas lojas.
6. “Você é intolerante” e “Você é fascista”: apesar de todos os movimentos associados ao
fascismo terem nascido de grupos puramente socialistas.
7. “A culpa é da burguesia”: quando é justamente a burguesia que sustenta com os seus
impostos todos os programas fracassados que a esquerda propõe.
8. “Decorar data não é importante”: nada que permita as pessoas refletirem e saírem da
escravidão cultural da esquerda é importante.
9. “Não existe esse negócio de direita e esquerda”: mas quando algo dá errado, eles são os
primeiros a culpar a direita. E se apresentam como pessoas de esquerda sem nenhum
problema.
10. “Eu não sou a favor do aborto, mas as mulheres devem poder decidir”: o que é
similar à frase “Eu não sou a favor do homicídio, mas as pessoas devem poder decidir se
devem matar ou não”.
O Combatente da Direita: Individualista e Reacionário
Mas e nós, de direita, não somos parecidos? Nós também não temos ideias em comum? Nós
não temos uma agenda também? A resposta é que apesar de certamente haver pessoas que
agem como esquerdistas em nossas fileiras, elas são a minoria. Enquanto as ideias difundidas
pela esquerda são evidentemente absurdas e às vezes contraditórias, o que é popular na direita
é a busca por Deus, a preocupação com a segurança e a defesa da liberdade. Enquanto a
esquerda conta com centenas de fundações com orçamentos bilionários e com o apoio de
governos inteiros para fazer a engenharia social necessária para criar aquela massa de
militantes adestrados, a direita não conta com nada parecido com isso. Nenhum governo se
interessaria em financiar ONGs que vão defender MENOS GOVERNO. E poucas ONGs se
interessam por pessoas que vão rejeitar financiamento público e que pregam a liberdade
inclusive para fazer o contrário do que elas defendem.
Mas a direita tem outro diferencial, principalmente nos dias de hoje: nós nascemos e
crescemos em um mundo que comprou o marxismo cultural. Nós crescemos em
sociedades que criticavam a direita. Nós estudamos em escolas que condenavam a
liberdade. Nós interagimos com pessoas que nos chamam de “intolerantes” e “fascistas”
apenas porque discordamos delas. Ou seja, pelo menos podemos dizer que não fomos
forjados em um meio que facilitou a nossas escolhas: nós REAGIMOS e ESTUDAMOS
para chegar onde chegamos. Quem sempre se identificou com a direita, sabe das
perseguições, das provações, da solidão intelectual e da resistência que a sociedade oferece às
nossas ideias. Portanto, o direitista não é nada como os robozinhos adestrados da esquerda.
Ele pode até carregar algumas incoerências, mas ele pelo menos escolheu fugir do lugar
comum que contamina os seus inimigos.
O Mercenário: Indeciso e Utilitário
Enfim, é importante saber que há sujeitos que não se encaixam bem nem na direita e nem na
esquerda. Eles são o que chamamos de “centristas”. Por enquanto, o que importa saber
sobre o “centro” é o seguinte: não existe tal coisa como um centro ideológico, e; o
centrista ou é um indeciso ou um utilitarista. Ou seja, por enquanto considere todos os que
se dizem indecisos ou independentes como “centro”. Veremos nos próximos capítulos quais
são os VALORES da direita e da esquerda. Quando o cidadão mistura propostas de cada polo
para compor a sua agenda política, ou ele não carrega os valores necessários para se encaixar
em um dos lados ou ele não percebeu a contradição dessas propostas com os seus valores.
Portanto, apesar de muita gente indecisa e utilitária ter o que é necessário para se posicionar
ou na direita ou na esquerda, vamos considerá-las como “centro” por enquanto.
O Perigo e a Utilidade das Soluções de Fronteira
Resumindo: o esquerdista comum é o debatedor emocional e doutrinado, o direitista comum é
o debatedor reacionário e cético, e o centrista é um meio termo entre os dois. Isso é
importante para identificar a visão do mundo do adversário e criar estratégias apropriadas para
lidar com ela. Nesse contexto, uma das coisas que podem ser mais perigosas, mas também
muito úteis, são as “soluções de fronteira”. Ou seja, a construção de um “falso
consenso”. Por exemplo, suponha que um lado defenda a liberdade para vender lâmpadas
inscandescentes e o outro lado defenda a sua proibição. Qualquer solução de fronteira será
uma vitória dos proibicionistas, porque indica que o outro lado COMPROU a argumentação
deles (que o fato de haver alternativas melhores justifica a sua penalização, que elas fazem
mal para o meio ambiente, ou qualquer outra coisa). Ou seja, um lado ACEITOU a ideia de
que a liberdade para comercializar lâmpadas incandescentes pode ser controlada por critérios
de eficiência ou por qualquer outra desculpa.
Nesse sentido, é importante conhecer a qual exército o adversário pertence para saber se
devemos cavar soluções de fronteira ou rejeitá-las de modo intransigente. Um exemplo
interessante de como essa ferramenta foi usada para prejudicar a sociedade foi a proibição de
animais em circo. Havia uma época em que era comum a jornada de circos itinerantes que
passavam por várias cidades mostrando elefantes, leões, girafas e até ursos. O nosso lado
defende a liberdade para os circos atuarem livremente conforme os seus interesses, inclusive
usando animais para ganhar dinheiro. A esquerda, por outro lado, colocou na agenda que era
necessário proibir os circos de usarem animais. Para isso, ela criou uma série de “soluções de
fronteira”: impostos mais altos, condições proibitivas para a manutenção dos bichos, multas
pesadíssimas caso um animal se acidentasse. E cada vez que o exército da liberdade
ACEITAVA a argumentação adversária, mais ele não via que estava caindo em uma
armadilha. Hoje, em muitos lugares já é simplesmente PROIBIDO usar animais em
apresentações circenses.
E ainda há outra questão importante a contemplar: é necessário saber usar o centro (ou seja, os
indecisos e utilitaristas) ao nosso favor, seja para rejeitar tal tipo de solução, seja para tentar
cavá-la. Recentemente, a direita soube muito bem usar os indecisos na jornada para acabar
com o imposto sindical, para retirar o Reino Unido da União Europeia e para colocar um
conservador na Casa Branca. Soubemos explorar os interesses do centro para conquistar
posições importantes no debate político. Quando conhecemos os debatedores, os lados e as
relações que cada um tem com as suas propostas, é muito mais fácil construir estratégias
para avançar a nossa agenda do que entrar no campo de batalha sem saber quem é o
inimigo, que arma ele usa e qual objetivo ele tem.
1.3. O Debate, as “Táticas” que Travam o Debate e como Superá-las
Vamos recordar agora os princípios do DEBATE. Quando estamos debatendo, não estamos
dialogando apenas com o nosso oponente, mas também com os juízes do debate (se houver) e
com a plateia. Nosso objetivo principal é convencer primeiramente os juízes do debate, depois
a plateia e só depois os demais debatedores, da validade e força do SEU ponto de vista. O ato
de convencer não significa que os outros vão mudar de opinião, mas que eles irão
identificar na sua argumentação uma consistência maior na consideração da sua
opinião. A sua intenção é facilitar a expressão dos pontos que sustentam o SEU ponto de
vista e que convenceram VOCÊ a adotar aquela posição para todas as demais partes do
debate (juízes, debatedores e plateia). Se você for bem-sucedido nisso, as próprias
pessoas irão REFLETIR e ESCOLHER a posição que você adotou.
Em debates informais, os juízes são a plateia. As regras são simples e flexíveis. A única regra
que precisa ser resguardada com algum cuidado é a cronologia das falas, não podendo uma se
sobrepor a outra com tanta frequência (como quando nos atrapalham no meio de uma
argumentação). Para haver um debate minimamente sério, é necessário que ambas as partes
tenham tempo de expressar sua argumentação de modo apropriado e, se possível, sem
interrupções. Quando essas condições forem observadas, podemos dizer que a batalha
assumiu a forma de um debate. O que apresentarei agora são as armadilhas mais usadas pelos
adversários para travar o nosso avanço. Essas táticas podem ser usadas inconscientemente por
debatedores imaturos ou desesperados. Mas elas também podem ser utilizadas de forma
maldosa por um inimigo experiente. A boa notícia é que é possível superar esses obstáculos e
virar o jogo, desde que saibamos como identificá-los a tempo. Eles são:
“Deixa Eu Falar. Você Não Deixa Eu Falar”.
Essa tática é bem conhecida. Já vi tanto pessoas de direita quanto de esquerda usando o “você
não deixa eu falar”. Ela é usada como forma de ganhar tempo para se recuperar ou para
atrapalhar a conclusão de uma linha de raciocínio. É comum que a mesma pessoa que reclama
seja a mesma que interrompe os outros quando estão falando. Tente lembrar se isso já
aconteceu com você: na hora de concluir algo importante, o sujeito interrompe você e começa
a falar alto. Quando você levanta a voz para poder ser ouvido, o sujeito diz: “Você não deixa
eu falar”.
É comum na esquerda a tentativa de interromper adversários de direita, talvez porque saibam
que nós não temos uma postura “vitimista”. De fato, raramente pedimos para “zerar o
cronômetro” ou para ter “direito de resposta”. De modo parecido, quando você interrompe um
debatedor de esquerda (que ultrapassou o tempo de fala, por exemplo), ele pode dizer que
“você não deixa ele falar” e pedir compensação de um tempo que ele nunca teve. Para muitos
debatedores medíocres, isso não é injusto nem errado. Para eles, a intenção do debate não é
ser justo ou respeitar o seu tempo, mas projetar o discurso deles pelo maior tempo possível.
Se isso acontecer com você, não ligue para as reclamações do adversário. Há debatedores que
sempre vão choramingar que você não deixa eles falarem ou que interrompe demais (mesmo
quando isso não acontece). Eles fazem isso CONSCIENTEMENTE. E eles costumam
fazer isso para poder FALAR MAIS ou ATRAPALHAR A SUA CONCLUSÃO. Então,
não deixe que isso aconteça. Não o deixe falar mais do que você e reclamar de interrupções
que ocorrem fora do tempo dele. Se antes você não estava interrompendo, passe a
interromper. Se antes você estava se deixando ser interrompido, não deixe mais. Quando ele
começar a interrompê-lo, fale mais alto para deixar claro que você não vai permitir
interrupções. Se você ver que ele está repetindo a queixa apenas para poder ter mais tempo,
não leve em consideração e fale mais, sem se preocupar com a agenda dele.
Repetição Ad Nauseam
Igualmente comum é a repetição nauseante do mesmo argumento. Acontece mais ou menos
assim: você dá o seu argumento; o seu oponente dá o argumento dele; você rebate o
argumento dele com um novo argumento, levando em consideração o que ele acabou de dizer;
ele repete o mesmo argumento sem acrescentar nada de novo; você mostra a falha do
argumento dele com um novo argumento, e; ele repete a mesma coisa sem alterar nada.
Muitos debatedores se comportam dessa forma: eles vão ao debate para projetar uma ideia,
não para ouvir ou aprender.
Nesses casos, não adianta tentar explicar melhor o que há de errado na argumentação dele: ele
vai continuar repetindo a mesma coisa até você sentir náuseas. Ou seja, enquanto ele repetir a
mesma coisa, o debate não vai avançar e você pode perder sua linha de raciocínio ou se
desconcentrar. Muitos debatedores também adotam essa tática quando não estão interessados
no diálogo de ideias. Eles simplesmente repetem o que aprenderam sem o interesse de refletir
se estão certos ou errados.
Quando alguém usar essa tática contra você, a melhor coisa a se fazer é MANTER O FOGO e
RIDICULARIZÁ-LO. Dê novos argumentos. Ridicularize ele por não ter outro argumento.
Mostre a quem estiver ouvindo o quão ridícula é a posição daquele que não tem nenhuma
outra carta na manga para usar. Faça com que ele sinta desconforto por repetir a mesma coisa
várias vezes. Por mais cínicas que algumas pessoas sejam, a ridicularização bem-feita pode
fazer com que elas saiam da repetição e tentem nos responder.
Impermeabilidade a Novos Argumentos
Quando o adversário se fecha para novos argumentos, pode parecer que ele está usando a
mesma técnica da repetição nauseante, mas nem sempre é isso. Enquanto a repetição serve
para projetar ideias, a impermeabilidade serve como um campo de força contra aquilo que
você está dizendo. É uma forma de o adversário expressar que não está interessado no que
você tem a dizer. Resumindo: a impermeabilidade é a total falta de reflexão ou consideração à
sua argumentação. É como se você estivesse FALANDO com uma vitrola ligada (no caso
anterior, seria como se estivesse OUVINDO uma vitrola quebrada).
Para você entender melhor, pense no que falei no começo do capítulo, sobre a importância de
REFLETIR sobre todos os argumentos, tanto os nossos quanto os deles. De fato, é comum
que nós de direita sejamos mais proativos na reflexão e na busca de argumentos. O
procedimento comum de um bom debatedor é ajustar a sua argumentação com as informações
recebidas dos adversários. Podemos usar a argumentação do debatedor adversário para
desconstruí-la, para apontar o seu erro, para validar o que estamos dizendo. Podemos usá-la
contra ele. E de fato um debatedor bem-intencionado faz isso mesmo sem perceber. Mas o
debatedor que se impermeabilizou NUNCA vai levar o que os outros falam em consideração.
Se você refutou um argumento dele, ele continuará a usá-lo como se você não tivesse dito
nada. Se você ofereceu uma informação errada, nem isso será usado contra você. Quando o
oponente contra-argumenta, é conforme um roteiro que ele assimilou e que não tem
absolutamente nada a ver com a dinâmica do debate.
Quando isso acontecer, a melhor coisa a se fazer é mudar o foco do debate para a plateia. Se
os demais debatedores estão sendo impermeáveis, nossa atenção deve mudar para o público.
Podemos destrinchar os possíveis contra-argumentos ao nosso ponto de vista para quem
estiver ouvindo. Ou tentar mostrar que os nossos argumentos são sólidos com uma exposição
detalhada dos seus pontos fortes e fracos. Muitas vezes debatemos não para esclarecer quem
estamos enfrentando, mas alguém na plateia que está com a cabeça mais aberta e com menos
resistência ao que estamos dizendo. Então não deixe a falta de penetração diminuir seu
interesse pelo debate: passe a conversar com o público (ou seja lá quem estiver ouvindo
vocês), expondo seus argumentos sem se preocupar com o oponente.
Boicote Total a Perguntas
Outra tática que alguns debatedores usam é o boicote total e consciente às nossas perguntas.
Quando alguém está usando essa técnica, não adianta fazer novamente aquela pergunta
que desmontará a argumentação dele: ELE NÃO VAI RESPONDER. E ele não responde
porque está ciente de que vai cair em uma armadilha que o forçará a rever sua estratégia.
Recentemente fiz um teste provocando um esquerdista para ver os limites dessa tática. Fiz
uma pergunta bem simples: “Em que casos você é a favor do aborto?”. Ele foi incapaz de
responder mesmo depois de uma grande insistência. Ele preferiu se retirar do debate do que
dar uma resposta direta.
O boicote agressivo às nossas perguntas, quando aplicado de forma consciente, precisa ser
identificado e resolvido. Muitas vezes não se percebe que o oponente está boicotando
deliberadamente as perguntas que são feitas. O problema é que quando ele faz isso, ele visa
alcançar os seguintes objetivos: não revelar a posição dele em relação a um assunto que ele
sabe que é importante para a plateia; ter mais tempo para dar continuidade à argumentação
anterior ou; mudar o centro do debate para algo que ele considera melhor. Eu já vi casos em
que o sujeito conduziu o debate para o seu campo apenas boicotando as perguntas do
adversário.
É muito comum que essa tática comece assim: um debatedor pergunta ao outro por que ele
apoia o socialismo. O outro responde com outra pergunta: “E por que você apoia o
capitalismo?”. SE O PRIMEIRO DEBATEDOR RESPONDER (e não importa a resposta),
ele já terá caído na armadilha do boicote, porque provavelmente ele não voltará a fazer a
pergunta inicial (mesmo que pergunte, ela não será respondida) e porque nos próximos
minutos tudo o que o segundo debatedor irá fazer é criar um espantalho para bater e se
fortalecer no debate.
Portanto, se você estiver debatendo com alguém que esteja boicotando as suas perguntas, em
primeiro lugar, evite sair do rumo. Mantenha a pergunta até que ele responda. Se ele não
quiser responder, apresente melhor o seu ponto de vista, dê novos argumentos contra ele, faça
o que for, MAS NÃO DEIXE QUE ELE USE O BOICOTE COMO PLATAFORMA PARA
A IDEIA DELE. Em segundo lugar, não responda à pergunta dele até que ele responda a sua,
já que isso vai levar o debate exclusivamente para o campo em que ele se sente mais
confortável. Mesmo que você tenha uma resposta inocente para a pergunta, NÃO COMETA
ESSE ERRO. Prefira expor o seu ponto de vista e apresentar novos argumentos.
1.4. Conclusão
Pronto. Você está quase preparado. Você já sabe como marchar, se posicionar e operar o
armamento. No restante deste livro, serão entregues as armas (informações) mais eficazes
para desmontar o arsenal inimigo e avançar contra suas trincheiras. Vamos nos aprofundar nos
conceitos e valores que fundamentam a direita e a esquerda. Você está pronto?
2. Sobre a Direita e a Esquerda: Quais São seus Valores e Princípios?
Quais são os seus valores? Qual é o seu código moral? Qual a sua relação com o seu código
moral? Você se considera uma pessoa moralista? Tente lembrar de quantas vezes você ouviu
as pessoas condenando um certo “moralismo”. Essas pessoas eram de direita ou de esquerda?
Essas pessoas eram socialistas ou capitalistas? Você sabe o que é moralidade? Há uma
diferença entre a moralidade de um marxista e a de um cristão? De onde vem a cultura
judaico-cristã?
O fato é que se você for uma pessoa de direita, você tem um código moral. Mesmo que não
tenha se dado conta disso, você naturalmente segue um protocolo moral. Talvez você nunca
tenha pensado nisso, mas existem alguns valores que para você são sagrados. Nós de direita
temos uma série de valores e seguimos um rígido código moral. E neste capítulo eu vou
explicar o que é moralidade e como pode haver mais de um tipo de código moral. Também
vou mostrar os valores que constroem o código moral da direita e os que estão na raiz do
comportamento da esquerda.
Vamos começar definindo o que são “valores”. Quando falo de valor, não estou falando de
preço, dinheiro ou coisa do tipo. Valores são as premissas que as pessoas têm em suas
vidas que não estão sujeitas a trocas ou negociações. Muitas vezes o sujeito nem sabe
porque tem algo como valor, mas vai defendê-lo com sua vida. Exemplos comuns de valores
são: a proteção da vida, a defesa da propriedade, a vontade de liberdade, a defesa intransigente
da igualdade, o respeito à família (em algumas pessoas), o respeito às leis, a adequação ao
sexo biológico.
É importante que você tenha consciência de que é NORMAL não saber de onde vêm esses
valores. Não é bom, mas a maior parte das pessoas não pensam, por exemplo, por que
defendem a propriedade ou porque acham que a vida é importante. Elas simplesmente se
aferram a esses valores sem questionar (já isso é bom). E não existe uma fórmula pronta que
nos permite dizer como se constrói esses valores na cabeça das pessoas.
Basicamente (eu disse basicamente), nossos valores (da direita) derivam do que chamamos de
moralidade judaico-cristã. Durante boa parte da minha vida eu fui ateu (não sou mais) e, ainda
assim, assimilei esse código moral graças à educação que recebi dos meus pais (que são
cristãos). Ou seja, nem nossas crenças nem nossos conhecimentos a respeito do cristianismo
são necessários para a assimilação de tais valores. Eles são essenciais para entender a
ORIGEM deles, claro, mas a ausência desses conhecimentos não se torna necessariamente em
um obstáculo para a assimilação deles.
Moralidade ou código moral é um conjunto de regras que uma pessoa pode ter para
interagir com o mundo (com as pessoas e grupos de pessoas). Por exemplo, a nossa relação
com o conceito de “vida” sem uma fundamentação moral poderia ser apenas biológica: como
a vida é apenas uma organização particular da matéria que mantém processos para se
alimentar, se defender e reproduzir, poderíamos dizer que deveríamos preservar como valor
apenas a nossa própria vida, já que sem uma moralidade não haveria a preocupação com a
interação com a vida dos demais.
Qualquer um pode valorizar a própria vida e defendê-la aguerridamente. Entretanto, quando
digo que o nosso respeito à vida é condicionado por uma moralidade, quero dizer que não
defendemos apenas a preservação da própria vida, mas da vida dos demais. Do mesmo modo,
quando adotamos a proteção da liberdade como princípio, não estamos querendo ser livres
para escravizar os demais, mas desejamos que a liberdade dos outros também seja respeitada.
O mesmo ocorre com a propriedade: se ela for um valor para mim, não é só o MEU direito de
propriedade que eu devo defender, mas também o dos demais.
Ou seja, o código moral é um grupo de regras que temos como princípio na relação com
as outras pessoas. Se uma pessoa interage com o mundo sem um código moral, ela pode
fazer qualquer coisa. Mas quando leva em consideração a moralidade, ela estará
preocupada com a interação com o mundo a sua volta e, portanto, o cuidado com os
direitos das demais pessoas PODE passar a ser relevante no seu julgamento. No nosso
caso, o código moral considera o cuidado não só com a nossa vida, a nossa liberdade e a nossa
propriedade, mas também com as dos nossos próximos. Mas essa composição moral não é
inerente a todas as culturas. Ela é principalmente observada naquelas que tiveram contato com
a cultura judaico-cristã.
2.1. A Cultura Judaico-Cristã
Mas o que é essa cultura judaico-cristã que produziu nosso código moral? Resumidamente, é
o conjunto de aprendizado que um grupo de pessoas registrou e assimilou ao longo da
história e que pode ser encontrado nos livros que contam o pregresso dos judeus e dos
cristãos no mundo. Ou seja, se você quer saber de onde vem a sua estima pela vida, pela
liberdade e pela propriedade (tanto sua quanto do seu próximo), leia a BÍBLIA. Todas as
respostas estão lá.
É impossível não mencionar a Bíblia ao analisar o código moral judaico-cristão. É inevitável
falar um pouco de religião quando estamos falando de valores e moralidade. Principalmente
em um livro de direita. Porque os valores e o código moral da direita derivam dessa cultura,
derivam desse livro. Se você não acredita em Deus, não importa. O que importa é que as
pessoas que moldaram o código moral da nossa sociedade ACREDITAVAM e o produto
presume a EXISTÊNCIA DE DEUS. E mesmo quem não acredita, acaba “vivendo” como
se acreditasse em Deus quando incorpora esses valores.
Basicamente, os principais valores da moralidade judaico-cristã são a defesa da vida, da
liberdade e da propriedade. Você verá mais adiante que há razões práticas para defendermos
esses valores com unhas e dentes. Mas importa antes conhecer as suas origens históricas e
culturais. E não é necessário nem ler toda a Bíblia para compreendê-los. Basta rever os Dez
Mandamentos.
Os Dez Mandamentos (Êxodo 20:3-17 e Deuteronômio 5:6-22).
1. Não terás outros deuses diante de mim.
2. Não farás para ti imagem de escultura (...). Não te encurvarás a elas nem as servirás (...).
Não as adorarás, nem lhes darás culto.
3. Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o
que tomar o seu nome em vão.
4. Lembra-te do dia do sábado, para o santificar (...).
5. Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra (...).
6. Não MATARÁS.
7. Não adulterarás.
8. Não ROUBARÁS.
9. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
10. Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem a mulher, nem o seu servo, nem a sua serva,
nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.
Esses mandamentos são os mais importantes que Deus nos deu. E, de fato, sempre que uma
sociedade os segue com afinco, ela prospera e cresce. Sempre que ela se desvia deles, muita
gente morre. Eles são tão importantes que Ele mandou Moisés cravá-los em duas placas de
pedra. Muitos acham que esses mandamentos estão ultrapassados e podem ser rejeitados.
Contudo, toda a história da humanidade mostra que os povos que deram às costas para eles
acabaram sofrendo miseravelmente. É o caso das sociedades socialistas e das civilizações
islâmicas. Elas não seguem uma moralidade judaico-cristã. Eles não seguem os mandamentos.
E não é por acaso que todas elas resultaram em experiências fracassadas e sanguinárias. Não é
à toa que socialistas e muçulmanos vivem de inveja e de mortes.
Uma característica fundamental da nossa cultura é o foco no LIVRE ARBÍTRIO e na
RESPONSABILIDADE POR NOSSAS ESCOLHAS. Desde que Adão pisou na bola,
temos que comer o pão no suor do nosso rosto. Temos que TRABALHAR para comer e
sustentar nossa família. Note que Deus não diz: “No suor do rosto dos ricos e da classe
média, comerás teu pão”. Nossa obrigação aqui é trabalhar pelo nosso próprio sustento.
E nesse contexto, os mandamentos judaico-cristãos nos AJUDAM. Eles não são um peso,
eles são um apoio. É mais conveniente segui-los do que rejeitá-los.
Desse modo, o nosso código moral influencia a nossa conduta, as nossas atitudes e as nossas
opiniões. Pense na seguinte hipótese: se a valorização da vida está condicionada apenas a esse
código moral (que nos dá protocolos para interagir com o mundo), o que daria peso ao
respeito à vida alheia se ele não existisse? Claro que há outras culturas que podem chegar à
mesma conclusão que nós chegamos sobre o valor da vida. Podemos listar um número de
razões para a preservação recíproca da vida. Mas mesmo que o sujeito não faça parte de
nenhuma cultura e seja incapaz de listar motivos para respeitar a vida, se ele adotar os dez
mandamentos como guia, ele NÃO VAI MATAR (vai respeitar a vida alheia), ele NÃO VAI
ROUBAR (vai respeitar a propriedade do próximo) e ele NÃO VAI QUERER O QUE É DO
PRÓXIMO (não vai cobiçar a casa, os bens e a esposa do vizinho). Vamos analisar os
mandamentos um a um, mostrando como eles condicionam nossos valores:
1. Não terás outros deuses diante de mim: a intenção desse mandamento é evitar que os
homens tenham códigos morais diferentes do que foi passado por Deus. Eu realmente não sei
se Deus Se importa se você ama Ele muito ou pouco. Mas eu sei que Ele sabe o quão
limitados os homens podem ser (porque até um ser humano sabe isso). Veja, quando os
homens passam a adorar outros deuses, eles podem passar a dar ouvidos a um pedófilo
sanguinário como Maomé ou a um invejoso satanista como Karl Marx. Então, para proteger
os Seus filhos dessas antas, Ele deu aos homens esse primeiro mandamento.
2. Não farás para ti imagem de escultura (...). Não as adorarás, nem lhes darás culto:
sabendo da alta propensão que os homens têm de se tornarem imbecis e seguir modismos, Ele
manda que não adoremos imagens e ídolos. Essa é uma lembrança de que Ele é um deus
VIVO. Ele não está numa estátua ou num representante inanimado. Mas há outro benefício
para quem adota esse mandamento: ele evita que nos tornemos idiotas ao adorar “ídolos”
humanos. Veja o número de “astros” e “estrelas” imbecis que servem como modelo de vida
para jovens que os “adoram”. Veja se a cultura da idolatria de celebridades foi boa ou ruim
para a sociedade. “Ídolos” humanos têm sido usados para transformar os valores dos jovens
por meio do domínio do que se considera “legal” nas sociedades contemporâneas.
3. Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por
inocente o que tomar o seu nome em vão: o Instituto Prager fez um bom vídeo explicando
esse mandamento. O objetivo dele seria evitar a deturpação da palavra de Deus. Ou seja, tudo
bem dizer “Graças a Deus”. O problema mesmo é dizer: “Deus disse que você pode roubar se
o alvo for um rico empresário branco”. Eu concordo com essa explicação, mas vou além. A
questão aqui é aprender a respeitar o que é sagrado e importante. Por exemplo, suponha que
você ame tanto sua avó que tatua o rosto dela em sua mão. Se pergunte: é adequado se limpar
ou lavar suas partes baixas com o rosto da sua avó em sua mão? Não é, né? Então por que
fazer isso com Deus?
4. Lembra-te do dia do sábado, para o santificar (...): o seu objetivo é parecido com o do
terceiro. Sabendo da propensão que os homens têm de esquecer o que é importante, Ele nos
manda reservar um dia para lembrar Dele, dos Seus mandamentos e dos Seus códigos.
Principalmente para lembrarem que NÃO SOMOS ESCRAVOS. Eu diria até para fazer uma
revisão moral de nossa conduta durante a semana. Muitas vezes a vida é tão corrida que não
nos permite processar se o que fizemos foi justo ou não. O quarto mandamento permite esse
tipo de reflexão.
5. Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra (...): mais
uma vez tenho que fazer referência ao Instituto Prager. Prager diz que a importância de honrar
pai e mãe, mesmo que não mereçam, é ensinar nossos filhos a ter uma relação melhor
conosco. Por exemplo, suponha que você tem uma péssima relação com seus pais. Você sai de
casa, forma uma família e esquece deles. É de se esperar que seus filhos pensem que não é tão
importante visitar você quando crescerem e saírem de casa. Eu compreendo que existem pais
que simplesmente não merecem honra (a vida na terra não é perfeita, você sabe), mas nesse
caso os filhos não são responsáveis por isso. Do mesmo modo com crianças órfãs: como elas
podem honrar pai e mãe? A resposta é: não se preocupe, Ele entende exceções melhor do que
você.
6. Não MATARÁS: como você verá mais adiante, esse mandamento é MUITO importante. E
também muito mais complexo do que pode parecer em um primeiro momento. Veja: quando
Abel ofereceu uma ovelha sacrificada e Caim ofereceu mato em oferta para Deus, Ele preferiu
Abel. Quando Noé desceu da arca, Ele mandou seu escolhido sacrificar cada espécie de
animal puro para celebrar. Em Levítico, Ele detalha como deveria ser o sacrifício de expiação
de pecados. Ou seja: o mandamento não é intransitivo “não mate qualquer coisa”. Obviamente
que não é um pecado matar e comer animais. Do mesmo modo, Ele não teve problema
nenhum quando Moisés matou o egípcio que estava espancando um escravo. Deus também
determinou que seu povo aplicasse a pena de morte em uma série de situações, como aqueles
que queimavam os filhos vivos ou entregavam as filhas à prostituição. Em Números, Ele
também reconhece a instituição do “vingador do sangue”: aqueles parentes que buscam justiça
pela violência contra seus entes queridos. O sexto mandamento nos manda respeitar a vida e
não matar ninguém sem que haja motivos bem específicos para isso. Até mesmo porque, do
começo ao fim da Bíblia, há referências sobre o castigo daqueles que matam.
7. Não adulterarás: você sabe por que em alguns lugares o sete tem um traço no meio?
Porque quando Moisés revelou ao povo o sétimo mandamento, eles gritaram: “Corta o sete!
Corta o sete!”. Brincadeiras à parte, esse é um dos mandamentos com mais impacto cultural.
Ele respalda a ideia do casamento e da união do homem com a mulher na mesma carne (a
prole). Quando se comete adultério, há uma série de desequilíbrios na relação do casal,
mesmo que haja consentimento. O foco do adúltero foge da família e vai para o sentimento de
prazer egoísta. Os filhos não vão ter a atenção necessária para a criação. Pior, vão aprender
que o casal pode se desrespeitar, podendo levar esse comportamento para suas próprias
relações. O adultério pode levar ao fim, não só do casamento, mas da família, expondo os
filhos a uma série de perigos que não deveriam enfrentar. Crianças sem um dos pais são muito
mais sujeitos a abusos sexuais e físicos do que aquelas com uma família bonitinha.
8. Não ROUBARÁS (Êxodo 20:15 e Deuteronômio 5:19): eu acho que esse é um dos
melhores mandamentos. Há uma teoria que diz que Deus criou o oitavo mandamento
pensando em trolar os socialistas. Creio que quase 99% do ódio da esquerda contra o
cristianismo esteja relacionado com ele. NÃO ROUBARÁS! O não roubarás é o que está por
trás do respeito à propriedade. O “não roubarás” é MAIS INTRANSITIVO do que o “não
matarás” não porque a propriedade é mais importante do que a vida, mas porque
apenas com os meios necessários conseguimos defender e preservar a vida. Esse
mandamento nos ensina a respeitar a propriedade inclusive dos nossos inimigos. Os bens
alheios não estão sujeitos às nossas vontades e decisões porque são proteção e segurança para
os seus donos. Por exemplo, “santos” já cometeram a imbecilidade de pregar que o dinheiro e
a vestimenta que sobram aos ricos não lhes pertencem. O rico é o último que vai se preocupar
com o discurso socialista de “santos” que querem relativizar a propriedade. Quem você acha
que vai sofrer primeiro com a mensagem de que a propriedade privada é relativa e sujeita a
uma “função social”? O rico protegido por muros ou o vizinho pobre do invejoso que pensa
ser cristão? A afirmação da propriedade privada não é uma garantia para os ricos, é uma
proteção para os pobres. E genial do jeito que é, Deus sabia disso quando estava elaborando
seus mandamentos.
9. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo: esse é outro mandamento muito
controverso. Há duas formas de interpretá-lo e entender sua importância. A primeira é que se
trata de não mentir. De fato, não é bom mentir. Nessa primeira interpretação, a mentira é um
pecado. Mas por que seria pecado ao judeu dizer que o seu nome é Hermann e não Goldman
na Alemanha nazista? Por que seria pecado ao cristão ucraniano mentir que não tinha bíblias
em casa quando era interrogado pela polícia comunista? Por que seria pecado dizer ao seu
ente querido que a doença dele não é tão grave, quando se tem esperança de cura? Bem, tem
gente que acha que é. Eu creio que a interpretação correta está relacionada à forma de
condenação da época. O Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia) apresenta várias
passagens com os procedimentos de um bom julgamento: o povo se reunia, os anciãos
julgavam e deliberavam e era necessário haver pelo menos três testemunhas para validar uma
versão história. Ou seja: dar falso testemunho poderia prejudicar o próximo. Poderia até
condená-lo à morte. Então, o pecado seria levantar acusações falsas contra outros, já que isso
ainda hoje pode ter implicações muito negativas.
10. Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem a mulher, nem o seu servo, nem a sua
serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo: na sua cara,
Karl Marx! O décimo mandamento é o único que envolve uma regra de pensamento. Você
não deve cobiçar o que é do próximo. O que é dele é dele. Se você quiser um igual, compre
um igual, mas não cobice o que é dos outros por direito. Esse mandamento reforça o oitavo,
mas também o sexto (não matarás). A cobiça e a inveja podem levar o sujeito a quebrar outros
mandamentos: atualmente se rouba, se mata, se adultera, se mente, para se obter o que é do
próximo. Quase sempre com o discurso vitimista da distribuição de renda ou da distopia
igualitária. Mas graças a Deus, Ele criou um mandamento para nos informar que tudo isso só
nos causa problema.
2.2. O Indivíduo
O indivíduo. Quem é? O que come? Como ele vive? Para falar de política de uma forma
menos desastrosa, é importante ter pelo menos uma noção de quem são os agentes que
formam qualquer grupo (voluntário ou não) de pessoas. As perguntas mais importantes que
temos que fazer em relação aos indivíduos são: quais são suas necessidades e como eles
tomam as decisões? Essas perguntas não são tão difíceis de serem respondidas,
principalmente se tentarmos refletir como nós mesmos responderíamos. Digo, podemos
entender mais sobre o que os nossos próximos precisam e como eles pensam se nos
colocarmos no lugar deles ou projetarmos as nossas necessidades e pensamentos neles
(levando em consideração diferenças de sexo, idade e cultura, claro). Assim, evitaremos
cometer aquele erro tão comum entre pessoas de esquerda que consiste em considerar o
próximo como um alienígena louco que quer matar todo mundo só porque ele não tem
as mesmas opiniões, e considerar como próximo o alienígena louco que quer matar todo
mundo só porque ele tem as mesmas opiniões.
Então, em primeiro lugar vamos listar as necessidades mais gerais que afetam todo indivíduo.
Eu não tenho problema nenhum em afirmar, reconhecendo raríssimas exceções, que
todo mundo busca cinco coisas em seu processo de sobrevivência: água, comida,
companhia, proteção e estabilidade. Dependendo da evolução da civilização e da
tecnologia, podem aparecer outras necessidades, mas as mais básicas são essas. Todo o ser
humano precisa desses cinco elementos e irá primeiro buscá-los antes de correr atrás de
qualquer outra coisa (como conforto e lazer). Só depois de ter essas cinco necessidades
atendidas, os homens costumam se dar ao luxo de desenvolver atividades mais lúdicas e se
dedicar ao conforto e à civilização. Por mais que a história da humanidade pudesse ter sido
melhor do que foi no mundo ocidental, os registros mostram que os homens só passaram a
desenvolver a civilização depois que essas cinco necessidades estavam mais ou menos
garantidas. E quando uma delas não existia ou sumia, mesmo grandes civilizações não
resistiram e sucumbiram (como aconteceu com os maias, os romanos, os egípcios e tantas
outras).
Hidratação: todo ser humano precisa de água para sobreviver. TODO. Se você não estava
ciente disso, está agora. Todas as civilizações antigas mostraram algum tipo de preocupação
com o acesso à água. Os romanos conseguiram expandir os limites de suas cidades
construindo aquedutos invocados que traziam água em abundância para seus moradores. Uma
visita rápida ao Peru também pode mostrar aquedutos construídos há mais de dois mil anos
que serviam para abastecer grandes povoados. Jerusalém já tinha suas cisternas e poços de
água antes mesmo de Jesus passar por lá. Originalmente, o acesso à água era um pouco mais
trabalhoso, mas SEMPRE EXISTIU. As pessoas buscavam água em rios, lagos, lagoas,
riachos, cachoeiras, poços artesianos e coletavam água da chuva e da neve em potes de barro e
argila. Portanto, o acesso à água é essencial para qualquer desenvolvimento na direção da
civilização. E tem algo interessante sobre a água que parece que poucos notaram: ELA NÃO
SOME. Sim, você pode beber toda a água do mundo que ela não vai sumir, sabia? Ela vai sair
de você (pelos métodos que você já conhece) e retornará ao seu ciclo natural (ou seja, todo
aquele papo-furado de acabar a água do mundo é ignorância ambientalista).
Comida: além da água, todos precisam comer para sobreviver. TODOS. Os primeiros passos
na direção da civilização passam também pelo atendimento das necessidades calóricas dos
seres humanos. Originalmente, o homem conseguia comida colhendo de árvores e plantas,
caçando ou pescando. Depois, passou a desenvolver hortas, pomares e a domesticação de
animais. Em seguida, já no alvorecer da história, desenvolveu a irrigação, a pecuária
organizada e a troca para conseguir suprir a demanda por comida. E note que até a forma de
garantir essa oferta de calorias foi um motor no desenvolvimento das sociedades mais
avançadas. O que eu tenho de interessante para dizer sobre a comida (já que eu fiz aquela
revelação bombástica sobre a água) é que, ao longo da vida, a necessidade calórica dos seres
humanos vai de cerca 500 quilocalorias quando bebê e alcança quase 3.000 quilocalorias
diárias quando adultos. Eles têm que satisfazer essa necessidade com proteínas, carboidratos e
gorduras, cada qual com uma capacidade de armazenar energia diferente. Arredondando, cada
grama de proteína e carboidrato que você come tem cerca de 4 quilocalorias, enquanto um
grama de gordura tem 9 quilocalorias. Como cada quilocaloria tem pouco mais de quatro
quilojoules, com um grama de proteína ou carboidrato você consegue jogar futebol durante
aproximadamente um minuto, enquanto um grama de gordura permite que você jogue bola
por dois minutos. Conclusão: para jogar mais bola, coma mais gordura.
Companhia: eu sei que hoje é difícil imaginar que conseguir companhia é uma necessidade
básica para as pessoas. Geralmente a pessoa vai lembrar do quão fácil é conseguir uma
parceira (ou parceiro) sexual e no clima de pegação que existe no mundo ocidental. Além
disso, o século XX parece ter transformado a busca pela formação de uma família em uma
necessidade secundária, de modo que cada vez mais vemos adultos morando sozinhos ou sem
nenhum interesse em se relacionar com alguém (do sexo oposto ou não). Mas não é por isso
que a humanidade deixou a busca pela companhia de lado. O que aconteceu foi que a
satisfação sexual se tornou tão fácil (em algumas partes do mundo) que muitos deixaram de
buscar uma companhia fixa e passaram a procurar várias parceiras variáveis. Contudo, creio
que ainda as mulheres no ocidente e os homens no oriente colocam a formação de uma família
como prioridade em suas vidas, seja por motivos culturais ou demográficos. De qualquer
modo, a busca por companhia continua sendo uma das necessidades básicas dos seres
humanos. Ela nem sempre resulta na formação de famílias (infelizmente), mas as pessoas
continuam tentando sobreviver não só para viver mais um dia, mas para conseguir satisfazer
instintos primários como a reprodução (simulada ou não).
Proteção: é outra necessidade básica de TODO sujeito neste mundo. As pessoas querem
proteção contra todas as ameaças que podem afetar a sua vida e a dos seus entes queridos. A
busca por proteção foi o que fez os primeiros homens criarem roupas, armas primitivas e suas
primeiras moradias, seja se instalando em cavernas ou construindo cabanas simples de
madeira. Essa demanda também é importante porque ela pode motivar um grupo a entrar em
contato com outro para estabilizar suas relações, de modo que ninguém se machuque no caso
de um mal-entendido (sendo ela uma das necessidades que nos motivam a criar governos). De
um jeito ou de outro, as pessoas buscam formas de se proteger daquilo que as preocupam
(principalmente da escassez dessas demandas primárias). Elas têm uma forte propensão a se
sentirem seguras e uma forte aversão ao risco. Isso tanto mais quanto menos abundantes são
os recursos e as informações.
Estabilidade: esqueça tudo que você ouve na mídia e em livros de autoajuda fajutos sobre a
demonização de rotinas ou de burocracias simples. O fato é que tanto a profissão mais simples
quanto a mais complexa envolvem rotinas e pequenas burocracias que não podem ser
colocadas de lado. Geralmente, justamente aqueles que falam que não gostam de rotinas
ficariam felizes se alguém os colocasse em uma rotina adaptada ao gosto deles. Ou encontram
felicidade justamente em rotinas simples, como o ritual de tomar um bom café-da-manhã ou
uma conversa noturna com alguém querido. O que quero dizer é que as pessoas buscam
estabilidade. Elas querem um emprego estável, elas não gostam quando falta água e nem se
empolgam com um racionamento de energia. Mais importante ainda é a certeza de que terão
os meios para conseguir água e comida, e de garantir proteção, para elas e suas famílias, no
dia seguinte e em todos os dias depois dele. Essa é uma das necessidades mais formidáveis
que vieram em nosso software, porque é justamente ela que nos faz pensar em novas formas
de garantir o acesso ao que nos é necessário. Ou seja, é essa busca por estabilidade que, pelo
menos originalmente, fomentou o desenvolvimento tecnológico.
Essas são as demandas que nos afetam a todos. Elas podem ser maiores ou menores em alguns
e algumas delas podem ser mais importantes do que outras em outros. Isso acontece pelas
diferentes experiências de vida que cada um passou e da sociedade onde cada um cresce.
Essas diferenças são comuns e há algo nelas que molda a forma como as pessoas pensam e
tomam suas decisões. O capítulo 5 irá se aprofundar mais nesse assunto, mas vou adiantar
aqui quais são os cinco princípios mais comuns que regem o comportamento das pessoas. O
básico é ter consciência de que o seu código moral (aquele grupo de princípios que você
adota como valores) determina a sua propensão a abraçar um certo tipo de ideologia. E
a sua ideologia determina as suas ideias e ações. Mesmo reconhecendo que as pessoas
podem adotar outros princípios, os mais comuns e conhecidos são: o poder, a igualdade, a
propriedade, a liberdade e a vida. E há um motivo para eles serem os mais comuns: em nosso
processo de amadurecimento, entramos em contato com todos eles em algum momento de
nossas vidas. Nós já viemos de fábrica com a capacidade de assimilá-los, mas eles são
aprimorados e compreendidos ao longo do nosso crescimento. Os primeiros que aprendemos
são os princípios do poder e da igualdade, que são assimilados em nossas relações familiares.
Só depois racionalizamos a importância da propriedade, da liberdade e da vida.
Basicamente, todos nascemos com uma programação que nos faz querer (muito) sobreviver.
Apesar de esse desejo não ser o princípio de respeito à vida, aplicado também à do próximo,
todos temos uma estima muito grande pela manutenção de NOSSA própria vida. Até o
soldado norte-coreano mais cruel entende que ele comete todos aqueles crimes (ou se torna
cego para eles) para manter a sua própria vida, de modo que ele pode não respeitar a vida
como valor, mas pelo menos imagina que todos estimam a própria vida, já que ele tem essa
estima pela dele. O mesmo ocorre com a liberdade e a propriedade. Mesmo que nós não
nasçamos sabendo respeitar a liberdade e a propriedade do próximo, é só entregar qualquer
bugiganga a uma criança de dois anos de idade para ver como rapidamente ela pensa que
aquilo é DELA. Ou como as crianças choram quando têm que devolver o brinquedo do
amiguinho. Essas vontades de ter e de usar nascem conosco, mas não o entendimento sobre
elas e o respeito às vontades dos demais. Um exemplo é como os esquerdistas querem ter
liberdade para ofender e agredir os seus inimigos, mas se sentem ofendidos com qualquer
palavra que fuja do vocabulário deles. Eles sabem o que é liberdade e estimam a deles, mas
não a dos demais. Vejamos mais cada um desses princípios, analisando como eles surgem e
como podem moldar nossas opiniões e ações.
Poder (Controle): o primeiro princípio que aprendemos é o do poder. Nós o assimilamos
instintivamente, chorando e gemendo para conseguir mamar ou para sermos atendidos quando
temos cólica ou algo do tipo. Quando crescemos um pouco, nossos meios de controlar o
mundo e conseguir o que queremos se sofisticam: fazemos manha, birra, queremos chamar
atenção e brigamos. É comum para uma criança tentar controlar o seu meio, já que ela
depende de seus pais e ainda está aprendendo a viver. O problema é quando essa criança
cresce e continua achando que deve controlar os outros custe o que custar. Quando o adulto
acha normal chorar, manipular, mentir ou gritar para ter algum tipo de poder sobre o meio, é
sinal de que ele transformou esse princípio em um valor.
Igualdade: o segundo princípio que aprendemos é a busca por igualdade. Assimilamos a
igualdade tanto por afirmação (com os irmãos, primos e colegas) quanto por negação (com os
pais, tios e demais adultos). Quando crescemos mais um pouco e percebemos que nossos pais
não fazem tudo que queremos (com razão), passamos a desejar a igualdade com eles para
sermos tão “poderosos” quanto eles. Quando as birras, as manhas e o choro não conseguem
fazer com que nossos pais atendam ao nosso desejo, compensamos a frustração com a vontade
de ter direitos iguais aos deles. De modo semelhante, quando eles tratam nossos irmãos de
modo diferente, seja porque são menores ou são do outro sexo, também buscamos ter o
mesmo tratamento. Eventualmente, essa desigualdade pode gerar “traumas” na criança que
fazem ela crescer buscando uma igualdade idealizada no mundo. O sujeito cresce e passa a
dar prioridade a situações que satisfazem essa busca por igualdade.
Propriedade: já mencionei que nascemos com o instinto de “ter” e de “possuir” coisas.
Quando damos algo legal a uma criança, ela instintivamente toma aquilo como dela. Mas só
aprendemos o princípio da propriedade quando começamos a falar e a interagir com outras
crianças com mais frequência. Eu faço parte de um seleto número de pessoas que se lembram
quando começaram a entender o que é propriedade (e que a propriedade comunitária não
costuma dar certo). Quando eu tinha perto dos 9 anos e meu irmão tinha 6, no final da década
de 1980, os brinquedos no Brasil não eram tão baratos como hoje. Eles eram caros e meus
pais se esforçavam para comprá-los. Na época, havia três desenhos que gostávamos de
assistir: ThunderCats, He-Man e Comandos em Ação (G. I. Joe). Claro que nós queríamos
todos os bonecos que os fabricantes lançavam. O que eu posso dizer é que eu lembro que meu
irmão tinha três bonecos que eu gostava, mas que ele nem sempre me emprestava: o Storm
Shadow do G. I. Joe (que nós chamávamos de “ninja branco”), o Mumm-Rá dos ThunderCats
e o Esqueleto do He-Man (que a gente chamava assim mesmo).
Havia outros brinquedos em jogo (ele tinha outras coisas legais, como o helicóptero dos
Comandos em Ação, a tumba do Mumm-Ra e o Gato Guerreiro) de modo que eu, sempre
muito esperto, tive uma ideia genial: como eu tinha brinquedos que ele também gostava, eu
propus a ele que tivéssemos todos eles em comum. Me lembro até da forma que eu vendi a
ideia: “Todo que é meu é seu e tudo que é seu é meu”, falando dos benefícios de poder brincar
com todos os brinquedos sem precisar ficar pedindo ao outro. Ele aceitou e começamos o
experimento. No primeiro dia, eu acordei mais cedo e brinquei com todos os bonecos que eu
mais gostava. Ele não podia reclamar, já que ele podia brincar com todos os outros que eu não
estava usando. No segundo dia, eu acordei mais cedo e fiz a mesma coisa. Foram dois ótimos
dias. No terceiro dia, eu acordei mais cedo, mas advinha quem tinha acordado AINDA MAIS
CEDO? Sim, meu irmão. No quarto dia foi a mesma coisa, já que eu não esperava que meu
irmão três anos mais novo tivesse feito aquilo para responder ao meu plano. Então eu tive
uma segunda ideia genial: naquela noite, eu sorrateiramente “reservei” (escondi) os bonecos
que eu mais gostava para brincar na manhã seguinte.
O que aconteceu depois foi que meu irmão, sempre muito mais inteligente do que eu, logo
aprendeu o meu esquema. Quando eu fui “reservar” (esconder) os meus preferidos naquela
noite, eles não estavam lá. E eu, que também sempre fui bem esperto, matei a charada no ato:
meu irmão estava usando o meu próprio feitiço contra mim. Foi quando eu percebi (muito
mais novo que qualquer um dos meus professores socialistas retardados) que
PROPRIEDADE COMUM É UMA DROGA. Então, depois de algum tempo de sabotagens e
artimanhas, desfizemos o acordo e voltamos a possuir nossos brinquedos nos termos
anteriores. Mas a experiência serviu para a gente saber melhor quais os bonecos e brinquedos
que eram preferidos pelo outro, de modo que passamos a resolver o problema da escassez de
propriedade com uma coisa chamada TROCA. Passamos a trocar bonecos, bases e aeronaves
de acordo com a cotação, que era o nosso conhecimento do quanto o outro apreciava cada um
deles. Então, eu posso dizer que entendi o que era propriedade com as interações com meu
irmão.
Esse entendimento foi solidificado pela educação que recebi dos meus pais. Quando eles me
mandavam comprar pão na padaria, sempre me lembravam que se recebesse troco a mais, eu
deveria SEMPRE devolver, porque se ficasse com ele estaríamos roubando. Do mesmo modo,
quando minha mãe mandava comprar ovos na mercearia do quarteirão, ela lembrava que se eu
quebrasse um dos ovos antes de pagar, eu deveria avisar o dono e pagar por ele também. Por
isso, eu posso dizer que é fácil entender o que é propriedade, até porque é um conceito
menos abstrato do que a liberdade. Propriedade você TEM, você muitas vezes consegue
OLHAR E TOCAR. Nós desenvolvemos toda uma civilização em torno do respeito à
propriedade do próximo, esperando que a nossa também seja respeitada. Desse modo, o
respeito à propriedade tende a ser o primeiro princípio nobre que internalizamos como valor.
Liberdade: junto com a propriedade, aprendemos a liberdade, principalmente quando
passamos a fazer trocas. Eu me lembro que eu achava um pouco estranho quando eu
conseguia trocar um brinquedo que eu já não gostava por um que eu queria muito e que
pertencia ao meu irmão. Só mais tarde eu entendi que havia liberdade nessa relação: ele
livremente escolhia se desfazer de algo que eu queria para receber algo que eu não queria
mais. Digo, como assim ele resolveu trocar o seu “ninja branco” pelo meu Lion (dos
ThunderCats)? Depois eu entendi que aquela transação era vista da mesma forma por ele. E só
algum tempo depois eu me dei conta de que as pessoas são livres para terem o que quiserem e,
inclusive, para não terem nada. Ou para terem algo que nós nem sonhamos querer. O respeito
à liberdade do próximo se torna mais concreto quanto mais nos relacionamos com as outras
pessoas e entendemos as nossas diferenças. Por isso esse princípio costuma ser o próximo que
aprendemos durante nosso crescimento.
Vida: como eu já escrevi, a autopreservação não é igual ao respeito à vida. Nós já nascemos
propensos à nos autopreservar, mas só passamos a dar o devido valor à vida dos demais ao
longo de nosso desenvolvimento. Há muita gente que teve a sorte de (assim como eu), apesar
de não ter nascido em berço de ouro (nem de prata, nem de bronze), foi criada por pessoas tão
maravilhosas que conseguiu aprender que esse instinto de autopreservação pode e deve ser
projetado em outras pessoas. O que eu vejo é que muitos que não aprenderam a importância
da vida na infância acabam aprendendo quando formam suas próprias famílias. Os pais têm
estímulos instintivos para proteger a vida dos filhos de forma até mais aguerrida que eles
defendem a própria. Portanto, a valorização da vida é um dos estágios mais nobres do
desenvolvimento do indivíduo. Quando deixamos de ver a necessidade de ter relações
pacíficas com os demais por motivos utilitaristas e passamos defendê-las por entender a
importância da vida alheia, finalmente estamos prontos para a vida saudável em
sociedade, pois assimilamos o princípio da valorização da vida.
Portanto, não entenda o indivíduo nem como um psicopata louco e impossível de
compreender, nem como um ser santo e sem defeitos, cujos erros são sempre justificados pelo
caminho que ele percorreu. O indivíduo é alguém como você, com desejos parecidos e
funcionamento similar. O processo usado por ele para tomar uma decisão é parecido
com o seu, levando em conta os valores e ideias que ele assimilou ao longo da vida dele.
Ele também bebe água e come comida. Ele também quer companhia, proteção e estabilidade.
Do mesmo modo que você, ele quer ter controle sobre o próprio destino, busca igualdade com
os seus pares, quer ter coisas e fazer o que lhe parecer melhor. E, acima de tudo, ele quer
sobreviver nesse mundo de recursos escassos, incertezas e acidentes, assim como você.
2.3. Sobre o Governo e a Política
Agora que temos uma noção melhor do que é o indivíduo, podemos falar sobre o governo. As
duas perguntas principais que devemos responder são: o que é o governo e o que o legitima?
Primeiramente, entenda que governo é a organização que conduz um grupo de
indivíduos (que podem formar um estado, uma cidade ou uma empresa) no que diz
respeito àquilo que pode afetá-los mutuamente. O modo como as pessoas podem se
conduzir nesse governo é a política. E política é o conjunto de relações que resultam nas
ações desse governo (o termo vem de polis, que era onde a sociedade grega centralizava
as decisões que afetavam a todos). Ou seja, basicamente, política é o grupo de regras que
existem para governar uma cidade ou estado. Então, quando existe uma necessidade de
governar em um espaço geográfico, as formas usadas para tomar as decisões estão na
política.
Veja, as decisões tomadas pela política são aplicadas para governar um local. Então, o
governo é a ação do que é decidido a partir da política. Governo e política são ditados
pela cultura moral das sociedades: se a moralidade permite que pessoas sejam mortas
por um “bem maior”, ou que suas liberdades sejam diminuídas, a política e o governo
irão possuir formas para fazer isso; se o código moral determina que a vida e a liberdade
dos cidadãos devem ser respeitadas, a política e o governo terão meios de protegê-los.
Por exemplo, se o governo da Bananalândia tem poder para proibir restaurantes de expor seus
clientes àquele mineral perigoso e radioativo chamado “sal”, é porque a política tem meios
para isso e essa política é respaldada pela moralidade de quem tem poder para decidir. Se o
governo pode punir seus cidadãos porque não estão com o farol do carro aceso num belo dia
de sol, é porque os políticos estão atuando numa realidade onde é socialmente aceitável fazer
esse tipo de coisa. Se o estado pode proibir os pais de uma criança doente de buscar
tratamento em outros países, condenando-o ao desligamento dos aparelhos que o mantém
vivo, é porque as coisas já saíram do eixo faz tempo.
Por que eu estou dizendo isso? Porque é inevitável que o padrão moral de uma sociedade
respalde a forma de fazer política e o poder que o governo tem de agir sobre o espaço
geográfico sob sua influência. Então, preste atenção: quando falamos de governo,
estamos falando da imposição de uma moralidade em uma cidade ou estado. ISSO É
INEVITÁVEL. Note que o conflito é inevitável quando há um choque de padrões morais: se
o governo atua no sentido de proteger a propriedade privada, isso vai contrariar aqueles que
querem ver a destruição da propriedade privada (esquerda e socialistas). Se o governo força
uma política de aborto em hospitais públicos, isso contraria aqueles que têm a defesa da vida
como um valor.
Portanto, relaxe: vai haver obstáculos e muitos esquerdosos vão choramingar porque
queremos proteger a propriedade deles e garantir a liberdade do povo. Mas se sempre a
ação governamental vai ser controversa, o que podemos usar como régua para julgar qual é a
situação mais justa? Precisamos responder outro dilema moral: as políticas de direita
geralmente vão respeitar a vida, a propriedade e a liberdade até dos que não respeitam nada
disso (desde que se comportem). Numa sociedade capitalista livre, os cidadãos socialistas
sempre podem juntar dinheiro, comprar uma fazenda bem grande e viver em comunhão total
dos bens (deles), desde que não pensem que toda a propriedade é coletiva. Já numa sociedade
socialista, você não pode reservar para si algo que as autoridades julgam que deve ser
compartilhado. Na distopia estúpida dos socialistas, você nem pode decidir qual profissão vai
seguir. O governo (ou a sociedade) faz isso por você.
Dito isso, qual situação é mais justa na sua opinião? Não importa a origem do seu código
moral, responda sinceramente: qual é a situação que parece atender melhor à justiça? Uma em
que a pessoa está livre para seguir sua felicidade, mesmo que seja numa estupidez comunista
em uma fazenda no meio da montanha, ou uma em que o cidadão não é livre nem para
escolher onde irá trabalhar? É o mesmo caso do desarmamento: quando uma pessoa de direita
não gosta de arma, ela não compra arma; quando uma pessoa de esquerda não gosta de arma,
ela quer proibir TODOS OS DEMAIS de possuírem armas.
O governo moralmente legítimo é aquele que vai respeitar a vida, a liberdade e a propriedade.
Por outros fatores morais, uma pessoa à direita pode resolver seguir as imposições imorais de
um governo de esquerda, mas esse não é o ponto aqui. O ponto é que parece ser mais justo um
governo que deixe os cidadãos em paz para perseguir seus sonhos do que um em que ele toma
decisões pessoais para seus “súditos”. Reflita sobre essa questão: “Um governo que impõe
valores de liberdade àqueles que querem ser escravos, é legítimo?”. A resposta é que
num governo livre, até quem quer ser “escravo” tem liberdade para tal.
No governo livre, se o doido quer fazer carinho no mundo deixando de usar sacos
plásticos, ele pode; ele só não pode forçar os outros a serem estúpidos como ele. Se o
doido acha que o sal faz mal para saúde, ele sempre pode parar de comer sal; o que ele
não pode é forçar as outras pessoas a fazerem o mesmo. Se o doido quer um quintal cheio
de árvores, ele pode comprar uma casa e plantar árvores; ele só não pode forçar os demais a
reservar suas propriedades às fantasias doidas dele. Se o doido quer proteger sua família com
flores e viver na expectativa de que sempre haverá um policial perto de cada crime, ele pode
viver assim; ele só não pode desarmar os demais porque ele é um imbecil. Viram só? O
governo livre domina!
Retornando à pergunta: o que justifica o governo? Suponha que o mundo acabou e começou
novamente com sua família e mais as famílias de cinco amigos, que ficaram em uma ilha com
espaço limitado e que precisam viver em harmonia. Existe uma necessidade de “usar sua vida
como variável” para criar um governo? Não. Mas existe uma necessidade de defender a vida
da sua família que poderia justificar um acordo com os demais, não é? Existe uma
necessidade de “tirar sua liberdade de caçar” para criar um governo? Não seria o contrário?
Existe a necessidade de defender seu direito de caçar para que você possa alimentar seus entes
queridos. A necessidade de proibir o uso de sal é uma justificativa para a criação de um
governo? Claro que não. Mas a necessidade de garantir a sua propriedade é uma demanda
legítima para a formação dele.
Do que acabei de dizer, acho que está claro que as demandas da esquerda não são
legítimas porque (na maioria das vezes) não justificariam a criação de um governo. São
perversões criadas que visualizam a degeneração do governo até que ele se torne
completamente ilegítimo. A menos que se considere legítimo um governo que busca a
escravidão e a servidão das pessoas. E eu estou falando aqui do conceito mais teórico de
governo. Um governo socialista ou de esquerda costuma ser centralizador e excluir os
cidadãos da representação política. Eles falam em democracia direta, mas os escravos só
podem escolher aquelas propostas que interessam à liderança socialista.
Mas existem governos legítimos e eles servem a um propósito. Entendo que quando vemos os
debates políticos contemporâneos, questionamos essa legitimidade, afinal, os políticos falam
tanta coisa irrelevante que às vezes parece melhor nem ter um governo mesmo. Mas isso é
uma ilusão. O problema não é o conceito de governo: o problema é aquilo em que nossos
governos se transformaram (graças à corrupção dos valores da sociedade). Então, para um
melhor entendimento do que é governo e do que consiste a política, é necessário ter em mente
DE FORMA BEM CLARA a lista de necessidades que justificam o governo e as demandas
que legitimam a conversa entre as organizações políticas formadas para facilitar a convivência
em sociedade.
O que muitos esquecem (ou nem sequer chegam a considerar) é que existem três premissas
(ou verdades) que dão origem ao governo. Não necessariamente ao governo que você conhece
(esse monstro estúpido que quer controlar até o que você come), mas ao governo dos cidadãos
diretamente interessados na combinação mútua das regras de convivência em uma região
delimitada. Essas premissas são válidas para justificar todas as gerações do governo, desde a
criação de um condomínio, até a formação de uma cidade, de um estado ou de um país. Antes
de você ler quais são essas verdades, se pergunte: para você, o que justificaria a formação de
um corpo administrativo para gerenciar suas relações com os vizinhos e moradores mais
próximos?
Vamos usar o exemplo do mundo pós-apocalíptico onde restou (que você saiba) apenas a sua
família mais as famílias de cinco amigos seus. Só que não pense que esses cinco amigos
sejam aqueles mais chegados a você. Suponha que esses cinco amigos, na verdade, são cinco
“colegas” que você até conhece, mas que nunca chegou a interagir muito. Você realmente
acha sensato viver sua vida sem combinar algumas regras com esses “colegas”? Imagine,
como no exemplo original, que vocês estão em uma ilha, mas que cada família encontre uma
casa já construída para morar. Você está disposto a deixar a segurança e a expectativa de
subsistência da sua família nas mãos da esperança de que os vizinhos vão sempre se
comportar e respeitar o seu trabalho?
Nesse estado original de convivência, sem governo, você está literalmente em uma anarquia.
O que significa que o que se aplica é a lei do mais forte (ou a do mais esperto). O que vai
impedir o vizinho de tentar roubar o que é seu são os valores morais que ele tem. O que vai
impedir o seu colega de construir uma casa (para os filhos dele, por exemplo) na extensão de
terra que você “pensava” que era sua é a sua força em relação à dele. O que vai evitar
acidentes em áreas de caça é a sua disposição (e a dos demais) em se avisar mutuamente que
em tal território haverá disparos de armas de fogo. Suponha que haja uma pequena lagoa no
centro da ilha que você costuma usar para se banhar e lavar suas roupas. Se você mora no
Brasil, você SABE que existem pessoas suficientemente SEM NOÇÃO para, de repente, usá-
la para despejar lixo e esgoto. Como evitar esse tipo de coisa? Para ajudar você a responder
essa pergunta, considere as seguintes afirmações (que são as três verdades das quais falei).
1) Pessoas se reúnem para o convívio pacífico (inevitavelmente): em primeiro lugar, saiba
que é UM FATO que as pessoas se juntam para viver em paz. Isso acontece no seu prédio, no
seu condomínio, no seu bairro, na sua cidade e em todo lugar onde as ações das pessoas se
afetam mutuamente. No exemplo que eu dei (da ilha com cinco conhecidos), já é esperado
que haja problemas para sua integridade e a de sua família se os habitantes não combinarem
algumas regras. Mas o fato é que nem sempre você conhece os seus vizinhos. E se as outras
cinco famílias seguirem o islamismo e quiserem forçar você a seguir as regras delas? E se as
outras famílias forem daquelas que aproveitam situações de anarquia (como aconteceu
recentemente na Bahia e no Espírito Santo) para roubar lojas e casas? E se os seus vizinhos
forem ex-presidiários com forte disposição para arrumar confusão e prejudicar os demais? Por
mais que alguns tenham sido levados a simpatizar com o anarquismo diante dos excessos do
governo brasileiro, o fato é que as pessoas se reúnem para o convívio pacífico. E isso é
INEVITÁVEL. As próprias interações e confusões que OCORRERÃO ao longo do tempo
farão com que os sujeitos que moram mais perto demandem uma conversa para estabilizar
suas relações e conviverem pacificamente.
2) Convívio pacífico demanda o estabelecimento de limites e regras: a segunda verdade
que é importante ter em mente é que o convívio pacífico tem raízes no estabelecimento de
limites (como, por exemplo, a proibição do roubo) e regras (como as normas para o uso da
lagoa comum ou o aviso de que em tal lugar haverá gente caçando). O convívio pacífico não
será alcançado se os agentes que moram suficientemente perto não combinarem certas regras
para normalizar a interação entre eles. Por exemplo, você que mora em prédio pode imaginar
a política de convivência nesse hall que fica do lado de fora da sua porta, compartilhado com
os outros vizinhos. Se um deles simplesmente joga lixo ou vomita na frente da sua porta, você
acha que ele deve ficar impune? O hall em frente à sua porta não é apenas seu. Você pode
retaliar e fazer o mesmo na frente do apartamento dele, mas você quer mesmo viver assim?
Ou então, se você mora em casa, imagine o vizinho fazendo barulho durante a noite toda.
Suponha que ele promove “bailes funks” três dias por semana, com o som lá no alto, e que
isso não permite que seus filhos durmam. Você quer viver assim? Quando pessoas moram
próximas umas às outras, surgem casos que precisam ser conversados mutuamente para que
exista pelo menos a expectativa de uma convivência pacífica.
3) Estabelecimento de limites e regras é específico para as áreas comuns. Ou seja:
existem bens de propriedade coletiva. Você tem parte, direitos e deveres na gestão da
propriedade coletiva. Essa afirmação pode ser um choque para alguns anarquistas, mas, sim,
existe propriedade coletiva. E na maior parte das vezes, ela é natural, no sentido de que você a
herda e nem sabe como. Propriedade coletiva não é socialismo: empresas de capital aberto,
negócios de família e os bens que um casal acumula são casos de propriedade privada mantida
coletivamente. Então, não se assuste se você está tendo consciência agora de que existem bens
mantidos coletivamente e que eles são bem normais. E a grande questão é que esse
estabelecimento de limites e regras tão necessário ao convívio pacífico afeta
ESPECIFICAMENTE e FUNDAMENTALMENTE esses bens comuns. Originalmente, as
pessoas não se reúnem com as outras para inventar regras que serão seguidas DENTRO de
suas casas. O que elas querem é uma estabilidade de convívio naquelas áreas em que elas
podem se encontrar com as outras. E essas são as três premissas da formação de governos.
Para desenvolver melhor esses conceitos, vamos falar das gerações de demandas que surgem e
como elas justificam a existência de governos. As demandas de primeira geração são aquelas
que surgem no exemplo da ilha, ou de um condomínio recém-saído da anarquia, ou da
organização espacial entre qualquer grupo pequeno de pessoas. São as demandas ORIGINAIS
por uma estabilidade nas relações entre os vizinhos e moradores de um espaço. As de segunda
geração são as que surgem quando uma ilha encontra outra ou quando um condomínio passa a
ter relações com outro. Elas devem começar a pensar: o que fazer diante do potencial perigo,
como funcionará o juízo para as relações entre as comunidades e de quem é o espaço entre
elas. Enfim, a terceira geração de demandas surge quando esse grupo de ilhas ou condomínios
encontra outros grupos parecidos, que cria a necessidade de pensar de uma forma mais séria a
questão da representatividade e da gestão do espaço eles.
Demandas de 1ª Geração (caso da ilha ou do condomínio): para entender as demandas de
primeira geração, vamos voltar a supor aquele caso de uma grande catástrofe e que a sua
família ficou confinada com outras cinco em um condomínio ou uma ilha. Todos acham que
são as últimas pessoas na terra e os escombros ao redor de vocês faz com que pensem que não
há mais muita coisa a buscar além de alguns quilômetros de distância. Vamos supor que as
seis famílias sejam formadas por um casal com filhos menores, de modo que todos os adultos
já atenderam de alguma forma as suas demandas por companhia. Ainda assim, cada uma delas
consegue se organizar internamente para garantir o próprio abastecimento de água, de comida
e do que é necessário para se proteger do frio e do tempo. No caso, a proximidade entre os
moradores e a pouca complexidade das relações permitem muitas soluções informais e que
tornam desnecessárias medidas mais sofisticadas. É importante entender a possibilidade de
conflito, caso não haja acordo entre os moradores, mas também devemos reconhecer que as
pessoas têm uma grande disposição a evitar confrontos. Nessa situação, podemos concluir
duas verdades acerca do processo de construção da convivência pacífica:
Em primeiro lugar, tudo que não for reconhecido como de uso exclusivo de cada uma
das famílias, será imediatamente considerado como propriedade pública (ou seja,
propriedade de todos, no sentido de que todos os adultos têm a mesma prerrogativa de
uso sobre ela). E é nesse lugar público que ocorrerão todas as interações entre as
famílias que criam a demanda por um estabelecimento de regras.
Em segundo lugar, que os limites dos acordos entre esses primeiros membros do
condomínio ou da ilha são justamente aquilo que cada um deles já faz para atender as
suas necessidades primárias, conforme vimos ao falar do indivíduo. Isso significa que
ninguém vai abandonar seu direito de adquirir água e comida, ou de garantir a proteção
dos seus entes queridos.
Ou seja, se antes de entrarem em contato as famílias tinham poços artesianos ou pequenas
lagoas na fração de terra que tomaram para elas, elas jamais vão abrir mão de seus direitos
sobre eles. Já se antes de entrarem em contato todas elas colhiam a água de um rio mais
extenso ou de um lago maior, nenhuma vai aceitar que as outras tirem delas o acesso ao lago
ou ao rio. Se houver insistência de um para ter a água do poço construído por outra família na
propriedade dela, ele será recebido com violência. Do mesmo modo, se uma das famílias
quiser impedir as outras do acesso ao rio que era usado por elas como fonte de água até o dia
anterior, a reação tende a ser violenta. O mesmo ocorre com a fonte de calorias: haverá
conflito tanto se uma das famílias quiser proibir as outras de caçar (por amor aos
animaizinhos) quanto se quiser reservar toda uma floresta para ela sendo que as outras
famílias a utilizavam antes de entrarem em contato. Uma coisa é a prerrogativa que uma
família tem sobre uma plantação, mesmo que bem extensa, criada e mantida por ela nessa
situação primitiva. Outra coisa é a pretensão de alguém de se apossar de toda uma floresta,
SEM COMBINAR NADA COM NINGUÉM, para fazê-la de reserva individual.
Então, as demandas que surgem na direção de um governo vão sempre tentar regular as
interações entre as famílias no território comum e NUNCA vão atuar para prejudicar os
esforços dos indivíduos para garantir o suprimento de suas necessidades primárias.
Disso, podemos dizer que as três demandas originais por um governo são as seguintes:
1) Regras de Convivência entre os Moradores (o que pode e o que não pode fazer na
interação com os demais moradores na área comum): essa é a primeira demanda que surge
quando um grupo de famílias se encontra em um espaço delimitado. Quais são as regras de
convivência e relacionamento entre os moradores? Quais são as infrações e as penalidades? O
que fazer com o vizinho barulhento ou o arruaceiro? O que fazer quando um morador comete
uma agressão contra o outro? Você aceitaria viver em um condomínio sem regras? No
exemplo da ilha, você concordaria em não criar regras de convivência? Se sim, você não vai
poder reclamar se pegar os vizinhos pelados no playground onde seus filhos estão brincando.
Não vai poder se queixar quando o vizinho quiser entrar peladão no elevador onde está a sua
esposa. O que podemos afirmar é que inevitavelmente surgirá uma demanda por regras para,
pelo menos, garantir que ninguém faça as necessidades na calçada ou que use o elevador
como banheiro.
Então, logo de cara vai aparecer a necessidade de os moradores criarem algum tipo de
protocolo que dirá como se darão essas relações no espaço comum, inclusive com penas e
castigos para aqueles que não cumprirem a sua parte do acordo. Quanto a isso, o mais sensato
é esperar que as pessoas persigam o seu direito de AUTODEFESA (portar armas) e de
EXECUTAR O ACORDO (para corrigir uma infração), informando aos demais do ocorrido.
O condomínio pode exigir algum tipo de diligência para dar consentimento aos castigos, mas
é de se esperar que ainda não exista a necessidade de criar uma polícia ostensiva para manter
a SEGURANÇA INTERNA.
2) Regras de Uso da Propriedade Pública (hall, escadaria, elevadores, muros, caminhos,
ruas, garagem): além da criação de regras para estabilizar as relações entre as pessoas, é
necessário estabelecer as regras de uso do que é público na ilha ou no condomínio. Como já
vimos, tudo que não for reconhecido como propriedade exclusiva de um dos moradores passa
a ser automaticamente visto como propriedade pública. Isso evita que um vizinho construa um
aterro de lixo ao lado da sua casa ou que um estranho venda a passagem de saída de sua
garagem para alguém. Veja o seguinte caso: se você está lendo este livro, é porque
provavelmente você defende a propriedade privada, não é? Você acha legítimo que os
proprietários façam praticamente qualquer coisa com o que têm, certo? Então imagine que
alguém compre o espaço imediatamente em frente à porta do seu apartamento (ou a rua onde
fica a sua casa). Se ele não for com sua cara, ele pode proibir você de transitar no espaço que
agora é dele. Ou então, ele pode cobrar de você cada vez que passar por ele.
Há duas soluções para esse problema: a primeira é você relativizar o seu conceito de
propriedade e dizer que é legítimo que o condomínio tire tal poder do proprietário. É inventar
uma “função social” para a propriedade para justificar “regras de uso” da propriedade privada
em seu condomínio. Creio que essa seja a solução socialista para o problema. A outra solução
é determinar quais são as áreas que devem ser mantidas coletivamente e que são essenciais
para a manutenção da convivência pacífica entre os moradores. O mesmo vale para ruas e
calçadas. Ou você permite que se venda as ruas e calçadas, deixando que os humores dos
proprietários isolem moradores em suas casas (não estou dizendo que isso sempre vai
acontecer, apenas que essa é uma possibilidade), ou você permite a venda e alega uma
“função social” para o uso de alguns bens, ou você “concede” o direito de exploração da
propriedade pública, determinando as regras (já que o bem continua sendo de todos).
É legítimo e saudável que alguém deixe sentimentos pessoais influenciar em sua decisão do
que fazer com o que possui. Você pode querer não emprestar este livro para ninguém, por
exemplo. Isso é legítimo. Você pode deixar de atender seus inimigos no seu restaurante (ou
deveria poder). Um dono de confeitaria cristão pode se negar a fazer um bolo de casamento
para um casal de homossexuais (ou deveria poder, em um mundo livre). Um homossexual
pode fazer um bar onde é proibida a entrada de mulheres (e isso existe). Na sua empresa, você
pode contratar seus parentes, a despeito do mérito que eles têm, deixando de fora pessoas
mais qualificadas. No bar do Zé, ele deveria poder liberar o cigarro em todo o ambiente. Isso é
SER DONO. Isso é ser PROPRIETÁRIO. Mas quando a comunidade resolve vender uma
área que afeta diretamente o trânsito dos moradores, ela não pode reclamar quando tiver que
inventar “funções sociais” para a propriedade, nem quando tiver que comprar helicópteros
para sair de suas casas.
3) Regras de Manutenção da Propriedade Comum (limpeza, manutenção e conserto dos
bens comuns): a terceira demanda que surge é por um acordo sobre como cuidar da
propriedade pública. Ou, basicamente, estabelecer quem fará a manutenção e quem pagará por
ela? Respondendo primeiro à pergunta mais simples: quem paga pela manutenção? Oras, os
moradores e condôminos. A taxa do condomínio é o primeiro imposto que deve ter surgido.
Portões, halls, garagem, paços comuns, elevadores, escadarias, muros, caixas d’água, tudo
isso serve ao propósito comum. E note que no governo original não existe imposto
progressivo, já que todos se veem como iguais e portadores dos mesmos direitos e deveres.
A segunda pergunta, quem faz a manutenção, já oferece mais opções. Os moradores podem
querer contratar um deles para fazer os consertos ou podem dividir as tarefas entre as famílias.
O que importa aqui é saber que as pessoas irão buscar por uma DEFINIÇÃO. Os condôminos
podem querer varrer o hall na frente de seus apartamentos ou podem contratar alguém para
fazer isso. Eles podem cuidar eles mesmos do lixo ou pagar alguém do condomínio para
executar essa tarefa. Eu sei que as pessoas costumam pensar que viver sem regras não
costuma causar problemas, mas quando o vizinho acumula tanto lixo no quintal dele que os
ratos passam a invadir a casa delas, logo elas mudam de ideia.
Demandas de 2ª Geração (caso da vila ou da cidade): uma vez encontrada a paz em nosso
condomínio ou na nossa ilha, podemos considerar a possibilidade de outras comunidades. O
conhecimento de outras comunidades estranhas ao nosso acordo gera tensões que devem ser
resolvidas. A intenção continua sendo a convivência pacífica, mas há três coisas que precisam
ser acordadas entre as comunidades para que haja estabilidade nas relações. Em primeiro
lugar, o conhecimento de que existem outras pessoas no mundo gera a necessidade de defesa
contra possíveis ataques. Claro que a estrutura de defesa externa será adequada ao que se
conhece sobre os “de fora” e os recursos disponíveis para a proteção da comunidade. Em
segundo lugar, é necessário delimitar as zonas comuns entre as ilhas ou condomínios que se
encontram. Os moradores passam a considerar que a propriedade comum não é apenas aquilo
que se coloca entre eles, mas também a periferia da sua comunidade, até para garantir uma
defesa melhor no caso de uma agressão externa. Mas as pessoas também devem decidir de
quem é e como serão mantidos os territórios entre as comunidades. Enfim, será necessário
definir a forma de julgamento para as querelas entre os moradores de lugares diferentes.
1) Defesa ou Proteção (qual a política de segurança do condomínio): eu sei que alguém
pode ter estranhado a ausência de algo como SEGURANÇA ou DEFESA EXTERNA entre as
demandas de primeira geração. Mas isso se justifica pelo exemplo não levar em consideração
o conhecimento de estranhos. O condomínio se forma com a ideia de que não existem outros
povoados para lhes oportunar. Mas quando ele descobre que existem outros grupos, passa a
haver uma necessidade de se proteger de quem é “de fora”. O conceito de defesa externa é tão
importante que surge já na segunda geração de governos. As cidades-estados gregas tinham
cada uma sua organização militar e os romanos mais antigos criaram as centúrias para
proteger os seus domínios. Ninguém está falando que todo o “de fora” é ruim e que todos
devem ser combatidos ou excluídos. Claro que não: a interação e o comércio são bons para a
prosperidade de qualquer comunidade. Entretanto, o que muitos falsos libertários parecem
pregar é que toda a cultura e todo o elemento que vem “de fora” são bons e nunca representam
perigo. Pensar assim é uma estupidez que não resiste à primeira epidemia de ebola ou de
zumbis. Quando nossos condomínios e ilhas passam a ter conhecimento uns dos outros, eles
imediatamente passam a considerar a possibilidade de serem agredidos. E essa agressão pode
vir de duas formas: a invasão de gente estranha ao nosso meio e o ataque aberto contra os
nossos domínios.
Políticas de acesso e imigração surgem logo nos primórdios da civilização e estão
relacionadas à segurança dos cidadãos. É importante estar ciente de que, se tudo aquilo que
está em torno de nossas casas é propriedade coletiva do condomínio (ou da cidade), uma
invasão não agressiva que busca se apropriar de parte dela nem sempre será bem-vinda. Além
disso, o local pode não ter estrutura para receber mais pessoas. Questões de saúde também
justificam políticas de acesso. Você não vai querer que um não-morador com uma doença
fortemente contagiosa durma na frente da sua casa, arriscando a vida de sua família. Muitos
idiotas tentam ser politicamente corretos e pregam a assimilação de valores de qualquer
cultura, mas tenho certeza que moradores que seguem profetas pedófilos ou que matam bebês
vivos não vão acrescentar nada no MEU condomínio. Mas além da invasão não violenta, é
igualmente necessário estabelecer protocolos para defender o condomínio ou a ilha contra
eventuais ataques. Nessa etapa inicial da formação do governo, não é de se esperar que haja
mercenários ou exércitos permanentes, mas que cada morador se responsabilize pela defesa
do espaço público. A demanda por defesa contra agressões externas surge logo no processo
inicial de formação de governos, quando os povoados se dão conta da existência de outros
(que podem representar ou não um perigo real).
2) Demarcação de Fronteiras e do Espaço Público (de quem é e como manter o espaço
comum entre as comunidades): na busca pela convivência pacífica, a outra coisa que terá
que ser decidida é de quem é o espaço entre as comunidades. Primeiramente, por motivos de
segurança, os moradores tendem a considerar os arredores da ilha ou do condomínio como
espaço de segurança, de modo que quanto mais próximo for um território da comunidade,
mais os moradores tenderão a não abrir mão dele em um acordo com as demais. Contudo,
supondo uma certa proximidade entre as comunidades, haverá espaços que terão que ser
loteados nos mesmos termos que vimos na formação do condomínio e da ilha. São os espaços
que se tornam públicos e cujas regras de uso deverão ser estabelecidas entre as comunidades
que entram em contato. Daí, surge o segundo movimento para a demarcação (ou não) de
fronteiras. E as comunidades podem achar melhor ter tudo como público ou combinar uma
linha que as separe da forma que todos concordem. O pouco espaço que separa as
comunidades faz com que a decisão esperada seja pela manutenção comum do território, mas
é importante entender o que pode forçar os moradores a optar por fronteiras bem definidas.
Podemos considerar o caso de duas ilhas próximas. Separando uma porção de água ao redor
das ilhas para fins de segurança como propriedade de cada ilha, o que fazer com o restante das
águas que as separam? O que definirá os termos do acordo serão os recursos que se encontram
nesse espaço que servem para atender aquelas necessidades primárias de cada uma das ilhas.
Nesse caso, existem peixes em todo o canto, de modo que uma divisão no meio do caminho
entre elas não causaria um prejuízo a nenhuma das comunidades. Também não se fala de
“manutenção do mar” ou das vias marítimas, de modo que a demarcação de uma fronteira no
meio do caminho é quase indistinguível da assunção do mar que separa as ilhas como
propriedade pública. Portanto, tanto faz (em termos de atendimento das necessidades
primárias) marcar uma linha entre as ilhas para elas fingirem que são dois países (sendo que
as relações entre os habitantes ainda terão que ser concordadas) ou a manutenção do mar em
comum.
Mas quando a situação se dá em terra, a coisa muda de figura. Os recursos entre os dois
condomínios nem sempre são uniformemente distribuídos. Se fossem, as mesmas regras de
divisão do mar se aplicariam aqui também. Mas suponha que os filhos dos habitantes da
primeira geração cresceram e tiveram seus filhos. Os moradores da primeira comunidade
passam a ter que buscar proteína na floresta que fica mais próxima do segundo condomínio, já
que não há vegetação com abundância de caça nas cercanias de onde eles moram. Os
habitantes da segunda comunidade têm facilidade para obter caça, mas para construir as casas
dos seus filhos e netos, eles devem se locomover até a pedreira que fica mais perto do
primeiro condomínio. Passa a ser vantajoso para todos a manutenção do espaço entre os
condomínios como propriedade pública, com a criação de regras de uso e convivência.
Inevitavelmente, os moradores se interessarão em estabelecer regras para estabilizar as
relações com os “de fora”. O processo será parecido com o modelo seguido pela primeira
geração de moradores. Do mesmo modo, poderá haver conflito se não houver concordância.
Uma pressão para a formação de uma cidade envolve, por exemplo, a disposição dos
moradores do primeiro condomínio de não abrirem mão do uso da floresta que fica próxima
ao segundo condomínio. O mesmo servirá para a ilha que tem que navegar para mais perto da
outra ilha para conseguir seus peixes, já que no mar que a circunda eles pararam de ser
abundantes. Haverá, então, uma tendência de criação de comunidades políticas mais amplas
tendo em vista a busca pela convivência pacífica e do uso dos recursos para atender à
subsistência das famílias.
3) Manutenção da Justiça (como serão resolvidas as queixas entre os habitantes de
comunidades diferentes): a terceira demanda da segunda geração de governo é a criação de
um sistema de justiça que não deixe ninguém em desvantagem nas suas queixas contra
moradores das outras localidades. No governo original, a justiça tende a ser bastante informal
e até privada. Quando se vive em uma comunidade com algumas poucas famílias é mais fácil
conseguir transparência no julgamento de crimes e na punição de infratores. Mas com o
estabelecimento de relações com outras comunidades, como funcionará o arbítrio de conflitos
entre moradores de locais diferentes e como será garantida a imparcialidade? Os moradores de
um condomínio podem querer favorecer os seus vizinhos em detrimento dos moradores do
outro. As comunidades podem ter religiões conflitantes, causando decisões injustas ou
parciais nas querelas entre os seus moradores. É principalmente nessa fase do governo que o
sistema judiciário se desenvolve. Os moradores de todas as localidades buscarão a criação de
regras de julgamento, PRINCIPALMENTE: (1) os critérios para a escolha dos juízes, (2) os
casos em que as partes podem solicitar a troca do juiz escolhido, (3) o número de testemunhas
ou a qualidade das provas que validam uma condenação, e (4) qual PUNIÇÃO receberão os
juízes que deliberadamente julgarem contra a norma estabelecida. É importante entender
que originalmente todos queriam, sim, uma justiça de vingança, que buscasse ressarcir o
prejuízo sofrido, e que a busca por juízes imparciais surgiu para garantir os direitos dos
ofendidos e não dos agressores.
Quando as comunidades passam a conversar, é normal que se ampliem as relações, que se
desenvolvam contratos e que aumentem as trocas entre elas. Mas também é comum que
surjam conflitos e desentendimentos. No processo de formação do sistema de justiça, as
regras de convivência e de uso do que se tornou propriedade pública devem ser estabelecidas
e divulgadas entre os moradores da comunidade ampliada. Cada qual deve saber o que fazer e
o que não fazer no trato com os demais moradores, bem como o que acontecerá caso ele
decida infringir as regras. Essas regras, mais uma vez, devem atender àquelas demandas da
primeira geração, ou seja, não podem comprometer a capacidade de ninguém de satisfazer as
suas necessidades primárias com o esforço do seu próprio trabalho e com os meios que
dispõe. Os moradores de uma ou outra comunidade nem aceitariam isso, na realidade. Por
exemplo, não existe espaço na formação dos governos para demandas como a proibição de
fogos de artifício, a proibição de animais em circos itinerantes ou o estabelecimento de
salários mínimos. Nem da regulação da produção de pão ou a proibição de fumantes em
recintos comerciais. NÃO HÁ. O juízo surge com a premissa esquecida de que todos buscam
atender as suas necessidades primárias e são responsáveis por isso. Portanto, a justiça não
surge com a pressuposição de que todos respeitam os direitos dos demais, mas de que, na
busca pelas satisfações das próprias necessidades, eles fazem justamente o contrário
(atropelam os direitos dos outros) e de que é JUSTO e LEGÍTIMO que haja punições
para essas pessoas.
Demandas da 3ª Geração (caso do estado formado por cidades afastadas): os povoados
formados por comunidades próximas podem se consolidar e buscar ter relações com outros.
Esse grupo maior de comunidades pode formar uma cidade bem grande ou até um estado. As
demandas que surgem para essa nova formação política servem também para as organizações
que podem surgir depois, como países ou confederações. Quanto mais se afasta da
formação inicial do governo, mais se torna necessário criar limites e controles para
garantir que as demandas originais sejam protegidas. Para garantir isso, foram criadas
constituições escritas, traçando uma linha de atuação para os governos formados por várias
unidades menores (apesar de poucos países terem feito isso de modo bem-sucedido. As
constituições criadas no Brasil, por exemplo, mais parecem o resultado da ação de macacos
aristocratas querendo parecer civilizados). É por isso que é comum que as constituições
tenham sempre aquele esquema básico com a estrutura de governança, a definição do
processo eleitoral e uma carta de direitos que devem ser preservados. A carta de direitos é a
única coisa herdada das formas originais de governo, enquanto a declaração da governança e
definição da forma de representação aparecem agora para dar transparência ao tipo de
relacionamento que as diversas partes terão nessa organização.
1) Definição da Governança (como funciona a administração do estado): finalmente,
quando as pessoas se reúnem para o convívio pacífico, elas devem estabelecer um sistema de
governança. Com isso, não estou falando da política de uso dos espaços comuns e nem da
imposição de regras de convivência, que devem ser resolvidas antes disso. A demanda que
surge agora é no sentido de dizer como a relação entre as diversas cidades pode ser conduzida
da melhor forma e com mais justiça. A governança deve responder aos interesses dos
cidadãos equilibrando dois objetivos: facilitar a conversa entre as cidades (para facilitar a
construção de obras que passam pela propriedade de mais de uma comunidade, por exemplo)
e a minimização dos impactos das ações de uma cidade sobre os habitantes das demais (como
servir de base para a entrada ILEGAL de elementos estranhos à comunidade estabelecida).
Note que, originalmente, a governança não assume a importância que damos hoje ao falar de
“governo”. A criação de um governo não é a finalidade da reunião das pessoas: a finalidade é
a convivência pacífica. Se fosse possível viver em paz sem algo parecido com um governo, o
mundo nunca teria saído da anarquia. Entretanto, a história mostra que o homo sapiens acabou
formando pequenas comunidades para se dar melhor contra as vicissitudes da vida em um
mundo hostil. Alguns foram melhores que os outros. Uns degeneraram para tiranias e
ditaduras. Outros prosperaram com repúblicas e até monarquias. Mas o que sempre apareceu
foi a criação de um “fórum” para administrar as vontades das partes que constituem um corpo
político maior. As regras de atuação nesse fórum, a forma de negociação dos representantes e
as ferramentas e os limites usados para impor e controlar as deliberações feitas nele, formam o
sistema de governança do estado.
2) Representação Política (como os interesses dos moradores são defendidos na
comunidade ampliada): e como fica a questão da representação? Até agora, supomos
situações onde o número de adultos era tão pequeno que era possível haver representação
direta nas deliberações (nas reuniões do condomínio ou da ilha). Quando as comunidades se
encontraram (na segunda geração), o número de moradores também não demandava grande
sofisticação na forma de representação, de modo que todos os adultos de cada condomínio
pudessem participar com facilidade na seleção dos representantes para negociar os termos dos
acordos entre as comunidades. Mas agora surge a necessidade de formas mais sofisticadas de
fazer com que a vontade dos moradores seja levada em consideração nas conversas que
existirão entre as cidades. Essa demanda vem da ideia de que nem todo mundo consegue
viajar para um lugar específico para votar nas propostas que afetam um número maior de
moradores.
Quando as comunidades estão a uma caminhada de distância umas das outras, ainda é
possível haver representação direta. Mas quanto maior o espaço geográfico que engloba o
conjunto de comunidades, e quanto mais habitantes existirem, mais será necessário algum tipo
de estrutura para facilitar a representação. Não vale a pena aqui discutir se a representação
direta é melhor do que a indireta. Creio que é inevitável que o crescimento de espaço e
população demandem intermediários no processo político. O que é realmente importante saber
é que os legisladores (no sistema de decisão direta ou indireta) tenham limites de atuação (por
exemplo, que não possam arbitrar sobre a vida, a liberdade e a propriedade dos cidadãos
inocentes) e estejam sujeitos a um SISTEMA DE PUNIÇÃO caso contrariem os interesses
dos seus representados.
3) Facilitação da Conversa entre as Cidades (fórum onde as cidades poderão decidir
sobre as ações que as afetam mutuamente): não, não há naturalmente uma demanda para o
governo promover os gastos que a iniciativa privada não é capaz de fazer ou que não tem
interesse por não ser lucrativo. Não há praticamente nada que o governo possa fazer que a
iniciativa privada não possa fazer bem melhor. A esfera pública é bem delimitada e envolve
apenas a combinação de regras e manutenção do espaço público, a segurança (interna e
externa), a manutenção da justiça e a organização da governança. Mas a estrutura de governo
pode ser usada (na verdade, ela sempre foi usada) como um fórum de discussão e decisão das
propostas que podem comprometer as propriedades e liberdades das partes componentes.
Por exemplo, aqui perto de Brasília há uma cidade muito legal chamada Caldas Novas. Ela é
conhecida por suas fontes de água quente, que atraem turistas de todo o Brasil. Praticamente
toda a cidade vive em torno do turismo: ou se trabalha em hotéis com piscinas de água quente,
ou em parques com toboáguas de água quente, ou vendendo biquínis para as mulheres que
querem estar bonitas nas fotos que elas tiram nas fontes de água quente. Não é só a cidade que
tem uma economia baseada nas águas quentes, outros dois municípios dependem delas
também. Então, seria de se esperar que os próprios moradores resolvessem criar um parque
para explorar melhor as nascentes que abastecem os negócios de praticamente todos os
moradores da região. De fato, tal parque foi criado (Parque da Serra de Caldas) em 1970 pelo
governo estadual de Goiás, uma vez que ele afeta as propriedades das três cidades.
2.4. Outros Conceitos Importantes
Agora que você sabe o que é um governo e tem mais noção do por que ele existe, podemos
avançar para assuntos mais sofisticados. Mas antes de avançar para os temas mais
importantes, vamos recordar algumas definições que serão necessárias para um melhor
entendimento da política.
Anarquia
Uma anarquia é a situação de um grupo que não tem governo nem autoridade, nem formal
nem informal. Por exemplo, um número de pessoas jogadas em uma floresta sem combinar
regras, normas ou leis comuns está em uma situação de anarquia. Tribos sem regras sociais de
convivência também estariam em situação de anarquia.
Mas um condomínio, por exemplo, não é uma anarquia. Quando se estabelece, mesmo
privadamente, um conjunto de regras de convivência com meios para garantir sua efetividade
(como o estabelecimento de um síndico, por exemplo), não estamos lidando com uma
anarquia. Uma sociedade tribal com regras e tradições, com uma ou mais instituições para
impor suas regras, também não está em situação de anarquia.
Em relação ao anarquismo, há um debate importante. Há defensores da ideia de que o governo
perde sua legitimidade a partir do momento em que passa a cobrar impostos de pessoas que
não assinaram o “contrato social” (constituição, estatuto, documento) que deu origem àquele
governo específico. Eles dizem: “Eu não assinei a constituição! Qual a legitimidade do
governo para arrancar impostos de mim?”.
Antes de continuar, quero deixar claro meu total desprezo pela nossa constituição. Não
concordo com ela e não a sigo. E se até hoje eu ainda não fui preso, é porque minha conduta
moral ainda não foi desafiada na prática pelas consequências institucionais protegidas por
aquele lixo. Além do mais, eu já disse: há situações em que a coisa mais moral a fazer é não
seguir as leis. Podem existir casos em que o melhor a se fazer seja justamente sonegar
imposto, por exemplo. Dito isso, é importante dizer que a instituição do imposto não é, por si
só, imoral.
Suponha que você está em um mundo pós-apocalíptico (novamente e sempre) em que todos
os governos estabelecidos foram destruídos. Algumas pessoas se reuniram em torno de
condomínios privados, assinando estatutos condominiais com um regimento interno bem
flexível. Para garantir a implementação dessas normas privadas, elas votam em síndicos com
poderes para punir aqueles que descumprirem as regras estabelecidas. Os condomínios
também cobram dos moradores uma taxa para poder pagar o síndico e garantir os outros
pontos estabelecidos no estatuto (como segurança, água, luz e a infraestrutura comum).
Nessa situação, tudo funciona de forma voluntária, já que todos assinaram e concordaram com
as regras. Mas e a segunda ou terceira geração de moradores? Aqueles filhos e netos que não
participaram da assinatura do contrato original? Supondo que eles herdaram casas e
apartamentos nesses condomínios, mas não participaram do acordo inicial, qual a legitimidade
que um condomínio tem para forçá-los a seguir as regras assinadas originalmente? Qual a
legitimidade que o síndico tem para cobrar deles algo decidido quando eles nem haviam
nascido?
Eu gosto do exemplo do condomínio pós-apocalíptico porque podemos chegar a algumas
conclusões importantes sobre legitimidade política. Em primeiro lugar, um condomínio
privado com estatuto e regimento interno não é uma anarquia. Portanto, é errado chamar uma
sociedade construída em torno de condomínios privados de “anarcocapitalismo” ou qualquer
coisa que lembre uma anarquia. Em segundo lugar, os mesmos dilemas morais de um governo
contruído sobre regras estúpidas (como o nosso, que se ancora em uma constituição parida por
burros, antas e ratos) vão ser encontrados em sociedades menores. No governo grande quase
socialista que é o Brasil, somos governados por ratos e julgados por antas que não
necessariamente elegemos. No governo pequeno dos condomínios privados pode acontecer de
um e outro síndico serem escolhidos sem unanimidade, de modo que também existiriam
pessoas que teriam que aceitar a autoridade de um elemento que elas não escolheram.
Na Bananalândia Brasileira, somos obrigados a seguir as regras mesmo não tendo nenhuma
relação, seja direta ou indireta, com a criação daquele grande lixo criado em 1988. Nos
condomínios privados menores, cada geração teria que se submeter às regras condominiais de
estatutos e regimentos que não assinaram e com os quais muitas vezes não concordam. No
caso do Brasil, temos que pagar impostos para sustentar um governo grande, ineficiente,
composto por bandidos e que não tem a menor vontade de se tornar menor. Nas minarquias
privadas condominiais, é sensato supor que há taxas e punições aos condôminos
inadimplentes.
Minha mensagem então é a seguinte: não é porque o exemplo que temos de governo é uma
porcaria que devemos nos lançar em um experimento anarquista. Igualmente, não é porque
em uma sociedade de condomínios privados podemos encontrar problemas que devemos
abandonar a civilização e nos tornar macacos anarquistas. Viver sem governo não é uma
opção. A humanidade já passou por isso e não deu certo. Há situações práticas que nos forçam
a ter um governo (como expliquei mais acima). Então, a questão que deve ser feita é: que
governo você gostaria de ter? Quais os limites do governo? Como manter o governo dentro
desses limites?
Tirania
Um dos problemas da vida na terra é que, sabe-se lá por qual motivo, o primeiro sistema
político que o povo encontra quando sai de uma anarquia costuma ser a tirania. Mas o que é
uma tirania? Tirania é uma forma de governo onde o soberano (ou um pequeno grupo de
governantes) diz o que é certo e o que é errado e como o povo deve viver. As leis, as regras,
os direitos e os deveres são todos definidos por ele. Por exemplo, o seu direito à própria vida
está condicionado à vontade do tirano. O seu casamento só é válido porque o tirano permite.
Sua liberdade não existe: ela é do tirano (ou daquele pequeno grupo de governantes). E
quando você pensa que tem uma liberdade é porque o tirano a concedeu, não porque ela é
SUA.
A tirania costuma ser a primeira forma de governo depois da anarquia por motivos bem
previsíveis: em um mundo sem comunidades organizadas, a economia é pouco dinâmica,
facilitando o surgimento de conflitos por recursos. Esses conflitos costumam ser vencidos
pelos grupos mais fortes e impiedosos, que ganham know-how e poder com cada tribo que
assimilam. Os demais conflitos causados pela escassez passam a ser superados com a
conquista de novas tribos, fortalecendo ainda mais o grupo dominador. Essas comunidades
vão crescendo até se tornarem sociedades parecidas com aquelas que aprendemos nas aulas de
história: os despotismos hidráulicos que tão bem definem as sociedades egípcias,
mesopotâmicas, babilônicas e chinesas da antiguidade.
Muitas vezes, ouvimos nossos professores falarem dessas sociedades com muito romantismo.
Mas não se enganem: em um despotismo você é um escravo do estado, com um papel
definido na sociedade e sem nenhuma garantia de que amanhã seu governante vai acordar
com o pé esquerdo e cobrar alguma coisa estúpida de você. Com muita sorte tudo que o seu
líder vai pedir é dinheiro. Mas não há nada que impeça o palhaço de exigir de você sua vida,
sua família ou sua casa. Na Bíblia há dois casos que mostram bem essa face das tiranias: em
Êxodo encontramos a história do faraó que mandou matar todos os bebês do sexo masculino
nascidos de mães judias, e; em Mateus lemos que Herodes mandou seus guardas matarem
todos os garotos nascidos nas cercanias de Belém.
Talvez por isso tantas pessoas estejam decepcionadas com as “democracias” contemporâneas.
De um modo muito louco, os homens criaram sociedades aparentemente civilizadas e
relativamente democráticas, mas onde o governo ou garante ou quer garantir a execução de
crianças durante a gravidez. Ok, não é a SUA criança. É a criança da “mulher empoderada
que faz o que bem entender do seu corpo”. Contudo, uma vez que se torne aceitável que o
estado diga que é legítimo acabar com a vida crianças inocentes (que é uma das
consequências do aborto), quanto tempo você acha que vai demorar para ele tirar de você a
SUA criança? Eu estou exagerando? Não. Isso já acontece na China. Isso já acontece em
Cuba. Por que é tão difícil acreditar que essa moda pode chegar até você?
Monarquia
Em muitos casos, as tiranias acabam se transformando em monarquias. O tirano é obrigado a
contratar ou nomear cada vez mais oficiais para defender seu poder e controlar seus súditos.
Essa casta de protetores ganha poder e consegue barganhar algumas regalias com o tirano.
Eles se tornam nobres e passam a ter uma relação de cooperação com o tirano na dominação
do restante da população. Assim nasce uma monarquia.
No capítulo 8 do primeiro livro de Samuel (um juiz do povo judeu quando os judeus viviam
numa quase tranquila minarquia), os anciãos se reuniram e decidiram que deveriam ter um rei,
e não mais um juiz. Eles disseram: “Eis que já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus
caminhos; constitui-nos, pois, agora um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm
todas as nações”. De fato, os filhos de Samuel eram uns porcarias. Mas Samuel também sabia
que aquela não era uma boa decisão.
Samuel consultou Deus, que confirmou que a constituição de um rei não era uma boa ideia.
Deus disse: “Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não te têm rejeitado a ti,
antes a mim me têm rejeitado, para eu não reinar sobre eles. Conforme a todas as obras que
fizeram desde o dia em que os tirei do Egito até ao dia de hoje, a mim me deixaram, e a outros
deuses serviram, assim também fazem a ti. Agora, pois, ouve à sua voz, porém protesta-lhes
solenemente, e declara-lhes qual será o costume do rei que houver de reinar sobre eles”.
Ou seja, o povo costuma clamar por um rei da mesma forma que clama por um ídolo. O povo
assustado por anarquias e tiranias não aprende de imediato que a solução para a paz está na
liberdade e no trabalho. Ele então clama por um governante para lutar as suas guerras e
resolver os seus problemas. Deus havia dado toda uma listinha de regras simples que levariam
o povo judeu a ser próspero e livre, mas eles preferiram rejeitar as regras de Deus e pedir que
fossem reinados por homens.
Por isso, Samuel disse: “Este será o costume do rei que houver de reinar sobre vós; ele tomará
os vossos filhos, e os empregará nos seus carros, e como seus cavaleiros, para que corram
adiante dos seus carros. (...) E tomará as vossas filhas para perfumistas, cozinheiras e
padeiras. E tomará o melhor das vossas terras, e das vossas vinhas, e dos vossos olivais, e os
dará aos seus servos. E as vossas sementes, e as vossas vinhas dizimará, para dar aos seus
oficiais, e aos seus servos. Também os vossos servos, e as vossas servas, e os vossos melhores
moços, e os vossos jumentos tomará, e os empregará no seu trabalho. (...) Então naquele dia
clamareis por causa do vosso rei, que vós houverdes escolhido; mas o Senhor não vos ouvirá
naquele dia”.
É verdade que hoje há monarquias bem mais tranquilas do que antes, mas também é verdade
que muitas das tiranias que vimos durante a história podem ser confundidas com monarquias.
Um dos problemas da monarquia é que ela acaba resultando em algo parecido com o sistema
de classes proposto por Platão em seu devaneio louco chamado “A República”. A república
platônica não é bem uma república. Ela é dividida em três estamentos: uma classe de
trabalhadores para produzir, uma de guardiões para proteger o estado e um “rei-filósofo” (a-
rá, eu falei que não era uma república. Ou você já viu república com rei?).
A visão de mundo de direita não reconhece diferenças políticas entre os homens. Sim,
reconhecemos diferenças biológicas (homens e mulheres). Sim, reconhecemos diferenças
sociais (todos são livres para serem o que quiserem). Mas a ideia de instituir famílias
específicas para parir os governantes dos nossos filhos deveria ser repugnante. A ideia de um
pai que escolhe uma família de monarcas para governar sobre a sua descendência deveria
causar repulsa em qualquer pessoa que se diga de direita. Eu entendo que há muitos
maluquinhos que, sim, são de direita, e que sonham que um rei apareça “para que ele nos
julgue, como o têm todas as nações”. Mas eles não fazem isso porque são de direita; eles
fazem isso porque são maluquinhos.
Não sei você, mas eu acho estranho ver marmanjos com fetiche de submeter sua esposa, seus
filhos, sua família, a um monarca hereditário. Numa república, nem sempre somos
governados por quem queremos, mas a cada número de anos, podemos demitir os palhaços e
eleger novos. Mais do que isso, o poder do governante está à disposição dos representantes e
não condicionado a formalidades da sucessão dentro de uma família. Mais ainda, é muito mais
fácil dizer que temos um presidente ladrão ou uma presidente sapata numa república do que
ofender um monarca em uma monarquia.
Resumindo, uma monarquia é um sistema de governo composto por um rei, uma nobreza e o
resto. Elas podem ser constitucionais ou não. O rei e a nobreza cuidam do governo e da
segurança do reino enquanto o restante da população trabalha e produz. E é esperado que o rei
mantenha as tradições, bem como todos os seus descendentes, senão o bicho pega. Mas como
eu disse, o grande problema da monarquia é a diferença política entre reis, nobres e povo.
Mesmo olhando apenas para a figura do rei, é estranho demais para um homem livre aceitar
todo o derretimento afeminado de alguns doidinhos pela ideia de serem governados por um
homem que vai manter o poder dentro da família dele.
Democracia
Pensando em superar os problemas da anarquia, da tirania e da monarquia, os gregos criaram
a democracia. Eu mesmo reluto em bater palmas para os gregos, uma vez que eles não são
conhecidos (ou não deveriam ser conhecidos) por inventarem coisas muito nobres. Eles
inventaram o sexo gay, o militar gay, o gay enrustido, o gay afeminado, o gay peludo, o sexo
com crianças, o sexo com crianças gays, o sexo com crianças gays peludas, entre outras
perversões (eu sei, eu sei, eles não inventaram nada disso. Mas que eles as popularizaram
mais do que qualquer povo antes deles, isso eles fizeram). Depois de tudo isso, deram um
descanso na pederastia para pensar em política e inventaram a democracia escravocrata
(gregos e suas invenções geniais).
Mas o que é a democracia? Democracia é um sistema de governo onde tudo é decidido com
base no voto e ponto final. A maioria escolhe o que é melhor para todos e acabou. Todos
participam das decisões e devem comparecer às assembleias para cumprir com suas
obrigações políticas. E isso não é de todo ruim. Particularmente, eu gosto da ideia de
democracia. Mas eu não acho que ela seja uma garantia de civilização e prosperidade em si
mesma. Por exemplo, se a maioria votar errado, estão todos no sal. Se a maioria for idiota, as
decisões serão idiotas e todos serão obrigados a cumprir regras idiotas. Alexis de Tocqueville
descreveu muito bem as doenças que podem afetar a democracia no século XIX, em seu ótimo
livro Da Democracia na América.
Tocqueville fala de dois vícios que podem prejudicar uma democracia: a tirania da maioria e o
descaso político. O primeiro problema ocorre quando uma maioria passa a oprimir uma
minoria com base na diferença de opiniões sujeitas à influência do voto. Sabemos que nem
todos votam na mesma coisa e que muitas vezes grupos se reúnem para votar em massa em
uma causa. Então, imagine a seguinte situação hipotética (só hipotética, hein): pense que
estamos em uma sociedade onde uma minoria produz muito e uma maioria produz pouco.
Suponha que essa minoria que produz muito pode adquirir produtos que a maioria não
consegue comprar.
Então, aquela maioria pode se unir para proibir esses produtos que só os mais produtivos
conseguem comprar (por inveja, por exemplo). Ou então, aquela maioria pode se juntar para
forçar o governo a confiscar parte da riqueza da minoria mais produtiva para distribuir esses
produtos para a maioria “excluída” (eles fariam isso por cobiça, por exemplo). Não sei se
você chegou a pensar no assunto, mas dificilmente essa tirania da maioria vai parar por aí.
Isso porque tirar a liberdade do próximo e roubar a propriedade dos mais ricos não torna a
maioria invejosa e gananciosa mais produtiva, mais trabalhadora ou menos preguiçosa.
O que geralmente acontece é: depois que o governo “democrático” tira a liberdade de
consumir daquela minoria, ela irá substituir um produto por outro. Por exemplo, a maioria
pode proibir os ricos de comprarem Ferraris. Os ricos vão dizer: “Ok, compraremos
Lamborghinis”. Os pobres podem proibir a minoria produtiva de comer caviar. Tudo bem, ela
vai comer trufas. E logo a maioria invejosa vai tentar proibir a minoria de adquirir
Lamborghinis e trufas também. Na tirania da maioria, direitos fundamentais (vida, liberdade e
propriedade) são relativizados pela opinião dos idiotas.
Do mesmo modo, no momento em que os menos produtivos confiscam a riqueza dos mais
capazes de gerar valor, essa minoria pode buscar outras formas de se diferenciar, já que parte
dela continua sendo mais produtiva que a maioria. E a maioria, vendo que conseguiu acesso à
riqueza alheia por meio da força do estado, irá novamente perseguir aquela minoria para ter
seja lá o que ela estiver consumindo. Assim, se estabelece um ciclo vicioso onde a maioria
tiraniza a minoria dentro de um esquema democrático. E isso não deveria ser uma surpresa:
oras, a primeira democracia que estudamos nas escolas, a grega, era escravocrata.
Mas o ponto aqui não é bem essa perversão da democracia por uma maioria que pensa não ter
limites. A grande sacada é que as decisões idiotas das massas não as tornam mais produtivas,
mas pouco a pouco transformam aquela minoria produtiva no sujeito medíocre que compõe a
maioria: elas tornam aquele cidadão que era produtivo e trabalhador em um cretino vitimista e
preguiçoso. Atuando dessa forma, a tirania da maioria inviabiliza aqueles prêmios que aquela
maldita minoria persegue, afetando a motivação que transforma algumas pessoas em sujeitos
mais produtivos que outros.
Um exemplo simples: se o governo proibir o consumo de caviar, as pessoas que se esforçam
mais só para comer caviar deixarão de se esforçar aquele tanto. Trabalhando menos (já que
elas só trabalhavam aquele tanto para poder comprar caviar), elas ganharão menos. Só que
não são só elas que perdem: se a produção de caviar fosse proibida, as pessoas que trabalham
nesse ramo ficariam desempregadas e a riqueza que seu comércio movimenta cairia a zero.
Todos perdem. Do mesmo modo, se a tirania da maioria confiscar 50% de tudo que alguém
produz (para distribuir para a massa menos produtiva), muitas pessoas vão pensar: “para que
eu vou trabalhar mais e ganhar mais dinheiro, se esse bando de vagabundos vai tirar de mim
metade das coisas que EU produzo?”.
O outro problema que pode afetar a democracia não depende tanto do sistema democrático,
mas das consequências da estabilidade e das escolhas dos indivíduos. Chamarei esse problema
de descaso político. Imagine uma democracia bem liberal e flexível, que permita que todos
enriqueçam e sejam felizes para sempre. Bem, não para todo o sempre. Tocqueville aponta
para o perigo do descaso político quando tudo parece estar funcionando bem. Aqueles que
estão ganhando muito dinheiro não vão querer se envolver com política e vão deixar isso nas
mãos daqueles que se interessam por ela. Cada vez mais, essa massa de cidadãos bem-
sucedidos pode deixar a condução do governo nas mãos de elementos que se transformam em
políticos profissionais e passam a tomar decisões que não têm nada a ver com o interesse dos
pacíficos cidadãos que preferem lidar apenas com as suas próprias vidas. Ou seja, aquele que
não gosta de política está fadado a ser governado por aquele que gosta. Pode-se concluir que o
cidadão mais produtivo e rico não passa de um idiota quando ele se esquece que, antes de
tudo, é um indivíduo inserido em uma sociedade.
República
Antes de mais nada, é importante esclarecer uma coisa: apesar de os comentários de
Tocqueville sobre os vícios da democracia terem sido feitos dentro de uma análise do sistema
norte-americano, na constituição dos Estados Unidos assinada em 1787 não se menciona nem
uma vez a palavra “democracia”. Ela fala apenas em “república”. Além da norte-americana,
outra república muito famosa foi fundada pelos romanos em 509 AC. Até então, Roma era
conduzida como uma monarquia onde o rei era eleito para um mandato vitalício. No início a
ideia parecia até boa, mas com o tempo a monarquia degenerou para algo parecido com uma
tirania. O último rei de Roma, Tarquínio, se tornou arrogante, matou senadores sem substituí-
los, concentrou poder e desafiou os representantes romanos. Quando o seu filho estuprou a
esposa de um patrício, o povo não aguentou o abuso e colocou um fim ao sistema
monárquico.
A solução dos romanos para o problema da concentração do poder pode não ter sido perfeito,
mas mostrou uma tentativa de criar controles contra o abuso de poder das autoridades. O
senado trocou aquela monarquia centralizadora e vitalícia por dois representantes (cônsules)
que se fiscalizariam mutuamente e governariam durante um ano apenas. Os anos mostrariam
que a mudança de sistema beneficiou o povo de Roma. Os romanos cresceram e se
expandiram. Superaram dificuldades e venceram inimigos. Contudo, o principal motivo desse
sucesso foi o interesse do povo em participar e garantir um rumo positivo para sua cidade.
Por outro lado, os romanos se tornaram indolentes com seus sucessos e se acomodaram.
Abandonaram tradições e em menos de 500 anos aquele povo que normalmente ia votar
armado (as centúrias se reuniam em assembleias com seus membros armados, mostrando que
participavam da defesa daquela sociedade) se transformou em um bando de idiotas que
exigiam pão e circo dos seus líderes. Aquele povo que derrotou a maior potência naval de sua
época nas Guerras Cartaginesas (Guerras Púnicas) passou a apoiar soberanos que se
nomeavam representantes dos deuses na terra.
É um fato que a manutenção de uma boa sociedade depende bem mais da conduta dos seus
membros do que de uma lista de regras que se espera que todos sigam. Entretanto, por mais
que vícios e desvios possam atacar qualquer forma de governo, é importante destacar que uma
das maiores diferenças entre a democracia e a república é que em uma república há espaço
para impor regras que podem contrariar os interesses da maioria, enquanto em uma
democracia não (pelo menos teoricamente).
Então, podemos definir república como uma forma de governo representativo (ou seja, nem
todas as decisões precisam ser tomadas diretamente pelos cidadãos) e constitucional (as regras
de funcionamento do governo derivam de um acordo original que, teoricamente, só pode ser
alterado conforme regras especificadas nesse próprio acordo). Nesse estatuto original devem
estar as regras para que o governo se mantenha sempre no seu lugar, seja lá qual ele for. Além
disso, ele deve conter os direitos e garantias que só podem ser afetados em casos especiais
(como no caso de cometimento de crimes ou da violação de tradições).
Particularmente, acho que uma boa república é a melhor forma de governo para um homem
livre e de direita. Certa vez foi dito que se os homens fossem anjos, não precisaríamos de
governo, mas que se fossem demônios, nenhum governo possível seria capaz de trazer
harmonia. Ou seja, como não somos nem um nem outro, os homens vivem melhor quando
formam um governo. E a grande questão não é “qual o melhor governo”. A questão é: quais
são os limites do governo e como colocá-los em prática?
Eu acho que um bom exercício para responder essa questão é imaginar aquelas situações
mencionadas na Bíblia, onde os tiranos mandaram seus soldados matarem bebês: se imagine
como um súdito do faraó que recebe ordens de encontrar mulheres que acabaram de parir
meninos e eliminar os recém-nascidos. O que você faria? Diria que não faria aquilo e sofreria
o castigo, ou seguiria as ordens porque elas estão acima de você? Imagine que você é um dos
soldadinhos do estado e que seus comandantes ordenam: “É sua obrigação ir até o inimigo e
matar as crianças deles”. O que você faria?
Ou então, imagine que você é um cidadão de uma república fictícia com uma governadora
chamada “Estupidez”. Suponha que os preços estão aumentando e a sábia Estupidez cria uma
lei que proíbe os vendedores de aumentar o preço de certos produtos. Ela estabelece por
decreto o preço que os vendedores deverão vender suas mercadorias (suas propriedades). E
para fiscalizar os vendedores, ela cria um pequeno exército para ir aos mercados e denunciar
todos que não estão vendendo no preço estabelecido pela Estupidez. Melhor ainda, os
membros desse exército usam um crachá escrito “Eu sou um Fiscal da Estupidez”. Você faria
parte desse exército?
Esses exemplos são importantes porque nos dois casos o governo está mandando você
cometer uma ação imoral, por mais que não seja de fato “ilegal”. No primeiro caso, você tem
que matar recém-nascidos. No segundo caso, você tem que fazer parte de um sofisticado
esquema de roubo. O que fazer para evitar essas situações? Qual instituição daria a você a
melhor garantia para se insurgir contra tal ordem? Uma sociedade cujos membros têm medo
de descumprir ordens idiotas pode melhorar caso forcemos ela a seguir uma “constituição
mais perfeita”? Por mais que uma sociedade de antas sempre possa acabar se degenerando em
uma tirania ou algo parecido com um socialismo, a melhor opção que os seres humanos têm é,
pelo menos, tentar fundar uma república com uma constituição que garanta seus direitos
fundamentais à vida, à liberdade e à propriedade.
Capitalismo
Para entender o que é capitalismo, é necessário saber o que é esse capital que dá o nome ao
sistema. O capital é aquele recurso que uma pessoa pode ter que não será gasto em sua
subsistência. É o recurso que será usado para gerar uma renda ao dono. Se o capital não
conseguisse gerar novo capital, não estaríamos falando de um “sistema” capitalista.
Entretanto, falamos de sistema capitalista porque ele se mantém ao longo do tempo por pilares
construídos por ele mesmo: ou seja, é um sistema onde o capital gera capital.
Se você compreendeu essa explicação direitinho, vai conseguir entender por que os socialistas
detestam tanto o capitalismo. Preste atenção: se falamos que se trata de um sistema onde o
capital gera capital, é porque esse sistema é composto por pessoas (vidas) que podem
acumular recursos (propriedade) que são dispensáveis à sua subsistência e que estão
livres (liberdade) para escolher como tais recursos serão aplicados para gerar mais
recursos (para satisfazer as suas necessidades).
Entendeu? O capitalismo é um sistema sustentado por pessoas (vidas) capazes de
acumular recursos (capital) e escolher destinações para eles que irão produzir mais
capital (liberdade de investir). Notem que não é necessário que TODOS acumulem recursos.
Nem é necessário que todo o capital seja investido por quem o acumula (ele pode poupar).
Mas se o capitalismo é um sistema, é porque há pessoas (vidas) que naturalmente tomam
decisões que lhes permitem acumular recursos (propriedade) e que elas podem aplicar tal
capital na geração de mais recursos (liberdade de decisão).
E isso tudo é fantástico. Por exemplo, durante uma boa parte da história humana o capitalismo
ou não existia ou era incipiente, seja porque não havia estabilidade para a sobrevivência da
população, seja porque não havia garantia de manutenção da propriedade privada, seja porque
não havia liberdade para tomar decisões econômicas. De alguns séculos para cá, a civilização
cresceu e desenvolveu tecnologias e instituições que facilitaram a defesa da vida, a produção
abundante da propriedade e a proteção da liberdade de escolha. E é por isso que o surgimento
do capitalismo como o conhecemos é relativamente recente.
Note também que não se pode simplesmente trocar o termo “capitalismo” por “economia de
livre mercado”. Isso porque o conceito de capitalismo permite interferências nas engrenagens
do capital, desde que essas interferências não quebrem a máquina (como os socialistas
querem). A grande maioria dos países capitalistas tinha uma economia mais livre há cem anos
do que têm hoje, mas tais países não deixam de ser capitalistas por causa disso. E mesmo há
um século, não havia livre mercado pleno: o mercado era apenas mais livre do que é hoje, mas
não absolutamente livre.
Concluindo, perceba que para entender o que é capitalismo não basta apenas saber que ele é
um sistema onde o capital gera capital. Para entendê-lo, também é necessário contemplar o
papel dos pilares que permitem que capital gere capital. Ou seja, é necessário ter consciência
de que o capitalismo precisa desse tripé de proteções à vida (dos agentes econômicos), à
propriedade (do capital) e à liberdade (para escolher onde aplicar). E foi justamente em
sociedades que buscaram proteger a vida, a propriedade e a liberdade, que o capitalismo
floresceu em primeiro lugar.
Comunismo
Antes de explicar o que é o socialismo é importante entender o que é o comunismo. O
comunismo é uma distopia onde todos são economicamente iguais, mas não apenas isso.
Nesse regime, não há classes nem governo, de modo que a própria sociedade comunista cria
instituições para colocar as pessoas na linha. Em outras palavras, o comunismo é uma
anarquia onde todos são doentes mentais que acham normal não querer nada diferente dos
demais e que, quando querem, são perseguidos pelos demais. Isso é importante para
entender o comunismo: ele NÃO É composto por pessoas como eu e você; ele é formado
por macacos robóticos que não desejam nada diferente do que é esperado pela sociedade
de macacos robóticos.
Pode parecer engraçado (e trágico), mas é verdade. O comunismo só pode ser considerado um
sistema se aceitarmos a premissa de que os seres humanos terão seus cérebros formatados e
reprogramados fisicamente para sempre buscar a conformidade social. O homo comunistus
não só é programado para não querer nada diferente dos demais, como também para puxar de
volta aqueles defeituosos que tentarem sair da igualdade. Ou seja, o comunismo não é para
seres humanos. Seres humanos jamais serão comunistas enquanto tiverem livre arbítrio. E é
exatamente por isso que todos os comunismos acabam matando milhares, centenas de
milhares de pessoas: porque, não sei se você percebeu, para o comunismo as pessoas são um
problema. O comunismo não lida com seres humanos: ele lida com esses macacos retardados
robóticos sem vontade própria.
Para entender de uma forma mais interessante, suponha que as forças de direita e de esquerda
cheguem a um acordo: fazendo uma grande concessão, o pessoal da direita aceita que todos
abram mão de suas propriedades e as ofereçam a uma organização internacional que irá no
prazo de um mês dividir tudo por todos igualmente. Além disso, toda a terra do mundo será
dividida entre os bilhões de habitantes do planeta, sendo que os mais pobres receberão o
dobro dos que eram mais ricos. Por outro lado, a esquerda promete que depois disso vai abrir
mão de qualquer vagabundagem coitadista. Ou seja, nunca mais vai encher o saco da
sociedade pedindo cotas, bolsas ou mamadeiras do governo.
Particularmente, se a esquerda prometesse cumprir sua parte do acordo, eu aceitaria na hora.
Por quê? Porque as pessoas são diferentes. Há pessoas que querem mais e pessoas que querem
menos. Há pessoas trabalhadoras e pessoas preguiçosas. Há pessoas que atropelam os
obstáculos e outras que se fazem de vítimas. Desse modo, em pouco tempo, surgirão novas
diferenças. E isso não é uma coisa ruim. Os que são esforçados vão buscar formas de ganhar
mais dinheiro. Os que são indolentes vão perder o que receberam tão facilmente. E logo a
sociedade voltará a assumir uma estrutura bem parecida com a que temos hoje, só que sem o
choro coitadista da esquerda (se ela cumprir a parte dela).
Socialismo
Basicamente, o sistema socialista tem como objetivo a implantação do comunismo. Ele é uma
forma de governo com o objetivo de parir uma sociedade sem classes, sem estados e sem
diferenças. Só que os socialistas trabalham com a premissa de que os seres humanos não são
robozinhos idiotas sem livre arbítrio (e nisso eles estão certos). Eles sabem que as pessoas são
estranhas e não vão jogar sua liberdade no lixo por vontade própria. Então, eles inventaram
uma agenda para forçar a igualdade entre as pessoas e transformá-las naqueles macacos
robóticos e obedientes que são imprescindíveis para a formação de um comunismo.
O objetivo de socialistas e comunistas (e até dos anarquistas) é o mesmo, mas o socialismo é
um MEIO para alcançar o comunismo, o que é dizer que o comunismo é o FIM do socialismo
(e dos anarquistas). Então, quando ouvimos que o comunismo nunca foi implantado em
nenhum lugar, é verdade. Em nenhum lugar do mundo se conseguiu substituir a população por
macacos robóticos sem vontade própria. Por outro lado, quando uma pessoa diz que o
socialismo nunca existiu, é porque ela não sabe nem o que é socialismo, nem o que é política
e nem o que é geografia. Cuba, Coreia do Norte e o Laos são exemplos de estados socialistas.
Somália, Etiópia, Angola, Moçambique, Congo e boa parte dos países africanos tiveram
governos socialistas em algum momento do século XX (e agora você sabe porque a África é
uma porcaria). Do mesmo modo, países como Síria, Egito e Iêmen foram socialistas durante
décadas (e agora você também sabe porque o Oriente Médio é uma droga). Polônia, Rússia,
Romênia, Bulgária, entre outros países do leste europeu também adotaram o socialismo por
muitos anos (e é por isso que o leste europeu também é subdesenvolvido). Enfim, o
socialismo foi implantado sim e fez estrago em todo lugar com gente estúpida o suficiente
para testá-lo.
Mas agora eu pergunto: o socialismo é um sistema de governo ou um sistema econômico?
Você sabe responder? Note que o socialismo pode ser aplicado como sistema de governo
mesmo em países que têm as bases para a manutenção do capitalismo. Ou seja, é possível
implantar um governo socialista em um país de economia capitalista. De fato, todos os países
socialistas que já existiram passaram por um processo de destruição dos fundamentos do
capitalismo. O que vai caracterizar o governo socialista é a extensão da adoção do programa
socialista: a concentração de poder nas mãos do estado, a anulação legal do direito de
propriedade e a regulamentação excessiva da atividade econômica. O objetivo desse programa
é tirar recursos de quem tem para fortalecer o estado e comprar o caminho para o comunismo
(que nunca será alcançado).
Preste atenção: em quase 100% das políticas socialistas, o governo tira dinheiro dos mais
ricos para comprar mais poder político. O governo socialista dificilmente dá poder aos
pobres. O mais comum é ele usar o recurso confiscado para se fortalecer. Ao mesmo
tempo, ele busca ENFRAQUECER as bases do capitalismo (tirando direitos, liberdades
e propriedades da sociedade) para criar uma população que PRECISA da sua ajuda
para sobreviver. Quando os socialistas chegam ao poder, quase nunca é para resolver
problemas reais da população: eles geralmente usam suas posições políticas para
perpetuar a dependência do povo e solapar as bases do capitalismo.
Um exemplo disso é a política de cotas: você já parou para pensar como os socialistas
NUNCA propõem a REDUÇÃO DO IMPOSTO para os grupos que eles dizem querer
proteger? Eles nunca propõem algo como: vamos reduzir os impostos dos negros para que
possam pagar pela universidade que acharem melhor. Não. Os socialistas só pregam
políticas que criam novos escravos. Eles querem dizer onde e como os “desprotegidos”
devem estudar. E querem que esses desprotegidos saibam graças a quem conseguiram
uma cota, uma bolsa, um empréstimo ou uma vantagem. Eles não querem que o negro
pense que conseguiu entrar em uma boa faculdade porque estudou. Eles não querem
que o negro saiba que ele conseguiu um emprego por MÉRITO PRÓPRIO. Eles querem
que o negro pense que seu sucesso aconteceu graças ao “deus governo”. É assim que o
socialismo cria novos escravos.
Outra agenda seguida por socialistas é a tentativa de acabar com a propriedade e a liberdade.
No caso da reforma agrária, por exemplo, os socialistas dificilmente vão ceder terras do
governo aos que se dizem “sem terra”. O que eles vão fazer é cobrar mais impostos, comprar
terras privadas e fazer algum programa que vincule o interesse do solicitante ao governo. No
caso das cotas, eles não vão dar mais liberdade aos protegidos (negros, índios, homossexuais,
etc.). Eles vão aumentar impostos, ficar com uma parte e dizer aos beneficiados que vão “dar”
para eles uma vaga na faculdade ou um emprego em uma empresa pública. No caso da
proteção individual, eles não vão permitir que o povo faça sua própria segurança. O que eles
vão fazer é desarmar a população e dizer que apenas o governo pode protegê-la.
Veja que um grupo de pessoas pode se unir para comprar uma grande fazenda e viver como
socialistas dentro de uma sociedade capitalista. Entretanto, o mesmo não pode acontecer em
um socialismo: um grupo de pessoas não consegue simular um capitalismo em um regime
socialista. No capitalismo, você sempre pode chamar seus amigos para viver como socialistas,
desde que paguem seus impostos e não cometam crimes. Por outro lado, em nenhum
socialismo é permitido simular uma sociedade capitalista. Por exemplo, se você quisesse
fingir que era um padeiro capitalista na União Soviética ou na Tchecoslováquia, você
provavelmente seria perseguido por vender seu pão por um preço diferente do que o estado
permitia.
Por isso há muita confusão quanto à classificação do socialismo. O socialismo é um sistema
político que tenta estabelecer um sistema econômico. A parte política é bem coerente e até
elegante: um governo cuja função é se tornar cada vez mais poderoso tende a se tornar cada
vez mais poderoso. Por outro lado, a parte econômica mal chega a ser um sistema de fato.
Uma economia socialista não cresce, não inova, não prospera, não faz nada que preste. Até os
avanços tecnológicos alcançados na União Soviética ocorreram, não por consequência de um
dinamismo material, mas por diretrizes do governo e massivos gastos com espionagem
industrial. O sistema econômico socialista não se sustenta: ele nem foi teorizado para isso.
Ele mal pode ser chamado de “sistema”. E é exatamente por isso que todos os
socialismos fracassam.
Desse modo, pode-se dizer que o socialismo tenta implantar um sistema econômico
insustentável. Simples assim. Os regimes políticos tradicionalmente adotados por países
capitalistas conseguem ser estáveis porque são sustentados por uma economia dinâmica.
Quando eles adotam um regime socialista, passam a trabalhar na construção de um sistema
econômico que é INCAPAZ DE SE SUSTENTAR. E é por isso o socialismo sempre,
SEMPRE, em 100% dos casos, todas as vezes, FRACASSA. Como os socialistas conseguem
transformar seres humanos em amebas e convencê-los de que “a próxima experiência
socialista vai funcionar”, é assunto para outro capítulo. O que importa agora é entender que o
socialismo é um sistema político com a intenção de implantar um sistema econômico (que
nunca vai funcionar).
O que é a Direita?
Você acha que existe direita e esquerda?
As pessoas que você ouviu falar que não existe direita nem esquerda eram de esquerda ou
socialistas?
Os gênios que disseram a você que não existe direita nem esquerda, por coincidência, não
culpam a direita por tudo que é ruim? Ou seja, não são pessoas que ao mesmo tempo dizem
que não existe direita, mas que a culpam por tudo que elas não gostam?
Você acha que pagar impostos é moral?
Ok. Mas você acha que pagar impostos sempre é moral?
Melhor: você acha que pode haver o caso de que a coisa mais moral a se fazer é justamente
SONEGAR impostos?
Sabendo que os impostos são a fonte de sustentação das atividades do estado, você não acha
IMORAL pagar impostos na Venezuela, em Cuba, ou em qualquer país cujo governo afronta
de forma clara e ativa os direitos à vida, à liberdade e à propriedade dos cidadãos?
Vamos supor que você esteja em um país que legalize o aborto até o oitavo mês de gestação
(ou qualquer outra coisa que afronte deliberadamente o seu conceito de vida) em
estabelecimentos públicos: pagar o imposto não te faz cúmplice de assassinato? Qual sua
opinião sobre isso?
Antes de mais nada, eu já expliquei que nem todo o pagamento de imposto é imoral. Mas que
a afirmação “pagar impostos é sempre moral” é errada e que o financiamento do governo deve
responder a quesitos que sejam claramente morais e justos. Mas vamos à explicação do que é
a direita.
Em primeiro lugar, é importante entender que não é porque muitos não têm um parâmetro do
que é direita que a “direita” não existe. Nem que, porque num lugar não existem partidos de
direita, as pessoas podem dizer que qualquer partido que se oponha ao partido mais forte de
esquerda seja de direita.
Lembre-se: partidos comunistas historicamente disputam o poder. Na Somália, a miséria e a
guerra foram trazidas pela disputa entre dois partidos socialistas. Em Angola e em
Moçambique, os grupos que se confrontaram eram abertamente socialistas e de inspiração
marxista. Após a Revolução Russa de 1917, os mencheviques e os bolcheviques lutaram pelo
poder, ambos querendo implantar algum tipo de socialismo. Na Segunda Guerra Mundial, os
nacional-socialistas da Alemanha (formados, inclusive, por membros do Partido Socialista
Alemão, dissolvido anos antes) lutaram com os socialistas da União Soviética. Em nenhum
desses casos a “direita” lutou contra a esquerda. Em todos eles, grupos de inspiração socialista
lutaram entre si para ver quem ficava com o poder.
Lembre-se também: os maiores interessados em que você pense que não existe direita são os
socialistas. São aqueles que dizem que direita não existe, mas culpam a direita por tudo. São
aqueles professores de história burros que fingem que, durante as décadas de 30 e 40, tudo
que havia eram economias dirigidas e planificadas como a Alemanha e a União Soviética,
ignorando completamente os capitalismos mais livres como Inglaterra, Austrália, Canadá e
Estados Unidos. São aqueles que falam que os nacional-SOCIALISTAS eram de direita. Mas
se os nacional-SOCIALISTAS eram de direita, o que o Estados Unidos e a Inglaterra eram
então?
Não trate a sua perspectiva política como se a esquerda e os socialistas fossem desprovidos de
interesse em SUA perspectiva política. Não pense que não há pessoas no mundo trabalhando
para transformar você em um desmiolado IMPLORANDO pela ajuda do estado.
Pior: não pense que não existem grupos que querem transformar SEUS PAIS, SEUS FILHOS,
SEUS AMIGOS e TODOS QUE VOCÊ AMA em escravos masoquistas que PEDEM para o
governo proibi-los de se defender, que IMPLORAM para o governo impedir o maldoso dono
do mercadinho de lhes fornecer GRATUITAMENTE sacos plásticos, que CHORAMINGAM
para que seus representantes criem MAIS LEIS, já que não temos leis suficientes, não é
mesmo?
Bem, agora já posso dizer o que é a direita e o que é ser de direita.
Direita é a perspectiva política que tem como valores principais a defesa da vida, da
liberdade e da propriedade. E ser de direita é a tentativa de manter esses valores diantes
das informações e experiências que o sujeito acumula durante a sua vida.
De fato, a vida, a liberdade e a propriedade são valores tão importantes para a direita
que ela luta para que o governo não possa dispor desses três valores por motivos como
“criar uma sociedade mais igualitária” ou “aumentar o bem-estar do maior número de
pessoas”. Para você entender melhor: se você soubesse que a legalização do aborto
aumentaria o bem-estar geral da sociedade, você seria a favor? Pois então, uma pessoa de
direita certamente diria que não, uma vez que seus valores não estão à disposição de
considerações utilitaristas ancoradas em preceitos puramente materiais.
Outro exemplo: acidentes de carro matam. Proibir o uso de carros em sua cidade certamente
reduziria o número de atropelamentos a zero. Você seria a favor de proibir a venda de
automóveis?
O ponto é que, para a direita, sua vida, liberdade e propriedade só estará à disposição dos
demais caso VOCÊ faça alguma coisa que justifique isso. O ponto é que o fato de existirem
acidentes não justifica a criação de uma sociedade que limita a liberdade e a propriedade dos
seus cidadãos.
Irei explicar no próximo capítulo como os VALORES da direita determinam uma agenda. E
também como essa agenda determina suas políticas. Você verá que a qualquer momento é
possível fazer uma relação de uma determinada política pregada por pessoas de direita
(conservadores e libertários) com a sua agenda. E também como podemos integrar a agenda
para encontrar os valores que estão por trás dela. Irei fazer a mesma coisa com a esquerda no
capítulo seguinte. Ou seja: irei mostrar como os valores da esquerda (controle e igualdade)
determinam sua agenda, e; como a agenda esquerdista determina suas políticas.
E a esquerda? O que é?
Desde tempos imemoráveis (não é bem assim), a esquerda é a perspectiva política daqueles
que querem criar a sociedade perfeita na terra. O problema (ou a "grande sacada", como
pensaria um esquerdista) é que, para todos eles, a sociedade perfeita tem a ver com um
sistema onde todos ou são iguais ou são compelidos por uma “mão invisível” (e bem pesada, e
cheia de sangue) a serem iguais. E isso não é mera especulação. É fato histórico. Apesar de
não serem conhecidos como “de esquerda”, muitos grupos históricos defenderam essa
bandeira, quase sempre com as mesmas consequências. E quase sempre adotando as
mesmíssimas ideias, as mesmíssimas políticas e pregando os mesmíssimos absurdos, com
pequenas variações.
A Bíblia conta que um grupo tentou construir um monumento tão grande que levaria os
homens ao céu. O nome desse monumento era Torre de Babel. O experimento falhou
miseravelmente. Depois disso, grandes civilizações foram criadas com base na divindade do
soberano, na submissão igualitária de seus súditos e na ideia de que o indivíduo e sua família
não são tão importantes como o conceito abstrato de “coletividade”. E todas elas fracassaram.
Elas eram de esquerda.
No norte da África, um povo se tornou conhecido por mobilizar um grande número de pessoas
para fazer grandes monumentos, grandes mesmo, para seus reis. A função de tais monumentos
era guardar toda a riqueza do soberano quando ele morresse, uma vez que ele precisaria dela
para provar a deuses malucos que ele poderia navegar no cosmo com as estrelas. É claro que
uma civilização conhecida por gastar a energia do seu povo em empreitadas estúpidas como a
construção de grandes pirâmides, era pisoteada por praticamente todos os povos que
enfrentava. Os egípcios eram de esquerda.
Na Grécia, a mente “brilhante” de Platão visualizou uma República “perfeita” onde todos
eram organizados em classes. Aliás, em apenas três classes: o rei, os seguranças do rei (para
sentar o cacete em quem reclamasse) e os trabalhadores (para você ver que esse negócio de
dividir a sociedade em classes é antigo). Mais do que isso, antecipando o objetivo marxista de
acabar com a família, os casais seriam formados pelo próprio estado e seus filhos seriam
criados coletivamente. Propriedade Privada? Nada! O certo era a posse coletiva dos bens. Por
sorte, Platão não tinha poder para implementar sua “república”. Contudo, infelizmente a ideia
nem nasceu com ele, nem morreu com ele. E Platão era de esquerda.
Roma nasceu livre. Bem, não tão livre. Mas logo os cidadãos romanos deram um jeito e
acabaram com os reis, fundando uma república até que saudável. Como república,
conquistaram e dominaram as maiores civilizações de seu tempo. Venceram os cartagineses
depois de três grandes guerras. Na primeira delas, os próprios cidadãos de Roma fizeram uma
“vaquinha” para construir uma frota de navios iguais aos dos cartagineses, reconhecidos como
os melhores de seu tempo. Enquanto uma parte da cidade construía a frota, outra parte
treinava e pensava formas de vencer os adversários. Pouco tempo depois, eles já tinham
capturado Cartago. E não pararam por aí. Eles derrotaram gregos, egípcios, persas, partos,
todos que os desafiavam.
Até que, por volta de 150 AC, surgiu um grupo de demagogos (chamado de Populares,
posteriormente representado pelos chamados Liberatores) dizendo que o povo isso, que o
povo aquilo e que o governo tinha que ser responsável por melhorar a vida do povo, e não que
o povo deveria ser responsável pelo seu próprio destino. Pouco mais de 100 anos depois, a
república tinha sido substituída por um sistema onde o soberano era visto como um deus e o
cidadão romano não era mais um guerreiro trabalhador com uma perspectiva responsável de
vida: ele agora era um babaca que esperava a próxima promoção para ver homens se matando
e comer pão de graça no Coliseu. Não por acaso, a então gloriosa civilização romana tinha
agora dificuldades em conter invasões de bárbaros que nem a escrita tinham descoberto. É...
os Liberatores eram de esquerda.
Mais ou menos nessa época, surge no mundo um homem muito (MUITO) maneiro (e de
direita) chamado Jesus Cristo. Um judeu. Ou seja, membro de um povo escravizado, que já
havia sido jogado de um lado para o outro do mundo mais de meia dúzia de vezes. E hoje, as
ideias desse cara maneiro são bem mais importantes para o mundo do que a religião ou a
cultura romana. É impressionante que as ideias de um homem que fazia parte de um dos
menores povos conquistados pelos romanos superaram toda a glória que os romanos um dia
tiveram. Mas Jesus não era de esquerda.
Note até aqui que o embrião do socialismo como conhecemos hoje estava lá nas civilizações
fracassadas da Idade Antiga. Você notará que as mesmas ideias-chave se repetem e se
renovam de tempos em tempos em grupos específicos: a formação de uma sociedade perfeita,
onde o governo está associado a um rei superpoderoso (algumas vezes associado a deuses), e
com a relativização da importância da vida, da propriedade e da liberdade. Então, de modo
sucinto, a esquerda é a perspectiva política que acredita que uma entidade
superpoderosa (como o estado) tem autoridade moral e capacidade de corrigir as
pessoas para criar uma sociedade (igualitária) perfeita na terra. Não digo que essas
perspectivas são necessariamente maléficas, mas a experiência mostra que sempre que um
grupo alavanca o controle e a igualdade ao nível de VALOR, pessoas morrem, muitos são
enrabados e injustiças acontecem.
Um ponto importante que precisa ser esclarecido é: se o estado socialista (com governo forte e
centralizado, com capacidade de promover a igualdade) tem sido pregado pelos “excluídos”
nos nossos dias, como dizer que as sociedades antigas eram socialistas? O próprio povo antigo
defendia esse socialismo?
Na verdade, a resposta é bem simples. Primeiramente, veja que o socialismo NÃO É
NECESSARIAMENTE PREGADO pelos mais pobres. Muitos milionários e pessoas famosas
pregam o socialismo. De fato, 2016 mostrou que o povo NÃO QUER socialismo, derrotando
DEMOCRATICAMENTE até as propostas que “se aproximavam” de uma agenda socialista
(pelo menos nos Estados Unidos). Note que o socialismo tem sido promovido e implantado de
cima para baixo. Sim, um pobre miserável sem nenhum estudo pode ver algum apelo na ideia
de que terá a vidinha garantida por um estado forte, capaz de derrotar os inimigos que os
socialistas inventaram (ricos, burgueses, cristãos, judeus, pastores) para ele. Mas não são
apenas os pobres que pregam o socialismo. Então, para compreender essa relação entre os
despotismos antigos com o socialismo moderno, é importante responder: qual seria o interesse
de um faraó, de um rei, de um imperador, de um césar, de um poderoso, em promover a
igualdade e o controle? Por que um tirano se interessaria pela “igualdade do povo”?
Creio que é relativamente fácil entender porque um monarca se interessaria por controle, não
é? Há vários motivos: manutenção do poder, estabilidade política, busca por glória, maior
conforto para ele e para sua base de apoio. É racional esperar de um déspota que ele queira
manter o poder. Até mesmo porque muitos deles, se perderem o poder, vão ser massacrados
pelo povo. Então, a dificuldade não é entender porque aqueles reis antigos adoravam o poder,
já que ainda hoje a busca pelo controle move muita gente. A aparente dificuldade é explicar o
seguinte: por que os aristocratas antigos se interessariam por igualdade?
Tente se perguntar: o que você acha mais fácil de controlar? Um grupo diverso e heterogêneo
ou um bando de súditos iguaizinhos? Qual grupo você acha que é mais fácil de vencer? Um
bando que sabe manejar um, dois tipos de armas, ou um bando com várias armas e táticas
diferentes? Contra que tipo de inimigo é mais fácil de se defender? Um grupamento coeso e
que ataca de forma igual ou um batalhão formado por várias partes com estratégias diferentes
e com várias competências? Ou ainda, é mais fácil enfrentar um grande grupo igualmente
fraco ou um grupo formado por vários segmentos com riquezas e competências diferentes?
O fato é que do ponto de vista do controle é melhor lidar com o “igual”. Do ponto de vista do
comando, é melhor ter um povo homogêneo, que dispense o uso de várias “estratégias” para
impor a força e a vontade do déspota. Com uma população sem muitas diferenças, o soberano
pode se dedicar ao papai-mamãe da opressão e até especializá-lo para controlar o povo de
formas sofisticadas. É MUITO MAIS BARATO. Por outro lado, quando a população é
diversificada, com várias demandas e várias competências, o déspota terá trabalho para
identificar a fraqueza de cada um dos grupos antes de poder vencê-la. É BEM MAIS CARO e
DEMANDA MUITO MAIS TRABALHO E ESFORÇO INTELECTUAL enfrentar grupos
heterogêneos. É por isso que o berço das civilizações era cheio de despotismos igualitários:
era um caminho esperado. Era interessante para os reis criarem estruturas que mantivessem
seus súditos mais ou menos iguais, com as mesmas condições e com poucas competências. E
isso é a esquerda.
3. Sobre a Moralidade e os Valores da Direita
“Então dirá o Rei aos que estiverem à sua DIREITA: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por
herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo (...). Então dirá também
aos que estiverem à sua ESQUERDA: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno,
preparado para o diabo e seus anjos (...). E irão estes para o tormento eterno, mas os justos
para a vida eterna”.
Mateus 25.
Bem, chegamos onde interessa. Neste capítulo irei falar mais sobre os valores da direita e
como eles determinam uma AGENDA que pode ser separada em políticas e comportamentos.
Já vimos que os valores são aquelas internalizações conceituais que servem como
validadoras do que consideramos certo ou errado. Também já apresentei os três valores
principais de uma pessoa de direita (seja conservador, seja libertário): a VIDA, a
LIBERDADE e a PROPRIEDADE. Mas então, como nossos valores determinam nossa
agenda? Alias, o que é uma “agenda”?
Agenda é basicamente um conjunto de propostas montadas para influenciar o nosso
meio. Com base nos nossos valores, podemos ter propostas de MANUTENÇÃO ou
MUDANÇA de certas realidades. Essas propostas podem ser detalhadas em
comportamentos ou políticas, que atuarão no sentido de manter o que se quer manter ou
alterar o que se quer alterar. Dessa forma, um valor faz com que olhemos o mundo e
percebamos se algo deve ser conservado ou reformado. Essa percepção é racionalizada em
propostas específicas que idealmente não entrarão em conflito com os nossos demais valores.
E essa racionalização pode ser operacionalizada por meio de comportamentos (como ir à
igreja todo final de semana, participar de manifestações populares ou ser cortês com todo
mundo) ou políticas (como a proibição do aborto, a defesa de penas maiores para bandidos ou
a redução da carga tributária).
Veremos neste capítulo a agenda e as propostas mais comuns das pessoas que se dizem de
direita. No quadro abaixo, é possível acompanhar a relação entre nossa agenda e nossos
valores. Ter a vida como valor faz com que a direita siga uma agenda que envolve: a proteção
e valorização do ser humano, a defesa do direito de subsistência, a valorização da família, a
defesa da JUSTIÇA e o direito de proteger. Nosso apreço pela liberdade cria uma agenda que
defende os direitos: de crença, de expressão, de costume, de troca e de representação. E o
valor da propriedade faz com que defendamos: o capitalismo, o trabalho, a prosperidade, a
segurança e o governo mínimo.
Valores Agenda com as Propostas: Políticas/Comportamentos
Contra o aborto, duras
penas para agressões
Direito à Vida contra a vida (inclusive e
principalmente a pena de
morte)
Proteção do direito de
trabalhar, estado não
Direito de Subsistência
pode tirar do trabalhador
seus meios de subsistência
Proteção da família,
valorização da família
Defesa da Família nuclear, garantia da
autoridade dos pais sobre
seus filhos
Consciência de que a
justiça é algo maior que a
Vida “ética” ou a “justiça”
criada pelos homens,
defesa da vingança,
Justiça
proteção do direito de
defesa, penas duras para
crimes cruéis (pena de
morte, prisão perpétua e
trabalhos forçados)
Contra políticas de
desarmamento civil,
proteção do direito de
portar armas, de
Direito de Proteger autodefesa e de defender
os seus próximos (matar
um agressor durante um
ato de violência não pode
ser considerado um
crime)
Proteção do direito de
crença, limites para o
estado fiscalizar e
controlar as atividades
Liberdade de Crença
religiosas, garantias ao
discurso pregado no
contexto ideológico e
filosófico
Proteção do direito de
expressão, contra o
“politicamente correto”,
liberdade para a atividade
Liberdade de Expressão jornalística (inclusive com
gatilhos preventivos),
administração moral de
concessões de
representação política
Proteção de costumes e
tradições como a caça, o
Liberdade de Costume rodeio, a vaquejada, a
tourada, a pesca
esportiva, entre outros
Eliminação de controles
que comprometam a
liberdade de permutar o
Liberdade que se tem, eliminação de
leis que proíbem ou
Liberdade de Troca atrapalham transações
comerciais, garantia de
que os termos de troca
sejam determinados
exclusivamente pelos
agentes envolvidos
Promoção de limites para
a atuação do estado,
descentralização da gestão
pública, fortalecimento do
poder municipal e
estadual, criação de
obstáculos claros e
objetivos para a ação
estatal, criação de gatilhos
Representação preventivos contra ações
do estado que possam
ameaçar a vida, a
liberdade e a propriedade,
sistema eleitoral
representativo, travas
contra “ditaduras da
maioria” quando afetam
direitos e garantias
fundamentais
Defesa do capitalismo e do
livre mercado,
responsabilização dos
agentes econômicos pelas
suas atitudes (estado não
deve usar recursos
públicos para salvar
empresas que correm o
Capitalismo risco de falir),
privatização e promoção
da visão de que o governo
deve servir, no máximo,
como um coordenador de
acordos entre agentes
privados, e não como um
promotor do crescimento
econômico
Pessoas devem ser livres
para se filiar ou não a
sindicatos, governo deve
se manter distante de
Propriedade do Trabalho organizações sindicais,
trabalhador deve ter
autoridade sobre seu
trabalho no processo de
contratação
Defesa da prosperidade
como algo bom, criação de
barreiras (ideológicas ou
não) de doutrinas que
pregam a pobreza e a
Prosperidade
miséria, promoção da
consciência de que a
liberdade de troca e o
capitalismo geram riqueza
e abundância
Uso do aparato policial
Propriedade para proteger
principalmente a vida, a
liberdade e a propriedade,
respeito pelas forças
policiais com garantias de
que proteção e segurança
à vida dos policiais,
promoção da visão de que
a propriedade é
importante e deve ser
respeitada (ela não tem
Proteção da Propriedade
uma “função social”
determinada por
ideologias socialistas),
consciência de que no
processo de contratação, o
empregador é dono dos
recursos que irão pagar o
empregado (de modo que
sua liberdade de troca na
decisão das condições de
contratação deve ser
respeitada)
Redução de impostos até
alcançar limites mínimos,
criação de dispositivos
que não permitam o
governo crescer acima de
um tamanho consensual,
funções do governo deve
Governo Mínimo ser restrita à defesa
interna, à defesa externa e
à administração da justiça
(possíveis exceções devem
ser contempladas, sempre
que possível e necessário,
pelos governos municipais
e estaduais)

Cada uma dessas propostas pode ser desdobrada em ações ou políticas. Esse desdobramento
pode ocorrer de forma natural ou artificial. No quadro acima, eu detalhei apenas as ações
derivadas das propostas mais importantes da direita. É comum se dar conta de que algumas
políticas podem estar associadas a mais de um princípio. Também é comum perceber que
você apoia “mais ou menos” uma dessas propostas ou até que não defende uma ou duas delas.
Contudo, minha intenção é apresentar as propostas e políticas mais importantes da direita e
explicar porque nós concordaremos com praticamente tudo que está nesse quadro.
Também é comum alguém não concordar com quase nada do que está no quadro e ainda
assim se declarar de direita. É uma burrice, mas infelizmente é comum. A chamada direita
política não é um conceito vazio e desprovido de sentido. A direita tem seus valores, sua
agenda e seus comportamentos. Alguém de direita no Brasil vai encontrar muita coisa em
comum com alguém de direita nos Estados Unidos ou na África. Como eu já alertei, não se
pode cometer o erro de chamar de direita qualquer partido que se oponha ao partido mais forte
de esquerda em seu país. Esse é o erro de muitos brasileiros que chamam o PSDB de direita,
por exemplo. Geralmente, o idiota que chama o PSDB de direita não faz nem ideia de que o
PV é um partido socialista radical. E ainda assim as propostas desses partidos são similares
aos programas do PT e do PSOL, só que com menos cocaína. Para ver isso, basta acompanhar
a evolução do chamado Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH). Suas duas últimas
versões, o II PNDH assinado em 2002 pelo PSDB e o III PNDH assinado em 2009 pelo PT,
são compilações sinceras da agenda da esquerda, com a defesa da relativização da
propriedade, da desconstrução da família, da proteção de movimentos radicais e até do aborto.
Ninguém de direita concordaria com um ou outro PNDH.
Já mostrei como os maiores interessados em ressignificar o conceito de “direita” são os
socialistas. São eles que dizem que a direita não existe, mas a culpam por todas as crises que
acontecem. Foram eles que adestraram milhões de estudantes para acharem uma virtude ser de
esquerda e latirem como cães raivosos para qualquer coisa que identifiquem com a direita.
Para reverter esse quadro, preparei este capítulo para explicar melhor os valores, as propostas
e a agenda da direita. Você verá que a direita política é um conceito com ideias bem claras e
características. E você verá também porque as pessoas de direita são mais simpáticas,
tolerantes, inteligentes, espertas, bonitas, felizes, interessantes, bem-sucedidas, prósperas,
bondosas, enfim, mais fodas do que as outras.
3.1. Sobre a Vida
Como vimos, podemos definir a vida como um estado específico da matéria que mantém
processos para se alimentar, se defender e reproduzir. Então, é normal entender que todos têm
em seu próprio código genético uma programação para preservar a própria vida, se alimentar
e reproduzir. Os animais, e os seres humanos principalmente, regulam essas tarefas com uma
programação para maximizar o prazer e minimizar o sofrimento. Se fôssemos nos basear
apenas nisso, o respeito à vida poderia ser direcionado apenas à vida do próprio indivíduo. Se
o valor fosse atrelado a parâmetros puramente biológicos, como a maximização do prazer
inerente à natureza animal, poderíamos dizer que alguém que negligencia a vida do próximo
na busca pela maximização do seu próprio prazer estaria agindo moralmente.
Então, o fato de termos instintos que podem parecer adequados para responder “por que
valorizamos a vida” não é o que sustenta o valor da vida na cultura judaico-cristã. Muito pelo
contrário: é comum que nossos valores nos obriguem a suprimir nossos instintos. Portanto,
quando digo que nosso respeito à vida deriva da concepção judaico-cristã de mundo, é porque
acreditamos que o homem deu um passo além do instinto e se tornou mais do que um animal.
Como foi dito, o código moral é um conjunto de regras de interação com o mundo. É um
grupo de ideias que nos dizem o que é certo e errado na interação com o próximo. E a
cultura judaico-cristã nos diz que não só a NOSSA vida, mas a vida do PRÓXIMO, é
importante. E muitos que vivem nessa cultura, mesmo que nunca tenham lido a Bíblia,
acabam assimilando esse valor sem nem mesmo saber que estão agindo conforme uma
moralidade específica. Eles assimilam esse código por formação familiar, educação escolar,
convivência religiosa ou por osmose mesmo. Contudo, há outro motivo que faz com que o
mundo ocidental cristão valorize tanto a vida: ela serve a um PROPÓSITO de DEUS na terra.
Logo no começo de Gênesis, Deus cria o homem e a mulher e diz: “Frutificai e multiplicai-
vos, e ENCHEI a terra, e SUJEITAI-A; e DOMINAI sobre os peixes do mar e sobre as aves
dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra”. Ou seja, Deus dá aos homens um
propósito que vai além da programação natural biológica inerente a praticamente todas as
formas de vida (preservação da vida e reprodução): sua vida é importante porque Deus tem
um propósito para você. Apenas vivos somos capazes de cumprir o propósito que recebemos
Dele.
E a missão que recebemos não é trivial: ela envolve prosperar, reproduzir, encher a terra e
sujeitar e dominar a natureza. Nada mal. E você pensando em se matar, né? Pois agora você
tem um propósito. Siga e seja feliz. E você quebrando a cabeça para descobrir o sentido da
vida, hein? Pode relaxar. Você já tem a resposta. Mas voltando ao assunto, mesmo que não
soubéssemos nada de biologia nem conhecêssemos a Bíblia, para muitos seria uma verdade
autoevidente que a vida importa. Entretanto, na abordagem judaico-cristã a importância da
vida vai além disso: temos um propósito MAIOR do que imaginamos aqui.
Deus repete o propósito depois que Noé sai da arca: “Frutificai e multiplicai-vos e ENCHEI a
terra. E o TEMOR de vós e o PAVOR de vós virão sobre todo o animal da terra, e sobre todas
as aves dos céus, e tudo que se move sobre a terra, e todos os peixes do mar, NAS VOSSAS
MÃOS SÃO ENTREGUES. Tudo quanto se move, que é vivente, será para vosso mantimento
(Eba!); tudo vos tenho dado como a erva verde”. Ou seja, temos uma MISSÃO sagrada na
terra. Temos que prosperar, multiplicar e encher a terra de picorruchos e picorruchas. Temos
AUTORIDADE sobre o que recebemos e estamos em uma posição bem superior a dos outros
animais. Nós não somos “irmãos” dos animais nem “colegas” dos pássaros. Somos maiores
que eles.
Então, temos uma importância maior do que qualquer outra forma de vida sobre a terra. A
vida abundante e próspera é um propósito do Criador para a espécie humana (na sua cara,
leão). Isso pode ser melhor entendido quando estudamos a forma como a esquerda “valoriza”
a vida. A esquerda “valoriza” a vida de forma completamente diferente da direita. Para a
esquerda, a vida é uma variável política que pode ser manipulada. Para os esquerdosos, se
a vida de um inocente está atrapalhando a implantação da sociedade igualitária, ela pode ser
eliminada. A esquerda não tem nenhum problema em proibir construção de saneamento
básico por motivos ambientais: a vida não importa para eles. Eles preferem ver países inteiros
morrendo de sede do que uma floresta devastada ou uma espécie de minhoca extinta.
Na mentalidade da esquerda, desde Thomas Malthus até Robespierre, o ser humano é só
uma variável. Quando há um problema, sempre é possível corrigi-lo diminuindo o
número de pessoas (Malthus), cortando suas cabeças (Robespierre) ou aplicando
políticas agressivas de aborto e controle populacional (o lixo da ONU). Mas ainda hoje é
possível encontrar entre pessoas de direita a opinião de que o problema do país é o excesso de
pessoas. Pois eu digo: o problema não é o excesso de pessoas. Gente é bom! O problema é a
cultura na qual as populações se inserem, que faz com que muitos cometam crimes e
prejudiquem os outros. O problema é o afastamento da cultura judaico-cristã.
Resumindo, a direita valoriza a vida por princípio e conforme a cultura judaico-cristã.
Para nós, a vida não é uma variável que pode ser manipulada politicamente. Se
qualquer pessoa, até mesmo nossos inimigos, não fizer nada que suspenda seu direito à
vida (pena de morte), à propriedade (multa) ou à liberdade (prisão), ela é intocável. A
vida alheia não é uma variável política no cálculo moral de uma pessoa de direita. Por outro
lado, para a esquerda, a vida está sempre à disposição da política para implantar a distopia
igualitária.
E a história do século XX mostra bem isso: na Alemanha, o Partido dos Trabalhadores
Nacional-Socialista Alemão (qualquer coincidência com outro Partido dos Trabalhadores não
é mera coincidência) executou milhões de seres humanos que atrapalhavam seus planos; na
Rússia, os socialistas executaram milhões de seres humanos porque, bem, não eram socialistas
o suficiente. Na China, os socialistas mataram outros milhões de seres humanos por causa de
suas fracassadas políticas coletivistas. O assassinato, o genocídio e a morte são lugares-
comuns na história dos países socialistas. Para a esquerda, a vida não é um valor: ela é
uma variável. E dentro da visão de mundo dela, existem muitos incentivos para
simplesmente desrespeitar a vida.
Essa “religião” igualitária tem reflexos visíveis no comportamento da esquerda até em países
que não são socialistas. Não é por acaso que eles inventam mil desculpas para matar bebês nas
barrigas das mães. Não é à toa que eles inventam dezenas de desculpas para poupar
assassinos. Não é por coincidência que eles idolatram criminosos e genocidas (como Nelson
Mandela, Fidel Castro, Vladimir Lênin e outros vagabundos). Não é por nada que eles adoram
os terroristas da Palestina e odeiam o povo de Israel. Tudo isso é SINTOMA de uma
moralidade que não respeita a vida.
O fato é que é fácil ver que a esquerda não respeita a vida. Os socialistas não respeitam
nem as próprias vidas como nós as respeitamos. E esse é um dos melhores caminhos
para reconhecer outra verdade: nosso código moral é superior ao deles. Eles não vão
gostar de ouvir você falando isso, mas é a verdade. Como comparar um código que respeita a
vida com um que passa por cima dela sem muita cerimônia? Como comparar uma moralidade
formada por ensinamentos de um homem que deu a vida pelo mundo (Jesus) com uma criada
por um assassino pedófilo (Maomé)? Concluindo: o nosso código moral é superior ao dos
socialistas, é superior ao da esquerda e é superior até ao dos muçulmanos, principalmente
porque temos o respeito à vida como um VALOR, e não como uma variável a ser manipulada
para alcançar um fim.
Ainda sobre a Vida: Vingança e Justiça
Vamos parar um pouco para conceituar o que é justiça e vingança. Justiça é a administração
de prêmios e castigos conforme as ações dos indivíduos. Esse é o conceito tradicional de
justiça. É a boa e velha Lei de Talião: “Vida por vida, olho por olho, dente por dente,
mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida e golpe por
golpe” (Êxodo 21:23-25). Se você ler atentamente o Pentateuco, verá que essa passagem
representa apenas um “espírito” do que deveria ser aplicado. Nem toda a vida se pagava com
vida e nem toda a ferida se pagava com ferida, mas é um ideal de justiça que olha para o
prejudicado e não para o agressor.
Por ser um “espírito” do que deveria ser aplicado, muitos acabavam fugindo das demais
diretrizes e perpetrando situações que não eram adequadas (desproporcionalidades e
exageros). E é por isso que quando Jesus pregou no sermão da montanha (Mateus 5:39-42),
ele atenuou: “Eu, porém, vos digo que não resistais ao mau; mas, se qualquer te bater na face
direita, oferece-lhe também a outra; E, ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-
lhe também a capa; E, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas. Dá a
quem te pedir, e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes”.
Vamos ser gente grande? Jesus não queria propagar a maldade. Ele não queria duplicar
o número de agressões. Não queria duplicar o número de roubos. Não queria duplicar o
número de sofrimento. E nem queria que você saísse emprestando suas economias a
qualquer mal-intencionado que lhe pedir dinheiro. Ele estava falando com pessoas
simples que precisavam de orientação. Pessoas cujas contendas entre elas não eram lá
grandes coisas. Ele não queria que caso alguém roubasse a comida do seu primeiro filho,
você tivesse que entregar a comida do seu segundo filho. Ele não queria que se alguém
ferisse sua mão direita, você entregasse a esquerda e ficasse sem ter como trabalhar e
comer. Ele queria que o povo parasse de se perseguir por picuinhas e pudesse se
concentrar no que realmente importa (a salvação).
Eu sei que alguns mais à esquerda podem retrucar: “mas você está interpretando o que está
escrito”. Bem, se sua leitura não estiver sujeita a uma interpretação consistente com o restante
da Bíblia, boa sorte em seguir isso ao pé da letra: “Não pensem que vim abolir a Lei ou os
Profetas; não vim abolir, mas cumprir. Digo-lhes a verdade: Enquanto existirem céus e terra,
de forma alguma desaparecerá da Lei a menor letra ou o menor traço, até que tudo se cumpra”
(Mateus 5:17-19). E também em praticar isso sem uma reflexão: “Se o seu olho direito o fizer
pecar, arranque-o e lance-o fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ser todo ele
lançado no inferno. E se a sua mão direita o fizer pecar, corte-a e lance-a fora. É melhor
perder uma parte do seu corpo do que ir todo ele para o inferno” (Mateus 5:29-30).
O próprio conceito de inferno usado por Jesus em suas pregações é uma das bases da justiça
que herdamos: se você for um menino bom, você vai para o céu; se for um menino mau, você
vai para o inferno. É simples. Justiça envolve retribuição conforme os seus atos. Não é
justo com o justo se o injusto receber o mesmo prêmio. Não é justo com a vítima se o agressor
não recebe castigo. Também não é justo com o justo se o injusto é premiado e ele é castigado.
Do mesmo modo, não é justo com a vítima se ela é castigada e seu agressor é exaltado. Se o
que Jesus diz nessas passagens não for sujeito a uma reflexão comparada com o restante da
Bíblia, então boa sorte em viver nesse mundo que voluntariamente castiga os justos e premia
os maus. Boa sorte em incentivar a maldade e punir a boa intenção.
Podemos dizer que quando Jesus diz (Mateus 18:6) que “se alguém fizer tropeçar um destes
pequeninos que creem em mim, melhor lhe seria amarrar uma pedra de moinho no pescoço e
se afogar nas profundezas do mar”, ele está falando de justiça, porque todos os pressupostos
da retribuição são cumpridos. Ou seja, como regra, é bom fazer justiça. O homem mau deve
ser castigado e o bom deve ser recompensado: vida por vida, olho por olho, dente por dente,
mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe. Siga
isso com bom senso e seja feliz.
E a vingança, o que é? Na cultura judaico-cristã, a vinção não é algo ruim (como na cultura
pós-moderna esquerdosa). Não é à toa que a esquerda quer transformar palavras como
“vingança”, “justiça”, “vingador”, “justiceiro” e “vigilante” em coisas malvistas. A esquerda
detesta a vingança porque ela é o pagamento que se faz à JUSTIÇA. Vingança não é
matar alguém por qualquer motivo idiota: isso se chama assassinato. Vingança não é
bater em um conhecido por raiva: isso se chama agressão. Vingança é a administração
(direta ou indireta) da justiça em favor da parte que foi prejudicada.
Por mais que o politicamente correto dos dias de hoje esperneie, justiça e vingança são coisas
boas. Por mais que a ONU não goste, a justiça e a vingança têm lugar especial na cultura
judaico-cristã. Em toda a Bíblia há referências de Deus como dono da vingança, como
provedor da vingança, como o executor dos dias da vingança, entre outros jargões maneiros.
Isaías fala do “dia da vingança do Senhor, ano de retribuições pela contenda de Sião”.
Ezequiel diz que Deus estenderia a mão sobre os filisteus e quereteus, e executaria “sobre eles
grandes vinganças, e saberão que eu sou o Senhor, quando eu tiver exercido minha vingança
sobre eles”.
Jeremias narra que os inimigos de Israel irão pagar porque “esse dia é o dia do Senhor Deus
dos Exércitos, dia da vingança para ele se vingar dos seus adversários; e a espada devorará, e
fartar-se-á, e embriagar-se-á com o sangue deles”. Naum continua dizendo que o “Senhor é
Deus zeloso e vingador; o Senhor é vingador cheio de furor; o Senhor toma vingança contra
seus adversários e guarda a ira contra seus inimigos. O Senhor é tardio em irar-se, mas grande
em poder, e ao culpado não tem por inocente”.
Com isso quero apenas dizer que a Bíblia nos ensina que Deus não é apenas perdão: Ele
também é VINGANÇA. O relativismo moral contemporâneo quer pregar um novo deus,
menor e mais moderno, que oferece salvação igualmente ao inocente e ao pedófilo, ao
pacífico e ao genocida, ao casto e ao estuprador. Quer criar um novo deus que prega a
igualdade da salvação, mas que não é JUSTO. Não é por acaso que é comum que a
palavra “vingança” apareça acompanhada da palavra “justiça” nos livros da Bíblia.
Por isso, nunca houve contradição entre o valor à vida dado pela cultura judaico-cristã e sua
constante defesa da pena de morte. O próprio arcabouço cultural que nos faz respeitar a vida
nos fornece as razões e os meios para punir com a morte aqueles que cometem certos tipos de
crimes. No livro de Números, lemos que se alguém ferir outra pessoa “com instrumento de
ferro e morrer, homicida é; certamente o homicida morrerá”. Também diz que se ferir outro
“com uma pedrada, de que possa morrer, e morrer, homicida é; certamente o homicida
morrerá”. E diz ainda que se o golpe for “com instrumento de madeira que tiver na mão, de
que possa morrer, e ele morrer, homicida é; certamente morrerá o homicida”.
O castigo seria aplicado pela congregação, que “julgará aquele que feriu e o vingador de
sangue SEGUNDO ESTAS LEIS”. Ou seja, o estatuto da justiça estava traçado para a
congregação decidir. Havia instituições para que fosse feito o melhor julgamento, com
número mínimo de testemunhas e atenuação da pena em caso de acidentes. Mas para aqueles
que matavam sem motivos justos, a condenação era a morte. E essa é uma das facetas mais
belas da justiça que a sociedade moderna está querendo varrer para debaixo do tapete. Fazer
justiça é bom. Fazer justiça é moral. Fazer justiça é um ato de amor para com nossos
irmãos.
Outro exemplo é encontrado em Levítico. Lá pelo começo do capítulo 20 se fala da
condenação daqueles que dessem “de sua descendência a Moloque”. O que significa isso?
Bem, alguns cananeus desenvolveram um culto a uma entidade chamada Moloque. Eles
acreditavam que se dessem seus filhos em sacrifício, receberiam favores dessa entidade
escrota. O ritual consistia em queimar seus filhos vivos em altares públicos. Então, saindo um
pouco da Bíblia e perguntando a você que está lendo: o que você faria se visse seu vizinho
sacrificando os filhos dele a um deus qualquer na rua de frente para sua casa?
Qual postura deve ter uma pessoa de bem ao ver uma evidente violação à vida de inocentes?
Fugir? Rezar pela vida deles? Permitir, afinal, estamos em um mundo livre? Nesse tipo de
situação, não se aplica aquele papo-furado de “perdoar o inimigo”. Quando isso acontece, é
necessário fazer algo. Se o homicídio já ocorreu, é necessário fazer justiça e punir os
criminosos. O que lemos em Levítico é que todo aquele que for pego matando o seu próximo
“morrerá: o povo da terra o apedrejará”. Nessa passagem, Deus determina uma postura ativa
de proteção à vida alheia e condenação dos assassinos: ele não só define o crime, mas também
diz qual é a pena que “o povo da terra” deve aplicar.
Agenda: Propostas e Políticas da Vida
Ter a vida humana como VALOR nos impõe ações específica para a sua defesa. Muitas vezes
não nos atentamos a isso porque achamos que é natural que as pessoas se preocupem com a
vida como nós nos preocupamos. Basicamente, as propostas mais importantes de uma agenda
que valoriza a vida são: a defesa da vida humana, o direito de subsistência, a defesa da
família, a promoção da justiça e a defesa do direito de proteger. Vejamos cada uma delas:
Defesa da Vida (Gênesis 1:26: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança): eu sei que mesmo depois de tudo que eu escrevi, deve ter alguém se
perguntando: “mas será que há alguém que não concorda que a vida é importante?”. Ou então
que ainda crê que todos valorizam a vida igualmente. A verdade é que não. Mesmo excluindo
os assassinos, ainda há muita gente que não respeita a vida andando por aí. Por exemplo, em
uma conversa recente com um conhecido, eu falei sobre o aborto. Ele disse que era a favor do
aborto porque não sabia “quando começa a vida”. Não sei se VOCÊ sabe onde começa a vida,
mas se há algum tipo de dúvida em relação ao “começo da vida”, alguém só vai achar normal
abortar se não se importar muito com ela. E essa é a diferença entre uma pessoa que valoriza a
vida e uma que não: a dúvida, para mim, não pode ser uma justificativa para matar alguém; a
dúvida, para alguém de esquerda, é SUFICIENTE para justificar um POSSÍVEL assassinato.
A verdade é essa.
Mas a defesa da vida na direita vai além disso. Desde criança, eu achava estupidez proibir
pesquisas com animais, principalmente quando elas poderiam beneficiar os seres humanos. Eu
pensava: “oras, se uma pesquisa com macacos pode resultar na cura do câncer, é burrice
proibi-la”. Eu sempre coloquei os seres humanos primeiro. E a direita bem poderia ter esse
slogan: “Seres Humanos Primeiro”. No nosso cálculo de decisões, a vida humana vem
primeiro. É importante que se entenda isso para aprender que há diferenças
FUNDAMENTAIS entre o pensamento de alguém de direita (ou qualquer pessoa que valoriza
a vida humana) e dos idiotas que agressivamente lutam pelos “direitos dos animais” ou
daqueles que colocam homens e animais no mesmo nível de importância. Há uma diferença
FUNDAMENTAL entre alguém que se esforça para ter uma boa família e a gentalha
fracassada que diz “eu prefiro os animais do que as pessoas”.
Voltando ao caso do aborto, há muita gente que pensa ter a “cabeça aberta” por defendê-lo até
os três meses de gestação. Normalmente, o que se passa na cabeça dessas pessoas é o
seguinte: “Bem, se o ESTADO permite o aborto até os três meses, é porque algum grupo de
CIENTISTAS decidiu que até os três meses não há vida”. Só que a biologia não é “preto no
branco”. Biologia não é matemática. Imagine se esses “cientistas” erraram no cálculo. Ou
então que, levando em consideração AS PRÓPRIAS CONCLUSÕES deles (de que a vida
começa aos três meses), grávidas com EXATAMENTE três meses e um dia de gestação
apareçam para abortar. Por acaso, já inventaram um aparelho que diga EXATAMENTE o
número de dias da gestação? Já inventaram uma forma de dizer EXATAMENTE há quantos
dias a mulher foi fecundada? Claro, os interessados no aborto podem dizer QUALQUER
COISA. Eles podem dizer que “acham” que foi há “mais ou menos” dois meses e vinte e nove
dias. Mas eu pergunto: se UMA VIDA HUMANA estivesse em jogo, você confiaria? E se
eles erraram na contagem? E se o bebê já tiver três meses e meio? É justo matá-lo? Ou seja,
mesmo para aqueles que acreditam no papo-furado de que a “vida começa aos três meses”,
eles só serão a favor do aborto se não tiverem a vida humana como valor.
Isso para não falar no absurdo que acontece em lugares como o Reino Unido, onde o aborto é
permitido até o QUARTO MÊS (e em outros casos, até quase o final da gestação). Uma
sociedade que um dia foi cristã, agora permite o assassinato de crianças sem se preocupar
muito com o que é certo. Não é por acaso que vemos mês a mês a decadência do Reino
Unido, invadido por muçulmanos e contaminado por um politicamente correto nojento. A
direita não permite aborto porque valoriza a VIDA. Mas e em caso de estupro? Mas e se
estourou a camisinha? Existe a pílula do dia seguinte, não existe? Existem anticoncepcionais.
O que não existe é o caso de achar normal tirar a vida de um bebê porque não se agiu com a
devida rapidez. Ou seja, o primeiro desdobramento da valorização da vida na agenda da
direita é a sua defesa intransigente. Seja com políticas contra o aborto, seja não relativizando a
importância da vida humana, seja com a defesa de penas mais duras para assassinos, o ponto é
que sempre colocamos a vida humana na frente.
Direito de Subsistência (Gênesis 3:19: Com o suor do teu rosto comerás o teu pão, até
que voltes ao solo): muitos podem achar que a defesa do trabalho livre é uma proposta que
tem mais relações com a liberdade do que com a vida, apesar de a possibilidade de
sustentação da vida estar diretamente relacionada a ele. Não basta defender a viabilidade da
vida, é necessário proteger o direito de SOBREVIVER. Novamente, eu entendo que pode
parecer estranho acusar alguém de estar conspirando contra o “direito de sobreviver”. Mas eu
digo: não deveria ser tão chocante assim, já que vemos TODOS OS DIAS intervenções
políticas que PREJUDICAM as pessoas em seu direito de ganhar o pão. No mundo moderno,
a agressão ao direito de subsistência tem se manifestado por meio de políticas que afetam a
liberdade de trabalhar e produzir: proibição de pesticidas, proibição de brinquedos, proibição
do armamento, proibição de alimentos transgênicos, pesadas regulamentações relacionadas à
segurança e ao meio ambiente, entre outras formas de controle estúpidas.
De fato, a esquerda tem uma agenda muito ativa envolvendo a abolição do seu direito de
subsistir. Ela persegue a proibição de atividades absolutamente comuns (como a produção e
comercialização de fogos de artifício) para criar uma massa de desempregados que irá
PRECISAR de ajuda. Ou torna determinada profissão praticamente inviável (como a de
lenhador, por exemplo), gerando um tanto de demissões que a economia não é capaz de
suportar. Dessa forma, a esquerda agride a vida de duas formas: tirando o acesso de
alguém ao seu próprio trabalho e diminuindo a sua capacidade de ser reaproveitado em
outros setores, gerando uma massa de desesperados tentados a apoiar qualquer maluco
em troca de pão. E não diga que você nunca viu isso. O esquema é bem conhecido.
Geralmente, o ataque começa com a demonização de algo subjetivo como a “sociedade de
consumo” ou o “consumismo”. Depois, eles dizem o que as pessoas deveriam fazer, como
proibir uma determinada profissão, ou parar de consumir qualquer produto inofensivo. No
final, o resultado é o mesmo: aumento do desemprego (postos de trabalho foram cortados por
uma burocracia ideológica) e da massa suscetível às promessas de MAIS ESTADO.
Para a direita, o direito das pessoas de produzir, de se sustentar e de perseguir seus interesses,
está ligado ao direito à vida. Afinal, como você sobrevive sem trabalho? O fato de os idiotas
da ONU pregarem que a sua profissão afeta o “meio ambiente” (ou impede a realização do
desarmamento global) não justifica a proibição da atividade com a qual você ganha o seu pão.
A esquerda não está nem aí para o emprego do pobre, ou para o quanto ele paga pela água ou
pela luz, mas a direita está. O ser humano continua sendo a coisa mais importante e deve ter
condições de sobreviver. Infelizmente, hoje se fala sobre o fim de profissões como se todos os
problemas da humanidade já tivessem sido resolvidos. Se dependesse da esquerda, já não
existiriam mais policiais, agentes penitenciários, lenhadores, domadores de leões, produtores
de armas, vaqueiros e sacerdotes.
Por isso é importante que as pessoas tenham consciência, não só de que têm o direito de
subsistir, mas de que ele é importante e que também deve ser garantido ao PRÓXIMO.
Ou seja, do mesmo modo que devemos respeitar a vida dos demais, também temos que
permitir que eles sejam livres para sobreviver com o próprio esforço. Mas a cultura judaico-
cristã tem outra característica que nos faz ter uma consideração especial pelo trabalho. Em
nossa visão de mundo, Deus ordena ao HOMEM comer o pão com o suor do PRÓPRIO rosto.
Ele não disse: “com o suor do rosto do TEU PRÓXIMO comerás o teu pão”. E isso tem
desdobramentos culturais que reforçam não só à importância do direito de subsistir, mas
também que relacionam esse direito com a sustentação da família, tornando-o ainda mais
importante. Em primeiro lugar, disso deriva a noção de que o homem é o provedor da casa, e
não a mulher. Não há nada em nossa base moral que PROÍBA a mulher de trabalhar, claro,
mas se você for um homem de direita (e que se vê assim) você sabe que teria problemas em
ser sustentado por sua parceira. Você pode até ganhar menos que sua esposa, mas é o SEU
trabalho que deve garantir a subsistência da casa. Do mesmo modo, seja você homem ou
mulher, irá ver com maus olhos o homem que não trabalha apenas porque a esposa ganha
muito bem. O que está por trás disso é que o homem deve ser capaz de dar as condições para
que sua esposa fique em casa de tempos em tempos, pelo menos durante a gravidez e nos
primeiros meses de vida dos seus filhos. Portanto, a garantia do direito de subsistir é uma
forma de PROTEGER os meios para a CRIAÇÃO e SUSTENTAÇÃO de uma FAMÍLIA.
Por esse motivo, também é normal que uma pessoa de direita tenha resistência a políticas de
cotas ou de certos tipos de bolsas. Do mesmo modo que Deus não disse “do suor do rosto do
TEU PRÓXIMO comerás o teu pão”, ele também não disse “do suor do teu rosto comerás o
pão, exceto para negros, índios e homossexuais”. Em nossa visão de mundo, não há nada que
valide políticas com base em cor, etnia ou opção sexual. Mais do que isso: vemos como
DESONRADOS aqueles que abandonam o peso da obrigação e escolhem o caminho fácil
para conseguir uma vaga na faculdade ou em uma empresa. Não há nada de honrado em
alguém achar que MERECE alguma coisa apenas porque é pintado de uma cor ou tem
opiniões diferentes dos demais. As pessoas não têm só o direito, mas o DEVER de trabalhar
para prover as necessidades de sua família. E isso não deve ser visto como algo ruim. Ruim é
cair no conto de que a esquerda defende o trabalhador ao mesmo tempo em que se vê ela
fazendo de tudo para torrar a paciência de comerciantes e ambulantes com seus regulamentos
e proibições.
O fato é que a vida pode ser difícil mesmo. E a dificuldade não olha cor de pele, etnia nem
nada. Mesmo sem o governo atrapalhar, a vida já pode ser complicada para muita gente que
tenta MERECER o pão de cada dia. E quando o governo entra na equação para PROIBIR
alguém de ganhar o pão por questões burocráticas ou legais, ele está EXTRAPOLANDO o
seu motivo de existir. Por isso, é importante restaurar as proteções à atividade individual e as
defesas ao direito de trabalhar no que for, desde que não agrida os outros em suas vidas,
liberdades e bens. Para algumas pessoas, essas propostas podem parecer temerárias, mas é por
isso que a defesa desse direito está na direita. Somos nós que defendemos o direito de se
produzir o que quiser sem a interferência estúpida do governo e PONTO. Somos nós que
pensamos no pobre, no camelô, no garimpeiro e no fazendeiro quando são injustamente
assediados pelo estado e PONTO. Enfim, somos nós que defendemos o trabalhador, não a
esquerda. É simples assim.
Defesa da Família (Gênesis 2:24: Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e
apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne): todo direitista é conhecido por ter
uma visão de família mais “rígida” do que a população descolada do mundo pós-moderno
quer. Nós acreditamos na família como ela é, sem perder o seu sentido: mãe, pai e filhos.
Família é isso: é todo o núcleo criado por mãe, pai e filhos. Simples assim.
“Mas e eu e meu cachorro?”. Não é família.
“Mas e eu, meu primo e uma cobra?”. Não, isso também não forma uma família.
“Mas e eu, meu namorado e nosso abajur?”. Também não é família.
“Mas e eu, minhas duas esposas e o marido de uma delas?”. Não viaja. Isso também não é
uma família.
O conceito de família é esse, as pessoas gostem ou não. E ele não nasceu de uma vontade
ideológica de se sentir bem com a forma como os outros chamam essa estrutura social. Ele
não nasceu da necessidade de afagar o ego de dois barbados que querem ser chamados de
“família”. Ele não nasceu da vontade de dar ao cachorrinho do casal um status social mais
digno. A FAMÍLIA NUCLEAR surgiu como instituição em vários lugares diferentes do
mundo e se consolidou nos moldes conhecidos como a melhor forma de garantir a
reprodução e manutenção saudável da sociedade. Defender a família é defender o
futuro. Ser contra a família é ser contra a vida e contra a própria humanidade.
Do ponto de vista cultural, a sociedade judaico-cristã vê na família a realização de uma
profecia: o homem sairá da casa dos pais, se juntará a uma mulher e ambos serão uma só
carne (que são os filhos). Outras configurações que fogem disso NÃO – SÃO – FAMÍLIA. As
pessoas até podem usar o termo “família” para definir informalmente situações similares, e
muita gente faz isso até na direita. Entretanto, em nossa cultura a família é algo tão importante
que qualquer tentativa de “desconstruí-la” vai encontrar uma grande resistência por parte das
pessoas, mesmo quando não são de direita. Isso porque na maior parte do mundo civilizado a
família é vista como algo especial, que está ACIMA do estado.
Por exemplo, você pensa que agredir alguém que não concorda com você é errado, não pensa?
Você provavelmente acha que a aplicação da violência contra alguém que não concordou com
você é um excesso que deve ser punido, não é mesmo? Mas os pais fazem isso com seus
filhos menores o tempo todo. Da mesma forma, as pessoas entendem que se forem agredidas
(mesmo que levemente) por alguém só porque não atenderam a um pedido, um crime foi
cometido. Mas as mesmas pessoas sabem que quando um pai faz isso com o filho, para
discipliná-lo, ele está certo. Igualmente, todos concordam que trancar alguém em um quarto
por não ter feito o que lhe foi mandado é errado. Mas uma mãe que deixa o filho desobediente
de castigo está fazendo a coisa certa. Por que isso acontece? Por que aceitamos essas
“exceções” às práticas de poderiam ser confundidas com “agressão física” e “sequestro”? Em
primeiro lugar, porque a família está ACIMA do estado. E, em segundo lugar, porque os pais
têm uma responsabilidade ÚNICA com os filhos, devendo criá-los para dar continuidade à
família. Nós não toleraríamos tais exceções se não houvesse uma atribuição bem especial
para os pais e uma posição bem elevada para a família.
De fato, quando os pais não cumprem com a responsabilidade de criar os filhos, isso basta
para anular a “imunidade” que todos entendem que eles devem ter. Nesse caso, a própria
guarda das crianças passa a ser contestada. É claro que numa sociedade onde se compara a
família nuclear com praticamente qualquer orgia doida (como a esquerda tenta fazer) muita
gente não entende isso. E é por isso que a esquerda cria uma série de medidas legais para que
o estado SUPERE a família em importância. Veja, quando o cidadão permite que o estado
entre em sua casa para dizer que ele não pode dar umas palmadas no filho malcriado, ele vai
aceitar quase qualquer coisa que o estado mandar. Quando se deixa o governo tirar a
autoridade dos pais, comparando-os a meros “cuidadores”, já se colocou o estado num
patamar superior ao da família. Quando o idiota aceita que mães ABORTEM os seus bebês,
mas acha um absurdo quando os pais dão palmadas em seus filhos para discipliná-los, a
família está sendo duplamente prejudicada. E é por isso que estão na direita aquelas pessoas
que combatem tudo isso. É a direita que defende a família.
Essa defesa da família é derivada do valor que damos à vida. Como já foi dito: família é pai,
mãe e filhos. Os pais têm funções bem específicas e sem eles não poderia haver família (são
eles que têm os filhos). Eles podem DECIDIR criar uma família, mas NUNCA terminá-la
(matando um filho que está para nascer, por exemplo). Nós acreditamos que a família é
ANTERIOR e SUPERIOR ao estado. Por isso, o estado não pode defini-la, apenas
descrevê-la. O estado até pode positivar um conceito de família (como acontece no Brasil),
mas é o estado que está concordando com a cultura judaico-cristã e não o contrário. Se o
estado começar a dizer que “um homem, três ornitorrincos, um cachorro e dois casais” é uma
família, ele estará tentando se colocar como algo SUPERIOR a ela. E quando se permite que a
política se posicione ACIMA da família, vai acontecer genocídio, holocausto, socialismo,
comunismo e toda a porcaria que vimos no século XX.
Essas configurações artificiais podem até criar suas organizações para se tratarem como
“famílias”, mas ninguém é obrigado a incorporar tais CONCEITOS como se fossem
verdadeiros. E que fique claro, nem os doidinhos da esquerda são obrigados a pensar como
nós. Se um sacerdote homossexual quiser fundar uma igreja cor de rosa para casar suas
amigas, ele deve ter todo o direito de fazer isso, desde que não busque reciprocidade de quem
não pensa como ele. Se uma empresária lésbica quiser criar um plano de saúde com
promoções apenas para casais homossexuais (chamando-os de “família”), ela tem todo o
direito de não vender o plano à minha (afinal, a empresa é minha ou dela?). O grande
problema é que os grupos de esquerda estão fazendo um lobby, não para “garantir direitos”,
mas para forçar a sociedade a aceitar NOVOS CONCEITOS de família. Se eles quiserem
retirar da constituição e das leis que família é “homem, mulher e filhos”, eu não tenho muito
problema com isso. Mas se eles quiserem colocar uma aberração no seu lugar, todos deveriam
se preocupar.
Essa valorização que a direita dá à família tem outra face que pouca gente percebe. É comum
uma pessoa de direita ser não só a favor da família, mas da reprodução e da população.
LEMBRE-SE: VIDA É BOM. GENTE É BOM. Se as grandes personalidades que forjaram
a sociedade judaico-cristã acreditavam em nossa missão de “Frutificar, multiplicar e
ENCHER a terra”, por que seríamos contra? Quanto mais gente, mais cérebros e mais braços.
Quem acha que o ser humano é uma praga é a esquerda. São eles que querem reduzir a
população para controlá-la com mais facilidade. Por outro lado, o amor que a direita tem pela
família nos vacina contra algumas ideias idiotas, como controles populacionais, interferências
no direito de reprodução (lembrando que matar bebê não é direito) ou limitação do número de
filhos que alguém pode ter.
Um exemplo disso é o filme O Dia em que a Terra Parou, que foi aos cinemas em 2008. O
filme fala de um extraterrestre CRETINO que vem lá de um outro mundo com a seguinte
missão: se os homens não pararem de “maltratar o meio-ambiente” irá matar TODO
MUNDO. Sim, o ET chamado Klaatu não passa de um CRETINO que veio lá de outra
constelação com o objetivo de matar eu, você, SEUS FILHOS, SUA ESPOSA (ou ESPOSO),
SEUS PAIS, enfim, TODO MUNDO, só porque somos resistentes à ideia da reciclagem e não
votamos no Partido Verde. O filme é isso. Os produtores vão tentar fazer você ficar com pena
do extraterrestre genocida? Vão. Os atores vão agir como se fosse a coisa mais normal
exterminar todo mundo porque o mundo se tornou consumista? Vão. A mídia vai fazer
silêncio em relação ao viés GENOCIDA do filme? Vai. Mas ele está lá. E a explicação para
isso é simples: uma cultura que não dá a DEVIDA IMPORTÂNCIA à FAMÍLIA pode gerar
esse tipo de mentalidade monstruosa. Na cabeça dos produtores, se a humanidade for um
obstáculo para a manutenção da proporção de elementos químicos no ar, sempre será possível
resolver o problema matando todo mundo. Essa mentalidade é FUNDAMENTALMENTE
diferente da nossa: somos nós que queremos encher o mundo de pimpolhos e pimpolhas.
Somos nós que vemos as pessoas como solução, não como um problema. E nós somos assim
porque, valorizando a vida, RESPEITAMOS a família.
Defesa da Justiça (Deuteronômio 19:20: Para que os que ficarem o ouçam e temam, e
nunca mais tornem a fazer tal mal no meio de ti. O teu olho não perdoará; vida por vida,
olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé): o que é justiça? Que tipo de
justiça você defende? A justiça judaico-cristã, que pune o bandido direitinho, ou a “justiça
social”, que rouba de um para escravizar o outro? O conceito de justiça adotado pela direita
envolve o direito de retribuição por ações que SEMPRE afetam a vida ou as condições
de preservá-la. Ao longo do século XX, o conceito tradicional de justiça foi atacado de tal
modo que hoje as leis penais mais parecem um manual do capeta para perpetuar a injustiça.
Na nova “justiça”, as pessoas devem negociar com os ladrões para que saiam de suas casas.
Na nova “justiça”, policiais devem responder criminalmente quando matam um bandido para
salvar alguém. Nessa nova “justiça”, se fala de direito do criminoso e se esquece do direito da
vítima. Na nova “justiça”, o aparato judicial funciona para indenizar criminosos, mas dá as
costas para policiais que morreram defendendo inocentes. Não é essa nova “justiça” que a
direita defende.
Justiça é sobre equilíbrio de direitos para corrigir aquelas ações que afetam a vida ou a
capacidade de manutenção da vida da parte afetada. Praticamente todas as ações
reconhecidas como crimes derivam de alguma forma de agressão à vida ou às formas de
preservá-la (a violência contra a liberdade ou a propriedade). Justiça não é sobre
terceiros dizendo o que alguém deve fazer para pagar por um ato que prejudicou você:
justiça é sobre VOCÊ ter poder para dizer como alguém pode reparar um mal praticado
contra você. Deve ser respeitada uma proporcionalidade, claro. Lembre-se: vida por vida,
olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé. Mas algumas pessoas, para casos
bobos, querem impor uma reparação maior do que a praticada e outras querem receber um
castigo menor do que merecem. É basicamente por causa disso que foi criado o juízo público.
No dia a dia, problemas comuns que não afetam a estabilidade da comunidade podem muito
bem ser resolvidos por um acordo entre as partes. Mas quando as pessoas querem matar
alguém porque pisaram nos seus pés ou querem pagar uma multa por terem matado alguém, é
importante haver algo para equilibrar o sistema.
Justiça, portanto, é sobre reparação. Ela olha principalmente para a parte afetada, ou
seja, a VÍTIMA. A justiça não olha primeiramente para a sociedade, mas para aquele
que sofreu com a ação indesejada. Justiça é um processo de PAGAMENTO e
CASTIGO. Ela não tem nada a ver com REEDUCAÇÃO. Claro que em alguns casos é
normal esperar que o criminoso saia do castigo melhor do que entrou, mas isso já não é
justiça: isso é POLÍTICA DE SEGURANÇA. Hoje em dia, a “justiça” tem, no mundo inteiro,
olhado para o CRIMINOSO como a parte principal do processo: ele não tem mais que reparar
a vítima, mas uma entidade virtual que chamam de “sociedade”. A pena não é mais para punir
o agressor, é para “reeducá-lo”. E infelizmente a campanha socialista para acabar com a
cultura ocidental fez um trabalho tão maluco na cabeça das pessoas que muitas confundem
justiça com arrependimento ou com política de segurança. O fato de alguém se arrepender de
algo não anula a pena: apenas o ofendido pode fazer isso, não o estado. O fato de ser bom que
alguém tenha uma postura melhor depois de cumprir sua pena não tem nada a ver com justiça:
isso tem a ver com as vontades de quem vota.
Códigos penais que não contemplam a possibilidade de pena de morte, de prisão perpétua ou
que impõem limites à pena aplicada aos mais monstruosos crimes são perpetuadores de
injustiças e convidam os doidos a sofisticarem cada vez mais as suas maldades. A justiça deve
ser aplicada para que “os que ficarem o ouçam e temam, e nunca mais tornem a fazer tal mal
no meio de ti”. Quando ela não existe, os que ficam não ouvem e não temem, e voltam a fazer
o mal no SEU meio e no MEU meio. Inocentes SOFREM quando não há justiça e é por isso
que o Brasil se tornou um dos 20 países mais perigosos do mundo. Para haver justiça, deve
haver proporcionalidade na reparação: “vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por
mão, pé por pé”. Quando não há proporcionalidade, não há justiça. Quando a vítima não é
reparada, não há justiça. E, infelizmente, fora da direita não há nada acontecendo para
recuperar a verdadeira justiça e restaurar a segurança no mundo.
Exemplos de justiça são abundantes na Bíblia e o fato de a sociedade ocidental ter se afastado
dela nas últimas décadas tem trazido consequências perversas para os que mais se distanciam.
Ao mesmo tempo em que a esquerda pede para que abandonemos os bons exemplos do
passado, ela também pede que aceitemos essa nova “justiça” (no lugar da JUSTIÇA) e que
substituamos a velha e boa honestidade pela “ética” (palavra que não aparece nenhuma vez na
Bíblia). Até mesmo o Vaticano engoliu esse papo-furado modernista e retirou do seu
ordenamento a pena de morte em 1969. Abandonando uma tradição milenar de manutenção
da justiça, Paulo VI simplesmente resolveu ser mais que seus antecessores e abraçou a agenda
porcaria da esquerda. No Concílio de Trento (ocorrido entre 1545 e 1563), já havia sido
decidido: “É lícito em juízo condenar à morte aos homens e tirar-lhes a vida. A segunda classe
de morte permitida é a que pertence aos juízes, a quem se deu o poder de impor a pena de
morte, em virtude da qual castigam os homens criminosos e defendem os inocentes de acordo
com as leis e o que resulta do juízo. Cumprindo realmente com esse dever, não só não são
culpados de morte, como se ajustam perfeitamente à lei divina, que proíbe o homicídio”.
Do mesmo modo, Santo Agostinho escreveu em A Cidade de Deus: “Algumas vezes, seja
como lei geral, seja por ordem temporária e particular, Deus ordena o homicídio. Ora, não é
moralmente homicida quem deve à autoridade o encargo de matar, pois não passa de
instrumento, como a espada com que fere. Desse modo, não infringiu o preceito quem, por
ordem de Deus, fez guerra ou, no exercício do poder público e segundo as leis, quer dizer,
segundo a vontade da razão mais justa, puniu de morte criminosos”. Mais uma vez, o
fundamento é a defesa da própria vida. O próprio Concílio de Trento justificou: “Porque,
tendo esse mandamento por fim olhar pela vida e a conservação dos homens, cuidam
igualmente disso as penas impostas pelos juízes, que são os vingadores legítimos dos crimes,
para que, reprimindo com castigos a audácia e a maldade, esteja segura a vida humana. E
assim disse David: Pela manhã exterminava a todos os criminosos do país, para extirpar da
cidade do Senhor a todos os que obravam mal”. Desse modo, a pena de morte aparece como
meio para preservar a vida. Uma justiça que rejeita o seu uso simplesmente não é
justiça. E por isso que, dos dez países mais seguros do mundo, SETE têm pena de morte.
No livro de Daniel, há uma passagem que fala sobre dois juízes que acusaram em falso uma
mulher de adultério. Eles queriam dormir com ela, mas ela não aceitou, provocando a ira dos
dois velhos. O profeta Daniel aparece para salvar a VIDA da mulher, chamada Suzana.
Para provar a inocência dela, ele confronta os dois velhos individualmente e recebe relatos
diferentes do que ocorreu, provando que ambos tentavam dar cabo na mulher por não ter se
curvado aos seus desejos. Daniel disse a um: “Velho perverso! Eis que agora aparecem os
pecados que cometeste outrora em julgamentos injustos, condenando os inocentes e
absolvendo os culpados; no entanto, é Deus quem diz: não farás morrer o inocente e o íntegro.
(...) Eis aqui o anjo do Senhor que, segundo a sentença divina, vai dividir teu corpo pelo
meio”. Mas ainda assim, homens e mulheres de todas as vertentes do cristianismo têm
abandonado o bom exemplo passado para abraçar uma agenda montada por genocidas e
socialistas. Contudo, até por valorizar tanto a vida, a direita não abandona a justiça e a coloca
como uma das propostas principais da sua agenda. Não é por acaso então que é a direita que
propõe a redução da maioridade penal, a construção de presídios, a revogação de regalias para
detentos, a instituição de penas adequadas aos crimes, a aplicação da pena capital e instituição
da prisão perpétua, tudo dentro da nossa visão de mundo. Essas políticas são próprias de quem
quer defender a vida. “Quem poupa o lobo, condena a ovelha”.
Direito de Proteger e Fazer Justiça (Êxodo 2:11: E aconteceu naqueles dias que, sendo
Moisés já homem, saiu a seus irmãos, e atentou para as suas cargas; e viu que um
egípcio feria a um hebreu, homem de seus irmãos. E olhou a um e a outro lado e, vendo
que não havia ninguém ali, matou ao egípcio, e escondeu-o na areia): o direito de proteger
e fazer justiça está relacionado à proteção da vida. A promoção da justiça não é e nem pode
ser passiva. A justiça deve ser realizada, por nossas próprias mãos, todos os dias, em todos os
lugares. Infelizmente, muitos preferem fingir que vivem sob regimes judiciários perfeitos
apenas para poder cruzar os braços e não se sentirem culpados pelas injustiças que deixam
acontecer. Por exemplo, na Austrália, em apenas um ano, quase CEM bebês foram mortos
depois dos cinco meses de gestação apenas porque tinham malformação em algum membro
(em alguns casos, a malformação não era nem confirmada). Situações parecidas ocorreram em
países que consideramos civilizados, como Canadá, Noruega e Suécia. Na Grã-Bretanha,
apenas 1% dos abortos tardios são realizados para poupar a vida da mulher: 99% dos casos
são justificados por questões preventivas, por suspeita de má-formação ou deformações no
bebê. Como a sociedade chegou a esse ponto? O que permitiu que a justiça fosse pervertida?
O que faz com que a “justiça” persiga um policial que mata um criminoso, mas tente apenas
“reeducar” um adolescente que mata toda uma família? Com certeza é a perda da noção de
JUSTIÇA. Só que, na prática, isso só acontece quando os homens abrem mão de um de
seus direitos mais importantes e sagrados: o direito de proteger.
A questão é a seguinte: suponha que você esteja em um país onde a pena para o assassinato
seja de apenas um ano, em um resort com direito a visitas íntimas, cinco refeições diárias e
escolinha para o bandido estudar um pouco. Suponha que você seja um pai de família, com
uma linda esposa e dois lindos filhos. Enfim, suponha que um bandido entrou na sua casa e
matou todos. Ele é condenado na “justiça” a ficar um ano nesse spa. A justiça foi feita? E se a
pena fosse de cinco anos, a justiça teria sido feita? Para você, quando começa a ser justiça e
quando deixa de ser injustiça? O ofendido não tem um direito maior de determinar a pena do
bandido que o prejudicou? Então, por que é comum ver as pessoas dizendo que a justiça foi
feita apenas porque o vagabundo foi preso? Eu não estou aqui defendendo a ausência de uma
justiça pública, que fique claro: o que eu estou dizendo é que a justiça pública deve atender
certos requisitos morais para ser JUSTIÇA de fato. E se ela não atender a esses requisitos, ela
não é nada mais do que um monstro retardado com um crachá escrito “justiça”. E quem
defende esses requisitos básicos para a justiça ser JUSTIÇA é a direita, inspirada também no
direito de proteger e defender.
É importante que o estado reconheça o direito do cidadão de fazer justiça privada. Por
exemplo, se alguém roubar, matar ou ameaçar aqueles que estão sob a responsabilidade de
alguém, o responsável deve ter o direito de defendê-los e cobrar do agressor o prejuízo. Pode
até haver um processo administrativo para verificar se de fato o bandido era bandido, mas o
agente privado não pode simplesmente ser tratado como um criminoso apenas porque se
defendeu ou puniu aquele que matou um ente querido. O direito de se defender e reagir
deve ser mais do que respeitado. Se um cidadão mata um bandido que invadiu sua casa, ele
não deve ser punido. Se um policial mata um traficante durante um tiroteio, isso não deve
transformá-lo em réu (como cada vez mais ocorre no Brasil). Recentemente foi publicada uma
pesquisa mostrando que é mais perigoso ser policial militar no Brasil do que soldado no
Afeganistão. Só no Rio de Janeiro, um policial morreu por dia no início de 2016. Ainda
assim, a “justiça” se esforça para tratar os nossos policiais como criminosos sempre que
acabam matando um vagabundo durante uma troca de tiros. Nossos policiais militares
devem receber garantias justas de que suas vidas serão valorizadas quando saem para
defender as NOSSAS vidas. E essas garantias devem existir não só para que tenhamos
um bom sistema de segurança, mas também porque a VIDA DELES é importante.
Além disso, é legítimo que exista uma justiça pública para atender aqueles que não têm
condições de fazer justiça por eles mesmos. Mas até nesses casos, as vítimas, ou os parentes
das vítimas, devem ser consultados antes de o juiz deliberar a pena. O juiz não pode achar
(como acontece no Brasil) que ele é a justiça. Ele não é. O juiz é um mero intermediário
burocrático que julga os fatos. Não é por acaso que foram inventados tribunais de jurados para
julgar casos contra a vida. Um grupo de cidadãos julga melhor do que um juiz. O juiz pode
até saber o que a lei diz e qual procedimento deve ser adotado, mas ele NÃO É A
JUSTIÇA e NÃO SABE MAIS O QUE É JUSTIÇA do que qualquer outro cidadão
adulto bem-educado. Quando houver concordância sobre os fatos, os prejudicados devem ser
consultados sobre a pena a ser aplicada. E a pena não deve ser vista como uma relação entre o
bandido e a “sociedade”, mas como uma retribuição às vítimas. Quando o homem passa a
crer que a relação entre crime e pena é uma relação entre bandido e “coletividade”, ele
já perdeu a verdadeira noção de justiça.
O aparato público de justiça deve ser racional e atender as demandas que surgem por
classificação de GRAVIDADE. Se quisermos ser uma sociedade que VIVE e que RESPEITA
A VIDA, é necessário que as pessoas entendam que um país que sofre com quase 60.000
assassinatos por ano e outras centenas de milhares de roubos e estupros, não pode tratar a
vingança como um crime. No mundo, entre 50% e 70% de TODOS os processos de
assassinato ficam sem saber quem foi o culpado. No Brasil, há lugares em que de cada CEM
casos de homicídio, apenas em DEZ se encontra algum suspeito. O cenário é PIOR em casos
de pedofilia e estupro. Ainda assim, a esquerda conseguiu manipular a sociedade a abraçar o
criminoso e perseguir quem revida. O desarmamento é uma obrigação para VOCÊ que é
honesto, mas quando é o traficante que se arma, a esquerda gosta e faz novelas. Quando a
sociedade reage e amarra os vagabundos em postes, a esquerda aparece para condená-la. Por
isso que o armamento, a legítima defesa e o direito de proteger são tão importantes para a
direita. Sem isso, somos apenas as vítimas que a esquerda quer que sejamos.
3.2. Sobre a Liberdade
Por que a liberdade é importante? Por que para uma pessoa de direita a liberdade também é
um valor, e não mais uma variável política de um objetivo utópico? Por que reconhecemos o
direito à liberdade como algo sagrado? Veja, em 1776 os americanos criaram um documento
chamado Declaração de Independência dos Estados Unidos da América. Nele, eles pregavam:
“Nós temos essas verdades como autoevidentes, que todos os homens são criados iguais, que
eles recebem do Criador certos direitos INALIENÁVEIS, dentre os quais o direito à VIDA, à
LIBERDADE e à busca da felicidade”.
Entenda que não foi por acaso que foi justamente nessa sociedade cristã que se criou os
fundamentos da própria independência em uma luta por liberdade. No documento, eles
estabelecem parâmetros morais objetivos de valorização da vida, da liberdade e da busca pela
felicidade (que para mim é um outro nome para “liberdade”). É interessante como eles não
deram uma justificativa para considerar o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade
como “inalienáveis”: eles simplesmente estabelecem que têm “essas verdades como
autoevidentes”. E eles nem precisavam justificar: a sociedade americana naquela época era
completamente cristã. Ou seja, TODOS viam essas verdades como autoevidentes.
Esse é o nosso espírito: nós temos como verdade autoevidente que recebemos de uma
entidade superior certos “presentes” (a vida, a liberdade e a propriedade). Mas saiba que, se
você leu direitinho a parte que fala sobre vida, vai entender melhor a importância da liberdade
e da propriedade na mentalidade da direita. É mais fácil de entender por que o seu direito à
liberdade é importante se você tem a vida como princípio. Se a vida é um valor, então é
lógico que os meios para preservá-la devem ser especialmente protegidos. Para que
possamos preservar a vida e multiplicar sobre a terra, temos que ter LIBERDADE para
usar nossa PROPRIEDADE nesse propósito. É simples assim.
Se pergunte: qual a legitimidade de uma lei que tira a sua liberdade de se defender? Qual é o
respaldo de uma lei que cassa a sua liberdade de possuir os meios para preservar a vida dos
seus entes queridos? Qual é o embasamento moral de uma lei que tira a sua liberdade de
trabalhar como vendedor de armas, projétil humano ou lenhador para sustentar sua família?
Todos esses exemplos mostram que a liberdade importa. Mais do que isso: que a liberdade
importa mais do que a sociedade contemporânea tem feito.
As pessoas têm visto suas liberdades sendo atacadas porque pararam de considerá-las um
VALOR. A liberdade, mais do que a vida, tem se transformado em uma variável política até
mesmo na terra da liberdade. Eu já falei sobre isso, mas quando um povo aceita que o
governo dite como o pão vai ser comprado e vendido, ele está só esperando para votar
“democraticamente” a cor das algemas que terá de usar. Quando uma sociedade produz
pessoas que querem proibir os feirantes de vender bananas por dúzia, elas estão contando os
dias para decidir se as correntes que terão de usar serão feitas de ferro ou de cobre. Pior, elas
vão ficar felizes quando souberem que não vão precisar usar correntes vermelhas de ferro
porque conseguiram o direito de usar algemas verdes de cobre.
Por isso é importante que você saiba: para a direita a liberdade é um VALOR. Ela não é uma
variável política. Os esquerdosos adoram comparar a direita com os nazistas. Eles amam nos
chamar de fascistas. Quando eu ouço isso, eu simplesmente sorrio e digo: “Bem, o que me
consola é que eu nunca, nunca, nunca li nenhuma citação de Hitler pregando liberdade
econômica e privatização. O que me consola é que eu nunca vi aquele nacional-SOCIALISTA
pregando a independência do cidadão perante o estado”. Ou então, falo: “Bem, o estado
totalitário de Mussolini está mais perto do que a esquerda quer do que das políticas de redução
do estado de direita, não é?”.
Agora você já sabe que a liberdade é importante como ferramenta para manter não só a sua
vida, mas também a daqueles que você ama. Mas a liberdade tem valor apenas por isso? Na
visão de mundo judaico-cristã, também é importante que você seja livre para fazer as escolhas
que podem levar à sua salvação espiritual. Em nossa cultura, Deus pode escolher você se
você escolher Deus. Como é possível pagar os dízimos se o governo tira tudo que você tem?
Como é possível ajudar o próximo se o estado não permite que você sustente nem a sua
família? Como é possível dar ofertas se o governo tira de você tudo que lhe sobra?
Ou seja, sua liberdade é importante não só porque permite que você defenda melhor a sua
vida. Ela também é importante por questões relacionadas a conceitos como salvação,
felicidade e realização. Como é possível estar realizado se o governo proíbe você de ser o que
você quer? Como é possível ser feliz se o estado não deixa você perseguir sua felicidade?
Como você pode ser salvo em sua religião se o governo tira a responsabilidade de suas
decisões? Todas essas questões estão relacionadas à liberdade que todos devem ter para
perseguir seus interesses.
Agenda: Propostas e Políticas da Liberdade
Ter a liberdade como valor afeta de muitas formas o modo como alguém enxerga o mundo.
Também afeta os limites que a pessoa está disposta a respeitar para “alterar a realidade”.
Lembre-se: todas as propostas de uma agenda visam ou conservar ou reformar o “mundo
real”. E o ponto aqui é que uma pessoa livre vai sempre buscar manter as instituições que
garantem sua liberdade ou reformar aquelas que a prejudicam. Não é de se esperar que alguém
livre (no sentido de defender a liberdade) tenha muita simpatia por controles sociais,
imposições do governo ou proibições em geral. A antipatia da pessoa livre por políticas que
podem diminuir liberdades se transforma em desprezo quanto mais “boba” é a ação afetada
(como a regulamentação de brinquedos ou da fabricação de alimentos).
Você verá aqui que uma agenda ancorada na liberdade tem como principais propostas a defesa
da liberdade de crença, da liberdade de expressão, da liberdade de costume, da liberdade de
troca e a busca por formas de governança representativas. O controle da liberdade pode ser até
aceito por um cidadão livre, mas como exceção, não como regra. E geralmente essas exceções
têm a ver com a própria defesa da liberdade. Por exemplo, é natural que os defensores da
liberdade concordem com a privação da liberdade de alguém que pratica um sequestro
ou outra violência contra as liberdades alheias. Na maioria das vezes, o controle proposto
pelo “livre” não vai afetá-lo, a menos que ele seja um criminoso.
Também é importante ser realista. Eu mostrei que não há contradição em ser a favor da vida e
defender a pena de morte. Uma pena que suprime a vida que tira a vida fala a favor da
vida, não contra. O mesmo serve para a liberdade: não há nada de errado em ser um
defensor aguerrido da liberdade e concordar com a pena de prisão. O que significa que
uma punição que tira a liberdade de quem prejudica a liberdade do próximo reforça a
defesa da própria liberdade. Ver algo de errado nisso é como dizer que uma pessoa que
defende a propriedade não pode concordar com a aplicação de multas. Contudo, penas que
prejudicam o ladrão em sua propriedade tendem a reforçar a propriedade em geral. Dito isso,
vamos conhecer as propostas relacionadas à liberdade.
Liberdade de Crença (I Macabeus 2:28: Que venham comigo todos os que têm zelo pela
lei e querem continuar fiéis à aliança): um dos direitos fundamentais relativo à liberdade é o
direito de crença, também conhecido como o direito de ser muito, muito, muito teimoso. Nas
épocas de antigamente, não era a coisa mais segura do mundo ser teimoso. Por exemplo, no
segundo livro de Macabeus, duas mulheres foram jogadas de um penhasco porque insistiram
em circuncidar os seus bebês. No mesmo livro, há a história de um senhor, chamado Eleazar,
que era teimoso e não gostava de bacon. Mesmo depois de ser submetido a seções de tortura,
ele não quis comer bacon. Os carrascos desistiram e condenaram o velho Eleazar à morte,
porque ele não queria comer bacon. Mas ele tinha alguns simpatizantes influentes que fizeram
uma proposta: para poupar a vida do velho, seria feito um banquete público em que todos
pensariam que ele estaria comendo bacon, sendo que ele poderia levar a carne que quisesse e
preparar da forma que achasse melhor. A única condição era não falar nada e deixar o povo
pensar que o velho Eleazar estava comendo bacon. O que você faria?
Eleazar respondeu: “Não é próprio da nossa idade (...) usar de tal fingimento, para não
acontecer que muitos jovens suspeitem de que Eleazar, aos noventa anos, tenha passado aos
costumes estrangeiros. Eles mesmos, após o meu gesto hipócrita, e por um pouco de vida, se
deixariam arrastar por causa de mim, e isso seria para a minha velhice a desonra e a vergonha.
E mesmo se eu me livrasse agora dos castigos dos homens, não poderia escapar, nem vivo
nem morto, das mãos do Todo-Poderoso. Sendo assim, se eu morrer agora corajosamente,
mostrar-me-ei digno de minha velhice, e terei deixado aos jovens um nobre exemplo de zelo
generoso, segundo o qual é preciso dar a vida pelas santas e veneráveis leis”. Eu sei que você
deve estar pensando: “mas que velho teimoso”. Mas a nossa cultura foi montada sobre
teimosias. Se for para definir os apóstolos de Cristo com uma palavra, eu diria: teimosos. O
cristianismo resistiu e se expandiu graças a homens que morreram por pura teimosia.
Muitos teriam sobrevivido se tivessem apenas dito “eu não sou cristão” e continuado suas
vidinhas santas do mesmo jeito que antes. Entretanto, André foi crucificado em um grande
“xis”. Mateus foi apedrejado e queimado (há outras versões para a morte dele). Bartolomeu
foi esfolado vivo: tiraram sua pele antes de arrancar sua cabeça. Felipe foi enforcado (ou
crucificado). Tiaguinho foi apedrejado. Tiagão e Matias foram decapitados. Tomé foi
atravessado por lanças. E Simão e Judas podem ter sido crucificados. A história de Pedro não
é tão certa, mas também terminou em morte. Que ele foi crucificado de cabeça para baixo é
sabido. Mas um apócrifo diz que ele tentou escapar da crucificação. No caminho, ele
encontrou Jesus, que perguntou: “Onde você pensa que vai?” (ou coisa do tipo). Pedro baixou
a cabeça e respondeu: “Estou indo para Roma ser crucificado”. É interessante se questionar:
por que um homem condenado à morte que conseguiu fugir retornaria à prisão? Pedro foi
teimoso.
E essa teimosia se repete de tempos em tempos. Não tem aquele papo-furado do “nunca
diga nunca”? Então: os homens e mulheres que forjaram a nossa cultura diziam nunca.
Os apóstolos diziam nunca. Eles preferiram enfrentar a morte e a dor do que se curvar
às imposições desse mundo sobre suas crenças. Os profetas diziam nunca. Em várias
ocasiões eles preferiram enfrentar leões e fogo para não trair as suas crenças. Tente
pensar como um ateu que acredita que não há nada além deste plano. Por que eles fariam isso?
Tente agora pensar como um crente que “nunca viu” um milagre. Por que eles faziam isso? A
resposta é: porque eles acreditavam em algo. As pessoas têm o direito de acreditar no que
quiserem, mesmo que seja um absurdo. Tem gente que acredita em coelhinho da páscoa
(crianças). Tem gente que acredita em um deus que usa pedófilos como intermediários (os
muçulmanos). E existem até aqueles que acreditam que o governo sempre pode acabar com o
desemprego se gastar mais (os keynesianos).
Então as pessoas têm todo o direito de serem teimosas e acreditar em coisas que as outras
pessoas não acreditam. As pessoas MORREM por suas crenças. Elas estão dispostas a
MORRER pelo que acreditam. E há duas particularidades em relação a essa disposição: em
primeiro lugar, que ela está relacionada a algo muito estimado pelo ser humano, a “busca pela
felicidade”, e; em segundo lugar, que não dá para controlar o que as pessoas acreditam. Você
até pode tentar controlar a expressão e a manifestação de tal crença, mas não há como
controlar aquilo em que as pessoas acreditam. Você já parou para pensar o que determina suas
VONTADES? O que faz alguém QUERER se vestir como uma bicha-louca colorida ou
ganhar uma competição? São as crenças. O que faz alguém TER VONTADE de tocar fogo no
próprio corpo para expressar seu ponto ou de transformar sua pele num queijo suíço cheio de
piercings e alargadores? São as crenças. Ou seja, as vontades são em parte determinadas
por aquilo que a pessoa acredita. Responda: Você já QUIS assistir a um filme porque
falaram bem dele? Você já fez um investimento porque acreditou em seu amigo? Suas
crenças determinam suas vontades. E suas vontades, determinam suas ações. É simples
assim.
Essa sequência “crença, vontade e ação” são o papai-mamãe do cotidiano da humanidade. Sua
busca pela felicidade é determinada em parte por aquilo em que você acredita. O que seria do
mundo sem esse direito básico? O que seria do mundo se todos fossem obrigados a crer em
um menu limitado de possibilidades? As pessoas são diferentes e cada uma assimila o que
acha mais adequado para conseguir avançar do ponto A (onde ela está) ao ponto B
(felicidade). Ao contrário de tudo que veio antes dela, a cultura judaico-cristã não tem em seu
DNA a supressão de crenças diferentes. Não foi por acaso que foi justamente nela que surgiu
a possibilidade da diversidade de crença, algo que não acontece com tanta tranquilidade em
nenhum outro lugar do mundo. Da perseguição sofrida no passado, os cristãos conseguiram
criar a sociedade mais aberta que se viu no mundo. E por isso a liberdade de crença é tão
importante na agenda da direita.
Liberdade de Expressão (Gálatas 4:16: Por acaso me tornei vosso inimigo apenas por
declarar a verdade?): a primeira frente na defesa prática da liberdade é ser livre para pregar
uma opinião ou comunicar uma informação. Enquanto a crença é individual e influencia as
vontades do indivíduo, a expressão é a ação de externalizar suas opiniões e pensamentos.
São poucos os casos em que alguém de direita concorde com algum tipo de política que
criminalize o simples fato expressar uma opinião. É mais comum que partidos de esquerda
defendam propostas que, de algum modo, dificultam ou comprometam a comunicação entre
as pessoas. Na antiga União Soviética, em Cuba, na Coreia do Norte, na Líbia de Muammar
al-Gaddafi e em outros países onde o socialismo foi implantado, os jornais e televisões foram
todos estatizados. Em países socialistas, os súditos do estado não podem ter mais de um meio
para se informar. As informações, as opiniões e a verdade são criadas e controladas pelo
governo.
Em estados onde a esquerda avançou, o governo criou uma rede de pilantras pagos com
dinheiro público para dar uma “opinião oficial” ao povo. Exemplo disso é a porcaria da “TV
Brasil”, um cabide de emprego para socialistas e artistas decadentes. Ao mesmo tempo, são
criadas dificuldades para a atuação dos meios de comunicação privados, por meio da
administração política de concessões de sinais de TV e de rádio. Isso aconteceu no Brasil, na
Argentina, na Venezuela, enfim, em todos os países onde o povo foi burro o suficiente para
colocar a esquerda radical no poder. Mas até em democracias consolidadas (como os países da
Europa Ocidental e os Estados Unidos) o avanço cultural da esquerda provocou agressões à
liberdade de expressão. Onde essa agenda socialista não venceu politicamente, ela implantou
uma campanha que promove o “politicamente correto” e a “cultura das minorias” para
controlar a expressão da opinião.
O politicamente correto e a cultura das minorias trabalham de mãos dadas para controlar a
opinião pública em países ocidentais. Primeiro se forma um grupo de pessoas com interesses
comuns, como os homossexuais. Depois, se inventa um termo para demonizar e marcar
qualquer um que se oponha aos interesses do grupo, como “homofobia”. O mesmo se vê com
os movimentos negros e o uso abusivo da palavra “racismo” contra qualquer um que não
concorde com suas políticas. Com a ajuda do estado, se cria uma rede de apoio mútuo para
infernizar a vida do cidadão que simplesmente não quer que seu filho seja exposto ao
homossexualismo ou que critica os programas de cota. Com políticas direcionadas, a esquerda
transforma cursos de ciências humanas em fábricas de macaquinhos domesticados para
defender o politicamente correto como uma nova forma de moralidade. Com recursos
internacionais, a esquerda financia a ascensão desses macaquinhos ao editorial de jornais e
revistas, tornando cada vez mais difícil a livre expressão da opinião. E o resultado é um
mundo cheio de macaquinhos adestrados guinchando “homofóbicos”, “racistas” ou
“intolerantes” contra qualquer um que não concorde com eles.
O que complica ainda mais é a estratégia da esquerda de criar um universo de gente
supersensível. Pessoas que chamam você das piores coisas possíveis, mas que não suportam
serem chamadas de “feias”, “gordas” ou “burras”. A esquerda faz isso colocando na cabeça
dessas pessoas uma ideia perversa que envolve o controle sobre o seu direito (sim, o SEU
direito) de expressão: a ideia de que elas podem DETERMINAR a forma como VOCÊ deve
se referir a ela. Por exemplo, Joãozinho se torna homossexual e quer ser chamado de
Mariazinha. Se você não o chamar de Mariazinha, ele acha que está no direito de processar
você. Outro exemplo é o sujeito que nasceu amarelo, mas foi adestrado a se considerar preto e
mesmo assim acha um absurdo quando alguém o chama de preto. Ou o absurdo de alguém
que nasceu pintado de preto e que não quer ser chamado de negro. São situações que
envolvem o controle da expressão e que se tornaram comuns, mesmo quando não há nenhum
preconceito envolvido.
Os devaneios loucos da esquerda fizeram com que no III PNDH fossem colocados projetos
para “desconstruir os estereótipos relativos às profissionais do sexo”. Você pode me dizer:
como é que se desconstrói a imagem que o povo tem de prostitutas? De tão absurda, a ideia é
até engraçada. No mesmo documento, há a proposta de “considerar o aborto como tema de
saúde pública, com a garantia do acesso aos serviços de saúde”. Esses exemplos mostram
como o desrespeito à liberdade de expressão se traveste de politicamente correto para
controlar o discurso. Primeiro são criadas leis para “desconstruir” palavras e “considerar”
coisas. Depois, quem não aderir ao “idioma oficial”, pode ser processado, perseguido ou
chamado de “intolerante” sem poder fazer nada. De repente, uma garota de programa não é
uma mulher que faz sexo por dinheiro e não está mais sujeita a um número de doenças que
afetam a vida dela. De uma hora para outra, o assassinato de bebês não é mais “considerado”
um crime e passa a ser “tema de saúde pública”.
Isso mostra como a liberdade de expressão também pode salvar vidas. Quando o governo
tenta controlar o discurso para dizer o que as pessoas devem pensar, mulheres desesperadas
podem achar “menos arriscado” se prostituir e casais ignorantes podem pensar que abortar é
um direito. Outro exemplo de como o politicamente correto pode perpetuar a ameaça contra a
vida, é o discurso racista que muitos movimentos negros têm adotado. Eles fazem de tudo
para jogar os negros contra os brancos. Eles inventam perseguições que não existem e criam
ídolos para cantar a raiva contra a “burguesia” e a “elite branca”. Algumas facções
acrescentam até elementos islâmicos ao movimento, tornando-o ainda mais radical. E qual é o
resultado? Um estudo recente sobre a violência nos Estados Unidos mostrou que 81% dos
brancos são mortos por negros e apenas 16% são mortos por outros brancos. Só por isso,
poderíamos dizer que são os negros que são racistas. Entretanto, quando se analisa o perfil das
vítimas negras, a situação piora: 97% dos negros foram mortos por negros e apenas 2% foram
mortos por brancos.
As outras mortes ocorreram em confronto com a polícia, que mesmo assim matou MAIS
BRANCOS. Onde está o racismo e a perseguição? O discurso vitimista dos movimentos
negros não permite que seus membros se perguntem por que eles estão SE MATANDO. O
controle do discurso e o politicamente correto criam esse tipo de situação. O resultado é que
há uma tendência cada vez maior para que os crimes de negros contra brancos tenham um
perfil racista. Ou seja: negros que matam brancos apenas porque aprenderam a ter raiva deles.
Algo parecido tem acontecido no Brasil: a juventude pobre é domesticada com raps
“politizados” que falam da opressão policial contra os “pobres bandidos” que só querem
assaltar em paz. O resultado é a criação de um monte de idiotas com raiva de policiais e das
forças de segurança, dispostos a atacá-los sempre que têm a oportunidade.
E quando alguém se levanta contra essa agenda e fala contra o politicamente correto, há todo
um ataque organizado da mídia contra a “resistência”. Quando as pessoas passam a usar a
VERDADE contra o discurso oficial da esquerda, elas são atacadas pelo establishment
globalista. Esse ataque à livre expressão da verdade já havia sido sentido por Paulo quando se
dirigiu aos gálatas. Foi isso que fez com que ele dissesse: “Por acaso me torno vosso inimigo
dizendo a verdade?”. A sina da esquerda por controle chegou a esse ponto: as pessoas estão
tendo medo de dizer a verdade. A intenção é passar uma mensagem a todos que não se
ajustam ao discurso oficial: tenham medo de dizer a verdade. E é dessa forma que surgem as
maiores agressões à própria verdade. É isso que torna cidadãos livres em escravos de um
enredo falso criado por imbecis.
Por isso a liberdade de expressão é vista pela direita como uma das maiores garantias para a
manutenção da liberdade e da vida. Todas as tentativas socialistas de assumir o poder
envolvem ataques à liberdade de expressão: seja por meio do controle do discurso
(politicamente correto), seja por meio da criação de robozinhos hipersensíveis (transformação
da expressão de críticas ou de verdades em agressão e crime), seja por meio do controle dos
meios de comunicação (leis ou regulamentações). Já a direita adota outro caminho: ela é favor
do livre discurso, da maturidade dos cidadãos e da liberdade de comunicar. O limite justo é a
ameaça à vida no contexto moral já descrito. Um palhaço pode ser contra visigodos ou emos,
mas quando começar a pregar a atitude agressiva contra a vida de visigodos e emos torna-se
justo retaliar de alguma forma. Se torna mais justo quando o idiota dá nome ao visigodo ou ao
emo. Entretanto, todos concordam que esses casos são exceções. Em regra, quanto mais o
cidadão se sentir seguro para dizer o que pensa ou declarar sua opinião, melhor. E quanto
mais meios ele possuir para se expressar, melhor.
Liberdade de Costume (Gênesis 4:3: E aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do
fruto da terra uma oferta ao Senhor. E Abel também trouxe dos primogênitos das suas
ovelhas, e da sua gordura; e atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta. Mas para
Caim e para a sua oferta não atentou): outra liberdade que tem sido ameaçada é a de
costume. Aos poucos, o direito de fazer coisas toscas (ou legais) está sendo perdido no mundo
que praticamente inventou o direito de fazer coisas toscas (e legais). Querem proibir a caça, as
touradas, os circos e até rodeios sertanejos. E a reação contra essa violência à liberdade de
costume me parece muito fraca quando olhamos o que estamos perdendo. O costume é a
manifestação prática de um conjunto de crenças e a expressão verbal é apenas uma de
suas formas. Nesse sentido, todos os costumes que não comprometem a vida, a liberdade e a
propriedade de terceiros, devem ser respeitados ou tolerados. Note que na esquerda é mais ou
menos comum “não tolerar”. Parece que todos os anos eles se reúnem numa grande orgia gay
que termina em um sorteio com o próximo alvo que será atacado. Eles já sortearam a caça, as
pesquisas com animais, os casacos de pele, o uso de sacos plásticos, as cantadas, os rodeios,
as vaquejadas, as touradas, o fumo, enfim, essas orgias nunca acabam bem para a liberdade de
costume.
Veja a quantidade de coisas que a esquerda não tolera. Ela não tolera católicos conservadores.
Ela não tolera evangélicos. Ela não tolera os ruralistas. Ela não tolera quem caça. Ela não
tolera música sertaneja. Ela não tolera pagode. Ela não tolera os norte-americanos. Ela não
tolera combustíveis fósseis. Ela não tolera a emissão de gás carbônico. Ela não tolera
brinquedos que lembram armas. Ela não tolera brindes em redes de fast-food. Ela não tolera
piadas de humor negro. Ela não tolera a polícia militar que a protege. Ela não tolera
empresários bem-sucedidos. Ela não tolera a venda de pão por unidade. Ela não tolera carros
grandes. Ela não tolera cidadãos armados. Ela não tolera muita coisa. Mas você, meu amigo
de direita, que é intolerante. Pelo menos é isso que os dementes (como os que trabalham na
GloboNews) pensam. Cristãos chamam homossexuais para suas igrejas querendo o bem deles.
Ruralistas plantam gerando mais emprego para os camponeses. Caçadores caçam para
oferecer banquetes aos amigos. Defensores da legítima defesa se armam para proteger seus
vizinhos. Empresários arriscam seu capital para movimentar a economia e emitem gás
carbônico para gerar emprego. Policiais arriscam suas vidas até por quem não merece. Mas a
direita que é intolerante.
Mas claro que há limites. Os ataques tradicionais à vida, à liberdade e à propriedade alheia
devem ser punidos. Não se pode dizer que a proibição para matar alguém é uma agressão à
liberdade de costume. Não se pode dizer que punir aquele que prejudica as liberdades de
outras pessoas é atuar contra a liberdade. Nem que o castigo para aqueles que roubam é um
limite intransponível na defesa da liberdade. A liberdade está (ou deveria estar) subordinada à
vida e aos elementos que a sustentam. Um bandido que invade sua casa alegando que é livre,
está comprometendo a sua vida naquilo que lhe protege. Um vândalo não pode destruir seus
meios de trabalho alegando que é livre e que a liberdade de destruir coisas antecede a
manutenção do ganha-pão alheio. Um pedófilo não pode abusar sexualmente de crianças
alegando que a liberdade de costume (casamento de adultos com crianças em países
islâmicos) antecede a integridade física delas. Uma mulher não pode tirar a vida do filho em
sua barriga alegando que a liberdade de engravidar antecede o direito à vida do bebê.
Entretanto, esses limites são necessários para a própria manutenção da liberdade. Não se
espera que haja muita liberdade em comunidades que praticam a mutilação genital feminina,
por exemplo. Nem em sociedades onde a escravidão é encarada como normal. Ou seja, a
liberdade de costume não permite que alguém prejudique o próximo sem sua autorização
consciente. Mas o fato é que apesar desses casos, a direita é bem tolerante. Ninguém vai te
incomodar se você sacrificar galinhas para oferecê-las com farofa ao seu deus. Ninguém vai
incomodar você porque quer se vestir diferente (nós podemos até achar ridículo, mas
incomodar, nós não vamos). Ninguém vai parar você se quiser se mutilar (voluntariamente)
como penitência em sua crença. Ninguém vai tentar proibir você de usar a sua propriedade
para plantar ou produzir. Nem vai obrigar você a pensar antes de gastar milhões de dólares em
um rabisco que poderia ser feito por uma criança de quatro anos de idade que não desenha
bem. E ninguém vai achar um absurdo se você gosta de caçar. Nada disso coloca em risco a
vida e a liberdade das outras pessoas.
E a direita costuma tolerar não porque concorda ou gosta de tudo, mas porque a liberdade
também é um dos seus valores. Se a liberdade não fosse um valor, mas apenas a vida, talvez a
direita seria contra práticas perigosas com mais frequência. Contudo, não temos nada contra
fast-food, dietas doidas, práticas perigosas, esportes radicais ou tradições controversas. Muito
pelo contrário: o posicionamento de defesa da liberdade pede garantias para que as pessoas
possam seguir e manter os seus costumes. Por exemplo, uma situação que tem ocorrido muito
é a proibição de alguma coisa só porque se acredita que ela se tornou obsoleta, como
aconteceu com as lâmpadas incandescentes. Os promotores do socialismo venderam a ideia de
que, como a lâmpada incandescente gasta mais energia que a fluorescente, ela pode ser
proibida. Logo os zumbis robóticos da esquerda estavam fazendo passeatas para proibir
lâmpadas incandescentes. Para eles, não importa se, por uma questão de estética ou gosto, o
sujeito as prefere. Não importa se ela é mais barata e os mais pobres têm mais condições de
comprá-la. O que importa é o controle e a proibição. Logo, se proíbe um produto inofensivo
apenas porque a esquerda “achou melhor”.
Outro exemplo é o da caça. A campanha cultural nas grandes cidades conseguiu convencer as
pessoas de que a caça é ruim. Elas foram convencidas de que caçar é uma maldade e que o
animal tem mais direitos que o caçador. Em muitos casos, o caçador caça como lazer. Isso
gera emprego para guias, para os fabricantes de armas, para os montadores de munição e até
para as redes hoteleiras. Mas a mentalidade das antas animalistas é que o direito do animal
está acima de todas as relações humanas e dos meios de subsistência daqueles que estão
inseridos na cadeia produtiva da indústria da caça. Outro exemplo recente é o da proibição das
vaquejadas, que são festivais onde vaqueiros perseguem as vaquinhas, derrubam elas pelo
rabo e as laçam no chão. O melhor vaqueiro ganha um prêmio. Para o cidadão verde que vota
em tartaruga, isso tudo é um absurdo e deve ser proibido. Dane-se a profissão dos vaqueiros.
Dane-se se aquela é uma prática comum no meio rural. O que importa para a esquerda é
PROIBIR. QUALQUER COSTUME SÓ PODE EXISTIR SE ELA QUISER. Ao mesmo
tempo, foram aquelas pessoas ligadas à direita que se posicionaram a favor dos sertanejos pela
manutenção do festival.
Portanto, a direita abraça uma liberdade de costume que tem seus limites, mas que é muito
mais abrangente do que outras alternativas. Até mesmo porque a liberdade de costume pode
reforçar a manutenção da família, valor ligado à manutenção e reprodução da vida. Há muitos
costumes dentro do seio familiar que não são apenas tolerados, mas justamente incentivados
como forma de proteção da vida. Por exemplo, quando um pai bate no filho ou uma mãe
coloca a filha de castigo, pode parecer um absurdo do ponto de vista da relação entre dois
adultos desconhecidos, mas esses costumes são tolerados por estarem sujeitos a um princípio
maior (o da família). O mesmo ocorre em relação às atividades que se tornaram polêmicas,
como o arremesso de anões, a caça ou os rodeios. Isso mostra como esse dueto vida-liberdade
é capaz de criar um sistema mais livre do que aquele que tem apenas a vida ou só a liberdade
como valor. E com certeza cria um modelo político com muito mais liberdade do que um
ancorado no controle e na igualdade (como o criado pela esquerda).
Liberdade de Troca (Êxodo 20:15: Não roubarás): outra liberdade essencial para a direita é
a que nos permite trocar o que é nosso sem interferências de terceiros. Já vimos como parte do
respeito que temos pela propriedade é herdada da cultura judaico-cristã. Quando estava
ditando os mandamentos para Moisés, Deus pensou numa forma GENIAL de acabar com os
socialistas: no oitavo mandamento, ele deixou claro “Não roubarás”. Desse mandamento
deriva praticamente toda a dor de cabeça que os socialistas têm com os judeus, os cristãos e
nossa cultura. E para garantir que os homens não comprassem o papo-furado de “guerra de
classes”, ele determinou: “Não cobiçarás as coisas dos outros”.
Roubo não é troca. “Distribuição de renda” não é troca. “Roubar dos ricos para dar aos
pobres” não é troca. Troca envolve algumas coisas que muita gente não se dá conta. Para
haver uma troca é preciso haver: pelo menos duas pessoas; cada uma delas com algo para ser
trocado; o interesse delas pela troca; a disposição das duas para se desfazer de algo que têm
para receber algo que não têm, e; que as duas CONCORDEM com os termos de troca (como a
quantidade e a qualidade dos bens). Ou seja, ela precisa de pelo menos duas pessoas
VIVAS com autoridade sobre as suas PROPRIEDADES e com LIBERDADE para
trocar nas proporções e das formas que bem entenderem. E nesse processo OBJETIVO e
MATERIAL esqueça qualquer papo-furado que você ouviu sobre o “valor” de um produto.
Quando duas pessoas livres estão trocando, elas dão o valor que acharem melhor para aquilo
que querem.
O “valor” de um bem não é uma medida coletiva, pois ele depende do quanto o indivíduo está
disposto a dar para recebê-lo. Você pode estar disposto a pagar mais por uma água
dependendo da sua sede, mesmo que ela seja da mesma marca e tenha o mesmo sabor. Você
até pode comprar uma água de pouca qualidade, por um preço mais caro do que o que está
acostumado, dependendo do contexto. Mas você ESCOLHEU gastar mais por aquela água.
Seu cérebro disse a você que vale a pena comprá-la, naquela condição e por aquele preço.
Deixa de ser troca quando você é OBRIGADO a realizá-la. Se alguém obriga você a se
desfazer de algo em condições que você NÃO CONCORDOU, isso não é uma troca. É um
tipo de apropriação. Mesmo que se tenha deixado algo para “compensá-lo”. A situação ideal
de troca é a de um mercado: ali, todos trocando dinheiro por produtos nas condições
mutuamente acordadas.
O cidadão pode até achar que o preço de algo está caro, mas se ele compra é porque ele acha
JUSTO se desfazer de algo seu (um valor em dinheiro) por ter aquele bem. Da mesma forma,
o mercado (ou qualquer loja) é um lugar onde as pessoas vão para vender dinheiro ao dono de
outras mercadorias. Ninguém pensa nisso, mas num comércio não é só você que está
comprando: o vendedor também está. Só que você está comprando produtos e vendendo
dinheiro e o dono está comprando dinheiro e vendendo produtos. Pedir para qualquer uma das
partes concluírem a transação sem que concordem com os termos, é um tipo de violência
contra a liberdade e a propriedade. Interferir nesse processo obrigando o vendedor a se
desfazer do seu produto em condições específicas (favoráveis ou não) é uma agressão aos
direitos dele. Manipular esse processo forçando o comprador a satisfazer sua necessidade com
um produto de qualidade diferente (melhor ou pior) é uma agressão ao direito dele. E a única
instituição que tem poder para fazer dessas agressões uma rotina é o ESTADO.
Suponha um país onde o estado monopoliza a exploração e distribuição de petróleo. Ele vende
esse petróleo estabelecendo uma proporção de adulteração (mistura com álcool, por exemplo)
para ganhar mais. Se ele não permite que você tenha acesso a petróleos de outras qualidades,
ele está agredindo a sua liberdade de troca. Uma empresa não tem poder para isso. Se ela
possuir muitos recursos, ela poderá comprar algum político socialista para criar um
monopólio para ela, mas terá NECESSARIAMENTE que usar o estado. Um vendedor não
tem nenhum poder para proibir você de comprar em outras lojas, mas o estado tem. Por outro
lado, o estado pode determinar que você só pode vender o que tem de um determinado modo.
Quando você é OBRIGADO a se desfazer de algo que é SEU de um modo que você NÃO
ESCOLHEU, sua liberdade já foi agredida.
Hoje em dia vemos casos bobos de agressão à liberdade de troca que acabam prejudicando a
liberdade de uma forma mais ampla (e até a VIDA das pessoas). Por exemplo, imagine que
você é um tecelão amish em um país que obriga os vendedores a usar equipamentos
eletrônicos para registrar as vendas. Os amish são membros de uma seita que não permite o
uso de equipamentos eletrônicos. Uma regra que OBRIGA o uso de computadores
necessariamente fere a liberdade de costume de um amish, mas também agride a sua liberdade
de troca. O amish pode comprar um computador para emitir notas fiscais do jeito que o estado
quer, mas a sua liberdade de trocar o que produz da forma que bem entender foi
comprometida. Ele é OBRIGADO a comprar um aparelho eletrônico para manter a prática
que lhe dá subsistência. E isso terá um impacto no valor pelo qual está disposto a se desfazer
do seu produto.
Vamos supor que o estado determina que a partir de agora os alimentos só poderão ser
transportados em caminhões menores e com refrigeração. Todos aqueles donos de caminhões
maiores e menos modernos NÃO PODERÃO trabalhar para produtores que estão
perfeitamente dispostos a pagar por isso, apenas porque o governo resolveu determinar o
MODO como um produto deve ser distribuído. Por outro lado, os agricultores terão que gastar
mais para contratar os novos caminhoneiros e poderão repassar a diferença do valor ao
consumidor. Nos dois casos, haverá uma obstrução na distribuição de comida que poderá
afetar as famílias em suas VIDAS, seja pela escassez (temporária ou não), seja pelo preço
(que podem se tornar tão altos que algumas pessoas não poderão comer).
Então, é muito fácil ver que um sistema onde as pessoas podem trocar o que têm sem
obstáculos tende a manter ou ampliar as LIBERDADES, mas também tende a favorecer as
condições de VIDA. Quanto mais fácil for o processo de troca, mais rápido alguém poderá
satisfazer a sua demanda. Os bens irão chegar com mais rapidez aos consumidores e
atenderão as necessidades do povo com menos contratempos. Por exemplo, o acesso a armas
pode dar mais liberdade de movimento a uma família, tanto no meio selvagem quanto no
urbano. O acesso a automóveis dá mais liberdade para conhecer novos lugares e novos
mercados. O contato com um serviço de internet dá mais liberdade para alcançar informações
novas e opções de emprego. Mas principalmente, o acesso a alimentos ou aos produtos
necessários para a manutenção da VIDA pode ocorrer com mais estabilidade e frequência,
fazendo a humanidade florescer até em lugares onde não se espera.
Suponha que você está em uma cultura que condena a agressão contra a vida, mas onde
as trocas são proibidas. Se você só souber cortar lenha, você não vai conseguir
sobreviver e alimentar sua família. Se você só puder plantar, não vai conseguir proteger
seus filhos do frio. Se você não souber fazer uma arma, corre o risco de ser morto por
um animal ou um ladrão. Desse modo, a troca não é apenas importante para a
sobrevivência: ela também permite que se viva com conforto. Ou seja, a justificativa
moral da liberdade de troca não permite controles estúpidos, já que tais restrições DE
FATO afetariam a forma como as pessoas mantêm suas vidas.
Mas do mesmo modo que vimos os limites aceitáveis à liberdade, não queremos que haja uma
troca irrestrita de bombas nucleares, vírus mortais ou raios paraplegicadores. Quanto tempo
vai durar uma cidade onde se vende ebola na farmácia ou granadas de antimatéria no
supermercado? O que significa que um julgamento sobre a possibilidade de eliminar a vida de
terceiros entra na função para calcular as fronteiras da liberdade de comércio. Eu até ficar
com um pé atrás ao propor limites ao comércio de bombas de fusão nuclear ou à venda
de plutônio em supermercados, mas temos que ser realistas sobre as possibilidades de ter
problemas se todos tiverem em suas casas uma bomba que pode explodir toda uma
cidade ao toque de um botão. Imagine se em todo controle de TV houvesse um botãozinho
com as palavras “lançar bomba atômica”. Por mais que seja difícil dizer isso, eu não quero
viver em um mundo onde qualquer um possa ter acesso a esse controle. Seria muito chato ter
que mudar de vizinhança toda vez que um vizinho chamado Mohammad comprasse uma TV
nova.
Um caso mais controverso é a legalização de algumas drogas. Digo algumas drogas porque
muitas já são legalizadas (como os cigarros, os charutos, as bebidas alcóolicas e os cursos de
graduação em sociologia). Eu particularmente acho que há proibição demais e que algumas
substâncias conhecidas como “drogas” poderiam ser liberadas sem nenhum controle. O
DHEA (desidroepiandrosterona) e a fosfoetanolamina (a famosa “cura do câncer”) são
proibidas ou controladas no Brasil, mas podem ser encontradas com facilidade nos Estados
Unidos ou em alguns países europeus. Eu mesmo tomo DHEA e nunca senti nenhum efeito
colateral (fora um terceiro braço que está nascendo no meu ombro). Do mesmo modo, creio
que não deveria haver limitação para a venda de sibutramina, GH e outros suplementos.
Normalmente as pessoas consomem coisas perfeitamente legítimas e que não devem ser
tratadas como “bem coletivo” com uma “função social” a ser cumprida. Não se pode tratar o
que é de alguém (qualquer bem que você sabe que PODE ter) como um objeto sujeito a um
controle social ou coletivo. Para a direita, não há muita diferença entre tabelamento de preço e
roubo. Se você tem um bem, ninguém pode obrigá-lo a se desfazer dele por um valor que
você não concordou. Se o dono do supermercado quer vender papel higiênico em pacotes de
dez, ninguém pode obrigá-lo a vender por unidade. Se o padeiro quer vender os seus pães por
unidade, ninguém pode obrigá-lo a vender por quilo. Afinal, de quem é o pão? Do padeiro,
seu ou da sociedade? De quem são os papéis higiênicos? Do governo ou do português do
mercadinho?
Países pobres geralmente chegaram onde estão porque têm uma massa de idiotas que não
enxerga que tabelamento de preços, de salários ou de quantidade de produção são formas de
ROUBO. Se você é obrigado a se desfazer de algo que É SEU por um preço que NÃO
CONCORDOU, ou trocá-lo por algo que você NÃO PRECISA, qual é a diferença disso para
roubo? Nenhuma. E por que seria diferente para o padeiro, para o comerciante ou o doleiro? O
governo não pode dizer que você tem que vender esse seu computador ou essa sua camisa por
um preço que você não quer. Alias, ele nem pode obrigá-lo a vender. Se o estado força você a
trocar o seu carro por um papel de bala ou um cadarço de tênis, você foi roubado. Se ele força
qualquer pessoa a vender suas coisas de um modo que ela não concordou, ela foi roubada.
Representatividade (1 Samuel 8:4: Então todos os anciãos de Israel se congregaram, e
vieram a Samuel, a Ramá, e disseram-lhe: Eis que já estás velho, e teus filhos não andam
pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora um rei sobre nós, para que ele nos julgue,
como o têm todas as nações. Porém esta palavra pareceu mal aos olhos de Samuel,
quando disseram: Dá-nos um rei, para que nos julgue. E Samuel orou ao Senhor. E disse
o Senhor a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não te têm
rejeitado a ti, antes a mim me têm rejeitado, para eu não reinar sobre eles): você leu a
passagem acima? Não? Então leia, porque ela é importante. Ela fala de como os judeus
queriam abandonar sua liberdade sob os juízes para se entregar à autoridade de um “rei” que
diria o que eles deveriam fazer para serem grandes. Ela fala de um povo que se esqueceu de
que para ser grande, basta ouvir o que Deus tem a dizer. Eles não queriam apenas um rei: eles
COBIÇAVAM um rei. Eles queriam um rei “como o têm todas as nações”. Era o sintoma de
um povo que já desistiu de ser livre (imagine, então, o povo que abandona o direito de
comprar pão por unidade). Não é por acaso que Deus responde a Samuel, dizendo que eles
“não te têm rejeitado a ti, antes a mim me têm rejeitado, para eu não reinar sobre eles”.
Quando o indivíduo abandona uma de suas liberdades para se entregar aos desmandos dos
homens, ele está só esperando para ser feito de escravo.
Representatividade é uma palavra grande, mas que representa bem o que a direita pensa sobre
sistemas de governo. O estado NÃO DEVE ser visto como uma entidade suprapessoal que
está acima do indivíduo. Ele deve ser visto como uma ferramenta que deve estar sob o
controle dos adultos livres que são afetados por suas ações. Ele deve ter LIMITES
intransponíveis. Para o cidadão de direita, o país ideal é uma república onde os municípios
tomam as decisões mais importantes (segurança interna e administração da justiça), seguidos
dos estados e da federação (se houver necessidade disso). O órgão central (a federação ou
união) deve apenas manter e garantir uma constituição com os valores que devem ser
protegidos (como os direitos à vida, à liberdade e à igualdade), além de cuidar da defesa
coletiva (ou seja, proteger a vida para manter a liberdade e a propriedade do povo) e a
coordenação entre os estados integrantes.
No processo de independência dos Estados Unidos, os colonos justificaram a insubordinação
com o argumento de que se não tinham representantes no parlamento britânico, também não
tinham nenhuma obrigação de pagar impostos. Afinal, os impostos são usados em um aparato
que afeta os pagadores. Se é para participar de uma vaquinha onde não se pode dizer no que
será gasto, qual a diferença entre isso e um assalto? Pense no caso de um ladrão, chamado
Robin Hood, cuja profissão é “roubar do rico para dar ao pobre”. Só que o arco de Robin
Hood quebrou e ele tem que comprar outro. E como a profissão dele é ROUBAR, ele vai ter
que tirar o dinheiro de alguém para comprar o novo Max Arrow 3000. Então ele vê você na
floresta, todo pimposo, com seu tênis moderno, sua camisa bonita e seu livro legalzão e pensa:
“esse daí é um dos meus contribuintes”. Ele se aproxima com uma pedra e ameaça te agredir
caso você não participe da vaquinha. Imaginou tudo isso?
Agora pense que você é um adulto que recebe mais do que a primeira alíquota do imposto de
renda (cerca de R$ 1.900 no começo de 2017). Suponha também que Robin Hood seja o nome
do seu país e que o arco Max Arrow 3000 tem um outro nome, digamos, Receita Federal. Se
você for um adulto livre que não tem nenhum poder sobre as ações de Robin, você foi
assaltado, meu amigo. E se você está pensando “e não é que esse Robin Hood era um FILHO
DA PUTA?”, você está no caminho certo. Mas o que eu quero dizer é que é natural que os
homens se organizem em torno de estados (sejam municípios, países ou condomínios), mas
que as ações desses estados (que afetam seus direitos fundamentais) só são legítimas quando
aqueles que os sustentam PARTICIPAM, de algum modo, do processo de decisão. Se o
estado toma o que você produz e não permite que você opine de algum modo (mesmo que
seja por meio de representantes mentirosos), sua relação com ele não é nada diferente da de
um escravo e seu dono. E não foi por acaso que a independência dos Estados Unidos produziu
vários slogans legais como “Me dê a liberdade ou me dê a morte” e “Sem taxação se não
houver representação”.
O tema “representação” deve ser analisado, também, do ponto de vista do que falamos sobre
justiça (no tópico sobre a VIDA). Você até pode ser obrigado, de modo legítimo, a fazer o que
entidades maiores mandam você fazer, sem participar do sistema de decisão. Você até pode
ser forçado a ir a locais que você não gosta e comer coisas que você detesta, de modo
legítimo. Mas isso se você for uma criança sendo educada pelos pais. Contudo, se você for um
adulto, você não é nada mais do que um escravo. E isso não é JUSTO. Para nós de direita, a
formação de um estado só se justifica moralmente se for uma ferramenta nas mãos de
adultos, não para incentivar o “bem-estar coletivo”, mas para garantir e defender esses
valores que são tão estimados pelo ser humano (a vida, a liberdade e a propriedade). O
indivíduo e a família estão em posições similares ou MAIORES que o estado. Eles NUNCA
estão abaixo dele. Quando a ideologia vê o indivíduo ABAIXO do estado, torna-se
moralmente justificável acabar com a representação política. E, nesse caso, quando ainda há
algum tipo de esquema com votos, isso não passa de uma concessão dada pelo estado.
Por isso a representatividade é tão importante no sistema de valores da direita. Se for para ser
afetado por um sistema mundano para organizar a sociedade, melhor que sua opinião seja pelo
menos levada em consideração. E ainda assim, sua opinião sobre o que vai afetar todo o resto
DEVE TER UM LIMITE. Suponha que a maioria (inclusive você) vote que todas as pessoas
carecas devam ser mortas, qual é a legitimidade dessa “lei”? Eu posso dizer nenhuma, mas se
esse estado não for montado sobre os direitos de vida, liberdade e propriedade, isso é só uma
opinião. Sabemos que na Rússia, na China e na Turquia, uma minoria conseguiu decidir pela
eliminação FÍSICA de milhões de pessoas. Esses massacres foram a consequência do “deus”
que esses povos decidiram seguir. Então, quando eu falo de estado com representatividade,
estou falando de algo maior. Estou falando de uma organização que serve aos propósitos
específicos de defender a VIDA, a LIBERDADE e a PROPRIEDADE, nessa ordem. Na
cultura judaico-cristã, não há muito espaço para “democracias” onde a opinião da maioria
sempre prevalece. Se a opinião da maioria for uma violência contra esses valores, ela vale
tanto quanto a honestidade de um Robin Hood ou a religiosidade de um papa Chiquinho. Ou
seja, nenhuma.
É importante deixar claro que a consciência da rejeição do conceito de “democracia” (a
vontade da maioria) não significa um ataque à representatividade. Muito pelo contrário. Num
sistema representativo, nos termos da matriz valorativa da direita, a maioria não pode decidir
acabar com a vida de um cidadão inocente, ou prendê-lo, ou confiscar o que obteve com o
fruto de seu trabalho HONESTO. Esses direitos estão ACIMA da autoridade estatal. Suponha
o caso de o MST ser maioria e votar pelo confisco da propriedade do João do Arroz. Na
representatividade montada sobre a defesa da vida e da liberdade, o interesse dessa maioria
tem tanta legitimidade quanto o direito da alface de não estar na sua salada. Em um sistema
representativo, não existem ditaduras da maioria ou da minoria. Mas, infelizmente, ataques a
esses direitos fundamentais se tornaram tão frequentes que é como se a população tivesse se
esquecido de que o estado DEVE TER LIMITES.
Por isso, a direita costuma tratar a representatividade como um modo de defender a liberdade
para proteger a vida. Dentro da cultura judaico-cristã, a representação surgiu com a
IMPOSIÇÃO de LIMITES ao estado (constituições). As constituições contemporâneas
(inspiradas no exemplo norte-americano) não surgiram como uma tentativa de controlar o
povo ou promover o “bem-estar social”. Elas surgiram para garantir a vida, a liberdade e a
propriedade do povo (We the People). Isso significa que a representatividade (para a direita)
não é vista como uma ferramenta para administrar os membros de um grupo. Ela é um MEIO
para preservar a liberdade dos que participam dela (até porque a liberdade, como vimos, é
ESSENCIAL para preservar a vida). Resumindo: dentro da visão da direita, um sistema
representativo nunca poderá passar de certos limites. Explicando de outro modo: o
sistema representativo deve seguir um acordo que imponha LIMITES MORAIS à ação
coletiva. Explicando da forma que eu prefiro: todos os cidadãos que formam um estado
devem (ou deveriam) ter consciência de quais LIMITES querem que ele tenha para que
seja legítimo. Infelizmente, muitas pessoas ainda hoje dia entendem o estado como se fosse
uma entidade que pode NÃO TER LIMITES. E quando ele não tem limites, a representação
delas fica comprometida. E com o comprometimento da representação, elas perdem a
liberdade. E sem liberdade, elas colocam suas vidas em risco.
3.3. Sobre a Propriedade
Propriedade é uma situação de domínio que vincula algo a alguém. Quando alguém
adquire algo justamente (não roubou de ninguém), pode-se dizer que esse algo pertence
a essa pessoa. A cultura judaico-cristã foi a primeira a estabelecer a propriedade privada
como uma instituição tão importante que o próprio Deus se encarregou de criar um
mandamento para protegê-la. Ele manda respeitar até mesmo a propriedade dos inimigos. Mas
por que Deus se preocuparia tanto com isso que criou um mandamento só para dizer que
quem violasse a propriedade do próximo iria para o inferno? Por que Ele estabeleceu apenas
“Não roubarás” e não “Não roubarás, exceto se a propriedade não estiver cumprindo sua
função social, blá, blá, blá”? O respeito à propriedade é tão importante que Ele criou outro
mandamento só para dizer que é pecado até COBIÇAR o que é de outra pessoa. Por que tanta
preocupação com a propriedade?
Eu sei o que você deve estar pensando. “E eu lá sou Deus para saber?”. Ou então, “Mas eu
nem acredito em Deus”. Ok, então eu pergunto: VOCÊ acha a propriedade privada
importante? Você acha que as coisas alheias devem ser vistas como “de propriedade
comum”? Melhor: você acha que AS SUAS COISAS podem ser usadas por qualquer um? O
militante de esquerda sempre acha que a propriedade dos outros deve ser mais socializada do
que a dele. O que eu quero saber mesmo é de onde VOCÊ deriva o respeito que tem pela
propriedade alheia? Digo, até pouco tempo eu era ateu, mas eu já via a propriedade como algo
que devia ser protegida. Eu tinha o VALOR do respeito à propriedade. Eu podia não acreditar
em céu e inferno, mas eu sabia que roubar era errado e que as coisas dos outros deveriam ser
respeitadas. Por que eu pensava assim mesmo sendo ateu?
O motivo é que o direito à propriedade é uma garantia para os demais direitos. Você não
consegue garantir sua liberdade sem os meios (propriedade) para isso. Você não consegue
manter sua vida sem liberdade para responder às ameaças que surgem contra ela. Então, por
outro caminho, a vida precisa de liberdade e a vida é a única coisa que se põe acima da
liberdade no dia a dia. Mas a liberdade precisa de meios (de propriedade), pois sem as
ferramentas adequadas, você pode perder sua condição de pessoa livre. Sem meios, você é
pobre e fraco e não conseguirá nem proteger sua esposa da ameaça e nem os seus filhos da
fome. Sem propriedade, os cidadãos são fracos e são feitos de escravos por estados fortes e
gordos. A propriedade é uma garantia contra os eventuais excessos do estado e um seguro
contra crises imprevistas. No Brasil, os maiores inimigos da esquerda se caracterizam por seus
meios: não há nada que um petralha tenha mais medo do que um empresário bem-sucedido ou
um pastor milionário. Não há nada que um estado perdulário tenha mais medo do que uma
população que PODE cobrar a conta.
Por isso a propriedade é tão importante. E também deve ser por isso que Deus Se preocupou
tanto em criar os meios para que a Sua criação vivesse e PROSPERASSE com vida e
liberdade. E essa preocupação não busca apenas resguardar a propriedade dos ricos: ela é
ESPECIALMENTE importante para proteger os pobres. Por exemplo, no século passado, um
idiota chamado Giovanni Montini (também conhecido como Paulo VI) escreveu uma
aberração chamada Populorum Progressio. O documento defende uma relativização explícita
da propriedade privada. No texto, ele prega: “Ninguém tem direito de reservar para seu uso
exclusivo aquilo que é supérfluo, quando a outros falta o necessário”. Eu entendo que muitos
humanistas retardados (como o próprio Montini) pensam que estão fazendo a coisa certa ao
dizer que a propriedade deve ser compartilhada e que a sua defesa intransigente só beneficia
os ricos. Mas quando se prega que se deixou de reconhecer como legítimo aquilo que é do
próximo, qual propriedade estará mais ameaçada: a do rico que trabalhou para construir muros
e comprar armas ou a do pobre desarmado e desmurado?
Por isso o respeito à propriedade é tão importante. Quando um idiota como São Basílio diz
algo como “O pão que guardas em tua dispensa pertence ao faminto, como pertence ao nu o
agasalho que esconde em teus armários”, ele não está prejudicando os ricos a quem tanto
odeia, mas aos pobres. Quando o idiota diz que o “sapato que apodrece em tuas gavetas
pertence ao descalço, ao miserável pertence a prata que ocultas”, ele não está fazendo outra
coisa além de pregar: ROUBEM. O que ele está fazendo é dizer aos invejosos: “aquilo que
vocês querem e está no armário, na dispensa e no cofre do próximo, é de vocês”. Logo, muita
gente vai pensar: “Bem, se eu tenho algo que está com alguém, nada mais justo do que eu ir
até a casa dele e buscar”. E o maior problema (além da propagação dessa ideia absurda) é que
o pobre mora do lado de outro pobre. E o caminho entre o pobre e o rico costuma ser gradual,
com várias casinhas com famílias que SE ESFORÇARAM e TRABALHARAM para
acumular um pouco e diminuir as incertezas e inseguranças que SÃO PRÓPRIAS DA VIDA
(desemprego, crise, catástrofe). E será justamente dos vizinhos pobres que o invejoso vai
roubar em primeiro lugar.
O ladrão vai preferir sempre o caminho mais fácil. Então adivinha quem ele vai preferir
roubar: o vizinho pobre que nem tem portão ou o vizinho rico que tem um muro alto e uma
porta blindada? O discurso desses vagabundos que relativizam a propriedade é CRIMINOSO.
Mas é pior do que isso: quando esse papo-furado é repetido muitas vezes, o fraco pensa que
TEM DIREITO sobre a propriedade de outra pessoa. O problema não é mais que tal bem não
pertence ao vizinho: o problema passa a ser que aquilo é DELE (do fraco, do invejoso) e se
está na casa do vizinho é porque foi ROUBADO. Então o bandido justifica seu roubo com
essas besteiras de “função social da propriedade” e outras narrativas socialistas, usando a
violência e a agressão para “recuperar” aquilo que pensa ser dele. É uma loucura (mas note
que é uma loucura que até alguns palhaços confundidos com “santos” pregaram). No fim,
temos uma sociedade com uma periferia perigosa e onde os pobres sofrem com o discurso da
propriedade relativa. São os mais pobres que sofrem com a falta de proteção à propriedade
privada, não os ricos.
Então, o primeiro passo para acabar com uma sociedade civilizada é abalar as fundações da
propriedade. O golpe inicial não é necessariamente uma ordem de confisco ou impostos tão
altos que empobrecem os cidadãos. A decadência começa com uma ideia: a ideia de que o
que você tem não é tão seu; a ideia de que a propriedade não é tão propriedade; o
pensamento de que o “Não roubarás” é um mandamento transitivo. Quando a sociedade
compra essa ideia, ela está pronta para entregar a própria propriedade e, com ela, sua
liberdade e sua vida. Ainda assim, isso não ocorre tão rapidamente, porque algo na cabeça das
pessoas diz a elas que essa ideia é perigosa. Elas querem seguir esse novo mandamento, elas
querem acreditar na “função social da propriedade” e na relativização da mesma, mas elas não
querem abrir mão das SUAS propriedades. Por isso que o próximo passo da agenda para
acabar com a propriedade é colocar a sociedade CONTRA ELA MESMA. É criar GUERRA
DE CLASSES. E então vemos a esquerda pregando aumentos de impostos para “o rico”,
proibições comerciais para “o empresário”, ataques contra as terras “dos fazendeiros”,
campanhas contra os recursos “das igrejas”. Sempre é mais fácil fazer os invejosos
atacarem o que é dos outros do que cederem de boa vontade o que é deles.
O problema é que podemos estar vivos e ter liberdade, mas se não temos recursos para
lutar por nossa vida e por nossa liberdade, perdemos tudo. Portanto, o direito à
propriedade importa não porque “é legal ter coisas” (que é), mas porque apenas com
propriedade conseguimos preservar os demais valores. E mesmo quando não parece ser o
caso, qual o embasamento moral para dizer que ninguém tem direito de reservar para si algo
considerado supérfluo? Pode não ser a melhor coisa do mundo, mas dizer que não se tem um
direito sobre o que é seu é uma estupidez. Além do mais, por acaso estamos em um mundo tão
previsível e seguro que não precisamos criar reservas e excedentes em tempos de bonança?
Por acaso deixaram de existir os imprevistos, os acidentes, as catástrofes e as crises? Quando
não houver nada disso, até haverá argumentos para dizer que não é necessário acumular bens
e criar reservas, mas ainda assim ninguém poderá dizer que tal bem não pertence a tal pessoa.
As pessoas, ricas ou pobres, buscam juntar reservas o tempo inteiro. Todos querem mais de
um sapato, seja para exibi-los, seja para não ficarem descalços quando um deles furar, seja
para atender ocasiões que a sociedade impõe. Todas as mulheres querem mais de um vestido,
seja por vaidade, seja porque não querem ficar nuas caso um deles rasgue, seja para atender às
diversas exigências da sociedade moderna. Todos querem ter uma geladeira farta, seja para ter
o que comer quando todos os restaurantes estiverem fechados, seja para receber visitas com
um ar de dignidade. Então aprenda: PROPRIEDADE É BOM. Ela é a garantia da
liberdade.
Agenda: Propostas e Políticas da Propriedade
Dos três valores principais da direita, a propriedade é a que mais sofre ataques. Isso porque é
MENOS DIFÍCIL convencer alguém a abrir mão de seus bens do que da sua liberdade ou da
própria vida. Melhor ainda, é mais fácil fazer alguém querer tirar as propriedades do que as
liberdades ou as vidas DAS OUTRAS PESSOAS (se bem que em estados avançados de
esquerdismo, a disposição é a mesma). Mas, infelizmente, um ataque contra a propriedade
nunca afeta apenas quem sofreu a agressão. Por exemplo, quando o governo proibiu os
padeiros de venderem seus pães por unidade, não foi só o direito deles que foi comprometido:
TODOS perderam o direito de COMPRAR pão por unidade. Então vem a parte reptiliana do
cérebro, aquela parte mais primitiva e idiota, e pergunta: “Mas qual o problema de comprar
pão por quilo?”. Nenhuma, se você não for obrigado a isso. Mas quando as pessoas se
convencem de que o estado tem legitimidade para dizer como pães devem ser vendidos, elas
podem ser convencidas de que o estado pode fazer praticamente QUALQUER COISA.
Recentemente, o governo impôs uma lei obrigando os carros a transitar com farol baixo
mesmo DURANTE UM DIA DE SOL. Muitos reclamaram, dizendo que a lei era idiota (feita
para arrancar mais dinheiro das pessoas). Outros não reclamaram, mas eram apenas pessoas
idiotas. E o mais impressionante foi a quantidade de amebas falando: “Mas o que é que custa
acender o farol?”. O problema é que quando as pessoas seguem leis estúpidas como gado, elas
estão só esperando serem conduzidas ao abatedouro. O mesmo idiota que não liga quando é
forçado a acender o farol do carro durante o dia porque “não custa nada” é o mesmo que vai
perguntar “Mas o que é que custa usar essas algemas?”, e depois “Mas o que é que custa ficar
nessa prisão sem ter feito nada?”. Lembre-se: nem sua liberdade nem sua propriedade
serão tiradas do dia para a noite; elas serão tomadas de você aos poucos.
Quando o cidadão abandona um direito tão básico quanto poder comprar PÃO da forma que
quiser, ou não acender o farol do carro DURANTE O DIA, ele está só esperando para votar
“democraticamente” se as algemas que terá que usar serão de titânio ou de níquel. E ficará
feliz quando sua “escolha” vencer. Ele vai mostrar aos colegas, todo orgulhoso, suas correntes
de titânio, aquela que ele escolheu. É o mesmo idiota que vai ficar feliz ao saber que nas
próximas eleições poderá decidir se a camisa de força que terá que usar será de linho ou
algodão. Infelizmente, o mundo está quase chegando nesse ponto. Socialistas avançam
propostas que não deveriam ser contempladas por governos livres. Quando o governo passa a
ser visto como parte legítima para decidir se os donos de restaurante poderão apresentar os
SEUS saleiros, sobre SUAS mesas, em SEUS estabelecimentos, para aqueles que
QUISEREM comer os SEUS pratos, o estado já é coproprietário de praticamente tudo. E
quando o estado se torna tão poderoso, sempre há tiro, porrada e bomba. Digo, roubo,
escravidão e morte.
Então, a questão da propriedade tem que ser atendida de duas formas: fortalecer o cidadão e
enfraquecer o estado. O povo deve ser forte. O estado deve ser apenas uma ferramenta, sem
capacidade para operacionalizar grandes idiotices. Ele não pode ser um grande proprietário ou
um grande empregador: poucas pessoas devem depender dele. Ele deve ser forte apenas no
que é próprio dele: a segurança e a administração da justiça. Por isso a agenda da direita para
a propriedade consiste na defesa de um sistema capitalista livre, da proteção da propriedade
do trabalho, da promoção da prosperidade, da proteção da propriedade de um modo geral e de
um governo com orçamento limitado.
Capitalismo (Mateus 25:27: Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e,
quando eu viesse, receberia o meu com os juros. Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que
tem os dez talentos. Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas
ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado): o capitalismo tem uma série de
características positivas que ajudam as pessoas a se proteger das ameaças contra a vida, a
liberdade e a propriedade. O meio capitalista para garantir essa proteção se chama mercado
que, quanto mais livre for, melhor. Pense no mercado como um grande galpão onde as
pessoas se encontram para conseguir o que querem ou se desfazer do que não querem. No
mercado, pessoas se encontram livremente para trocar o que produziram. Claro que há espaço
para situações imperfeitas, mas há limites. De fato, podem existir mercados onde pessoas
sem tanta liberdade se encontram para trocar itens de uma lista limitada de bens
imposta por uma autoridade maior. Essa é uma realidade que aos poucos se torna
presente em muitos lugares do mundo. Contudo, a agenda da direita para a propriedade é
NÃO PERMITIR que isso ocorra e reverter essa situação onde ela ocorreu (impondo garantias
ao direito de propriedade). Se as pessoas querem TER os meios para defender as suas vidas,
as suas liberdades e até os seus bens, é bom que elas tenham ACESSO a esses meios. Quanto
mais acesso e mais opções, melhor.
O mercado é um “objeto”. Ele é formado pela oferta e demanda de uma pluralidade de
pessoas. Sem pessoas livres para trocar no mercado, nem há mercado. É comum que algumas
pessoas “personalizem” o mercado e atribuam a ele vontades ou intenções, mas isso é um
grande erro. Mercados não pensam e nem fazem projetos, são os seres humanos que
escolhem e planejam. São as pessoas que eventualmente podem se enganar em suas
relações, não o mercado. Isso porque MERCADO NÃO É GENTE. Dizer que o mercado
é injusto é o mesmo que dizer que “um grupo grande de pessoas escolhendo trocar
livremente o que possuem” é injusto. ISSO É ESTUPIDEZ.
Outra besteira vendida pela esquerda é que “o mercado escraviza”. Veja bem: dizer que o
mercado escraviza é como dizer que “uma instituição que consiste no encontro livre de
pessoas para trocar aquilo que possuem pelos termos que acharem melhor” escraviza. A única
forma de um ser humano escravizar outro é fugindo dos fundamentos do mercado: seja com
leis que não permitem a reunião pacífica do povo (como em áreas de conservação ambiental),
seja com regras que afetam a liberdade de escolha dos cidadãos (como a proibição da venda
de ingressos mais baratos para mulheres), seja com leis que não permitem que as pessoas
tenham algo (como a política de desarmamento).
O mercado tem outros pontos muito positivos. O primeiro ponto é que há uma tendência para
que todos sejam tratados igualmente no mercado. Poucos estão interessados no perfil de quem
vai comprar ou vender para eles. O que as pessoas querem é satisfazer suas necessidades. Se a
pessoa tem dinheiro, ela consegue o que quer no mercado. Dinheiro não discrimina ninguém
(como poderia? Ele é um objeto). Você pode ser um pária social, mas no mercado vai
encontrar alguém com quem fazer negócio. Se você trabalhou direitinho e juntou dinheiro
para comprar algo de qualidade, você vai conseguir o que quer no mercado. E isso leva ao
segundo ponto positivo: a diversidade de opções. Quanto mais gente participar desse mercado,
mais opções as pessoas terão para atender as suas necessidades. Um terceiro ponto é que o
mercado não cobra entrada. Qualquer um que tenha o que trocar pode entrar nele.
Portanto, é bom defender a manutenção do mercado, tornando-o cada vez mais livre e
próspero. Quanto mais pessoas puderem participar do mercado, melhor. Não foi à toa que a
luta contra a escravidão surgiu em países com cultura judaico-cristã e mercados
desenvolvidos. Defender o mercado também é uma forma de permitir que os agentes se
responsabilizem por seus erros. Uma política de esquerda muito comum é ajudar cada
empresa falida que aparece dizendo estar em crise. O estado entra no jogo para tirar o SEU
DINHEIRO e garantir a sobrevida de empresas ruins apenas para manter alguns empregos. Só
que esse é um grande erro que passou a ser adotado no século XX para estreitar relações entre
empresários incompetentes e políticos populistas. Essas relações podem aumentar até o ponto
de realmente fazer sumir com o capitalismo e parir o chamado socialismo de mercado, onde o
povo é forçado a pagar por uma estrutura produtiva ineficiente que só o prejudica.
Desse modo, uma das ideias da direita para a propriedade é fortalecer o capitalismo de livre
mercado, não permitindo que os impactos de decisões ruins tomadas privadamente sejam
socializados com a população. O fracasso econômico dos países subdesenvolvidos quase
sempre repete essa história: a privatização do lucro público e a socialização do prejuízo
privado. E com a ardente defesa da esquerda. Por exemplo, as grandes empreiteiras do Brasil
foram usadas pelo governo para privatizar o SEU lucro privado. Você trabalhou e ganhou o
seu dinheiro, mas o governo veio e mordeu uma parte dele para pagar obras caríssimas de
empresas de construção civil. O valor dessas obras somava o custo da construção em si, mais
o que os amigos do governo abocanhavam para participar da falcatrua e mais o que eles
repassavam aos políticos corruptos (que financiavam suas eleições com esse dinheiro). É
incrível que mesmo assim muita gente não aprendeu que é importante LIMITAR a capacidade
do governo de ESTATIZAR O SEU LUCRO PRIVADO (tornando-o lucro público) para
sustentar esses vagabundos. O governo não pode ser capaz de distribuir o seu lucro para
empresários incompetentes (portanto, privatizando o lucro público) que já estariam quebrados
faz tempo sem a ajuda do governo.
É comum também o governo socializar o prejuízo dos amigos. Isso acontece de tempos em
tempos quando se alardeia uma “crise bancária” ou a possibilidade de “quebradeira geral”.
Setores econômicos protegidos pelo governo tendem a ser bem incompetentes em sua gestão.
Às vezes, eles têm lucros astronômicos, mas ainda não sobreviveriam um mês sem o governo
para protegê-los. Então sopra um vento na economia internacional e se descobre que um
BANCO (imagina só a dificuldade de se quebrar um BANCO) pode quebrar. Pior ainda,
vários bancos alegam que se não receberem uma ajuda (leia-se: o SEU dinheiro), eles podem
quebrar e deixar milhares de correntistas a ver navios. Até nesses casos os políticos de
esquerda são OS PRIMEIROS a aprovar pacotes de ajuda que vão tirar o SEU dinheiro para
dar a banqueiros incompetentes que não conseguiram manter o negócio deles nem com a
ajuda do governo. Ou seja, a esquerda tem o péssimo costume de “socializar” os prejuízos
privados (claro que ela cobra uma taxa para isso) também. Entendeu? Você, o pequeno
cidadão, sempre acaba pagando a conta quando o governo quer se meter no mercado.
E se você já começou a pensar “como fazer então para acabar com essa farra?”, é porque está
entendendo onde eu quero chegar. Um dos caminhos mais lógicos para que seu dinheiro nem
seja confiscado por qualquer motivo idiota, nem seja usado para impedir que empresas
incompetentes quebrem, é bem simples: LIMITAR O PODER QUE O GOVERNO TEM DE
INTERFERIR NA ECONOMIA. Deve haver limites para o governo interferir no mercado.
Esses limites devem ser claros e objetivos. Não se pode criar planos mirabolantes de salvação
econômica sempre que algumas empresas dizem que vão quebrar. Nem há nada de errado em
deixar que os próprios agentes que tomaram decisões idiotas se responsabilizem por isso. Esse
é o jeito adulto de se viver. Dessa forma, uma das principais plataformas da direita é a
manutenção de um capitalismo com mercados saudáveis, com ampla liberdade de troca e
garantias de que se o seu vizinho tomar decisões erradas, você não será obrigado a entrar na
vaquinha para salvar o negócio dele.
Um capitalismo sem quebradeira é como uma religião sem inferno: uma invenção infantil. Em
um capitalismo maduro, empresas QUEBRAM. Elas não são sustentadas pelo estado sempre
que cometem um erro de investimento. Não é JUSTO exigir dos cidadãos que paguem pelos
erros de outros apenas porque aqueles erros são maiores e mais invocados. Todos têm seus
problemas e não devem ser obrigados a sustentar qualquer banco que emprestou mais do que
tinha ou empresa que investiu no equipamento errado. Quebradeiras não são ruins: elas são
uma forma de punir o ineficiente (que sai do mercado) e premiar o competente (aquele que
fica). Quando o governo decide simplesmente não atuar para proteger ou prolongar a vida de
uma empresa, ele está deixando os recursos que seriam usados para salvá-la nas mãos dos
cidadãos. E quando o recurso fica em suas mãos, você tem chances melhores de identificar e
atender as demandas que surgem. Você poderá investir e ajudar aquelas pessoas que moram
perto de você.
Tenho certeza que você já ouviu falar da famosa Grande Depressão que ocorreu durante a
década de 1930. Professores socialistas vendem uma narrativa de que a depressão só foi
superada graças ao keynesianismo (intervenção maciça do governo na economia) colocado
em prática pelo governo democrata de Franklin Delano Roosevelt. Só que isso é puro PAPO-
FURADO. Durante toda a década de 1930, a economia norte-americana lutou para sair da
crise. Em 1937, o desemprego continuava quase tão alto quanto no início da depressão,
mostrando que a política de gastos de Roosevelt NÃO ADIANTOU NADA. Mas isso não
deveria causar surpresa: se um país está em crise, tirar dinheiro do povo para colocar em
setores “campeões” apenas desloca recursos do bolso de quem SABE o que tem que ser feito
para as mãos de um governo que PENSA QUE SABE. Antes da Grande Depressão,
aconteceram pelo menos duas outras grandes crises nos Estados Unidos que foram superadas
em um ou dois anos porque o governo fez o que deveria fazer em casos de crise: nada.
No final das contas, os Estados Unidos só superaram a depressão com a Segunda Guerra
Mundial, quase dez anos depois de tentativas frustradas do governo Roosevelt. Ou seja,
quando se trata de política econômica, o caos da guerra fez um trabalho bem melhor do que os
“planejadores” do Partido Democrata. E que fique claro: não foi bem a guerra que tirou os
Estados Unidos da depressão, mas a FLEXIBILIZAÇÃO das relações trabalhistas que se
tornaram mais pragmáticas por causa dela. Quando as pessoas se deparam com demandas tão
urgentes quanto numa guerra, os gerentes recebem mais autoridade para organizar a produção
e se torna mais fácil criar turnos de madrugada. A imposição de prazos de entrega cria
relações trabalhistas mais flexíveis e o processo de contratação fica muito mais simples. Sem
contar que numa situação de catástrofe, os investimentos se focam no que realmente importa e
até a motivação das pessoas aumenta. A Depressão de 1930 durou tanto tempo porque o
governo Roosevelt criou programas que dificultavam demissões e se intrometiam no
funcionamento das empresas. Ao mesmo tempo, ele financiou o plano tirando dinheiro de
quem mais precisava dele (e sabia o que fazer com ele) quando bate uma crise: o próprio
povo.
Me diz: se você sabe que sua cidade está na iminência de uma crise, o que você faz? Você
começa a poupar e criar reservas para ter mais chance de superar a crise quando ela chegar ou
pega dinheiro emprestado para poder gastar mais do que antes? Você poupa e cria reservas,
não é? Então por que com o governo tem que ser diferente? Por que as pessoas acreditam que
o governo tem mais chances de superar uma crise gastando mais do que tem e tomando
dinheiro emprestado? É irracional. Tão estúpida é a ideia de que um governo grande é capaz
de planejar a economia de forma melhor do que a atuação livre dos cidadãos. Ele pode até
planejar melhor do que uma pessoa ou duas, mas nunca melhor do que a soma das pessoas
adultas afetadas por suas ações. E mesmo que conseguisse planejar tão bem quanto a
sociedade, ele ainda assim seria desnecessário, já que não teria nada a acrescentar. Quando
todos podem usar os PRÓPRIOS RECURSOS para produzir algo que vai atender uma
demanda localizada, o país cresce como um todo. Todos mantiveram suas liberdades e
arriscaram seus recursos no que queriam. Quem fracassou, pelo menos foi livre para seguir
seu sonho. E quem acertou, prosperou e trouxe felicidade para sua família.
Vamos a um exemplo para mostrar como o mercado resolve problemas econômicos melhor
do que o governo. Imagine que uma cidade quer construir uma escola e que o custo dessa
escola é de R$ 1 milhão. Quem vai gastar menos na construção, uma empresa privada ou o
governo? Se alguém se dispor a construir a escola, ele vai ter que arrumar R$ 1 milhão e
pronto. Ele vai comprar os materiais, contratar os pedreiros e colocar a mão na massa. Se
houver desperdício, o dinheiro é dele e ele vai querer minimizar essa perda da melhor forma
possível. E o governo? O governo não vai NUNCA tirar do povo apenas esse R$ 1 milhão.
Você sabe por quê? Porque ele é um intermediário que COBRA para ser intermediário.
Se o governo tem que gastar R$ 1 milhão para construir a escola, ele vai ter que TIRAR
MAIS dos cidadãos pelo simples motivo de que ele vai ter que arcar também com os
custos de gerenciar o projeto: ele vai cobrar uma taxa extra para remunerar quem vai
receber os recursos, quem vai contratar a empreiteira e quem vai controlar o andamento
do projeto. Isso no caso de um governo 100% honesto e bem-intencionado. Entendeu?
Mesmo que o governo fosse formado por santos, uma obra tocada por ele nunca será tão
barata quanto uma obra realizada por particulares. Mesmo que ele destine 100% dos recursos
para a obra, ele vai ter que cobrar de você uma taxa extra para pagar o sistema que vai
receber, contratar e controlar a construção.
Imagina então no Brasil, onde sabemos que os políticos não costumam ser exemplos de
honestidade. O governo sempre gasta MUITO MAIS do que o necessário para erguer
qualquer coisa que leve cimento e tijolo. Os políticos fazem acordos com seus amigos para
gastar mais do que o necessário em produtos da pior qualidade. Vimos o que tem ocorrido nas
últimas décadas. Representantes do governo pegam o seu dinheiro para fazer o mínimo e
roubar o máximo. Surgiram mensalões, petrolões e os maiores casos de corrupção de nossa
história. E parte desse roubo vai para gastos de campanha com a intenção de manter esses
vagabundos no poder e repetir o ciclo de saquear o povo, devolver esmolas e ficar com o
resto. Por isso que pessoas de direita costumam ver com muita desconfiança a participação do
estado em qualquer coisa que não seja polícia, gastos militares ou tribunais. Não é
RACIONAL esperar grandes coisas do governo e o brasileiro já deveria ter aprendido isso na
década de 80, quando viu o governo lutar como um louco contra o mercado só para perder.
Portanto, a agenda da direita envolve fortalecer o capitalismo com a promoção do livre
mercado e a responsabilização dos agentes por suas decisões.
Propriedade sobre o Trabalho (2 Tessalonicenses 3:10: Porque, quando ainda estávamos
convosco, vos mandamos isto, que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também.
Porquanto ouvimos que alguns entre vós andam desordenadamente, não trabalhando,
antes fazendo coisas vãs. A esses tais, porém, mandamos, e exortamos por nosso Senhor
Jesus Cristo, que, trabalhando com sossego, comam o seu próprio pão): você se sente
dono do seu trabalho? O direito sobre o próprio trabalho é uma das propriedades mais
importantes que uma pessoa pode ter. O trabalho é uma propriedade especial, que nasce com
as pessoas e morre com elas. Em muitos casos, as pessoas “ganham” o que precisam para
sobreviver, mas na maior parte das vezes elas “conquistam” a sobrevivência por meio do
próprio trabalho. Ele é responsável por uma das características mais importantes da espécie
humana: quando o mundo acaba, quando uma catástrofe ocorre, quando a tempestade leva
tudo que alguém tem, as pessoas sempre podem contar com o próprio trabalho para recuperar
tudo. Por isso ele é tão importante. E é por isso que é importante garantir que os homens
sejam livres para negociar o trabalho com a maior liberdade possível, como se fosse um
“bem” que lhes pertencem.
Só que o trabalho não é um bem como qualquer outro. Ele está vinculado ao seu dono de
forma que, de fato, ele não pode ser vendido, apenas alugado. As pessoas trocam frações de
tempo de trabalho no mercado em troca de algo que querem (como dinheiro, por exemplo, e
que nesse caso é conhecido como “salário”). O que importa deixar claro é que o trabalhador
vai ao mercado negociar sua mão-de-obra, o trabalho DELE, de modo que não é bom que o
governo ou os sindicatos digam a qual preço ou em que condições ele deverá aceitar a
transação. O trabalho é uma PROPRIEDADE do cidadão, que deve ter toda a liberdade para
dizer quanto quer e em quais condições irá alugá-lo. É assim que a direita vê o direito ao
trabalho. O trabalho é do cidadão, não do estado ou do sindicato. As condições de troca dele
só podem ser terceirizadas COM CONSENTIMENTO do trabalhador, caso ele se filie
LIVREMENTE a um sindicato, por exemplo.
Imagine você agora. Não sei se você trabalha ou quanto ganha, mas vamos supor que você
seja um trabalhador que conseguiu um emprego que paga R$ 2 mil por mês. Você concordou
com o salário. O comprador concordou em pagar esse valor. E os dois estão felizes com a
transação. Mas então vem o governo e diz que vai criar um salário-mínimo para defender você
(tudo que o estado faz é com o pretexto de ajudar você). Ele determina que agora o salário-
mínimo é de R$ 3 mil. Então você vai falar com o seu empregador e ele diz que não tem R$ 3
mil e que não poderá continuar empregando você porque o GOVERNO NÃO DEIXA. Você
até diz “Ei, tudo bem! Eu trabalho por R$ 2 mil. Não tem problema”. Mas ele responde que
não pode fazer isso, porque o governo de tão bonzinho resolveu contratar um exército de
fiscais do trabalho para aplicar multas pesadas em quem descumprir a lei. Então você se dá
conta de que, graças ao governo, está DESEMPREGADO.
Para a direita, até pode haver acordos voluntários coletivos para negociação de salários. O que
não pode ter é essa aberração que temos no Brasil (e em boa parte do mundo pobre) onde o
trabalho parece não ser do cidadão. O estado diz a maior parte das condições de troca do
trabalho e o trabalhador não tem muita liberdade para aceitar nem reduções de pagamento
para manter o emprego. O estado impõe um salário-mínimo que exclui um bom número de
pessoas, justamente aquelas que têm menos condições de se aperfeiçoar e progredir. Além
disso, as relações de trabalho no Brasil vinculam as partes como se fosse um matrimônio. Não
é em todo lugar que se pode colocar uma placa na fachada da loja dizendo: “Oferece-se
emprego a R$ 20 a hora, por duas semanas”. O genial estado logo quer entrar na transação
para criar um vínculo trabalhista mais difícil de desfazer que um casamento. Não é à toa que
tantos apelam para o mercado informal.
Mas o Brasil é um caso especial de superfascismo trabalhista. Você já ouviu falar que a CLT
(Consolidação das Leis do Trabalho) foi inspirada na Carta del Lavoro da Itália fascista de
Benito Mussolini? Creio que todo mundo já ouviu isso. Mas você já LEU a Carta del Lavoro?
E você já VIU a CLT? A CLT é uma bíblia com mais de novecentos artigos para dizer o que
pode e o que não pode nas relações de trabalho aqui no Brasil. Já a Carta del Lavoro não tem
mais que cinco páginas. Vou repetir: a nossa CLT, criada em 1943 pelo ditador Getúlio
Vargas, é um calhamaço com mais de NOVECENTOS ARTIGOS, enquanto a Carta del
Lavoro dos fascistas escrita em 1927 não tem mais que CINCO PÁGINAS. Digo isso apenas
para deixar claro que não é verdade que a nossa CLT tenha inspiração fascista. Quando se
compara a CLT com a Carta del Lavoro, o documento italiano parece um tratado de liberdade
anarquista. O nosso código trabalhista é mais fascista do que o que os próprios fascistas
criaram para eles. Por isso que no Brasil se criou uma sociedade que não está tão acostumada
a ver o trabalho como SEU.
Isso reforça a necessidade de uma agenda com a intenção de libertar o trabalhador da CLT. E
não só isso: também é importante tornar o trabalhador independente dos sindicatos. Se o
cidadão quiser voluntariamente se submeter às regras de um sindicato, claro que ele deve
poder fazer isso, mas quando ele ver que é melhor seguir sozinho, ele deve ter garantias para
não sofrer retaliações de quem quer que seja. Igualmente, deve haver uma separação entre
governo e sindicatos. O sindicato deve ser independente e não pode nunca depender do
governo, como ocorreu nos últimos anos aqui no Brasil. Aberrações como o chamado
“imposto sindical” devem ser combatidas e desfeitas. Até pouco tempo atrás, todos os anos o
governo aparecia sorrateiramente em sua conta e pegava (roubava) UM DIA DO SEU
TRABALHO para dar aos sindicatos. Isso criou uma dependência dos sindicatos com os
repasses, ao ponto de eles não precisarem mais do trabalhador filiado para se manter. Logo os
principais sindicatos estavam atuando como mercenários do governo contra os trabalhadores
ou mesmo para promover uma agenda que não tem nada a ver com o trabalho.
O trabalho é para seu dono como qualquer outra propriedade. Ele não tem uma “função
social”. A função do trabalho é puramente individual: garantir a subsistência de seu dono. Por
isso, o “não roubarás” se aplica também ao trabalho. Não se pode relativizar a propriedade do
trabalho com leis idiotas que terceirizam à força a negociação dele. E um dos motivos é que
isso pode afetar a VIDA do cidadão, uma vez que as leis o punem se ele conseguir alugar o
seu trabalho em condições consideradas desvantajosas. Ou seja: o desempregado não tem
outra opção a não ser continuar procurando emprego ou se submeter aos cuidados do governo.
Então note que essas leis que “pretendem” proteger o trabalhador tirando dele a liberdade de
negociar as condições de contratação, acabam tirando parte da autoridade que ele tem sobre o
próprio trabalho e ainda compromete a sua independência. Países onde o trabalho é mais
regulado têm mais desemprego e sofrem com uma economia menos dinâmica. Já onde o
mercado de trabalho é mais livre, o país cresce e a economia é saudável.
Quando o governo e os sindicatos se juntam para infernizar a vida do povo, pessoas perdem o
emprego e ficam tentadas a seguir aquela máxima: “do suor do rosto do VIZINHO, comerás o
pão”. A mistura de um mercado de trabalho extremamente regulado com “bolsas” de
subsistência sem nenhuma contrapartida, cria uma massa de pessoas acostumadas a não
trabalhar e que depende dos programas de governo para sobreviver. Essa é uma resposta
comum quando as pessoas se deparam com esse tipo de situação. Paulo escreveu aos
tessalonicenses recomendando que “se alguém não quiser trabalhar, não coma também”. Ele
não teria dado tal conselho se não soubesse de casos onde algumas pessoas estavam se
aproveitando da boa vontade e dedicação dos demais. Os primeiros cristãos viviam em
comunidades mais ou menos funcionais, onde todos trabalhavam para o grupo. Isso pode
parecer bom, mas se não houver alguém como Paulo para colocar o dedo na cara de
vagabundo e mandar ele trabalhar, o sistema quebra rapidinho (não é à toa que esse tipo de
organização não durou muito tempo).
Portanto, a agenda da direita para a propriedade do trabalho consiste em fortalecer a
consciência das pessoas em relação à posse do próprio trabalho. Elas devem saber que
POSSUEM o trabalho delas e receber garantias de que terceiros não irão se meter em suas
negociações trabalhistas se não forem chamados. Um ponto objetivo dessa agenda é acabar
com a CLT e outros regulamentos trabalhistas que relativizam a autoridade dos cidadãos
sobre o próprio trabalho. Como vimos quando falamos de direito de subsistência, é importante
que as pessoas tenham garantias e proteções em suas lutas diárias para ganhar o pão. Mas se
elas não podem ficar com o pão no final do dia, não adianta nada. Portanto, a justificativa
moral da propriedade do trabalho é que é através dela que a humanidade sobrevive e prospera.
Sem ela, os homens não são muito diferentes de escravos, com todo direito de trabalhar o dia
inteiro, mas sem poder dizer o que devem receber por isso.
Prosperidade (Marcos 6:41: E, tomando ele os cinco pães e os dois peixes, levantou os
olhos ao céu, abençoou e partiu os pães, e deu-os aos seus discípulos para que os
pusessem diante deles. E repartiu os dois peixes por todos. E todos comeram, e ficaram
fartos; E levantaram doze alcofas cheias de pedaços de pão e de peixe. E os que
comeram os pães eram quase cinco mil homens): vamos falar sobre abundância. O que
encontramos sobre prosperidade na Bíblia? Não foram poucas vezes que Deus mostrou que
quer que os seus filhos vivam na graça e também com ABUNDÂNCIA. Qual pai não quer
isso para os seus filhos? Lá no comecinho da Bíblia ele diz: “E abençoou Deus a Noé e a seus
filhos, e disse-lhes: Frutificai e multiplicai-vos e enchei a terra. E o temor de vós e o pavor de
vós virão sobre todo o animal da terra, e sobre toda a ave dos céus; TUDO o que se move
sobre a terra, e TODOS os peixes do mar, nas vossas mãos são entregues”. Ou seja, a terra foi
entregue à Noé e seus filhos. A TERRA. Já pensou no tanto de abundância que é isso? Jó, ao
falar do clima, diz: “Porque por estas coisas Deus julga os povos e lhes dá mantimento em
ABUNDÂNCIA”. A abundância nunca foi vista como algo ruim na Bíblia.
Quando Salomão assume o reino de Israel no lugar de seu pai, ele ora e pede a Deus sabedoria
para julgar o povo. Deus responde da seguinte forma: “Sabedoria e conhecimento te são
dados; e te darei RIQUEZAS, bens e honra, quais não teve nenhum rei antes de ti, e nem
depois de ti haverá”. Se riqueza fosse ruim, Deus não a teria dado em ABUNDÂNCIA a
Salomão e a outros profetas com quem foi com a cara. Em Gênesis, Deus promete a Abraão:
“E farei a tua descendência como o pó da terra; de maneira que se alguém puder contar o pó
da terra, também a tua descendência será contada.
Levanta-te, percorre essa terra, no seu comprimento e na sua largura; porque a ti a darei”.
Depois, repetiu a aliança a Jacó: “E a tua descendência será como o pó da terra, e estender-se-
á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul, e em ti e na tua descendência serão benditas
todas as famílias da terra”. Se ter em abundância fosse tão ruim como a esquerda diz, porque
Deus entrega graça e riqueza em abundância com tanta frequência? Uma coisa é TER em
abundância e outra completamente diferente é confiar sua salvação naquilo que você
tem. Mas quando se tem isso em mente, não há nenhum problema em TER e TER EM
ABUNDÂNCIA.
O primeiro milagre de Jesus diz bem isso. Nele, Jesus não transformou simplesmente um jarro
ou uma garrafa de água em vinho. Ele transformou seis talhas, o que equivale a quase 720
litros. Não sei se você tem comprado vinho, mas pensa em como 720 litros de vinho era
ABUNDÂNCIA naquela época (até hoje é). Do mesmo modo, quando Jesus multiplica pães e
peixes, ele não faz contando sua “pegada de carbono”. Ele o fez com ABUNDÂNCIA, de
modo que conseguiu alimentar “quatro mil homens, além de mulheres e crianças” e ainda
colher SETE CESTOS cheios de comida. Em outra ocasião, ele repetiu o feito alimentando
pelo menos cinco mil homens e sobrando nada menos que DOZE CESTOS com restos de pão
e peixe. Oras, ele era Jesus. Se ele quisesse, poderia ter criado exatamente o número de pães e
peixes que saciaria cada um na multidão. Mas ele preferiu fazer mais. Ele preferiu a
ABUNDÂNCIA (na sua cara, papa Chiquinho). E essa não é uma situação isolada.
Depois da ressurreição, João conta que Jesus foi pescar com os discípulos. A pesca rendeu
tantos peixes que chegou a romper a rede. Antes disso, quando foi recrutar Pedro para seu
grupo, Jesus já havia feito algo semelhante: a pesca rendeu dois barcos tão cheios de peixe
que quase afundaram. O que quero dizer é que não há nada intrinsecamente errado com a
abundância e a fartura. Por exemplo, suponha que seus filhos, seus pais ou algum parente
esteja precisando de uma casa. O que você prefere? Que eles consigam comprar apenas uma
casinha simples, em qualquer lugar, ou uma casa enorme, no melhor lugar da cidade? Tenho
certeza que aqueles que têm filhos ou amam os seus pais querem que eles consigam o melhor.
Imagine então que aquele parente que você mais ama precise arrumar um emprego. Você
prefere que ele consiga “qualquer coisa” ou um trabalho com bom salário e alguma
estabilidade? O amor à família é um determinante nesses casos. Ninguém quer que seus
amores simplesmente subsistam ou apenas sobrevivam. Quem tem alguém para amar quer que
eles VIVAM e VIVAM BEM. O amor pela própria família é um dos motivos que faz a direita
gostar e buscar abundância. Por outro lado, a mágoa faz com que a esquerda queira o pior
para todo mundo.
Outro exemplo, eu amo muito minha família e meus amigos (eu já disse isso, né?). Eu amo
muito muita gente, na verdade. Sou um poço de amor. Isso faz com que eu não queira que a
fazenda que um conhecido meu um dia vier a ter seja invadida por vagabundos truculentos
como os bandidos do MST. Eu não quero, por exemplo, que se meu irmão comprar uma
fazenda, ela seja invadida por idiotas que se acham no direito de roubar. Por outro lado, É
FATO que muita gente de esquerda TEM pais e filhos e mesmo assim APOIA a invasão da
propriedade alheia. Será que eles não pensam: “Eu não quero que a fazenda do meu filho seja
invadida; por isso, sou contra esses invasores”? Será que não passa pela cabeça deles que a
vítima da “justiça social” que eles pregam pode ser os filhos ou os pais deles? Um dos
problemas da esquerda é que quando eles são adestrados a abraçar uma política social
específica, não pensam que os afetados podem ser os próprios pais ou os próprios filhos. E
quando pensam, não estão nem aí, já que não ligam muito para a própria família.
Só quer pobreza quem não tem ninguém para amar e cuidar. É óbvio que se amamos alguém,
queremos dar a melhor casa, o melhor plano de saúde, a melhor proteção e a melhor comida
para ela. Podemos até buscar uma vida modesta e austera para nós, mas dizer que
queremos apenas o mínimo para a subsistência de quem amamos é estupidez. Suponha
que você é um pai que quer impor um regime de pobreza moderada à sua família. Vocês
comem pouco e não compram muitas roupas. Também não criam reservas, pois seria injusto
com quem “tem fome e frio”. E o seu vizinho é um cidadão como você, só que ele não é
estúpido ao ponto de impor pobreza à própria família. Então, ele trabalha duro para ter
reservas e comprar ferramentas legais, que aparentemente não têm um uso tão frequente. Mas
aí o clima muda e acaba com uma grande parte das colheitas do mundo. Tempestades
dificultam o transporte do que restou e sua cidade está isolada. Você vai respeitar a
propriedade do vizinho que se precaveu para alimentar e proteger a família dele, ou vai achar
que ele tem a obrigação de ajudar você que tomou a decisão de viver no limite da pobreza?
De novo, vamos supor que você seja um cidadão comum que não se preocupa com criar
reservas ou estocar comida. Você vê o seu vizinho fazendo exatamente o que você não
faz: ele estoca comida para poder viver bem no caso de um imprevisto que, na cabeça
dele, pode ser só um problema de emprego ou uma doença. Então um terremoto atinge
inesperadamente a sua cidade. A situação demora para se estabilizar e começa a faltar
água e comida, menos para o seu vizinho que poupou e acumulou. Você acha que tem
qualquer direito sobre o que é dele? VOCÊ NÃO TEM. “Mas as pessoas estão morrendo
de sede”. Não importa: ele poupou água para viver mais um dia. Se as pessoas querem
condenar a abundância, que pelo menos não sejam hipócritas e se imponham uma vida
de miséria sem reclamar. Existe outro bom argumento para as pessoas terem todo o
direito de buscar abundância. É só imaginar que você é o cidadão que poupou e o seu
filho é o sujeito que não se precaveu. Nesse caso, VOCÊ vai querer ajudar o seu filho
(pode fazer essa suposição com qualquer ente querido: sua mãe, seu pai, seus filhos, sua
esposa, seu namorado, não importa). Ele não se preocupou com criar os meios para lidar
com a crise, mas agora isso não importa: VOCÊ QUER AJUDÁ-LO. Então imagina se
vem o governo e prega uma economia de subsistência, sem prosperidade e que pune a
abundância, e não permite que você crie essa reserva para ajudar QUEM VOCÊ AMA.
Ou seja, prosperidade é bom. Para ajudar alguém, é necessário TER coisas. E quem tem muita
coisa, pode ajudar mais pessoas. Pode acontecer de haver pessoas que vão acumular para
gastar apenas com elas, sem ajudar ninguém quando ocorrer uma catástrofe? Claro que pode.
Isso é bom? Não. Isso diminuiu o direito delas sobre o que adquiriram? Não. Não é por causa
do erro de uns que se deve punir todo mundo. As pessoas devem ser livres para acumular
pelos motivos que quiserem. Se elas não escolhem os mesmos motivos que nós, isso não tira o
direito delas sobre a própria vida, a própria liberdade e os próprios bens. Além do mais,
imagine que para compensar a falta de solidariedade na sociedade, o governo imponha uma
política onde fica mais difícil para TODO MUNDO acumular. É o caso típico de países como
Venezuela, Cuba ou Síria, que fazem política com base na ideia de que “como a elite quer
ficar com tudo, é necessário tirar bastante dinheiro de quem consegue ser elite e distribuir para
os pobres”. Por que essa ideia tão simples sempre fracassa? Porque quando o governo pune a
prosperidade, aqueles que conseguem acumular se agarram com mais força no que
conquistaram. Até as pessoas mais bondosas pensarão duas vezes antes de ser generosas
porque sabem o quão difícil é adquirir segurança em uma sociedade assim.
O fato é que uma agenda de prosperidade (por meio da promoção das liberdades que
comentamos e do capitalismo) é BOM para a sociedade. É BOM para as pessoas. O governo
socialista quer criar pessoas pobres e dependentes, que abandonam suas propriedades e
liberdades para manter as suas vidas. Uma das garantias contra isso é a prosperidade
econômica: lembre-se que não há nada que a esquerda tenha mais medo do que um pastor
milionário, um empresário bem-sucedido ou um cidadão bem armado. Em Levítico, depois de
tirar os judeus do Egito, Deus aconselha o seu povo: “Semelhantemente não rabiscarás a tua
vinha, nem colherás os bagos caídos da tua vinha; deixá-los-ás ao pobre e ao estrangeiro”. Ou
seja, não era para os judeus viverem de tal modo que a uva caída importasse. Era para eles
terem em abundância. Até para ajudar o pobre e o estrangeiro. Apenas um povo próspero
consegue os meios para defender a liberdade e proteger a vida. Desse modo, a busca pela
prosperidade se funde à defesa do livre mercado para garantir a manutenção do poder do
cidadão sobre o estado.
Um exemplo de como a prosperidade e a liberdade se apoiam é o do maior exército do
mundo. Você sabe qual é a maior força do mundo, em termos de armamento e soldados?
Poderia ser o exército chinês, com seus 2.330.000 soldados. Também poderia ser o exército
norte-americano, que tem 1.492.000 militares. Ou talvez a Índia, que tem 1.325.000 homens.
Mas eu acho que não é nenhum desses três. A maior força do mundo é o povo dos Estados
Unidos, que tem 324 milhões de pessoas com cerca de 364 milhões de armas. Se fosse
possível abrir um portal para que China e Estados Unidos pudessem se invadir mutuamente,
os mais de 1.370.000.000 (um bilhão, trezentos e setenta milhões) de chineses teriam cerca de
67 milhões de armas para enfrentar uma força menos numerosa, mas cinco vezes mais
armada. Sem contar com a cultura de tiro e caça que torna os cidadãos americanos mais bem
preparados que os chineses. Supondo que cada dono de arma compre uma caixa com 50
cartuchos, os norte-americanos têm mais de 18 bilhões de formas de se defender de uma
invasão. Os chineses teriam mais soldados, mas menos armas.
Não estou dizendo isso para comparar um povo com outro. Norte-americanos e chineses são
povos que igualmente buscam ser livres, com a diferença de que os chineses ainda não a
conseguiram (por causa dos comunistas) e os americanos estão sabotando o que conseguiram
(por causa dos comunistas). Mas se os governos desses países quiserem enfrentar a população,
pode apostar que o povo norte-americano tem muito mais condições de se defender do que o
chinês. Enquanto ainda hoje o governo chinês mata seus habitantes de forma arbitrária, nos
Estados Unidos o governo nem pode pensar nisso: ele perderia. Do mesmo jeito, o povo
americano tem mais condições de contestar determinações estúpidas impostas pelo governo.
Enquanto o cidadão norte-americano que não faz parte do aparato militar pode ser um homem
bem empregado e bem armado, o chinês fora do exército é apenas uma pessoa desarmada. É
mais fácil para o cidadão de um país livre decidir fazer o que é certo e não o que o governo
manda, porque com prosperidade ele consegue ser independente.
Enfim, atualmente vemos muitos “gurus” que falam contra o consumismo. Eles esquecem os
verdadeiros vícios dos seres humanos e condenam grandes lojas, datas comemorativas e até o
Papai Noel, alegando que tudo isso promove o “consumismo”. E você, é contra o
consumismo? É contra a venda de bens supérfluos? Não gosta da venda de celulares,
bijuterias e jogos de videogame? Você gostaria de um mundo menos consumista? Mas espera
um momento, você conhece alguém que trabalha com comércio? Ou alguém que fabrica joias
ou artigos de luxo? Pense nessas pessoas. Pense na forma como elas ganham a vida. Pense nos
filhos e nas pessoas que dependem delas. Você deseja um natal menos consumista para elas?
Você deseja que essas pessoas vendam pouco e ganhem menos dinheiro? Eu fico me
perguntando como as pessoas compram essas ideias idiotas. Oras, se alguém não gosta de
consumir, ele sempre pode parar de gastar e viver com o mínimo que conseguir. Mas
condenar o mundo porque há muito consumo, muita prosperidade, muita escolha, muitos
lançamentos, muito de tudo, é ESTUPIDEZ. Quando eu ouço alguém condenando o
consumismo, a primeira coisa que eu faço é perguntar em quê ela trabalha. Se ela trabalha
com comércio, eu pergunto se ela gostaria de passar uma data importante sem vender nada, ou
com vendas miúdas. Eu descobri que TODO MUNDO que condena o consumismo e trabalha
com comércio DETESTA as consequências de uma queda nas vendas. Quando elas pensam
no próprio negócio, elas DETESTAM quando os seus clientes se tornam “menos
consumistas”. Estranho, né?
Existem também aqueles que não trabalham com vendas e acham que seria ótimo se a
sociedade fosse menos “consumista”. Eles dizem: “eu não sou comerciante, então não
ligo se as pessoas comprarem menos”. Mas e se o filho deles escolherem trabalhar
vendendo perfumes ou fabricando joias? Eles ainda vão querer que as pessoas comprem
menos? Eles vão desejar o fracasso do filho? Infelizmente se tornou comum esse discurso
idiota de condenar o “consumismo”. Todos querem parecer santos condenando o
consumismo, mas ninguém quer vender menos, ganhar menos ou comprar menos. É um
discurso hipócrita que é o oposto de quem prega a PROSPERIDADE. Não há nada de errado
em querer a prosperidade e a abundância para todos. Quem não quiser manter o que um
sistema próspero lhe oferece, que jogue fora ou dê para alguém, mas não obrigue todo mundo
a ficar pobre. O discurso de prosperidade vai além da defesa de um sistema estruturado de
trocas livres (capitalismo). Esse discurso revela um estado de espírito usado no julgamento do
que é bom e do que é ruim na administração da propriedade. É importante que o cidadão
“tenha” para poder se manter livre para “ser”. E um sistema economicamente próspero é o
melhor caminho para garantir a oportunidade do “ter”.
Proteção da Propriedade em Geral (Êxodo: “Se alguém furtar boi ou ovelha, e o degolar
ou vender, por um boi pagará cinco bois, e pela ovelha quatro ovelhas (...). Se
encontrares o boi do teu inimigo, ou o seu jumento, desgarrado, sem falta lho
reconduzirás): o que vimos até agora é que quando se trata de propriedade, a direita busca
um sistema onde seja possível acessá-la (mercado), a proteção do meio que as pessoas têm
para obtê-la (o trabalho) e uma conduta positiva quanto à sua acumulação (prosperidade). Mas
nada disso adiantaria se não houvesse uma preocupação para garantir que aquilo que é obtido
pelo cidadão continue com ele (até que ele dê ou troque). Ou seja, é importante que haja
mecanismos para que se CONFIE na sua autoridade sobre a própria propriedade. Melhor
ainda: é importante que a sociedade esteja equipada com mecanismos que façam com que
TODOS saibam que a sua propriedade é mesmo SUA. E que haverá retaliações caso alguém
não respeite essa relação entre você e ela.
Primeiramente, de um ponto de vista moral, é importante ensinar que a propriedade deve ser
respeitada em todos os casos em que foi obtida de modo justo, ou seja, não foi fruto de roubo
ou coisa do tipo. Não é só a própria propriedade que deve ser respeitada; a propriedade do
próximo deve receber o mesmo tipo de respeito. Depois de tirar os judeus do Egito, Deus
instrui o povo a respeitar até mesmo o que é do inimigo. Ele diz: “Se encontrares o boi do teu
inimigo, ou o seu jumento, desgarrado, sem falta lho reconduzirás”. Não é porque não
gostamos de alguém que as regras morais podem ser desrespeitadas. Nesse sentido teológico,
o respeito que devemos ter pela propriedade não é uma relação entre nós e o proprietário, mas
uma questão de obediência a vontade de Deus. Se ele não quer que fiquemos com o boi
perdido do inimigo, porque ficaríamos? É importante respeitar a propriedade, mesmo que isso
contrarie o que parece ser nosso interesse.
Mas o respeito à propriedade também tem um fundamento prático, como dissemos: apenas
armados podemos defender nossa liberdade; e apenas livres podemos proteger nossas vidas (e
a de quem amamos). Você pode ser livre, mas se não tiver os meios para alimentar os seus
filhos, como eles irão sobreviver? A propriedade é muito mais importante do que a sociedade
moderna foi ensinada a pensar. Podemos ligar o direito de ter coisas tanto à manutenção da
liberdade quanto à proteção da vida. Não adianta ser colocado no meio de uma sociedade
capitalista, próspera e onde você pode negociar o aluguel do seu trabalho, se você não tiver
garantias de que o seu pagamento continuará com você. O mundo poderia magicamente se
transformar num grande capitalismo com livre negociação do trabalho, mas sem estruturas
para punir o roubo e garantir a propriedade privada, a vida e a liberdade estariam ameaçadas.
Por isso, uma das instituições mais importantes para a direita é a POLÍCIA. O aparato
policial, que deve principalmente defender a vida, também tem a obrigação de proteger a
propriedade (privada ou não). A polícia deve estar pronta para atender prioritariamente casos
de ameaças contra a vida e a liberdade, mas também contra a propriedade. Ela deve fazer a
manutenção da garantia da propriedade privada. Ideologicamente, e a esquerda tem
consciência disso, a existência da polícia é um lembrete do que não se pode fazer na vida em
sociedade. Recentemente, temos visto a polícia ser mobilizada em casos muito legítimos,
como a reintegração de posse de propriedades invadidas por vagabundos. Também tem sido
muito usada contra grupos paraterroristas com tendência de matar, destruir e agredir sempre
que se reúnem (como os Black Blocs e “coletivos” socialistas).
Para a direita, a polícia tem suas funções principais. É muito fácil dizer que a polícia serve
para “manter a lei”. Mas creio que muitos concordam que existem prioridades. O que você
prefere? Que tenha mais policiais em bairros violentos ou mobilizá-los em campanhas de
saúde? O que é mais sensato? Usar a polícia para vigiar comunidades mais perigosas ou
mandar policiais perseguirem camelôs em feirinhas? Veja, num país com mais de 60.000
assassinatos por ano, é sensato mobilizar a polícia para perseguir pequenos bicheiros (aqueles
caras que fazem jogo do bicho em bairros medianos) e revendedores de ingressos de futebol?
Claro que para alguns casos pode haver grupos específicos para lidar com eventuais
problemas, mas quando os representantes da esquerda propõem criar “delegacias dos animais”
e “delegacias do meio ambiente”, eles estão querendo tirar a polícia de suas funções
principais, para que ela deixe de cuidar da sua vida, da sua paz e da sua propriedade.
Recentemente, em São Paulo, se discutiu o problema das pichações. Vagabundos vão às casas
de cidadãos trabalhadores e sujam seus muros, motivados por um espírito de transgressão e
covardia. Não sei quantos anos você tem, mas eu sou de uma época em que ninguém chamava
aquele lixo de “arte”. Quem inventou que pichação é arte adivinha quem foi? A esquerda. E
por que ela faria isso? De um modo resumido, é porque isso ao mesmo tempo incentiva os
pichadores, dando um motivo “bonitinho” para eles continuarem a transgressão, e cria na
cabeça da sociedade a ideia de que vandalizar o muro que PERTENCE ao próximo pode ser
tão legítimo quanto “arte” (seja lá o que os imbecis entendam por arte). Raramente vemos a
polícia agindo nesses casos, tanto porque é difícil pegar um pichador em flagrante quanto
porque o contingente policial agora tem que se dividir em dezenas de atividades paralelas que
não permitem agir contra esses vagabundos.
Mas não apenas o aparato policial tem se dedicado menos a cuidar da propriedade privada, as
leis também têm incorporado a sua relativização. Nesse contexto, é interessante lembrar as
mobilizações de alunos (adestrados por professores socialistas) que consistem em invadir
escolas e paralisar as atividades delas. É difícil dizer onde esses idiotas arrumam a ideia de
que reclamações políticas justificam a invasão e a destruição da propriedade, seja pública ou
privada. O próprio ato de invasão já é uma agressão ao direito de propriedade. Sem contar
com o bloqueio da atividade escolar dos demais alunos, que é uma agressão à liberdade deles.
No entanto, poucos têm sugerido o uso da polícia para expulsar os vagabundos das escolas,
tanto porque sabem que a esquerda já aparelhou meia dúzia de órgãos para tornar essa tarefa
quase impraticável, quanto porque têm consciência de que as leis protegem parte dos vândalos
(os menores de idade).
Ou seja, podemos até ter um bom aparato policial (como no Brasil), mas se ele não tiver
permissão para atuar, ou for desviado de suas funções, veremos situações como essas com
cada vez mais frequência. É necessário criar leis que garantam aos policiais a atuação
tranquila (no sentido de não ver interrupções por parte de políticos ou órgãos que fingem
defender os “direitos humanos”) e assegurem que eles não serão perseguidos pela execução de
suas funções. Além disso, é importante criar defesas contra o desvio do aparato de segurança
de suas funções principais, como a mobilização de policiais para cuidar de “irregularidades”
no trânsito, de “violência contra animais” ou de vovozinhos que cortam mais árvores do que
deviam no próprio quintal. Não existe “polícia” de trânsito. Não existe “polícia” dos animais.
Não existe “polícia” do meio ambiente. Para a direita, essas atividades não passam de
sofisticações da fiscalização. A única coisa que esses agentes fazem bem é dar multas e
engordar o estado. São agentes deformados de arrecadação.
Outro tipo de ataque à propriedade é mais complexo. São criadas situações onde os cidadãos
são perseguidos pela forma como tratam as suas propriedades. São nemeados fiscais para
perseguirem as pessoas que não “tratam” seus bens como deveriam. No Paraná, fazendeiros
são multados porque cortam pinheiros. Um deles recebeu uma multa de R$ 56 mil só porque
cortou pinheiros em sua própria fazenda. Ou seja, a função da polícia no mundo mágico da
esquerda se desvia da tradicional patrulha da violência “homem-homem” para controlar casos
de violência “homem-coisa”. Um jornal noticiou o caso de forma até engraçada. Policiais
entraram na propriedade e averiguaram os cadáveres: “encontraram 106 tocos de árvore. A
madeira já não estava mais na propriedade”. Que horror, hein? O jornalista ainda queria que
proprietário provasse que havia sido roubado para não ser multado. O cidadão de bem deve se
preocupar em PROVAR que foi roubado, só porque cortou as árvores que TEM. Ou seja,
confunde-se os “direitos fundamentais dos homens” com os “direitos inventados das coisas”.
Um caso mais interessante é o da “violência contra os animais”. Um cidadão tem um cachorro
e bate nele para parar de urinar no lugar errado. O vizinho, que não gosta do cidadão, o
denuncia a uma ONG de idiotas que pensam ter o direito de tirar satisfação com o dono do
cão. Essa ONG se acha tão protegida que ROUBA o cachorro dele, com a justificativa
modernista de “protegê-la”. Isso indica que a sociedade se esqueceu que cães, gatos e bichos
são PROPRIEDADES dos seus donos. Criar estatutos para listar os “direitos das coisas” é
algo que beira o fascismo e que JÁ TEM criado situações típicas de estados totalitários em
nossa sociedade. É triste que, quando circulam vídeos de senhoras batendo em seus cachorros,
muitos falam em “pena de morte” e em matar a dona do animal; mas quando o vídeo é de
violência contra SERES HUMANOS, os MESMOS RETARDADOS que queriam matar
aquelas senhorinhas, acham um absurdo quando falamos em pena de morte.
Os seres humanos são mais importantes que os animais, pelo menos na visão da direita. Do
mesmo modo, a relação entre seres humanos está acima da relação entre as pessoas e seus
respectivos bens. Eu até concordo que os vizinhos de alguém que maltrata um animal devem
tomar alguma providência, mas não porque se cometeu um “crime contra os animais”, mas
porque a disposição ao sadismo pode eventualmente ser projetada contra outro ser humano. E
mesmo assim, isso deve ser visto com muita cautela, porque é justamente essa disposição que
faz retardados quererem proibir rodeios, touradas, vaquejadas e o consumo de carne. Se for
para haver algum tipo de ação, que seja pelo menos no nível do bairro ou do município. Leis
genéricas sobre a “fiscalização” da relação entre as pessoas e seus bens são uma forma de
comprometer o próprio direito à propriedade. Pior ainda quando se coloca a polícia no meio,
cuja ação deve proteger os valores mais fundamentais da sociedade. Polícia é para proteger as
pessoas em suas vidas, liberdades e propriedades. As relações que devem ser tuteladas por ela
são as: homem-vida (de outra pessoa), homem-liberdade (de outra pessoa) e homem-
propriedade (de outra pessoa). E não as relações dos homens com a própria vida, com as
próprias liberdades e com as próprias coisas (seus bichinhos de estimação).
Governo Mínimo (1 Timóteo 5:8: Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e
principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel. Nunca seja
inscrita viúva com menos de sessenta anos, e só a que tenha sido mulher de um só
marido): as primeiras comunidades cristãs eram formadas por pessoas simples, que buscavam
se ajudar para sobreviver às rigorosas perseguições que sofriam. Eram pequenas comunidades
privadas, que tinham regras para ajudar principalmente os órfãos e as viúvas. Mesmo nessas
pequenas e bem-intencionadas comunidades, era necessário criar regras para dar destino aos
recursos escassos. Por isso que, em instrução a Timóteo, Paulo recomendou que a “viúva com
menos de sessenta anos, e só a que tenha sido mulher de um só marido” não recebesse o
auxílio da comunidade. Claro que aqueles primeiros cristãos eram bem-intencionados e
gostariam de ajudar todo mundo, mas estamos em um mundo com recursos escassos e eles
precisavam fazer o melhor com o que tinham.
Paulo também aconselhou Timóteo a dar atenção às pessoas mais próximas, principalmente à
própria família, de modo que aquele que finge preocupação com o estranho, mas fecha os
olhos para os próprios familiares, “negou a fé” e é “pior do que o infiel”. Essa passagem da
primeira carta a Timóteo mostra que Paulo teve que lidar com gente parecida com aquela
figura contemporânea que diz querer salvar o mundo, mas não arruma nem o próprio quarto.
É fácil ver que o que está por trás desses conselhos é o discernimento sobre a economia dos
meios. Para sustentar sua própria família, ou ajudar melhor a própria comunidade, os homens
devem saber administrar bem os recursos que têm, e é nesse sentido que uma sociedade
saudável precisa não só de um estado limitado, mas também de um GOVERNO MÍNIMO.
Vamos separar aqui as duas coisas: estado mínimo é uma organização politicamente limitada,
sem poder nem legitimidade para determinar algumas coisas (como a abolição da propriedade
privada ou legalizar o aborto, por exemplo); governo mínimo é uma estrutura executiva
enxuta com limites materiais de atuação. Assim, uma das agendas da direita é buscar um
governo materialmente limitado para que saiba administrar o que tem da melhor forma
possível e para que foque suas ações em suas atividades principais (defesa interna, defesa
externa e administração da justiça). Governo não gera riqueza: ele apenas a consome. Para um
governo se sustentar, ele precisa pegar os recursos que foram produzidos por alguém. Ou seja,
a relação cidadão-governo parece um jogo de soma-zero: o governo só ganha dinheiro se você
perde dinheiro, principalmente quando se fala de imposto.
A consequência é que quando o governo é muito grande, isso só ocorreu porque se permitiu
que ele ficasse com a maior parte da riqueza produzida pelos governados. E quando isso
acontece, o cidadão tem menos recursos para cuidar da sua família e muito menos para fazer
caridade a estranhos. Para entender o perigo de um governo muito grande, imagine primeiro
um monge franciscano. Os franciscanos fazem voto de pobreza e vendem a imagem de que,
apesar de não poder ter coisas, ajudam os pobres. Como uma pessoa que não tem nada pode
ajudar os outros? O que eles fazem é pedir o SEU dinheiro para ajudar quem eles acharem
melhor. Ou seja, quem trabalhou e suou pelo recurso foi você. Quem CEDEU o recurso foi
você. Tudo o que o franciscano faz é pegar esse dinheiro e repassar para quem ele acha que
precisa. Só que ele não passa TUDO que recebe para quem precisa: ele tem que ficar com
uma parte, já que precisa comer, beber, se vestir e morar em algum lugar.
Agora imagine que o franciscano não está conseguindo fazer o que quer com o que recebe.
Ele vê que tem gente com muito dinheiro que não está DANDO o que tem de forma
voluntariosa. Ele se revolta e resolve que tem o direito de TOMAR as esmolas à força. Ele
sabe que aqueles que têm mais dinheiro conseguem se proteger melhor, de modo que ele
compra um arco-e-flecha com uma parte do que arrecadou anteriormente. A desculpa sempre
é que ele precisa de dinheiro para “ajudar os pobres”. Claro que ele mesmo não vai trabalhar
para ajudar os necessitados: ele é um LADRÃO, oras. Se ele já não trabalhava antes como
franciscano e todos diziam que ele era bom, por que ele começaria agora? Ele agora passa a
usar seu nome verdadeiro, “Robin Hood”, e investe o que “confisca” na manutenção do seu
arco (que ele apelida de “Receita Federal”, você já conhece essa história) e na propaganda do
seu slogan: “Robin Hood: rouba dos ricos para dar aos pobres”. O povo é manipulável. Ele
compra esse papo-furado e trata Robin Hood como um herói.
O problema é que por mais que Robin tenha uma arma razoável e um grupo de pessoas
chegadas, a sociedade livre SEMPRE cresce mais do que o seu pequeno grupo e até consegue
comprar equipamentos melhores para se defender dele. Robin resolve que para manter o seu
poder tem que se reinventar. Ele joga o arco fora e compra uma metralhadora (que continua
com o mesmo nome), passa a usar seu sobrenome no lugar de Robin Hood (o nome dele é
Robin Hood Vito Corleone) e investe em uma nova estrutura organizacional para roubar mais
e melhor. Ele ainda nota que as pessoas têm problemas com essa palavra “roubo” e diz agora
que está cobrando “imposto” delas. No final, Don Corleone criou uma organização que “cobra
impostos” de quem achar melhor e pune aqueles que não participam da sua “rede de
proteção”. Infelizmente, os governos têm se tornado exatamente nisso: um mafioso truculento
que arrecada, não para resolver os problemas da sociedade, mas para manter o seu controle
sobre o povo.
No começo, os governos eram criados com o objetivo de minimizar os atritos que surgiam no
interior das comunidades que os formavam. O que é dizer que os cidadãos pagavam impostos
para sustentar um governo que não tinha a própria existência como um fim. Os primeiros
governos eram apenas um meio. Hoje, o governo diz aos cidadãos que quer “ajudar os
necessitados” e faz com que eles paguem impostos para sustentar a si mesmo. Ou seja, O
GOVERNO SE TORNOU A FINALIDADE DO PRÓPRIO GOVERNO. Não pagamos,
hoje, os impostos para diminuir a pobreza ou investir em educação: isso é o que o
governo vende e o cidadão mediano aceita. Hoje os impostos servem basicamente para
sustentar o governo. E todas as funções que são inventadas para ele, servem apenas para
dar uma justificativa bonitinha para esse esquema de opressão e confisco. O seu dinheiro
é para manter e AUMENTAR o número de metralhadoras do Don Corleone, ou seja,
para garantir que você NUNCA DEIXE de estar sob o poder da máfia.
Mas então, como resolver isso? Oras, tendo consciência do que o governo é e tirando os
recursos que ele tem. É importante não apenas acabar com a legitimidade moral de certas
funções do governo. Temos também que garantir que ele sempre viva no limite de sua
subsistência, para que não pense em crescer mais do que deve. Um governo deve ser tão forte
quanto for necessário para as suas atividades primárias: defesa interna, defesa externa e
administração da justiça. O que passar disso deve ser visto com cautela e reprovação. Como
sempre nesses casos, as exceções devem ocorrer (se ocorrer) apenas em níveis mais locais,
como bairros e cidades, respeitando a superioridade da representatividade (liberdade) sobre
alguns temas da propriedade. Mas em uma organização maior como a federação ou até
mesmo o estado, é bom não alimentar demais a fera.
Uma situação importante para entender esse tema é estar confortável com a resposta daquela
velha pergunta: Imposto é roubo? Não há “sim” ou “não” nesse caso. A resposta é:
“depende”. Então a próxima pergunta pertinente seria: Em quais casos é legítimo sonegar
imposto? E para responder a essa pergunta basta olhar para todo o histórico de genocídios e
mortes quando se deu muito poder e muitos meios aos governos. Por exemplo, imagine que
você é um egípcio pagador de impostos. Você vê que o faraó determinou a morte de todo bebê
judeu do sexo masculino. Pagar impostos seria dar as condições para o faraó pagar os
soldados e as parteiras que matariam os bebês. Você continuaria pagando seus impostos em
dia nessa situação? Suponha que você tivesse como sonegar sem que o governo egípcio
descobrisse: você pagaria os impostos? Pagar o faraó, nesse caso, não é consentir com o
assassinato dos bebês?
Imagine então que você está em um socialismo onde é obrigado a entregar quase toda a sua
colheita ao estado. Você sabe que o governo é tão truculento quanto o norte-coreano. Mas
você está em uma comunidade que consegue “traficar” parte da sua colheita aos seus
vizinhos, em troca de outros benefícios, claro. Sabendo que a sonegação de parte da colheita
não trará dores de cabeça à sua família, você continuaria entregando tudo ao estado? Mesmo
sabendo que o governo socialista usaria esse dinheiro para matar e perseguir aqueles que não
concordam com ele? Não é melhor “deixar a besta morrer de fome”? Muitas vezes, o próprio
cidadão oprimido acaba vestindo o pagamento de impostos com um significado moral, e
acaba sendo vítima do próprio estado que ele ajudou a crescer.
O fato é que em muitos casos recentes foi o próprio povo quem construiu a guilhotina que o
decapitou e pagou pela corda com a qual foi enforcado. O século XX viu a migração do uso
do governo na manutenção dos direitos fundamentais (vida, liberdade e propriedade) para
outros “direitos” inventados para criar “crises sistêmicas” e “rupturas institucionais”. As
pessoas deveriam saber que quando os políticos estão falando em criar polícias de jardim,
instalar milhares de radares nas ruas e tirar suas armas, a hora de tirar recursos do governo JÁ
PASSOU. Quando as propostas mais conhecidas de tal político é a construção de ciclovias e
proibir a exibição de saleiros em restaurantes, sonegar se tornou uma forma de fazer a coisa
certa. Por isso, não basta defender um estado limitado em seus poderes, também é necessário
garantir que ele NUNCA cresça o bastante para começar a ter ideias mirabolantes.
Esses são os valores que defendemos e pelos quais lutamos. É importante ter consciência
disso para poder protegê-los dos ataques que podem sofrer. Muita gente possui esses valores,
mas nem sabem defini-los ou fazer uma defesa apropriada quando eles são atacados. Ou seja,
existem muitas pessoas que não têm consciência dos valores que possuem e não sabem pelo
que vivem, pelo que lutam, ou pelo que trabalham. E você? Sabe pelo que está lutando? Sabe
pelo que vive? Sabe quais são os seus objetivos? O que poderia garantir a proteção dos seus
valores? Eu tenho certeza que muita gente SABE o que quer, apesar de nunca ter parado para
fazer uma lista. Então, antes de ler o próximo tópico, eu peço que você busque uma folha de
papel e liste tudo aquilo que você acredita ser ESSENCIAL para a defesa da sua VIDA, da
sua LIBERDADE e da sua PROPRIEDADE. Pense que deram a você o poder de escrever a
constituição. O que você escreveria? Depois disso, continue a leitura e veja se chegamos às
mesmas conclusões. Eu tenho certeza que o resultado será muito parecido com o que será
apresentado a seguir.
3.4. Redeclaração dos Direitos e Garantias Fundamentais: a Carta de Proteção
Como elementos de direita, temos que saber como traduzir os nossos princípios da melhor
forma possível para que TODOS possam entendê-los e, se concordarem, segui-los de forma
mais ou menos harmônica. É importante montar um mapa que diga qual vitória buscamos e
como chegar até ela. E o caminho para a vitória (a manifestação dos princípios da direita no
nível político) passa por cinco posições: a diminuição do governo, a limitação do poder do
estado, o aperfeiçoamento do sistema representativo, a descentralização do poder político e a
transcrição de tudo isso em uma CARTA DE PROTEÇÃO. Quanto aos dois primeiros
pontos, é importante que TODOS os grupos de direita tenham como meta a criação de
limites TRANSPARENTES para ao governo e a busca pela sua diminuição física e
econômica. Por exemplo, no Canadá o governo quer tirar os filhos de pais que não
permitirem que eles se mutilem (leia-se “fazer cirurgia de mudança de sexo”). Dane-se se às
vezes os pais estão só preocupados com o FATO de que mais de 40% das pessoas que fazem
essa cirurgia tentam de matar. Dane-se se os pais são cristãos que querem apenas o melhor
para seus filhos. O estado está recebendo esse tipo de poder. Portanto, criar limites de atuação
CLAROS para o estado e diminuir a capacidade do governo de fazer loucuras são
definitivamente objetivos estratégicos da direita.
Quanto à necessidade de dar o devido valor ao processo de representação, nós devemos
perseguir a facilitação da fiscalização do processo eleitoral pelos cidadãos em TODOS os
níveis de governo. Buscar auditorias em urnas eleitorais (eletrônicas ou não), exigir
comprovantes de voto, criar grupos de fiscalização civil, exigir a impressão do voto, são
demandas que devem ser compartilhadas por todos que se dizem de direita. A
preocupação com a representatividade deve ir além da mera “ação” de votar, ou mesmo da
mera “existência” da instituição do voto. É como Tocqueville escreveu em Democracia na
América: “É vão chamar um povo que se tornou tão dependente do poder central para votar de
tempos em tempos nos representantes daquele poder; esse raro e breve exercício de seus livres
arbítrios, por mais importante que ele seja, não irá evitar que as pessoas percam gradualmente
suas capacidades de pensar, sentir e agir por elas mesmas, de modo a gradualmente ficar
abaixo do nível da humanidade”. Ou seja, não basta se contentar com o direito de votar de
tempos em tempos nos palhaços que irão nos governar: temos que participar do sistema de
forma mais responsável, pelo menos buscando transparência do processo eleitoral e
responsabilizar os representantes pelos erros que cometem e as mentiras que contam.
O quarto ponto é a concretização da descentralização e da municipalização do poder político.
Deve haver um esforço consistente para, cada vez mais, passar poderes do governo
central para os estados, bem como dos estados para as cidades. A direita tem que despir
os governos mais centralizados de qualquer pretensão por grandes narrativas ou
grandes soluções. O governo central e até o estadual devem ser meros facilitadores das
aspirações das cidades. E deve estar CLARO que a busca pela descentralização deve ser
acompanhada da maior RESPONSABILIZAÇÃO das partes por suas decisões, bem como da
RETENÇÃO das riquezas (ou misérias) produzidas pelas cidades nelas mesmas. Por exemplo,
atualmente (2017) cerca de 70% dos municípios do Brasil precisam de recursos do estado ou
da União para arcar com os seus gastos. Cerca de 80% dos gastos dessas cidades são cobertos
por recursos transferidos de outros entes. É importante ter uma agenda para REVERTER essa
realidade: tanto forçando os municípios deficitários a cortar gastos, quanto permitindo que os
recursos gerados neles FIQUEM neles.
Enfim, é importante deixar claro que não estamos satisfeitos com constituições que VIOLAM
ou que PERMITEM A VIOLAÇÃO dos nossos valores principais: os direitos à vida, à
liberdade e à propriedade. Temos que ter uma CARTA que deixe claro que existem valores
tão importantes que devem ser resguardados perpetuamente por meio de um
INSTRUMENTO SÉRIO (e não porcarias como aquela criada por velhos escrotos de
esquerda em 1988). E isso só será alcançado quando conseguirmos EJETAR de todas as
constituições a defesa de um estado com poder para reformar a sociedade e implantar o
igualitarismo. O Brasil é a prova de que isso não funciona. A constituição brasileira fala em
proteção da propriedade, mas permite a sua violação tirânica pela união (por meio de
expropriações, criação de reservas e estatização das riquezas dos estados). Ela finge proteger a
liberdade, mas permite que a sua seja violada quando convém ao governo (como vimos no
caso do desarmamento e das políticas ambientais). Ela diz que respeita a vida, menos se você
estiver na barriga da sua mãe.
É importante que a sacralidade de nossos direitos e garantias fundamentais seja redeclarada
em uma nova Carta de Proteção, como eu proponho abaixo. Cada um pode acrescentar suas
demandas ou melhorar os artigos, afinal, ela é apenas um rascunho. De qualquer forma, é
certo se você for uma pessoa de direita terá feito uma lista parecida com ela. É provável que
as possíveis discrepâncias sejam causadas pela escolha das palavras empregadas, pelo tempo
dedicado na produção dela ou por uma diferença na construção das frases. Mas é de se
esperar que haja hormonia no espírito de cada uma delas: a ideia é que a liberdade só
tem sua importância por causa da vida e só é garantida por meio da nossa capacidade de
possuir coisas (ter propriedade):
Carta de Direitos e Garantias Fundamentais
Os cidadãos unidos reconhecem que o estado tem poderes limitados e que sua função é a
preservação perfeita dos direitos à vida, à liberdade e à propriedade do povo.
Proteção da Vida:
1. O estado, em todas as suas manifestações, protegerá a vida humana desde o início da sua
gestação, de modo a garantir ao povo a defesa institucional da vida de todo aquele que não
cometeu crime grave:
a) São crimes graves: homicídio com agravante, o sequestro com agravante, o estupro e a
pedofilia.
b) São agravantes: a reincidência, a duração do crime e o sadismo em casos que não
envolvem comprovada vingança.
2. O estado, em todas as suas manifestações, garantirá o direito de subsistência, de modo que
se torna inviolável a atividade precária de coleta e comércio dos cidadãos, em suas
propriedades ou em espaço público, que não atentem contra a vida, a liberdade e a
propriedade dos demais.
3. O estado, em todas as suas manifestações, defenderá o direito de proteger e de fazer
justiça dos cidadãos, garantindo o direito de possuir armas e o uso da força física para a
autodefesa e a defesa de terceiros, bem como o direito de anistia em caso de comprovada
vingança por agressão à vida e à integridade sexual própria ou de pessoas próximas.
Proteção da Liberdade:
1. Fica estabelecido que o estado, em todas as suas manifestações, terá limites CLAROS e
OBJETIVOS à interferência na liberdade de crença, de costume e de expressão, podendo
atuar apenas quando essas liberdades forem usadas para pregar a violação, sem o adequado
consentimento, da vida, da liberdade e da propriedade de terceiros, casos em que poderão
ser aplicadas as seguintes restrições:
a) Cassação dos direitos políticos: sempre que tais liberdades forem usadas para promover a
violação dos direitos à vida, à liberdade e à propriedade de terceiros, mantendo-se os
direitos à reunião pacífica e à formação de sociedades para o debate de tais ideias, mas sem
qualquer direito de representação ou participação política.
b) Cassação do direito de representação civil: sempre que tais liberdades forem usadas para
promover os crimes considerados graves, o estado também irá cassar o direito de formação
de sociedades para representação civil, reunião e debate com pessoas com as mesmas ideias.
2. O estado, em todas as suas manifestações, não poderá proibir ou regulamentar o uso de
qualquer bem de consumo obtido ou produzido pelos cidadãos nos lugares privados, podendo
apenas regulamentar seu trânsito no espaço público.
a) O limite não se aplica aos equipamentos de destruição em massa e aos produtos que
ofereçam risco de prejuízo químico, nuclear ou biológico, que serão controlados pelo aparato
de segurança externa da união.
b) O limite também não se aplicará à produção cultural que promova, ou não condene
expressamente, os crimes considerados graves e às drogas recreativas com alto risco de
dependência química, que serão controlados pelo aparato de segurança interna de cada
estado.
3. Todo cidadão adulto alfabetizado e que não tenha cometido crime grave terá pleno direito
de representação e participação política, bem como o comprovante de voto, participação civil
na fiscalização das eleições e auditoria do processo eleitoral.
Proteção da Propriedade:
1. O estado garantirá o direito à propriedade como peça fundamental da defesa individual da
vida e da liberdade, nos termos desta Carta, não podendo jamais legislar de forma a
determinar ou estabelecer: o preço, a forma de comprar, a forma de vender, a qualidade e a
quantidade, do trabalho e de todos os produtos que não se encaixem nas exceções previstas
no rol de proteções à liberdade.
2. O estado não poderá interferir no funcionamento pacífico e independente de empresas e
atividades, sendo que esta Carta garante a inviolabilidade dos negócios contra qualquer tipo
de imposição estatal de controle de qualidade, de programa de reciclagem ou de preservação
ambiental, bem como de padrões de comportamento, no interior das propriedades
particulares, sejam comerciais, sejam residenciais, sejam industriais.
3. A união terá um limite de orçamento e de receita que não ultrapasse nunca 30% da
arrecadação máxima dos estados que o sustentam e usará esses limites para a manutenção da
segurança interna, para a manutenção da segurança externa, para a administração da
justiça no nível federal e para a gestão do espaço público que lhe pertencer:
a) A união terá pleno controle do aparato de defesa externa, incluindo a proteção contra
esquemas subversivos estrangeiros, o controle das fronteiras e do controle sobre as armas de
destruição em massa.
b) Cabe aos estados e às cidades a política de segurança interna, sendo que os agentes de
segurança (os policiais) são invioláveis em suas funções, sempre que estiverem atuando para
restabelecer a ordem e para proteger a vida, a liberdade e propriedade dos cidadãos, sendo
garantidos o direito de agir DESPROPORCIONALMENTE e de MODO AGRESSIVO contra
qualquer pessoa que propositalmente oferecer perigo à sua integridade física ou à execução
da sua atividade.
c) Os estados estabelecerão seus regimes legais e seus códigos civis e penais, com as
liberdades e princípios pregados nesta Carta, tendo autonomia e poder para deliberar sobre
tudo o que não foi estabelecido nesta Carta, mas com limite de orçamento e de receita que
não ultrapasse 30% da arrecadação máxima de suas cidades, tendo como objetivo
harmonizar a coexistência de regimes diferentes dentro do estado.
d) Os casos de desapropriação por interesse público só poderão ser realizados mediante
justo pagamento em dinheiro, no preço concordado pelo proprietário e apenas em caso de
extrema necessidade pública que não afete os princípios desta Carta, JAMAIS podendo ser
realizados para fins de reformas sociais, distribuição, planos de crescimento ou políticas
anticíclicas, nem sem o consentimento expresso e legal dos representantes locais.
3.5. Conclusão
Por mais que seja difícil para alguém que começou a pensar em política há pouco tempo, ou
que esteja lendo este livro em um país com pouco acesso à literatura ocidental, a direita
sempre foi exatamente isso: um pensamento político que busca defender a vida, a liberdade e
a propriedade de modo prático e racional. Em todo o mundo, a direita vai ter um alinhamento
natural em relação a esses pontos, principalmente no que toca algumas questões como o
aborto, o desarmamento, a proteção da propriedade privada, o capitalismo e a liberdade de um
modo mais geral. Há concordância absoluta em torno da agenda para alcançar esses objetivos?
Claro que não. Entretanto, quando um grupo de direita passa a defender ideias que fogem dos
nossos princípios (como o aumento do estado, o desarmamento ou o aborto), ele é
naturalmente excluído do nosso meio. Ou, então, ele se transforma automaticamente em um
pária político por aqueles que permanecem fieis à defesa da vida, da liberdade e da
propriedade.
O direitista “padrão” é individualista e reacionário. Ele não está interessado em controles
porque preza por sua liberdade mais do que as outras pessoas. Ele não é afeito a utopias e
ideias mirabolantes de transformação social porque ele é prudente com a vida e com a
manutenção dos seus princípios. Mas o fator principal para confirmar o que é de direita e o
que não é, é a disposição em defender um estado limitado e um governo mínimo. A
ignorância em relação a isso faz com que muita gente coloque na direita partidos e
movimentos que jamais poderiam ser considerados como tal. No Brasil, o PMDB foi criado
por pessoas de esquerda e até recebeu membros de grupos terroristas (como o MR-8). Dentre
as políticas que o partido apoiou durante a sua existência, encontram-se: congelamento de
preços, congelamento de salários, tabelamento de preços, criminalização de empresários por
manter estoque e confisco de poupanças. E ainda assim há gente estúpida o suficiente para
dizer que o PMDB é de direita.
O fato é que, por defender um estado limitado e um governo mínimo, não há muito espaço
para políticos de direita se envolverem em grandes esquemas de corrupção. O agente de
direita quer diminuir o poder do estado, não aumentá-lo. Ele não está interessado em reservar
mercados para meia dúzia de “campeões nacionais”. Ele não tem nenhum interesse em tirar o
SEU DINHEIRO para salvar empresas ou bancos gigantescos que estão para quebrar. Ele
dificilmente vai encontrar brechas em nossa agenda para aumentar o orçamento de alguma
coisa só para beneficiar seus amigos. Por outro lado, o político de esquerda sempre pode
alegar preocupação social com animais, com plantas, com índios, com qualquer coisa, para
aumentar impostos e repassar parte do que rouba aos seus camaradas. Ou seja: o direitista é
um individualista cujas políticas beneficiam a coletividade (garantias aos direitos à vida, à
liberdade e à propriedade), enquanto o esquerdista é um coletivista cujas políticas sempre
visam o benefício de poucos (a proteção de um mercado, a contratação de uma empresa, a
criação de privilégios ou a proibição de um bem).
Mas há outra característica típica da direita que muitos podem concordar: a direita não
tem bandidos de estimação. O próprio fato de a direita ser inspirada em um código moral
com valores absolutos não permite que o direitista defenda gente que, ao nosso ver, assuma
comportamentos imorais. Ele mesmo pode até ser imoral e fraco, afinal, ele é tão humano
quanto qualquer outra pessoa. Mas o normal nesses casos é que ele omita esses vícios e
defenda o que é correto, já que do contrário perderá o apoio do grupo. Por outro lado, a
esquerda adora um monstro. Eles idolatram genocidas e assassinos e acham que só porque
falam mal de outros bandidos está tudo bem. Na cabeça da esquerda, ter simpatias por Stalin
ou Mao Tsé-Tung (que juntos foram responsáveis pela morte de quase 100 milhões de
pessoas) está tudo bem, já que ela não gosta do igualmente sanguinário Hitler.
Enfim, a direita existe e é muito mais coesa do que a esquerda deseja. Mesmo com a ocupação
massiva em universidades e editoriais de jornais, a esquerda não conseguiu acabar com a sua
arqui-inimiga. Para uns, ela tenta dizer que a direita não existe. Para outros, ela prega que a
direita é a origem de todos os males. E para outros ainda, ela tenta difemá-la associando-a a
nacional-socialistas, fascistas e outros movimentos muito mais alinhados com a esquerda do
que com a direita. Mas tudo isso só mostra que que somos duros na queda. Por defender
princípios valorizados por tanta gente, e por seguir um código moral perene, sempre
estaremos aqui para incomodar aqueles que querem transformar o mundo em um circo de
robôs burros adoradores do estado. Desde sempre, a direita aparece com aqueles que mais se
alinham com a defesa dos direitos à vida, à liberdade e à propriedade quando eles se
encontram ameaçados. E continuará sendo assim. Sempre.
4. Sobre a Moralidade e os Valores da Esquerda
Assim como a direita, a esquerda tem seus valores, sua moralidade, sua agenda e suas
propostas. Pessoas de esquerda pensam diferente de nós. Isso ocorre porque elas têm outros
valores, que as direcionam para comportamentos e opiniões diferentes dos nossos. Claro que
na torcida de um time ou numa escola, dificilmente conseguiríamos dizer quem é de direita e
quem é de esquerda. Mas não é por acaso que se formos perguntar para “artistas de rua” e
“grafiteiros”, a maioria se dirá de esquerda. Não é à toa que em cursos de filosofia e ciências
sociais, a maioria se dirá de esquerda, enquanto em cursos de engenharia é de se esperar
encontrar mais pessoas de direita. É mais provável encontrar pastores pentecostais de direita
do que de esquerda. O contrário ocorre com franciscanos, “ciclistas organizados” e
ambientalistas. Por que isso acontece?
De um modo geral, esquerdistas, socialistas e comunistas se entendem como se fossem parte
do mesmo “coletivo”. No processo de imposição da “sociedade perfeita”, há uma agenda para
capitalismos republicanos e outra para estados socialistas. As propostas dessas agendas podem
nem sempre ser iguais, mas elas são inspiradas nos mesmos valores e são elaboradas para
alcançar os mesmos fins. Por exemplo, a esquerda prega a redução da jornada de trabalho em
regimes democráticos, mas em todos os países socialistas ela não só aumentou a jornada,
como também criou penas rigorosas para quem se atrasasse ou faltasse. Nos dois casos, a
intenção é a mesma: CONTROLAR O TRABALHO. Da mesma forma, em países capitalistas
a esquerda ataca a família com uma agenda de imoralidades e idiotices, enquanto em países
socialistas o homossexualismo é punido e há perseguição contra quem foge dos papéis de
homem e mulher. Nos dois casos, a intenção é a mesma: CONTROLAR A FAMÍLIA. E o
padrão se repete SEMPRE.
A tabela abaixo mostra os valores mais importantes da esquerda e o desdobramento deles em
seus valores, agendas e ações. Basicamente, a esquerda tem dois valores principais: o poder
para mudar a realidade e a igualdade como um imperativo moral. Esses valores são as pedras
angulares do pensamento de esquerda. Cada um deles inspira cada pedaço da agenda
socialista tanto em países livres quanto em países fechados. Primeiramente, temos o poder,
a projeção como valor da necessidade de controlar TUDO para alcançar um fim
considerado legítimo. Desse valor deriva a agenda de promoção da guerra de classes, do
fortalecimento do estado e da formação de uma nova moralidade (que justifica o poder nas
mãos do grupo). Depois, temos a igualdade, que para se manifestar materialmente
precisa ser formatada como ideologia (comunismo) e atropelar os fundamentos da
propriedade, do trabalho e da moralidade (principalmente, da judaico-cristã).
Valores Agenda com as Propostas: Políticas/Comportamentos
Cotas, criar atritos entre
grupos (raças, gêneros,
Guerra de Classes (Ira) religiões), uso político de
minorias (políticas
afirmativas)
Centralização política,
enfraquecimento do
indivíduo (desarmamento,
aborto, despopulação),
transformação de estados
e municípios em meros
Fortalecimento do Coletivo (Gula)
executores das decisões da
federação ou do governo
central, aumento de
impostos, eliminação do
direito de herança,
estatização de empresas
Poder
Promoção da visão de
mundo que coloca a
igualdade e a
subordinação ao estado
como valores principais
do cidadão, elevação do
combate à desigualdade
ao status de valor moral
Nova Moralidade (Orgulho/Vaidade) principal (de tal modo que
esse “fim” justifique
qualquer “meio”), defesa
de políticas de redução da
população e do controle
da natalidade,
subordinação da vida
humana a outros
elementos naturais
Promoção da ideia de que
o próximo não pode ter
mais do que os demais,
busca pela igualdade
material, promoção
política do socialismo e do
Poder + Igualdade Igualdade Material (Inveja) comunismo, uso do
anarquismo como
ferramenta para
desestruturar a sociedade
capitalista-democrática,
defesa da sociedade sem
classes
Promoção de ideologias
que criam conflitos com a
propriedade:
ambientalismo, direitos
dos animais, função social
da propriedade,
Combate à Propriedade (Cobiça)
regulamentação forçada
do uso da propriedade,
anticapitalismo, promoção
de ideologias que
promovem a pobreza e a
miséria
Uso político de sindicatos,
controle do mercado de
trabalho, controle das
condições de contratação
(desvinculando do
empregador o direito de
decidir o que fazer com o
Combate ao Trabalho (Preguiça)
seu dinheiro), promoção
de propostas que tornam
Igualdade
o trabalho menos eficiente
e mais caro, redução da
jornada de trabalho,
imposição de salários-
mínimos
Desvalorização da família,
promoção de casos que se
apresentam como afrontas
à família nuclear (adoção
de crianças por
homossexuais, promoção
do relacionamento sexual
entre parentes, aceitação
Combate à Moralidade (Luxúria)
da pedofilia, divulgação
de casos marginais em
mídias de esquerda),
anticristianismo,
fortalecimento de grupos
anticristãos (satanistas,
muçulmanos, movimento
“nova era”)

O que veremos agora é como a esquerda deriva sua agenda dos seus dois valores principais: o
poder e a igualdade. O desejo pelo poder para mudar a realidade e a visão da igualdade
como ideal de justiça é o que praticamente todo o esquerdista tem em comum. Um valor
pode se sobressair ao outro, mas em todas as propostas da esquerda podemos encontrar o
poder e a igualdade projetados como os mais importantes. É importante entender que quando
se fala que a esquerda alavanca o poder e a igualdade ao patamar de VALOR, ela de fato faz
isso. Ela não simplesmente acha interessante a ideia do controle e da promoção da igualdade:
suas propostas são todas ancoradas nesses dois valores, que são seguidos à risca no
julgamento de valor de qualquer coisa.
É fácil entender porque alguém adotaria controle e igualdade como valores principais em seu
código moral. Esses dois princípios são os primeiros que aprendemos quando estamos
crescendo. A necessidade de controle vem do nascimento, quando não entendemos nada e
começamos a chorar para que nossos pais façam as nossas vontades (nos alimentem, nos
troquem, nos limpem, nos balancem). A tentativa de controlar a situação é facilmente
observada na atitude de qualquer criança pequena, que logo aprende que, quando o choro não
funciona, a manha ou a barganha pode ser eficiente. Quando vamos tomando consciência do
mundo, passamos a almejar outra coisa: a igualdade. A busca pela igualdade é, em parte, uma
reação à consciência de que não temos poder. Então a criança começa a pensar: “por que
minha mãe pode dizer o que eu devo comer e eu não posso dizer o que ela deve comer?” ou
“por que o meu pai me bate e eu não posso bater nele?”. Ela passa a querer ser IGUAL aos
pais, desenvolvendo um senso de justiça “primário” que coloca a busca por essa igualdade na
frente de outros princípios.
Mas então o sujeito cresce. E quando ele cresce, ou ele adota valores civilizados da sociedade
adulta ou ele continua com seus valores infantis. Não foi à toa que Lênin escreveu o livro
“Esquerdismo: Doença Infantil do Comunismo”. Basicamente o livro é um puxão de orelha
nas alas mais inflexíveis dos partidos comunistas europeus que queriam empurrar agendas
específicas sem as condições necessárias. No livro, ele critica a teimosia de líderes de
esquerda que queriam pular “fases” da implantação do comunismo em seus países. Não que
Lênin também não fosse movido por aqueles dois valores infantis, mas ele era bem mais
esperto que um comunista mediano e sabia que devia se adequar à realidade se quisesse
vencer. De qualquer modo, é interessante que o próprio Lênin, ao se referir àquelas frações
mais apressadas do comunismo, lembrou do adjetivo “infantil” para defini-las.
Esse caso é interessante também para mostrar a muito antiga relação entre socialistas e
esquerdistas. Lênin não tinha dúvidas que o esquerdismo era uma característica de alguns
comunistas. O que é curioso é que Lênin era, ele mesmo, um esquerdista. Em seu livro, ele
não apresenta diferenças fundamentais entre ele e os comunistas alemães, russos e britânicos.
Todos eles queriam implantar o socialismo e defendiam ideias radicais. Todos adoravam
Marx e pregavam o materialismo histórico. Todos pregavam a revolução e queriam o
comunismo. Todos propunham a guerra de classes e a ditadura do proletariado. Só que eles
achavam que era melhor adotar um caminho e Lênin achava melhor ir por outro. Só isso. Mas
todos queriam acabar com a propriedade, ninguém ligava para a liberdade e poucos
reclamavam quando suas políticas acabavam matando milhares de pessoas. Esquerdistas,
socialistas e comunistas são iguais no sentido de terem os mesmos valores: o poder e a
igualdade (neste livro, eu uso as palavras “esquerdista”, “socialista” e “comunista” como
termos intercambiáveis, porque a diferença que pode haver entre eles está apenas na agenda a
ser adotada conforme a etapa da revolução em que se encontram).
No livro em que Lênin compara o esquerdismo com uma “doença infantil”, ele divide o
processo revolucionário na Rússia em cinco fases. A primeira ocorreu de 1905 a 1907 e foi
chamada de Anos de Revolução, onde os bolcheviques testaram várias táticas para avançar o
programa comunista. Nessa fase, tudo foi utilizado para facilitar o processo revolucionário,
até o que não é aceito quando se instala o socialismo: militância parlamentar e não
parlamentar, greves políticas e econômicas, formas legais e ilegais de luta, entre outros
expedientes contraditórios entre si. O resultado dessa primeira fase foi a consolidação dos
“sovietes”.
A segunda fase foi de 1907 a 1910 e ficou conhecida como Anos de Reação. Nesses anos, o
czarismo russo revidou e perseguiu as forças revolucionárias. Lênin diz que esse momento foi
importante porque os bolcheviques foram os que conseguiram “recuar” em melhor ordem que
os demais elementos socialistas. Ele também conta como essa fase foi importante para separar
os elementos mais indisciplinados do movimento e aprender como “trabalhar legalmente com
o mais reacionário dos parlamentos, com o mais reacionário dos sindicatos” e outras
organizações semelhantes. Os militantes mais revolucionários (que não sabiam a hora de
recuar) foram expulsos do partido e a disciplina se instalou entre os bolcheviques.
Os Anos de Revivamento foram de 1910 a 1914 e o desafio principal dessa fase foi fazer
frente ao avanço dos mencheviques. Depois da fase de reação, o movimento socialista ficou
basicamente dividido entre bolcheviques e mencheviques. Nessa fase de Revivamento, os
seguidores de Lênin souberam administrar o uso de trabalho ilegal com o uso de
“oportunidades legais” para ganhar a dianteira do movimento revolucionário, inclusive com
apoio dos operários. Depois disso, a revolução entrou na fase da Guerra Imperialista, que
aproveitou a Primeira Guerra Mundial para avançar o programa comunista na Rússia.
Essa quarta fase foi de 1914 a 1917 e foi marcada pelo uso da guerra pelos bolcheviques para
se fortalecerem ainda mais na Rússia. A Segunda Internacional não conseguiu fortalecer a
oposição socialista aos bolcheviques, que se organizaram na Rússia, na Suíça e em outros
países para dar o golpe definitivo no czarismo em 1917. Assim, a última fase do processo
revolucionário ocorre entre abril e outubro de 1917, quando os bolcheviques de Lênin
finalmente conseguem dar o golpe e chegar ao poder.
O importante nesse processo é entender que até o caminho para a implantação do
socialismo tem fases. E em todo o lugar, o processo revolucionário socialista vai passar
por fases parecidas. Sempre será necessário: organizar a base ideológica principal,
aprender a sobreviver às reações, centralizar a liderança do movimento, iniciar um
processo de revolução e finalmente “dar o golpe”. Dificilmente se “pula fases” nesse
roteiro. Há um grupo de propostas próprias para cada fase do processo revolucionário e, de
uma fase para outra, o socialista deve estar preparado para: deixar de apoiar a autonomia
sindical para subjugá-lo ao poder do estado; deixar de usar dispositivos ilegais para chegar ao
poder para perseguir impiedosamente esses mesmos esquemas. O socialista não tem um
vínculo muito radical com uma política específica: a sua fidelidade está na implantação
do comunismo.
Então, o esquerdista e o socialista quase sempre são comunistas, no sentido de ambos
buscarem a realização de uma sociedade sem classes e igualitária. Eventualmente, eles podem
querer “parar no meio” e estacionar na fase mais avançada de socialismo. Isso geralmente
ocorre depois que eles já mataram milhões de pessoas pensando que conseguiriam criar
aquela massa de robozinhos retardados e terem percebido que isso não acontece. O ano de
1991 mostrou que mesmo depois de mais de CEM MILHÕES DE MORTOS, quando o povo
tem alguma condição de ser ouvido nos países socialistas, ele prefere voltar à liberdade e não
avançar novas políticas socialistas (que ele sabe que NÃO VÃO FUNCIONAR).
Concluindo: diferente da direita, o esquerdista tem um “programa” a ser seguido na direção da
igualdade material. Para um militante da direita, o respeito à propriedade privada deve
ser preservado ontem, hoje e amanhã, não importa o contexto. Já para a esquerda, é
possível defender a propriedade hoje, mas se a propriedade se mostrar um obstáculo
para seus fins, ela muda de opinião rapidinho. Para a direita, as liberdades
fundamentais vão ser defendidas hoje, amanhã e sempre. Já para a esquerda, é possível
dizer que se defende uma liberdade hoje, mas se tal liberdade se tornar um obstáculo
para sua distopia igualitária, ela vai tentar tirá-la do povo sem pestanejar. Por isso que
todo o comunista é um socialista e todo socialista é um esquerdista. Os meios podem mudar,
mas os valores e os fins nunca mudam.
4.1. Sobre o Poder
Não há nenhum problema em tentar controlar as situações que chegam a nós no dia a dia. De
fato, o primeiro contato com o poder aparece de forma bem legítima e a vontade por controle
é incorporada de modo até instintivo. Quando nascemos, tudo que conseguimos fazer para
comer, tomar banho e receber socorro é chorar. E essa é a primeira forma de poder que temos
acesso. Quando a criança cresce, ela aprende novas formas de controlar os pais. Uma das mais
conhecidas é o famoso “fazer manha”. Os pais mandam ela fazer uma coisa e ela faz manha.
Eles mandam ela fazer outra coisa e ela faz manha. Eventualmente, os pais cedem e a criança
vê que pode ter controle da situação.
Mas veja, as crianças de fato dependem dos pais. Elas não conseguem fazer muita coisa sem a
ajuda dos adultos. Então muitas delas adotam outra conduta muito comum: como elas
dependem dos pais, elas fazem de tudo para “chamar a atenção”. O conhecido “chamar a
atenção” é a forma que algumas crianças desenvolvem para ter algum poder sobre o meio.
Controlando os pais, elas controlam o que querem (ou acham que querem, vai saber, são só
crianças). Depois disso, quando estão um pouco maiores, elas podem adotar a mentira, a
repetição insistente, a chantagem emocional e a frieza como formas de controlar os pais (e os
adultos mais próximos).
E, mais uma vez, não há nada inerentemente ruim na busca pelo poder, desde que ele não se
torne uma das suas bases morais. De um modo ou de outro, todos os dias buscamos ter o
controle das diversas situações que temos que enfrentar. A adoção de um comportamento
diferente no local de trabalho ou ao conversar com outra pessoa é uma forma legítima de
controle. Quando um garoto está interessado em alguém, ele se veste diferente, tenta chamar
atenção ou busca um contato com a pessoa amada para controlar o processo de aproximação.
Quando uma mãe disciplina o filho com palmadas, ela está tentando controlar o
comportamento dele. Ou seja, não há nenhum problema em tentar controlar o seu meio, desde
que esse controle não seja o fim.
Geralmente, no processo de amadurecimento, internalizamos valores mais nobres e a busca
pelo poder se torna apenas um meio. Mas um dos problemas que mais afeta a esquerda é que
seus militantes não costumam completar esse processo. Uma pessoa de esquerda continua
tentando controlar tudo, reproduzindo a relação com seus pais. Por isso que muitas atitudes
típicas da esquerda acabam sendo semelhantes ao comportamento de crianças: usar brincos e
adereços de modo impróprio, pintar o corpo em lugares estranhos, usar roupas ridículas, gritar
durante uma conversa, mentir sobre suas intenções, tudo que uma criança faz para chamar a
atenção dos pais.
Um adulto usa argumentos e informações para tentar convencer as pessoas do seu ponto de
vista em um debate. Mas o que os últimos anos têm mostrado que é comum a esquerda
fazer? Eles gritam, defecam nas ruas, mijam em revistas, mostram a bunda, enfiam
coisas dentro deles (na rua), quebram coisas, agridem quem discorda deles, choram
(choram mesmo), ofendem policiais e reclamam quando são pegos, enfim: a esquerda
consegue transformar adultos em crianças de três anos de idade fazendo birra. E essa
comparação não é apenas uma percepção teórica. Um estudo alemão realizado em 2016
mostrou que mais de 90% dos ativistas de esquerda presos em protestos em Berlim ainda
moravam com os pais e que boa parte deles nem trabalhava. Apesar de não haver estudo
parecido no Brasil, é de se esperar que os militantes daqui sigam o mesmo perfil.
E note que esse comportamento não está apenas na “base” da esquerda. Um congressista de
esquerda (e ex-participante do Big Brother Brasil) cuspiu em um deputado de direita em pleno
Congresso Nacional porque não concordava com ele. Comentaristas da GloboNews faltam
descaradamente com a verdade em seus noticiários, como se a população não pudesse
verificar que eles estão mentindo. “Professores” de universidades gritam em palestras para
que convidados conservadores não consigam falar. “Cantoras” incompetentes tentam chamar
atenção com vídeos obscenos e sem qualidade. A esquerda é infantil desde a sua base até os
seus representantes mais conhecidos.
Por outro lado, o fato de eles perseguirem o controle a qualquer custo tem suas vantagens
práticas. A busca pelo poder dá origem a três atitudes que estão visceralmente ligadas
tanto à ideologia quanto às propostas da esquerda: o uso da violência, a busca pela
centralização do poder e a adoção de um discurso que serve para justificar praticamente
tudo que ela faz. As políticas que cada uma dessas propostas inspira, bem como a explicação
de cada uma delas, serão apresentadas a seguir.
Agenda: Propostas e Políticas do Poder
Como o poder determina as propostas e as políticas de esquerda? Quando se alavanca o poder
(ou a busca pelo controle) ao status de valor, torna-se comum a adoção de três atitudes que
ajudam a ter o controle do que se quer. Isso é, há menos preconceitos quanto à adoção delas.
A primeira delas é a aceitação da violência como forma de alcançar o poder. Bem, crianças
batem, crianças mordem, crianças são agressivas quando provocadas. Mas no processo de
crescimento, aprendemos que a violência se justifica apenas na defesa e na proteção, não para
que o mundo faça o que queremos. Não é o que acontece com boa parte dos militantes de
esquerda: não são eles que sempre defendem grupos guerrilheiros? Não são eles que elegem
assassinos e ladrões como ídolos (Fidel Castro, Nelson Mandela)? Foi por meio da violência
que eles chegaram ao poder, tanto na Rússia quanto na Índia. Eles não têm nenhum problema
em agredir, cuspir, empurrar ou azucrinar qualquer um que discorde da ideologia deles. Para
não falar de outros tipos de violência, como obstrução de passagens, bloqueio de escolas,
interrupção de discursos ou fechamento de estradas.
A segunda delas é a centralização de poder. Novamente, assim como crianças berram e
querem ser “o centro das atenções”, militantes de esquerda berram e querem ser o centro das
atenções. Daquela fauna, brotam alguns seres mais ambiciosos que perseguem posições de
autoridade sem se incomodar muito com o trabalho sujo. Quando colocados em posições de
chefia, tendem a ser centralizadores e arrogantes. Por outro lado, de um modo geral, quando
vão com a cara do chefe, tendem a criar todo um culto à personalidade constrangedor.
Seguem ordens sem questionar e arriscam suas reputações (que reputações?) sem nenhum
motivo aparente. Mas quando não gostam, deixam logo evidente um “aparente” problema
com a autoridade. Nesse caso, eles podem tramar as armadilhas mais absurdas para atingir o
chefe e provar que estão de algum modo com o controle da situação. De uma forma ou de
outra, eles acham que deve haver um centro de decisões quase infalível para se sentirem
seguros.
O terceiro comportamento adotado é a adoção de um discurso que valida tudo que ela faz.
Voltando ao caso das crianças, quando elas querem alguma coisa, elas não se importam muito
se vão mentir, pegar o brinquedo de outra criança, bater no coleguinha ou berrar
desesperadamente. Mas geralmente elas crescem e aprendem que é feio mentir, bater, roubar e
gritar. Nesse sentido, o esquerdista também se comporta como uma criança: quando ele
mente, ele não se sente mal por mentir, porque a verdade está entre ele e o controle. Quando
ele grita (em um debate), ele não se sente tão envergonhado, pois sua dignidade está entre ele
e o controle. Quando ele agride alguém, ele não pensa que está lidando com outra pessoa, pois
ela está interferindo de alguma forma no seu controle. Cada um desses comportamentos tem
um desdobramento ideológico. Cada uma dessas formas de manter e exercer o poder acaba
tendo um reflexo interessante na ideologia adotada pelo esquerdista.
Para começar, a aceitação da violência está no cerne da “guerra de classes”. O sujeito só
aceita o conceito de guerra de classes se tem em seu sistema de valores algo que valide a
agressão gratuita contra o “diferente”, mesmo que o estranho seja inofensivo. Nesse caso,
qualquer coisa que o militante não goste no grupo “inimigo” será suficiente para buscar tirar
um direito dele, seja a vida, a liberdade ou a propriedade. Depois, quando se compra a
premissa de que o poder deve estar concentrado em algum lugar, o militante estará pronto
para fazer as maiores loucuras para lutar pelo seu “centro de controle”. E é por isso que você
vê muito esquerdista apoiando as ditaduras mais loucas da história. Quando a esquerda critica
uma ditadura é só porque aquela ditadura é diferente da que ela quer. Ela nunca rejeitou a
chamada “ditadura do proletariado”, por exemplo. Enfim, quando se busca o poder a qualquer
custo, o militante vai incorporar um padrão moral flexível, que justifique tudo que fizer para
alcançar seus fins. No caso da esquerda, esse “fim” político divinizado é o comunismo.
Para ela, os fins justificam os meios.
Guerra de Classes (Karl Marx: O que eu trouxe de novo foi demonstrar: 1) que a
existência das classes só vai unida a determinadas fases de desenvolvimento da
produção; 2) que a luta de classes conduz, necessariamente, à ditadura do proletariado;
3) que essa ditadura, em si mesma, não é mais do que o trânsito para a abolição de todas
as classes e para uma sociedade sem classes): o princípio da guerra de classes está no centro
de boa parte das políticas de esquerda. É necessário acreditar em um mundo onde há
desequilíbrios que necessariamente vão levar os homens a um conflito. A guerra de classes é
alavancada como princípio porque, para a esquerda, não há muitos casos em que grupos
materialmente diferentes (e, para ela, tudo é material) vão conviver em paz. O negro
deve se revoltar contra o branco. O branco deve ser maior que o negro (a Ku Klux Klan foi
fundada por membros do Partido Democrata). O alemão deve acabar com os judeus (Hitler
era socialista e, portanto, de esquerda). O homossexual deve ser contra o heterossexual. O
trabalhador deve ser contra o patrão. Os “que não têm” devem lutar contra os “que têm”. E
todo mundo deve ser contra todo mundo.
Para a esquerda, não há muito espaço para tolerância e respeito ao diferente (ao contrário do
que se prega). A luta pela sociedade igualitária envolve a supressão da diferença. E a
única forma de alcançar essa igualdade em uma sociedade com tanta diversidade é fazer
com que TODOS LUTEM CONTRA TODOS. Por isso as minorias se encaixam tão bem
na agenda da esquerda: elas são uma forma de manifestar a guerra de classes. No fim, quando
o estado se torna socialista, elas são facilmente reprimidas. Veja: EM TODOS OS LUGARES
que a esquerda chegou o poder, ela suprimiu todas as minorias que deram o poder a ela. Sim,
homossexuais foram perseguidos, sindicatos foram proibidos, negros foram maltratados e
partidos foram fechados.
A estratégia é adotar o velho: “dividir para conquistar”. A esquerda cria e manipula várias
minorias, jogando todas elas contra os inimigos da sua agenda. Ela usa o interesse de seus
elementos para jogá-los contra quem se coloca em seu caminho. Por exemplo, algumas
pessoas são ricas, outras não são tão ricas. Outras pessoas não são pobres, mas também não
têm muitos recursos. E outras são simplesmente pobres, mas não tão pobres quanto os
miseráveis. A sociedade não é simplesmente dividida entre “ricos” e “pobres”. Ela é muito
mais diversificada do que isso. Mas se não fosse o princípio de poder que muitos seguem, a
esquerda não conseguiria jogar tantos “não ricos” contra os ricos. Ela não conseguiria
manipular tantos grupos que vivem de buscar compensações falsas e acertos de contas
históricas da sociedade. Para fazer com que um grupo queira TIRAR A PROPRIEDADE
(redistribuição de renda, transferência de renda, impostos FORTEMENTE progressivos) de
outro SEM TER SIDO ATACADO por ele de alguma forma, ela precisa encontrar pessoas
que tenham o PODER como princípio moral.
Voltando ao caso da venda de pão. No final dos anos 1990, o governo brasileiro começou a
vender essa necessidade de OBRIGAR os padeiros a vender pão por quilo. A desculpa
principal era que quando os padeiros vendiam pão por unidade, as pessoas eram engandas.
Uns padeiros vendiam um pão mais pesado, outros vendiam um pão mais leve e outros
vendiam seja lá o que ficasse no meio. E começou-se a pregar que esses que vendiam um pão
mais leve estavam “enganando” o consumidor. Então, sempre para proteger você, já que o
governo é a personificação da bondade, claro, ele pensou em PROIBIR TODOS OS
PADEIROS de venderem seus pães por unidade. Genial, não?
Bem, eu, que sempre fui de direita, desde que era uma pequena criança opressora, já naquela
época achava a medida UM ABSURDO. E eu já DIZIA, naquela época, que tal proposta era
UM ABSURDO. Mesmo sem ter desenvolvido toda a argumentação que estou apresentando
aqui, eu tinha certeza que obrigar o padeiro a vender o pão que ele fazia de um jeito diferente
do que ele queria, era um tipo de violência. E eu comecei a pensar sobre por que pessoas que
pareciam (e muitas vezes eram) boas gostavam dessa ideia de tirar o direito dos padeiros de
venderem pão da forma que eles quisessem. Um tempo depois, eu descobri o motivo.
Quando as pessoas se deixam convencer por argumentos estúpidos para TIRAR DE
ALGUÉM UM DIREITO FUNDAMENTAL (vida, liberdade e propriedade), elas estão
cometendo uma VIOLÊNCIA contra esse alguém. Isso é um tipo de agressão. Tirar a
propriedade, ou a liberdade, de outra pessoa, sem que ela tenha feito algo para sofrer essa
ação, é um tipo de violência. Então, é necessário deixar claro: naquele momento, pessoas
aparentemente boas estavam cometendo uma violência contra os padeiros sem um motivo que
eu, uma pessoa de direita, considerava justo. Elas tinham comprado as razões do governo e
dos propagandistas da esquerda: seria melhor para todo mundo (não foi), o preço do pão iria
cair (não caiu), o padeiro queria se aproveitar dos clientes (não queria), e tantos outros papos-
furados que só alguém sem muito respeito pelo próximo podia comprar.
Então, eu me perguntei: o que fazia com que tantas pessoas “normais” comprassem tão
facilmente essa estupidez? Bem, em primeiro lugar, que elas não viam os padeiros como
“elas”. Digo, elas foram convencidas que os padeiros não eram pessoas como elas. Eles eram
diferentes. Eles eram os OUTROS. Eles não eram seus pais, seus filhos, seus cônjuges, seus
peguetes. O discurso da esquerda conseguiu convencer uma parte das pessoas de que os
padeiros eram os “opressores”. E, em segundo lugar, os promotores da ideia venderam uma
desculpa para as pessoas “odiarem” os padeiros. Eu sei que muita gente pode achar a palavra
“odiar” muito forte, mas as pessoas se entregaram a uma proposta de FORÇAR algo aos
padeiros que afetava o negócio deles. Ou isso é ódio ou maldade pura. Mas elas tinham suas
“desculpas”: o preço do pão diminuiria, o padeiro pararia de enganar os clientes, ela saberia
quantos gramas de pão estariam comprando, entre outras baboseiras.
Por fim, o que essas pessoas tinham que fez com que aceitassem essas “desculpas”? A
resposta é: a busca pelo PODER como PRINCÍPIO. Havia muitos motivos para uma pessoa
normal não comprar o discurso da guerra de classes que se criou contra padeiros. Havia o
respeito à propriedade do padeiro, havia o amor ao próximo, havia a projeção da possibilidade
de um de seus parentes serem padeiros, havia o fato de não haver absolutamente nada que
permitisse dizer que os padeiros estavam conspirando contra os clientes, entre outros. Mas
quando o sujeito tem o PODER como valor, ele passa por cima de tudo isso pela
possibilidade de controlar uma situação. E as desculpas se transformam em acessórios
para racionalizar seu ato de violência.
Por isso, quando se vende uma desculpa para alguém de esquerda, com muita facilidade sua
necessidade por controle vai fazer com que ele faça o que for necessário para manter ou
recuperar o controle. No caso do pão, basta dizer que o sujeito PODE fazer o preço do pão
ficar mais baixo para ele aceitar uma agressão contra o direito de propriedade. Ele teria
controle. Basta dizer que ele PODE tornar previsível a forma com que vai comprar pão e ele
vai apoiar uma violência contra a liberdade do próximo (de vender o pão como quiser). Ele
teria poder (mesmo que nessa situação específica). Note que se essas pessoas tivessem a
propriedade como valor, elas não se entregariam tão facilmente a um discurso
controlador para atacar o padeiro. Mas como o valor principal dessas pessoas é a busca
por CONTROLE, elas aceitam esse tipo de violência com FACILIDADE.
O mesmo ocorreu na década de 1980 quando o governo tabelou preços e alistou um monte de
dementes para fiscalizar mercados e comércios. O governo dizia que era um crime guardar
estoques e vender produtos pelo preço que o DONO bem entendesse. E um monte de idiotas,
que com certeza não faziam ideia da importância da PROPRIEDADE PRIVADA, se
entregaram voluntariamente à atividade de chamar a polícia para prender aqueles homens e
mulheres que estavam simplesmente administrando os seus negócios da melhor forma
possível. E talvez seja por isso que ainda hoje existe tanta dúvida sobre o que é direita e
esquerda no Brasil: uma boa parte dos brasileiros ainda não aprendeu o valor da
PROPRIEDADE PRIVADA.
Mas aquele instinto infantil de controlar a situação, isso os pobres ignorantes têm em
abundância. Esse princípio de busca pelo poder faz com que muitos se entreguem a
qualquer guerra, contra qualquer classe, que a esquerda proponha. Quem é contra a
polícia militar e quer acabar com ela? A esquerda. Quem é contra os “ruralistas”, mesmo sem
fazer muita ideia do que é isso, e quer tirar as terras deles? A esquerda. Quem é contra os
empresários e quer criar trocentas leis para fiscalizá-los e incomodá-los? A esquerda. Quem é
contra os fazendeiros que querem plantar em suas próprias terras sem a idiotice
conservacionista dos indigenistas e ambientalistas? A esquerda. Quem quer desarmar o
cidadão legitimamente armado? A esquerda. Quem quer cobrar impostos de igrejas pensando
em enfraquecê-las? A esquerda.
Pode-se dizer então que a estratégia da guerra de classes usa uma promessa de poder para
criar minorias que atacarão os grupos que se colocarem contra a agenda maior da esquerda,
que seria a implantação do socialismo e do comunismo. Prometendo poder para pequenos
grupos, a esquerda ganha poder para lutar contra seus inimigos. Mas muitas de suas
propostas só se tornam possíveis quando se trabalha com pessoas que buscam o PODER
e o CONTROLE como se fosse a coisa mais importante da vida dela. Por mais que
possam existir pessoas de esquerda que não seguem especificamente esse princípio da guerra
de classes, a maior parte delas segue. A primeira parte do esquema socialista para alcançar o
poder depende dela e de suas derivações: políticas afirmativas, reforma agrária, redistribuição
de renda, impostos fortemente progressivos, imposto sobre grandes fortunas, entre outras
idiotices.
Ditadura do Proletariado (Manifesto Comunista: (...) o primeiro passo da revolução
proletária é a elevação do proletariado a classe dominante, a conquista da democracia.
Essa dominação será utilizada (...) para arrancar paulatinamente todo o capital da
burguesia e para centralizar todos os meios de produção nas mãos do estado (...).
Obviamente, no começo, esse objetivo só poderá ser alcançado na medida em que o
direito da propriedade (...) seja ultrajado de maneira despótica): ditadura do proletariado
é o segundo passo do esquema revolucionário socialista. Primeiro as classes brigam e depois a
classe vencedora (que eles acham que necessariamente será o “proletário”) assumirá o poder.
Essa classe estabelecerá uma “ditadura” que tem o objetivo de avançar a proposta final dos
socialistas (e da esquerda): a extinção das classes, ou seja, o fim de todas as diferenças
materiais entre as pessoas (que seria a realização do comunismo). Mas o caminho até lá é
duro. Engels e a cadela dele já diziam no Manifesto Comunista que a ditadura do proletariado
vai tirar TODO o capital da classe inimiga, reconhecendo que inicialmente isso só poderia
“ser alcançado na medida em que o direito da propriedade (...) seja ultrajado de maneira
despótica”.
Portanto, a ditadura do proletariado seria algo parecido com uma democracia imoral, com
carta branca para agir “de maneira despótica” para alcançar um fim lindo, maravilhoso,
perfeito, onde todos são igualmente lesados e previsíveis. Esse ideal de poder, de fortalecer
uma ferramenta para alcançar um fim específico, respalda boa parte das políticas de esquerda:
impostos deixam o governo mais forte, taxas e obstáculos à herança enfraquecem as pessoas e
fortalecem o estado, políticas desarmamentistas deixam a população à mercê do poder estatal,
expropriações e confiscos de propriedades igualmente alimentam o governo com as
ferramentas que poderão ser usadas contra a oposição, sem contar com outras propostas mais
sutis que revelam essa necessidade de criar um ente superpoderoso com capacidade de
resolver todos os problemas sociais.
É esse princípio que explica algumas atitudes aparentemente incoerentes da esquerda, como a
busca por uma “reforma agrária” que compra terras de particulares para não usar as terras
públicas. Ele também explica porque as políticas afirmativas de cotas, preferência em
concursos, bolsas de auxílio, entre outros programas de redistribuição de renda, dificilmente
envolvem abatimento no imposto de renda ou isenção fiscal. Os tão bonzinhos defensores das
minorias nunca propõem alíquotas mais baixas para os grupos protegidos. Eles não falam em
deixar o homossexual, o negro, o índio, o azul, mais livres para perseguir os seus desejos. A
esquerda não quer um negro independente. Detesta um homossexual livre. Ela odeia
qualquer indivíduo que possa viver e pensar por si mesmo. Por isso, ela prefere políticas
que mantenham as minorias vinculadas ao governo. Ela não tem qualquer interesse em
minorias independentes: o que ela quer é ESCRAVIZAR os protegidos comprando-os
com esmolas e favores.
Igualmente, a campanha do desarmamento expõe essa face totalitária da esquerda. Por que
todas essas antas querem desarmar o cidadão e enfraquecer a polícia? Porque quando o
cidadão está desarmado e a polícia não funciona, as pessoas ficam tão desesperadamente
impotentes que passarão a querer um governo mais forte para protegê-las, sem entender
direito que foi o próprio governo que as deixou naquela situação quando tirou delas o direito
de COMPRAR ARMAS. Recentemente, a polícia militar do estado do Espírito Santo entrou
em greve e logo a população desarmada viu uma explosão de roubos, latrocínios e homicídios.
Esse é o desespero que a esquerda quer plantar na cabeça do indivíduo, para que ele aprenda
que não é ninguém sem um estado grande e bem alimentado.
Em 2014, o total de lavouras particulares no Brasil era de 70 milhões de hectares. Desse total,
saia quase toda a produção alimentar do país. No mesmo ano, o Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (INCRA) tinha 88 milhões de hectares para assentar
camponeses sem terras e outros pobres. E ainda assim a esquerda procura tirar terras de
particulares para dar aos seus militantes. No MST, não se procura ocupar terras públicas. Eles
querem mesmo é invadir a terra privada, a SUA terra. Por exemplo, em 1996 o INCRA
apoiou a invasão de uma centena de vagabundos a uma fazenda no sudeste de Goiás. A
família que habitava o local entrou com o recurso de reintegração de posse, ganhando o
direito de RETORNAR À PRÓPRIA FAZENDA apenas em 2014. Só que a enrolação do
governo para tirar os vagabundos do local acabou rendendo uma indenização de quase MEIO
BILHÃO DE REAIS (R$ 469 milhões, em valores da época) à família. Mas não tem
problema, É VOCÊ quem vai pagar, não os bandidos que invadiram a fazenda, nem os
cretinos que os apoiaram.
Muitos acabam defendendo esse fortalecimento do governo pensando que “só um estado forte
é capaz de resolver o problema da pobreza”. O raciocínio geralmente é o seguinte: com uma
entidade superpoderosa e centralizadora, há vantagens como ganhos de escala nos gastos,
maior poder de barganha para receber descontos e maior capacidade de resolver “qualquer
problema” que demande força. Entretanto, as coisas não funcionam assim. Se tamanho e
centralização fossem tão importantes, os Estados Unidos ainda seriam apenas um punhado de
colônias inglesas. Se essas coisas fossem capazes de resolver grandes problemas, os judeus
jamais teriam conseguido sair do Egito. Por maior e mais forte que um estado possa ser, ele
nunca saberá melhor do que VOCÊ qual a melhor forma de investir o seu dinheiro ou de
cuidar da sua família. De fato, quanto mais o estado cresce, mais você se transforma em
um “nada” e mais ele começa a trabalhar com grupos maiores de pessoas, sem levar em
consideração as particularidades de cada uma delas.
Mas os amantes do poder não se importam com nada disso. Para eles, os ganhos de escala e o
poder absoluto são capazes de resolver qualquer coisa, e eles continuarão apoiando a criação
de um superestado capaz de resolver todos os problemas. Como para eles o poder é um valor,
se torna óbvio (na cabeça deles) que quanto mais forte o estado for, mais capaz ele será de
acabar com a pobreza ou com a “desigualdade”. Pior ainda, se esses problemas (ou quaisquer
outros) ainda não foram resolvidos, é porque o estado não cresceu o suficiente. Porque, claro
(na cabeça deles), se o estado já tivesse alcançado seu tamanho ideal, tais problemas nem
existiriam mais. Então, por que não dar mais poder a ele? Por que não alimentar ainda mais a
besta? Por que não confiscar os recursos dos ricos e tirar as armas dos pobres, para facilitar
todo o processo de “resolução dos problemas gerais que afetam a sociedade”? Por que não dar
ao estado poder sobre a vida de crianças e sobre a liberdade de inocentes? Essa é a
mentalidade de alguém que tem o poder como um valor.
Comunismo (Karl Marx: (...) essa ditadura, em si mesma, não é mais do que o trânsito
para a abolição de todas as classes e para uma sociedade sem classes): uma das
características daqueles que são ávidos pelo poder é a capacidade de criar desculpas para
justificar as suas ações. No caso da esquerda, a desculpa principal pode ser essa “abolição de
todas as classes” para criar uma “sociedade sem classes”. Entretanto, nem todo esquerdista se
diz comunista. Muitas vezes, o fim que eles esperam alcançar não envolve o fim das classes,
mas o perpétuo controle da sociedade ou coisa do tipo. Mas o que todos eles têm em comum é
a facilidade com que criam um sistema moral novo para justificar o que fazem. Eles elencam
valores que nada têm a ver com o respeito à vida, à propriedade e à liberdade. E é exatamente
por isso que eles não se envergonham quando protegem bandidos e políticos corruptos, desde
que os mesmos estejam defendendo a utopia da vez.
A esquerda é a ideologia do “nunca diga nunca” e do “não existe verdade absoluta”. É o
partido do “tudo é relativo” e do “é a ocasião que faz o ladrão”. A esquerda é a filosofia
daqueles para quem dois mais dois nem sempre vai ser igual a quatro. É a doutrina dos que se
dizem machos, mas “nunca dizem que nunca” vão dormir com outro marmanjo. Enfim, a
esquerda é a projeção do relativismo moral ao nível de justificador de agendas. Quantas
vezes você não ouviu seus conhecidos de esquerda dizer EXATAMENTE essas mesmas
frases? Quantas vezes não os ouviu dizendo “Nunca diga nunca”? Ou “Não existe verdade
absoluta”? Na civilização judaico-cristã não há muito espaço para esse besteirol, pois ela
é fundada na crença em um Deus que não é relativo. Em um Deus que é bem absoluto e
cujas revelações representam uma verdade. Na cultura ocidental, pelo menos
tradicionalmente, o sim deve ser “sim” e o não deve ser “não”. Não há lugar para relativismos
morais que tentam justificar a morte de inocentes ou o roubo organizado.
Todos sabem que, ainda por volta dos primeiros anos do terceiro milênio, a esquerda se
vendia como uma cultura “legal” que defendia a liberdade e a rebeldia. Mas hoje, início de
2017, todos descobriram que isso é uma mentira (pelo menos aqui no Brasil). Aqueles que
cantavam que era “proibido proibir”, hoje querem proibir as pessoas de andarem armadas, de
comprar pão por unidade, de andar com o farol do carro desligado (durante o dia) e de
comprar bananas por dúzia (o certo seria por quilo, dizem eles). Aqueles que diziam ser a
favor da liberdade de expressão querem calar qualquer um que critique o pensamento deles.
Isso tudo porque a agenda da esquerda é construída com base nessa estupidez chamada
relativismo moral.
Um dos problemas disso é que quando se aplica uma moralidade relativa para justificar uma
tal visão de mundo, tende a existir contradição entre as propostas. Isso para não falar da
adoção de ideias ABSURDAS como se fossem “normais”. Ou vai me dizer que você não
conhece um esquerdista que defende a PROIBIÇÃO da distribuição DE GRAÇA de sacos
plásticos? Proibir sacos plásticos é o quê? Normal? Comum? Quem defende a proibição da
distribuição DE GRAÇA de sacos plásticos é, no mínimo, radical. O imbecil acha que o
mundo vai acabar, que a floresta amazônica está a duas árvores de ser dizimada e que o
próximo verão irá pulverizar ursos polares. Isso é ser radical. Isso é ser extremista. Esse é o
papai-mamãe da esquerda. É por isso que não se fala em “extrema-esquerda” com tanta
frequência: o normal na esquerda é ser radical.
Quando esse tipo de situação acontece, de estarmos dialogando com pessoas com uma visão
de mundo TOTALMENTE diferente da nossa, é porque um dos dois está
COMPLETAMENTE E INEXORAVELMENTE errado. Então, claro, aquele esquerdista que
se acha esperto pode perguntar: “E por que não é VOCÊ que está errado?”. Bem, talvez seja
porque eu não quero proibir donos de mercados de me darem sacos plásticos. Ou talvez
porque eu não quero proibir padeiros de me venderem pães da forma como eles acharem
melhor. Ou então porque eu não defendo propostas que vão tirar milhares de empregos só
porque eu vi um urso polar nadando no meio do nada (ursos polares conseguem nadar dezenas
de quilômetros em busca de comida). Então, relaxa (cidadão de direita que comprou este livro
para aprender mais sobre política): você está certo. Você não é radical. Pessoas que fazem o
que você faz escolhem políticas muito mais sensatas do que o hippie que segue opiniões de
artistas para se posicionar politicamente. Do mesmo jeito, não falamos muito de “radical de
esquerda” porque a marcha mais comum de qualquer esquerdista já é estupidamente
radical.
Portanto, a esquerda cria “fins” que passam a ser uma desculpa moral para todos os
excessos que ela comete. Num mundo em que a sede pelo poder precisa de uma desculpa,
discursos como “acabar com a pobreza”, “atender ao bem comum”, “acabar com a
desigualdade” e, principalmente, “alcançar o comunismo” cumprem bem essa função. É
com a defesa de uma sociedade igual, sem diferenças, onde todos teriam as mesmas
oportunidades, que a esquerda justifica boa parte de sua busca sedenta pelo poder. Pessoas
que têm o PODER como princípio, aceitarão mais facilmente lançar mão de todo o tipo de
meio para alcançar esse comunismo vendido como uma utopia perfeita para a humanidade.
Resumindo: é esse relativismo moral, que substitui todas as moralidades que encontra
por um ideal comunista, que valida na esquerda a adoção da filosofia do “os fins
justificam os meios”. Portanto, grave isso de vez: para a maior parte da esquerda, o
socialismo é um MEIO para um FIM (comunismo). E a intenção do socialismo é ser o
“instrumento para a abolição de todas as classes”.
4.2. Sobre a Moralidade da Esquerda: a Emancipação Social (Karl Marx: Não basta
emancipação política, conseguida por americanos e franceses em 1776 e 1789. É
necessário a “emancipação social”)
Vimos acima que há na esquerda uma forte disposição para aceitar novos padrões morais para
justificar suas ações. Mas o que diferencia o esquerdista de outros doidos? O que os
esquerdistas têm em comum em relação à desculpa que usam para cometer os crimes mais
insanos? O que torna um esquerdista diferente de um louco ou de um psicopata (ou de alguns
loucos e psicopatas)? Vimos que o que diferencia a esquerda é a busca pelo comunismo.
Esquerdistas, socialistas e comunistas justificam seus excessos com um discurso radical de
igualdade, quase sempre procurando alcançar algum nível de comunismo. E qual é a base
ideológica do comunismo? É o que Karl Marx chamava de emancipação social. Então,
precisamos entender o que seria essa emancipação social que os comunistas tanto valorizam.
A emancipação social é uma situação em que todos são materialmente iguais. Sim, nesse
estado, ninguém tem mais que ninguém. E ninguém tem menos que ninguém também. Você
deve estar se perguntando: mas como isso é possível? Para os marxistas, isso só seria possível
com a ABOLIÇÃO DA PROPRIEDADE. Veja bem, se você permitir a propriedade
privada, levando em consideração que as pessoas têm diferentes concepções de
felicidade, a emancipação social NUNCA vai acontecer. Por isso a agenda contra a
propriedade é tão importante para a esquerda: ela é um obstáculo para a manifestação
da utopia igualitária aqui na terra. Os socialistas sabem que, enquanto for permitido
que você sonhe e busque algo diferente do seu próximo, a diferença vai acabar
aparecendo e estragando todo aquele paraíso estúpido almejado por pessoas inofensivas
como Lênin, Pol Pot e Fidel Castro.
Em parte, é por isso que o processo que conduz ao comunismo é tão sanguinário: na
busca pela emancipação social, a ditadura do proletariado sempre vai tentar fazer uma
lavagem cerebral nos escravos da socialistolândia para que eles não queiram “ter”
coisas. Veja que os ideólogos do comunismo sabiam que os seres humanos não se
entregariam voluntariamente a essa nova moralidade. Por isso que as ações dos
comunistas, dos socialistas e da esquerda não tentam apenas reformar a sociedade, elas
também buscam reformar o SER HUMANO de modo que eles QUEIRAM a alcançar a
EMANCIPAÇÃO SOCIAL.
Ou seja, eles não buscam apenas tirar toda a propriedade de todos (não só da
burguesia): eles também querem formatar toda a noção que eu e você temos de
propriedade, para construir um “homo comunistus” que naturalmente ache um absurdo
o ímpeto que o ser humano possui para “ter” coisas. Basicamente, quando analisamos os
objetivos estratégicos da esquerda para conseguir a emancipação social, vemos que eles atuam
em três frentes: eles querem eliminar toda a propriedade, querem acabar com o trabalho e
querem proibir a moralidade judaico-cristã (e todas aquelas que de algum modo colocam a
vida, a liberdade e a propriedade como valores em seu código moral). Então, a partir de um
princípio de poder, a esquerda busca implantar um sistema igualitário para manifestar na terra
aquela distopia idiota de robozinhos fascistas invejosos.
4.3. Sobre a Igualdade
De onde vem a estima pela igualdade que temos? Digo, eu mesmo tenho algum respeito pelo
conceito de igualdade (eu só não a tenho como valor). Creio que todos acabam passando por
experiências que naturalmente fazem com que tenham alguma demanda por igualdade.
Entretanto, é uma realidade que o mundo é desigual. E isso não é necessariamente ruim.
Homens e mulheres são diferentes e se espera coisas diferentes de cada um, mesmo que
levemos em consideração apenas fatores biológicos. Não se espera que um homem engravide,
nem que uma mulher tenha barba. Homens são mais fortes e mais altos que as mulheres, e as
mulheres são mais bonitas e comunicativas que os homens. Adultos e crianças também são
diferentes e isso é natural. Crianças são dependentes e se espera que os pais cuidem delas, e
não o contrário. Espera-se responsabilidade de um adulto, mas não tanta de uma criança. De
fato, a desigualdade está em todo lugar. O mundo não é igual, ele é diferente. E ISSO É
BOM. A diferença é BOA. LIDE COM ISSO, ESQUERDA.
É esperado que adultos (em praticamente todas as culturas, mas principalmente no mundo
judaico-cristão), em seu processo de amadurecimento, aprendam a reconhecer as diferenças e
desigualdades do mundo, e não que fechem os olhos em uma cruzada cega por igualdades
inexistentes. O amadurecimento das pessoas passa pela compreensão das desigualdades e por
saber lidar e conviver com elas. Entretanto, infelizmente, algumas pessoas ficam presas a
experiências infanto-juvenis que fortalecem a estima pela igualdade em seus sistemas de
valores. E isso não deixa que elas cresçam normalmente e se tornem adultos responsáveis com
uma compreensão madura do que é ser pai, mãe, homem, mulher, cidadão, cidadã, filho, filha,
entre outros papéis diferentes que surgem naturalmente. É por isso que é na esquerda que se
encontra o maior número de “desarranjos sociais” construídos pelo não entendimento desses
papéis. É lá onde estão os homossexuais que se vestem como se fossem “materialmente” do
outro sexo, e não os que simplesmente são homens e mulheres que gostam (sexualmente) de
homens e mulheres. É lá onde estão os adultos que planejam sua vida colocando a “sua
ideologia” primeiro, e não a necessidade de ser uma pessoa útil para o mundo e a capacidade
de criar família. É lá onde estão as pessoas que não se entendem nem como gente, pintando o
cabelo com cores esquisitas, se vestindo dos modos mais estranhos e agindo das formas mais
bizarras. E tudo isso, geralmente, não para se “diferenciar”, mas para se encaixar em um
grupo.
Eu bem me lembro, anos atrás, quando começou a moda de se vestir como roqueiro, colocar
brincos e fazer tatuagens. O discurso dos jornais e revistas era que os jovens queriam ser
diferentes. Eles queriam se diferenciar para expressar suas individualidades. O que eu não
entendia era por que eles andavam apenas com pessoas que se vestiam DA MESMA
FORMA, às vezes com AS MESMAS ROUPAS, e que faziam AS MESMAS COISAS que
eles. Eles não queriam ser diferentes? Esses modismos que a visão popular diz que são formas
de expressão das individualidades, ainda hoje forma grupos de pessoas iguaizinhas que
parecem mais querer se sentir bem sendo parte de um grupo de gente IGUAL a elas. Isso
aconteceu com os emos, com os punks, com os hippies, com todos esses grupos que, dizem,
querem expressar as suas individualidades. E o fato é que esse pessoal não quer se diferenciar.
Muito pelo contrário: o que eles querem é fazer parte de um grupo de pessoas que vestem,
pensam, agem, andam, respiram e falam como eles. Note que até a juventude “heterossexual”
mais alinhada com a esquerda acaba se vestindo de modo a se parecer: os garotos usam saias
ou trapos afeminados e as garotas não se maquiam e vestem calças masculinas. No fim,
quando se agrupam, esses jovens mais parecem uma nuvem cinza com tons aleatórios de
branco e vermelho.
Então, como surge essa necessidade por igualdade? Já vimos que, durante o crescimento, as
crianças chegam a uma fase em que começam a fazer perguntas mais complicadas. Elas se
perguntam: “Por que meus pais mandam em mim?”, “Por que eles tratam melhor o meu irmão
mais novo?”, “Por que eles me bateram?”, “Por que os pais do meu primo não batem nele?”,
“Por que meus pais não moram juntos, como os pais de todos os meus colegas?”, entre outras
coisas realmente relevantes. Mas elas são só crianças e geralmente não conseguem responder
a essas perguntas. Então, elas passam a buscar soluções práticas para esses problemas que, de
fato, incomodam elas. Entretanto, nenhum desses problemas pode ser resolvido por elas. Elas
não têm poder para isso. E mesmo que fossem mestras nas artimanhas que costumam usar
para manipular o mundo (choros, manhas, repetições, chantagens emocionais, etc.), isso não
faria nada para melhorar a situação.
É comum, então, que elas comecem a buscar uma situação de igualdade impossível. Elas
querem ser como os seus pais, mas elas não são adultas (e nem entendem as implicações de
serem adultas). Elas querem ser como o irmão mais novo, que recebe mais cuidado que elas
porque ainda é um bebê, mas elas já cresceram. Elas querem ser como o primo cujos pais não
se preocupam com sua disciplina, mas ele já nasceu naquela família. Elas querem que os
SEUS PAIS sejam iguais aos dos coleguinhas, mas elas não têm controle sobre a vida deles.
Tudo isso reforça na criança uma busca inconsciente pela igualdade. Claro que às vezes a
criança não entende o que é “igualdade” ou as implicações dela, mas ainda assim ela quer ser
“igual” aos outros, ou quer que os outros (por exemplo, seus pais) sejam iguais aos outros.
Disso vem toda a questão do amadurecimento para reconhecer, respeitar e trabalhar com as
diferenças, e não o desejo infantil de buscar igualdades onde elas não se aplicam. E isso
ocorre com frequência, principalmente quando o jovem não é devidamente orientado e cresce
pensando que só não há igualdade no mundo por alguma fatalidade do destino.
O que acaba acontecendo é a pessoa crescer com um código moral que leva em consideração
essa busca pela igualdade como princípio de julgamento. Em alguns casos, ela assimila
parcialmente outros valores, mas a vontade de impor igualdade no mundo acaba prevalecendo
sobre eles. E é por isso que muita gente de esquerda acaba se alinhando naturalmente às
propostas mais extremas do socialismo moderno para alcançar o mundo igualitário. Claro
que o sujeito pode assimilar o princípio da igualdade ao longo de sua vida, depois de se
convencer de que ele deve fazer parte do seu código moral. Mas o resultado é o mesmo:
são essas pessoas que vão apoiar medidas extremamente agressivas como a proibição da
herança, a destruição da família e o desarmamento. O ímpeto de tornar o mundo “mais
igual” prevalece sobre a propriedade, a liberdade e até a vida. E é por isso que é na esquerda
que estão aquelas pessoas que não têm nenhum problema em acabar com toda uma tradição
(rodeios, caças, touradas) ou com toda uma indústria (lenha, foie gras, carne de baleia) do dia
para noite. Para quem coloca a igualdade acima de tudo, o seu costume ou o seu emprego
pode ser apenas um obstáculo a mais a ser eliminado.
Agenda: Propostas e Políticas da Igualdade
Falando de um modo mais “oficial”, essa busca pela igualdade se materializa em
políticas que visam alcançar aquela tal “emancipação social”. O pensamento por trás
disso é que apenas em um mundo onde TODOS tenham acesso a TUDO, as pessoas
serão realmente livres. Essa não é uma desculpa inocente criada pela mente de crianças, mas
uma construção que toma como premissa a afirmação de que “um mundo com desigualdade é
ruim e deve ser reformado”. Note que a proposta da emancipação social não é indiferente à
desigualdade social: ela diz que tal desigualdade existe, que ela é ruim e que todas as nossas
ações devem buscar o seu fim. Para mim, essa é uma premissa extremamente idiota. Não há
nada que justifique a atribuição de uma qualidade intrinsecamente ruim à desigualdade.
De fato, os socialistas, a ONU e a Nova Ordem Mundial (que é socialista) fizeram uma
lavagem cerebral na sociedade para as pessoas pensarem que elas “devem combater a
desigualdade social”. Mas isso é puro papo-furado. Os momentos mais prósperos da
humanidade ocorreram com uma ampliação da desigualdade. Isso porque a fuga da
mediocridade envolve justamente premiar o trabalhador e punir o preguiçoso. Aqueles que
antes estavam parasitando a sociedade (como os burocratas, a nobreza e alguns tipos de
sacerdotes) passam a ter que “comer o pão do suor do próprio rosto”. Ao mesmo tempo, a
maioria miserável passa a ter a oportunidade de se diferenciar pelo fruto do seu trabalho.
Prosperidade econômica envolve liberdade de escolha e de ação para produzir. Ela envolve
permitir que o corajoso seja recompensado por suas apostas e fazer os preguiçosos almejarem
o bem-estar adquirido pelo trabalho.
Em um mundo sério e próspero, a igualdade não se coloca na frente da liberdade. Empresas
quebram. Deixemos que quebrem. Empresas prosperam. Deixemos que prosperem.
Trabalhadores são demitidos. Deixemos que sejam. Trabalhadores são promovidos. Deixemos
que sejam. Trabalhadores se tornam empresários. Deixemos que se tornem. Tudo isso vai
contra o ideal de igualdade da esquerda: empresas não podem quebrar, elas também não
podem prosperar; trabalhadores não podem ser demitidos, mas eles também não podem se
destacar dos demais. O socialista H. G. Wells escreveu dois livros sobre o funcionamento da
sociedade igualitária: Conspiração Aberta e Nova Ordem Mundial. É nesses livros que ele
prega a necessidade de a humanidade abrir mão da escolha do próprio destino, que seria
decidido por um “diretorado global”. Um amigo de Wells, Bernard Shaw, outro socialista
fabiano, dizia que o governo daria as coisas para as pessoas, mesmo que elas não quisessem.
Afinal, quem precisa tomar decisões, não é mesmo?
Se você discorda de Wells e Shaw (e das baboseiras que a esquerda inventa de um modo
geral) é porque os seus VALORES são diferentes dos deles. Na cultura judaico-cristã, a
desigualdade é uma constante na relação entre Deus e a humanidade. Quando Deus cria o
homem, Ele não faz um parceiro idêntico. Ele não fez Adão I e Adão II. Ele criou homem e
mulher. Adão e Eva. Diferentes. Nós sabemos isso hoje: um tem cromossomo XY e outra tem
cromossomo XX. Nem a forma como foram feitos foi igual: Adão foi feito do barro e Eva foi
feita da costela dele. Pouco depois, ambos são enganados pelo capeta e os castigos também
são diferentes: homens e mulheres têm responsabilidades diferentes e suas penas são
conforme essa diferença. Em seguida, Deus escolhe a oferta de carne de Abel sobre a oferta
de mato de Caim (note que Deus não é vegetariano). Deus ESCOLHE. Deus PREFERE. Não
há tratamento igual. É nesse sentido que somos feitos à imagem e semelhança de Deus:
diferente das demais criações, podemos escolher e preferir coisas.
Em seguida, quando a maldade se alastra sobre a terra e faz Deus querer formatá-la para
começar tudo de novo, Ele ESCOLHE um homem “justo e perfeito em suas gerações”, Noé,
para salvar. Não houve mesmo tratamento entre os justos e os injustos no Dilúvio. E a história
se repete nos livros que ficam entre Gênesis e Apocalipse, até mesmo no Novo Testamento.
Na segunda carta de Pedro está escrito: “Mas estes, quais brutos destinados pela lei natural
para a presa e para a perdição, injuriam o que ignoram, e assim da mesma forma perecerão.
Este será o salário de sua iniquidade. Encontram as suas delícias em se entregar em pleno dia
às suas libertinagens. Homens pervertidos e imundos, sentem prazer em enganar, enquanto se
banqueteiam convosco. Têm os olhos cheios de adultério e são insaciáveis no pecar. Seduzem
pelos seus atrativos as almas inconstantes; têm o coração acostumado à cobiça; são filhos da
maldição”. Ou seja, os apóstolos sabiam que havia pessoas diferentes no mundo e
recomendavam outro tipo de relação com elas, não a mesma.
Mas a lição vai além: a salvação judaico-cristã é INDIVIDUAL. Ela NÃO É coletiva. A SUA
salvação não está condicionada à salvação do OUTRO. Você vai para o céu se for um bom
menino (ou uma boa menina). Sua salvação não está condicionada à propensão DO VIZINHO
para pecar. Sua salvação está condicionada à SUA decisão de seguir os mandamentos e as
palavras de Jesus. Na cultura judaico-cristã, a única igualdade que existe está no dever de
seguir os mandamentos e a palavra de Deus. Já na cultura construída para promover o
esquerdismo, há diferenças até onde deve haver igualdade. Por exemplo, a esquerda prega
uma aberração chamada teologia dos pobres (ou teologia da libertação). De acordo com ela,
Deus tem um carinho especial pelos seus filhos pobres. O deus da teologia da libertação olha
para a situação material das pessoas para saber se elas são dignas ou não do seu amor. Mas
para a esquerda não há nenhum problema em pregar essa desigualdade em um contexto
teológico, desde que seja para ganhar católicos para a causa socialista. O que importa para ela
é a igualdade no mundo conhecido. É por isso que, não importa a qual grupo ou minoria os
esquerdistas pertencem, eles sempre vão concordar com propostas que afetam a propriedade,
o trabalho e a moralidade.
Extinção da Propriedade (Manifesto Comunista: 1. Expropriação da propriedade
territorial e emprego da renda da terra para os gastos do Estado. 2. Forte imposto
progressivo. 3. Abolição do direito de herança. 5. Centralização do crédito nas mãos do
Estado por meio de um Banco Nacional com (...) monopólio exclusivo. 6. Centralização
no Estado dos meios de transporte): indo nos pormenores da agenda da esquerda, de onde
vêm as propostas mais comuns que afetam a propriedade privada? O caminho das pedras dos
ataques contra a propriedade foi organizado de uma forma mais abrangente a partir de 1847,
com a publicação do Princípios do Comunismo. No ano seguinte, Friedrich Engels se reuniu
com Marx para escrever o Manifesto Comunista. Nessas duas obras, eles propuseram algumas
medidas para acabar com a propriedade privada que ainda hoje são promovidas por
praticamente todas as vertentes da esquerda. Dentre elas, destacam-se:
1. “Expropriação da propriedade territorial e emprego da renda da terra para os gastos do
Estado”: eles queriam tirar a propriedade não só dos imóveis rurais, mas também dos urbanos.
Toda a propriedade territorial pertenceria ao estado. Leia a porcaria que chamam de
Constituição de 1988 para ver a quantidade de terras que são declaradas como pertencentes ao
governo federal e você verá que a defesa dessas ideias absurdas é mais comum do que se
imagina.
2. “Forte imposto progressivo”: note que eles não falam apenas em “imposto progressivo”.
Eles pregam um FORTE imposto progressivo. Ou seja, quanto mais você ganha, mais você
tem que pagar proporcionalmente. Afinal, o que você ganha não é seu por direito: só é seu por
direito aquilo que o deus-estado deixa ficar com você.
3. “Abolição do direito de herança”: então você trabalha a vida inteira para dar uma boa vida
para sua família e, quando você morre, o governo fica com tudo. A ideia por trás disso é: o
estado nunca vai conseguir produzir tanto quanto a sociedade; eles sabem que muitos insistem
em trabalhar mais para acumular recursos, ficando cada vez mais fortes perante o estado; por
isso, nada melhor do que deixar o sujeito trabalhar a vida inteira e ficar com tudo que ele
acumulou. Ele NÃO TEM O DIREITO de TRANSFERIR seus recursos aos seus entes
queridos.
5. “Centralização do crédito nas mãos do Estado por meio de um Banco Nacional com (...)
monopólio exclusivo”: e você pensando que a proposta de criar um Banco Central era nova,
não é? Não. Os socialistas lá no século XIX já achavam uma boa ideia ter um banco poderoso
para controlar todo o fluxo de dinheiro. Você não pode usar seus recursos para fazer
empréstimos. O monopólio do crédito é do Estado. Tem forma melhor de escravizar uma
sociedade?
6. “Centralização no Estado dos meios de transporte”: outro ataque à propriedade privada.
Não pode haver meios de transportes privados. Você não pode usar seu carro para “vender”
carona. Claro que não. O carro não é tão seu, entende?
As propostas do Manifesto Comunista basicamente repetem as ideias contidas no panfleto que
Engels escreveu em 1847. Em Princípios do Comunismo, ele propõe doze metas para alcançar
a sociedade sem classes. Uma dessas metas é institucionalizar o “dever obrigatório de trabalho
para todos os membros da sociedade até a supressão completa da propriedade privada”. Que
bonzinho! Ele quer “dever obrigatório” de trabalho para todos. Dever obrigatório de trabalho,
para mim, é escravidão. Mas essa questão do trabalho será vista a seguir.
Extinção do Trabalho (Princípios do Comunismo: 5. Igual dever obrigatório de trabalho
para todos os membros da sociedade até a supressão completa da propriedade privada):
além de Engels, Marx escreveu que, para alcançar a sociedade sem classes, seria necessário
acabar com o que conhecemos como “trabalho”. Ele pregou o seguinte em sua obra A
Ideologia Alemã: “Portanto, (...), os proletários devem (...) abolir sua própria condição
anterior de existência, (...) quero dizer: ABOLIR O TRABALHO”. O que isso quer dizer? Eu
entendo que pode ser difícil para nós, seres humanos normais sem alterações psiquiátricas (e
até alguns com alguma alteração, mas com formação cerebral perfeita) compreender como
seria um mundo sem trabalho. Mas isso ocorre porque muitas vezes não conhecemos os
interesses de quem propõe esse tipo de estupidez. Então, o que os socialistas querem dizer
com abolir o trabalho? O conceito de trabalho que Marx usa pode ser resumido assim:
uma relação entre duas partes que envolve a realização de uma tarefa em troca de um
pagamento. O trabalho como conhecemos é essa relação entre duas pessoas em que uma vai
realizar um grupo de tarefas e a outra vai pagar. O que os socialistas querem é acabar com
essa relação. As pessoas vão continuar realizando tarefas, mas em um outro tipo de relação
que não envolve um pagamento pelo seu trabalho.
É como Friedrich Engels propôs: “Igual dever obrigatório de trabalho para todos os
membros da sociedade até a supressão completa da propriedade privada”. Então, todos
deverão “trabalhar” (realizar tarefas) num mundo sem propriedade privada (sem
pagamento). No mundo sem classes visualizado pelos socialistas, o pagamento que você vai
receber não tem absolutamente nada a ver com sua produtividade, sua capacidade, seu esforço
ou sua atenção. Em relação a essa “mão invisível”, os socialistas acreditam que os recursos
para sua subsistência vão chegar automaticamente até você. Portanto, a proposta socialista de
extinção do trabalho não significa que as pessoas simplesmente vão cruzar os braços e fumar
maconha o dia inteiro. Não vai nem ter tanta maconha assim nesse mundo de idiotas. A ideia
é acabar com essa relação em que você é dono do seu trabalho e tem liberdade para trocar sua
atividade por dinheiro ou qualquer outra coisa. Essa é a raiz do envolvimento dos socialistas
com os sindicatos. Muitos sindicalistas aderem à cartilha esquerdista sem ver que, onde os
socialistas chegaram ao poder, as pessoas se transformam em escravas do estado, como
aconteceu na União Soviética, em Cuba e na Coreia do Norte. Ou então ficam no meio do
caminho, como aconteceu com os argentinos de Perón, com os italianos de Mussolini e os
alemães de Hitler.
No Brasil, você não pode conversar com seu contratante e dizer: “O meu plano de
previdência, pode deixar que eu faço. Esse dinheiro que o governo te obriga a depositar no
meu plano de previdência todo o mês, dê diretamente a mim”. Você não pode! Você não é tão
“dono” do seu trabalho quanto você pensa. Você não pode fazer contratos de trabalho de uma
semana, de duas semanas, sem ter que passar por uma burocracia proibitiva. Você nem pode
negociar com seu chefe uma redução do salário para não ser demitido. Ou seja: você – já –
não – é – tão – dono – do – seu – trabalho. Os socialistas sabem que a sociedade sem classes
não funciona se os seus membros continuarem sendo donos do próprio trabalho. As pessoas
têm temperamentos e vontades diferentes. Se eles permitirem que você seja dono do seu
trabalho, você pode acabar com o inferno comunista. Se você for esforçado, vai ter mais
coisas do que a média de comunistas estúpidos, que vão ver que é possível ter uma vida mais
confortável. Alguns deles vão se interessar em trabalhar mais para terem mais coisas e se
diferenciarão dos demais, acabando com a sociedade sem classes. E é por isso que eles
pretendem abolir o trabalho antes que o trabalho acabe com a igualdade.
De qualquer modo, por mais difícil que seja ver que a esquerda busca essa desconstrução do
trabalho, quanto mais essa agenda avança, mais clara fica a intenção dela. Por exemplo,
inventaram no Brasil que o trabalhador tem direito a um “descanso semanal remunerado”,
como se o salário que o empregado recebe levasse em conta o que ele não produziu durante
seu descanso de final de semana. A mentalidade de esquerda gera esse tipo de retardamento
mental: pessoas que “pensam” que na remuneração delas está contido algum tipo de valor
relacionado ao ato de “descansar” ou “repousar”. É óbvio que os trabalhadores recebem
conforme o que eles produziram, mas as LEIS atuam dentro de uma mentalidade que faz o
cidadão mais burrinho pensar que ele também pode ganhar POR DESCANSAR. O fato é que
ninguém recebe ou merece receber um salário para descansar. Mas a legislação brasileira, só
por comprar essa proposta, contempla esse caso que ou foi instituído por burrice, ou por
ideologia, ou por má fé. Não há uma quarta opção.
Atuam no mesmo sentido as propostas que visam: diminuir a jornada de trabalho semanal,
consolidar salários-mínimos, fixar prazos de contratação, garantir greves remuneradas,
permitir que os sindicatos decidam as condições contratuais de trabalhadores não vinculados a
eles e todo o lixo programático da ultrafascista legislação trabalhista brasileira. Infelizmente,
há muitas pessoas que concordam com tudo isso como se nada disso fosse absurdo. É
conveniente pensar nelas como pessoas “cegas” e desinformadas. Mas é verdade que há
milhões nessa massa de idiotas que incorporaram as verdades da esquerda como premissas
inquebráveis de amparo ao “trabalhador”. O fato é que milhões de brasileiros nem ligam
muito para o escândalo que é a CLT porque simplesmente concordam com ela. E esse foi um
trabalho das esquerdas. Ele não teve nada a ver com o que a direita pensa, faz ou promove.
Extinção da Moralidade Judaico-Cristã (Manifesto Comunista: A família, plenamente
desenvolvida, não existe mais do que para a burguesia; mas encontra seu complemento
na supressão forçosa de toda família para o proletariado e na prostituição pública (...).
Nos reprovam por querer abolir a exploração dos filhos por seus pais? É um crime que
confessamos): o terceiro alvo do socialismo é a moralidade. Como vimos, o alvo não é
qualquer moralidade, mas apenas aquelas cujos valores se colocam em seu caminho. No
Manifesto Comunista, se prega: “A família, plenamente desenvolvida, não existe mais do que
para a burguesia; mas encontra seu complemento na supressão forçosa de toda família para o
proletariado e na prostituição pública”. Há uma visão negativa da família nuclear. Não pode
haver o papel do “pai”, da “mãe” e dos “filhos” como conhecemos para que haja comunismo.
As pessoas não podem se preocupar mais com as próprias famílias do que com o estado. Em
sociedades mais tradicionais, a primeira fidelidade costuma ser com os membros do círculo
familiar. Mas no mundo igualitário da esquerda, o “bem comum”, o “bem coletivo”, o “bem
geral”, o estado, devem estar acima de tudo.
É por isso que se pode dizer que, como a esquerda elege a igualdade como um dos mais
importantes princípios morais, as propostas que ela defende sempre acabam afetando ou
desprotegendo o que se entende como família. Por exemplo, por volta da década de 1960,
militantes de esquerda se infiltraram em diversas comunidades negras com o intuito de
controlá-las para fins políticos. Quando eu estava crescendo ao longo da década de 1980,
ainda havia filmes que apresentavam o negro norte-americano como um sujeito descontraído,
honesto, bem-vestido e que ia cantar na igreja nos finais de semana. Os seriados ainda
apresentavam famílias negras com pais e mães conservadores que tentavam domar os seus
filhos da maneira tradicional. De fato, isso refletia o perfil da população negra em uma época
(em 1965) onde apenas 25% dos negros nasciam fora de uma família unida. Entretanto, depois
de cinquenta anos de esquemas socialistas para “desconstruir” e “reconstruir” os negros nos
Estados Unidos, mais de 70% deles passaram a nascer sem pai.
O Brasil está indo no mesmo caminho. A agenda de promiscuidade precoce, sexualização de
crianças e condenação das palmadas conseguiu os seguintes resultados: no Rio de Janeiro,
62% das crianças nascem sem pai. São Paulo está um pouco melhor (ou menos pior), com
41% das crianças nascendo sem uma figura paterna em casa. Essas são as consequências da
corrupção moral da sociedade. E é importante que se entenda que esses esquemas não estão
avulsos na agenda da esquerda: eles estão relacionados com a meta de acabar com qualquer
moralidade que se coloque no caminho do mundo igualitário. Na sociedade judaico-cristã, a
visão que se tem de família apresenta uma roupagem religiosa, que fortalece o amor que as
pessoas têm por seus familiares. Então, nada mais previsível do que o ataque aos fundamentos
da família, ou seja, às religiões formadas a partir da experiência judaico-cristã. De fato, Marx
escreveu: “A religião é o ópio do povo. A abolição da religião, enquanto felicidade
ilusória dos homens, é a exigência da sua felicidade real”. Ou seja, para Marx, o fim da
religião é EXIGÊNCIA da felicidade real dos homens.
Mas o ele quer dizer quando diz que a religião é o ópio do povo? Eu já expliquei que o
socialismo moderno tem (assim como as religiões) seus dogmas. Um desses dogmas é que a
sociedade está dividida em classes e que essas classes DEVEM brigar. Sem guerra de classes,
não tem ditadura do proletariado. Sem ditadura do proletariado, nada de comunismo. Por isso,
é importante que as pessoas sejam tristes, infelizes, invejosas e raivosas. É importante que
você brigue com seu vizinho sem nem saber porquê. Mas então eu pergunto: o que pode fazer
com que as pessoas não briguem? O que pode fazer com que as pessoas não se sintam
incomodadas quando os outros ficam mais ricos do que elas? O que pode fazer com que as
pessoas tenham paz na adversidade? Enfim, o que pode “anestesiar” as pessoas para que não
mergulhem nesse conflito? Para Marx, um desses agentes “anestesiadores” era a religião. Por
isso, ele disse que a religião era o ópio do povo. Ele via que as pessoas que se apegavam à
religião não costumavam concordar com ele. Só que ele achava isso ruim. Oras, como alguém
pode simplesmente aceitar que o vizinho tenha dois carrões? Quem pode ter paz quando tantas
pessoas ficam milionárias? Marx sabia que a religião era uma fonte de paz para a maioria
das pessoas. Que quando as pessoas seguiam direitinho os princípios judaico-cristãos,
elas não faziam guerra de classes, elas não cobiçavam nada do próximo e elas não
ficavam com raiva do chefe só porque dois barbudos gordos e malvestidos mandaram.
Enfim, esses ataques que a esquerda faz contra a sua religião derivam desse raciocínio. A
visão de que a moralidade judaico-cristã não permite que o povo siga os princípios
valorizados pela esquerda é a base de sustentação de todas as políticas que atacam a ascese
ocidental e a família nuclear. Não é por acidente que a esquerda defende propostas como:
educação sexual para crianças, flexibilização do modo como vemos a pedofilia, alinhamento
com grupos que combatem o cristianismo, promoção do aborto (um casal sem filhos não
forma família), desconstrução do casamento, criação de mecanismos para fomentar a
separação e banalizar o divórcio, campanhas culturais com mulheres que pregam que “é ruim
ser mãe”, exploração de notícias (muitas vezes falsas) de relacionamento sexual entre pais e
filhos, campanha educacional de longo prazo para a desconstrução da sexualidade de garotos
e garotas, alavancagem da vida sexual promíscua como ideal de felicidade, entre tantas outras
imoralidades. A esquerda defende essas bizarrices porque elas estão na agenda principal do
socialismo moderno, mas também porque elas revivem aquela ideia infantil de igualdade com
a mãe, com o pai, com o bebê, com a irmã ou com os colegas.
4.4. O Socialismo como a Religião da Esquerda
Se você leu bem este capítulo, viu que o socialismo é como se fosse uma religião de esquerda.
O socialismo é um meio que contém nele mesmo o próprio fim. Ele não só inspira a agenda
política da esquerda, mas também a cultura, o comportamento e a própria noção do que é
certo e errado. Mas o socialismo não é o ópio das esquerdas. Ele é o crack. É o LSD. É a
cocaína. Ele não foi feito para trazer paz, conforto ou melhorar o sujeito. O socialismo revela
o que as pessoas têm de pior: a ira, a ganância, o egoísmo, a preguiça, a promiscuidade. No
final, o socialismo parece uma religião do mal, criada para reforçar cada um dos impulsos
mais negativos dos seres humanos.
Você se lembra dos sete pecados capitais? Eles são aqueles vícios próprios da nossa carne que
devemos controlar para seguir uma vida saudável e tranquila. Quando deixamos nossos
instintos nos dominar, esses vícios surgem com os seguintes nomes: ira, gula, vaidade, inveja,
cobiça, preguiça e luxúria. Pode-se dizer que a nossa capacidade de controlá-los dá origem a
certas virtudes. Quando conseguimos controlar a ira, aprendemos a ter calma. Quando
controlamos a gula, aprendemos a temperança. O controle da vaidade faz nascer a sinceridade.
Para vencer a inveja, temos que aprender a satisfação. Quando deixamos de cobiçar,
aprendemos a amar o próximo (a ter felicidade pelo bem-estar alheio). Quando vencemos a
preguiça, nos tornamos trabalhadores. E quando conseguimos controlar nossa luxúria,
aprendemos o valor da família.
Mas vamos lembrar da definição de socialismo:
O que é o socialismo? A ideia de que a sociedade é dividida em grupos que farão
GUERRA DE CLASSES, que essa guerra vai culminar com a DITADURA DO
PROLETARIADO e que essa ditadura vai servir para trazer a SOCIEDADE SEM
CLASSES.
Para que serve o socialismo? Para a implantação dessa SOCIEDADE SEM CLASSES,
ou seja, do COMUNISMO, uma sociedade em que nada nem ninguém é de ninguém (a
EMANCIPAÇÃO SOCIAL).
Como se espera chegar lá: com a EXTINÇÃO DA PROPRIEDADE, a ELIMINAÇÃO
DO TRABALHO e a abolição da MORALIDADE e da RELIGIÃO.
Note que cada ideia-chave do socialismo pode ser relacionada com um pecado capital. A
guerra de classes é uma manifestação da IRA. A ditadura do proletariado, que vai confiscar
tudo das classes mais elevadas, é a personificação da GULA do povo. O ímpeto na promoção
da igualdade material, sem olhar para o mar de sangue que o socialismo deixa no caminho, é a
face do ORGULHO e da VAIDADE. O próprio comunismo, o ideal de que o mundo perfeito
é aquele em que todos têm as mesmas coisas, é a projeção maior da INVEJA: apenas uma
pessoa que tem a inveja como valor acharia que o mundo perfeito é aquele onde ninguém tem
mais do que ela. O projeto de extinção da propriedade é também uma manifestação da
COBIÇA: não basta almejar o que é do próximo, é necessário arrancar tudo que é dele.
Propostas como a redução da jornada de trabalho, remuneração pelo descanso, férias
remuneradas, expressam uma forte relação com a PREGUIÇA, a vontade de receber sem
trabalhar. E o fim da moralidade está diretamente relacionado com a imposição da
LUXÚRIA.
Quando me dei conta dessa relação do socialismo com os sete pecados capitais, eu me
assustei. Existem livros que mostram um lado de Marx pouco conhecido, um lado relacionado
ao satanismo (Torturado por Amor a Cristo e Era Marx um Satanista?, do pastor Richard
Wurmbrand), e quando se analisa tudo que ele fez durante a vida, temos que considerar essa
possibilidade. É interessante como a relação da esquerda com o esquema socialista não é uma
relação saudável. Não é o que se espera de pessoas normais. Os adeptos do esquerdismo
abandonam dignidades básicas, enfiam coisas sagradas nos lugares errados, urinam e defecam
em público, matam os irmãos, corrompem as igrejas, apoiam bandidos, e fazem tudo em nome
dos mesmos fins que Marx usou ao longo de sua vida. Eles agem como membros de uma
RELIGIÃO. Mas nessa religião o crescimento espiritual não envolve a adoção de um padrão
de vida temperado, mas de atitudes radicais que envolvem a agressão ao próximo e a
AUTOANULAÇÃO. Seus rituais envolvem a manifestação da raiva por seus inimigos, a
participação em protestos agressivos, a propagação da mentira, o comprometimento com
causas radicais e, eventualmente, a sodomia.
Eles zombam dos cristãos por seguirem rituais que existem há séculos, mas eles mesmos
acham que vão salvar o mundo por dar menos descargas depois de urinar, abraçar árvores ou
fumar maconha. O esquerdismo é coisa de doido. Na religião da esquerda, o fiel tem mais
pontos quanto mais pecados ele comete. Ele não ganha pontos quando perdoa as diferenças
entre duas classes: ele só evolui espiritualmente quando consegue ATIÇAR e AMPLIAR um
conflito entre elas. Ele não é considerado um “bom menino” quando trabalha com afinco: ele
só é considerado bom quando adere às propostas dos sindicatos e participa de greves sem
questionar. Ele não é incentivado a dar esmolas e ajudar o próximo: ele é forçado a propor
impostos cada vez mais altos para que o “deus-estado” tenha os recursos para “acabar com a
pobreza” ou “distribuir a renda”. Mas vamos ver, ponto por ponto, como o socialismo
moderno se parece com uma “religião do da esquerda”. E como essa religião da
esquerda é uma “religião do mal”.
Ira e a Guerra de Classes
O papel da guerra de classes no projeto socialista não é opcional, como se ela pudesse não
ocorrer. Eles não pensam assim: “CASO haja guerra de classes, vai acontecer tudo isso”.
Nada disso. A ideia deles é: “VAI haver guerra de classes, sim, e se não houver, vamos criar
uma”. Ou seja, para você ser realmente socialista, você tem que ter a ira como um princípio.
Você TEM que odiar alguém. Você TEM que arranjar um motivo para brigar. Você TEM que
escolher um inimigo (na lista de inimigos que os socialistas deixam você ter). Você TEM que
demonizar algum grupo. Ou seja: a ira é um dogma. Não se faz revolução socialista sem
guerra de classes. Quando tudo está em paz, eles criam uma confusão. Então, se sua vida está
tranquila, parada e monótona, não se preocupe: os socialistas já estão pensando em como
colocar algum movimento nela. O fato é que ter raiva não é errado. O que é errado é a ira,
que seria a propensão de maltratar ou agredir outra pessoa por um interesse pessoal.
Entretanto, a esquerda usa a raiva natural dos seres humanos para construir um ódio
injustificado contra alvos políticos e culturais.
Por exemplo, muito se fala contra o livro Cinquenta Tons de Cinza, mas pouco se fala por
quem o leu. A história é basicamente a seguinte: uma garota virgem e inocente (não pode)
chamada Anastasia Steele se apaixona por um bilionário bem-sucedido (não pode também) de
uma família tradicional e bem estruturada (que horror) chamado Christian Grey. Tirando o
fato de que Christian tem um fetiche que envolve chicotes, algemas e aquelas roupas
esquisitas de couro, o que acontece é que os dois se apaixonam, se amam, SE CASAM, têm
muitos filhos e vivem felizes para sempre (como pode um absurdo desse, né?). Detalhe: eles
não se traem ao longo de toda a história. Eles são fiéis. Pior ainda. Anastasia é feminina e
delicada. Como pode um atraso desse, não é? Bem, grupos feministas e outros agentes de
influência criaram uma campanha para demonizar o livro e qualquer um (na verdade, uma)
que o tivesse lido. E, pouco tempo depois, havia um monte de zumbis que achavam que
bastava criticar o livro para receber um diploma de doutor. Ou seja: esse ódio direcionado não
surgiu do nada. Grupos de esquerda se mobilizaram para ridicularizar os leitores (tipo, 90%
mulheres) e ensinar para você que é feio ler aquele livro.
Outro exemplo é o movimento que se criou contra a Teologia da Prosperidade. Metade das
pessoas que criticam a Teologia da Prosperidade não sabem nem o que a PRÓPRIA teologia
delas prega. Como se isso não bastasse, há um grupo de “teologias” realmente anticristãs e
que por algum motivo não são tão atacadas pelos cristãos como a Teologia da Prosperidade.
Essas “teologias” anticristãs são: a Teologia da Libertação, a Doutrina Social da Igreja e a
Teologia da Missão Integral. Todas elas, em algum momento, abraçam princípios socialistas.
Todas elas vão demonizar o livre mercado, vão falar mal dos ricos e defender o estado como
agente promotor do desenvolvimento. É bonito criticar privatizações dizendo que se está
protegendo os pobres, mas não é bonito dizer que aqueles que seguem fielmente a palavra de
Deus são mais prósperos. É bonito defender políticas públicas gastadoras, mas não é bonito
deixar os crentes se responsabilizarem por suas escolhas. Mas nem precisava existir essas
alternativas anticristãs para dizer que as críticas feitas contra a Teologia da Prosperidade são
tolas: só um rebanho de ovelhas com autismo vai se dedicar a criticar à ideia de que, se você
seguir o que Deus manda, você muito provavelmente vai prosperar.
Eu diria que, antes de pensar em criticar a Teologia da Prosperidade, os cristãos deveriam
condenar os palhaços da Teologia da Libertação, da Teologia da Missão Integral, os
promotores da Doutrina Social da Igreja, o pessoal da Conferência Nacional de Bispos do
Brasil, a Comissão Pastoral da Terra (que criou o Movimento Sem-Terra), o lixo do
islamismo e o Conselho Mundial de Igrejas. Mas não. Quem os sabichões preferem criticar?
A Teologia da Prosperidade. Afinal, ela não está pregando o marxismo em igrejas cristãs, não
é mesmo? Ela não prega tolerância com o islamismo, não é? Qual é o pecado dela, então?
Oras, ela só tem essa ideia besta de que se você fizer direitinho tudo o que Deus manda (amar
o seu próximo, dar esmolas, pagar o dízimo, não roubar, não adulterar e confiar em Deus),
você terá uma vida próspera. Que absurdo, não é? E essa prosperidade nem precisa ser
econômica: você pode ser próspero espiritualmente, pode ser próspero em sua família, pode
ser próspero em conhecimento e também pode ser próspero em saúde. Mas a esquerda
infiltrada conseguiu criar cristãos que acham que merecem um diploma de teologia só porque
falaram mal da Teologia da Prosperidade. Lembre-se: não há nada que faz a esquerda ter mais
medo do que um pastor milionário ou um padre bem-sucedido.
A Gula e a Ditadura do Proletariado
A gula socialista é centrada no estado. Como está escrito no Manifesto Comunista, o plano é
criar uma ditadura que vai “arrancar paulatinamente todo o capital da burguesia (...) para
centralizar todos os meios de produção nas mãos do estado”. A gula social está na ideia de
que se deve arrancar todo o capital das classes mais altas, não para sair distribuindo (que
também é errado na visão socialista), mas para centralizá-los nas mãos do estado. Novamente,
não basta a pessoa apenas gostar da ideia de um estado grande e gastador. Esse estado deve
ser tão grande que possa acabar com as classes sociais e reformar os seres humanos para
viverem felizes para sempre na distopia igualitária. Quem quer estado grande é o centro,
que acha que problemas sociais podem ser resolvidos se deixarmos o governo tirar mais
de nós. Já a esquerda quer o ESTADO ABSOLUTO. O estado com um governo tão grande
que vai conseguir realizar a tarefa impossível de criar um sistema estável em que todos são
materialmente iguais sem que ninguém tente acabar com ele.
Em relação ao pecado da gula, a esquerda pensa que quanto mais o estado consegue tirar das
pessoas, melhor. E ela até gosta de participar desse processo, como se fosse um ritual
religioso. Esquerdistas muitas vezes acabam vendo o pagamento de impostos como o
pagamento do dízimo. Pesquisas norte-americanas verificaram que as pessoas de esquerda dão
menos esmolas e ajudam menos as instituições de caridade do que as pessoas mais
conservadoras. Por outro lado, elas costumam defender maiores impostos como forma de
resolver os problemas sociais. É como se o imposto fosse o dízimo da religião da esquerda.
O esquerdista acha que o pagamento de imposto é um ato moral que o livra de qualquer outra
forma mais direta de atuar para solucionar os problemas do seu meio. Na cabeça dele, com
impostos maiores, o governo terá os meios para resolver problemas sociais, diminuir
desigualdades, preservar as florestas e defender os animais. O resultado acaba sendo
parcialmente alcançado: de fato, o governo consegue acumular mais recursos quando a
esquerda chega ao poder. E depois de um tempo, o estado não só ficou grande, ele se
tornou um monstro plus size XXXL obeso fat bastard gordo. Mas como toda pessoa
nessa situação, ele se torna preguiçoso e incapaz de fazer as coisas mais simples.
A Vaidade, o Orgulho e o Comunismo
Quando dizemos que uma pessoa é vaidosa, geralmente não temos a intenção de ofendê-la.
Em alguns casos, a vaidade é boa, já que mostra um cuidado para se tornar mais
“apresentável” em um determinado ambiente. É normal que as mulheres se maquiem para
ressaltar detalhes positivos em seus rostos. Não há nenhum problema em querer parecer
agradável aos outros. O problema é quando aquela beleza, aquela vaidade, serve para ocultar
uma pessoa má. Quando uma pessoa ruim usa da vaidade e da beleza para seduzir e machucar
outra pessoa. Do mesmo modo, o orgulho não é necessariamente um sentimento ruim. É
natural que pais tenham orgulho de seus filhos e que os filhos se orgulhem de suas famílias. É
comum que as pessoas deixem seus méritos massagearem suas estimas ocasionalmente. Mas o
orgulho se torna um vício quando, por orgulho, não reconhecemos a verdade e acabamos
prejudicando outras pessoas. Ele se torna um problema quando deixamos o orgulho corromper
nossa estima e passamos a fazer coisas erradas para manter o que conquistamos.
Tanto a vaidade quanto o orgulho envolvem um mascaramento da verdade. Orgulho e
vaidade, quando levados ao extremo, sequestram a verdade para alcançar um objetivo.
Enquanto a vaidade envolve o mascaramento dos nossos defeitos para nos
apresentarmos como alguém melhor do que somos, o orgulho nos cega para nossos
defeitos, justificando um discurso que facilita nossa conquista. Ou seja, levados ao
extremo, orgulho e vaidade levam à mentira e à enganação. E é isso que o socialismo faz
com os seus fieis. Um socialista é capaz de mentir, omitir, inventar, mentir de novo,
fingir, rementir, desmentir (com uma nova mentira) e negar a versão que teve que
inventar quando desmentiu a primeira mentira, sem nem mesmo corar. Sempre
mascarando a verdade e embelezando a mentira (quem nunca ouviu alguém de esquerda
defendendo tal e tal porcaria como o melhor país do mundo?). Do mesmo modo, o esquerdista
é orgulhoso com sua ideologia. Ele não se importa se o socialismo matou milhões de pessoas.
Ele não revê os seus princípios quando descobre que Cuba é um inferno e que as políticas que
ele defende fracassaram. Não adianta mostrar os melhores documentários para explicar como
e por qual razão os socialistas matam tanta gente, ele vai continuar amando seus genocidas de
estimação.
Na religião socialista, a vaidade exagerada é uma virtude: quanto mais você mente pelo
socialismo, mais perto do “céu” você está. Por isso, vale dizer que Cuba tem o melhor
sistema de saúde do mundo (deve ser por isso que tem tanto americano fugindo para lá, não
é?). Vale dizer que o Irã não é um país radical (mesmo que seus líderes queiram varrer Israel
do mapa). Vale dizer que o PSDB é um partido de direita (o pior é que muitos idiotas que
dizem isso realmente pensam que isso é verdade). E vale dizer que os africanos ficaram mais
pobres por causa do capitalismo (apesar de praticamente todos os países da África estarem nas
mãos de socialistas há mais de 50 anos). Nessa religião das esquerdas, mentir é bom, desde
que seja para promover a igualdade.
De igual modo, o orgulho extremado acaba se tornando uma virtude, principalmente quando
transforma a distopia igualitária em uma desculpa que justifica arruaças, vandalismo,
assassinatos, conspirações, roubos e orgias gays com anões (com e sem o consentimento dos
anões). É por isso que eles acham que estão fazendo um favor para você quando estão
deliberadamente mentindo. Eles não ligam se o que estão falando é uma mentira, porque eles
querem que você faça parte dessa maravilhosa religião igualitária. Quanto mais orgulho tiver
o fiel socialista, mais ele será capaz de cometer praticamente qualquer atrocidade sem sentir
remorso. Essa capacidade de se explodir, de matar inocentes, de manipular eleições, de
cometer fraudes, de roubar, de promover a violência, ou de cometer as mais criminosas
perversões, é vista como um diferencial positivo no seguidor da fé socialista.
A Inveja e a Emancipação Social
Na religião socialista, a inveja é algo mais que uma virtude. O que se passa na cabeça de
alguém que pensa que o mundo ideal é aquele em que ninguém tem mais do que ela? O que
uma pessoa que quer impor um mundo onde todos são iguais tem como princípio? Não seria
um desprezo pela diferença? E por que algumas pessoas desprezam a desigualdade? Não seria
porque NÃO SUPORTAM quando os OUTROS têm mais do que elas? Se fosse porque elas
não aguentam quando encontram alguém com MENOS do que elas, estaríamos em um mundo
onde os esquerdistas estariam compartilhando e doando os seus bens, os seus salários e as
suas oportunidades. Mas não vemos isso: o que é comum na esquerda é uma propensão
altíssima à serem generosos com o DINHEIRO DOS OUTROS, mas um egoísmo abissal
com tudo que pertence a eles. Portanto, o que faz com que tantas antas comprem essa
proposta da emancipação social, ou seja, da igualdade material entre as pessoas, é uma inveja
exagerada que contamina o pensamento delas. Só alguém que NÃO AGUENTA ver a
prosperidade do próximo, desejaria um mundo onde o próximo não pode ser mais próspero do
que ele.
O fato é que na esquerda não encontramos muitos exemplos de desapego material. O
esquerdista geralmente é extremamente caridoso com o DINHEIRO DOS OUTROS,
mas não com o dele. Os políticos de partidos de esquerda não têm nenhum problema em
gastar milhares de reais para comer tapioca ou comprar caviar com dinheiro público. Quando
se envolvem em falcatruas, são conhecidos por comprar carros caros (como Land Rovers) e
coberturas caras. Eles não têm nenhum problema em elevar os próprios salários a níveis
escandalosos e viver como empresários milionários. Ou seja, se eles lutam pela igualdade
material entre as pessoas, estão muito pouco dispostos a fazer a parte deles. Parece muito mais
que eles buscam um padrão de vida mais elevado, como se invejassem os próprios ricos que
tanto demonizam, do que um modo de vida mais austero e próximo das pessoas mais pobres.
E isso acontece justamente porque a visão de mundo deles é ancorada na INVEJA.
É importante ter consciência de que alguém só irá defender um mundo onde todos são
iguais, se o incômodo com a desigualdade ocupa algum lugar de destaque no seu sistema
de valores. E o mais comum é que o incômodo pela desigualdade venha de um
descontentamento com a felicidade alheia, quando os demais conseguem resolver os mesmos
problemas que afetam o invejoso. Quando ele está por cima, a desigualdade tem menos
condições de incomodá-lo. Tudo indica que, na religião da esquerda, a inveja é uma virtude
que ajuda a alimentar a busca pela emancipação social. Em um mundo naturalmente
desigual, onde se pode dizer que há apenas um homem mais rico (a menos que haja
empate na riqueza), a ideologia da inveja pode ser vendida a praticamente todo mundo.
Para piorar, até o homem mais rico pode invejar a mulher do mais pobre, de modo que,
quando os socialistas falam em emancipação social, eles também precisam avançar uma
agenda para os relacionamentos (que está relacionada ao fim da moralidade e com a
promoção da luxúria).
Então, o fim dessa religião do mal é uma sociedade onde todas as fontes de inveja seriam
eliminadas. Contudo, só aqueles que têm a inveja como valor acabam buscando essa utopia
com perseverança. É a inveja que faz com que as pessoas busquem esse “mundo igualitário”.
Sem inveja, as pessoas são menos suscetíveis a comprar o papo-furado da emancipação social.
Por isso, assim como as religiões cristãs pregam a humildade como virtude, a esquerda vende
inveja em seu trabalho de conversão. Ela vende inveja ao negro em relação ao branco. Ela
vende a inveja do heterossexual ao homossexual. Ela vende a inveja do rico ao pobre. E vice-
versa em todos os casos. Ela vende inveja para todo mundo.
A Cobiça e o Fim da Propriedade Privada
Mas não basta só ter inveja. A inveja é apenas uma parte no esquema socialista moderno. É
necessário FAZER ALGO para corrigir as desigualdades. Existe um modo legítimo e
responsável para corrigir a desigualdade que incomoda o sujeito: trabalhar para ter aquilo que
ele quer. Mas na visão socialista, a melhor forma de acabar com essas desigualdades e fundar
a sociedade do tudo-igual é extinguindo a propriedade. Ou seja, ROUBAR. Os sacerdotes da
esquerda não querem apenas que as pessoas sentem em rodinhas de maconha para filosofar
sobre a inveja que sentem quando percebem que existem pessoas mais felizes do que elas.
Eles querem algo mais do que isso. Eles querem ação. Eles querem soluções materiais para
corrigir desigualdades. Nesse sentido, a inveja se transforma em COBIÇA. A vontade de ter
o que é do próximo deve ser grande o suficiente para que se pregue aquele “arrancar
paulatinamente” tudo que for de outras pessoas “de forma despótica”.
É importante notar que sem ter uma cobiça extrema, mesmo o invejoso pode viver com
alguma tranquilidade ao lado do vizinho mais rico. Ele pelo menos não vai tentar roubá-lo.
Mas a cobiça é tão mais perigosa que Deus criou um mandamento para que seus filhos
fujam dela. Na maior parte das vezes, é a cobiça que faz os homens descumprirem
outros mandamentos, principalmente o oitavo: NÃO ROUBARÁS. Quando se decreta
simplesmente que ninguém possui nada do que tem, o que se está fazendo é promover
um grande ato de roubo. E a esquerda QUER acabar com a propriedade. Alguns pensam
apenas que a propriedade não é tão importante assim, mas quando isso ocorre, já se está no
caminho desejado pelos socialistas. Quando se rebaixa a propriedade do seu produto ou de sua
terra ao nível de demandar uma “função social” para eles, já se roubou algo de alguém.
Vamos voltar ao caso dos fiscais de preços no final dos anos 1980. Os sucessivos planos para
controlar a inflação (a elevação periódica dos preços) só geravam mais inflação. Os geniais
economistas chegaram à conclusão de que, se os preços não paravam de subir, bastava criar
uma tabelinha para que eles não subissem. Aliás, às vezes os preços sobem porque não têm
uma tabelinha para consultar quando passaram do limite, não é? O que esses economistas
geniais fizeram, então? Eles decretaram que toda a propriedade de quem tinha mercados e
vendinhas não era mais deles (não foi com essas palavras, eu sei). Para controlar o que
acontecia em suas novas propriedades, eles criaram um exército de pessoas estúpidas e
disseram para elas “dedurarem” todo o dono de mercadinho que ousasse vender O QUE ERA
DELE pelo preço QUE ELE QUISESSE, e não pelo preço tabelado. Só que esse conto de
estupidez não parou por aí.
Os malvados comerciantes começaram a vender parte do que tinham pelos preços da tabela,
mas não disponibilizavam todo o estoque para venda, com medo de ter prejuízo (ato que os
jornalistas burros da época alardearam com jargões como: “escondiam mercadorias dos
consumidores”). E mais uma vez aquele exército de idiotas com crachazinho apareceu para
fazer justiça. Os “fiscais” mais uma vez se tornaram o horror dos comerciantes que não
queriam vender O QUE ERA DELES. E, de estupidez em estupidez, podemos dizer que se
criou a história econômica da década de 1980. A moral dessa história é que tínhamos no
Brasil, naquela época pelo menos, um monte de gente que via como anátema a prosperidade
material dos donos de mercados. Brasileiros e brasileiras deram as mãos com o governo para
ajudar nesse grande roubo contra os comerciantes do país. Atordoados pela inflação,
jogaram fora o oitavo mandamento para tomar aquilo que era dos outros por um valor
que o governo determinava. Isso é roubo. E não há socialismo ou política de esquerda sem
uma massa que exagere sua COBIÇA para apoiar o roubo organizado pelo governo.
A Preguiça e a Abolição do Trabalho
Quando acompanhamos as propostas da esquerda para alcançar o fim do trabalho, não
podemos deixar de notar a presença de demandas típicas de pessoas preguiçosas. Jornadas de
trabalho de seis horas, redução da jornada semanal (para 35 horas ou menos), dois ou mais
meses de férias, salários sem relação com a produtividade, enfim, é como se quisessem
receber sem trabalhar. De igual modo, as demandas dos “socialistas de mercado”, aqueles
empresários que o cidadão confunde com capitalistas, mas que vivem de ter fortes relações
com o governo, são típicas de homens indolentes que querem viver de facilidades. O fato é
que o socialismo não atrai o bom e o trabalhador: são justamente os fracos e preguiçosos
que se entregam à religião do mal. São justamente os mais preguiçosos, os que querem
facilidades injustas, que acabam sendo seduzidos pela agenda da esquerda.
Por um lado, temos casos como os taxistas que, para defender sua reserva miserável de
mercado, apoiam a intervenção estatal contra aqueles que querem usar seus próprios meios
para “vender” carona. Todo mundo presenciou cenas de violência por parte de taxistas que
destruíam carros e agrediam motoristas de aplicativos de carona. E o pior é que muitos dos
taxistas SABEM que o problema é a tonelada de burocracia que existe para ser motorista de
táxi, mas nunca se mobilizaram para resolver esse problema. Quando resolveram agir, foi
justamente contra trabalhadores que, novamente, estavam usando seus carros particulares para
vender carona. É um sintoma da preguiça: eles não têm disposição para lutar por reduções na
burocracia envolvida na atividade de taxista, nem gostam da ideia de sair do comodismo e
arrumar um outro emprego. Porque, de uma forma ou de outra, eles SABEM que não têm
disposição ou vontade para aprender outras coisas. Então, se torna mais fácil lutar contra
outros trabalhadores, quebrando propriedade privada e agredindo seres humanos, do que
procurar outro emprego ou trabalhar mais.
Do outro lado, temos casos de “empresários bem-sucedidos” que usam seu poder para
promover a injustiça: dificultar a entrada de empresas em seu setor (com a desculpa
esfarrapada de protegê-lo de “aventureiros”), forçar subsídios para garantir melhores preços
(com a desculpa idiota de incentivar os “campeões nacionais”), fechar o mercado contra
produtos estrangeiros (com o argumento de que devemos proteger as “empresas nacionais”),
entre outras babaquices. No Brasil, operações como a Lava-Jato e o caso do Mensalão
mostraram bem como empresários preguiçosos cultivam relações com políticos corruptos para
garantir lucro sem o necessário trabalho. Os bandidos do PT mostraram que há estruturas
políticas prontas para receber essas demandas. Os partidos de esquerda não vivem só de
pobres. De fato, eles nem vivem de pobres: os pobres são só a massa de manobra escravizada
deles. Eles vivem mesmo é de empresários preguiçosos demais para garantir o seu lucro com
honestidade, competência e trabalho duro.
Se você não está convencido de que é a preguiça que faz esses “socialistas de mercado”
procurarem políticos para facilitar a vida deles, suponha que você conseguiu gerar um império
da construção civil. Você é milionário. Não, bilionário. Por que você iria comprometer parte
dos seus recursos para sustentar vagabundos (políticos socialistas e intervencionistas) só para
ganhar um pouco mais? A primeira coisa a se considerar é que você já tem muito dinheiro e,
portanto, não precisa vender a sua alma para conseguir mais. Pense: se sua empresa for uma
máquina lucrativa, por que arriscar ser feito de mulherzinha na Papuda se envolvendo em
corrupção? Se sua empresa está funcionando bem, não há nenhum motivo para você arriscar
seu futuro pagando corruptos para advogarem em sua causa. Portanto, o que é mais fácil de
acontecer é o empresário da construção civil estar tendo prejuízos e, POR ISSO, se envolver
em esquemas de corrupção. Por outro lado, o meio que o empresário honesto usa para reverter
os prejuízos é, advinha? Trabalhar! Colocar a mão na massa! Lembrar dos valores que
fizeram com que sua família construísse aquela empresa bem-sucedida.
Mas para o empresário preguiçoso, ou que se tornou preguiçoso, há outros caminhos mais
cômodos, como CULPAR OS OUTROS, CULPAR A CONCORRÊNCIA e SE ACHAR NO
DIREITO DE RECEBER BENEFÍCIOS PARA MANTER O SEU NEGÓCIO. Então, esses
preguiçosos começam a vender um discurso infantil, para não terem que enfrentar a crise
como adultos. Eles passam a culpar fatores externos pelos próprios fracassos. Eles culpam a
facilidade com que “aventureiros” entram no setor. Culpam a economia. Eles nem pensam em
trabalhar mais na administração da própria empresa para torná-la lucrativa novamente. Eles se
tornaram indolentes e preguiçosos. Muitas vezes, eles se esqueceram do que é trabalhar,
adotando vidas de luxo e farra. Então, eles vão até esses políticos que pregam que o governo
pode resolver todos os problemas do mundo e dizem: “Se vocês me ajudarem, eu ajudo
vocês”. Em alguns casos, os esquerdosos podem retrucar: “Mas nós defendemos o povo,
como isso vai ajudar o povo?”. Esses empresários preguiçosos respondem: “Nós somos os
campeões nacionais. Empregamos muita gente. Se vocês nos ajudar, nós não precisaremos
demitir nossos funcionários e vocês ficam com o crédito”. Em todos os casos, os esquerdosos
vão perguntar: “Mas como podemos ajudar, então?”. Os empresários vão falar de subsídios,
barreiras, legislação e fazer muitas propostas. Os resultados mais comuns são: uma troca
envolvendo compras fraudadas do governo, empréstimos públicos e fechamento de mercados.
Compras fraudadas do governo é tudo que você viu na Operação Lava-Jato. Empresários
pagavam políticos corruptos em troca de compras gigantescas com dinheiro público. A
matemática é mais ou menos a seguinte: (a) uma empresa como a Petrobrás tem recursos
multibilionários e é controlada por gente indicada pelo governo. (b) O empresário socialista
cuja empresa está passando por dificuldades entra em contato com o governo e propõe pagar,
digamos, 10 milhões de dólares para ele mobilizar seus contatos na Petrobrás para comprar
por 100 milhões de dólares um serviço que sua empresa faria por 50 milhões. Desse modo, o
empresário preguiçoso não precisa TRABALHAR ou reformar a gestão da sua empresa para
sobreviver. Ele acha mais fácil arriscar ser feito de mulherzinha na cadeia e comprar um
político intervencionista. O mesmo acontece com empréstimos de bancos públicos: (a) o
socialista de mercado promete um valor ao político (ou aos representantes do político) em
troca da (b) aprovação de um empréstimo no banco estatal.
Essas formas de superar prejuízos já comprometem a competição entre as empresas. As
empresas de cidadãos honestos, enfrentando as vicissitudes do dia a dia, saem prejudicadas
quando a empresa de um desses canalhas consegue prolongar sua existência de forma ilegal e
usando dinheiro público. Todo o esforço do trabalho honesto é colocado em xeque quando
esses bandidos conseguem se manter no mercado tirando dinheiro do povo e repassando aos
preguiçosos. Mas a regulamentação do setor é ainda mais perversa. Ela realmente reserva um
mercado para alguns poucos espertinhos que não estão dispostos a enfrentar a concorrência
com trabalho e dedicação. Um exemplo muito interessante disso é a legislação bancária
brasileira. Tente juntar dinheiro e abrir um banco. Você não vai conseguir sem passar por um
monte de burocracia que depende de um órgão (o Banco Central) que acha que pode dizer
como e em quais condições você pode emprestar o seu dinheiro.
O mercado bancário brasileiro quase sempre foi fechado como é hoje. Nem empresas
internacionais conseguem abrir uma filial aqui sem passar por um martírio burocrático e
gastar milhões de dólares em consultoria. E ainda assim, na década de 90, vimos um programa
de ajuda aos bancos no valor de quase 30 bilhões de reais (Programa de Estímulo e
Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional). Em parte, essa reserva
de mercado é fruto da cobiça de banqueiros que estão no jogo há mais tempo. Muitos deles,
de fato, trabalham e construíram essa maldade apenas para “ter mais”. Por outro lado, muitos
acabaram forçando essa situação por pura preguiça. Eles pagaram políticos e fizeram lobby
para o fechamento do mercado com medo de ter que trabalhar mais para enfrentar a
competição de bancos menores ou de estrangeiros.
A Luxúria e o Fim da Moralidade
Eu acho que esse é o pecado favorito de todos. Dizem que se for para ir para o inferno, que
seja pela luxúria. Você não quer sofrer a eternidade queimando no enxofre porque briga
demais no trânsito, não é? Você não quer passar infinitos anos no fogo porque não consegue
se controlar quando vê comida, não é mesmo? Brincadeiras à parte, a luxúria é um dos vícios
que mais aproximam as pessoas da esquerda. Hoje em dia, a promoção do fim do casamento,
do sexo livre, da aceitação de todas as formas de amor, da ridicularização da fidelidade e da
manipulação da sexualidade está em todos os lugares. Está em revistas, em livros, nas
músicas, em programas de televisão e nas escolas. O esquerdismo conseguiu fazer com que o
até então “moralista” povo brasileiro aceitasse como normal a existência de crianças
rebolando e cantando músicas que falam de sexo. Passaram a achar normal o adultério e a
traição. Nos filmes, quantas famílias tradicionais vocês encontram? E nas novelas? Nem os
filmes infantis escapam dessa reforma social. Filmes como Madagascar e Malévola mostram
como indivíduos com uma agenda de luxúria não medem esforços para influenciar a
sociedade, mesmo que seja doutrinando crianças.
Movimentos que defendem a pedofilia sempre estiveram associados a grupos de esquerda. No
Brasil, um programa do governo chamado “Humaniza Redes” passou a relativizar
publicamente a pedofilia, pregando que não era um crime. Um colunista publicou em um
jornal (ou papel-higiênico) chamado Folha de S. Paulo um artigo chamado “Pedofilofobia”,
indignado com o fato de que “nossa época vive uma verdadeira histeria da pedofilia”. Ele
defendia mais moderação no tratamento desses casos, afinal, para a esquerda o abuso sexual
de crianças não é algo tão grave assim. Não é só a agenda de pedófilos que preocupa: os
ataques contra a família tradicional promovidos por grupos GLS também acabam produzindo
uma sociedade problemática. Já vimos que, em alguns estados do Brasil, as crianças que
nascem sem pai chegam a 60% do total. Isso é consequência do discurso luxurioso da agenda
socialista: “façam sexo, qualquer tipo de sexo”, “a única responsabilidade que as pessoas
devem ter é com a própria felicidade”, “é ruim ter família, dá muito trabalho”, “fuja da família
patriarcal”, “durma com tudo, com todos e com todas”.
O que ocorre é que quando a pessoa tem a luxúria como princípio, ela nem pensa direito no
que é certo ou errado. Ela simplesmente se agarra àquilo que ela acha que vai protegê-la em
sua perversão. Quando se fala em sexo com crianças, sexo com animais, sexo com familiares,
sexo com estranhos, sexo com estranhos sem consentimento, entre outras perversões, a
esquerda é mestra em abrir portas para a representação dessas doideiras. Não que o fim do
socialismo seja exatamente esse. Mas, lembre-se: o socialismo precisa acabar com a
moralidade judaico-cristã para poder impor seu projeto final. Por exemplo, não é à toa que a
International Gay and Lesbian Association (ou Associação Internacional de Gays e Lésbicas)
ganhou grau de consultora da Organização das Nações Unidas em 1993, mesmo sendo
parceira de uma associação que defende EXPLICITAMENTE a pedofilia, a NAMBLA
(Associação Norte-Americana pelo Amor entre Homens e Meninos). Ou seja, a organização
que todos acham que pode salvar o mundo pregando aborto e desarmamento também quer
ouvir a opinião de pedófilos antes de tomar suas decisões. O problema só foi resolvido algum
tempo depois, graças à pressão do congresso norte-americano (e não de algum país socialista)
que ameaçou sanções caso a ONU não corrigisse o problema.
Os alemães também viram um crescimento estúpido de organizações pró-pedofilia durante a
década de 90 (não é mera coincidência que tenha sido justamente depois da queda do muro de
Berlim). E nada é mais escandaloso do que o grupo de trabalho do Partido Verde Alemão
chamado “Grupo de Trabalho de Gays, Pederastas e Transexuais” que milita abertamente pela
legalização da pedofilia. Por que todos esses grupos têm relações com organizações de
esquerda? Por que a esquerda tem um ímã para esse tipo idiota? Não é por acaso.
Aqueles que têm a luxúria como princípio são mais suscetíveis a militar contra uma
cultura moralista. Eles querem justamente acabar com essa cultura (principalmente a
judaico-cristã) para que possam praticar suas perversões em paz. No mundo islâmico,
essa agenda é um pouco confusa, mas ele não deixa de ser uma civilização inspirada em um
pedófilo (Maomé se casou com uma garota de 6 anos e passou a abusar sexualmente dela três
anos depois) onde o casamento com crianças é considerado normal.
O diferencial aqui é que as pessoas normalmente estão sujeitas às pressões do próprio sexo.
Muitos homens quando se casam continuam a sentir atração por outras mulheres. E o apego
deles à luxúria será revelado no momento em que eles derem as costas para sua família para
cometer adultério. E para controlar esses impulsos, é importante que se entenda o valor da
família e da fidelidade no casal. Não se pode cair no papo-furado relativista da esquerda que
questiona até se dois mais dois é mesmo quatro. O discurso da religião do mal é que, se
você está infeliz com alguma coisa, é a coisa que está errada, NUNCA É VOCÊ. Para a
esquerda, dificilmente o problema vai ser a falta de controle do sujeito, nunca vai ser o
sofrimento que o adultério ou a traição pode causar, e jamais será a infelicidade que um
ato pode causar aos filhos (que crescerão com os pais separados). O que se prega em
meios socialistas é: “se você não está feliz, acabe com o casamento, traia, se separe, adote um
relacionamento aberto levando estranhos para casa, pois o que importa é ser feliz”. E é assim
que a luxúria acaba ajudando o socialismo moderno a alcançar a meta de extinção da
moralidade.
4.5. Conclusão
É interessante que a agenda da esquerda acaba se desdobrando como uma forma de satisfazer
cada um desses vícios. Mostramos que a guerra de classes tem uma relação com a ira
exagerada. E quais são as propostas da esquerda que fazem oferta à guerra de classes:
impostos progressivos, invasão à propriedade, negligência ao direito e à liberdade do vizinho
(como no caso dos pães, dos sacos plásticos, dos faróis durante o dia), agressão aos policiais,
raiva de empresários, militância contra evangélicos, demonização de fazendeiros, entre outras.
O culto à gula está em propostas como: educação universal pública, gratuita e obrigatória,
estatização de empresas privadas, monopólio da exploração de recursos naturais, reservas
legais, e tudo que aumente o tamanho do estado ou torne as pessoas mais esfomeadas. O
esquerdista vibra com um mundo onde há uma entidade material que vai dar tudo que ele
precisa, sem que ele se esforce. É o oposto da cultura judaico-cristã, onde Deus obriga seus
filhos a comerem o pão do próprio suor. A esquerda quer um governo grande que facilite a
sua vida. O direitista quer um governo pequeno para poder cumprir a tarefa que Deus lhe deu.
Em relação ao orgulho e à vaidade, o sujeito de direita se cresce em sua moralidade e no seu
código moral. Já o militante de esquerda sente orgulho de sua inclinação igualitária. Enquanto
pessoas de direita costumam se engrandecer com uma vida de austeridade e obediência aos
mandamentos, pessoas de esquerda têm o orgulho e a vaidade como ferramentas
transformadoras. Os rituais das esquerdas que prestam culto orgulho e à vaidade são o uso da
mentira e da omissão para avançar sua visão igualitária de mundo. Informações, história,
dados, fatos, não são relevantes para a religião socialista. O que é relevante é a capacidade de
contorcer a realidade para que ela se ajuste aos fins da doutrina.
E a inveja? A inveja está substanciada em propostas como: distribuir a renda, violar a
propriedade privada, atacar a desigualdade (como se isso fosse uma coisa boa) e demonizando
a diferença. Se você tem inveja de alguém, é muito provável que acabe votando em algum
lobotomizado do PSOL, do PT, do Partido Democrata (nos Estados Unidos) ou coisa do tipo.
A direita é para os fortes, para aqueles que não invejam a situação de pessoas que nasceram
sem a necessidade de trabalhar para ter o que comer. Ela é para aqueles dispostos a trabalhar e
agir justamente para ter o que comer.
A inveja se junta à cobiça para dar respaldo a boa parte (senão a maioria) das propostas de
esquerda: criação de reservas legais, áreas de conservação obrigatória, proibição do porte de
armas, criação de grupos especializados na invasão de fazendas e propriedades, impostos
absurdos sobre a propriedade de automóveis ou apartamentos, entre outras formas de afetar o
direito à propriedade de algum modo. Todos que acham tais ideias interessantes, encontram
voz nessa religião. E eles nem precisam estar conscientes de que são de esquerda: basta estar
em paz ao defender a violação da propriedade alheia.
Quanto à preguiça, o culto prestado a ela no esquema socialista envolve a promoção de:
semanas com apenas 35 horas de trabalho, salários não relacionados com a quantidade de
trabalho efetivamente realizado, férias maiores e remuneradas, licença maternidade (e
paternidade) com um número absurdo e aleatório de meses, entre outras propostas que afetam
a livre troca do trabalho. A agenda de esquerda desde sempre trabalhou com grupos
trabalhistas e sindicalizados, como manobra para quebrar o sistema capitalista e acabar com a
produtividade da sociedade.
Mas nenhum encanto material tem tanto apelo quanto a relação de uma pessoa com sua
fantasia sexual. E é por isso que é na esquerda que grupos de pedófilos, de agressores de
mulheres, de verdadeiros malucos, concretizam sua representação política. De um modo
menos extremo, o culto à luxúria está na agenda de destruição da família nuclear, do
desenvolvimento da sexualidade em jovens e crianças, na facilitação de divórcios e
separações e na promoção de uma cultura que mine as bases da moralidade judaico-cristã.
Bem, infelizmente, isso é a esquerda. Uma ideologia política que explora os piores impulsos
dos seres humanos para alcançar o poder e impor sua distopia igualitarista.
5. A Construção do Espectro Político
O básico deste capítulo se baseia na seguinte verdade: valores determinam ideologias;
ideologias determinam opiniões e ações. Essas relações só são quebradas quando há
engano por parte da pessoa. Ninguém defende de forma perfeitamente consciente uma
opinião que não tenha nada a ver com sua ideologia ou seu sistema de valores. Do
mesmo modo, pessoas com ações consistentes com uma ideologia não podem alegar que
possuem valores muito diferentes do que se espera dela nem uma ideologia contraditória
com suas posturas. Posições políticas (opiniões) não “brotam” das profundezas da nossa
massa cinzenta sem conexão com o contexto mais geral do meio, dos valores e das
ideologias que possuímos.
Todos usamos nossas experiências no processo de tomada de decisão, mesmo que de forma
inconsciente. Nossas decisões morais e políticas não se formam como nuvens com formatos
aleatórios soprados pelo vento (só as de quem tem cabeça de vento mesmo). Nossos valores
fazem a “crítica” costumeira e entregam ao nosso centro de decisões um produto pronto para
ser aproveitado ou jogado fora. Nossa ideologia, pequenas lembranças de decisões passadas,
nossos valores, reforçam o processo de crítica, favorecendo as informações que podem nos
engrandecer de uma forma mais prática. No final, quase tudo do que internalizamos passou
por algum tipo de processo validador, de modo consciente ou não.
Até mesmo as opiniões que as pessoas assimilam de modo emocional têm algum tipo de
relação com o sistema de crenças delas. Claro que podemos imaginar pessoas extremamente
passivas, sem muitos filtros e preconceitos, que vão internalizar qualquer porcaria que se
apresente a elas. Mas a maior parte das pessoas tende a seguir essa verdade: valores
determinam ideologias; ideologias determinam opiniões e ações. Quanto mais consciente
do processo o sujeito estiver, mais isso se tornará uma verdade e mais alinhadas serão
suas ações com o seu sistema de crenças. E uma vez que as pessoas acabam montando uma
“salada” de propostas que representa seu posicionamento político, podemos definir quase todo
mundo dentro do espectro direita-esquerda. E visando uma adequação mais perfeita entre as
pessoas e seus respectivos posicionamentos políticos, eu apresento doze regras para nos
ajudar nessa tarefa.
5.1. As Doze Regras do Espectro Político
Duas verdades que todos conhecem são: que há muita gente que NÃO SABE o que é direita e
esquerda e, por isso, diz que elas não existem, e; apesar disso, a todo momento as pessoas
falam de direita e de esquerda (mesmo aquelas que acabaram de dizer que elas não existem).
Todos os dias nos deparamos com esses conceitos, seja quando um jornalista burro fala que
tal político mais conservador ou mais liberal é de “extrema-direita”, seja quando a celebridade
engajada diz ser “uma pessoa de esquerda”. Eventualmente, essas mesmas antas podem se
reunir e dizer que “não existe esse negócio de direita e esquerda”, principalmente quando
ficam em dúvida sobre alguma coisa que defendem ou quando querem omitir seu
posicionamento.
O fato é que, como vimos, existe, sim, uma direita e uma esquerda, com suas ideias, opiniões,
valores e agendas. O que confunde muita gente é a dificuldade de conhecer os princípios e
propostas das pessoas que querem classificar para saber quem é o quê. Mas há um sistema
com doze regras simples que podem nos ajudar a fazer essa classificação, levando em
consideração os valores e a agenda que fazem a direita e a esquerda. Essas doze regras estão
consolidadas no quadro abaixo:
Regras do Espectro Político
1. Regra do Espectro Político (Espectro Contínuo).
2. Regra da Possibilidade de Conhecimento (Voto ou Declaração).
3. Regra da Superioridade da Declaração sobre o Voto.
4. Regra da Inconsciência Moral (muitos não têm consciência da própria base moral).
5. Regra da Inconsciência Política (quanto menor a consciência, mais emocional ou utilitária é a agenda).
6. Regra da Centralidade da Opinião Emocional (existem idiotas na direita e na esquerda).
7. Regra do Esquerdismo Utilitário (esquerda puxa os utilitaristas).
8. Regra dos Niilistas Utilitaristas (pessoas sem valores, niilistas, tendem a ser utilitaristas).
9. Regra dos Valores Excludentes (Poder X Vida e Igualdade X Liberdade).
10. Regra da Hierarquia de Valores (Poder > Igualdade) (Vida > Liberdade > Propriedade).
11. Regra da Mediocridade do Centro Ideológico (porque praticamente TODOS os valores que centristas
DECLARAM seguir entram em contradição com boa parte das propostas que elas ESCOLHEM defender).
12. Regra da Exceção Possível (falta de informação legítima ou idiossincrasia).

1. Regra do Espectro Político: a primeira regra é a própria certeza de que EXISTE um


espectro político com dois polos. O caminho entre esses dois extremos pode ser visto como
contínuo (sem interrupções bruscas, passando por um centro nulo) ou discreto (de política em
política ou proposta em proposta). Mas se queremos fugir da estupidez tradicional que diz não
existir direita ou esquerda, ou que relativiza os seus valores, tornando virtualmente impossível
comparar agendas no tempo e no espaço pela similaridade dos valores que as inspiram, temos
que dizer em alto e bom som: existe um espectro político que tem a direita em uma ponta e a
esquerda em outra.
Mesmo que aquele seu professor de história burro diga que tais conceitos não existem dessa
forma, certamente ele já os usou em sala de aula ou os aplicou para comentar o sistema
político grego ou romano. Nos jornais e revistas, encontramos menções a eles o tempo inteiro.
É estranho que até quem diz que eles não existem, fala deles na frase seguinte com a maior
naturalidade. Portanto, relaxa, existe uma direita, existe uma esquerda e podemos
classificar as pessoas dentro do espectro que os separa.
2. Regra da Possibilidade de Conhecimento: a segunda regra nos diz que só é possível
classificar alguém dentro do espectro se a pessoa, de algum modo, INFORMAR suas posições
políticas. E há dois modos de conhecer o posicionamento político de qualquer pessoa: o
histórico de votos e a declaração própria. Eu vou excluir dessa regra a possibilidade de
classificar alguém por outros meios (por exemplo, um aluno de pedagogia que quer ser
chamado de Shana, que usa barba e cabelo comprido, veste saias e roupas femininas, se pinta
como uma dragqueen e diz que é vegetariano, COM CERTEZA é de esquerda). O importante
aqui é que se tenha consciência de que temos que trabalhar com informações CONHECIDAS
e que só saberemos se alguém é de esquerda ou de direita se soubermos em quem ele vota ou
se tivermos algum tipo de declaração dele.
3. Regra da Superioridade da Declaração sobre o Voto: a terceira regra diz que a
declaração do indivíduo é mais importante do que o seu histórico de voto para classificá-lo no
espectro. Nem sempre o voto expressa corretamente o posicionamento político de alguém,
ainda mais em países como o Brasil em que praticamente todos os partidos são de esquerda.
Em muitos lugares, a total falta de candidatos alinhados ao pensamento político do eleitor faz
com que as pessoas votem ou no “menos pior” ou naquele que tem mais propostas similares
às delas. Além disso, nem sempre os candidatos disponíveis defendem exatamente as mesmas
ideias que seus eleitores. Por isso, a declaração do sujeito sobre seu posicionamento tem
muito mais valor que o histórico de voto para classificá-lo no espectro político.
O brasileiro come e respira essa realidade onde as pessoas buscam votar naquele candidato
“menos pior” ou em alguém que defende uma ou duas propostas da sua agenda. Isso para não
falar do miserável “voto de protesto”, quando se vota em qualquer palhaço, analfabeto ou
ignorante, para mostrar descontentamento com o cenário político. Esses fatorem aumentam a
importância da declaração da pessoa no processo de classificação. Ademais, se alguém diz
que é de direita ou de esquerda, até porque ela se conhece melhor do que qualquer outra
pessoa, pode ser (mas não necessariamente) que ela seja.
4. Regra da Inconsciência Moral: de fato, a maior parte das pessoas não reflete sobre o que
é certo e errado e quais são os seus valores. Esse é o fundamento da quarta regra: geralmente,
as pessoas se posicionam politicamente sem fazer uma reflexão sobre a adequação da
proposta com o seu código moral. Só os judeus e os cristãos, claro (lembra do que eu falei
sobre o quarto mandamento?). Brincadeiras à parte, essa é uma verdade. Normalmente, as
pessoas não fazem um “teste de consistência das suas posições com os seus valores”. Isso
não quer dizer que elas não tenham valores ou que não sigam um código moral. O que é
mais comum é o sujeito formar uma agenda com elementos que tenham mais afinidade com a
sua matriz valorativa. Ou seja, uma boa parte das pessoas não têm “consciência moral”. Elas
seguem um código moral sem refletir sobre ele.
5. Regra da Inconsciência Política: a quinta regra diz que quanto menos alguém REFLETE
sobre as propostas que acaba assimilando, tanto no nível de conhecimento político, quanto de
adequação ao seu código moral, mais as suas posições serão determinadas por fatores
utilitários ou emocionais. Quando o sujeito não reflete sobre seu posicionamento político, ele
acaba montando sua agenda com aquelas ideias que forem “vendidas” de uma forma mais
arrojada (assimilação por emoção) ou pelo benefício que espera receber em troca
(utilitarismo). A quarta e a quinta regra explicam boa parte das inconsistências na composição
da agenda que as pessoas fazem (como o liberal que quer proibir carne ou o ambientalista que
é a favor do livre mercado).
No primeiro caso (quarta regra), o que se estabelece é que a maior parte das pessoas não
conhece os próprios valores, apesar de deixar implícito que há um número de pessoas que é
consciente deles. Já a quinta regra diz que, quanto menos o cidadão reflete sobre as ideias que
assimila, e quanto menos conhecimento político ele tem (principalmente em relação às
definições dos conceitos) mais ele terá uma agenda montada por propostas que atendem a
interesses específicos dele ou que fazem ele “se sentir bem”. Isso gera inconsistências de
agenda que muitas vezes confundem a correta classificação no espectro político.
6. Regra da Centralidade da Opinião Emocional: a sexta regra basicamente diz que
existem pessoas idiotas tanto na direita quanto na esquerda. É uma realidade. Mas de um
modo mais formal, o que ela diz é: pessoas que assimilam opiniões ou posições políticas
por “emoção” não podem ser eficazmente posicionadas nem na direita, nem na
esquerda. As opiniões assimiladas por emoção podem ser, individualmente, de direita ou de
esquerda. Mas se alguém monta uma agenda apenas com as propostas que dão mais satisfação
emocional ou que têm mais apelo em seu meio, ela não terá consistência nem com os
fundamentos da direita, nem com os da esquerda. Tudo vai depender do marqueteiro e do
meio em que elas estão. Ou seja, agendas políticas montadas com base na emoção tendem a
ser de centro.
Isso não significa que todas as agendas políticas montadas dessa forma (muito comum no
pensamento político de adolescentes sem muitas pretensões intelectuais) sejam indefinidas no
espectro. O meio pode oferecer às pessoas opiniões e propostas direcionadas, tanto de direita,
quanto de esquerda. Em um meio cristão tradicional, o jovem pode acabar assimilando
opiniões mais à direita, mesmo sem ter nenhuma consciência política. O mesmo vale para
estudantes de universidades públicas, onde a oferta de ideias alinhadas com a esquerda é
maior.
7. Regra do Esquerdismo Utilitário: a sétima regra diz que quando o cidadão resolve se
posicionar politicamente por motivos utilitários, ou seja, na base do “toma lá, dá cá”, ele
costuma se alinhar mais à esquerda do que à direita. Isso não quer dizer que há mais pessoas
honestas na direita do que na esquerda (apesar de eu achar que tem), mas que a própria
natureza das políticas de esquerda dá mais oportunidade para oferecer favores ou garantir
privilégios. Por exemplo, no Brasil todos conhecem o PMDB como um partido fisiológico,
utilitário, sem ideologia (na realidade, o PMDB tem uma origem na esquerda mesmo). Os
políticos do PMDB definem suas alianças conforme quem paga mais (sim, são prostitutas
políticas), como vimos no episódio do Mensalão e na Operação Lava-Jato.
Como a direita pode ter algum apelo com os candidatos daquele partido falando em cortar
gastos e abrir mercados? Como a direita pode ter algum apelo para utilitaristas de carteirinha,
se ela não propõe nada que abra espaço para aumentar de gastos e fazer grandes obras? Como
esses políticos escrotos podem se interessar por uma posição política que quer cortar impostos
e diminuir o estado, tirando o ganha-pão deles? É por isso que todos os partidos fisiológicos
(ou seja, partidos sem ideologia, que apoiam quem tem mais dinheiro para dar) orbitam em
torno de partidos de esquerda, sejam os mais radicais (como o PT) ou os gradualistas (o
PSDB). O que importa nessa regra é a certeza de que pessoas utilitaristas SEMPRE vão
encontrar alguém para satisfazer suas ganas na esquerda.
8. Regra do Niilismo Utilitarista: a oitava regra completa a sétima. Ela diz que niilistas, ou
seja, pessoas que têm o “nada” como ideologia, tendem a ser utilitaristas. Essa regra é um
caso particular quando levamos os valores em consideração para definir o posicionamento
político de alguém. Nesse caso, podemos imaginar que existem pessoas que simplesmente não
adotam valor nenhum e nem têm um código moral (seja isso verdade ou não). Niilistas não se
importam com verdades, fundamentos ou valores. Por isso, o que se espera é que o niilista
seja um utilitarista, ou seja, que monte sua agenda conforme ela possa atender às suas
necessidades PRÁTICAS, sem verificar se as propostas atendem aos seus princípios (que
podem nem existir, mas que também podem ser apenas relativos e desimportantes).
9. Regra dos Valores Excludentes: a nona regra é uma das mais importantes para entender
corretamente a firmeza do espectro político conforme demonstramos. Ela diz que o valor da
vida não convive bem com o valor do poder, assim como o valor da liberdade não vive ao
lado do valor da igualdade. Quando um desses valores é adotado com firmeza, ele
praticamente desinveste a contrapartida de toda a autoridade que eventualmente possa ter na
matriz moral de alguém. Uma vez que se escolhe o PODER como valor principal, ou o
respeito à VIDA assume uma participação muito secundária, ou ele é excluído. Do mesmo
modo, quando alguém adota a LIBERDADE como valor forte, dificilmente a IGUALDADE
estará no mesmo patamar, podendo até ser excluída do sistema de valores da pessoa.
No caso da dupla poder-vida, é comum aparecer o dilema: ou se toma uma decisão que
atropela a vida para preservar o poder, ou se preserva a vida em detrimento do controle.
Claro que nem sempre é assim, mas, infelizmente, essa situação aparece na história com mais
frequência do que gostaríamos. Um exemplo de como esses valores entram em conflito é a
agenda globalista do controle populacional. ONU e outras organizações idiotas dizem que “o
mundo corre perigo” e que “o mundo vai acabar” e que “o clima vai matar todo mundo”,
vendendo como resposta o controle sobre o tamanho da população. Outras organizações
ligadas aos globalistas entram no esquema oferecendo vários tipos de soluções: aborto;
limitação legal para número de filhos; programas que estimulam formas de relacionamento
que não geram crianças; mais aborto; limitação da área onde é possível plantar, encarecendo o
preço dos alimentos e matando de fome pessoas mais pobres; aborto tardio; entre outras
idiotices. No fim, fica bem claro que, ou o sujeito adota essa agenda em detrimento da vida,
ou ele opta pela vida e esquece o controle. Ou o sujeito sonha em ter uma família grande e
alegre, ou ele sonha em ser um dos cidadãos hedonistas do “Admirável Mundo Novo”.
Entretanto, nesse caso há espaço para “meios-termos”, até mesmo porque só em níveis mais
avançados de esquerdismo as pessoas costumam se matar de forma mais consciente
(culminando em eventos como o Holodomor, o Holocausto, a Revolução Cultural e o
cotidiano norte-coreano).
Esse princípio excludente é mais fácil de perceber no dueto igualdade-liberdade. Ou você tira
a liberdade das pessoas para impor a igualdade, ou você preserva a liberdade e
compromete a igualdade. É simples assim. NÃO DÁ PARA TER OS DOIS AO MESMO
TEMPO. As pessoas são diferentes e, se forem deixadas em paz, vão produzir e consumir
coisas diferentes. A única forma de impor algum tipo de igualdade é TIRANDO A
LIBERDADE delas. Ou o sujeito prega um mercado de trabalho livre onde todos possam
negociar livremente as condições de contratação, ou defende um mercado regulamentado,
onde a maioria terá que se contentar com o básico-legal. Por exemplo, há um projeto de lei no
Brasil que visa criar limites para a quantidade de sal, açúcar e gordura nos alimentos. Ou seja,
é o típico caso desse conflito: sua liberdade de escolha para comer versus a imposição de uma
igualdade alimentar (com a desculpa de deixar as pessoas mais saudáveis). No dueto
igualdade-liberdade, não há muito espaço para meios-termos. Partindo de uma situação onde
somos livres para comer alimentos com quaisquer quantidades de sal, açúcar e gordura,
ACEITAR a IMPOSIÇÃO de qualquer tipo de limitação já indicaria um comprometimento da
liberdade.
10. Regra da Hierarquia dos Valores: essa regra estabelece que os valores se posicionam
hierarquicamente no código moral das pessoas. Até mesmo porque é muito difícil a pessoa
simplesmente decidir não fazer nada no caso de um conflito entre eles. Lembre-se que os
valores são basicamente aqueles princípios que usamos para julgar nossas relações com o
mundo. Geralmente, eles seguem uma hierarquia e a mais comum é essa:
Direita: VIDA > LIBERDADE > PROPRIEDADE
Esquerda: PODER > IGUALDADE
Podem existir códigos morais com outras composições, mas o mais comum é que a Regra dos
Valores Excludentes funcione como uma força gravitacional que reproduz esses dois padrões
básicos. De qualquer modo, é possível (e até comum) que pessoas de esquerda também
carreguem o valor à vida em seu sistema moral. Em parte (mas não só por isso) é por isso que
só vemos o descontrole sanguinário delas nas etapas finais de implantação do socialismo. Da
mesma forma, há muita gente de direita que encaixa o poder em alguma fresta de sua coluna
moral, o que explica a quantidade de intervencionistas e nacionalistas em nosso meio.
11. Regra da Mediocridade do Centro Ideológico: a penúltima regra diz que quanto mais
consciência o sujeito tem de seus valores, mais ele vai ajustar sua agenda a eles, e mais ele
migrará para um dos polos do espectro político. Isso é uma consequência da nona e da décima
regra. Por isso, quando há uma composição mais inesperada na agenda da pessoa, ou ela ainda
não tomou plena consciência dos seus valores (caso, talvez, da maior parte das pessoas), ou
ela, de fato, carrega princípios excludentes em seu sistema de crença (situação bem menos
frequente, conforme a aplicação da nona e da décima regra).
A Regra da Mediocridade do Centro Ideológico afirma que na maior parte das vezes as
pessoas que se posicionam como centristas ou têm uma consciência limitada sobre seus
valores, ou estão ali porque a pressão do meio as afastou do seu verdadeiro sistema de valores.
É muito comum encontrar pessoas que andam em meios de direita ou de esquerda fazendo
concessões à outra extremidade por motivos sociais ou particulares. Por outro lado,
reconhecendo a existência de um sistema de crença composto por princípios excludentes,
seria muito difícil encontrar pessoas com um código moral “centrista” e que tivessem
consciência dos próprios valores, já que praticamente TODOS os valores que elas
DECLARASSEM seguir entrariam em contradição com boa parte das propostas que elas
ESCOLHERAM defender.
12. Regra da Exceção Possível: enfim, é possível haver exceções na composição da agenda
de alguém bem posicionado no espectro político. Escolher uma ou duas políticas do outro
lado, não torna ninguém menos de uma coisa ou de outra. Geralmente, essas pinceladas
ocorrem por um problema de informação ou pela própria vivência da pessoa, parâmetro que
seria impossível de reproduzir em uma teoria. Por exemplo, eu conheço pessoas de direita que
eram a favor do aborto em caso de anencefalia porque pensavam que os bebês nasciam
literalmente SEM CÉREBRO. Entretanto, quando verificaram que os bebês anencéfalos
apresentam, de fato, parte do cérebro (mesmo que pequena) e que o termo “anencefalia” é
enganador (faz com que as pessoas pensem que todo anencéfalo literalmente não tem
cérebro), mudaram de opinião.
Esse foi um caso típico de pessoas se ajustando a uma proposta, não porque receberam novos
valores, mas porque a opinião anterior era ancorada em informações ruins. De fato, na maioria
das vezes, esse tipo de situação ocorre por problemas de comunicação ou falta de informação.
O que é importante evitar é a reação que muitas pessoas têm de simplesmente chutar para fora
de uma classificação alguém que expressou uma ou duas posições contrárias àquele lado. Já vi
gente arregalando os olhos quando descobriram que pessoas RECONHECIDAMENTE de
direita tinham uma ou outra posição que é mais comumente encontrada em DCE de faculdade
de filosofia, como se isso bastasse para haver dúvida sobre o posicionamento delas.
A Regra da Exceção Possível fecha as doze regras com a mensagem: àqueles que
esperam PUREZA ABSOLUTA quando se fala em uma composição de várias propostas
políticas, CRESÇAM. O mais comum é que haja convergência NA MAIOR PARTE da
agenda, mas é pedir demais de seres humanos livres que concordem com cada ponto, de cada
tópico, de uma agenda política. As pessoas que compõem um movimento vêm de famílias
diferentes, com formações diferentes, com ideologias diferentes e EXPERIÊNCIAS
diferentes. É perfeitamente normal que não haja uma adequação total. O que importa
preservar é a consciência de que essa contradição existe porque o sujeito defende uma e
outra propostas ESTRANHAS à classificação dele, e não que essas propostas
ESTRANHAS fazem parte da agenda.
5.2. Como Identificar os Valores de Alguém?
Mesmo com essas doze regras, algumas pessoas podem ter problemas para dizer quais são os
princípios que elas seguem. Esse é um problema da moralidade, onde alguns casos parecem
não ter resposta mesmo. Há casos que são extremamente complicados, principalmente quando
envolvem um parente ou uma pessoa muito querida. Entretanto, por mais que tenhamos
consciência desse contratempo, o fato é que no dia a dia não temos que decidir com tanta
frequência quem morre e quem vive e quando parece legítimo passar por cima de um valor
para fazer o que pensamos ser melhor no momento. Casos envolvendo a moralidade tendem a
ser mais complexos quanto mais se aproximam de situações limites.
Então, uma primeira constatação que podemos fazer na identificação dos valores de alguém é
que HÁ CASOS DE FRONTEIRA, onde se torna extremamente difícil julgar se era de se
esperar uma tal atitude de um pai, de uma mãe, de um filho, de uma filha, de um marido, de
uma esposa, de um irmão, de uma irmã ou de amigos. Contudo, essas situações costumam ser
hipotéticas e nunca (ou quase nunca) acontecem na prática (por exemplo: quem mataria o
próprio filho para salvar uma cidade inteira?). E o fato de essas situações hipotéticas existirem
não torna menos verdade que existem OUTRAS SITUAÇÕES, que ocorrem com muito mais
frequência, e que podem revelar o vínculo das pessoas com um valor específico. Então, da
mesma forma que fizemos na classificação do espectro político, é necessário entender
que, para identificar os valores de alguém, temos que conhecer os meios que as pessoas
usam para expressá-los. E no caso dos valores, existem duas formas de fazer essa
inferência: pelas atitudes e pelas declarações.
Para facilitar o entendimento de algo que parece tão subjetivo, devemos observar as
informações que SÃO CONHECIDAS, de modo que tenhamos uma base para formar nosso
julgamento. Lembre-se que, DE FATO, as pessoas agem e formam opiniões conforme certos
princípios que foram internalizados nelas pela vivência, formação, educação ou consciência.
Por mais que seja possível encontrar casos em que a pessoa acabe fazendo algo que escapa da
sua visão de mundo, é natural que ela acabe percebendo por si só e se ajuste ao refletir sobre o
assunto. Vou apresentar um conjunto de afirmações, com as informações conhecidas que
dizem respeito à moralidade, para ajudar no processo de identificação dos valores de alguém.
São apenas sete afirmações que facilitam a tarefa de dizer se fulano ou ciclano segue ou não
segue um determinado valor.
1. Valores (ou princípios) são os limites que nos dizem o que vale e o que não vale na
interação com o mundo. Eles marcam o ponto, como um risco no chão, que, se for
ultrapassado, trará arrependimento e insatisfação psicológica à pessoa. É o que já foi
estabelecido no capítulo 2. São os valores que nos dizem o que se pode e o que não se pode
fazer no relacionamento com o próximo. Eles costumam ser internalizados de forma a
permitir julgamentos mais rápidos diante das situações que enfrentamos. Quando estão para
ser violados, acionam gatilhos psicológicos que incomodam a pessoa, alertando-a de que há
algo de errado acontecendo.
2. Praticamente qualquer coisa pode ser elevada ao status de valor ou princípio: vida de
animais, um sonho de criança, um desejo sexual. Uma coisa que pode confundir muita
gente é achar que só existem aqueles valores que foram apresentados nos primeiros capítulos:
vida, liberdade, propriedade, igualdade e poder. Esses são apenas os valores mais gerais que
influenciam as ideias de direita e de esquerda. De um modo mais geral, praticamente qualquer
proposição pode ser tratada como um valor. Até mesmo a identidade sexual pode ser vista
como um princípio (que é reforçado quando concorda com o sexo biológico). Ou mesmo os
mandamentos de uma religião (como os dez mandamentos ou os cinco pilares do islã).
Até mesmo a racionalização dos instintos mais básicos pode ser considerada um valor, como
naquelas pessoas que respeitam apenas os próprios interesses. De fato, tratamos essa
hipervalorização do instinto de autopreservação como “busca pelo poder” até agora. O que
importa deixar claro é que podemos projetar praticamente qualquer coisa como valor, desde
que ela seja usada como parâmetro de julgamento no trato com o mundo. É comum elevar até
mesmo ideologias à situação de valor, determinando uma escolha quase natural de agendas
políticas e ações coerentes com elas.
3. O conjunto de valores de uma pessoa formam o que se conhece como moralidade ou
código moral. Ou seja, moralidade é o conjunto de valores que ditam as regras de
relacionamento com o mundo. Também já vimos isso. Os valores formam o nosso código
moral que, espera-se, não possui pares de princípios contraditórios entre si (como a igualdade
e a liberdade ou a busca pelo controle e o livre mercado). Os valores que adquirimos durante a
vida se consolidam em nosso código moral, agindo como validadores das nossas interações
com o mundo. Por exemplo, o sujeito que tem como valor a sua masculinidade vai se
incomodar se for obrigado a vestir roupas de mulheres e se maquiar. O cidadão que ama
demais os bichos, não vai se sentir bem caçando. O vegano vai se sentir desconfortável ao
saber que havia presunto na sua salada. Veja que há homens que se vestem de mulher, que
caçam e que comem carne (não necessariamente ao mesmo tempo) e não se afetam com nada
disso. Isso ocorre pela diferença de princípios que cada um internaliza.
4. As pessoas não precisam estar conscientes dos valores que definem o seu código moral.
Elas TENDEM a segui-los mesmo assim. Também já falamos sobre isso. As pessoas nem
sempre estão plenamente conscientes dos valores que seguem. Isso não as impede de
seguirem um código moral mais ou menos estável que “critica” as interações que elas têm
com o mundo de modo quase inconsciente. Não é porque o sujeito nunca pensou na vida “eu
tenho a vida como valor”, que ele vai matar. Não é porque a pessoa nunca falou em voz alta
“eu respeito a propriedade”, que ela vai roubar. Quando internalizamos um valor, ele nos
manda sinais psicológicos quando estamos nos aproximando da sua ruptura. Esse mecanismo
faz com que as pessoas sigam os seus valores NA MAIOR PARTE DAS VEZES. Ou seja, o
valor internalizado não carrega em si uma GARANTIA de inviolabilidade, apesar de
estabelecer uma tendência de comportamento.
5. Emoções, desejos, pressões do meio e falta de reflexão são os principais fatores que
fazem as pessoas tomarem decisões e agir de forma contraditória com os seus valores.
Como vimos na afirmação anterior, o fato de alguém possuir um valor não garante que ele não
irá violá-lo. De fato, não é raro as pessoas ultrapassarem as linhas impostas por seus valores
ao longo de suas vidas. Isso não necessariamente significa que elas não têm um tal valor ou
que ele é pouco importante para elas (apesar de poder indicar justamente isso). Contudo,
vários fatores concorrem para fazer as pessoas romperem limites que elas, em sã consciência,
não romperiam. O primeiro deles é bem chato e se chama hormônio. Pessoas podem ficar
agressivas ou extremamente passivas dependendo da descarga de hormônios que recebem.
Não que isso sirva como justificativa, mas é um processo de amadurecimento saber conviver
com essas descargas que muitas vezes fogem do nosso controle. O segundo deles se chama
CACHAÇA (ou pinga, ou álcool, ou cerveja, ou qualquer produto químico que altere o seu
nível de consciência). Muitas pessoas acabam perdendo suas vidas e fazendo o que não
queriam quando estão embriagadas (ou sob influência de alguma outra droga). O terceiro fator
é a pressão do meio, que igualmente pode forçar alguém a fazer uma loucura (como virar
feminista ou apoiar comunistas). Enfim, a falta de reflexão e a cobiça assumem um papel
importante nesse processo de iludir o sujeito a ignorar os seus valores, com consequências
potencialmente perigosas.
6. As atitudes das pessoas irão se adequar ao código moral delas quanto mais conscientes
da situação elas estiverem. O fato aqui é que nem sempre as pessoas estão plenamente
conscientes das consequências de suas decisões. E eu concordo plenamente: deveriam estar.
Mas é uma realidade: em uma boa parte das vezes, elas NÃO ESTÃO. Existem muitas
situações que são difíceis de se contemplar integralmente, principalmente pela falta de acesso
às informações relevantes ao caso. E isso pode acontecer até em casos bem objetivos onde os
valores têm menor relevância.
Por exemplo, suponha dois garotos que estão apostando na probabilidade de encontrar duas
pessoas que fazem aniversário no mesmo dia em uma sala com 25 alunos. Quem você acha
que tem mais chance? O que aposta que eles vão encontrar as duas pessoas ou o que aposta
que não? Para surpresa de uma boa parte das pessoas, quando trabalhamos com mais de 23
alunos, as chances de encontrar dois que fazem aniversário no mesmo dia é maior que 50%.
Veja esse outro caso, suponha que você volta no tempo para 2008 e viaja para os Estados
Unidos. O que seria mais seguro fazer: andar de bicicleta ou caçar? Pois naquele ano as
chances de se morrer em um acidente de bicicleta foram maiores do que em um acidente com
armas.
O que você acha mais fácil em um jogo de cartas? Tirar cinco cartas de um mesmo naipe ou
qualquer sequência de cinco cartas (mesmo que sejam de naipes diferentes)? Muitos novatos
no jogo de pôquer acabam achando mais difícil fazer uma sequência qualquer (um straight),
quando na realidade é mais raro conseguir cinco cartas do mesmo naipe (um flush). Ou seja,
muitas vezes somos obrigados a tomar decisões rápidas e não temos boas informações sobre
elas. Então, imagina como o trabalho de montar uma agenda política pode estar sujeito a erros
(de consistência com os valores da pessoa). Há nuances culturais e conceituais que realmente
podem confundir os tomadores de decisão, principalmente quando usados propositalmente
como ferramentas políticas. É bem mais fácil rastrear as informações relevantes que envolvem
uma aposta numérica ou um jogo de cartas do que as de uma proposta política ou uma agenda
cultural. Contudo, pode-se utilizar nesses casos o mesmo princípio para fazer uma boa aposta
em um jogo de matemática: quanto mais informações e mais consciência se tem de uma
proposta, mais a nossa escolha irá se conformar com nossas ideologias e nosso código moral.
Quanto menos informações e menos reflexão fizermos, mais estaremos sujeitos às vicissitudes
das emoções, dos desejos e das pressões culturais que nos desviam dessa conformidade.
7. Não existe mágica na formação de opinião: os valores determinam ideologias; as
ideologias determinam as opiniões. Enfim, claro que é perfeitamente possível estar
consciente de todo o processo de julgamento de uma opinião, resultando em sua recepção
racional. Entretanto, é bem mais comum (principalmente entre as massas) que se assimile
propostas sem uma reflexão mais profunda. Nesse caso, quanto mais comprometida for a
pessoa com seus valores e quanto mais “versada” ela for nos fundamentos de suas ideologias,
mais naturalmente haverá um alinhamento com eles. As opiniões que são formadas pelas
pessoas geralmente derivam do sistema de valores delas. É como diz o ditado: de onde menos
se espera, daí que não sai nada mesmo.
Por exemplo, é de se esperar que pessoas com uma formação de esquerda militem contra
Israel e a favor de seus inimigos. O antissemitismo generalizado na esquerda não é nem
coincidência nem espontâneo: é um subproduto de um pensamento mais complexo. Do
mesmo modo, não vai ser surpresa para ninguém descobrir que alguém que se define de
direita prega a pena de morte para pedófilos. Esse tipo de conclusão mais elaborada
dificilmente surge do nada. Os valores constroem ideologias. E as ideologias determinam
opiniões e ações. Há espaço para desvios? Há. Esses desvios são raros? Não. O que pode
ocasioná-los? Problemas de comunicação, falta de informação, pressão do meio, conflito com
outros valores, etc.
Com essas sete afirmações, fica mais fácil investigar os princípios que guiam as pessoas e
identificar melhor seus posicionamentos políticos. Lembre-se que ainda não inventaram uma
máquina que nos permita ler a mente das pessoas. Para dizer se tal e tal são de direita ou de
esquerda, temos que ter acesso às ideias que eles defendem. Ou seja, como vimos no começo
deste capítulo (Regra da Possibilidade de Conhecimento), para dizer se alguém está à direita
ou à esquerda, temos que saber o que elas pensam. Vimos por lá que a declaração e o voto são
importantes ferramentas para termos acesso à agenda de qualquer pessoa.
O voto é mais objetivo e, como vimos, nem sempre expressa o que alguém pensa
politicamente. O sujeito pode estar votando em alguém como “voto de protesto” ou consciente
de que o seu candidato é o “menos pior”. Já a declaração está sujeita a uma série de ruídos que
podem atrapalhar o julgamento. Entretanto, há uma modalidade de declaração que nos permite
ter uma ideia melhor do sistema de crenças de alguém: é a declaração pela atitude. Existem
ações que nos permitem chegar a conclusões sobre o sistema de valores das pessoas. É
intuitivo que um assassino não valoriza a vida, que um ladrão não valoriza a propriedade, que
um fazendeiro não estima a igualdade, que um pastor preza pela liberdade.
De qualquer modo, devemos julgar com base no que se conhece. Nesse sentido, é importante
comparar as declarações e atitudes de alguém para saber se há concordância ou contradição no
comportamento da pessoa. E o mais importante de tudo, as declarações que devemos analisar
POR ÚLTIMO são aquelas que concluem precipitadamente o nosso julgamento. Qualquer um
pode dizer “sou de direita” ou “sou de esquerda”. Mas em muitos casos isso não significa
nada. Todos conhecem um qualquer que se diz uma coisa ou outra e não é nada disso. Por isso
que, em todos os casos, antes de concluir o julgamento, temos que saber quais são as ideias e
as ações de alguém.
Portanto, devemos deixar as declarações conclusivas POR ÚLTIMO. O que queremos
descobrir são os valores e a agenda do sujeito. “Sou de centro” não é agenda nem proposta.
“Não sou de esquerda” pode não significar nada. “Sou de direita” não vale se o sujeito
defende apenas propostas de esquerda. Qualquer um pode se declarar qualquer coisa, por isso
é importante verificar primeiro as propostas e os valores de alguém antes de levar em
consideração essas afirmações conclusivas. Bem, então vamos ver o que é importante
considerar quando analisamos as declarações pela atitude ou as declarações verbais e escritas.
Declaração pela Atitude
É a forma mais fácil e mais certa de identificar os valores de alguém. Por exemplo, quando
um ladrão mata alguém que está atrapalhando o seu roubo, ele MOSTRA a forma como
respeita a vida. Quando o sujeito rouba ou furta alguma coisa, ele MOSTRA um tipo de
relação com o direito à propriedade. Quando um sistema de justiça prende proprietários que
não venderam seus produtos por um preço pré-estabelecido, ele mostra que não usa como
referência moral nem a liberdade, nem a propriedade.
Ou seja, é possível identificar o posicionamento das pessoas por meio da análise de suas
atitudes. O sujeito que bate no carro de alguém e foge para não pagar o prejuízo, PROVA que
em seu sistema de valores o direito à propriedade não é tão importante. A pessoa que quer
OBRIGAR o próximo a lhe vender algo de uma forma que ele NÃO CONCORDA, mostra
que não se importa tanto assim nem com a propriedade e nem com a liberdade dos outros. O
fato de alguém não querer ser prejudicado só mostra um comportamento muito parecido com
o de qualquer ANIMAL que age por instinto e vontade de autopreservação.
Recentemente, houve um caos no Espírito Santo por causa de uma ausência de policiais nas
ruas. Muitos civis saíram às ruas para ROUBAR. O que se via na televisão era um monte de
gente invadindo lojas para roubar aparelhos que podem ser considerados supérfluos. Não se
viu muita gente roubando comida ou cobertores (que também seria errado, mas mostraria pelo
menos uma tentativa de socorrer necessidades mais básicas). Não: as pessoas mostraram uma
grande propensão a ROUBAR produtos de luxo e de necessidade questionável. Mas o que
esperar de um país que considera a “função social da propriedade” uma boa ideia? Enfim, o
episódio mostrou que muitos brasileiros ainda não aprenderam a valorizar o direito à
propriedade.
O mesmo pode se dizer sobre os vídeos de pessoas roubando a carga de caminhões que
tombam nas estradas. É como se vivêssemos em um país de bandidos, onde uma boa parte das
pessoas só estivesse esperando o momento certo para vestir a máscara de ladrão e roubar algo
de alguém. O que eu quero dizer aqui é que, nesses casos, o sujeito até pode dizer que respeita
a propriedade ou que tem a propriedade como valor: as ATITUDES dele PROVAM o
contrário. Esse tipo de atitude miserável é suficiente para deixar claro que essas pessoas não
têm a propriedade como valor. O que elas têm, em sua pequenez, é uma grande propensão em
aumentar o próprio poder (por meio do roubo de coisas caras).
Declaração Verbal ou Escrita
Claro que as atitudes denunciam mais o sistema de valores das pessoas do que a expressão
verbal ou escrita. Entretanto, o que as pessoas falam e dizem defender também pode indicar
um comprometimento com um sistema moral. Não é necessário explicar que aquilo que o
sujeito fala sob o efeito de entorpecentes não tem o mesmo valor do que ele diz quando está
sóbrio. Mas existe uma modalidade de declaração que precisa de mais
COMPROMETIMENTO por parte do declarante: o documento de autoria conhecida. Os
documentos são importantes nesse sentido por dois simples motivos: eles permitem a
confrontação das afirmações escritas, VALIDANDO ou AFASTANDO a consistência do
discurso com um valor, e; os registros escritos demandam mais comprometimento por parte
dos autores (principalmente em documentos oficiais).
Por exemplo, o item 229 do famoso Código de Hamurabi dizia: “Se a habitação for construída
por um construtor com negligência, de modo que venha a cair e matar o morador, o construtor
deverá ser condenado à morte”. Em um primeiro momento, pode parecer que o rei tinha
algum tipo de estima pela vida dos seus súditos, pelo menos daqueles que não eram
engenheiros incompetentes. Entretanto, no item seguinte (230) lia-se: “Se morrer o filho do
dono da casa, o filho do construtor deverá ser condenado à morte”. Ou seja, a LEI
contemplava situações que determinavam a MORTE de pessoas que não tinham nada a ver
com o crime cometido (como o filho do culpado). Portanto, não podemos dizer que os artigos
de Hamurabi levavam em consideração a “proteção da vida” como um valor. Se assim fosse,
o rei não incluiria no código situações onde inocentes fossem mortos “de forma legal”.
O que se conclui é que o Código de Hamurabi tinha como preocupação principal, não a
proteção da vida, mas a necessidade de controlar o povo pelo medo. O mesmo pode ser
observado em relação à propriedade. O item 22 do código pregava: “Se (alguém) estiver
cometendo um roubo e for pego em flagrante, ele deverá ser condenado à morte”. Pode
parecer que a propriedade era tão estimada no sistema de valores de Hamurabi, que o ladrão
era morto pelo crime. Entretanto, todos os itens que vão de 268 a 277 falam de
TABELAMENTO de preços e salários, indicando uma relativização da propriedade e o
revestimento dela com uma “função social” que permitia o controle do seu uso pelo estado.
Há uma diferença muito grande entre o “não roubarás” da cultura judaico-cristã e o
relativismo da propriedade promovido por aqueles que querem impor “funções sociais” a ela.
Isso reforça que o interesse do código estava mais relacionado ao controle dos súditos do que
a preocupação com suas vidas ou propriedades.
Note que, nesses casos, uma hipótese inicial formada pela análise de uma afirmação isolada
foi afastada pela comparação com outra afirmação. Mas é comum também que as declarações
convirjam na direção de um entendimento. Por exemplo, o posicionamento socialista do papa
Paulo VI pode ser verificado pelo conjunto de suas declarações na encíclica Populorum
Progressio. Falando de um “destino universal dos bens”, ele escreveu: “Ninguém tem direito
de reservar para seu uso exclusivo aquilo que é supérfluo, quando a outros falta o necessário”.
O que podemos concluir a partir dessa afirmação (item 23 da encíclica)? Que o autor acredita
que NINGUÉM pode se dizer proprietário de um artigo considerado “supérfluo”, quando a
outras pessoas faltam outros tipos de bem. Disso, podemos concluir que o direito à
propriedade não era um valor defendido pela anta do Paulo VI. Mas há outras afirmações dele
que confirmam essa conclusão? Sim, existem.
No item 24, ele prega: “O bem comum exige por vezes a expropriação, se certos domínios
formam obstáculos à prosperidade coletiva”, o que reforça a suspeita de que para ele o direito
à propriedade podia ser violado por motivos “sociais”. Em seguida, (no item 26) Paulo VI
declara que realmente não vê o direito à propriedade como absoluto, dando a entender que o
“Não roubarás” deve ser relativizado: “Infelizmente, sobre estas novas condições da
sociedade, construiu-se um sistema que considerava o lucro como motor essencial do
progresso econômico, a concorrência como lei suprema da economia, a propriedade privada
dos bens de produção como direito absoluto, sem limite nem obrigações sociais
correspondentes”. O padrão se repete em outras encíclicas daquele papa, tornando-o uma
vergonha aos praticantes da religião católica.
5.3. Conclusão: Tabela de Classificação no Espectro Político
Depois de analisar tudo isso, podemos finalmente classificar as pessoas no espectro político.
Abaixo disponibilizei dois quadros com propostas e valores de esquerda e de direita. Cada
quadro tem as 84 propostas mais genéricas e tradicionais de cada lado, com algum incremento
de políticas contemporâneas e ideias que, por experiência, podemos encaixar nas respectivas
agendas. Algumas sugestões para a classificação estão elencadas a seguir:
a) Classificação Informal: fazer uma leitura rápida de cada proposta apresentada nos dois
quadros e concluir, com base no seu conhecimento sobre si mesmo ou sobre a pessoa que
você quer classificar, em qual lado do espectro político está.
b) Classificação por Pontuação: basta colocar um ponto em cada proposta apresentada que
está na agenda do sujeito que está sendo classificado. Se o total do quadro da direita for maior
do que o quadro da esquerda, ele pode ser classificado na direita. Caso contrário, ele é de
esquerda.
c) Classificação por Concordância: do mesmo modo que a classificação anterior, coloca-se
um número ao lado de cada proposta que está na agenda da pessoa classificada. Só que esse
número pode ser -1 (discorda), 0 (neutro) e 1 (concorda). Soma-se o total de cada quadro e se
compara o valor. O quadro que tiver a maior concordância define a classificação do sujeito
analisado.
d) Classificação por Cores: se você conseguir imprimir esses quadros, basta pintar ou marcar
com a cor preta cada proposta que concorda no quadro da direita e cada proposta que discorda
no quadro da esquerda. Com a cor vermelha, marque cada proposta que discorda no quadro da
direita e que concorda no quadro da esquerda. No fim, a cor preponderante vai dizer de que
lado a pessoa está.
Direita Proposta Exemplo
Pessoas não são
Pró-Vida Famílias Grandes Contra o Aborto
um problema
Proteção da Casamento Contra o Casamento
Homeschooling
Família Tradicional Gay
Responsabilidade
Penas Rigorosas Pena de Morte Apoio à Polícia Militar
dos Pais
Direito de Possuir
Direito de Defesa Direito de Proteger Armamento Civil
Vida Armas
Liberdade de Trabalho como Contra Perseguição de
Desregulamentar
Trabalho Propriedade Camelôs
Estímulo às
Contra Ideologia Contra Controle Contra Políticas
Famílias
de Gênero Populacional Afirmativas
Tradicionais
Contra Contra Politização
Individualismo Individualismo é Bom
Coletivismos das Minorias
Tolerância ao
Liberdade de Tolerância ao Proteções aos
diferente é maior na
Crença Diferente Costumes
Direita
Direito de Direito de Contra racionamento
Direito de Reunião
Expressão Propagação de concessões
Pleno Direito de Pleno Direito de Pleno Direito de Contra política do
Vender Comprar Trocar "Pão por Quilo"
Direito de Direito às Caçar é Bom e
Direito de Caçar
Liberdade Colecionar Armas Tradições Saudável
Descentralização Respeito a quem Limitação da
Municipalismo
Política paga pelo governo Constituição Federal
Direitos e Contra Direitos
Contra Direitos Proteção da
Garantias Sociais criados no
Artificiais Liberdade
Fundamentais Século XX
Limites de
Limites ao Poder Gatilhos contra Estado não é uma
Legitimidade do
do Estado Estado Grande fonte de moralidade
Estado
Austeridade Fiscal e
Regulamentação
Capitalismo Livre Mercado Responsabilidade
Mínima
Fiscal
Contra
Livre Negociação Desregulamentação do
Sindicalismo Trabalhar é Bom
do Trabalho Mercado de Trabalho
Político
Sem preconceito
Abundância Acumulação de
Sucesso é Bom contra prosperidade e
Material Bens
sucesso
Defesa da Contra Reservas
Propriedade Penas Rigorosas Política Defende a
Propriedade Legais e Código
contra o Roubo Propriedade
Privada Florestal
Garantia do Contra Impostos de Garantia do Uso Garantia Plena do
Direito de Herança Inveja da Propriedade Direito de Herança
Contra "Função Propriedade >>> Propriedade >>>
Social" da Questões Direitos dos Ceticismo Ambiental
Propriedade Ambientais Animais
Limites de
Limites de Gasto Limites de Meios Contra Governo
Arrecadação ao
ao Governo ao Governo Gastador
Governo

Esquerda Proposta Exemplo


Cotas para Negros Cotas para Cotas para Políticas
Mulheres Homossexuais Afirmativas
Quanto mais pessoas
Redistribuição de Programas de Transferência de
receberem bolsas,
Renda Bolsas Renda
melhor
Questões Questões Questões Política de Criação
Ambientais >>> Ambientais >>> Ambientais >>> de Reservas
Propriedade Emprego Costumes Ambientais
Padronização da
Política de Salário- Normas de Função Social da
Jornada de
Mínimo Produção Empresa
Trabalho
Política de Manipulação da
Politicamente Controle dos Meios
Igualdade Controle das Massa para
Correto de Comunicação
Mídias Esquerdizá-la
Apoio a Movimentos
Militância Black Blocs,
MST, MTST Agressivos e
Organizada Sindicalistas
Terroristas
Criminosos é
Defesa de Penas Contra a Pena de Desmilitarização da
Vítima da
Alternativas Morte PM
Sociedade
Contra o Políticas de Controle
Relativismo Moral Ecumenismo
Cristianismo do Discurso
Fortalecimento da Progressismo Contra Israel e
Globalismo
ONU Socialista Estados Unidos
Alinhamento com
Controle para
Igualitarismo Coletivismo ONU e União
Nivelar Sociedade
Europeia
Proibição de Sacos
Alinhamento com
Socialismo Antiamericano Anticapitalismo Plásticos, Caça ou
Socialistas
Rodeios
Controle Legalização do
Pró-Aborto Feminismo
Populacional Aborto
Uso da Força
Mais Poder para a Tornar Estados Centralização da
Federal em Políticas
Federação Dependentes Gestão dos Impostos
Ambientais
Controle Direto e
Controle Estatal do Fortalecimento do
Indireto sobre Estatização
Crédito Banco Central
Empresas
Contra Educação
Contra Ensino de Sociologia
Privatização do Obrigatória e
Homeschooling e Filosofia
Ensino Universal
Estado pode
Desconstrução da Enfraquecimento
Estado Legitimador resolver tudo se
Família das Empresas
Poder tiver recursos
Desarmamento Controle sobre o Multiplicação de
Impostos Altos
Civil Consumo Radares (Pardais)
Estatização das
Sindicalismo Controle de Salário Financiamento
Relações de
Político e Jornada Público a Sindicatos
Trabalho
Financiamento
Arrecadar Mais é Maior Poder ao
Governo Grande Público a Partidos
Bom Governo
Políticos
Regulamentação da Normatização da Burocratização do Função Social da
Propriedade Propriedade Uso da Propriedade Propriedade
Financiamento
Educação dos Controle sobre Controle da
Público da
Filhos é do Estado Costumes Atividade Produtiva
Campanha Eleitoral

E no caso de empate? Isso pode acontecer, mas o mais comum é que haja concordância em
um dos quadros. Geralmente, as pessoas ou concentram suas propostas conforme os valores
de direita (vida, liberdade e propriedade) ou conforme os princípios de esquerda (igualdade e
poder). Mas é evidente que pode haver empates e casos difíceis de julgar. Não há problema
algum com isso, sendo que já vimos como tratar esses casos: ou o sujeito não está tão
consciente dos valores que prega, ou é um caso à parte, ou é um utilitarista, ou precisa se
informar melhor sobre suas ideias. Portanto, claro que é de esperar que haja pessoas no centro,
apesar de ser a minoria dos casos. É muito mais comum encontrar padrões DENTRO dos
espectros, com preponderâncias de dois valores sobre os demais. E os casos mais comuns
são o conservador, o libertário, o globalista e o progressista.
Conservador (Vida e Propriedade): eu mesmo me considero um conservador. Mas é uma
realidade que muitos conservadores não sabem o que é conservadorismo ou não saberiam
definir o que é ser conservador se pegos de surpresa. Muitos deles acabaram se definindo
dessa forma por associarem o conservadorismo com uma agenda de proteção e valorização da
família e da propriedade privada. Além disso, é comum ver as pessoas confundindo o
conservadorismo com uma resistência à mudança (reacionário) e com o apego a uma
determinada tradição que se quer conservar. O fato é que o conservadorismo é muito mais
abrangente do que as pessoas imaginam, de modo que ele quase se confunde com o que é ser
de direita. E, na minha opinião, ele só não se confunde completamente com a direita por uma
questão de popularização de uma noção errada do que é o conservadorismo.
O americano Russell Kirk listou dez princípios do conservadorismo que é usado até hoje para
entender o que é essa posição. Alguns desses princípios podem ser usados para defender a
visão de que, de fato, o conservadorismo pode ser usado para definir alguém de direita. Nos
Estados Unidos, até hoje se usa o termo “conservador” (conservative) para definir alguém que
se considera de direita (enquanto a palavra “liberal” é usada para a esquerda). Kirk escreveu
dois livros que analisam o conservadorismo ao longo da história: A Mente Conservadora e A
Política da Prudência. E foi nesse segundo livro que ele consolidou os dez princípios do
conservadorismo.
1º Princípio: o conservador acredita que existe uma ordem moral perene. Que a ordem é
feita para o homem e o homem é feito para ela: a natureza humana é constante e as
verdades morais são permanentes. O primeiro princípio conservador de Kirk diz que existe
uma moralidade absoluta, um código moral específico que o conservador se sente propenso a
seguir. Falamos disso no capítulo 3, quando descrevemos os valores da direita como
derivados da mentalidade judaico-cristã. O conservador geralmente identifica esse código
moral judaico-cristão como aquilo que se quer preservar, não qualquer outro corpo de ideias
que eventualmente possam definir a cultura de um estado ou um país. Infelizmente, há muitas
pessoas que se dizem conservadoras e que escolhem uma tradição local ou uma religião com
valores totalmente diferentes do cristianismo como aquilo que se quer preservar. Esse é um
erro muito frequente entre os mais jovens, principalmente ligados a movimentos monarquistas
e eurasianos onde é comum encontrar defensores de um certo coletivismo.
2º Princípio: o conservador adere ao costume, à convenção e à continuidade. É o velho
costume que permite as pessoas a viverem pacificamente em comunidade; os
destruidores dos costumes acabam com mais do que eles sabem ou desejam destruir. Na
minha opinião, Kirk não escolheu bem as palavras ao construir o seu segundo princípio do
conservadorismo. De fato, há uma relação do conservadorismo com o costume e a tradição,
mas não é de se esperar que uma tradição abortista ou coletivista seja mantida por
conservadores. Os conservadores buscam aderir à continuidade da tradição judaico-cristã, não
de um igualitarismo comunitário ou de um socialismo progressivo. É nesse sentido que o
conservador adere à tradição. Do nosso ponto de vista, quando se acaba com aqueles costumes
derivados da cultura judaico-cristã, não são apenas eles que são desfeitos, mas também os
pontos de sustentação do direito à vida, à liberdade e à propriedade.
3º Princípio: conservadores acreditam no que pode chamar de princípio da
continuidade. Conservadores sentem que seus contemporâneos são anões nos ombros de
gigantes, capazes de ver mais longe que seus ancestrais por causa da grande estatura
daqueles que nos precederam no tempo. Creio que hoje isso ainda é possível ser dito de um
conservador norte-americano. Na visão de Kirk, o conservadorismo contemporâneo é
derivado de uma continuidade de costumes derivada das religiões judaico-cristãs e que se
moldaram por volta de 1776 com a Independência dos Estados Unidos. Entretanto, outros
países não têm uma tradição conservadora. O próprio Brasil não tem uma tradição
conservadora. Desde um escravagismo prolongado, passando por revoltas tenentistas e golpes
de estado socialistas, não podemos dizer que o conservadorismo moldou a nossa história.
Uma atitude mais coerente para a proteção das liberdades e da propriedade foi tomada em
1964, mas logo foi sequestrada por idiotas de esquerda (como Ernesto Geisel e João
Figueiredo) que facilitaram a criação da elite que impôs o controle de preços e salários na
década de 1980. Na realidade, quando o primeiro princípio do conservadorismo é bem
entendido, o terceiro se torna dispensável.
4º Princípio: conservadores são guiados pelo princípio da prudência (...). Qualquer
medida pública deve ser julgada por suas prováveis consequências de longo prazo, não
meramente por uma vantagem ou popularidade temporária. Sem querer ser chato, mas eu
também acho que o quarto princípio podia ser um pouco mais específico. Políticos de
esquerda também costumam pregar e aplicar políticas de vantagem duvidosa no curto prazo,
visando atender a uma agenda de longo prazo. Claro que boa parte das propostas de esquerda
são populistas mesmo (como elevação de salários, aumento de gastos públicos, grandes
projetos de construção e outras promessas), mas os esquerdistas também pregam meia dúzia
de políticas que só vão ter os resultados esperados no futuro, sacrificando parte de sua
popularidade no momento (como o aborto, o desarmamento, políticas ambientais). Uma
diferença notável em relação à direita é que a esquerda pelo menos prepara o seu público para
se sentir bem com uma política que vai demandar um sacrifício no curto prazo para “salvar o
mundo” ou “construir o socialismo” no longo prazo. Ou seja, quando conhecemos as agendas
de cada lado do espectro político, todos são guiados pelo que acham mais prudente.
5º Princípio: conservadores prestam atenção ao princípio da variedade. Eles sentem
afeição pela complexa proliferação de modos de vida e de instituições sociais há muito
tempo estabelecidos, em distinção à uniformidade convergente e ao igualitarismo
progressivo dos sistemas radicais. O quinto princípio realmente é uma observação
inteligente dos costumes conservadores. Já falamos que a direita é mais tolerante e mais
liberal com propostas e crenças diferentes. Há pessoas de direita que não caçam, mas que não
querem proibir os outros de caçar. Há direitistas que gostam muito dos animaizinhos, mas não
são loucos de querer proibir rodeios ou touradas. Há muita gente por aqui que não gosta de
armas, mas que não quer proibir os demais de terem seus arsenais. Eu mesmo não gosto da
religião umbanda, mas sou contra qualquer lei que proíba um umbandista de matar suas
galinhas nos rituais que eles fazem. Esse é um comportamento comum entre conservadores.
Veja que a coisa não funciona assim para a esquerda: eles querem proibir mulheres brancas de
usarem turbantes (alegando apropriação cultural), querem proibir rodeios e outras tradições
regionais, querem proibir a caça e o armamento civil, querem policiar o vocabulário com leis
idiotas que afetam a liberdade de expressão e querem até proibir os pais de disciplinarem seus
filhos com palmadas. Apesar de toda a propaganda enganosa, a direita é o lado tolerante e
diversificado do espectro político, enquanto a esquerda é uma ditadura do pensamento
composta por vários pelotões ultraespecializados.
6º Princípio: conservadores são atormentados pelo princípio da imperfeição humana. Os
conservadores sabem que a natureza humana sofre irremediavelmente de certas falhas
graves. Sendo que o homem é imperfeito, nenhuma ordem social perfeita poderá ser
alcançada. É outro princípio genial que Kirk descreveu e que mostra a aliança do
conservadorismo com a direita e o seu afastamento da esquerda. Pessoas de direita não têm a
esperança de que algum dia poderão manipular as vontades e impulsos dos demais. Nós não
somos deuses e nem queremos ser. A única coisa que fazemos é pregar uma postura mais
civilizada e moral para que nossos próximos saibam viver melhor em sociedade (o que inclui
a promoção das religiões judaico-cristãs). O sexto princípio do conservadorismo não é apenas
o reconhecimento das falhas dos seres humanos, mas também a consciência de que NÓS
FOMOS CRIADOS ASSIM e não podemos fazer muita coisa para melhorar se nós não
quisermos. Já na esquerda ocorre outra coisa: apesar de eles reconhecerem que HOJE o ser
humano tem suas falhas, eles acreditam no poder de criar um novo homem.
É por isso que as tentativas de implantar o socialismo sempre acabam com a morte de
milhares, milhões de pessoas. Para a esquerda, a tentativa de forçar o próximo a mudar (e
incorporar os valores comunistas) é legítima. Para a direita, não. É por isso que quando
alguém não se encaixa em uma sociedade conservadora, o máximo que pode acontecer é o
sujeito ser multado, preso ou morto. Já em sociedades de esquerda, os inimigos do povo são
humilhados, torturados, exterminados, mandados para campos de concentração e
atormentados. Enquanto a direita trata o delinquente individualmente, a esquerda escolhe
grupos de delinquentes para combater (seja a classe burguesa, sejam os cristãos, sejam os
brancos, sejam os ricos, sejam os empresários, entre outros inimigos).
7º Princípio: conservadores estão convencidos de que a liberdade e a propriedade estão
fortemente ligadas. Separe a propriedade da possessão privada e o Leviatã se tornará
mestre de todos. Grandes civilizações foram erguidas sobre a fundação da propriedade
privada. Esse é outro princípio que aproxima o conservador (no entendimento norte-
americano) da direita. No Brasil, é comum confundir o conservador com alguém com uma
agenda pró-família e que defende a propriedade privada, mas que deixa passar alguns
excessos contra a liberdade pelo bem coletivo. Essa é uma visão errada do conservadorismo.
O próprio Kirk assume que conservadores sabem que não se pode separar a manutenção da
liberdade com a da propriedade. Propriedade e liberdade são valores para o conservador, o
que concorda com o corpo de valores da direita.
Nos Estados Unidos, o conservador é visto como um defensor do capitalismo e da liberdade.
É por isso que há tanta confusão em outros países para entender a classificação norte-
americana de direita e esquerda como uma dicotomia entre conservadores e liberais. Quando
se fala de conservador por lá, TODOS JÁ SABEM que o cidadão vai defender
aguerridamente a liberdade e a propriedade. Desde a época de Kirk, já havia essa noção de
que a direita americana era o que sustentava a liberdade e a propriedade no campo político, e
isso não mudou. Por outro lado, os americanos chamam de liberais todos os que pregam a
flexibilização dos costumes e a assimilação de valores estranhos à “ordem moral perene”. A
libertação dessa ordem moral absoluta é que define a esquerda americana como “liberal”.
8º Princípio: conservadores defendem a comunidade voluntária, assim como eles se
opõem ao coletivismo involuntário. Embora os americanos tenham se apegado
fortemente aos direitos privados e de privacidade, eles também foram notórios por seu
bem-sucedido espírito de comunidade. O oitavo princípio de Kirk reflete esse apego à
liberdade ao passo que defende a adesão voluntária à vida em comunidade. Mais uma vez,
existe um paralelo com o que definimos nos valores de direita. É inevitável que haja um
governo para operacionalizar a relação entre as pessoas, mas ele não pode se tornar um
instrumento para equalizar todo mundo. A vida em comunidade deve respeitar as diferenças
legítimas que existem entre as pessoas. Qualquer tentativa de impor “coletivismos
involuntários” (desarmamentos, redistribuição de renda, proibição da herança, entre outras
medidas) é vista como uma agressão aos princípios que guiam um conservador. E é por isso
que é comum ver entre conservadores uma defesa perspicaz do capitalismo e do livre
mercado, enquanto na esquerda vemos os promotores desses “coletivismos involuntários”.
9º Princípio: os conservadores percebem a necessidade por restrições prudentes sobre o
poder e sobre as paixões humanas. Politicamente falando, poder é a habilidade de fazer
o que se quer, a despeito das vontades dos seus próximos. Esse é outro princípio que vai ao
encontro do que falamos. O poder não é um valor para a direita. Há necessidade de impor
limites aos poderes que podem afetar os direitos à vida, à liberdade e à propriedade. Na
agenda conservadora, a restrição do poder governamental ganha prioridade, convergindo para
o que falamos. Governo e estado são ferramentas importantes, mas que podem se tornar
perigosas quando crescem demais. Por isso que, politicamente, é importante criar limites,
pesos e contrapesos ao funcionamento do governo, de modo a garantir que ele jamais cresça
além do que é saudável em um país livre. Ao mesmo tempo, culturalmente, o entendimento
das paixões humanas torna o conservador um sujeito cauteloso e que busca aquela ordem
moral perene da qual Kirk fala em seu primeiro princípio.
Por outro lado, a escolha de palavras de Kirk abre espaço para aproximar pessoas de esquerda
a esse princípio. Veja que a busca por restrições ao poder e às paixões humanas, do ponto de
vista conservador, resulta na consciência dos vícios humanos que impõe a necessidade de
CONTROLAR o governo, diminuindo o poder do estado. Já do ponto de vista da esquerda, a
mesma premissa pode ser usada para justificar justamente a fortificação de meios para
controlar as paixões humanas. Ou seja, pode-se pensar que é bom ter um estado forte para
suprimir os desvios e vontades individuais que atrapalham a vontade “da maioria” ou da
coletividade. Por isso, eu mudaria o nono princípio para algo que deixasse claro que há uma
consciência de que o poder do estado deve ser limitado e controlado para evitar atentados
contra os direitos e garantias fundamentais.
10º Princípio: o conservador pensante entende que permanência e mudança devem ser
reconhecidas e reconciliadas em uma sociedade vigorosa. O conservador não se opõe ao
melhoramento social, apesar de duvidar sobre se há um Progresso místico (...)
trabalhando no mundo. Enfim, o décimo princípio diz basicamente que o conservador é
sensato. Que ele deve saber que alternância de poder e continuidade são estados normais em
sociedades livres. Esse princípio também mostra a visão de Kirk de que os conservadores não
têm nenhum problema com políticas que melhoram a vida das pessoas. Inclusive, essa é a
regra. Entretanto, esse caminho segue princípios bem definidos e tem limites de atuação que
andam de acordo com aquela “ordem moral perene”. Kirk menciona esse Progresso (com “p”
maiúsculo) talvez em referência ao movimento progressista, que tem uma agenda e que sabe
para onde vai, como se houvesse uma gravidade puxando a humanidade para um socialismo
brando. O conservador se opõe a essa visão, o que exclui do movimento vários grupos de
idiotas que se dizem conservadores, mas que na verdade não são (como os integralistas, os
eurasianos, os tradicionalistas, os seguidores cegos da Doutrina Social da Igreja, entre outros).
Portanto, podemos concluir que o conservador é de direita. Dentro de uma definição mais
esclarecida, que leva em consideração o movimento norte-americano e parte do que se
popularizou como conservadorismo no resto do mundo, podemos dizer que o conservador tem
em sua matriz de valores o respeito à vida, à liberdade e à propriedade (e não apenas à vida e
à propriedade como muitos pensam). Como eu já disse, eu mesmo me defino como um
conservador. Quando apresento minha postura política, digo sempre que sou um conservador-
libertário, para deixar claro que além da costumeira agenda a favor da vida e da família,
persigo uma agenda de defesa da liberdade e da propriedade. Eu faço isso porque em muitos
lugares essa definição de conservadorismo ainda não se popularizou. No Brasil, ainda há
alguma confusão sobre o que é ser conservador (graças ao desserviço daqueles grupos que se
dizem conservadores, mas que não são, como eu mencionei). Por isso acho saudável incluir o
adjetivo “libertário” ao posicionamento conservador, de modo a deixar clara a minha adesão a
uma agenda de direita. Mas agora, o que é ser libertário?
Libertário (Liberdade e Propriedade): do mesmo modo que muitos confundem o
conservador com alguém que liga apenas para a família e a propriedade, deixando de lado a
liberdade, é comum que se confunda o libertário com um sujeito que presta atenção apenas
para a liberdade e a propriedade, negligenciando a vida. O consenso é que há uma posição
elevada da liberdade no sistema de valores do libertário. E é por isso que, apesar de toda a
confusão sobre definições e preconceitos, os libertários ainda estão mais para a direita do que
para a esquerda no espectro político. O que ocorre na prática é que não há propriedade privada
sem liberdade, e nem liberdade quando não se pode possuir coisas. Ou seja, liberdade e
propriedade estão intrinsecamente ligadas. Desse modo, podemos classificar os libertários em
dois grupos principais: o libertário anarquista (ou pseudolibertário) e o minarquista (ou
libertário clássico, conservador-libertário).
O libertário anarquista é, na verdade, um pseudolibertário, uma vez que tradicionalmente não
reconhece a propriedade privada como um princípio construtivo para a civilização. Desde
SEMPRE, os anarquistas se alinham aos socialistas para alcançar a sociedade sem classes e
sem governo conhecida como “comunismo”. Mais recentemente, foi criado um movimento
chamado anarcocapitalista para reunir os anarquistas que reconhecem a propriedade privada e
que acreditam no advento de um mundo com classes e sem governo, mas há muitas
contradições nele. Já o minarquista seria o libertário clássico, um cidadão como qualquer
outro que tem suas preocupações políticas, mas com uma agenda que enfatiza a defesa da
liberdade. Note que na definição clássica de libertarianismo não há contradição com os
valores tradicionais da direita e da cultura judaico-cristã. Na verdade, foram cristãos e judeus
que primeiro defenderam uma proposta política de liberdade.
Um problema que tem ocorrido muito nos nossos dias é a confusão causada por libertários
que vieram de berço esquerdista. Por exemplo, quando se fala em casamento homossexual,
um grupo de libertários compra integralmente a proposta da esquerda, de criar uma lei para
que todos reconheçam a união entre duas pessoas do mesmo sexo como se fosse um
casamento como qualquer outro. É como se eles não percebessem que quando o governo nos
diz O QUE PENSAR sobre o relacionamento entre duas (ou mais) pessoas (ou animais, ou
objetos), já não se tem liberdade. Por exemplo, eu posso querer criar um clube tradicional
exclusivo para famílias bonitinhas, com papai, mamãe e filhinhos. Se houver uma lei que me
obrigue a tratar o casal de dois barbudos e um chihuahua como um casamento, eu posso ser
processado por eles se eu negar a filiação ao clube. Do mesmo modo, se um empresário tiver
uma empresa de saúde com planos familiares, ele não poderá negar o plano familiar ao casal
de barbudos com seu chihuahua.
Ou seja, na tentativa de parecer “prafentex”, muitos libertários acabam comprando
integralmente certos pontos da agenda da esquerda. Mas quando eles fazem isso, eles sempre
se afastam do foco original do pensamento libertário, a promoção de políticas que mantenham
e garantam a liberdade, e não que imponham novas formas de pensar a quem não quer. É o
caso do aborto. Não há nada que diga que defender o aborto seja bom para a defesa da
liberdade, a menos que se tenha uma noção de libertarianismo que consista em poder fazer de
tudo, inclusive praticar crimes como assassinato e roubo. A defesa do aborto, na verdade,
acaba roubando vidas. Mas basta qualquer besta socialistas fazer um discurso sobre “o direito
da mulher sobre o próprio corpo” que a anta pseudolibertária esquece que a mulher não tem o
direito de tirar uma vida, mesmo que esteja dentro dela. Felizmente, muitos acabam se dando
conta desses dois problemas que afetam o movimento libertário contemporâneo e ajustam
suas posições para uma militância mais conservadora.
Progressista (Igualdade): o progressista é o sujeito que compra a agenda da esquerda por
causa da possibilidade de ver o mundo igualitário sem classes ainda em seu tempo de vida.
Sabemos que isso nunca irá acontecer, mas eles não ligam. Nada na agenda deles parece levar
em consideração a importância da vida, da liberdade ou da propriedade. E nem parecem estar
muito interessados em debater suas propostas políticas, já que eles geralmente estão na base
dos movimentos de esquerda. Muita gente ouve esse termo nos dias de hoje, “progressista”, e
não sabe do que se trata. Muitos acabam assumindo que “ser progressista” é adotar uma
postura boa para o “progresso” de uma forma genérica, dando uma conotação boa à palavra.
Na verdade, o que se estabeleceu é que o progressista é aquele que adota uma agenda
progressiva na direção da sociedade igualitária. Os progressistas querem o progresso na
direção de um mundo onde todos são iguais.
É a mesma confusão que acontece com o termo “desenvolvimento sustentável”. Muita
gente ainda acha que desenvolvimento sustentável é criar uma forma de crescimento
econômico que se sustente ao longo do tempo. Nada mais errado: o termo foi
desenvolvido por globalistas para manipular os progressistas na direção do socialismo.
Desenvolvimento sustentável é aceitar limites de crescimento e normas de produção que
levem em consideração o meio ambiente, os direitos dos animais e propostas de controle das
decisões políticas dos países burros o suficiente para comprarem essa agenda. Por isso que é
comum o progressista ser totalmente a favor do desenvolvimento sustentável, já que é
uma forma de impor igualdade econômica (todos mais pobres) e cultural (todas as
criaturas são iguais e intituladas com os mesmos direitos, menos os fetos e bebês
humanos, claro).
Você não irá encontrar muitos progressistas de direita, só aqueles que ainda não sabem o que
é progressismo e não apoiam em nada a agenda progressista. Todos os progressistas são, de
fato, de esquerda. Um dos apelos do progressismo é que muitos utilitaristas acabam indo para
aquele lado. Por exemplo, alguém que é a favor do desarmamento porque ouviu falar que a
criminalidade diminuiria (na verdade, a criminalidade aumenta quanto menos armas a
população tem), tende a preencher as fileiras do progressismo. A pessoa que concorda com o
controle sobre a propriedade (como a proibição da distribuição de sacolas plásticas) porque
crê em benefícios (mesmo que subjetivos), tende a ser progressista. O cidadão que prega o
aborto como uma forma de diminuir a pobreza, não passa de um utilitarista que facilmente se
sentiria em casa em grupos progressistas.
Não é por acaso que as piores invenções dos últimos séculos acabaram encontrando
plataforma nos movimentos progressistas de suas épocas. Controle populacional, políticas de
expansão de gastos, keynesianismo, racismo político, eugenia e a criação de uma organização
internacional para controlar o mundo, são todas propostas que progressistas de várias épocas
apoiaram. Note que o progressista não é um conservador. Não há nada que ele se sinta
propenso a conservar. Para ele, não há uma moralidade perene que diga que há alguns
princípios que devem ser resguardados. Se alguém conseguir convencê-lo de que tal política
vai ser boa para uma maioria, ele costuma estar dentro. Por isso que há tanta gente se
dizendo progressista por aí: é fácil se apresentar como uma pessoa de bem defendendo
propostas que “especialistas”, “cientistas”, “médicos”, dizem que vão beneficiar a todos.
Globalista (Poder): o globalista é o esquerdista que coloca a busca por uma forte estrutura de
controle em primeiro lugar. Atualmente, os globalistas estão associados a uma tentativa de
implantar um socialismo de mercado, mantendo em algum grau a propriedade privada.
Praticamente todo globalista pode se dizer um progressista, apesar de muitas vezes fazer
concessões para a direita com o objetivo de se fortalecer. O globalista não é apenas a pessoa
que quer ter poder. Ele também busca a implantação da sociedade igualitária (assim como os
progressistas), mas no seu cálculo de decisões existe espaço para concessões quando isso
aumenta o seu poder, ou da organização que ele acredita caminhar naquela direção.
O globalista não costuma estar na base dos movimentos de esquerda. Ele geralmente é
colocado em uma posição de formador de opinião ou de administração de alguma ONG ou
organização socialista. Empresários com uma ideologia de esquerda também costumam estar
entre as fileiras dos globalistas, principalmente para levantar barreiras de entrada para seus
negócios (alegando cuidados ambientais ou preservação de culturas ou espécies) ou
financiamento para suas empresas que, naturalmente, não conseguiriam sobreviver em uma
sociedade livre (como consultoria para direitos ambientais ou dos direitos dos animais). Há
muitos globalistas em ONGs ou empresas que não sobreviveriam sem seus contatos com o
poder.
Por exemplo, suponha que você está em um país em crise. Você gastaria dinheiro para
contratar palhaços para falar como o seu negócio pode ser mais “amigável com o meio
ambiente”? Suponha que você está em um país que não tem uma lei estúpida de licitação
cheia de pegadinhas. Você pagaria por consultorias para fazer “estudos de impacto
ambiental”? Não. Esses “serviços”, e muitos outros, não teriam demanda se não fosse a
disposição dos socialistas para criar leis estúpidas que garantem o emprego dos seus amigos
globalistas. O globalista busca um controle mundial sobre todos os países. Ele tem a ideia de
que os países devem abrir mão de suas soberanias e entregá-las a um fórum internacional que
sabe melhor qual é a necessidade dos seus cidadãos. Ele é centralizador e não gosta quando os
países decidem algo com base no interesse de suas populações.
O globalista não vai gostar se você não quiser colocar um limite nas emissões de carbono do
seu país porque você sabe que seu emprego pode ser eliminado. Ele na verdade não está nem
aí para o seu emprego (e muitas vezes, ele não está nem aí para o meio ambiente também), o
que ele quer é o controle sobre você. O globalista detesta quando o seu país resolve dar as
costas para a agenda feminista e abortista da ONU. O interesse dele é que você compre a
agenda da ONU mesmo sem estar certo sobre os benefícios dela, já que ELE SABE POR
VOCÊ o que é melhor para o seu país. O globalista inventa limitações às ações regionais para
poder controlá-las melhor. O desejo dele sempre está relacionado com aumentar o poder que
ele tem sobre as decisões que VOCÊ deveria tomar.
Ele inventa que a preservação da lagartixa azul de barriga rosa é uma desculpa legítima para
violar a propriedade privada de um ou para agredir a vontade coletiva de outros (como a
construção de uma estrada ou de uma hidrelétrica). O globalista cria aberrações como
“direitos dos animais” ou “direito dos vegetais” para interferir em pesquisas que estão sendo
feitas para beneficiar os seres humanos ou para conduzir a produção dos países burros o
suficiente para seguir a agenda dele na direção que ele quiser. Ele constrói artifícios como
“tombamentos” e “áreas de conservação” para tirar da população de uma região o poder sobre
a administração dos seus meios para o bem-estar local. Desde os iluminados, passando pelos
jacobinos e pelos socialistas fabianos (como deixa bem claro H. G. Wells), o globalismo
sempre foi sobre PODER e CONTROLE.
6. Como a Esquerda Corrompe a Humanidade
Você já deve ter ouvido falar das coisas horríveis que os socialistas de todas as vertentes já
fizeram, não ouviu? Você deve ter ouvido falar do Holocausto produzido pelos nacional-
socialistas, onde milhões de judeus foram mortos em campos de concentração. Deve ter
ouvido do Holodomor, quando os comunistas de Stalin mataram milhões de ucranianos no
começo dos anos 1930. Talvez tenha ouvido falar do genocídio promovido pelos turcos
otomanos contra a população armênia em 1915 e que ceifou a vida de quase dois milhões de
cristãos. Ou então de como os comunistas do Camboja mataram quase 20% da população.
Quando governos e grupos tiram vidas, as pessoas se alarmam mais. Mas outras políticas
chocantes foram registradas ao longo da história que, por algum motivo, as pessoas parecem
não lembrar com tanta frequência quando elencam os “piores momentos da humanidade”.
Poucos lembram (ou sabem) da expropriação massiva de terras (sem indenização) promovida
pela China durante o “Grande Salto para a Frente” que contribuiu para os cerca de 40 milhões
de mortos atribuídos aos socialistas chineses. Poucos falam que antes da montanha de mortos
que se acumulou na União Soviética, os comunistas roubaram as terras de praticamente todo
mundo.
Outro caso bem interessante foi a imposição da propriedade coletiva na Tanzânia de Julius
Nyerere (e em vários outros países africanos que abraçaram o socialismo depois de 1960),
resultando na morte de milhares de pessoas pela queda da produção gerada pela política. Mas
esse caso poucos conhecem porque, bem, os socialistas nas escolas não estão interessados que
as pessoas saibam que a culpa do fracasso econômico africano é do socialismo. O que quero
dizer é que mesmo que coloquemos de lado a parte mais grave, as mortes, as pessoas parecem
não se incomodar com os ROUBOS EM MASSA promovidos pelos governos ao longo da
história.
O ROUBO praticado por governos, ou seja, a expropriação unilateral da propriedade privada,
sem e com indenização, seja visando a utopia comunista, seja com a desculpa de “melhorar a
vida do povo”, seja com a intenção de promover um “mundo melhor”, é totalmente
negligenciada por muita gente em todas as épocas. Por que isso acontece? Os roubos em
massa promovidos por governos socialistas deveriam ser vistos com tanto medo quanto o
genocídio que esses roubos provocam. No entanto, nos programas e estatutos de meia dúzia
de partidos comunistas e socialistas em países ocidentais encontramos EXATAMENTE
ESSAS PROPOSTAS.
Outro absurdo que tem sido visto com relativa negligência é o ROUBO DA LIBERDADE da
população praticada por governos tirânicos. Como já vimos, Alexis de Tocqueville chamaria
isso de “ditadura da maioria” e até sociedades vistas como “democráticas” podem acabar
incorrendo nesse crime quando o seu povo se corrompe. Recentemente, o governo russo
proibiu cristãos de evangelizarem fora de suas igrejas. Na Coreia do Norte, o governo nem
permite que cristãos existam. Na Arábia Saudita, eles até toleram os cristãos, desde que sejam
de outros países e não carreguem bíblias, porque se forem pegos com uma Bíblia na rua,
podem ser mortos. Como e por que o absurdo se torna comum ou “tolerável”? O que move
esses “monstros” que querem acabar com a propriedade, a liberdade e a vida das pessoas?
Neste capítulo, iremos ver como não é o comunismo ou o nazismo, ou qualquer outra
ideologia, que mata, rouba e oprime. São PESSOAS (seres humanos como eu e você, pelo
menos biologicamente) com ideias comunistas, socialistas, ou seja lá que aberração elas
tenham abraçado, que apertam botões, cuidam da logística e executam as tarefas mais
pusilânimes envolvidas no assassinato, no roubo e na opressão coletiva. Vamos ver como elas
se transformam em agentes políticos da morte e da opressão, defendendo arrogantemente
ideias e propostas que seriam consideradas ABSURDAS para qualquer pessoa educada de
bem. E quais são os mecanismos que levam essas pessoas a se transformarem em verdadeiros
monstros capazes de matar crianças, tirar você da sua casa e prender inocentes, sem ter muito
peso na consciência.
Pior, vamos ver como a “mão-de-obra” necessária para a operação de câmaras de gás, campos
de concentração, confisco coletivo de propriedade, entre outras medidas ABSURDAS que
levam à morte, ao roubo e à opressão, já pode estar ao nosso lado. Como o nazista que as
pessoas tanto demonizam pode ser o seu vizinho, o seu colega ou até o seu amigo. Como o
comunista que nunca teve problemas para matar e roubar pode estar na televisão querendo
votos para dar prosseguimento aos seus planos cruéis. Como o genocida que tanta gente teme
pode estar no altar da sua igreja ou ensinando os seus filhos. E, PIOR AINDA, como apesar
de dizerem EXATAMENTE o que estão dispostos a fazer e o que querem, NINGUÉM
PARECE LIGAR.
6.1. Como Tudo Começa
Tudo começa com um absurdo e com sua aceitação por um grupo de pessoas. Infelizmente, os
seres humanos têm uma capacidade incrível para abraçar ideias absurdas. Vamos definir aqui
que, politicamente, absurdo seria tudo que atenta contra a vida, a liberdade e a
propriedade de inocentes de forma CLARA e OBJETIVA. É importante que você tenha
lido o livro até aqui para entender porque o absurdo político é apenas o que atenta contra esses
direitos das pessoas inocentes. O confisco daquilo que o bandido TEM não é um absurdo,
porque muitas vezes o bem nem era dele. Cidadãos podem cometer erros que geram multa e
não há nenhum problema nisso. O confisco da propriedade de alguém que comete uma
infração moral não é um absurdo e não temos nenhum problema com isso. Portanto, o absurdo
começa quando se retira de alguém aquilo que ela conquistou com o seu trabalho ou recebeu
por direito (como herança).
Retirar a liberdade de um ladrão ou de um criminoso que tenha cometido algo grave, também
nunca foi um absurdo. Nós prendemos bandidos, não prendemos? O problema não é prender
bandido: o absurdo é prender trabalhadores honestos porque ousaram comprar uma arma para
defender sua família ou donos de mercados que quiseram vender suas mercadorias por um
preço ou uma condição diferente do que o governo mandou. Portanto, para uma pessoa
esclarecida e de bem, tirar a liberdade de um culpado não é nenhum absurdo. E eu nem
precisaria estar dizendo isso, porque até os socialistas defensores de bandidos não têm
nenhum problema com a montanha de prisioneiros políticos feitos pelas tiranias que eles
apoiam. O absurdo é a manipulação arbitrária do direito dos inocentes.
Quando falamos sobre a vida, mostrei que não há nada de errado com a pena de morte para
pessoas que cometeram crimes horríveis. Hitler não merecia a pena de morte? Um pedófilo
que abusou e matou várias crianças não perde o direito de viver? Não estamos justificados
quando matamos aquele que está na iminência de tirar as nossas vidas ou de atirar contra
alguém que amamos? Esses estupradores que estão surgindo que sequestram mulheres para
mantê-las trancadas durante anos, submetendo-as a abusos sexuais constantes, não deveriam
estar mortos? Ou os membros desses círculos de pedofilia que aos poucos estão sendo
revelados, que traficam crianças para serem abusadas e acabam matando elas depois, não
deveria haver penas particularmente rigorosas para eles? Então, quando falamos da aplicação
da justiça, não há nada de errado com tirar à vida de alguém. O absurdo está na aceitação da
morte de inocentes ou na sua aplicação desproporcional ao erro cometido.
E o que acontece é que o absurdo dificilmente é vendido em sua forma final. Hitler não
chegou ao poder dizendo que iria matar e roubar. Lênin mentiu para muita gente sobre suas
intenções antes de impor um regime genocida na União Soviética. O socialismo moderno se
expandiu por meio de sociedades secretas que escondiam suas verdadeiras intenções do
público externo. Claro, sempre há cretinos para comprar os absurdos finais logo que as
propostas são apresentadas, mas muita gente ainda reluta em abraçar coisas como infanticídio,
genocídio, roubo e “proibir padeiros de vender pão por unidade”. No início da propagação
dessas ideias, dificilmente as pessoas têm contato com a versão final da aberração.
Dificilmente elas OUVEM alguém dizer que quer confiscar bens sem indenização ou matar
aqueles que discordam das suas ideias. As propostas absurdas sempre são inicialmente
vendidas de forma adocicada.
Por exemplo, você provavelmente não sabe que o príncipe Felipe da Dinamarca (também
duque de Edimburgo) disse que, se “fosse reencarnar, gostaria de voltar como um vírus
mortal, para contribuir com algo que resolvesse o problema da superpopulação”. O desejo de
ser uma doença para matar muita ou pouca gente é um ABSURDO e mostra as
intenções de quem o expressou. Mas tal afirmação foi convenientemente escondida porque
as forças que querem diminuir a população do planeta sabem como pessoas NORMAIS
reagem a tal tipo de absurdo. Esse ódio contra o homem não é exclusivo das famílias reais
europeias. No primeiro editorial da revista “The Ecologist”, a humanidade também é
comparada com “parasitas” e é vista como uma “doença”. Em uma publicação de 1974
chamada “Mankind at the Turning Point”, os arautos do Clube de Roma dizem: “A
terra tem um câncer, e o câncer é o HOMEM”. Esse tipo de afirmação ficou escondido
do grande público por uma questão de CONVENIÊNCIA para avançar uma agenda.
Os mais céticos podem ainda estar duvidando desse tipo de agenda, mas há PROVAS de que
pelo menos na agenda globalista houve SIM um empenho da grande mídia para esconder o
avanço desses planos absurdos do grande público. Em um discurso de 1991, David
Rockefeller disse: “Nós somos muito agradecidos ao Washington Post, ao New York
Times, à revista Times, e outras grandes publicações cujos diretores participaram de
nossas reuniões e respeitaram as PROMESSAS DE DISCRIÇÃO por quase quarenta
anos. Teria sido impossível para nós desenvolver NOSSO PLANO PARA O MUNDO se
nós estivéssemos submetidos às LUZES CLARAS DA PUBLICIDADE durante esses
anos. Mas agora o mundo está mais preparado e sofisticado para marchar rumo ao
GOVERNO MUNDIAL. A soberania supranacional de uma elite intelectual e
banqueiros internacionais é certamente preferível à autodeterminação nacional
praticada nos últimos séculos”.
Infelizmente, não foi apenas com editores de grandes jornais e revistas que os globalistas
contaram para promover os seus absurdos. Você verá que essas forças que transformam
pessoas normais em monstros assassinos também tiveram o apoio de outros instrumentos para
avançar suas ideias malucas: o POLITICAMENTE CORRETO, a criação em massa de ONGs
e fundações, a engenharia social direcionada e a infiltração em escolas e universidades. No
próximo tópico, irei explicar como cada uma delas participa da promoção do absurdo e
facilita a transformação de seres humanos normais em assassinos, terroristas e ladrões.
6.2. Como o Absurdo Contamina e Transforma a Sociedade
Um dos grandes problemas da viralização do absurdo é sua propagação não para no indivíduo:
se as pessoas não tiverem os devidos anticorpos, ele transforma a SOCIEDADE. Quanto mais
a ideia absurda se propaga, mais ela produz efeitos secundários e terciários que ajudam na
projeção da ideia. E os grupos responsáveis dispõem de algumas ferramentas para ajudar na
propagação dos seus absurdos. Infelizmente, essas ferramentas têm um efeito sinergético que
aumenta a força do conjunto na injeção dessas propostas na cabeça da sociedade. Ou seja,
quanto mais espaço o absurdo ganha, mais força ele tem para crescer ainda mais. Vamos ver
quais são essas ferramentas e como elas funcionam.
1. Politicamente Correto: a ferramenta mais conhecida para a proteção e propagação do
absurdo se chama “politicamente correto”. O politicamente correto é uma forma de controle
do discurso para conduzir a sociedade na direção de uma censura social que, de fato, acaba
com a liberdade de expressão. O politicamente correto protege e projeta o absurdo de modo
sutil, mas extremamente eficaz. Ele alcança seus objetivos de três formas: evitando que o
absurdo seja criticado, criando um vocabulário que CONDENA a normalidade e
abraçando eufemismos que adocicam o comportamento absurdo.
No primeiro caso, o politicamente correto cria um ambiente que prega uma “tolerância”
direcionada ao absurdo. Por exemplo, quando lemos o Corão ou as hadiths islâmicas,
descobrimos que Maomé se casou com uma criança de seis anos de idade e dormiu com ela
quando a menina tinha apenas nove anos. No entanto, o politicamente correto cria um
ambiente que desencoraja a expressão do óbvio: “Maomé era pedófilo”. No Brasil, um senhor
foi perseguido por dizer uma verdade: “aparelho excretor não reproduz”. O que nos permite
reproduzir é o aparelho reprodutor (dã), que apesar de ter alguns elementos em comum com o
aparelho excretor, é o verdadeiro responsável pela reprodução. No entanto, o cidadão foi
perseguido como se fosse um criminoso apenas porque falou a verdade. Outro exemplo é que,
apesar de nos Estados Unidos 81% dos brancos e 97% dos negros serem mortos por negros,
não se pode dizer: “os negros estão matando mais do que os brancos”. Se alguém tenta dizer
isso, é logo chamado de racista ou fascista. Até os próprios negros. Entretanto, não se pode
colocar a culpa na cultura racial-socialista que muitos negros têm adotado e que, sim, está
produzindo mais assassinos entre eles que em outras etnias, pelo menos nos Estados Unidos.
O politicamente correto também protege os absurdos criando termos e expressões que
CONDENAM a normalidade. Se você não abraça o absurdo, você é ofendido e nem se dá
conta disso. Por exemplo, qualquer conservador que seja contra o casamento gay é chamado
de “homofóbico”. E não importa o que VOCÊ, pessoa normal, pensa que significa homofobia.
O politicamente correto tem a sua própria interpretação: homofóbico é alguém que despreza,
detesta, morre de raiva, odeia, homossexuais. Mesmo que isso não seja verdade, é isso que as
pessoas que rotulam os conservadores pensam. Do mesmo modo, se você é contra a cultura
islâmica porque descobriu que Maomé era pedófilo e que os muçulmanos não toleram cristão,
você, pessoa normal, é chamado de “islamofóbico”. Na dúvida, quando o cidadão
lobotomizado pelo politicamente correto não sabe do que chamar alguém que não concordou
com o que ele falou, ele tacha o sujeito de “intolerante” ou “fascista”. Claro, porque chamar
quem não concorda com os ABSURDOS da esquerda de intolerantes e fascistas
SEMPRE foi aceito pelo politicamente correto. E você sabe disso. E dessa forma, o
politicamente correto também ajuda a proteger o intolerável.
E o terceiro modo que o politicamente correto atua é no sentido de PROJETAR a ideia
absurda como se fosse inofensiva. Ele faz isso criando palavras que tiram o significado do
absurdo inicial e confundem a cabeça do público-alvo. Dois acadêmicos europeus que
defendem a morte de bebês VIVOS depois do parto, escreveram em um artigo: “Nós
propomos chamar essa prática de ‘aborto pós-parto’ no lugar de ‘infanticídio’, para
enfatizar que o status moral do indivíduo morto é comparável ao do feto (no qual
‘abortos’ no sentido tradicional são praticados), e não ao de uma criança”. Lindo, não?
Eles sabem que estão lidando com um indivíduo. Eles sabem que as pessoas NORMAIS
entendem aquilo como um INFANTICÍDIO. Mas por que não mudar o nome para que as
pessoas mais burras apoiem essa ideia sem saber, não é? De forma parecida, criou-se o termo
“multiculturalismo” para que o cidadão aparentemente normal abrace os absurdos de outras
culturas. Se você defende o direito de muçulmanos se casarem com crianças, você não é um
retardado pedófilo, você é só multiculturalista. Se você protege o direito de certas tribos
indígenas praticarem infanticídio em bebês que nasceram doentes, você não é um vagabundo
retardado, é só um cidadão com uma agenda multicultural.
2. Criação de Centros de Comando com Financiamento: quando uma região tem um
número razoável de idiotas, os promotores do absurdo podem consolidar sua base de apoio em
organizações que administram a propagação e o financiamento da insensatez. Nem sempre
eles são claros quanto às suas intenções. Inicialmente, eles costumam camuflar os seus reais
interesses, como fizeram o Greenpeace, o WWF, a ONU e tantas outras aberrações que
acabaram sendo desmascaradas com o passar do tempo. Elas se apresentam como
organizações honestas e bem-intencionadas (no sentido politicamente correto), de modo que
quando pedem contribuições, doações e ajuda, as pessoas não desconfiam que estão ajudando
a construir as algemas e os campos de concentração onde eventualmente serão mortas.
Muito fazendeiro deve ter comprado, num primeiro momento, o papo-furado ambientalista do
Greenpeace para, só depois, sentir na pele os impactos negativos da atividade dessa
organização. Muitos comerciantes devem ter apoiado ingenuamente algum idiota do Partido
Verde sem saber que, quando ele chegasse ao poder, iria proibi-los de usar sacolas plásticas e
plantar fiscais para persegui-los e multá-los por não seguir as normas insustentáveis da
sustentabilidade. Sabemos que muitos camponeses que chegaram a fazer parte do MST
acabaram perdendo mais do que tinham ou foram forçados a fazer o que não queriam. Bem,
são os idiotas colhendo os frutos da própria idiotice. Contudo, muito disso é fruto do modo
como os promotores do absurdo camuflam suas intenções para vender sonhos aos ignorantes.
Mas o absurdo também pode ser vendido na sua forma pronta, de modo que só um verdadeiro
cretino acaba seduzido por ele. Por exemplo, desde a primeira edição da revista The Ecologist
(O Ecologista), o editorial trata os seres humanos como “parasitas” e a humanidade como
“doença”. Eles nunca esconderam isso e, ainda assim, muitos idiotas acabaram assinando e
dando crédito à revista. Outro exemplo é a NAMBLA (ou Associação Norte-Americana do
Amor entre Homens e Garotos), que tem escritórios em Nova Iorque e na Califórnia
(justamente os currais eleitorais do Partido Democrata) e prega ABERTAMENTE a
PEDOFILIA HOMOSSEXUAL. A NAMBLA não camufla ou disfarça suas intenções. Ela
diz abertamente que defende a pedofilia e um monte de cretinos apoia a organização.
Inclusive durante algum tempo a ONU deu filiação a uma associação que tinha essa mesma
NAMBLA como filiada (a Associação Internacional de Gays e Lésbicas).
Às vezes a organização expõe logo de cara a sua agenda absurda, às vezes não. É uma questão
de estratégia. Claro que existem aquelas organizações que são sequestradas e infiltradas aos
poucos por esses grupos. Por exemplo, foi revelado no começo da década de 1950, por uma
filiada ao Partido Comunista dos Estados Unidos (chamada Bella Dodd), que “nos anos 1930,
nós enviamos 1.100 homens aos seminários para destruir a Igreja Católica por dentro”.
Alguns anos depois, começaram a aparecer diversos casos de pedofilia e outras acusações que
enfraqueceram a imagem daquela igreja nos Estados Unidos. Não é demais imaginar que isso
não ocorreu só nos Estados Unidos, mas em todos os países onde os comunistas puderam se
organizar em partidos. Em 1972, a freira católica Marie Carré contou a mesma coisa no livro
“AA-1025: Memórias da Infiltração Comunista na Igreja Católica”, só que com eventos
ocorridos na França. Ou seja, mesmo organizações boas podem se tornar alvos dos
promotores do absurdo.
3. Engenharia Social: outra ferramenta muito usada para espalhar a insensatez é a engenharia
social. Entenda por engenharia social a transformação ou criação de grupos de pessoas que
podem ser usados para alcançar um determinado resultado prático. Nesse caso, os promotores
da estupidez primeiramente preparam as pessoas para se tornarem mais receptivas ao absurdo.
Por isso, algumas ferramentas da engenharia social são mais ou menos genéricas, no sentido
de não dependerem da mensagem final que se quer propagar, mas da formação de pessoas
capazes de abraçar a aberração achando que estão fazendo a coisa certa. Pense no seguinte: o
que seria necessário fazer para que uma pessoa aparentemente sensata passasse a
defender um absurdo? Os meios mais utilizados são os seguintes: o enfraquecimento
econômico e moral das pessoas, o terrorismo social e a desindividualização.
a) Enfraquecimento Econômico e Social: o primeiro passo para manipular a sociedade é
enfraquecer a população. E a melhor forma de fazer isso é tirando delas as suas bases de
sustentação: seu emprego e sua família. A ação que promete resultados mais rápidos é a
desestruturação econômica. Quanto mais as pessoas estiverem enfraquecidas
economicamente, mais elas ficarão suscetíveis a vender sua opinião em troca de dinheiro. Não
é por acaso que todo o país que se entregou à tirania foi contaminado antes por ideias que
enfraqueceram as suas bases econômicas. Por isso, no esquema socialista a estratégia é fazer
com que cada vez mais pessoas dependam do estado. Quando todos dependerem do estado,
logicamente ele será o único empregador. E como único empregador, poderá submeter
qualquer um ao desemprego perpétuo e à fome caso não queira fazer o que ele manda.
Imagine a situação do casal que vive tranquilamente vendendo armas. O marido trabalha e a
esposa fica em casa cuidando dos filhos. Mas o governo entra na história com uma lei de
desarmamento que acaba com o negócio do casal. Para lidar com o desemprego, o marido
resolve ser motoboy e a mulher começa a trabalhar como empregada doméstica. Mas,
novamente, as antas socialistas aprovam uma lei que obriga os empregadores a aumentar os
salários dos motoboys em 30%. Claro que uma lei que obriga as empresas a pagar mais 30%
por alguma coisa não tem qualquer impacto no faturamento, mas faz aumentar os custos de
modo que ou elas terão prejuízo ou terão que demitir alguém. Como o marido era novo na
empresa, ele acaba desempregado, obrigando a família a viver do salário da esposa. Mas
novamente as antas de plantão inventam uma lei que torna mais cara a contratação de
empregadas domésticas. O terror de ter que enfrentar as loucas leis trabalhistas no Brasil faz
com que a senhorinha que estava empregando a esposa tenha que demiti-la também.
Então, surge uma esperança: um aplicativo de caronas que permite que qualquer um com um
carro razoável e tempo disponível possa trabalhar para ganhar uma graninha. Não é muita
coisa, mas é melhor do que nada. O marido começa a trabalhar contente, com um plano para
juntar dinheiro e investir em algo melhor. Mas mal passam dois meses e um congresso cheio
de vagabundos aprova uma lei que praticamente inviabiliza o aplicativo de caronas, deixando
o casal na pior novamente. Nesse momento, eles assistem um comercial do governo na TV,
dizendo que eles têm direito a bolsa disso, bolsa daquilo e até podem conseguir um emprego
se estudarem para ser algo que nunca quiseram ser. Quando recebem a primeira esmola do
governo, eles ficam felizes e se sentem menos desamparados. Eles até passam a gostar
daquela organização DESGRAÇADA que os colocou naquela situação. É triste, mas a
realidade é que isso acontece com várias famílias brasileiras.
Contudo, o aleijamento econômico não é a única forma de preparar o povo para se tornar
massa. Os engenheiros sociais também buscam DESTRUIR as bases sociais das pessoas,
atacando suas famílias e suas relações de amizade. Eles colocam na cabeça do povo o quão
bom é permanecer solteiro até o fim da vida e mostram como é fácil ter satisfação sexual. Eles
vendem a ideia de que filhos são um problema e tentam convencer as pessoas que a felicidade
vem antes da obrigação. O enfraquecimento social tem resultados mais demorados, mas é tão
ou mais eficiente que o aleijamento econômico. A engenharia social incentiva o divórcio,
prega a separação e diz que trair é bom e não traz muitas consequências. O que importa é ser
feliz! E quando a sociedade vai ver, está cheia de mães solteiras e pais irresponsáveis, nenhum
deles querendo educar os filhos. Tem-se então uma geração de crianças criadas sem o amparo
de uma família.
Nessa situação, o ser humano fica quase completamente fragilizado. Primeiro, tiram o seu
emprego. E mesmo que ele consiga mantê-lo, ele não tem uma família para defender e ensinar
bons valores. Mais e mais pessoas se tornam inseguras e egoístas. Elas pensam: “como o
mundo não me trata bem, não vou tratar bem o mundo”. As consequências dessa campanha de
destruição da família já foram vistas quando falamos da agenda da esquerda para populações
negras nos Estados Unidos. Por lá, as crianças nascidas sem um dos pais eram de apenas 25%
do total em 1965. Hoje, 70% das crianças negras nascem em famílias desestruturadas (o que
explica parte dos altos índices de criminalidade em populações negras nos Estados Unidos).
No Brasil, essa agenda foi focada para o todo (já que a miscigenação aqui é a regra). No
estado do funk-putaria-proibidão, 62% das crianças nascem sem o pai. Em São Paulo, de cada
10 bebês, quatro nascem “órfãos” de um parente.
A realidade é que muita gente já cresceu assim no Brasil e em boa parte do mundo. São
pessoas que conhecem os problemas de crescer em uma família desestruturada. Muitas delas
são incentivadas a negligenciar o papel de pai e de mãe, já que elas mesmas não tiveram bons
pais nem boas mães. Algumas nem se incomodam mais, já que passaram por isso e
sobreviveram. Para muitos, é confortável saber que é possível “sobreviver” nessas condições.
Mas o problema é que um adulto responsável não está apenas preocupado com a
sobrevivência de suas crianças: ele está preocupado com a garantia da melhor criação possível
para elas. E assim, aos poucos, a sociedade entra em decadência. Sem bons empregos e sem
famílias sólidas, a sociedade se torna FRACA e está preparada para ser transformada em
massa. As pessoas se tornam cada vez mais propensas a abraçar o absurdo. Mas claro que os
engenheiros sociais têm outra arma para agilizar esse processo: PROVOCAR O MEDO.
b) Terrorismo Social: o segundo passo para a transformação do povo em massa é aterrorizá-
lo. É convencer o povo de que o fim está próximo e que um governo forte é a única salvação
para ele. O terrorismo social é produzido de várias formas. Ele pode ser uma ameaça sutil à
vida dos seus filhos, por exemplo. Recentemente, o governo brasileiro gastou milhões de reais
com propagandas para espalhar a FALSA NOTÍCIA de que um mosquito pode provocar o
nascimento de crianças microcéfalas. Apesar de tudo indicar o contrário, o governo continua
aterrorizando mulheres e homens quanto ao futuro dos seus bebês (pelo menos aqui no
Distrito Federal). Mas os engenheiros sociais investem mesmo no terror objetivo e violento.
Na criação de um ambiente de insegurança e desamparo. E não diga que você nunca notou
isso, porque eu estou no mesmo país que você.
Bem, para quem nunca notou, eu vou dizer como o medo é inoculado na cabeça do povo.
Primeiramente, eles tornam o povo fraco, claro. Mas mesmo que eles pulem esse passo, eles
podem criar um ambiente tão caótico que torna as pessoas mais propensas a acreditar no mito
do “governo salvador”. Nesse sentido, em todos os países do mundo eles usam o seguinte
esquema: DIMINUIR AS PENAS PARA OS CRIMES MAIS ABSURDOS e
COLOCAR O MAIOR NÚMERO POSSÍVEL DE BANDIDOS NAS RUAS. Ou seja, as
pessoas (mesmo com bons empregos e boas famílias) se veem no meio de uma sociedade
que não pune e não prende os criminosos. Veja o exemplo dos inquéritos de
HOMICÍDIO no Brasil: em alguns estados, o número de processos ARQUIVADOS
passa dos 95%. Ou seja, de cada CEM ASSASSINATOS cometidos, apenas em 5 os
responsáveis são identificados e, talvez, presos. Conscientemente ou não, as pessoas tendem
a reagir e mudar seus hábitos por causa do medo causado pelo fracasso da justiça.
Mas não é só isso, os agentes do caos pagam matérias, reportagens e pesquisas para esfregar
na cara da população o quanto o poder público AMA os bandidos. Eles mostram como pode
faltar merenda na escola das crianças, mas que nas prisões sempre se come do bom e do
melhor. Eles pagam jornalistas para se comportarem como prostitutas apaixonadas por
criminosos, sempre defendendo o bandido e condenando a polícia por fazer BEM o seu
trabalho. Eles fazem os políticos aprovarem leis que dão cada vez mais benefícios aos
criminosos, tratando-os melhor que as vítimas. Familiares de bandidos mortos ganham
destaque nos jornais televisivos, principalmente se estiverem chorando. Mas os parentes das
vítimas quase nunca são vistos (ainda mais se estiverem chorando). Esses jornalistas cretinos
NÃO QUEREM humanizar as vítimas, mas só faltam beijar os pés dos assassinos e dos
ladrões que se feriram em confronto com a polícia. É ridículo. Alias, é mais que ridículo: é
ABSURDO.
Enfim, para deixar as pessoas com mais medo, eles tiram a capacidade delas de se
defenderem. Inventam motivos para desarmá-las e atar as suas mãos se reagirem a um assalto
ou coisa parecida. Tornam um pecado mortal reagir ao crime e condenam aqueles que vencem
o ladrão. O povo JAMAIS pode fazer justiça, eles dizem. Quando uma comunidade bate no
bandido e prende o criminoso, vários especialistas burros aparecem para condenar os
envolvidos. A pauta parece compartilhada por todos os analistas que ganham destaque:
NUNCA REAGIR e NUNCA SE DEFENDER. Claro que existem pessoas que conseguem
ver através disso e reconhecem tudo isso. Mas infelizmente, muitas pessoas acabam
comprando essa baboseira e passam a se ver como coitadinhas. Apavorados e
desestabilizados, os indivíduos passam a contemplar a sua fraqueza. Passam a desejar
loucamente conforto e amparo. E quando eles não sabem o que está acontecendo, ficam
abertos para comprar a ideia de que só um governo forte é capaz de tirá-los daquela situação
horrível e desesperadora em que foram colocados.
c) Despersonalização e Desumanização: o último passo da engenharia social é
despersonalizar as pessoas. É desindividualizar o indivíduo. É desumanizar o ser humano.
Fracos, desamparados e com medo, os cidadãos passam a agir não conforme os seus próprios
cálculos racionais, mas por estímulos que vêm “de fora” e por instinto. Sem suas bases de
sustentação tradicionais, eles se tornam presas fáceis da engenharia social. Atordoados com
tantos golpes, se comportam cada vez mais como animais em bando. Pouco a pouco, são
transformados em “coletivos” ou “minorias” e passam a se comportar como uma manada de
antas. Mas essa é só uma face desse processo: o esquema avança até a própria desumanização
do alvo, comprometendo suas próprias bases morais.
Dois fatores ajudam as pessoas a agir como membros de uma manada. O primeiro é a
suposição (até racional) de que um grupo grande de pessoas deve estar mais bem informado
do que elas (ainda mais quando, de fato, elas não estão bem informadas). Por exemplo, se
você está no meio do shopping e todos começam a correr em uma direção, muito
provavelmente você não vai pensar dez vezes antes de ir na mesma direção, ainda mais se
você não sabe por que os demais estão correndo. O segundo fator é o instinto defensivo que
faz com que as pessoas busquem força, cobertura e conforto no meio de um grupo de pessoas
mais ou menos iguais, onde as chances de serem atingidas (ou magoadas) é menor do que se
estiverem sozinhas (quando são alvos mais fáceis e visíveis). Há três explicações para isso: o
sujeito pode acreditar que será mais forte atuando com um grupo de pessoas como ele; ele
pode pensar que no meio de um grupo homogêneo, estará “camuflado”, e; como nesse meio
as pessoas passam pelos mesmos desafios, as chances de se obter soluções para os seus
problemas individuais são maiores.
Contudo, esse condicionamento (para agir como manada) é apenas o começo de um processo
que primeiro despersonaliza o processo de decisões, mas que acaba desumanizando as pessoas
que se deixam conduzir por ele. Infelizmente, esse é um processo radical que produz o tipo de
gente que poderia matar pessoas inocentes sem nenhum peso na consciência e até achando
que está fazendo a coisa certa. Esse processo de desumanização ataca os princípios mais
importantes dos homens, que passam a desconsiderar a VIDA HUMANA como um valor e a
colocar os DIREITOS FUNDAMENTAIS no mesmo patamar de interesses menores. Um
sintoma disso nos nossos dias é a quantidade de gente que fica indiganada com pessoas que
caçam ou que abandonam seus cachorros, mas que reage de forma morna com a morte de
crianças, mulheres e policiais. Ou mesmo pessoas que querem proibir fogos artifícios porque
o barulho “estressa” os seus cachorros, mas nunca se preocuparam com os seres humanos que
eventualmente se incomodavam.
No final do processo, pessoas que andam normalmente no nosso meio acabam sendo as
mesmas que comparam seres humanos com doenças, que chamam as pessoas de
“parasitas”, que dizem gostar mais de animais do que de gente e pregam como se não
fossem psicopatas que “se nós fizermos um trabalho realmente bom com vacinas, planos
de saúde e serviços reprodutivos, nós podemos reduzi-la (a população mundial) em 10 ou
15%”. Não foi qualquer idiota remanescente de um partido comunista que disse isso. Foi
o próprio Bill Gates. Ou seja, mesmo pessoas reconhecidamente inteligentes acabam sendo
vítimas desse processo de engenharia social. Isso também não deveria gerar surpresas: todos
os maiores genocídios da humanidade contaram com médicos, engenheiros, professores,
agrônomos, sacerdotes e todo tipo de gente estudada reconhecida em sua área de atuação. Sem
dúvida, o processo de desumanização não depende tanto das outras etapas da engenharia
social, mas quanto mais fraca, amedrontada e desesperada estiver a sociedade, mais gente
cairá nessa rede de imoralidade.
Para entender melhor esse processo, imagine o que é necessário para aquele seu conhecido
desejar a sua morte ou o estupro de alguém. O que seria necessário para alcançar
progressivamente esse nível de insanidade? Em primeiro lugar, é necessário inocular um
sistema moral onde os seres humanos não são mais importantes do que qualquer outra
coisa. É preciso tirar a importância dos direitos fundamentais, até que eles se igualem a outros
interesses menos importantes. Por exemplo, o direito de propriedade do fazendeiro é
relativizado em detrimento de algo subjetivo como “o meio ambiente”. Em segundo lugar, se
promove a igualdade dos seres humanos com outras espécies, como cachorros e ursos.
Por exemplo, quando o cidadão morre de raiva com o sujeito que caçou um elefante, ele
geralmente está projetando o direito à vida dos homens no animal que foi morto. O sujeito não
está preocupado com a atividade do caçador, não está interessado em saber se ele fez isso por
algum motivo específico, e nem se ele movimenta a economia do local com aquela atividade.
Mais e mais, as pessoas estão julgando não com base nos valores da vida e da liberdade
humana, mas do “direito dos animais” e outras esquerdices.
Enfim, os direitos à vida, à liberdade e à propriedade das pessoas são colocados
ABAIXO de outros interesses que em alguns casos nem sequer interessam aos seres
humanos. Por exemplo, quando os promotores dos direitos dos animais querem proibir
pesquisas com bichos, eles não estão considerando a vida e a liberdade humana como fatores
mais relevantes nos seus sistemas de valores, mas o direito que inventaram para os ratos, os
macacos e os cachorros. Quando o vegetariano promove politicamente a tentativa de proibir o
consumo de carnes ou interferir no abatimento de vacas, ele não está pensando na valorização
da vida humana ou qualquer coisa do tipo: ele comprou uma ideia absurda de que os animais
têm os mesmos direitos que as pessoas e não podem ser comidos por causa disso. É simples
assim. Quando alguém chega nesse nível de desumanização, ele está pronto para fazer e ser
qualquer coisa que os engenheiros sociais querem, inclusive operadores de câmaras de gás,
condutores de vagões que levam prisioneiros inocentes aos campos de concentração ou fiscais
do IBAMA.
Por meio desse caminho, os homens vão aos poucos se enxergando como “menos humanos”.
Em alguns casos, chegam ao absurdo de serrar os dentes, extrair ossos, colocar próteses
faciais e se mutilar para se parecerem com gatos, dragões e cobras. Quando não chegam a
isso, abandonam suas dignidades para ir às ruas defecar nas fotos dos seus inimigos. Ou
abortam seus filhos quando não são do sexo que querem. Ou fazem em seus próprios corpos
as marcas que não querem que sejam feitas em gado. Chegam a dar mais importância a ovos
de tartaruga do que ao trabalho de seres humanos. Esse é o estágio final da transformação
do sujeito normal em um animal, em um carrasco, em um monstro. O sistema de valores
dele já não leva em consideração a liberdade e a vida: ele foi completamente
reformulado para aceitar QUALQUER COISA que jogarem para ele do jeito certo. Ele
se transformou em massa e está pronto para a tarefa que os promotores do absurdo planejaram
para ele. Seja andando em bando como uma manada, seja em suas atividades mais
particulares, ele já se bestializou.
d) Infiltração Gradual na Grande Mídia: os interessados no absurdo fortalecem a projeção
das suas ideias por meio da infiltração e do controle da grande mídia. Quanto menos as
pessoas souberem que tais e tais jornalistas foram colocados na redação de alguns jornais para
defender um determinado interesse, mais elas não resistirão às sutilezas que avançam o
absurdo. No caso da infiltração nos meios de comunicação, o interesse principal não é
nem mesmo aumentar as fileiras do movimento, mas DAR PUBLICIDADE e FAZER
COM QUE AS PESSOAS SE ACOSTUMEM e se ANESTESIEM com o absurdo. Ou
seja, é apresentar o absurdo ao público de modo cada vez mais corajoso e cada vez mais
eloquente, fazendo com que as pessoas se acostumem com ele.
Por exemplo, um grupo que queira popularizar a pedofilia sabe que dificilmente vai conseguir
publicar uma manchete absurda como “Pedofilia é Saudável” sem sofrer muita resistência.
Então, ele passa a veicular, para o maior número de pessoas, mensagens menos absurdas que
constroem a base argumentativa do absurdo final. O grupo pode começar falando de
multiculturalismo e da aceitação do diferente e, então, mostrar o “exótico” costume islâmico
onde adultos se casam com crianças. Nesse caminho, podem também apresentar sem críticas
documentários de tribos indígenas que ainda praticam pedofilia. Ao mesmo tempo, jamais vão
falar em “pedofilia” nesse primeiro momento. O casamento entre um adulto e uma criança é
apenas “um casamento entre um adulto e uma criança”. O sexo ritual onde idosos abusam de
garotos em certa tribo é apenas “sexo ritual”. A palavra “pedofilia” some.
Dali, os infiltrados podem começar a produzir materiais mais sofisticados, como uma história
onde uma garota de doze anos seduz um adulto. Para não chocar tanto, contratam
primeiramente uma moça adulta para interpretar a criança. Mas com o tempo, tentam colocar
garotas cada vez mais novas para fazer o papel da criança. Quando eles conseguem apresentar
publicamente (“verbalizar”) a relação entre uma criança e um adulto em um filme, uma
novela ou coisa do tipo, mesmo que a interação entre os atores não ocorra, eles avançaram
mais uma base. A ordem é de ACOSTUMAR O PÚBLICO à relação entre adultos e
crianças e FORÇAR PRODUÇÕES INDEPENDENTES de sujeitos que caíram sem
saber na isca do grupo original. Subsidiariamente, tenta-se apresentar casos limítrofes de
forma lúdica: entrevistas descontraídas com menores de idade que tiveram relações sexuais,
exposição em revistas do sexo entre adolescentes, e outros casos onde os únicos culpados são
aqueles que dão publicidade a esse tipo de coisa.
Nas últimas fases desse processo, contratam jornalistas e cronistas para escrever artigos com
justificativas e considerações sobre a pedofilia, ora tratando como um problema psicológico
que deve ser respeitado, ora tratando o absurdo como se não fosse um crime. E se o processo
continuar, é bem capaz que uma sociedade que era bem conservadora até então tenha se
tornada em uma Nova Babilônia, cheia de abusos contra menores, músicas celebrando a
pederastia, revistas representando os agressores, programas de partidos contemplando a
pedofilia como “uma prática sexual como qualquer outra” e até coisa pior. Eu sou da opinião
que se os promotores do caos conseguirem fazer isso com a pedofilia, eles conseguirão
popularizar qualquer coisa. Afinal, em muitos lugares do mundo, eles já conseguiram
popularizar o roubo (invasão de terras), a opressão (caracterizar falsamente seus inimigos
mais sensatos como “homofóbicos”, “racistas” ou “intolerantes”) e até o aborto.
O que importa entender é que a infiltração em meios de comunicação é uma forma de
dar PUBLICIDADE ao absurdo. É uma estratégia para tornar o absurdo PÚBLICO.
Uma forma de projetá-lo para a sociedade e, dessa forma, acostumar as pessoas a
conviver com o absurdo. E para isso eles podem adotar uma estratégia gradual (como
descrevi no caso da pedofilia), ou podem partir para o “choque” (dependendo das
consequências esperadas desse “choque”). Nos dois casos, os promotores do absurdo podem
lançar mão de várias ferramentas para alcançar aqueles objetivos. Eles podem fundar um
jornal para militar por uma causa absurda, podem contratar articulistas e blogueiros (como a
esquerda tem feito no Brasil), podem comprar espaço em jornais e revistas, podem atuar no
editorial de jornais, e adotar tantas ações que facilitarem o avanço do absurdo.
Mas além da projeção cautelosa do absurdo, esses grupos podem usar suas posições para
“condicionar” um grupo de pessoas às mais diversas propostas absurdas. Um exemplo desse
condicionamento é a proliferação de mídias que “adestram” seus leitores a consumirem
notícias completamente vazias. Por exemplo, se você teve a infelicidade de ler a seção de
“lazer” de praticamente qualquer site de informação nos últimos anos, notou um aumento de
notícias como “fulano ator anda na praia” ou “fulana cantora vai ao restaurante” e até “tal
celebridade é vista de óculos em tal lugar”. Eu até entendo que para alguém que se interessa
pelo mundo da fama e da música, há certas notícias (que eu acho absurdamente estúpidas) que
apresentam sim alguma INFORMAÇÃO. Tenho certeza que existe gente normal com vontade
de saber se tal atriz se casou, se alguém se separou, se tal comediante traiu a esposa, ou
qualquer informação idiota que, pelo menos, é informação. Mas há uma distância enorme
entre o tradicional “a princesa da Inglaterra se separa do príncipe tal” e o vazio “tal
celebridade anda com cachorro no calçadão”.
Nesse caso, os interessados no absurdo criam aos poucos um exército de “zumbis” que clicam
em qualquer besteira que surgir na tela do site de informação. São feitos estudos para saber a
melhor apresentação, a melhor fonte, as melhores palavras, que devem estar na notícia para
que a massa ofereça a maior quantidade de “cliques” no link-condicionador. E nesse sentido
(de condicionar os leitores), a infiltração na mídia também pode ser usada para
popularizar o VOCABULÁRIO da engenharia social. Ela pode servir para garantir o
CONTROLE DO DISCURSO, de modo a criar grupos que serão mais facilmente
arrebatados pelo absurdo. Dessa forma, a infiltração primeiro pode querer popularizar um
“idioma” cultural para só depois veicular as mensagens a serem projetadas. A vantagem nesse
caso seria a possibilidade da projeção do absurdo de modo aberto e descarado, uma vez que
apenas algumas pessoas vão captar a mensagem.
e) Infiltração Gradual nas Escolas: e os arautos do caos também têm a infiltração em
centros acadêmicos como forma de popularizar a sua agenda. Nas escolas, a intenção é
aumentar as fileiras do absurdo com membros “adestrados”. Com a infiltração nos centros
acadêmicos, os promotores do absurdo podem trabalhar em suas “vítimas” desde cedo, se
aproveitando da inocência e da ingenuidade das crianças e dos adolescentes. Até mesmo
quando estão nas universidades, eles ainda encontram gente relativamente ingênua, que acaba
caindo nas garras de absurdos como o feminismo e a ideologia de gênero. Nas escolas, todas
as estratégias da promoção do absurdo são usadas para potencializar a agenda do infiltrado. E
nas academais, esses agentes podem auxiliar a infiltração na mídia por meio da mudança da
base cultural da sociedade.
Mas a infiltração nas escolas tem outro fim bem maldoso: TESTAR O POTENCIAL DE
PROJEÇÃO DE CERTOS ABSURDOS. Quando o jornalista publica em um jornal
uma aberração como “o cristianismo é o verdadeiro problema”, você pode ter certeza
que algum professor já testou a mesmíssima frase em alguma sala de aula e analisou a
reação dos alunos. A infiltração em centros acadêmicos fornece diversos cenários
interessantes para ajustar tanto a velocidade com a qual um absurdo vai se tornar público,
quanto as palavras que serão usadas para não gerar tanto mal-estar. E assim, com essas cinco
ferramentas, esses grupos conseguem avançar verdadeiros absurdos em sociedades até
conservadoras.
6.3. Como o Absurdo Chega ao Poder e Muda a sua Vida
Um membro do Partido Comunista Brasileiro (Mauro Iasi) foi pego em vídeo dizendo: “Se a
gente entende que o nosso inimigo principal é a classe média, nós vamos ter de decidir o que
vamos fazer com ela: se vamos exportar para Miami ou se vamos fuzilar”. O fato é que um
sujeito com uma ideia dessas só seria inofensivo se ao mesmo tempo fosse mudo e proibido
de ter parte em qualquer atividade política. No entanto, o avanço do absurdo no Brasil (e em
muitos outros países) chegou ao ponto de as pessoas poderem dizer absurdos como esse sem
nenhuma mobilização para tirar os direitos políticos delas. É como se as pessoas achassem
que alguém que diz querer FUZILAR a classe média não fosse TENTAR fazer exatamente
isso se tivesse poder. Ou como se as pessoas não tivessem problemas com o que o cretino
falou porque, bem, quem gosta da classe média?
Claro que os promotores do absurdo sempre terão um séquito de idiotas para defendê-los.
Sempre terão gente para dizer que estamos exagerando, sendo intolerantes com os pedófilos e
radicais com os comunistas. Quando são pegos revelando uma aberração (como o fuzilamento
de uma classe), eles tentam convencer os tolos de que não queriam dizer aquilo ou que suas
palavras foram tiradas do contexto. Mas e quando o absurdo é pregado repetidamente e às
claras? Por exemplo, em um jornal do PSTU, o partido prega a “Estatização sem Indenização
dos Transportes e Tarifa Zero”. E não é só no jornal que seus membros pregam isso. No
programa do partido, nos livros que eles promovem, nos discursos para suas bases, em todos
os cantos, eles gritam “estatização sem indenização” que, não sei se você percebeu, É
ROUBO. Será que ainda há gente que não vê que, se aqueles cretinos chegarem ao poder, esse
é EXATAMENTE o tipo de coisa que eles TENTARÃO fazer?
Por que tanta gente não acredita nas intenções verbalizadas de forma clara e repetida por
alguns grupos? Os socialistas falam em expropriar bens desde antes de 1848. Quando
chegaram ao poder em Paris em 1871, eles fizeram isso. Quando chegaram ao poder na
Rússia em 1917, eles fizeram isso. Quando chegaram ao poder na China em 1949, eles
fizeram isso. O mesmo aconteceu em todos os países onde eles conseguiram algum poder.
Eles falam em eliminar e executar a oposição e a classe média desde antes do Manifesto
Comunista. Os leninistas diziam isso antes de alcançar o poder, os maoístas faziam isso antes
de chegar ao poder, os comunistas cubanos diziam isso antes de dar o golpe, e todos
FIZERAM EXATAMENTE ISSO. Por que pensar que eles não fariam de novo aqui no Brasil
ou em qualquer outro lugar?
No Brasil, quase 50.000 pessoas votaram em um candidato comunista que pregava o
fuzilamento da classe média. Será que esses idiotas não acreditam que o cretino do PCB vai
fazer exatamente o que ele diz, ou que eles acreditam e concordam? Os candidatos do PV
sempre defenderam a expropriação de fazendas, o controle do uso da terra e a criação de
reservas ambientais enormes, afetando o direito de propriedade de milhares de pessoas, e
SEMPRE foram bem claros em relação a isso. Será que as mais de 600.000 pessoas que
votaram no candidato verde em 2014 não acreditavam que ele faria EXATAMENTE isso
quando chegasse ao poder, ou que elas CONCORDAVAM com esse absurdo? Enfim, já há
muita gente que convive conosco e defende ABERTAMENTE alguma ABERRAÇÃO. Todo
tipo de aberração. E essa transformação da sociedade abre espaço para que a aberração tenha
REPRESENTAÇÃO POLÍTICA. Quando o absurdo ganha REPRESENTAÇÃO
POLÍTICA, o destino do povo entra em XEQUE. A sociedade nessa situação entra em
uma fase em que suas próximas ações irão CONDENÁ-LA ou REDIMI-LA das decisões
tomadas coletivamente. Portanto, para que seja possível fazer alguma coisa para evitar a
condenção de toda uma sociedade, precisamos estudar esse processo e entender como ele
funciona.
1ª Fase: Os representantes do absurdo ganham representação política e podem
participar das eleições: quando a sociedade é contaminada por um absurdo, abre-se espaço
para que ele tenha representação política. Com isso, abre-se a possibilidade de duas
situações muito perigosas: a primeira é a PROTEÇÃO do absurdo e a segunda é a
IMPOSIÇÃO do absurdo. Na maior parte das vezes, o absurdo é introduzido na sociedade
em sua forma mais restrita e adocicada, o que não gera tanto choque. Ele é protegido em suas
versões menos chocantes e imposto sobre as camadas mais impopulares ou esquecidas da
sociedade, de modo que a maioria “não liga”. Mas com o tempo, o poder público passa a
PROTEGER atitudes cada vez mais absurdas e a IMPOR obrigações cada vez mais
insensatas. No limite da ignorância de um povo, pode-se criar uma tirania, um socialismo,
antes mesmo de ele ser oficialmente decretado.
O absurdo primeiro passa a ser protegido. O maior exemplo disso é a proteção aos direitos
políticos dos partidos comunistas e de seus membros. Em nome de uma falsa civilidade,
muitas vezes se acaba cometendo o erro de extrapolar o direito de livre expressão a outros
tipos de liberdades que não estão no mesmo patamar. E grupos comprometidos com a morte,
com o roubo e com a violência organizada acabam sendo PROTEGIDOS pelo poder público
como se isso não fosse um absurdo. Movimentos com um histórico consistente de roubo,
violência e morte são protegidos pelos governos como se fossem “só mais um membro da
sociedade”. Em toda a América Latina, movimentos semelhantes ao MST, ao MTST, à CPT,
e tantos outros grupos organizados para COMETER CRIMES acabam ganhando proteção
pública para agir.
Se um bandido do MST invadir sua fazenda, você não pode defendê-la, pois muito
provavelmente algum promotor socialista vai perseguir VOCÊ, e não o invasor. Recentemente
vimos em São Paulo um conflito entre vândalos e a cidade. A cidade resolveu pintar os muros
que tinham sido vandalizados por criminosos (que são chamados pelos jornalistas de esquerda
de “grafiteiros”), mas logo apareceram defensores públicos e juízes idiotas para proteger o
vandalismo. Quando a polícia da cidade foi acionada para liberar um espaço público usado
para o tráfico de drogas, novamente surgiram defensores públicos, juízes e outros idiotas para
PROTEGER o absurdo. Desse modo, a concessão de direitos políticos aos representantes do
absurdo começa a corroer a estabilidade social por meio da criação de esquemas para
PROTEGER o absurdo. Na Grã-Bretanha, populações muçulmanas estão lutando para que a
justiça reconheça o casamento entre adultos e crianças. É SABIDO que há vários casamentos
do tipo no país e, graças à PROTEÇÃO dada em nome do multiculturalismo, ninguém pode
entrar na casa dos pedófilos e libertar as meninas. E se algum britânico normal tentar fazer
isso, as leis britânicas irão tratá-lo com MAIS DUREZA do que os cretinos que têm se casado
com crianças.
Quanto à IMPOSIÇÃO do absurdo, ninguém ligou quando o governo proibiu padeiros de
vender seus pães por unidade. Poucos viram o ABSURDO que é impor a um comerciante o
modo como ele deve vender o próprio produto. Quando o governo determinou a criação de
reservas legais, dividindo o Brasil em regiões florestais e imposto a praticamente todos que
moram na região amazônica a obrigação de preservar 80% da própria propriedade, a maioria
achou normal. Poucos viram o ABSURDO que é tirar da população o controle sobre a sua
propriedade. A agenda socialista de criar guerra de classes e demonizar categorias já havia
tornado as pessoas insensíveis aos problemas do vizinho. Por que o cidadão idiotizado que
mora na cidade ligaria para uma lei que interfere na propriedade de alguém que está a
centenas de quilômetros de distância, não é? Por que o esquerdoso que odeia quem produz
ligaria para o direito do padeiro vender seu pão da forma que ele quiser?
Desse modo, aos poucos o absurdo é IMPOSTO à sociedade. Inicialmente, ele é forçado
contra grupos fracos e com poucas condições de se defender. Mas quanto mais a sociedade
tolera, protege e aceita a IMPOSIÇÃO do absurdo, mas as camadas mais fortes também serão
oprimidas. Mais os grupos que sustentam a sociedade também são agredidos pelo poder
público que está apenas atuando “legalmente” ao impor o absurdo. Famílias fortes e bem
estruturadas são perseguidas por não colocarem seus filhos na escola para poder ensiná-los em
casa. Igrejas fortes e que ajudam milhares de pessoas são forçadas a se adequar aos padrões
do povo corrompido. Organizações antigas e robustas são forçadas a mudar os seus objetivos
e a cumprir imposições insensatas. O absurdo ganha suas “polícias”: polícia ambiental, polícia
de trânsito, polícia sanitária. Fiscais ganham poder de polícia para poder exercer a violência
contra o NORMAL, para poder impor o ABSURDO. Ou mesmo a própria polícia tem suas
funções desviadas para tirar o sustento de camelôs e prender donos de comércios que não
obedecerem a política de preços IMPOSTA pelo governo.
No sonho gradualista de alguns socialistas, o governo igualitário não será decretado do dia
para a noite. Ele será realizado aos poucos, sem a população notar. Social-democratas,
esquerdistas em geral e socialistas fabianos adoram esse caminho. Mas esse caminho precisa
de uma população realmente perversa ou realmente burra para ser traçado sem uma reação
séria. Eu entendo que as pessoas são manipuláveis e muitas vezes não conseguem discernir o
que é e o que não é absurdo. Mas com a instalação gradual do absurdo na sociedade, as
pessoas passam a ter contato com as CONSEQUÊNCIAS dele: o fechamento de um setor
econômico, a realocação forçada de famílias inteiras para a criação de uma reserva florestal, a
perda da tutela dos filhos de uma família que queria educá-los dentro de casa, o
desarmamento de fazendeiros que estão sofrendo ataques de invasores, entre outras
consequências.
2ª Fase: A sociedade percebe que é possível conviver “pacificamente” com o absurdo: os
representantes do absurdo contam que a sociedade vai assumir uma conduta específica
em relação ao absurdo: ela vai ver que é possível conviver “pacificamente” com ele. Os
gradualistas contam que muitos vão ver que, sim, é possível conviver em paz com a proteção
e a imposição do absurdo. Afinal, historicamente, povos insensatos conseguiram conviver
com suas fases de absurdo sem se afastarem dele. A Venezuela, por exemplo, antes de colocar
os socialistas no poder em 1999, viram os mesmos palhaços tentarem tomar o poder (com
várias vítimas) em 1992. E em vez de punir os cretinos, deixaram que concorressem à
presidência anos depois. Genial, não? Os alemães votaram em Hitler mesmo depois de ele já
ter tentado dar um golpe de estado e ter um plano declarado de ataque aos judeus e
expropriação de terras e empresas. E ainda dizem que os alemães são espertos! Boa parte dos
brasileiros votou no partido mais corrupto da história mesmo depois de saber das falcatruas
operadas por ele por meio do chamado “mensalão”. Ou seja, não é segredo que a sociedade
consegue conviver “pacificamente” com o absurdo.
E essa convivência gera novas situações absurdas que obrigam as pessoas a tomar uma
decisão fundamental: vale a pena continuar convivendo com tal absurdo ou chegou a hora de
fazer alguma coisa? O grande problema é que quanto mais IMORAL for uma sociedade, mais
ela terá desculpas para conviver com o absurdo. O cidadão que aprendeu a odiar a polícia não
liga quando um policial é preso injustamente por matar um bandido durante uma operação.
Ele não liga quando se impõe um martírio judicial para oprimi-lo porque trocou tiros com um
bando de criminosos e acabou matando dois ou três cretinos. Afinal, o incômodo não está o
afetando diretamente. E quando seus filhos, seus pais, seus amigos, acabarem mortos por
causa de um aumento da criminalidade, geralmente aquele mesmo cidadão não
ENXERGA que foi ELE que ajudou a criar o problema. O povo não enxerga que a
maior parte dos problemas que acaba sofrendo é consequência da sua própria conduta
que tolerou e promoveu o absurdo.
Dessa forma, a sociedade moralmente corrompida faz proliferar o tipo de gente que aceita e
tolera a promoção e a imposição do absurdo, mas que NÃO ENXERGA que é essa própria
conduta que causa os problemas que acabam chegando às suas portas. O povo reconhece
cegamente que é possível viver em paz quando faz vistas grossas ao absurdo cometido
contra o próximo, mas não admite que quando o subproduto da sua tolerância o
alcança, ele tem culpa no cartório. O idiota que tem a casa assaltada porque condena a
polícia e apoiou a lei que fechou a loja do sujeito que o assaltou, geralmente não vê que
cometeu um erro. O cretino que quer fronteiras abertas para todo tipo de gente, não quer nem
ser chamado de ANTA quando o próprio filho pegar ebola ou quando a filha for violentada
por algum muçulmano escroto. O povo arrogante não quer saber que cometeu um erro e não
quer corrigir suas decisões erradas.
E quanto mais o povo estiver corrompido moralmente, mais ele estará suscetível a
aceitar os absurdos impostos e protegidos pelo estado. O sujeito que não abraça o código
moral da direita está sujeito a receber as leis que o sujeitam e o escravizam como
“morais”. E por isso a população demora tanto para perceber que está afogada em um
pântano de absurdos e imoralidades. Nessa situação, as pessoas afetadas por um absurdo não
lutam para ACABAR com o absurdo. Elas preferem negociar a recepção de versões mais
moderadas do absurdo em troca do seu apoio para impor um absurdo contra outro
grupo de pessoas. Quando isso ocorre, o cidadão que sofre com uma lei que o obriga a usar
apenas 20% das suas terras vende seu apoio para um projeto que visa criar uma contribuição
para destinar recursos para a reforma agrária, desde que agora possa utilizar 30% da sua
propriedade. O padeiro que é obrigado a vender seu pão por quilo vende seu apoio para
aprovar inspeções sanitárias que podem quebrar alguns restaurantes, desde que o governo não
o force a fazer o mesmo.
A partir de então, ou o povo se condena ou ele toma vergonha na cara e faz o que é necessário
para retornar à normalidade. Se ele não tiver o discernimento para entender a armadilha em
que se meteu, e a vontade para desmontar a bomba que se colocou à sua frente, a sociedade
entrará em um período de decadência e imoralidade que caracteriza todas as sociedades que
acabaram abraçando a tirania, o socialismo e a escravidão. Então, antes dessa fase de
condenção, ele ainda tem a chance de se corrigir e traçar um novo destino para si. Lembre-se
que até Nínive conseguiu escapar de um de seus castigos por ter dado ouvidos a Jonas. O
destino dos babilônicos já estava sendo visualizado por profetas, mas pelo menos naquele
caso, eles puderam se redimir e evitar o castigo.
3ª Fase (PONTO DE DECISÃO): O povo observa as consequências do absurdo e
DECIDE se volta à normalidade (reage), se resigna (aceita) ou abraça a loucura (se
transforma): quando eu penso nessa questão, de como os seres humanos conseguem se
adaptar ao absurdo, mesmo quando acabam sofrendo as consequências dele, eu tento imaginar
os motivos que tornam as pessoas cegas para coisas tão claras. Por exemplo, uma coisa é o
sujeito que vive na cidade defender a invasão de terras e o controle da propriedade rural.
Afinal, é uma realidade que está distante dele. Ele é um cretino da mesma forma, mas pelo
menos ele pode alegar ignorância. Mas e os sujeitos que apoiam esse tipo de política e que
moram no campo? O que dizer das pessoas que apoiam o desarmamento e o controle da
propriedade rural e que podem VER os resultados tristes dessas políticas? São cegas? São um
tipo especial de idiotas? O que faz com que apoiem a agressão do direito de seus próximos
podendo VER as consequências em seu quintal? Igualmente, podemos imaginar o interesse
que um assaltante tem em combater e perseguir a polícia. Mas o que alguém que não vive do
crime poderia ter contra aqueles que vivem arriscando a vida para nos proteger? O que um dos
milhares de esquerdosos que já tiveram mães, pais, filhos, filhas, amigos, esposas, maridos,
assaltados poderia ter contra aqueles que lutam contra a criminalidade?
Em primeiro lugar, é importante deixar claro que é possível haver situações tão sutilmente
absurdas que algumas pessoas (seja por ignorância, seja por uma má formação) são incapazes
de enxergar. Mas quando elas não fazem nada quando observam feministas matando
meninas, socialistas defecando em público, terroristas invadindo fazendas, camponeses
destruindo colheitas e sacerdotes pregando imoralidades, ou elas têm algum tipo de
problema cognitivo, ou abraçaram a própria maldade. Contudo, veja que pessoas
maldosas e ignorantes sempre estiveram entre nós. O problema não é a existência dessas
aberrações morais. O problema é quando elas conseguem crescer sem que haja uma REAÇÃO
adequada da sociedade que ainda não foi contaminada pelo absurdo. E no processo de
“ocupação de espaços” por essa camada estúpida da população, a parte sã da sociedade
tem três opções diante dela: ou ela abraça a loucura e se transforma em mais uma peça
que vai espalhar o caos e o absurdo; ou ela se resigna e não faz nada, esperando o
mundo acabar; ou ela REAGE e LUTA para que se retorne à normalidade.
Se as pessoas ABRAÇAM o absurdo, compram a moralidade da insensatez e escolhem
permanecer ignorantes em relação à própria participação na decadência da sociedade, o
resultado é algo como a Revolução Russa, a Revolução Chinesa, a Revolução Cubana, a
Alemanha Nazista ou o Estado Islâmico. Claro que sempre há aqueles que querem sair da
panela fervendo no finalzinho do processo, mas já não há mais como fugir do destino traçado
por eles mesmos quando tinham cruzado os braços ou promovido o absurdo. De fato, muitos
inocentes acabam sofrendo no processo, mas a própria indignação em relação à decadência
social afugenta essas famílias para lugares melhores antes que o caos se instale. De uma
forma ou de outra, quando um povo abraça o absurdo e deixa que a imoralidade se
torne “normal” em seu meio, ele sofrerá as consequências disso. Era assim no passado,
está sendo assim no presente, e continuará sendo assim no futuro. Povo nenhum consegue
manter a normalidade flertando de modo tão apaixonado seja com o islamismo, seja com o
socialismo, seja com qualquer outra porcaria que tira o direito à vida, à liberdade ou à
propriedade das pessoas.
O povo também pode se RESIGNAR com o absurdo, vivendo tranquilamente as suas vidas
enquanto o vizinho se casa com crianças ou criminosos invadem a casa da frente. Muita gente
diz que reconhece os absurdos e os crimes impostos e protegidos pelo estado em seu meio,
mas quando o destino cobra uma REAÇÃO séria, uma INTROMISSÃO contra um absurdo
que ocorre na sua frente, o sujeito cruza os braços e prefere não se envolver. Ele se convence
de que está tudo bem porque a fazenda invadida não é sua, o emprego perdido não é seu, o
policial perseguido não é um parente, o restaurante fechado não fica na sua vizinhança. As
pessoas encontram qualquer justificativa para não se envolver e fugir da responsabilidade.
Mas isso só retarda a instalação do caos. Isso só compra alguns anos para quem quiser fugir
ou se preparar para o pior. Quando o povo se resigna, ele não evita o caos, apenas o
posterga. E em muitos casos isso só serve para o povo ver o quão feio ele é. Só serve para
que boa parte das pessoas vejam no espelho que foram responsáveis pelas perseguições,
pelas torturas e pelas misérias que irão passar. De qualquer jeito, quando o povo
ESCOLHE nada fazer, JÁ É TARDE DEMAIS. A ditadura do absurdo está só contando
os dias para a sega.
Mas se o povo escolher a virtude e a justiça, ele pode se redimir e evitar ser vítima desse cruel
destino. Quando um povo toma vergonha na cara, reconhece os seus erros e tem disposição
para REAGIR, ele pode ir da condenação para a glória. Inclusive, é por isso que a esquerda
detesta tanto os “reacionários”, aqueles que reagem às mudanças que eles querem impor em
todo lugar em que abre uma sede. Desde antes dessa fase, a esquerda condiciona os
desatentos a NÃO REAGIR. Aquele que é resistente a mudanças é um inimigo. O
conservador é visto como um louco. O reacionário é perseguido. Você pode estar
reagindo apenas àquilo que não presta, mas não importa. Você é um REACIONÁRIO e
a esquerda vai perseguir, desmoralizar e atormentar você. Não importa se você for
homem, mulher ou criança. Não importa se é rico ou pobre. A esquerda irá incomodar você
até o limite da sua paciência se você estiver reagindo ao projeto totalitário dela.
Conservadores, pessoas de direita, qualquer um que REAJA, são obstáculos que devem ser
eliminados para que a esquerda consiga impor o absurdo. Quem nunca foi perseguido por
discordar de um absurdo no Brasil? Quem nunca se sentiu sozinho por falar a verdade? Quem
nunca foi criticado por condenar o erro? Quem nunca foi excluído por defender o que era
certo?
Mas é apenas quando há uma quantidade de gente relevante que REAGE, que FAZ JUSTIÇA,
que VINGA, que um povo consegue sair da enrascada em que se meteu. Sem reacionários,
sem conservadores, sem a direita, o mundo estaria numa grande tirania socialista. Sem a
moralidade judaico-cristã, sem o uso do dom maravilhoso da leitura e do estudo que
Deus nos deu, não saberíamos a que reagir, como conservar e o que endireitar. Essa
reação contra a expansão do absurdo pode assumir várias formas e ter características
diferentes conforme a cultura onde ocorre. Mas quando conseguimos ver além das
particularidades locais, sempre encontramos essas forças em choque: aquelas compostas
por cidadãos que buscam preservar os direitos à vida, à liberdade e à propriedade e
aquelas que tentam destruí-los.
6.4. Esquerda: Uma Fábrica de Monstros
De um modo ou de outro, o avanço da agenda socialista acaba gerando uma montanha de
seres grotescos que muitas vezes se camuflam tão bem que poucos notam que estão lidando
com verdadeiros “monstros” (no sentido psicopático da palavra). Os exemplos se acumulam:
Um bioeticista (Peter Singer) defendeu em seu livro “Ética Prática” que: “Se nós colocarmos
de lado esses aspectos emocionais, mas estritamente irrelevantes, da morte de um bebê, nós
poderemos ver que as bases para não matar pessoas não se aplicam a recém-nascidos”.
Fazendo referência a outro socialista, um político do PCB (aquele mesmo Mauro Iasi)
divagou sobre como tratar os conservadores: “Estamos dispostos a oferecer a você o seguinte:
um bom paredão, uma boa espingarda, uma boa bala, uma boa pá e uma boa cova”.
O ex-ditador da União Soviética Mikhail Gorbachev não tem mais medo de pregar a
imposição do socialismo em países livres: “Eu acredito que uma NOVA ORDEM MUNDIAL
não será totalmente alcançada a não ser que a ONU e seu CONSELHO DE SEGURANÇA
criem estruturas AUTORIZADAS a IMPOR SANÇÕES e FAÇAM USO DE OUTROS
MEIOS DE COMPULSÃO”.
Panfletos de partidos políticos pregam explicitamente o roubo. O PSTU não temia dizer em
2016 que sua intenção era a: “Proibição da demissão imotivada e expropriação sem
indenização das fábricas e empresas que receberam isenções fiscais e demitirem”.
O líder do movimento terrorista MST incentiva jovens a ocupar propriedade alheia: “Por isso,
companheirinhos e companheirinhas, continuem firmes na luta, não desanimem, voltem a
ocupar se for necessário para que a educação pública de Goiás continue sob o comando do
ESTADO brasileiro, e não atendendo interesses de lucro”.
Falsos sacerdotes vinculados à Comissão Pastoral da Terra (Frei Betto e Leonardo Boff), que
é vinculada à Igreja Católica, pregam que a ocupação de terras “é uma forma legítima de
pressionar o governo”. Os mesmos pilantras criam novas versões do “Pai-Nosso”,
confundindo a trindade com uma “orgia trinitária”.
Na conclusão do artigo “científico” que busca substituir o termo “infanticídio” por “aborto
pós-parto”, os infanticidas (chamados Alberto Giubilini e Francesca Minerva) pregam:
“Entretanto, se uma doença não foi detectada durante a gravidez, se algo der errado durante o
parto, ou se circunstâncias econômicas, sociais ou psicológicas mudem de tal modo que o
cuidado sobre a cria se torne um peso insuportável a alguém, então as pessoas devem ter a
chance de não serem forçadas a fazer algo que elas não conseguem pagar”.
Um filósofo norte-americano (chamado Jeffrey Reiman) apareceu dizendo que recém-
nascidos “não possuem entre seus direitos nada que torne errado matá-los”. A mesma anta
prega que pode haver “exceções à regra contra a morte de bebês que não irão se aplicar à
regra de não matar adultos e crianças”.
Aquele mesmo bioeticista já mencionado (Peter Singer) diz que “certamente nós devemos
colocar condições bem restritas ao infanticídio permitido, mas essas condições devem valer
mais pelo efeito do infanticídio em outros do que do problema intrínseco de matar um bebê”.
Um professor brasileiro ligado ao PT e ao socialismo (Paulo Ghiraldelli) desejou em suas
redes sociais que uma jornalista conservadora (Raquel Sheherazade) fosse estuprada. E
também disse que era a favor “da curra e do estupro” para um outro conservador (Marco
Feliciano).
Na França, um jornalista foi perseguido pelo seu sindicato por ter divulgado o nome dos
pedófilos que entrevistou para uma matéria. Muito antes disso, pedófilos já se infiltravam em
meios acadêmicos para avançar essa agenda. Em 1962, a revista Análise do Direito da
Universidade Vanderbilt publicou um artigo em que dizia: “Até mesmo em uma criança com
quatro ou cinco anos de idade, essa sedução pode ser tão potente ao ponto de oprimir o adulto
e levá-lo a cometer o crime”.
Isso para não falar tudo de Alfred Kinsey, que submeteu mais de 300 crianças com menos de
dois meses a sessões de estímulo sexual que podiam durar 24 horas. Kinsey é o guru da
sexualidade da esquerda, e se você consegue notar que há muito tempo aqueles que se dizem
de esquerda cultivam comportamentos sexuais absurdos, parte do mérito é dele.
Enfim, os casos de absurdos são abundantes na atividade da esquerda. Com certeza, alguns
podem dizer que nem todo esquerdista chegou a esse nível de aberração moral. Outros
podem dizer que não concordam com isso ou aquilo. Mas o problema é que todos eles
flertam com esses absurdos todos os dias quando fecham os olhos para a atividade
insensata dos seus pares. Uma feminista não pode alegar que não está sendo conivente com
o abuso de mulheres no Oriente Médio quando protesta usando burca e defendendo o
islamismo. O homossexual não pode dizer que luta contra o preconceito quando se lança
cheio de veneno contra grupos cristãos que só querem ajudá-lo. Um negro que acha normal
agredir pessoas brancas não pode dizer que não é racista. Mas graças ao apoio da massa
esquerdizada, cria-se um ambiente onde cada um desses grupinhos defende uma atrocidade
sem qualquer iniciativa para chamar a feminista de hipócrita, o movimento negro de racista, o
homossexual de preconceituoso e o socialista de fascista. Graças ao processo de
transformação operado pela esquerda, as suas hordas têm passe-livre para bater em brancos,
vandalizar igrejas, estuprar mulheres (no caso de Bill Clinton, nos Estados Unidos), ofender
cristãos, agredir policiais e mentir.
A intenção deste capítulo foi mostrar como é exatamente esse tipo de gente que constroi e
opera campos de concentração, câmaras de gás e órgãos de fiscalização ambiental. São essas
pessoas que preenchem as fileiras de organizações nazistas, socialistas, comunistas e
islâmicas. São eles que formam grandes grupos para abusar de crianças, matar pessoas de
fome, proteger crimes, matar inocentes, traficar mulheres e aprovar leis que ajudam com
bilhões de reais um punhado de empresas. O cidadão que não vê que está errado quando joga
coquetéis molotov em policiais, ou quando anda com os bandidos que tentam matar policiais,
é o mesmo que não terá problemas em se desfazer dos restos mortais de milhares de pessoas
acusadas pelo sábio governo de serem “inimigos do povo”. O idiota que não vê problema em
denunciar um padeiro porque está vendendo o seu pão por unidade, e assiste sem se afetar à
prisão do mesmo, é o mesmo que estará tirando famílias inteiras de suas casas porque não
obedeceram ao “deus-estado”.
O cretino que persegue o cidadão que caça e tira o sustento do vendedor de aves exóticas tem
a mesma disposição para causar um genocídio que os soviéticos que mataram milhões de
ucranianos ao decretar a interferência ditatorial no trabalho alheio. O que você acha que um
idiota que diz que vai expropriar sua fazenda sem indenização vai fazer quando chegar ao
poder? Cruzar os braços? O que você acha que um idiota que diz querer fuzilar a classe média
vai fazer se tiver a oportunidade? Nada? A diferença entre esses cretinos e os maiores
genocidas conhecidos é simplesmente a posição que ocupam e o poder que não têm.
Programas de partidos políticos dizem sem medo que querem acabar com o capitalismo e
implantar o socialismo. No entanto, um monte de antas cruza os braços e acha que não é um
problema que tais partidos tenham representação política. A fábrica de monstros gera não
apenas os monstros, mas as próprias vítimas, que parecem se entregar voluntariamente
a um destino idiota e cruel.
6.5. Conclusão
É difícil acreditar que o nosso carrasco pode estar do nosso lado. O seu colega de trabalho
pode ser aquele que, se for inserido em um sistema comunista, não vai ter nenhum problema
em tirar o seu teto, o seu ganha-pão ou a sua vida. O seu amigo pode ser o mesmo sujeito que
vai separar você da sua família e jogá-lo em campos de concentração. O seu parente pode ser
aquele que vai perseguir e apedrejar você por não obedecer ao “deus-estado”. O operador do
trem que levou judeus para campos de concentração não era um genocida antes de ser
colocado naquela situação. O coveiro russo que enterrava pessoas vivas na Ucrânia não era
um monstro antes da Revolução de 1917. O coreano que denunciou a mãe por tentar escapar
do campo de concentração (e assistiu à execução dela) não era um zumbi sem coração antes
da existência da Coreia do Norte. Nós temos a tendência a pensar que todos os que
participaram dos genocídios promovidos pela Bélgica, pela Rússia, pela Alemanha, pela
China, e por tantos outros estados, já eram assassinos, pedófilos e ladrões ANTES de esses
países abraçarem governos perigosos.
Mas não: governos podem levar as pessoas à mais completa situação de MISÉRIA MORAL.
Pessoas que “parecem” inofensivas hoje, podem se transformar em assassinos psicopatas em
determinadas situações. Os socialistas são craques em transformar homens em animais. Quem
matou os ucranianos no Holodomor e os judeus no Holocausto? Será que só havia bandidos e
desgraçados na Rússia e na Alemanha antes de os socialistas assumirem o poder? Será que
esses genocídios foram executados apenas por ex-presidiários e bandidos que conseguiram
uma forma de extravasar suas loucuras? Não. Foram pessoas “comuns” que cometeram os
maiores crimes da humanidade. Não se elimina MILHÕES de pessoas sem a conivência
popular.
Um povo não se torna genocida da noite para o dia. Os russos tinham matado muito inocente
antes da revolução comunista. Na luta que se atiraram contra um governo ruim, eles passaram
a pensar que os fins justificavam os meios. Se ancorando na situação miserável em que se
encontravam, passaram a achar justo matar e roubar para ter “pão, paz e terra”. Quando eles
estavam enterrando ucranianos vivos ou matando civis inocentes para cumprir as “cotas” de
terror poucos anos depois, os russos já tinham tanto sangue nas mãos que não viram nenhum
problema em sujá-las um pouco mais. A verdade é que o horror comunista não começou nos
excessos da Revolução Russa. Ele começou bem antes. O povo russo já estava moralmente
arruinado décadas antes dos sovietes de Lênin alcançarem o poder. Claro que sempre há
aquelas boas almas, mas os russos escolheram a dependência, o coitadismo e a autopiedade
antes mesmo do primeiro milhar de “reacionários” serem mortos.
O mesmo podemos dizer da relação do povo alemão com o Holocausto. O fato é que ninguém
(ou poucos) meteu o dedo na cara do Hitler quando ele começou a culpar os judeus pelos
problemas da Alemanha. Não houve ninguém para defender os judeus quando os nazistas
começaram a fechar as suas lojas. Não houve nenhuma reação séria quando eles foram
mandados para guetos. Ninguém pareceu se importar quando seu vizinho sumia apenas
porque era judeu. Certamente, existiram aqueles que arriscaram suas vidas para proteger o
desconhecido inocente, mas a MAIOR PARTE DAS PESSOAS cruzou os braços. E quando
chega a fatura da maldade, aqueles cretinos que permitem que o mal e o absurdo se tornem
normais para garantir as suas cotas, os seus financiamentos públicos, os seus empréstimos
subsidiados, querem simplesmente lavar as mãos e dizer: “minha responsabilidade parou ali”.
O que separa um invasor de terras de um tirano que tira as pessoas de suas casas? Só o poder.
Mas se você der poder a um desses invasores, ele fará o mesmo. O que diferencia os
anarquistas que jogam bombas em policiais daqueles genocidas que matam aos milhares? Só a
posição. Mas se a sociedade colocá-los no poder, eles logo se igualam. O que separa o fiscal
que penaliza o sujeito que cortou as árvores do próprio quintal de um ditador que confisca os
bens do povo? Só a lei. Pois quando a lei permitir o confisco de terras por qualquer outro
motivo, o mesmo fiscal vai cumpri-la como se fosse a coisa certa a se fazer. O que diferencia
aqueles fiscais que prendiam os vendedores que não seguiam a política de preços nos anos
1980 do tirano que prende aqueles que não concordam com ele? Pouca coisa. E é por isso que
antes de todos os desastres, de todas as matanças, de todos os piores momentos da
humanidade, houve uma ampla massificação da corrupção dos valores (leia-se: afastamento
dos valores judaico-cristãos).
Não foi o “nazismo” que matou os judeus; foram pessoas que “achavam” que a vida do
próximo não valia tanto assim. Não foi o “comunismo” que se materializou para gerar os
maiores genocídios da história; foram pessoas que “achavam” que podiam cometer alguns
excessos por um mundo “mais igual”. Não são as ideias que pegam em armas e lançam
bombas; são homens, mulheres, pais, mães, filhos, filhas, amigos, enfim, GENTE. É
importante que todos façam uma reflexão e respondam: EU SOU UM DESSES TIRANOS?
EU SOU UM DESSES GENOCIDAS? CONHECENDO AS MINHAS POSIÇÕES COMO
EU CONHEÇO, SE EU FOSSE IMPOR MINHAS POLÍTICAS HAVERIA MATANÇA DE
INOCENTES? Bem, se você acha que os donos de restaurante devem ser proibidos de
mostrar o sal aos seus clientes, sinto muito informar: há um pequeno Stalin em você. Se
você acha que os mercados devem ser proibidos de DAR sacos plásticos para seus
clientes, tenho uma má notícia: você é um Hitler que não tem poder. Se você pensa que é
legítimo agir politicamente para tirar o direito das pessoas de terem armas, já lhe aviso: você
tem muito em comum com todas aquelas pessoas escrotas que cometeram os piores crimes da
humanidade. E o mesmo vale para aqueles que querem proibir a caça, a propriedade privada,
o uso de combustíveis fósseis e tantas outras coisas. Faça o seu próprio julgamento agora
antes que seja tarde demais.
7. Sobre os Tipos de Guerra e a Guerra Subversiva
Quanto mais cedo se entende que há uma guerra sendo travada, mais rápido a sensação de
estranheza e alienação que muitos sentem tende a sumir. O fato é que em muitos lugares não é
tão trivial reconhecer o conflito que estamos enfrentando. Quanto mais “estável” é o lugar,
mais fácil as pessoas confundem os ataques deliberados que sofrem com um acidente, uma
manifestação cultural, um crime comum ou uma punição por algo que fizeram. Para facilitar o
processo de saída da “Matrix”, de abertura dos olhos, de conscientização da realidade, temos
que complementar o que vimos até agora com algumas considerações sobre a GUERRA.
O termo guerra deriva da palavra franca “werra”, que significa “confusão”. Guerra é todo
conflito (confusão) entre partes que lutam entre si tendo em vista alcançar um objetivo.
A origem da palavra é apropriada tanto por expressar a “confusão” que se estabelece no
campo de batalha quando os exércitos se confrontam, quanto por descrever a relação de
“confusão” entre os povos que se enfrentam. Então, para se ter uma noção maior da forma
como essa guerra se manifesta hoje em SEU meio, vamos rever os fundamentos da guerra. O
que se sabe sobre guerra? O que qualquer um pode afirmar sobre uma guerra?
O básico é que qualquer guerra SEMPRE começa com uma divergência de VONTADES
entre (pelo menos) duas partes que se relacionam de alguma forma. Qualquer guerra precisa
de (pelo menos) duas facções com interesses divergentes (e não apenas diferentes). Ela
começa quando um grupo quer o que o outro tem, quando precisa do que o outro possui ou
quando acha que aquilo que é do outro é dele. Na visão socialista o problema está na
capacidade humana de “ter”, motivo pelo qual o socialismo luta tanto contra a propriedade.
Na visão das pessoas normais, o problema está na inveja e na cobiça mesmo.
O objetivo final (principal) de qualquer guerra é a imposição da vontade de um grupo ao
grupo inimigo. Ou seja, o objetivo supremo da guerra é submeter o inimigo à sua vontade
(seja de que ele pare de se defender ou pare de atacar você) ou mesmo eliminar a vontade do
inimigo que se choca com a sua (como a vontade de atacar ou se defender de você). Toda
guerra, toda confusão, tem esse objetivo principal. E ele realmente pode ser alcançado da
forma tradicional: pela violência física. Mas tal objetivo também pode ser alcançado de forma
não violenta, por meio do diálogo e da diplomacia.
É comum o uso de termos como “guerra diplomática”, “guerra política”, “guerra econômica”,
e todos eles estão corretos quando usados para expressar a “confusão” entre facções com
vontades opostas e que querem impor as suas vontades umas às outras. Os fins de qualquer
confusão ou conflito podem ser alcançados com ou sem violência. Essa conclusão é intuitiva e
não oferece obstáculo para o entendimento da percepção do estado de guerra mencionado no
começo deste capítulo. O que é realmente importante de se entender é a percepção dos TIPOS
de guerra. Ou seja, de que não existe apenas um tipo de guerra (que pode ser travada de modo
violento ou não), mas três: a guerra convencional, a guerra não convencional e a guerra
subversiva.
Teoria da Guerra
Submeter o inimigo à sua vontade (de cessar ato ofensivo ou defensivo) OU Eliminar a
Objetivo Final:
vontade do inimigo (de praticar o ato ofensivo ou defensivo)
Tipo Convencional Não Convencional Subversiva
Declaração Formal Informal Cultural
Forma Choque/Destruição Atrito/Desequilíbrio Catabolismo/Autofagia
Alvos Principais Pessoas/Recursos Informações/Processos Ideias/Vontades
Objetivo Compromete a
Compromete a liberdade Compromete a vida
Estratégico propriedade
Objetivo Tático DESTRUIR RECURSOS TRAVAR MOVIMENTO CONTROLAR ESCOLHAS
Recursos
Militares Primário: se você
destruir a capacidade Secundário Alternativo
Recursos inimiga, você vence
Humanos
Recursos de
Sustentação
Recursos Primário: se você travar a
Secundário Secundário
Estruturais ação inimiga, você vence
Recursos
Institucionais
Recursos Primário: se você controlar a
Culturais Alternativo Alternativo ação espontânea do inimigo
Recursos Morais você vence
Modalidade Não Subversão/Engenharia
Política/Diplomática Espionagem/Infiltração
Violenta Social
Modalidade
Guerra Regular Guerrilha e Terrorismo Protestos e Tumultos
Violenta

Cada um desses tipos de guerra pode se manifestar em duas modalidades: a não violenta e a
violenta. No caso da guerra não violenta, os objetivos são a redução do moral do adversário
(da vontade dele de lutar), criar confusão na comunicação dele, projetar simpatias, anular
antipatias, receber e cooptar apoio para a causa amiga e minar o apoio do objetivo inimigo.
Essa modalidade opera em nível diplomático, institucional e política. Já a modalidade violenta
visa o comprometimento MATERIAL do inimigo. Ela é travada em nível regular (entre
exércitos bem organizados), irregular (entre grupos guerrilheiros ou espiões) ou subversivo
(com alienados, idiotas úteis e até idiotas inúteis). Tudo isso faz parte de uma guerra. O que
todas têm em comum é que elas têm SEMPRE o mesmo objetivo principal: VENCER.
a) Guerra Convencional: a guerra convencional é extremamente objetiva. Há uma
declaração de guerra formal em que todas as partes sabem quem está brigando e por que estão
lutando. Ela assume a forma do choque: o princípio dos atos de guerra é o choque evidente de
vontades e recursos. Nesse tipo de guerra, os alvos principais são os recursos humanos e
militares do inimigo: são as pessoas e propriedades do grupo adversário. Por isso, o objetivo
estratégico da guerra convencional é a afetação dos recursos adversários, para que ele não
tenha como lutar contra você. Disso deriva o princípio tático principal: a DESTRUIÇÃO DOS
RECURSOS inimigos. Sem armas, equipamentos e gente, o adversário perderá a vontade de
resistir ou perderá a capacidade de lutar.
A guerra convencional tende a ter início em sua modalidade não violenta, com o uso da
política e da diplomacia para dobrar as vontades inimigas. Pela própria natureza desse tipo de
guerra, um grupo pode usar sua estrutura institucional para forçar o inimigo a se submeter por
meio de ataques a alvos secundários: os recusos de sustentação (alimento, água e energia), os
recursos estruturais (o sistema de transporte, de energia e de comunicação) e os institucionais
(a capacidade econômica, a estabilidade política e o sistema de segurança). Ele pode
comprometer a economia inimiga por meio de embargos, solapar a credibilidade política por
meio de rompimento de relações e isolamentos diplomáticos ou até minar o sentimento de
segurança fazendo alianças defensivas ou militares que impressionam a população inimiga.
Entretanto, quando as vontades são muito fortes, as partes costumam apelar para a violência
através da guerra regular. Esse tipo de guerra é o mais conhecido e o mais simples de explicar:
dois grupos adversários lutam entre si visando comprometer os recursos humanos (soldados,
trabalhadores e civis) e militares (exército, equipamentos e armamento) do outro, que são os
alvos primários de uma guerra convencional. E para isso eles podem promover ataques,
manobras, bombardeios, bloqueios e ocupações, buscando sempre submeter a vontade inimiga
por meio da destruição material dos recursos militares e humanos dele. Essa é a guerra
convencional, com dois grupos bem definidos lutando por interesses bem conhecidos até que
um se renda ao outro. Nenhuma novidade até aqui.
Numa guerra convencional, se um grupo aprisiona ou sequestra um guerreiro do grupo
adversário e submetê-lo a um “interrogatório especializado”, ele vai dizer para quem ele
trabalha e por qual razão ele luta. Muitas vezes, o próprio uniforme já denuncia o inimigo e
nem é necessário submetê-lo a um tratamento violento para obter informações estratégicas e
táticas dele. A novidade é que, por causa disso, um grupo pode usar modalidades não
convencionais de conflito para comprometer os recursos inimigos, por meio de agentes
intermediários plantados na estrutura adversária. Tais agentes irão atuar dentro de um sistema
de conflito bem diferente da guerra convencional, que veremos a seguir.
b) Guerra Não Convencional: esse tipo de guerra é menos objetivo, porque ela é travada por
meio de intermediários, como espiões ou dissidentes guerrilheiros. Esses agentes são
estrategicamente infiltrados para enganar e confundir o inimigo, afetando a eficiência do seu
esforço de guerra. Não há uma declaração formal de guerra, de modo que o interesse é
justamente deixar o inimigo sem saber quem está atacando e por que está sendo atacado.
Entretanto, os atos de guerra e a estrutura por trás dos agentes infiltrados entregam facilmente
os lados e os interesses envolvidos. Por exemplo, apesar de não ter havido uma declaração de
guerra formal da União Soviética contra o Brasil na década de 1930, os soviéticos usaram
Luís Carlos Prestes (um bandido escroto e traidor) para organizar um ataque contra o país no
final de 1935, no que ficou conhecido como Intentona Comunista, que resultou em quase MIL
mortes em menos de uma semana. Russos e cubanos fizeram o mesmo com Francisco Julião,
Carlos Mariguella e Carlos Lamarca algumas décadas depois, financiando suas atividades
violentas contra militares e civis brasileiros.
O confronto da guerra não convencional assume a forma de atrito. Sua intenção é
DESEQUILIBRAR e TRAVAR a ação adversária. Por isso, os alvos principais desse tipo de
guerra são as informações e as instituições inimigas. Mesmo quando o ataque resulta na morte
e no dano de propriedade, o foco não está necessariamente no extermínio e a destruição: o
objetivo estratégico da guerra não convencional é o comprometimento da atividade inimiga.
Disso deriva que o objetivo tático principal desse tipo de guerra é TRAVAR O
MOVIMENTO do inimigo. Seja por meio do roubo dos planos militares, seja por meio da
explosão de uma ponte, seja por meio do suborno de um político, o objetivo sempre é
atrapalhar suas operações, prever suas ações e limitar suas opções. Na guerra não
convencional se atua no sentido de desequilibrar o adversário por meio do atrito, da
enganação e da ardilosidade.
A guerra não convencional é um prolongamento de um conflito maior e (na maioria das
vezes) bem definido, que pode ou não pode ter sido anunciado por meio de uma declaração
formal. Em sua modalidade violenta, ela costuma ser travada por dissidentes que focam suas
atividades em ações de guerrilha e terrorismo. Nesse sentido, eles buscam o
comprometimento dos recursos estruturais (rede de transporte, de energia e de comunicação),
dos recursos institucionais (regime político, sistema econômico e segurança) e da base de
sustentação (fornecimento de comida, luz e água) do adversário por meio da sabotagem, do
terrorismo, da guerrilha e da ação paramilitar. Em sua forma não violenta, os principais
intermediários são os espiões e os agentes infiltrados (políticos e militares pagos). Nessa
modalidade, os alvos também incluem os recursos humanos e militares do adversário, sendo
que o principal objetivo é comprometer a vontade inimiga por meio de declarações direitas,
declarações indiretas, do isolamento estratégico, do suborno estratégico e da espionagem.
A ação mais conhecida da guerra não convencional é a espionagem. Um espião pode
comprometer os recursos inimigos de vários modos: pela manipulação de um roteiro de
marchas para mandar as tropas inimigas para bem longe, pelo furto dos planos do grupo
inimigo para que seu grupo possa antecipar um ataque ou preparar uma defesa, pelo roubo de
tecnologias, pelo atraso de ordens e da desinformação. Normalmente, sua atividade envolve a
manipulação de informações e decisões. Mas a guerra não convencional também pode
envolver uso de dissidentes, simpatizantes ou traidores por meio do suborno estratégico. Um
grupo pode prejudicar o abastecimento de água de outro subornando políticos para vetar
projetos de saneamento ou tornar a autorização da construção mais onerosa. Ele pode pagar
um político para tirar recursos de projetos econômicos importantes (como a construção de
uma estrada ou de uma usina) para colocar em projetos não estratégicos (como ciclovias ou
calçadas). Ele pode subornar juízes inimigos para dar sentenças favoráveis aos seus
simpatizantes. Ele também pode usar seus próprios diplomatas para fazer declarações diretas
ou indiretas para afetar a economia adversária. E ainda pode subornar diplomadas de outros
grupos para isolar politicamente o adversário, pressionando-o a desistir de seus planos.
O que importa saber da guerra não convencional é que o inimigo não é tão claro. Seus agentes
intermediários não são tão facilmente reconhecidos. É intuitivo concluir que é difícil
identificar um espião. Até mesmo um guerrilheiro ou um terrorista não são de fácil
identificação, de modo que a melhor forma de reconhecê-los é por meio das suas ações e
atividades. E o ponto aqui é que até nos casos mais duvidosos, se o sistema de inteligência
de um grupo identifica um desses agentes e o submete a um interrogatório violento, ele
vai dizer para quem trabalha e o que ganha para fazer o que faz. Por mais ardilosa e
sorrateira que seja a guerra não convencional, seus atores sempre se engajam nela de
uma forma consciente e até objetiva. O espião sabe para quem trabalha e por que
espiona. O guerrilheiro sabe a quem se reporta e o que deve fazer. O terrorista conhece
suas causas e sabe quem deve matar. E no final das contas esse tipo de guerra é só um
prolongamento da guerra convencional, mas travada em um nível diferente.
c) Guerra Subversiva: enfim, chegamos ao terceiro tipo de guerra. A guerra subversiva é a
mais perniciosa de todas. Na guerra convencional, há certezas sobre os grupos rivais e seus
motivos. Na guerra não convencional, os grupos usam intermediários que sabem bem quem é
o inimigo e o que devem fazer. Já a guerra subversiva não é travada nem pelo choque, nem
pelo controle de informações, mas pelo próprio inimigo. Por isso ela assume a forma do
catabolismo, da autofagia. O objetivo da subversão é fazer com que o inimigo mate o
próprio inimigo. É fazer com que o próprio adversário entregue as suas armas e se
entregue sem que você precise dar um tiro para isso. Os alvos principais desse tipo de
guerra são as ideias e as vontades inimigas. O objetivo estratégico é o comprometimento
do próprio modo de vida da sociedade inimiga. Desse modo, o objetivo tático é
CONTROLAR AS ESCOLHAS do adversário.
Sun Tzu já havia declarado há milênios que: “A máxima suprema da arte da guerra é subjugar
o inimigo SEM TER QUE LUTAR”. Na guerra convencional, é possível fazer isso por meio
de manobras custosas. Na não convencional, isso depende do quanto um grupo tem para
subornar os generais e líderes do grupo inimigo. Já na guerra subversiva, isso depende da
capacidade de controlar as vontades e ideias da população adversária, fazendo com que atuem
conforme o que queremos. Por isso, os alvos primários da subversão são sempre os recursos
culturais (o controle da mídia, do sistema educacional e da estrutura de lazer) e ideológicos (a
forma como a sociedade enxerga a moral, a família e a religião). Secundariamente, se busca
afetar os recursos institucionais, estruturais e de sustentação também. E por meio do controle
desses recursos, é possível fazer com que os recursos militares e humanos do inimigo
simplesmente ESCOLHAM perder e se render.
Os grandes diferenciais da guerra subversiva são a pulverização dos seus centros de comando
e a forma como ela é conduzida. Na guerra convencional, a estrutura de comando é bem
simples: os soldados que atiram uns contra os outros estão sob o controle de um comando
militar bem definido, que por sua vez recebe suas ordens de um governo específico. Na guerra
não convencional, os intermediários (espiões e guerrilheiros) que colocam suas vidas em risco
recebem suas ordens de um comando militar especial (especializado em informações e
espionagem) bem protegido, que por sua vez está sob o comando de alguma autoridade
política. Já estrutura de comando da guerra subversiva é um pouco mais complexa
principalmente por causa da forma como ela é travada.
Para começar, que quem luta na guerra subversiva é a própria população inimiga. Nesse tipo
de guerra, a ação subversiva faz com que os próprios inimigos ataquem uns aos outros e
destruam suas armas e estrutura produtiva: são os chamados idiotas úteis. Eles são levados a
isso de forma sistemática e secreta por agentes subversivos, que são recrutados por agentes de
desinformação para conduzir a sociedade inimiga em uma determinada direção. Esses agentes
de desinformação são treinados para atuar de forma autônoma e discreta. O seu esforço
principal é descobrir pessoas e tendências que facilitem a subversão da sociedade inimiga.
Uma vez identificadas, eles usam os agentes subversivos para financiar essas pessoas ou
acelerar essas tendências, evitando ao máximo revelar a sua intenção final. Ou seja, só é
possível saber que se está travando uma guerra por meio da atividade dos idiotas úteis.
E a genialidade da guerra subversiva é que mesmo que você prenda um desses idiotas e o
submeta a todo o tipo de interrogatório, ele não tem nada para confessar (fora que é um
idiota). Ele não vai dizer que trabalha para o inimigo, porque ele não sabe. Ele não vai dizer
por que atacou fulano, porque ele realmente não sabe. De fato, ele nem mesmo sabe que está
no meio de uma guerra e nem acha que o que ele faz é errado.
Em outras palavras, a guerra subversiva busca fazer uma lavagem cerebral na
sociedade inimiga de modo que ela mesma passe a trabalhar conforme os interesses de
quem provoca a subversão. Essa lavagem cerebral deve ser tão intensa que faça com que a
maior parte da população inimiga tenha dificuldade até mesmo PERCEBER que está no meio
de um conflito. Com o tempo adequado, a sociedade inimiga estará cheia pessoas
incapazes de TER CONSCIÊNCIA de que estão sendo vítimas de ataques e até mesmo
que estão ATACANDO. A subversão ressignifica ações inteiras de ataque e de
sofrimento para que as vítimas pensem que não está acontecendo nada demais. E por
tudo isso, o grande objetivo neste capítulo é dar os meios para você abrir os olhos para a
realidade. Ou seja, eu quero tirar você (ou ajudar você a tirar outras pessoas) da MATRIX.
Como disse Yuri Bezmenov, um conhecido agente de inteligência soviético que
abandonou o comunismo: “Você não está vivendo em tempos de paz. Você está em um
estado de guerra. E você tem pouco e precioso tempo para se salvar”.
Objetivos
Convencional Não Convencional Subversiva
Táticos
Recursos
Militares
(Exército, Declarações Diretas,
Armamento, Ataque, Manobra, Declarações Indiretas,
Equipamento) Bombardeio, Ocupação, Isolamento Estratégico,
Recursos Bloqueio Suborno Estratégico,
Humanos Espionagem
(Trabalhadores,
Civis, Soldados)
Recursos de
Sustentação
(Comida,
Energia, Água)
Recursos
Embargo, Rompimento de
Estruturais Greve, Bloqueios Públicos,
Relações, Isolamento Sabotagem, Terrorismo,
(Transporte, Vandalismo, Demonstrações
Diplomático, Alianças Agressão Paramilitar,
Energia, Violentas, Insegurança
Defensivas, Alianças Ocupação
Comunicação) (Campanha de MEDO)
Militares
Recursos
Institucionais
(Economia,
Política,
Segurança)
Recursos
Culturais
(Mídia,
Educação, Boicote, Controle da Cultura,
Lazer) Controle da Educação,
Recursos Controle da Mídia, Guerra de
Ideológicos Classes, Reforma Moral
(Moral,
Família,
Religião)

7.1. Sobre a Guerra Subversiva (quais são as suas manifestações)


Antes de falar quem coordena os agentes de desinformação nos nossos dias, vamos analisar
melhor a forma como a guerra subversiva é travada. Uma guerra convencional teoricamente é
travada entre grupos conscientes de seus fins e dos objetivos inimigos. Na guerra
convencional, o seu inimigo mata e fere você. Ele destrói o seu armamento e os seus meios de
defesa. Ele luta contra você e faz alianças produtivas e racionais contra você. Ele te
empobrece e destrói a infraestrutura da sua economia. Tudo isso porque ele QUER vencer.
Ele QUER derrotar você. Numa guerra não convencional, o inimigo usa intermediários que
lutam por ele contra você. O seu inimigo paga guerrilheiros para matar e ferir você. Ele usa
espiões para destruir suas armas e suas fortalezas. Ele manipula simpatizantes para lutar
contra você e apoiar os seus inimigos. Seus espiões e guerrilheiros tentam empobrecer sua
economia e destruir sua infraestrutura para arrefecer seu esforço de guerra. E ele faz tudo isso
porque tem à disposição soldados infiltrados que QUEREM vencer a guerra, que QUEREM
derrotar você.
Guerra Convencional Guerra Não Convencional Guerra Subversiva
Você mata inimigo. Infiltrado mata inimigo. Inimigo mata inimigo.
Você fere inimigo. Infiltrado fere inimigo. Inimigo fere inimigo.
Você destrói armamento Infiltrado destrói armamento Inimigo destrói próprio
inimigo. inimigo. armamento.
Você destrói defesas inimigas. Infiltrado destrói defesas inimigas. Inimigo destrói próprias defesas.
Você luta contra inimigo. Infiltrado luta contra inimigo. Inimigo luta contra inimigo.
Você não luta contra amigo. Infiltrado não luta contra amigo. Inimigo não luta contra você.
Você empobrece inimigo. Infiltrado empobrece inimigo. Inimigo empobrece inimigo.
Você destrói infraestrutura Infiltrado destrói infraestrutura Inimigo destrói infraestrutura
inimiga. inimiga. inimiga.
Você QUER vencer. Infiltrado QUER vencer. Inimigo QUER perder.
Você QUER derrotar inimigo. Infiltrado QUER derrotar inimigo. Inimigo QUER derrotar inimigo.

Muita gente tem dificuldade para entender a guerra subversiva porque ela foge de toda essa
lógica. Nesse tipo de guerra, o inimigo não mata ou fere você pessoalmente. Ele faz você se
matar e se ferir. Ele faz com que VOCÊ destrua suas próprias armas e fortalezas. Ele
transforma você num aliado dele contra você mesmo. O inimigo faz com que você ladre
contra os seus próprios aliados e sinta simpatias pelos aliados dele. Ele confunde você para
que você mesmo queira ser pobre e miserável. Ele faz com que você destrua sua própria
infraestrutura e prejudique a economia da sua própria casa. Enfim, ele faz com que você
QUEIRA PERDER. A guerra subversiva faz com que VOCÊ QUERIA DERROTAR A
SI MESMO. Eu creio que muitos já têm alguma noção do que eu estou falando, mas é natural
para quem ainda não abriu os olhos continuar cético e questionar se isso acontece mesmo.
Afinal, se tem uma coisa que a guerra subversiva não é, é ser lógica e intuitiva.
Mas façamos assim, você não precisa acreditar em nada do que foi escrito. Apenas suponha
que existe um grupo interessado em vencer você e fazer tudo que foi descrito acima. Caso
você estivesse sendo vítima dessa guerra subversiva, que tipo de manifestações você esperaria
observar? Ou seja, de que forma o inimigo faria com que o seu vizinho atacasse você? Ou que
você atacasse o seu vizinho? Como ele faria para manipular você a querer desarmar os
próprios AMIGOS? Ou que os seus próprios AMIGOS tivessem a vontade de desarmar você?
Como você espera que o inimigo atuaria para jogar você contra seus próprios pais? Ou jogar
seu pai ou sua mãe contra você? O que ele teria que fazer para ludibriar você a querer SER
POBRE? Qual seria a atuação dos idiotas úteis para PREJUDICAR O SEU NEGÓCIO,
DIFICULTAR A SUA PROSPERIDADE e TRAVAR A ECONOMIA do seu povo? Enfim,
como perceber que a atividade subversiva já fez você ou seus conhecidos quererem
PERDER? Para ajudá-lo a entender melhor, vamos analisar o comportamento esperado do
grupo atacado pela subversão e como ele é levado a isso.
a) O inimigo mata e fere o inimigo (ou você mata e fere seu vizinho, ou o seu vizinho
mata e fere você): a subversão quase sempre atua potencializando comportamentos já
existentes na sociedade inimiga. Então, a primeira coisa que se deve pensar é: como a
população da sociedade que será alvo da subversão JÁ SE MATA mutuamente? Quais são as
expressões da agressão nessa sociedade e quais são as manifestações que já existem nela que
facilitam a eliminação FÍSICA do seu quantitativo? O alvo principal da subversão nesse
sentido é a atividade criminosa que já se estabeleceu na sociedade inimiga. Quem é que te
mata? O assassino. Quem é que te fere? O bandido. Portanto, a subversão vai buscar formas
de potencializar a criminalidade na sua sociedade. Ela vai facilitar a ocorrência de crimes na
população inimiga. Ou seja, ele vai tentar aumentar as possibilidades de colocar um assassino
do seu lado. E ele vai, inclusive, dar motivos para o bandido matar e agredir você.
Em sociedades democráticas capitalistas, como isso é possível? De várias formas: reduzindo
penas para assassinatos, criando exceções para a punição e prisão de assassinos (por meio da
criação de idades mínimas para ser preso e casos em que o criminoso não pode ser punido),
deixando os bandidos nas ruas (multiplicando os indultos e os “saidões”, bem como
interferindo no funcionamento dos tribunais), deixando de construir presídios e imobilizando
o aparato de segurança pública. Mas a subversão não vai apenas facilitar o seu encontro com
um bandido. Ela também vai dar motivos para ele atacar você. E até fazer você pensar que
MERECE ser atacado. Por exemplo, em 2011 um norueguês chamado Karsten Nordal Hauken
foi vítima de um “estupro” (foi sodomizado) por um refugiado da Somália. Ao saber que o
bandido foi preso e deportado, Hauken declarou que se sente culpado pelo que aconteceu com
o criminoso. É nesse nível de lavagem cerebral que a subversão atua.
Isso é muito importante de entender: a subversão não vai deixar apenas a sua sociedade mais
perigosa (como no Brasil, onde cerca de 60.000 assassinatos acontecem todos os anos), ela
também vai trabalhar para que o bandido pense que está certo em te atacar e que você sinta
que merece ser atacado. Ela vai atuar para a sua sociedade tolerar a criminalidade e ver os
criminosos como “vítimas da sociedade”. Quando o sujeito vê o bandido como uma “vítima
da sociedade”, ele já está se declarando um merecedor da agressão que poderá sofrer, já que
ele mesmo faz parte da “sociedade”. A subversão vai fomentar a produção de ideias que
justificam a ação da bandidagem, seja por meio da infiltração na mídia, seja por meio de
manifestações culturais como alguns tipos de RAP. No Brasil as músicas do grupo Racionais
MC’s servem a esse propósito. Em Vida Loka, eles descrevem com normalidade a vida de um
bandido e até pedem “Dá meu brinquedo de furar moletom”. Em Mente do Vilão, eles
descrevem a atuação da bandidagem e se fazem de coitadinhos, atribuindo o modo de vida
que escolheram para eles à cor com que nasceram.
Nos Estados Unidos, a subversão se estabeleceu há muito tempo atrás, por grupos socialistas e
anarquistas que já buscavam a eliminação física de seus inimigos. Desde sempre eles buscam
incentivar a esquerda norte-americana a atuar em seu favor, de modo que hoje podemos ter
certeza de que o Partido Democrata já se tornou uma ferramenta da subversão para atacar a
própria população. Desde o século XIX, partidários dos democratas atacam seus líderes mais
conservadores e matam os próprios conterrâneos por terem sofrido a lavagem cerebral típica
da guerra subversiva. Em 1865, foi um democrata que matou Abraham Lincoln (um
republicano como Donald Trump). Em 1881, foi um democrata que matou James Garfield,
outro presidente republicano. Em 1963, foi um comunista que matou John Kennedy (um
democrata conservador). Em 1975 e em 1983, outros dois democratas atiraram contra
presidentes republicanos (Gerald Ford e Ronald Reagan). E os últimos acontecimentos com o
atual presidente Donald Trump mostram que as coisas não mudaram muito.
Mas a fábrica de loucos não para na produção de psicopatas que querem matar presidentes:
esses idiotas úteis atuam contra o próprio povo também. O esquema subversivo consegue
plantar na cabeça dos doidos o ódio contra todos que se coloquem no caminho da reforma
social. A consequência é uma longa lista de ataques COM INSPIRAÇÃO POLÍTICA DE
ESQUERDA só nos Estados Unidos. Em 1984, um democrata matou 22 pessoas em um
McDonalds. Em 1986, outro democrata matou 15 pessoas em uma agência dos correios. Em
1990, outro democrata matou mais 10 pessoas em um banco da General Motors. Em 1991,
mais 21 pessoas foram mortas por um democrata em uma cafeteria. Um democrata matou
mais 8 pessoas em uma igreja em 1999. Em 2001, um democrata atirou contra a Casa Branca
(onde estava o republicano George Bush). Em 2007, eles mataram mais 32 pessoas na
Virginia Tech. Em 2012, outro democrata matou mais 12 pessoas durante uma sessão de
cinema. Em 2013, mais 26 pessoas foram mortas por um democrata em uma escola. E os
atentados continuam. Ou seja, por mais que essa guerra seja subversiva, ela também se
manifesta de formas violentas e agressivas.
b) O inimigo destrói as próprias armas e as próprias fortalezas (ou você desarma e tira a
proteção dos seus amigos, ou os seus amigos desarmam e tiram a sua proteção): não é
racional ao cidadão autônomo e independente QUERER ser desarmado. Não é normal, nem
nunca foi, ao sujeito honesto e correto querer tirar as armas de seus amigos e conhecidos. Na
história do mundo, essa sempre foi uma iniciativa encabeçada por GOVERNOS totalitários.
No Brasil, foi o ditador Getúlio Vargas que endureceu as leis desarmamentistas. No Japão,
essa tradição foi implantada há muitos anos atrás, pelo rígido Shogunato Tokugawa, com
medo que a população lutasse contra o poder central. Em todos os países que sofreram com o
socialismo, houve uma iniciativa anterior ou oportuna para desarmar a população. A África já
tem uma tradição nesse sentido e não é à toa que é o continente mais perigoso do mundo.
Seguindo determinação e agenda da ONU, 51 países africanos assinaram a Declaração de
Bamako em dezembro de 2000, se comprometendo a criar leis de desarmamento em todo o
continente. Ou seja, é de se esperar que governos e grupos totalitários queiram desarmar a
população, mas quando o próprio povo QUER SER FRACO e INDEFESO, ele sofre de
algum tipo de distúrbio cognitivo.
Então, como o inimigo faz com que um povo queira se desarmar? Como ele faz para que você
queira entregar VOLUNTARIAMENTE as suas armas? Como a subversão faz com que os
cidadãos inimigos queiram TIRAR as armas e as defesas uns dos outros? Um dos primeiros
passos é potencializar na sociedade inimiga todo o tipo de aversão que pode existir às armas.
Projetar formadores de opinião que falem abertamente contra as armas e como elas (e não os
bandidos) são perigosas para a sociedade. A subversão vai criar nas cabeças mais fracas a
ideia de que a proteção da população deve ser feita ÚNICA e EXCLUSIVAMENTE pelo
aparato estatal. Ou seja: se não houver um policial do seu lado no momento em que você
estiver sendo vítima de um crime, você não poderá fazer nada. Tudo que for associado ao
armamento será demonizado por meio do financiamento de idiotas úteis simpatizantes do
desarmamento: a caça, o tiro esportivo e a cultura do armamento serão vendidos como hábitos
de gente incivilizada e violenta. E aos poucos até a vontade de FORÇAR OS PRÓPRIOS
AMIGOS a entregarem suas armas será uma atitude vista como normal.
Mas além dessa sina contra as armas, as vítimas da subversão também são manipuladas para
QUEREREM ser fracas e indefesas. Claro que muitas vezes elas nem percebem que estão
sendo induzidas a isso, mas você já deve ter percebido como a sociedade tem produzido
jovens e adultos fracos e dependentes. São pessoas que são facilmente ofendidas por palavras
e que sentem que precisam de proteções especiais do governo. Por isso, um dos objetivos da
subversão é criar pessoas FRACAS, mas que não consigam ver que são FRACAS. São
pessoas que acham que merecem tratamento especial da sociedade, ancorando suas
justificativas em desculpas como origem, cor de pele ou opção sexual. No caso de cotas para
negros, por exemplo, o sucesso da subversão não está nem na aprovação de uma lei que impõe
cotas no país inimigo. Ele está na formação de uma massa de pessoas que ACREDITAM que
têm o direito de pegar uma vaga de alguém que estudou mais do que elas ou que tem uma cor
diferente da delas, mesmo que tenha passado pelas mesmas dificuldades. O avanço da
subversão pode se manifestar na forma da aprovação de uma lei, mas o seu sucesso ocorre na
formação de um grupo de pessoas orgulhosas com a própria fraqueza.
Qualquer manifestação verbal que acuse a fraqueza dos idiotas úteis será demonizada e
transformada em crime pela ação subversiva. Isso porque a subversão também atua para fazer
com que a sociedade não veja que está sendo vítima de uma lavagem cerebral e se tornando
fraca. Os jovens que na primeira metade do século XX se alistavam para lutar em guerras
sangrentas, hoje se ofendem com palavras bobas e com as práticas alimentares dos outros.
Sociedades que produzem garotos que usam chapinha, garotas que não comem carne e adultos
que acham a caça um esporte violento que deve ser proibido, são sociedades que estão
flertando com a fraqueza e a autodestruição. Países onde a própria população quer entregar as
suas armas e permitir que qualquer povo bárbaro invada e transite em seu território, são países
que estão pedindo para serem atacados e massacrados. Os idiotas úteis são levados a crer que
qualquer um que queira uma política de imigração mais séria e uma atitude mais rigorosa com
estrangeiros que entraram ILEGALMENTE em seu país são seres incivilizados e perigosos.
No fim, casos como o do norueguês que sente pena do homem que abusou sexualmente dele
se multiplicam.
Na Alemanha, uma socialista chamada Selin Goren diz ter sido vítima de estupro coletivo no
início de 2016. Quando foi se reportar à polícia, ela MENTIU na descrição dos estupradores,
dizendo que eles falavam alemão. Posteriormente, ela apareceu em uma revista alemã dizendo
que mentiu na descrição dos criminosos porque não queria estimular o preconceito contra os
imigrantes que falavam árabe. Note que esse caso expressa tanto a disposição do próprio povo
submetido à subversão a aceitar as agressões que sofre, quanto ao repúdio à própria segurança
e proteção. A subversão faz com que o próprio inimigo sabote suas fortalezas. Ela faz com
que o próprio adversário destrua as suas muralhas e abra os seus portões. Ela transformar
seres humanos aparentemente normais em idiotas que aceitam ser mortos, estuprados,
assaltados e feridos por outros idiotas controlados pelos inimigos, facilitando todo o trabalho
de infiltração e destruição da sociedade.
c) O inimigo luta contra os aliados dele e não luta contra você (ou você luta contra os
seus amigos e não luta contra seus inimigos, ou os seus amigos lutam contra você e não
lutam contra os seus inimigos): além de fazer o inimigo se agredir e se desarmar, a
subversão faz com que ele tome decisões irracionais. Ela o transforma no cachorro que morde
a mão que o alimenta, mas que não oferece nenhum perigo ao ladrão. A intenção principal é
fazer com que o próprio inimigo fique contra ele mesmo. Mas a subversão vai além disso: se
você for o alvo da subversão, ela tentará fazer com que você se torne inimigo dos amigos dos
seus amigos e que se torne amigo dos amigos do seu inimigo. Isso não é tão confuso quanto
pode parecer num primeiro momento. Imagine um mundo simplificado dividido entre um
ocidente cristão e capitalista e um oriente islâmico e socialista. Suponha que a guerra esteja
sendo travada entre os socialistas orientais e os cristãos ocidentais.
Se os socialistas quiserem subverter as sociedades cristãs do ocidente, eles podem adotar o
seguinte roteiro: a) sondar e alavancar divisões existentes entre os próprios cristãos, jogando
os próprios inimigos contra eles mesmos (fazendo com que católicos e evangélicos briguem
entre si, por exemplo); b) sondar e alavancar discordâncias dentro do próprio ocidente,
jogando cristãos contra seus aliados (investindo em movimentos que expressem essa agenda,
como a Teologia da Libertação, a Teologia da Missão Integral ou a Doutrina Social da Igreja),
e; c) sondar e potencializar pontos de convergência entre cristãos e muçulmanos, fazendo com
que o inimigo coopere com os aliados dos inimigos (como a aliança existente entre a esquerda
ocidental com os muçulmanos). Ou seja, a rotina para controlar a disposição de alianças
do inimigo envolve: jogar o inimigo contra ele mesmo, jogar o inimigo contra os aliados
dele e aproximar o inimigo dos aliados de quem promove a subversão.
Lembre-se que não estou pedindo para você acreditar em nada disso. Eu sei que se você for
uma pessoa esperta, ou já se tocou de que estamos em meio a um processo subversivo ou vai
se tocar em breve. O que eu peço no momento é imaginar o que você faria para conseguir
alcançar esses objetivos. Por exemplo, como um suposto inimigo da sua sociedade faria para
jogar você contra seus amigos e aliados? Ou então, como ele faria para jogar os seus amigos
contra você e contra os seus aliados? O primeiro passo não seria explorar as diferenças que já
existem em sua sociedade? Mesmo sem guerra, sem subversão, as pessoas sempre arrumam
um motivo para discordar. Elas brigam por tudo: emprego, mulheres, namorados, riqueza,
salvação e até para ver quem briga menos. Até em casa os pais brigam com os filhos e as
mulheres com os maridos. O que a subversão faz é explorar essas divisões e manipular as
vítimas a acreditar que tais divergências são intransponíveis. Ou seja, eles criam um
sentimento de guerra de classes na sociedade inimiga.
O fomento da guerra de classes é um dos primeiros passos para subverter a sociedade inimiga.
E os comunistas não foram os primeiros a usar esse esquema para alcançar os seus objetivos.
Já havia católicos na Grã-Bretanha antes de os franceses jogarem os escoceses contra os
ingleses. Os huguenotes já estavam na França antes de os ingleses pensarem em usá-los contra
seus inimigos franceses. As diferenças entre as cidades gregas foram usadas por persas e
macedônicos na tentativa de controlá-las. O que a subversão faz é atiçar as divergências
existentes até o ponto em que uma classe declare guerra à outra, enfraquecendo o inimigo. Ela
descobre as diferenças e consolida grupos que promovem o conflito. Ela faz com que a filha
odeie o filho (por meio do feminismo). Faz o vizinho odiar o vizinho (fazendo com que ache
normal tirar dele um emprego, uma arma ou sua renda). Ela faz com que o filho odeie os pais
(por meio do homossexualismo ideológico). Faz até com que o trabalhador deteste aquele que
lhe paga o salário (por meio do sindicalismo radical).
Mas a ação subversiva também tenta solapar a confiança do inimigo nos aliados dele. Se ela
consegue fazer o indivíduo rejeitar os seus maiores aliados (sua família), é ainda mais fácil
fazer com que ele demonize aliados externos. Por exemplo, os soviéticos fizeram uma
campanha internacional para que todos odiassem os ingleses (até a primeira metade do século
XX, quando a Inglaterra deixou de ser um obstáculo aos interesses comunistas) e os norte-
americanos. É fácil de ver como boa parte da população mundial sofreu uma lavagem cerebral
para odiar os Estados Unidos. São pessoas que sofrem com o imperialismo comunista e
muitas vezes tiverem suas famílias destruídas pelo processo subversivo socialista, mas que
foram manipuladas para crer que os males do mundo vêm de um dos únicos povos com quem
eles ainda podem contar para lutar contra os inimigos da liberdade. São vítimas de uma
verdadeira reforma mental: são pessoas que pregam todo o ódio aos Estados Unidos, mas que
sonham em morar lá. São idiotas úteis que atuam politicamente contra os norte-americanos,
mas vão passar as férias na Flórida e em Nova Iorque. São imigrantes que fogem do inferno
na terra (como o México) para a terra da liberdade, mas levam com eles os mesmos costumes
que transformaram seus países de origem no lixo que são.
Para isso, além de explorar e fomentar a divergência entre os inimigos e os aliados dos
inimigos, a subversão também usa dois outros esquemas: ela atenua e esconde os pontos de
concordância entre os dois e MENTE deliberadamente para demonizar um aos olhos do outro.
Em Jerusalém, vi muitos palestinos criticando Israel. Quando eu perguntava por que não iam
morar na Palestina ou em algum país muçulmano, eles desconversavam ou diziam que era
pior. Qualquer muçulmano recebe um tratamento muito mais humano e civilizado nos países
que eles odeiam do que nos seus próprios países. No entanto, foram todos adestrados pelos
socialistas a odiar os norte-americanos e os judeus. O cidadão esquerdizado latino-americano
passou pelo mesmo processo, com os mesmos resultados. A subversão atenua todas as
qualidades de seus aliados capitalistas e generaliza os bastiões conservadores como
monstros imperialistas que querem dominar o mundo, fazendo com que o típico cidadão
terceiro-mundista seja um antiamericano de carteirinha.
Enfim, a guerra subversiva busca promover as simpatias que existem dentro da comunidade
inimiga com os aliados do subversor. Nesse caso, o que se faz é o contrário do atiçamento de
inimizades entre aliados: para fazer com que feministas se sintam aliadas dos muçulmanos é
necessário atenuar todas as aberrações contra as mulheres cometidas nos países islâmicos e
promover as ideias que eles têm em comum. O povo de uma república capitalista lutando
contra Cuba pode não ser simpático aos cubanos, mas pode ser levado a simpatizar com
venezuelanos ou norte-coreanos, por exemplo. Geralmente, o que denuncia a manobra
subversiva são as CONTRADIÇÕES de posicionamento que os grupos que sofreram a
lavagem cerebral revelam. Temos exemplos abundantes nos nossos dias: as estudantes que
ofendem padres são aliadas de muçulmanos que aprisionam mulheres; o homossexual que
odeia os pais machistas é o mesmo que usa a camisa de um assassino de homossexuais (Che
Guevara); a feminista que odeia o homem que paga a conta é a mesma que não quer a pena de
morte para estupradores; o cristão que odeia pentecostais é o mesmo que vota em abortistas; e
assim por diante. No final, as sociedades atingidas pela subversão estão tão cheias de gente se
odiando e flertando com os inimigos que qualquer empurrãozinho bem dado é capaz de levá-
las ao colapso e à guerra civil.
d) O inimigo destrói a própria infraestrutura e sabota a própria economia (ou você
destrói a própria infraestrutura que benecifia sua família, ou sua família sabota a sua
própria economia): esse ponto é bem interessante. Um objetivo tático da guerra
convencional é destruir os recursos econômicos do inimigo. E você faz isso bombardeando
parques industriais, usinas elétricas e estradas. Mas como fazer com que o inimigo faça isso
por você? Como fazer com que o povo inimigo QUEIRA ser pobre e SABOTE sua própria
economia? Para mim, o melhor exemplo desse tipo de subversão está no discurso de um grupo
que se infiltrou na estrutura católica. Tanto a Teologia da Libertação quanto a Doutrina Social
da Igreja pregam o combate ao “consumismo” (num discurso quase idêntico ao dos arautos da
Teoria Crítica). São padres falando contra o “capetalismo” e papas condenando o
consumismo, chegando a condenar o uso de ares-condicionados. Mas eu pergunto: é normal
esperar um ano menos consumista para um comerciante? Tente se lembrar de algum parente
ou amigo que trabalhe com vendas: você DESEJA que o natal dele seja de baixo consumo?
Caso você venha a ter um filho que adquira uma loja: você desejaria um ano sem consumismo
para ele? Eu sei que nem todos caem nessa ladainha, mas a quantidade de idiotas úteis que
compram o discurso do “combate ao consumismo” é enorme.
Veja bem. Em boa parte dos países de terceiro mundo (Brasil, por exemplo), a esquerda
organizada faz protestos defendendo a melhoria do transporte público DESTRUINDO o
transporte público. Seus mínions vandalizam e depedram ônibus. Eles queimam pneus
obstruindo a passagem de milhares. Eles se infiltram em sindicatos de motoristas para forçá-
los a fazer greve, reduzindo o número de veículos disponíveis. Eles sabotam o metrô e picham
as estações. Eles quebram pontos de ônibus e roubam os cobradores (andando sem pagar).
Enfim, a subversão consegue fazer com que os próprios inimigos sabotem sua estrutura
econômica e não se deem conta disso. Bloqueios de vias, vandalismo e destruinção de ônibus
são a manifestação material da subversão econômica. São as formas que a subversão encontra
para fazer com que o seu vizinho sabote a sua empresa, para fazer com que seu aluno destrua
o ônibus que você usa para chegar à escola, para fazer com que muitos não consigam chegar
aos seus postos de trabalho e produzir.
O esforço subversivo identifica todas as oportunidades para TRAVAR e CONTROLAR a
atividade econômica inimiga e as explora a seu favor. Se há um grupo de defensores dos
besouros azuis, a subversão vai usá-los para proibir a construção de usinas e fábricas que
podem comprometer o inseto. Se há uma seita que prega a pobreza e a miséria voluntária, ela
vai projetar essas ideias como imperativos morais na sociedade inimiga. Se há uma tendência
à preguiça no grupo inimigo, ela vai fomentá-la até que todo o grupo se entregue a ela. Se há a
mais pequena queixa contra as liberdades econômicas na sociedade inimiga, a desinformação
vai alavancá-la como desculpa para a reforma econômica radical. As opiniões econômicas da
população adversária são todas manipuladas para que ela se torne fraca e improdutiva.
Ataques às liberdades econômicas alheias são primeiramente tolerados e depois transformados
em LEI. Se um produto está muito caro, a ação subversiva faz com que o povo brigue pelo
controle do preço (mesmo quando o dono da loja é o próprio parente). Os ataques à
propriedade se tornam frequentes e a população passa a achar que os proprietários merecem
tal tipo de tratamento. Nas academias, a subversão desenvolve grupos que pensam nas
melhores formas de controlar e conduzir a economia, sempre com os resultados fracassados
que até os comunistas russos e chineses aprenderam que são inevitáveis. Mas isso não
importa: a intenção é justamente essa.
O que quero mostrar aqui é que na sociedade contemporânea há exemplos abundantes de
autossabotagem econômica. E isso porque ela foi (e continua sendo) vítima de um aparato
subversivo que visa a sua derrota econômica. Não é normal a ninguém querer ser miserável,
mas quando alguém prega a imposição da miséria aos demais, ou ele é um idiota sendo
manipulado, ou ele é mau. Qualquer idiota tem todo o direito de não ser consumista e
viver da forma que acha melhor, mas quando faz um discurso “anticonsumista” como
forma de facilitar o controle econômico ou reduzir a liberdade econômica, ele não é só
um idiota: ele é uma arma do inimigo contra você. E infelizmente a subversão já criou em
muitos países uma massa de idiotas que agem como soldados sem uniforme contra a
prosperidade sua e da sua família. São pessoas que querem proibir sacolas plásticas, querem
controlar a venda do pão, querem taxar o gás carbônico, querem proibir a gasolina, querem
acabar com as lâmpadas incandescentes, querem acabar com profissões inteiras, querem banir
o refrigerante, e querem até dizer o que você pode e não pode fazer em SUA empresa. Assim,
o inimigo não precisa gastar seus preciosos recursos para bombardear suas indústrias e sabotar
sua economia: a própria população adversária faz isso por ele.
e) O inimigo QUER perder (ou você quer PERDER, ou os seus amigos querem que você
PERCA): enfim, até agora vimos como um grupo pode manipular o inimigo para que as
ações dele levem à própria derrota. A subversão pode resultar na matança do inimigo pelo
próprio inimigo. Ela pode resultar no desarmamento e enfraquecimento voluntário do próprio
adversário. Ela pode fazer com que o inimigo dê as costas aos aliados dele e coopere com os
amigos de quem o subverte. E pode também fazer com que ele sabote a própria prosperidade e
se condene a uma pobreza perpétua. Mas ela costuma ir além disso: ela sequestra todo o
sistema de percepção e julgamento do inimigo para que ele QUEIRA perder. Na última etapa
da lavagem cerebral, a vítima da subversão já abriu mão de toda a sua dignidade e capacidade
de julgamento (às vezes mantendo a “impressão” de que continua no controle). Mesmo
quando o sujeito resiste em reconhecer que já perdeu o controle (como qualquer viciado ou
dependente químico), às vezes ele é levado a abrir mão de toda a sua dignidade. Ele admite
para si mesmo que NÃO QUER manter a sua dignidade porque foi convencido de que ela é
uma “necessidade burguesa”, que ela “não permite a sua realização como pessoa” ou que
atrapalha a sua “satisfação sexual”. Ele não é apenas mais um manipulado pela guerra de
classes querendo matar os outros: ele quer SE matar. E ele é levado a acabar com sua
dignidade e vida pelos motivos mais estúpidos possíveis.
Para piorar, quando o elemento foi subvertido ao ponto de confundir o certo com o errado, de
não saber o que é crime e o que não é, e de atacar até os seus parentes, amigos e colegas, ele
tende a aceitar qualquer sugestão que os seus novos “mestres” tiverem para ele. E os
“mestres” que nos atacam querem que VOCÊ PERCA. Eles querem que TODOS os que
podem pensar por eles mesmos e que querem viver uma vida livre PERCAM. Pior ainda: eles
querem que você e seus amigos QUEIRAM PERDER. E eles não pouparão nenhum esforço
para fazer com que você se submeta e cometa os piores crimes contra VOCÊ MESMO. E se
você tem o mínimo acesso às informações você sabe que isso já está acontecendo com
ALGUÉM (mesmo que não seja com você). Há meninas defecando em público e rapazes se
sodomizando em peças de teatro. Há dezenas de idiotas se mutilando pelas causas mais
estúpidas, seja para se parecer com um bicho, seja para se encaixar em um grupo, seja como
forma de protesto. Há mães que matam os filhos apenas porque são garotos e pais entregando
as suas filhas a qualquer palhaço que apareça em sua porta. E há aqueles casos mais
impressionantes, onde os pais de um garoto ou de uma garota que foram torturados e mortos
só se sentem “bem” depois de perdoar e abraçar os psicopatas que machucaram os seus filhos.
Todos esses casos têm duas coisas em comum: eles foram vítimas de um processo subversivo
e todos eles QUEREM PERDER. Eles querem perder destruindo os próprios corpos e se
desfazendo de suas dignidades. Eles querem perder abrindo a porta da própria casa à
perversão e entregando a própria família aos lobos.
Mas é assim mesmo que a subversão funciona: criando uma sociedade de pessoas tão fracas
que seja possível manipulá-las ao seu favor. Quanto mais avançado é o processo subversivo,
maior é a quantidade de elementos com os quais se pode trabalhar para acelerar o processo e
torná-lo mais efetivo. Cada vez fica mais fácil controlar a percepção do sujeito “comum” e
subjugar sua capacidade de julgamento em favor da subversão. Os agentes de desinformação e
de subversão passam a notar um número maior de “drones” com os quais podem avançar as
agendas mais radicais dos seus planos. Aos poucos, a sociedade não estará apenas agindo
como se quisesse perder: é inserida nela uma REPULSA à ideia de VENCER e vai se criando
a própria VONTADE de PERDER. É o que aconteceu com a população de muitos países
europeus e com os democratas nos Estados Unidos. Muitos deles SABEM que há uma guerra
para perverter os seus países, mas eles foram convencidos de que é bom PERDER. O
resultado é que os suecos entregam suas esposas e filhas ao estupro, mas ficam afetadinhos
quando alguém sugere a pena de morte para crimes sexuais. A consequência é que os
franceses ASSISTEM suas igrejas serem destruídas e suas ruas tomadas por uma religião de
pedófilos, mas que acham um horror trabalhar mais de 35 horas por semana. O efeito é a
criação de mídias (como a CNN ou a GloboNews) que acham normal manipular informações
e MENTIR para o público, mas que acham ruim quando alguém as chama de “fake news”
(notícias falsas).
Note que a subversão avança com a promoção do absurdo. Nesse caso específico do fomento
da autofagia e da vontade de perder, um dos caminhos mais fáceis é a exploração de qualquer
manifestação absurda em uma sociedade. Sujeitos que não teriam a menor chance de se
projetar culturalmente em uma sociedade mentalmente saudável são elevados ao status de
ícones culturais e alternativas de sucesso. A mediocridade é premiada e a competência é
castigada. Toda a independência é banida. São forjados caminhos para a fama que envolvem a
submissão a uma agenda e a exploração dos fãs. Sem saber, o bilionário eugenistas e o
indigente coitadista têm muito mais em comum do que é notado a uma primeira vista: ambos
são IDIOTAS ÚTEIS. O ídolo descolado e o fã impopular são duas faces da mesma moeda: a
fábrica de idiotas manipulados pela subversão. E são eles os soldados da guerra subversiva.
São eles que se atacam, que se desarmam e se empobrecem. Eles são levados à condição de
cachorros de Pavlov. Ivan Pavlov foi um pesquisador russo que estudou o efeito
condicionado: sempre que alimentava seus cachorros, eles salivavam. Pavlov começou a
alimar os cãos ao som de uma campainha. Depois de um tempo, bastava tocar a campainha
para os cães salivarem, mesmo sem nem sentir o cheiro de comida. De um certo modo, a
subversão desumaniza as pessoas e as transforma em cães condicionados.
Como a Guerra Subversiva Funciona
Mas ainda nos resta entender COMO o inimigo subverte. Os detalhes acima nos mostraram
quais são as manifestações esperadas do processo de subversão, mas precisamos entender
melhor como os agentes subversivos atuam e se relacionam para transformar os inimigos em
idiotas úteis aos seus fins. O órgão principal de decisão da guerra subversiva é o comando
de inteligência vinculado a algum grupo ou governo. É esse comando de inteligência que
consolida as informações do inimigo e planeja o escopo de atuação dos agentes de
desinformação. Os agentes de desinformação são treinados para atuar de modo autônomo e
independente, mas sempre sabem a quem se reportar quando é necessário sair da sua rotina.
Eles também reportam suas atividades periodicamente aos seus comandantes, que usarão
essas informações para orientar a atuação dos demais agentes.
O comando do aparato de desinformação costuma se estabelecer no país de quem ataca,
enquanto os agentes de desinformação são destacados para atuar no próprio território inimigo.
Esses agentes podem ter suas identidades falsificadas ou não. O que importa é que eles
estejam em posições disfarçadas. Os agentes de desinformação podem ser alocados em
embaixadas ou consulados (do seu país ou dos seus aliados). Podem atuar a partir de
órgãos internacionais ou nacionais que foram infiltrados anteriormente (como a ONU, a
UNE ou o Conselho Mundial de Igrejas). Ou podem estar em organizações de fachada
criadas especificamente para subverter o inimigo (geralmente com um nome insuspeito e
simpático aos olhos do inimigo). E a partir dessas posições, os agentes de desinformação
identificam, recrutam e controlam os agentes subversivos.
O trabalho dos agentes de desinformação é lento e minucioso. Ele busca sempre proteger o
seu disfarce e analisa muito os seus alvos antes de se aproximar (podendo até atuar por meio
de intermediários que nada sabem das suas intenções finais). Ele observa aqueles elementos
na sociedade que mais podem contribuir para a atividade subversiva e planeja a melhor forma
de sondá-los e usá-los de uma forma produtiva. É comum haver relatórios para que seus
comandantes saibam que ele pretende recrutar alguém e ajudá-lo com os recursos e as
informações necessárias para manter o segredo da operação (que é basicamente uma versão
modificada da rotina para interceptar qualquer candidato a traidor ou espião inimigo). Enfim,
ele entra em contato com o candidato e busca fazê-lo trabalhar para ele, mas sem que ele
saiba que está sendo usado para a subversão da própria sociedade.
Por exemplo, o agente de desinformação pode identificar um militante do desarmamento mais
radical e achar que ele tem capacidade de fomentar um movimento maior com os devidos
recursos. Ele então entra em contato com o militante se apresentando como funcionário de
uma organização de fachada que diz lutar pela paz, propondo financiar sua ida até a capital
para mobilizar políticos que estejam dispostos a desarmar a população. O militante não sabe
que se tornou um agente subversivo (que é, ele mesmo, um idiota útil VIP) trabalhando de
acordo com os interesses do inimigo. Ou então, o interesse pode ser justamente a destruição
da família por meio da promoção da pedofilia. Novamente, ele nem precisa dizer as suas
intenções. Ele só precisa identificar um pedófilo que esteja disposto a organizar outros
cretinos como ele para defender a legalização da pedofilia e dar as condições para que ele faça
o que ele quer.
Esses elementos recrutados pelos agentes de desinformação são idiotas úteis promovidos ao
status de agentes subversivos. Esses agentes subversivos são escolhidos com base em três
critérios principais: a) eles devem ser capazes de organizar e influenciar outras pessoas
como eles; b) eles devem ser “compráveis”, e; c) eles devem ser tão apegados a uma
causa específica (desarmamento, pedofilia, ambientalismo) que estejam dispostos a
corromper outras pessoas por causa dela. Depois disso, o agente de desinformação pode se
preocupar apenas em alimentar esses monstros para que a subversão alcance o seu fim. É
basicamente assim que funciona a subversão, contudo, a guerra subversiva também tem seus
alvos primários: os recursos culturais e ideológicos do inimigo.
Por mais que a subversão sempre tenha suas missões paralelas ditadas conforme o
desenvolvimento da guerra e o interesse final do agressor, a guerra subversiva sempre vai
buscar o controle do aparato cultural (meios de comunicação, escolas e lazer) e ideológico da
sociedade (moral, família e religião). Isso significa que os alvos mais óbvios e os antros
com maior número de agentes subversivos (não agentes de desinformação) são: os meios
de comunicação, as academias (escolas e universidades) e a classe artística de um país. É
por isso que na segunda metade do século XX a mídia se tornou uma fábrica de mentiras e as
universidades (principalmente as públicas) se transformaram em emcubadoras de zumbis. Os
famosos são em sua maioria seres desmiolados que atuam conforme os interesses da
subversão. Note que praticamente toda a mídia, todo o sistema de educação pública e toda a
classe artística é de esquerda. Isso não aconteceu por acaso: é do interesse da subversão
ESQUERDIZAR o mundo para facilitar sua conquista.
E agora que você já conhece os tipos de guerra e tem mais conhecimento sobre o processo
subversivo, podemos avançar e responder a algumas perguntas importantes para entender essa
“confusão”. Se estamos em guerra, contra quem lutamos? Quem é o inimigo? Como
identificá-lo? Não adianta nada acordar da Matrix, saber que está sendo atacado e não saber
por quem. Até mesmo porque, para muitos, o agressor está neles mesmos. É importante saber
contra quem estamos lutando para se desfazer até das ideias que parasitam nossas cabeças e
nos fazem ajudar o inimigo a nos vencer. Felizmente, existem muitas CERTEZAS nessa
guerra e você perceberá isso em breve. Entretanto, há muitos elementos entrincheirados que
temos que identificar e desalojar. E o próximo tópico visa dar os meios para isso.
7.2. Quem é o Inimigo?
Eu não vou entrar em detalhes aqui porque vou desenvolver isso em um outro livro (Manual
do Patriota Sobre História), mas basicamente todos os movimentos subversivos com os quais
temos contato hoje têm a mesma origem. A estrutura principal por trás desses ataques não se
concentra mais em um único país, mas em um punhado de organizações influenciadas pelas
mesmas ideias. Essas ideias são milenares, mas foram denunciadas na Bíblia de forma meio
solta. Platão soube sintetizar algumas delas em sua república-monárquica utópica, mas tudo
indica que ele não organizou nada. Elas floresceram sob o império romano até que foram
suplantadas pelo cristianismo. Mas elas sobreviveram em grupos secretos gnósticos e
encontraram vetores para levá-las ao mundo que orbitava ao redor de Roma. Todas as heresias
antigas e medievais carregaram essas ideias, que sempre buscaram impor o controle através da
igualdade. Marcionistas, paulicianos, bogomilos e cátaros deixaram tudo pronto para que
hereges espanhóis consolidassem essas ideias no que ficou conhecido como alumbradismo
(iluminismo). Por volta de 1500, formou-se um dueto que alavancou ainda mais essas ideias: a
ideologia iluminada (sim, os iluminados já estavam trabalhando contra a humanidade naquela
época) e a sociedade mística rosa-cruz.
Essas ideias influenciaram intelectuais de várias épocas de modo a vender o projeto de um
reino perfeito, que seria alcançado por meio do controle e da imposição da igualdade (ou seja,
nada diferente do que Platão já propunha muitos séculos antes). Obras como Utopia, Cidade
do Sol e As Aventuras de Telémaco já apontavam para a infiltração dessas ideias na igreja.
Felizmente, Deus iluminou os caminhos de Inácio de Loiola para formar a Sociedade dos
Jesuítas e atrasar os planos desse grupo no século XVI e no próximo (infelizmente, esse
movimento inutilizou os jesuítas no século XIX, coisa que se pode observar pela vergonhosa
atuação do Papa Francisco). Essas ideias alcançaram sua forma semifinalizada no século
XVIII, quando o movimento conseguiu alcançar posições importantes na França e na
Alemanha. Na França, Russeau foi um dos seus expoentes, sendo fundamental para a projeção
do iluminismo por meio do movimento humanista e das sociedades jacobinas. Na Alemanha,
os conhecidos illuminati contaram com a liderança de Adam Weishaupt para formular um
plano para acabar com todas as religiões (leia-se: cristianismo), todos os governos (leia-se:
implantação de um governo mundial) e com a propriedade privada (leia-se: imposição do
comunismo).
Tanto o movimento jacobino quanto o illuminati foram digeridos em seus respectivos países
por reações surpreendentes. Na Alemanha, Weishaupt foi preso e exilado. Na França, a
derrota de Napoleão e a ação da Santa Aliança atrasou a expansão do iluminismo. Entretanto,
antes de ser obrigado a “fechar” sua sociedade na Bavária, Weishaupt já tinha botado o seu
ovo: ele criou uma estrutura de infiltração que sequestrou setores da maçonaria e utilizou
sociedades de leitura para projetar essas ideias internacionalmente. Essas sociedades de leitura
se organizavam de forma secreta e projetavam os trabalhos daqueles simpatizantes mais
alinhados aos ideiais do movimento. E advinha quem fez parte de uma dessas sociedades
estruturadas conforme os planos de Adam Weishaupt, o líder dos illuminati? Aposto que você
não sabe quem aprendeu sobre comunismo e igualdade em um desses grupos de leitura. Sim,
Karl Marx e Friedrich Engels. Marx e Engels formaram outros grupos secretos com o objetivo
de implantar aquela reforma social que havia inspirado jacobinos e illuminati no século
anterior. Antes mesmo de 1848, o comunismo já era pregado secretamente em sociedades
como a Liga dos Justos e a Liga Comunista.
De revolução em revolução, os comunistas subverteram a sociedade europeia ao ponto de
alistar uma massa de manobra crítica para avançar o projeto de governo mundial. Eles
formaram organizações internacionais (Internacional dos Trabalhadores e Internacional
Socialista) para coordenar as operações e basta pesquisar um pouco para ver como a atividade
subversiva andou de mãos dadas com a expansão das ideias comunistas pelo mundo (se não
encontrar nada, eu vou dar o caminho das pedras no meu próximo livro. Fica frio). Revolução
vai, revolução vem, um avanço aqui, um retrocesso ali e finalmente os comunistas conseguem
colocar as mãos em um estado em 1917 (eles já haviam tentado sem sucesso em 1871, na
França). E foi a partir desse momento que tudo ficou mais sombrio. Foi depois de 1917 que as
ideias que muitos associam ao comunismo tiveram os meios de matar mais de CEM
MILHÕES DE PESSOAS e acabar com as economias de metade do globo terrestre. O
sequestro do estado russo pelos comunistas deu origem ao maior CÂNCER IDEOLÓGICO
que a história viu até esse momento. Bem nutrido pelos recursos soviéticos, esse câncer pode
crescer e projetar os seus tentáculos por todo o mundo.
Mesmo com a decadência da União Soviética e os contratempos sofridos pela KGB (que hoje
é uma ferramenta usada pelo protoditador Vladimir Putin para dar continuidade a parte do que
Weishaupt pretendia), a máquina de desinformação e espionagem comunista conseguiu
formar dezenas de centros de comando com autonomia financeira para dar prosseguimento à
subversão de todos os povos que ainda não caíram nas guarras do comunismo (ou que não
sofreram com as formas mais agressivas desse câncer). Em outras palavras: o mundo está
DOENTE e essa doença se manifesta na forma de uma guerra subversiva travada por
grupos que de algum modo tiveram o apoio material e financeiro da máquina de
espionagem soviética. Quando a União Soviética se desfez em 1991, ela deixou meia dúzia
de fantoches nos países que faziam parte dela (Putin é só um deles) e ainda fez com que o
mundo esquecesse de todos os crimes cometidos nos seus quase 70 anos de existência (o ex-
DITADOR da União Soviética Mikhail Gorbachev fundou a ONG Cruz Verde Internacional e
teve todo o apoio da ONU para auxiliar na redação da sua Carta da Terra, um objeto de
desinformação dos globalistas).
Os mesmos homens que estavam no comando da KGB em 1991 continuam no comando
do Kremlin e de tantas outras organizações que deram continuidade ao esforço soviético
de subversão do mundo livre. Só que hoje ninguém mais tem uma “União Soviética” para
apontar e dizer que os ataques vêm de lá. De fato, nem todos os ataques vêm de lá, e boa parte
do comando da KGB foi realocada e exportada para lidar com sua nova estratégia de
conquista. Mas as digitais soviéticas continuam em todo o lugar, denunciando pelo menos
parte da estrutura que visa destruir o cristianismo e todo o mundo livre. Como identificar o
inimigo, então? Como saber em quem confiar e contra quem lutar? A seguir, segue uma lista
(eu já disse que gosto de listas?) com cinco formas de identificar o inimigo subversivo.
1ª Forma: Identificação por Certeza: são aquelas organizações que certamente fazem
parte da estrutura inimiga porque são sucessoras DIRETAS das principais organizações
subversivas do passado. Ou então, porque foram criadas e são lideradas por elementos
que fizeram parte das principais organizações de desinformação que lutaram contra a
direita e contra o cristianismo. Existem coisas que podemos ter certeza. Por exemplo, a
KGB era o principal órgão de subversão mundial até a queda da União Soviética em 1991.
Nessa ocasião, toda a sua estrutura migrou para dois órgãos: o Serviço de Inteligência Externa
(SVR) e o Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia. Apesar da divisão, esses órgãos
continuaram com praticamente os mesmos empregados, os mesmos métodos, os mesmos
mistérios e a mesma agenda. Além do FSB e do SVR, a desinformação russa conta com o
aparato de inteligência militar, chamado Diretorado Principal de Inteligência (GRU), ao qual
as tropas especiais conhecidas como spetsnaz estão vinculadas. O GRU não é um sucessor da
KGB. Ele é um órgão de inteligência militar que já existia desde 1918 e que participa dos
esforços subversivos comunistas de modo similar aos outros dois órgãos.
Em 2016, o próprio governo dos Estados Unidos reconheceu que agentes do FSB e do GRU
atuaram tentando influenciar nas eleições daquele ano. Um dos líderes do movimento de
resistência da Chechênia, Shamil Basayev, também foi um agente subversivo operando sob os
auspícios do GRU e do FSB (um ex-agente do FSB chamado Alexander Litvinenko declarou
que o sequestro de quase 800 pessoas operado por Basayev em 2002 foi ordenado pelo
próprio FSB). Em 2006, o governo da Geórgia prendeu pelo menos 10 cidadãos georgios e
outros quatro oficiais russos que trabalhavam para o GRU sob a alegação de espionagem.
Outros adidos e cidadãos russos foram presos e deportados no Canadá, na Estônia e na
Moldávia, nos dois últimos anos, sob a acusação de espionagem e subversão. Enfim, a guerra
não convencional e a guerra subversiva seguem a todo vapor mundo afora.
Para aqueles que pensam que o comunismo morreu em 1991, o governo norte-americano
prendeu um agente da CIA (Aldrich Hazen Ames) por espionar para os russos em 1994, outro
agente da CIA (Harold James Nicholson) e um do FBI (Earl Edwin Pitts) em 1996, um
coronel da reserva (George Trofimoff) em 2000 e outro agente do FBI (Robert Philip
Hanssen) em 2001. No ano 2000, um agente do SVR infiltrado em uma missão da ONU
deserdou para os Estados Unidos. Um agente duplo do SVR chamado Alexander Poteyev
ajudou os Estados Unidos a identificar pelo menos 10 “agentes adormecidos”, russos que
atuavam no longo prazo esperando ordens para agir. Todos eles foram presos, mas Poteyev
teve seu disfarce revelado e acabou punido pelo governo soviético (digo, russo). Se o governo
comunista tivesse mesmo “sumido” em 1991, era de se esperar que esse tipo de coisa parasse
de acontecer. Entretanto, mesmo HOJE, o meu, o seu, o país de TODO MUNDO, estão sendo
vítimas de ataques subversivos que são coordenados principalmente pelo FSB, pelo SVR e
pelo GRU.
O mesmo raciocínio pode ser usado para identificar os agentes subversivos que trabalham
para o aparato diplomático e de inteligência de outros países comunistas. Desse modo,
podemos dizer que o serviço diplomático de países como Cuba, China, Laos, Vietnã e Coreia
do Norte certamente trabalham dentro do mesmo esquema que seus similares russos (mas com
objetivos específicos à realidade de cada um deles). Também podemos ter CERTEZA que os
partidos comunistas de todo o mundo fazem parte do esquema de desinformação. Eles nem
sempre estão na linha de frente, mas sempre atuam para facilitar a atuação subversiva.
2ª Forma: Identificação por Comando: são aquelas organizações que podem não estar
diretamente ligadas ao aparato subversivo primário, mas que foram fundadas pelo
comando da subversão ou por seus agentes de desinformação. O melhor exemplo disso é a
Cruz Verde Internacional (CVI) e os governos de alguns países que fizeram parte da União
Soviética. A CVI foi fundada em 1993 pelo ex-ditador da União Soviética Mikhail
Gorbachev. Pouca gente se dá conta que Gorbachev não foi apenas “presidente” da União
Soviética: ele estava na mesma posição que Lênin, Stalin, Brejnev e Khrushchev ocuparam
nas décadas anteriores. Ele foi o líder do maior aparato montado pelo capeta para matar,
roubar e tirar as liberdades alheias. A Cruz Verde Internacional foi fundada por um ex-ditador
comunista para atuar como organização de fachada da subversão por meio da promoção do
ambientalismo e do medo do aquecimento global. Ela atua coordenando os socialistas
gradualistas (como Maurice Strong) e ajudou a ONU a desenvolver a Carta da Terra. De
qualquer forma, é como diz o velho ditado: “Não confie em nenhuma organização fundada
por ditadores da União Soviética”.
Outro exemplo é a Igreja Ortodoxa Russa. Depois de 70 anos sob o domínio soviético, ela se
tornou em um instrumento subversivo dos comunistas contra o próprio povo. Seus dois
últimos patriarcas (Alexei II e Cirilo I) foram encontrados em listas de colaboradores da KGB
e o ex-presidente do Conselho para Assuntos Religiosos (Konstantin Mikhailovich) da então
União Soviética chegou a declarar que “Nem um único candidato para o ofício de bispo ou
qualquer cargo maior, muito menos para membro do Santo Sínodo (da Igreja Ortodoxa
Russa), passava sem a CONFIRMAÇÃO do Comitê Central do Partido Comunista da União
Soviética e da KGB”. Nos dias de hoje, os patriarcas russos servem apenas para controlar a
população e garantir apoio político aos seus donos no Kremlin. Na América Latina, a
identificação pelo comando nos permite desmascarar o Foro de São Paulo. O Foro foi uma
iniciativa de Fidel Castro, que usou o partido mais corrupto do Brasil (PT) para estabelecer
uma rede que daria assistência mútua para a implantação do comunismo na América Latina a
partir de 1990. O que reforça aquele outro velho ditado: “Não confie em nenhuma
organização fundada por ditadores comunistas”.
Outros órgãos subversivos pertencem a alguns dos países que fizeram parte da União
Soviética e continuam sendo operados por comunistas e agentes que fizeram parte da estrutura
soviética. Desde 1994, a Bielorrússia é governada pelo mesmo palhaço que fez parte do
Partido Comunista da União Soviética e depois do partido “Comunistas pela Democracia”,
chamado Alexander Lukashenko. O Uzbequistão foi agraciado com a liderança do ex-membro
do Partido Comunista do Uzbequistão chamado Islam Karimov, que mandou e desmandou em
seu país de 1991 a 2016. No governo do Cazaquistão, Gorbechev colocou em 1989 um
membro do Partido Comunista local chamado Nursultan Nazarbayev. E advinha quando ele
deixou o poder? É julho de 2017 e nem sinal de Nursultan largar o osso. No Azerbaijão, os
comunistas colocaram um ex-oficial da KGB chamado Heydar Aliyev em 1993. Heydar
governou o Azerbaijão durante 10 anos até que foi sucedido, claro, pelo seu filho, Ilham
Aliyev, que manda no país até os dias de hoje. E o Quirguistão é governado desde 1992 por
um ditador chamado Emomali Rahmon, apesar de logo no início do seu governo ele ter
provocado uma guerra civil que matou quase 100 mil pessoas no país (mas quem ouviu falar
dessa guerra, né?). Todos esses estados acabaram comandados por ex-membros de partidos
comunistas ou agentes que trabalharam para a KGB, de modo que seus corpos diplomáticos e
estruturas de inteligência são ferramentas subversivas indiretamente ligadas ao aparato
primário.
3ª Forma: Identificação por Revelação: são aquelas organizações e pessoas que foram
denunciadas ou apontadas em documentos oficiais de inteligência como parte do
esquema subversivo inimigo. Outra forma de identificar o inimigo é por meio de
documentos oficiais que informam quem é e quem não é inimigo. São aquelas pessoas e
organizações que foram pegas trabalhando para o inimigo e que foram reveladas por fontes
oficiais ou não oficiais. Nos Estados Unidos, onde o serviço de informação e espionagem é
levado mais a sério, era feita uma uma lista de organizações subversivas cujos membros não
podiam assumir qualquer tipo de função estatal. Em 1941, a inteligência militar norte-
americana publicou uma lista de organizações que foram pegas promovendo a subversão
soviética. Geralmente, são ORGANIZAÇÕES DE FACHADA que servem para reunir idiotas
úteis que poderão ser usados no processo subversivo. Por isso, essas organizações geralmente
tinham nomes “bonitinhos” e que pareciam defender coisas boas. Nas primeiras versões dessa
lista, estavam: a Liga Americana contra a Guerra e o Fascismo, a Liga Americana pela Paz e
Democracia, a Mobilização Americana pela Paz, a LIGA DOS ESCRITORES
AMERICANOS, a Livraria Cooperativa de Washington e a Federação Nacional pelas
Liberdades Constitucionais. Quando se sabe que todas elas foram organizadas por agentes
subversivos (a Mobilização Americana pela Paz tinha a intenção quase exclusiva de frustrar
qualquer ajuda norte-americana aos britânicos), é mais fácil de se certificar de que elas eram
ferramentas para manipular IDIOTAS ÚTEIS em favor dos interesses comunistas.
Em 1959, a lista foi incrementada com outras organizações. Elas eram: a Brigada Abraham
Lincoln, a Escola Abraham Lincoln, a Cruzada America pela Paz, a Liga Jovem Comunista e,
mais uma vez, a Liga dos Escritores Americanos. Todas essas organizações não apenas
espionavam os Estados Unidos para os soviéticos (ou seja, participavam da guerra não
convencional). Elas eram ferramentas para a subversão do principal inimigo do comunismo
no século XX. A identificação do inimigo por revelação não é tão incomum assim. No Brasil,
a UNE (União Nacional de Estudantes) e o PDT já foram alvos da inteligência brasileira
(quando existia) e foram usados como meio de subversão do esquema comunista. Em 1964,
foram encontradas armas, bombas caseiras e documentos soviéticos na sede da UNE (o que
fez a própria população incendiá-la em abril daquele ano). Agentes de desinformação e
subversão chineses foram presos nos dias que se seguiram à Revolução de 1964. Eles
trabalhavam em missões comerciais chinesas no Brasil, contando com identidades falsificadas
para ajudar os agentes subversivos que trabalham para os russos a resistir à reação brasileira
contra o comunismo.
Enfim, essa é uma das melhores formas de identificar o inimigo, pois é realizada por agentes
desertores ou pela própria inteligência oficial do país atacado. Os “agentes adormecidos”
delatados por Poteyev são um exemplo de identificação por revelação. Eles foram acusados
por um agente duplo e alguns deles até admitiram que trabalhavam para os órgãos de
subversão russos. Outro bom exemplo é o programa “Mais Médicos” no Brasil, implantado
pelo governo petista (que faz parte do Foro de São Paulo) em 2013. Um dos médicos
confessou ser capitão do exército cubano que foi infiltrado no programa pelo governo
comunista do seu país. Ele revelou que outros membros do programa estavam infiltrados
como ele, controlados pelo aparato militar cubano. Na Venezuela, quase meia dúzia de fontes
revelam que o governo socialista de Nicolás Maduro conta com a ajuda de militares cubanos
para manter a situação sob controle (inclusive com sua própria versão do programa “Mais
Médicos”). Ou seja, uma das melhores formas de saber quem é amigo e quem é inimigo é por
meio de declarações e publicações da inteligência oficial de países que ainda não caíram nas
garras do comunismo. Ou mesmo das revelações oferecidas por agentes desertores que
chegam ao seu conhecimento (como aquelas feitas por Alexander Litvinenko, Anatoly
Golitsyn, Yuri Bezmenov, Vasili Mitrokhin, Oleg Gordievsky e Stanislav Levchenko).
4ª Forma: Identificação por Associação: são aquelas organizações e pessoas associadas
ou filiadas aos comandos de subversão e desinformação já identificados por outros
meios. Outra forma de identificar os elementos subversivos é por meio da verificação da
filiação ou associação com entidades influenciadas ou criadas pelos comandos subversivos.
Por exemplo, em setembro de 1864 aqueles mesmos revolucionários que se organizavam em
torno de sociedades secretas e clubes de leitura para implantar o comunismo criaram a
Associação Internacional dos Trabalhadores, que ficou conhecida como a Primeira
Internacional. Além de Karl Marx e Friedrich Engels, a organização contou com a filiação de
verdadeiros revolucionários (no sentido de terem tentado IMPOR certos aspectos do
socialismo em seus países), como Giuseppe Garibaldi e Louis Auguste Blanqui. Os escritos
de Marx e Engels e a própria literatura da época aponta a intensa atividade sigilosa e a
mobilização de agentes subversivos pelos grupos e partidos que faziam parte da Primeira
Internacional. Na época, a inteligência militar de muitos países SABIA que os membros da
organização eram agitadores e ficavam de olho naqueles que mais causavam problema. Ou
seja: é FÁCIL ter certezas na identificação do inimigo por meio da sua filiação ou associação
com grupos inimigos.
A Primeira Internacional foi fechada em 1876 em parte pela presença dos nada discretos
anarquistas, que desde sempre eram dados a antecipar a guerra civil e explodir pessoas. Ela
foi sucedida pela chamada Segunda Internacional, criada em julho de 1889 por marxistas e
socialistas de vários países, contando com o apoio de Engels pelo menos até 1895. Não se
pode esquecer que os anarquistas continuaram com sua atuação subversiva de infiltração em
sindicatos e promoção do terrorismo por meio de suas próprias organizações, principalmente
da Associação Internacional do Povo Trabalhador (conhecida como a Internacional Negra)
fundada em 1881. A Internacional Negra teve pouca projeção, pois já em 1886 seus membros
promoveram um ataque terrorista que matou pelo menos 10 pessoas (sendo que sete delas
eram policiais) em Chicago. A partir desse momento, os anarquistas passaram a atuar
clandestinamente (sempre de forma subversiva) e são hoje manipulados pelos comunistas para
alcançar objetivos específicos. De qualquer modo, qualquer filiado ou grupo associado a
organizações como essas são automaticamente transformados em ferramentas de subversão.
A Segunda Internacional durou 27 anos e fechou em 1916, um ano depois da chamada
Conferência de Zimmerwald, quando os representantes socialistas de vários países se
dividiram em relação a temas como a participação na guerra e o papel da revolução no
movimento. Essa divisão contou com a participação especial de Vladimir Lênin, que
organizou um grupo mais radical chamado “Esquerda de Zimmerwald”. A Terceira
Internacional foi fundada pelos bolcheviques de Lênin em 1919. Ela ficou conhecida como
Internacional Comunista (cujos pontos principais estão nos anexos deste livro) e influenciou
todos os movimentos de esquerda na primeira metade do século XX (até que foi extinta por
Stalin em 1943). A internacional era ligada demais aos comunistas e isso assustava as pessoas
do mundo livre, de modo que o plano depois disso se concentrou em trabalhar com
organizações menos suspeitas.
Os soviéticos passaram a organizar a subversão não em torno de uma internacional conhecida
por suas atividades revolucionárias e radicais, mas por meio de um centro de comando
vinculado à inteligência soviética. Esse centro foi criado em 1947 e tinha o nome de
Escritório de Informações dos Partidos dos Trabalhadores e Comunistas (note que os
partidos dos trabalhadores de todos os países quase sempre estão ligados à subversão e à
revolução comunista), também conhecido como Cominform. O Cominform atuou até
1956, quando o serviço de inteligência soviético já tinha espalhado seus órgãos de
desinformação por todo o mundo. Um deles foi fundado em 1951 por socialistas europeus e
atua até hoje sob o nome de Internacional Socialista, que em seu próprio site declara: “O
objetivo principal dos partidos da Internacional Socialista não é nada menos do que
criar um GOVERNO MUNDIAL”. Já em 1962, a liderança da organização publicou suas
intenções em um congresso na Noruega, dizendo exatamente a mesma coisa. Os laços da
Internacional Socialista com a KGB (que deviam ser óbvios para qualquer um) foram
explicitados em 1976, quando o alemão Willy Brandt foi colocado na liderança da
organização.
Willy Brandt era amigo pessoal de um espião da Stasi (o braço da KGB na Alemanha
Oriental) que foi exposto em 1974. Isso fez com que Brandt tivesse que resignar ao seu posto
como chanceler da Alemanha Ocidental, mas não representou nenhum problema para ele
conseguir a presidência da Internacional Socialista, conduzindo o órgão de 1976 a 1992. A
concordância de Brandt com o projeto do GOVERNO GLOBAL pode ser vista em seu
relatório publicado em 1980, em que propõe uma MOEDA INTERNACIONAL, a
criação de um IMPOSTO UNIVERSAL, o fortalecimento do BANCO MUNDIAL, o
DESARMAMENTO GLOBAL e, bem, tudo que H. G. Wells escreveu em seu livro A
Nova Ordem Mundial. Foi com agentes subversivos como Brandt que os soviéticos
moldaram toda a agenda atual da esquerda, de modo que qualquer filiado à Internacional
Socialista pode ser considerado um idiota útil (e, portanto, um combatente do grupo inimigo).
O mesmo raciocínio vale para os partidos filiados a outros grupos que promovem o socialismo
internacionalmente, como o Foro de São Paulo ou o Movimento Internacional de Falcões
(Internacional Educacional Socialista). TODOS os partidos e membros de organizações como
essas são soldados da subversão, seja como agentes subversivos, seja como idiotas úteis.
5ª Forma: Identificação por Manifestação: são aquelas pessoas e grupos que são
denunciados por suas ATITUDES e envolvimento na atividade subversiva. São todos
que MANIFESTAM comportamentos típicos da subversão. Enfim, a quinta forma de
identificar o inimigo é uma das mais simples. Podemos dizer se alguém é um agente
subversivo ou um idiota útil apenas por suas ações e atitudes. Existe uma ampla gama de
manifestações que entregam a subversão, das mais óbvias às mais sutis. Bloqueios de
estradas, incitação de greve e vandalismo organizado são atitudes que inevitavelmente
revelam a ação subversiva. No Brasil, sem sombra de dúvida, grupos como Black Blocs,
Movimento Passe Livre, Comissão Pastoral da Terra (envolvido na formação do MST e do
PT) e Mídia Ninja podem ser colocados na lista de subversivos apenas pelo que se sabe sobre
sua atuação e militância.
Participação em manifestações violentas ou que reforcem a agenda socialista também costuma
desmascarar tanto os idiotas úteis quanto os próprios agentes subversivos. Se você for a
alguma manifestação envolvendo a juventude do PSOL, a UNE ou qualquer grupo envolvido
com a subversão, vai observar que nenhuma delas é espontânea. Mesmo quando esses grupos
se infiltram nas manifestações que não organizaram, você vai conseguir observar que eles
operam de uma forma organizada, com líderes bem identificados e com a utilização de sinais
e bandeiras. Para que os “soldados” se identifiquem entre si, eles usam roupas parecidas ou
camisas padronizadas. A liderança pode ser identificada por braçadeiras, bonés chamativos,
pulseiras coloridas e até mesmo por bandeiras. Observando quem vai falar com essas
lideranças e a frequência do contato, eu descobri que alguns grupos usam organizadores de
massa, que recebem ordens específicas de seus líderes e conduzem seu “esquadrão” para onde
precisam. Em todas as manifestações do MTST (a linha urbana de luta de classes do MST)
que eu vi, a massa de gente visivelmente pobre e malvestida sempre é conduzida por meia
dúzia de barbudos com tênis de marca que certamente saíram de alguma universidade federal.
Ou seja, é fácil identificar o inimigo quando sabemos o que procurar.
As manifestações subversivas também podem estar no campo das ideias. A atuação da Anistia
Internacional, da Oxfam, do Greenpeace e de tantas outras organizações que, num primeiro
momento, não se associa à subversão, nos permite concluir que elas também são ferramentas
da subversão e da produção de idiotas úteis. O Greenpeace de fato tem certas divisões que
atuam de forma subversiva, vendendo suas ações como atos heroicos. Mas também já foi
descoberto que a Oxfam ajudou pelo menos um grupo terrorista (Tigres de Tamil, do Sri
Lanka) com seus recursos. Mesmo quando a organização tem um nome inocente e uma
fachada que parece não ter nada a ver com a subversão, ela pode ser identificada conforme
sua militância e atitudes. Agora você já está preparado para reconhecer e identificar o inimigo.
A pergunta lógica que vem a seguir é: O QUE FAZER? Como combater a subversão? É o que
veremos a seguir.
7.3. O que Fazer? Qual Deve Ser a Relação da Direita com a Guerra Subversiva?
É aqui que a coisa fica séria. Você já sabe tudo sobre guerra e agora se pergunta o que fazer.
Eu não vou falar sobre táticas e estratégias para vencer guerras convencionais e não
convencionais, já que este é um livro sobre política. De qualquer forma, a experiência mostra
que sempre que lutamos pelo que é certo, Deus nos ajuda a vencer. Por isso eu fico
despreocupado com qualquer guerra mundial, convencional ou não, que nos obrigue a pegar
em armas e mandar alguns comunistas para o inferno. NÓS VAMOS VENCER. Sempre foi
assim. No confronto entre um grupo que vive conforme o que foi ensinado por Deus e um que
dá as costas para seus mandamentos, o primeiro SEMPRE vence.
Na Bíblia, o juiz Gideão derrotou mais de 130 mil inimigos com apenas 300 homens. Os
primeiros cristãos foram perseguidos e jogados aos leões, mas Deus garantiu que vencessem
seus opressores e prevalecessem em Roma. Os vagabundos que tentaram fundar uma
guerrilha no interior do Brasil foram vencidos sem muito esforço e hoje gritam no inferno. Em
seis dias, os israelenses derrotaram os exércitos mais poderosos que os cercavam em 1967.
Por mais perigosa que seja a estrutura subversiva que criou, a União Soviética de fato ruiu e
ainda luta para recuperar qualquer pedacinho que um dia conquistou (como pedaços da
Geórgia ou da Ucrânia). Portanto, quem deve se preocupar com uma guerra são eles, não nós
(por isso que eles tentam a todo o custo levar essa guerra para a subversão). Eu estou tranquilo
para o fato de que Deus sempre ilumina o nosso caminho para que apareça meia dúzia de
generais e comandantes que botam para quebrar no campo de batalha.
Contudo, estamos em um novo tipo de conflito. A subversão que existia até o século XIX foi
trabalhada e transformada em uma arma que sabota o próprio julgamento das pessoas. O
comando subversivo se entrincheirou e nos ataca das formas mais sorrateiras e secretas. E é
nesse tipo de guerra que precisamos atuar agora. Precisamos saber o que fazer e como fazer.
Precisamos saber como nos defender e como lutar. Claro que é importante ter em mente a
possibilidade de atuar de forma mais convencional, mas em muitos lugares o que temos que
fazer é: identificar os inimigos, nos defender de seus ataques e partir para a ofensiva no
mesmo jogo deles. Ou seja, temos que nos apropriar da guerra subversiva e transformá-la em
um instrumento para a promoção da vida, da liberdade e da propriedade. Claro que, nas nossas
mãos, a subversão não parecerá em nada com o processo subversivo que estamos sofrendo.
Temos que CRIAR uma guerra subversiva de DIREITA.
Ao desenvolver essa teoria, eu precisei responder à seguinte pergunta: como seria um
processo subversivo de direita? Ou mesmo, como seria uma ofensiva subversiva cristã? E
acredite ou não, quem me deu o caminho das pedras foi o próprio Jesus. Eu estava na igreja
quando o padre (e olha que eu sou evangélico) leu o evangelho de Mateus, onde Jesus conta
ao povo a parábola do semeador. A parábola diz mais ou menos o seguinte: um semeador saiu
a semear com seu carrinho de sementes. No caminho, as sementes iam caindo nos mais
diversos lugares. Algumas caíram na beira do caminho, onde podiam ser facilmente vistas
pelas aves, que acabaram comendo elas. Outras caíram em um terreno pedregoso, onde elas
até formaram raízes, mas como não podiam ir muito fundo acabaram queimadas pelo sol.
Outras ainda caíram em terra apropriada, mas que já estava cheia de espinhos. Elas cresceram,
mas os espinhos cresceram ao seu redor e elas sufocaram. Enfim, uma parte caiu em terra boa,
onde os grãos cresceram e renderam cem, sessenta ou trinta para cada um que germinava.
Quando os discípulos perguntaram porque Jesus falava em parábolas, Ele respondeu: “Porque
a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado. Porque
àquele que tem, se dará, e terá em abundância; mas àquele que não tem, até aquilo que tem lhe
será tirado”. Quando eu era um ateu perdido e questionador, eu não entendia o que Jesus
queria dizer. Digo, não o sentido da parábola, mas eu entendia que Jesus falava em parábolas
para que aqueles que o ouviam não tivessem conhecimento dos mistérios do céu. E ainda
achava injusto esse negócio de dar a quem tem mais e tirar de quem nem tem nada. Mas, bem,
eu era só um ateu perdido e questionador. Como cristão, eu SEI que a VONTADE de Jesus (e
de qualquer um que segue o seu caminho) é que todos se salvem. Jesus não ia negar uma boa
explicação a alguém que CONSEGUISSE entender o que Ele tinha a dizer. Mas Jesus era
genial e sabia que o povo ao qual estava se dirigindo era duro para entender. Ele não falava
em parábolas pensando em esconder um mistério que poderia salvar sua audiência: ele falava
em parábolas justamente para que eles pudessem ENTENDER.
Como assim, você deve estar se perguntando. Vou dar um exemplo prático. Eu sou formado
em hipnoterapia. Eu nunca exerci a profissão oficialmente, mas já vi curas surpreendentes
pelo uso de uma boa metáfora ou uma sugestão bem elaborada. Eu vi uma mulher
maravilhosa (minha mãe) se curar de sua labirintite em apenas uma seção. Em meu
treinamento, vi pessoas se livrarem de suas dores e de várias outras doenças. Mas há dois
casos que me chamaram mais a atenção, não por serem impressionantes, mas por suas
características. Num deles, uma garotinha com câncer recebeu sugestões onde imaginava
fadinhas curando bichinhos em seu corpo. De um diagnóstico inicial de que ela ia morrer em
questão de meses, seu sistema imunológico passou a responder e ela viveu por anos. Mesmo
sem nenhum conhecimento sobre glóbulos brancos, células cancerígenas ou sistema
imunológico, a sugestão foi capaz de fazer o seu corpo “entender” o que deveria fazer. Para
mim, isso é fantástico.
Em outro caso, uma moça com problema com os pais foi curada do seu sentimento de rejeição
por meio de uma metáfora que envolvia uma mamãe-passarinho que tinha que se ausentar
para salvar o filhote doente, deixando a outra filhinha sozinha no ninho. A sugestão avançava
mostrando que a mamãe-passarinho amava muito a sua outra filha, de modo que ela só teve
que se ausentar porque a vida do seu irmãozinho estava em perigo. Acredite ou não, a moça
não mais se sentiu rejeitada e se livrou de uma tristeza que havia carregado durante toda a sua
vida. O meu ponto aqui é que às vezes a melhor forma de alcançar alguém é por meio da
sugestão e da parábola. Jesus (genial que era) SABIA que podia DESENHAR a sua
mensagem o quanto fosse para aquelas pessoas, que elas não seriam capazes de entender. Ele
estava tirando leite de pedra. Estava semeando em terreno espinhoso, pedregoso e ruim. Ele
estava DANDO a quem nada tinha. O bom entendedor, recebe a palavra de Jesus e multiplica
aquilo por cem. Mas e quem não é dado ao entendimento? E os idiotas úteis? E aquelas
pessoas duras de coração e de entendimento?
Creio que a parábola do semeador foi a forma que Jesus encontrou para inocular naqueles que
o ouviam uma sugestão para se tornarem TERRA FÉRTIL para a palavra. Talvez eles não
tivessem entendido num primeiro momento, mas certamente alguns abriram os olhos depois
de ouvi-la, sem nem mesmo saber porquê. E é a esse tipo de subversão que me refiro ao falar
do nosso papel nesse tipo de guerra. Temos que subverter a subversão de modo a fazer o
inimigo amar o inimigo. Temos que confundi-lo de modo que defenda e se importe com os
amigos dele (ao ponto de querer ARMÁ-LOS, ou pelo menos, não desarmá-los). Devemos
sugerir a ele que combata os seus aliados (a feminazi que o transforma em um abortista ou o
anarquista que o torna em um vândalo) e simpatize com os nossos. Devemos subverter o
sistema de valores dele, fazendo com que o inimigo queira a prosperidade do inimigo. Enfim,
a subversão da subversão envolve fazer o inimigo ENTENDER sem pensar e, depois,
PENSAR sem precisar entender. Só assim podemos tirar os idiotas úteis das garras da
subversão socialista.
Se queremos subverter a subversão, precisamos de um método de retificação de
pensamento para moralizar o que foi subvertido. Na realidade, iremos promover uma
guerra moral contra eles, com resultados bem diferentes da guerra que eles travam contra nós.
Se a guerra deles faz com que você acorde surpreso ao ler nos jornais que feministas
costuraram suas pepecas em rituais satânicos promovidos em universidades públicas (sim,
isso aconteceu), a nossa pretende fazer com que essas mesmas meninas acordem qualquer dia
pensando: “Como eu fui idiota de ter feito parte disso um dia”. Na guerra deles, somos
surpreendidos ao perceber que o governo está tirando as nossas armas e o direitos de nos
defender. Na nossa guerra, ELES vão acordar espantados ao perceber que o GOVERNO
DELES lhes devolveu o direito de possuir e usar armas. A subversão de esquerda faz com que
homossexuais enfiem estátuas de pessoas santas no ânus e lésbicas enfiem cruzes em suas
vaginas, em público, como aconteceu no Rio de Janeiro em 2013. Na subversão de direita,
essas mesmas pessoas perdidas vão acordar arrependidas do que fizeram, às vezes sem nem
saber por quê, e encherão os templos e igrejas cristãos pedindo perdão e querendo ser pessoas
melhores.
Da Guerra Subversiva à Guerra Moral
A adaptação da guerra subversiva aos fins da direita é bem simples. Basta ter em mente que a
nossa intenção é corrigir o que foi subvertido. É fazer com que eles retornem à normalidade e
passem a pensar (de verdade) e questionar os seus atuais senhores. Temos que procurar
instigar a METANOIA (a transformação de consciência) coletiva nos grupos subvertidos, de
modo que eles vejam que suas posturas e alianças não fazem bem às suas vidas. Temos que
inocular o respeito à vida, à propriedade e à liberdade em cada um deles, e não transformá-los
em zumbis sanguinários com comportamentos condicionados.
Na Guerra Subversiva de ESQUERDA: ÓDIO Na Guerra Subversiva de DIREITA: METANOIA
Inimigo mata inimigo. Você faz o inimigo amar o próximo.
Inimigo fere inimigo. Você faz o inimigo não ferir o próximo.
Inimigo destrói próprio armamento. Você faz o inimigo se armar contra o governo dele.
Você faz o inimigo construir defesas contra o governo
Inimigo destrói próprias defesas.
dele.
Inimigo luta contra inimigo. Você faz o inimigo lutar contra os amigos dele.
Você faz o inimigo simpatizar com você e seus
Inimigo não luta contra você.
amigos.
Você faz com que o inimigo queira prosperar
Inimigo empobrece inimigo.
honestamente.
Inimigo destrói infraestrutura inimiga. Você faz com que o inimigo respeite a propriedade.
Você faz com que o inimigo não queria perder a
Inimigo QUER perder.
LIBERDADE.
Inimigo QUER derrotar inimigo. Você faz com que o inimigo queira ser seu amigo.

a) Fazer com que o inimigo ame o próximo dele e não queira feri-lo (fazer com que ele
ame a VIDA): é fácil fazer com que o inimigo odeie. E até que ele odeie a ele mesmo. O
mundo subvertido está bombando de exemplos de irmão odiando irmão, parente matando
parente e pais pelejando contra os filhos. Mas devia ser mais fácil fazer com que os inimigos
se amem. Não digo NOS amar (que também é nossa intenção), mas se amarem entre si. Uma
feminista que deseja que suas amigas de militância matem seus filhos está amando suas
companheiras? Um homossexual que não permite que a psicologia ajude seus amigos a deixar
de serem homossexuais está os amando? Um esquerdista qualquer que defende o
desarmamento dos seus colegas, deixando-os indefesos perante o crime e os excessos do
estado, está amando o próximo dele? Não. Então, precisamos fazer com que eles vejam a
beleza da vida e parem de ver todo mundo como um “número” ou um “possível obstáculo” no
caminho dos seus planos.
Ou seja, temos que inocular o sentimento de respeito à vida neles. Não só às nossas, mas às
deles também. A feminista que pensa em abortar o filho está moralmente destruída. Se ela não
ama nem o fruto do próprio ventre, quem ela vai amar? Nesse sentido, temos que acabar com
a mentira da guerra de classes no próprio meio do inimigo. Não adianta nada eu falar sobre o
quanto a guerra de classes é uma idiotice na minha família onde todos se amam. Nós temos
que desmascarar a guerra de classes lá na casa do inimigo. Temos que pregar o amor ao
próximo em todo o lugar, mas especialmente onde o sentimento de ódio ao diferente habita.
Se um negro ama mesmo o seu próximo, por que quer tirar a oportunidade de alguém que
estudou tanto ou mais do que ele em algum lugar? Se o esquerdista ama mesmo seus
companheiros, por que não tenta fazer com que o estado pare de incomodá-los com seus
impostos altos e suas leis absurdas? Uma vez que eles notem a contradição das suas posições
com o bem-estar dos próximos deles, é mais fácil de fazê-los ver o quanto elas são perversas
para todos.
b) Fazer com que o inimigo queira a SEGURANÇA e a FORTALEZA dos próximos
dele perante aqueles que os comandam (fazer com que ele defenda a LIBERDADE):
devemos instigar no inimigo o sentimento de individualidade e mostrar que ele pode ser forte
sem o seu coletivo, sua manada ou seu grupo. Devemos mostrar a ele o quão estúpido é se
dizer um defensor das “minorias” e ao mesmo tempo defender o desarmamento da menor
minoria que existe: o indivíduo. Se eles dizem se preocupar tanto com as mulheres, por que
querem desarmá-las? Se acham que há perseguição contra homossexuais, por que os impedem
de andarem armados? Eles gostam de dizer que a direita é “homofóbica” e “machista”, mas
somos nós que queremos armar cada mulher e homossexual para que se defendam seja lá de
quem tentar violá-los. E somos nós que tratamos os malfeitores da sociedade como os
bandidos que são, não como “vítimas da sociedade” que não têm controle sobre seus atos.
O foco também deve estar em fazer com que eles vejam que o indivíduo pode ser forte e que
não há nada de errado com isso. Os grupos de esquerda (geralmente por meio do governo)
fazem de tudo para tirar as fortalezas e as defesas de todo mundo (as nossas e as deles) para
facilitar o trabalho da reforma social. Os idiotas úteis devem ver que quando o estado coloca
bandidos nas ruas e se recusa a prender adolescentes, não somos apenas nós que sofremos:
ELES e os PARENTES DELES também sofrem. Eles devem ver que quando o governo
desarma o cidadão, não é apenas o fazendeiro que ele nunca viu que terá a sua arma
confiscada: os seus amigos e conhecidos também se tornarão vítimas mais fáceis para a
bandidagem. Portanto, a subversão da direita deve plantar na mente inimiga o desejo de
ser INDIVIDUALMENTE forte contra as investidas COLETIVISTAS, e não
coletivamente forte para controlar o indivíduo.
c) Fazer com que o inimigo lute contra os amigos DELE e simpatize com os NOSSOS
amigos: outra característica do processo subversivo de direita é o objetivo de fazer o inimigo
se voltar contra os próprios aliados dele, ao mesmo tempo em que fazemos com que ele se
aproxime dos nossos aliados. Temos que mostrar a eles que aquilo que os amigos deles
pregam não fazem bem a ninguém, mas principalmente não fazem bem a eles mesmos. Nós,
do lado de cá, temos nossas vacinas e defesas contra as porcarias vendidas nos meios de
esquerda. Nós sabemos que furar o nosso corpo como se fosse um queijo suíço, colocando
alargadores em lugares sensíveis e triturando nossa carne com centenas de piercings NÃO
FAZ BEM. Mas eles não sabem. Nós sabemos que certas escolhas que eles fazem (como se
entregar a processos de mutilação para se encaixarem em uma visão de mundo construída pela
esquerda) não faz bem. Mas eles não sabem. Nós sabemos que qualquer um que nos peça para
provar o quanto odiamos alguém defecando em sua foto no meio da rua está querendo que
abandonemos nossas dignidades. Mas eles não sabem. Por isso, é necessário mostrar a eles o
quanto aqueles que se dizem amigos deles só querem prejudicá-los e arruinar com suas vidas.
Uma feminista que dá ouvidos às suas “colegas” e aborta um bebê não sabe o passivo moral
que adquiriu para sua alma. Um homossexual que ouve ao seu “coletivo” e se deixa filmar em
um ritual de depravação chamado “Macaquinhos” não sabe o mal que fez para seu espírito.
Por isso, também devemos instigar a simpatia por nossos aliados no meio deles. Temos que
mostrar a eles o quanto é melhor estar aliado a grupos cristãos, conservadores, libertários,
armamentistas e capitalistas. A promoção cruzada de grupos de direita é uma das melhores
práticas para desfazer a subversão. Um libertário só tem a ganhar ao promover o cristianismo.
Um conservador só se beneficia com o crescimento do capitalismo. Um cristão não tem nada
a perder quando promove o direito de andar armado. A vantagem da promoção cruzada é que
as pessoas costumam ser mais receptivas quando escutam um elogio a um grupo por meio de
outro grupo do que por ele mesmo. Se o sujeito não se interessa por religião, podemos falar do
conservadorismo. Quando ele tem resistência ao conservadorismo, podemos falar de liberdade
econômica e capitalismo. Se o sujeito não é chegado em economia, podemos falar de
armamento. E quando ele não quer saber de armamento, podemos falar de cristianismo e
moralidade.
d) Fazer com que o inimigo queira prosperar e desejar o sucesso material dos amigos
dele (fazer com que ele respeite a PROPRIEDADE): um dos encantos que temos que
quebrar no grupo inimigo é a sua tendência em demonizar a prosperidade e odiar tudo que
seja abundante. A questão que se põe é: como fazer com que as pessoas de esquerda pensem
duas vezes antes de pichar um muro ou quebrar um ponto de ônibus? Como fazer com que
seus militantes vejam o quão absurdo é queimar um ônibus ou tocar fogo em um prédio
apenas porque ele está insatisfeito com alguma coisa? Temos que subverter o pensamento
socialista para que seus militantes pensem que produzir é bom, consumir é bom e trocar é
bom. Podemos fazer isso colocando situações de conflito que os façam refletir. Por exemplo,
se o sujeito diz que é contra o consumismo, pergunte em seguida se ele deseja um ano de
pouco consumo para o pai dele que é comerciante. Se ele diz que não vê necessidade em
comprar um ótimo celular, pergunte qual celular ele daria para a mãe dele se pudesse
escolher. Se ele diz que não há necessidade de ter um bom emprego com um ótimo salário,
pergunte se ele prefere que o filho dele seja um médico ou um lixeiro. Se ele falar algo contra
os empresários, questione se ele diria a mesma coisa caso a esposa dele tivesse uma empresa.
O fato é que quando alguém diz absurdos como esses, geralmente está sob a influência de
algum “encanto” colocado nele por meio do esquema subversivo. O sujeito que condena um
shopping movimentado que fatura muito dinheiro, geralmente estaria muito contente em ser o
proprietário de uma de suas lojas. E se ele TEM um negócio nesse shopping, ele não abriria
mão das suas vendas porque acha errado que tantas pessoas estão comprando na loja DELE.
Ou seja, a esquerda é HIPÓCRITA e basta jogar a verdade na cara dos seus militantes para
alguns deles abrir os olhos. Mas além disso, é importante buscar a metanoia naqueles
elementos dados ao vandalismo. Entenda: o vandalismo que vemos no mundo contemporâneo
é resultado de um esquema subversivo de longo prazo.
Cidadãos de bem sempre se reuniram para destruir as estruturas que os oprimem.
Deus fez um ótimo trabalho na época de Noé resetando o mundo para que VOCÊ tivesse a
oportunidade de se salvar. Ele plantou a diferença entre o povo de Babel, destruindo assim a
primeira grande obra socialista depois do Dilúvio. Os judeus destruíram os seus grilhões no
Egito, fugindo da escravidão com a ajuda de Deus. Os juízes hebreus conseguiram unir o seu
povo em épocas de angústia, destruindo os exércitos que os oprimiam. Jesus entrou no templo
de Jerusalém e destruiu as mesas daqueles que profanavam contra Deus. Homens bons
buscando a liberdade sempre tiveram que destruir as ferramentas da opressão. Os norte-
americanos destruíram todo o carregamento de chá vindo da Inglaterra em dezembro de 1773
como protesto contra o aumento de impostos. A outra coisa que eles tiveram que destruir para
entrar no porto e jogar o carregamento no mar foi um cadeado, que foi prontamente
ressarcido. Nenhum outro bem foi destruído. O povo com valores sabe dos seus limites e o
que pode fazer para resolver seus problemas. Mas a subversão criou idiotas que atacam outras
pessoas, e destroem os bens de gente que nada têm a ver com o seu problema, como forma de
“protesto”. Os idiotas úteis no Brasil e no mundo têm promovido o vandalismo sob o disfarce
da “manifestação social”. Eles queimam veículos, destroem pontos de ônibus, quebram
orelhões, invadem agências bancárias, saqueiam lojas, picham muros e roubam carteiras
escolares, alegando sempre algum tipo de “manifestação social”. A subversão criou gente tão
idiota que pensa ser legítimo fazer greve de ESTUDO.
Estudantes de várias universidades federais (novamente, no Brasil e no mundo) têm aceitado
sem nenhum tipo de crítica a ideia de que “parar de estudar” é um tipo de protesto. Pior
quando invadem reitorias, roubam computadores, sujam salas de aula e impedem outros
alunos de estudarem. Essa é uma demência mais difícil de ser tratada, pois apesar de a
manifestação contra a prosperidade poder ser apenas um sintoma da desinformação, quando
uma pessoa DESTRÓI a propriedade de alguém que nada tem a ver com o seu problema, ela
já está em uma etapa mais avançada daquele processo de se transformar em um monstro. No
mundo moderno, vemos muitos exemplos de “totens” da opressão que esses idiotas poderiam
atacar se quisessem ser coerentes com o seu discurso: radares de trânsito, agências de
fiscalização, delegacias ambientais, políticos corruptos, entre outras representações da
opressão estatal que incomoda até a esquerda. Mas não: eles preferem atacar a loja do cidadão
trabalhador, o ônibus que leva o pobre ao trabalho, o muro do sujeito pacífico e as aulas de
adolescentes inocentes. Para lidar com isso, é preciso primeiro inocular no idiota útil o
respeito pela propriedade. Depois, temos que atacar, desconstruir, eliminar o discurso
subversivo de GENERALIZAÇÃO DA CULPA no meio deles.
A guerra subversiva tenta plantar a ideia de generalização da culpa nas sociedades que
pretende subverter. O conceito de generalização da culpa funciona assim: primeiro o
comando subversivo identifica um problema na sociedade inimiga e diz que a causa dele
não é de certas pessoas que atuam conforme um interesse, mas de um SISTEMA que faz
com que TODOS ajam de tal forma que torne aquele problema inevitável. Depois, a
subversão vende a ideia de que TODOS que não são capazes de ver que o problema não
é do bandido ou do criminoso, mas do SISTEMA, são CORRESPONSÁVEIS por ele e
devem ser tratados como os verdadeiros bandidos e criminosos. Na nossa guerra, é
importante desconstruir esse discurso, mostrando que ele deriva de premissas falsas. Nem
todos os problemas de uma sociedade são derivados do sistema que adotaram, para começar.
Depois, mesmo que fosse (como no caso do fracasso econômico em sociedades socialistas),
isso não justifica o ataque contra aqueles que nada têm a ver com os problemas, seja porque
não têm os meios para superá-los ou por estarem apenas desinformados. Se a tentativa de
plantar o respeito à propriedade nos grupos subvertidos for bem-sucedida, é de se esperar que
a generalização da culpa também perca o efeito, pois mesmo que os idiotas úteis acabem
comprando esse discurso, eles não se entregarão ao vandalismo sem sentido como fazem em
sociedades subvertidas.
e) Fazer o inimigo querer GANHAR a sua liberdade, bem como os seus amigos e
inimigos (fazer com que ele pense como um INDIVÍDUO, não como um COLETIVO):
nesse caso, devemos buscar uma transformação no adversário que vá além do seu
posicionamento em relação a pontos específicos (como a vida, a liberdade e a propriedade).
Vemos muitos idiotas úteis que conseguem mudar de opinião e operar de uma forma positiva
para nossos fins. São aquelas pessoas que foram subvertidas e que acabam aceitando uma
posição que está mais alinhada com a nossa. Se o processo de dessubversão conseguiu fazer
com que a feminista passasse a defender o armamento, o racista (defensor de cota)
abandonasse o aborto e o sindicalista se tornasse um liberal na economia, ainda teremos que
trabalhar nessas pessoas para que sintam a verdadeira metanoia. Uma feminista que é a favor
do armamento, mas que defende o aborto, ainda não foi completamente “destransformada”.
Um racista que não defende o aborto, mas que ainda acha que a sua “raça” (ou a de outras
pessoas) merece proteções por ter alguma característica inferior, ainda precisa ser trabalhado.
Um sindicalista que quer menos investimentos públicos, mas que continua articulando greves
e desordem, não se transformou ainda.
Nesse sentido, sem dúvida temos que olhar essa guerra subversiva em suas diversas
manifestações, operando individualmente em cada um dos terrenos. Mas também temos que
entendê-la em de modo integrado, buscando não só ver o inimigo como um alvo da NOSSA
guerra subversiva, mas como um indivíduo e um amigo em potencial. Devemos desejar o
melhor para ele, sabendo das mudanças radicais que ele precisará passar para experimentar a
verdadeira TRANSFORMAÇÃO. Mas também é importante que apreciemos toda essa
boa-vontade e bom-mocismo com moderação. Não me refiro aos elementos mais violentos
e sanguinários do exército inimigo. Existem pessoas que já se condenaram por suas próprias
ações e o próprio contato com elas não é saudável. Os inimigos com os quais iremos travar a
guerra subversiva são os milhões de idiotas úteis que a agenda socialista formou nas últimas
décadas. Pessoas com as quais convivemos e nos relacionamos. Pessoas com as quais
estudamos e trabalhamos, mas que ainda não conseguiram se livrar do processo de idiotização
operado pela esquerda. Uma agenda maior de operação, que afeta todo mundo, será discutida
no próximo capítulo, onde apresentarei um plano de combate para vencer a esquerda em todos
os níveis. Mas antes disso, gostaria de fechar este capítulo detalhando as manobras defensivas
e ofensivas à disposição em uma guerra subversiva.
7.4. Por onde começar?
Pronto. Depois de tantas informações teóricas sobre a guerra que lutamos, você deve estar se
perguntando: o que fazer? No caso de muitos países, a direita está perdendo a guerra
subversiva. Por isso, proponho primeiro uma atuação para nos DEFENDER dos ataques
subversivos e estabilizar nossas posições. O Brasil é um caso espetacular de como os cidadãos
conseguiram abrir os olhos para o processo de subversão de forma independente e consistente.
Creio que muitas cidades no Brasil já estejam em condições de partir para o ataque. Mas em
muitos lugares a esquerda ainda está no comando do processo subversivo e as pessoas nem
sabem que estão sendo atacadas. Por isso, de um modo geral, é bom começar com uma
explicação sobre as manobras defensivas. Uma vez que o seu meio, sua escola, sua família,
sua cidade, sua organização, tenha conseguido consolidar um grupo de pessoas conscientes do
processo subversivo, você estará pronto para partir para o ataque.
Manobras Defensivas:
Primeiro Passo: autoanálise e rejeição do Controle do Discurso e do
Politicamente Correto
Reconhecer o Inimigo (LISTAR): idiotas úteis, agentes subversivos, agentes de
desinformação
Selecionar Relacionamentos: pode ser necessário se afastar e desfazer amizades
Incorportar “Resposta Instantânea de Provocações”: fazer julgamento moral do
que te falam
Ler e se Informar: ter conhecimento para se defender e vencer o inimigo
Manobras Ofensivas:
Traçar Local de Atuação do Inimigo: escola, trabalho, família, igreja
Formar Grupos de Dessubversão: com pessoas que tenham o mesmo interesse
que o seu
Ocupar Espaços
Destruir as Bases Ideológicas do Inimigo
Transformar a guerra em um lazer: treinar para GOSTAR do debate e do
choque de ideias

Manobras Defensivas
Infelizmente, em muitos lugares a esquerda continua na frente no processo subversivo. Seus
agentes atacam o povo com a promoção da subversão e as pessoas nem fazem ideia do que
está acontecendo. São lugares onde ela já tem o poder sobre os meios de comunicação e sobre
o sistema educacional, influenciando culturalmente a sociedade com suas mentiras e
esquemas subversivos. E quando as pessoas descobrem que estão sofrendo um processo de
transformação cultural, estão em desvantagem numérica e não sabem o que fazer. Esse é o
caso de regiões inteiras, como a África e o Oriente Médio (com exceção de Israel). Na
América Latina, muitos países passaram por isso, mas há sinais de resistência. Aqui, no
Brasil, na Colômbia, no Peru, no Chile, na Guatemala, no Paraguai, parte da população já
acordou para essa guerra e conseguiu montar um bom esquema defensivo. Nesse contexto, o
que VOCÊ pode fazer para barrar o avanço subversivo e ganhar a superioridade em seu
território?
1. Fazer autoanálise para se tornar uma pessoa melhor: antes de mais nada, é necessário
que cada um faça uma análise de si mesmo. Este livro deu os meios para que cada um saiba se
está mais alinhado aos princípios da direita ou da esquerda. Vamos supor que você é alguém
que acabou de abrir os olhos para a subversão. Muito provavelmente, se for esse o caso, você
ainda deve ter alguns vícios que devem ser trabalhados e curados. Então, primeiramente faça
uma autoanálise para saber se você ainda é de esquerda e não sabe. Faça perguntas reflexivas
para saber se você ainda age como se tivesse o controle e a igualdade como valores, ou se já
os substituiu pelos valores da vida, da liberdade e da propriedade. Você pode seguir o
seguinte roteiro:
1. Você ama e respeita a vida? Você SE ama? Você ama os seus próximos (não precisa nem
ser os distantes)? Se você se ama, você tem consciência de que o aborto é uma forma de ódio
a si mesmo, por meio do extermínio do próprio fruto? Se você ama os seus próximos, você
tem consciência de que a promoção do aborto é uma forma de ódio àqueles que serão
eliminados antes mesmo de sair da barriga de suas mães?
2. Você respeita a vida de seus vizinhos e conhecidos? Se sim, você não acha um absurdo
querer desarmá-los porque não os considera responsáveis o bastante para possuir uma arma?
Você não acha que desarmar os seus irmãos é um ato de desprezo em relação ao direito que
eles têm de estar armados caso sejam atacados?
3. A liberdade é um valor para você? Se sim, você não acha que a aplicação de penalidades
àqueles que não se alinham às políticas ambientais do governo é uma violação às liberdades
deles? Você não acha que a manipulação da liberdade alheia, seja determinando como um pão
deve ser vendido ou dizendo se alguém pode distribuir sacolas plásticas, é uma forma de
totalitarismo?
4. Para você, a propriedade é um valor? Se sim, você não acha que políticas de controle de
preços são uma forma de ROUBO? Você segue o “NÃO ROUBARÁS” ou a “função social
da propriedade”? Você tem consciência de que a atuação de fiscais de preços e estoques é
criminosa e deve ser condenada e punida?
5. Você segue a autoridade do estado ou a autoridade de Deus (ou seja lá que força maior
você siga)? O seu código moral é definido pelo que políticos votam como lei ou pelo que sua
religião estabelece como certo? Você está preparado para descumprir uma lei que manda fazer
o que é errado? Se não, você tem feito preparativos para ter a independência e o poder para
descumpri-la?
Basicamente, você deve ter respondido tudo “sim” para ter passado no teste da autoanálise. Se
houve algum não, é bom você trabalhar nisso para se livrar do ranço esquerdista que ainda
pode estar carregando. Mas para ser bem-sucedido nessa guerra, há outras coisas que você
pode fazer nessa fase inicial. Em seu livro A Arte da Guerra, o general chinês Sun Tzu
descreveu as qualidades e os problemas que podem afetar os comandantes. Ele dizia que o
bom comandante deve ter cinco virtudes: ser sábio, ser sincero, ter coragem, ser austero e
tratar os seus subordinados com humanidade. Ele dizia também que os vícios que podem
prejudicar o comando na guerra são: ser temerário (descuidado), ser covarde, ser muito
irritadiço, ser escrupuloso demais e ter muita compaixão na condução das tropas.
Não existe algo como ter “excesso de virtudes”. Sempre é bom ser virtuoso e alimentar
aquelas sementes boas que podem ter sido plantadas em nós. Por isso, se na sua autoanálise
você ver que não tem uma daquelas cinco virtudes (sabedoria, sinceridade, coragem,
auteridade e humanidade), trate de buscá-las.
1. Sabedoria: todos devem buscar sabedoria e conhecimento. Não há jeito melhor de adquirir
sabedoria do que pela leitura constante. Leia, se informe, tenha FOME de conhecimento.
Converse, busque dialogar sobre o que aprendeu e coloque seus conhecimentos em prática.
Não seja uma pessoa que não lê e que tem preguiça de conhecer. Busque ser interessante e se
aprofundar pelo menos naquilo que você gosta.
2. Sinceridade: seja verdadeiro e não tente esconder suas intenções. Mesmo numa guerra
subversiva, é possível ser sincero. Lembre-se que a nossa relação com a guerra é diferente da
do inimigo. Ele tenta subvertê-lo escondendo as intenções dele (que às vezes ele nem sabe). Já
você não precisa esconder as suas intenções.
3. Coragem: a coragem é uma das principais características das pessoas de direita. Entretanto,
eu vejo que muitos ainda precisam incorporar algo que chamo de CORAGEM
IDEOLÓGICA. Ou seja, não ter medo de declarar seus posicionamentos em TODO LUGAR,
para TODO MUNDO e a QUALQUER HORA. Muitos escondem suas opiniões com medo de
serem injustamente chamados de racistas, homofóbicos ou intolerantes. Se nós sabemos que
não somos racistas, homofóbicos nem intolerantes, por que esconder nossas opiniões sobre
cotas, armamento ou casamento gay? Tenha CORAGEM IDEOLÓGICA para dizer o que
pensa até àqueles que você sabe que irão estranhar. Se eles reagirem, busque ressaltar que é a
esquerda que é racista (ela defende políticas com base na premissa de que a cor é relevante
para determinar o sucesso de alguém), intolerante (ela é agressiva com todos que discordam
de seus posicionamentos) e até homofóbica (ninguém matou mais homossexuais no mundo do
que os socialistas e seus aliados muçulmanos). Em outras palavras: REJEITE O
POLITICAMENTE CORRETO que a esquerda usa para controlar o SEU discurso,
para controlar o que VOCÊ fala e pensa.
4. Austeridade: ser austero é ser responsável com a sua vida e sério naquilo que você defende.
Não tenha esses valores que pregamos apenas como opiniões ou pensamentos, mas como a
base do seu relacionamento com o mundo. Ou seja, não deixe que a vida, a liberdade e a
propriedade, sua ou de seus próximos, sejam tratadas com levianidade e descaso. Defenda-as
como se sua vida dependesse delas (porque depende).
5. Humanidade: enfim, não trate o inimigo como ele trata você. Na visão do idiota útil, você é
um idiota como ele, com potencial para ser um monstro intolerante (se achando a pessoa mais
tolerante do mundo) e de abrir mão de toda a sua dignidade (fazendo parte de bundaços,
marchas de vadias ou praticando vandalismo). Você deve ver o inimigo como um amigo em
potencial, com capacidade de arrependimento pelas coisas que fez e de recuperar a dignidade
perdida.
Você pode concluir seu processo de autoanálise se desfazendo dos vícios que pode possuir,
principalmente aqueles que Sun Tzu listou (imprudência, covardia, irritabilidade, excesso de
escrúpulos e compassividade). Se desfaça de cada um deles e você será não só o melhor dos
soldados, mas o melhor dos generais.
1. Imprudência: não seja imprudente no dia a dia. Somos atacados até em nossos templos e
temos que estar preparados para responder de forma adequada. Não ser imprudente significa
estar preparado, alerta, para todas as situações que ESPERAMOS enfrentar. Se você
sabe que seu professor sempre fala de Cuba como um exemplo de socialismo, por que não
fazer uma lista dos fracassos cubanos para jogar na cara dele na próxima aula? Se você sabe
que seu sacerdote simpatiza com a esquerda, por que receber aquela pregação idiota com
estranheza, como se você não soubesse o que ele quer? Não ser imprudente é estar
PREPARADO para as situações que você PODE ter que enfrentar.
2. Covardia: como vimos ao falar das qualidades dos comandantes, é necessário ter
CORAGEM IDEOLÓGICA (grave isso). Isso significa que temos que abandonar qualquer
acovardamento que podemos ficar tentados a ter ao expressar nossas opiniões em território
inimigo. Não seja covarde apenas porque está em inferioridade numérica. A história está
cheia de exemplos em que o menor venceu o maior, em que poucos derrotaram muitos.
Você pode se achar pequeno, mas aquilo que você defende o torna grande. Além disso,
cem pessoas defendendo algo errado não o transforma em certo. Você pode enfrentar dez,
cem, mil inimigos com o argumento certo e vencer.
3. Irritabilidade: também não seja muito irritável. Eu sei que tem muita gente que se irrita com
qualquer coisa e perde o foco em qualquer bate-boca. Não seja essas pessoas. Trabalhe com
seu temperamento e não deixe a situação afetar o seu ânimo. Aquilo que parece estar perdido
pode ser só uma impressão. O inimigo que tenta provocar você pode querer justamente
isso. Não seja manipulado por ele. Seja o senhor do seu humor.
4. Excesso de Escrúpulo: também não seja escrupuloso demais. Não seja “Caxias”. Um dos
problemas que algumas vertentes conservadoras sofrem é um apego ao legalismo exacerbado,
como se as leis dos homens fossem manifestações das leis morais que seguimos. Elas NÃO
SÃO (pelo menos na maioria dos países do mundo). Abra sua mente para casos como
sonegação de impostos, descumprimento de leis ambientais, desrespeito às leis de trânsito,
como se fossem ações legítimas em alguns casos (no Brasil, na MAIORIA dos casos). Não se
torne o porteiro que submete seus pais aos pesados protocolos de entrada do seu prédio
sempre que eles vão visitá-lo.
5. Compassividade: enfim, abandone o modo “A Cabana” de se pensar. Existem inimigos que
devemos amar, claro. Mas existem aqueles que já se condenaram pelo próprio esforço. Não
seja bobo e saiba diferenciar o colega desinformado de um idiota útil. E o idiota útil do agente
subversivo. A humanidade é uma virtude e serve para perdoar e tratar com dignidade e
respeito pessoas como a ex-feminista Sara Winter, que tem desempenhado um ótimo trabalho
para “desesquerdizar” aquelas pessoas que foram afetadas pela subversão inimiga. Mas a
compassividade passa a ser um vício quando tratamos com excesso de boa-vontade pessoas
como Cibele Baginski, uma garota que tentou se vender como representante da “nova direita”
com ideias como a refundação da ARENA e aproximação com integralistas (pouco tempo
depois, foi descoberto que ela fazia parte do PCdoB).
Depois de fazer essa autoanálise e decidir fazer parte da luta, ficará mais fácil se defender da
subversão. Melhor ainda, o seu esforço de defesa se tornará mais eficiente e espontaneo, ainda
mais se usar com sabedoria as manobras que veremos a seguir.
2. Reconhecer e LISTAR o inimigo: o próximo passo é reconhecer e LISTAR o inimigo. Eu
sugiro que você faça a sua própria lista, com aquelas pessoas que você acha que tem um papel
subversivo no seu meio. Detalhe os países, as organizações, as celebridades, os formadores de
opinião, as empresas, os conhecidos, que você acha que são inimigos ou que estão
trabalhando para o inimigo na subversão do seu meio. Eu já dei alguns exemplos e detalhei
formas de reconhecê-los, mas para facilitar a sua vida, segue a lista com os principais
desinformadores que devem estar na lista de qualquer combatente de direita.
1. Agentes de Desinformação (pessoas e organizações com conhecimento da agenda e
autonomia de ação): KGB, FSB, SVR, GRU, George Soros, Open Society Foundation,
Organização das Nações Unidas, todos os partidos comunistas (PCs) e socialistas,
Internacional Socialista, Clube de Roma, Vladimir Putin, Mikhail Gorbachev, Aleksander
Dugin, Instituto Tavistock, Fundação Ford, Fundação Rockefeller, Fundação MacArthur,
Cruz Verde Internacional, Anistia Internacional, Sociedade Fabiana, Foro de São Paulo,
Clube 1001, Conselho Nacional dos Bispos do Brasil, Escola de Frankfurt, Teoria Crítica,
Clube Bilderberg e governos controlados por aristocracias soviéticas (como Rússia,
Bielorrússia, Tadjiquistão, Quirguistão, Azerbaijão, Cazaquistão).
2. Agentes Subversivos (pessoas e organizações usados pelos agentes de desinformação, mas
sem autonomia, operando como infiltrados em organizações ou conduzindo grupos para
realizar pontos específicos da agenda): GloboNews, Folha de S. Paulo, Mídia Ninja, CNN,
Greenpeace, WWF, todos os partidos verdes, todos os partidos social-democratas, Terra,
UOL, The Economist, organizações filiadas às organizações primárias de desinformação
listadas acima (como os membros da Internacional Socialista ou do Foro de São Paulo),
professores e jornalistas que pregam ou publicam absurdos (como o professor que promove o
socialismo ou o jornalista que demoniza a polícia) e organizadores de manifestações e greves.
3. Idiotas Úteis (são a massa de manobra da subversão, aquelas pessoas que atuam conforme a
manipulação dos agentes subversivos): militantes pagos sem vínculo ideológico, vândalos,
ambientalistas, defensores dos direitos dos animais, membros dos partidos e organizações
vinculados à subversão, feministas, socialistas e anarquistas em geral. Os idiotas úteis são
muitos e estão em todo o lugar. Eles geralmente estão em alguma função operacional em
mídias, escolas, manifestações, partidos, ONGs e empresas. Entretanto, o idiota útil pode estar
em posição de destaque por motivos diversos, mas ele é simplesmente conduzido pelo
ambiente que se criou ao seu redor para subvertê-lo. Ele não faz ideia de que é um
instrumento de interesses que ele desconhece.
3. Selecionar relacionamentos: essa manobra é fácil. FUJA DE QUEM QUER O SEU
MAL. Selecione suas amizades e saiba com quem andar. Se você identificou idiotas úteis em
seu círculo, avalie o grau de lavagem cerebral que ele sofreu e considere se afastar. Não é
necessário cortar relações abruptamente, mas tenha consciência de que algumas pessoas
podem influenciar negativamente a sua vida. Paulo já recomendava aos coríntios: “Não vos
prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a
injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?”. E aos tessalonissences, ele disse: “Nós
vos ordenamos que vos aparteis de todo irmão que ande desordenadamente e não segundo a
tradição que de nós recebestes. Caso alguém não preste obediência à nossa palavra dada por
esta epístola, notai-o; nem vos associeis com ele, para que fique envergonhado”. Há
relacionamentos que acrescentam e outros que não. Então, antes de pensar em dessubverter
aquele amigo de longa data, primeiro coloque seus pensamentos no lugar e trace um plano
para poder ajudá-lo.
4. Incorporar “Resposta Instantânea de Provocações” (RIP): essa é uma manobra
essencial que deve ser incorporada por todos. Ela consiste em cortar o mal pela raiz. Tão logo
alguém fale uma monstruosidade em seu meio, CORRIJA. Não deixe absurdos
ressonarem em seu meio sem uma correção ríspida. Não permita que promovam ditadores
como Fidel Castro, Hugo Chávez ou Lênin sem deixar claro que eles foram monstros que
mataram e tiraram a liberdade de milhares de pessoas. Não deixe que eles falem mal da sua
posição como empresário ou empregador quando é você quem paga o salário dele. Um dos
caminhos mais fáceis para a vitória da subversão se dá quando ela começa a lançar afirmações
absurdas em diversos meios e todos se calam. Com o tempo, as pessoas passam a achar que
tais absurdos são normais, já que ninguém nunca se levanta para criticá-los. Ou seja: NÃO
TENHA MEDO DE PARECER CHATO. Nem tenha medo de usar palavras mais ofensivas
para classificar aqueles que propagam absurdos. Lembre-se que o próprio Jesus não hesitava
em chamar o hipócrita de hipócrita e o ignorante de ignorante. O Jesus verdadeiro chamou
seus perseguidores de raça de víboras, insensatos, geração má e adúltera, geração incrédula e
perversa, serpentes, néscios e tudo que servia para envergonhar e classificar seus adversários.
O único cuidado é não usar tais palavras sem motivo, ou seja, contra alguém que não seja
nada disso. De qualquer modo, a reação é importante porque serve como um espelho: é BOM
dizer ao ignorante que ele é ignorante, já que muito provavelmente ele não sabe que é
ignorante. É bom dizer ao hipócrita que ele é hipócrita, fazendo com que ele se sinta
desconfortável sendo um hipócrita e queira mudar. E no final toda a sociedade ganha, já que
as pessoas ao redor vão saber que aquelas ideias até então propagadas sem uma oposição
estão finalmente sendo colocadas em seu devido lugar.
5. Ler e se informar: enfim, é importante estar sempre se informando para oferecer a melhor
defesa e a melhor resistência. O bom combatente deve conhecer bem seu inimigo, sabendo
quais são as manobras esperadas e onde ele costuma atacar. O conhecimento é o melhor
escudo que você pode ter contra a subversão que irá enfrentar. O aprendizado constante nos
protege não só das manobras enganosas que a esquerda lança contra nossas vidas, mas de toda
a forma de manipulação que jogam contra nós. Se você não souber por onde começar, sugiro
os livros abaixo:
1. Bíblia Sagrada: sem dúvida, o melhor livro de todos os tempos. O livro que todo
conservador, libertário e direitista deve ler. A Bíblia é mais do que um livro religioso: ela é
um relato histórico do contato de Deus com a humanidade. A base de todo o pensamento de
direita deriva desse relacionamento que nossos antepassados tiveram com Deus. Nela estão os
fundamentos da sociedade ocidental e dos seus valores.
2. Os Federalistas (Alexander Hamilton, James Madison, John Jay): o melhor tratado político
e também o mais negligenciado. Os Federalistas são uma compilação de artigos publicados
pelos fundadores dos Estados Unidos para justificar e explicar a constituição que escolheram.
3. The Naked Socialist (Paul Skoussen): um dos melhores livros para entender a história do
socialismo. Skousen trabalhou para a CIA e usou o seu conhecimento para alertar a sociedade
sobre o perido do socialismo, mostrando como os diversos componentes do pensamento
socialista perverteram civilizações inteiras desde a antiguidade até os nossos dias.
4. The Perestroika Deception (Anatoliy Golitsyn): Golitsyn foi um agente da KGB que
desertou para os Estados Unidos quando servia na Finlândia em 1961. Ele ajudou o ocidente
fornecendo informações sobre os planos comunistas de subversão e escreveu dois livros
comprovando suas revelações. Em The Perestroika Deception, Golitsyn mostra como a União
Soviética usou o aparato da KGB para controlar o processo de abertura para facilitar sua
infiltração no ocidente e intensificar a guerra subversiva depois de sua “queda”.
5. New Lies for Old (Anatoliy Golitsyn): Golitsyn também escreveu New Lies for Old (Novas
Mentiras pelas Velhas), livro no qual antecipou que os soviéticos simulariam uma série de
aberturas econômicas e políticas para ampliar a infiltração comunista e o processo subversivo
no ocidente.
6. O Manifesto Comunista (Karl Marx e Friedrich Engels): sim, eu sei que o documento é
uma porcaria, mas temos que conhecer nossos inimigos. Os comunistas dizem que se todos os
cristãos lessem a Bíblia, haveria menos cristãos no mundo (eu li a Bíblia e me tornei cristão).
O fato é que se todo o esquerdista lesse o Manifesto Comunista, haveria bem menos
esquerdistas no mundo. Já em 1848, os comunistas pregavam o fim da família, a abolição da
religião, a estatização da economia, a criação deu um banco central, o confisco de terras e
tantas outras aberrações que só as pessoas mais pusilânimes defendem. O professor socialista
que diz ter lido o documento não pode dizer que não sabe que os comunistas pregam a
implantação de uma ditadura para destruir a sua religião, acabar com a sua liberdade e tirar a
sua propriedade.
7. AA-1025: Memórias da Infiltração de um Comunista na Igreja (Marie Carré): o livro conta
a história de um comunista que se infiltrou na igreja com a intenção de subvertê-la. A
confissão foi encontrada por uma freira francesa, que publicou o relato em 1972. O título do
livro se refere ao código usado pelos agentes, de modo que havia pelo menos outros 1024
infiltrados trabalhando contra a igreja. A atuação desses infiltrados teria causado a mudança
da postura da igreja em relação a muitas de suas tradições durante o Concílio do Vaticano II.
8. Torturado por Amor a Cristo (Richard Wurmbrand): nesse livro, um pastor evangélico
conta como foi preso e torturado por pregar o cristianismo na Romênia comunista. O livro é
interessante por mostrar como alguns sacerdotes e líderes religiosos cedem à violência e se
tornam informantes do governo, enquanto outros resistem às mais dolorosas torturas para
preservar o rebanho.
9. Era Marx um Satanista? (Richard Wurmbrand): o mesmo pastor continuou a escrever sobre
sua experiência abordando a relação do marxismo com o satanismo, analisando a biografia de
Karl Marx e descobrindo uma série de evidências de que ele era um satanista.
10. O Grande Culpado (Viktor Suvorov): o livro foi escrito por um ex-oficial da inteligência
soviética (GRU) que deserdou para a Inglaterra em 1978. Suvorov conta como Stalin
financiou Hitler e o esforço nazista para quebrar a Europa e abrir caminho para que ela fosse
conquistada pelos comunistas. Os planos de Stalin só não puderam se concretizar porque os
alemães descobriram que estavam para ser atacados e atacaram primeiro. Em outras palavras:
a II Guerra Mundial foi minuciosamente arquitetada pelos soviéticos como forma de capturar
toda a Europa.
11. Perseguidos: O Ataque Global aos Cristãos (Paul Marshall, Lela Gilbert e Nina Shea): um
dos livros que relatam de forma mais transparente a perseguição internacional contra os
cristãos. Do Ocidente ao Oriente, os cristãos são vítimas das mais injustas e sangrentas
perseguições. Na China e na Rússia, igrejas são destruídas e cristãos são proibidos de realizar
os seus cultos. Na África e no Oriente Médio, milhares são expulsos de suas casas e mortos
por muçulmanos e socialistas. Tudo sob o olhar complacente de observadores da ONU e de
jornalistas de esquerda.
12. Behind the Desert Storm (Pavel Stroilov): o livro usa documentos da inteligência russa
para mostrar como Gorbachev continuava a promover a agenda soviética ao mesmo tempo em
que dizia que pretendia abrir o regime. O livro é interessante por mostrar várias conversas
entre agentes soviéticos e ditadores de países muçulmanos revelando uma agenda conjunta
contra os Estados Unidos e Israel.
13. Comrade J: The Untold Secrets of Russia’s Master Spy in America after the End of the
Cold War (Pete Earley): o livro conta a atividade de Sergei Tretyakov, um oficial da SVR que
deserdou para os Estados Unidos no ano 2000. Tretyakov faz várias revelações importantes
para o livro: que o embaixador do Azerbaijão na ONU (que serviu de 1994 a 2000) era um
agente da SVR, bem como Raúl Castro; que a KGB mandou US$ 50 BILHÕES para o
exterior para financiar a agenda comunista após a ruptura da União Soviética; que a KGB
criou a teoria do “inverno nuclear” para ser usada pela subversão pacifista como forma de
parar o programa militar norte-americano; que Putin usou o seu Serviço Federal de Segurança
para fazer uma lista de russos que deveriam ser assassinados para que ele pudesse governar
sem oposição; que ele usou a Biblioteca Pública de Nova Iorque para espionar os Estados
Unidos e promover desinformação e subverção contra o ocidente; entre outras.
14. Desinformação (Ion Mihai Pacepa): foi escrito por outro oficial de inteligência comunista
que deserdou para os Estados Unidos em 1978. Ele detalha várias operações de desinformação
coordenadas pelos soviéticos e levadas adiante pela inteligência dos países sob a influência
deles. Dentre os assuntos mais interessantes abordados no livro, ele conta como os comunistas
espalharam mentiras para demonizar o Papa Pio XII (talvez o papa mais correto do século
XX), como tentaram esconder a responsabilidade de Lee Harvey Oswald no assassinato de
JFK (toda a tentativa de culpar o FBI ou a CIA começou por obra dos russos, que queriam
apagar suas digitais no atentado contra o presidente dos Estados Unidos).
15. The KGB and the Soviet Disinformation (Ladslav Bittman): livro essencial para entender
a subversão soviética no Brasil, escrito por outro agente de desinformação desertor do bloco
soviético. Logo nas primeiras páginas, Bittman revela detalhes da Operação Thomas Mann,
que falsificou documentos da embaixada dos EUA no Brasil para FAZER PARECER que a
Revolução de 1964 havia sido arquitetada pelos norte-americanos. Além disso, documentos
divulgados em 2007 pela República Tcheca fortalecem essa versão. Nesses documentos,
encontram-se detalhes da Medida Ativa TORO, relacionada à Operação Thomas Mann.
16. Demonic: How the Liberal Mob is Endangering America (Ann Coulter): uma das
melhores obras de Ann Coulter, renomada escritora conservadora norte-americana. Coulter
faz um paralelo entre a Revolução Francesa e a Revolução Americana, mostrando que elas
foram inspiradas por valores COMPLETAMENTE diferentes. No livro, ela também mostra
como aqueles valores revolucionários dos jacobinos inspiram a esquerda até hoje. Enfim, ela
mostra como a esquerda norte-americana se tornou DEMONÍACA, com uma agenda
anticristã e socialista.
17. A Verdade Sufocada (Carlos Alberto Brilhante Ustra): além do relato de um dos maiores
heróis brasileiros em sua luta contra o comunismo, o livro também conta a história da
subversão no Brasil desde o começo do século XX. O livro se destaca pela capacidade de
análise do autor e pelos documentos oficiais disponibilizados, mostrando quem eram os
criminosos que tentavam implantar o socialismo no Brasil durante o regime militar.
18. Ideais Traídos (Sylvio Frota): o livro fala do mesmo tema, mas é contado por um general
que tinha contato com a liderança mais alta do governo militar. O livro é importante porque
revela o posicionamento de esquerda dos últimos generais do regime: Geisel e Figueiredo.
Lido em conjunto com Segunda Guerra: Sucessão de Geisel (de Gustavo Stumpf e Merval
Pereira) e O Outro Lado do Poder (de Hugo Abreu), é possível desenhar a possibilidade de
Ernesto Geisel e João Figueiredo terem sido agentes da esquerda para plantar no Brasil a corja
socialista que governou o país nos últimos 30 anos.
19. Máfia Verde: o Ambientalismo a Serviço do Governo Mundial (Lorenzo Carrasco): é o
primeiro de dois livros que denunciam o uso político do ambientalismo para direcionar a
economia de países mais pobres na direção do globalismo e do socialismo. O livro é
interessante por sua análise do papel das ONGs na promoção de centenas de reservas
ambientais para controlar a economia dos países pobres, principalmente na África e na
América Latina.
20. Máfia Verde 2: Ambientalismo, o Novo Colonialismo (Lorenzo Carrasco, Geraldo Lino,
Nilder Costa e Silvia Palácios): nessa continuação de Máfia Verde, os autores complementam
o primeiro livro com informações e análises sobre a relação entre globalismo e
ambientalismo.
21. Os Melancias: As Verdadeiras Cores do Movimento Verde (James Delingpole): o livro foi
um sucesso de vendas na Inglaterra por denunciar de modo eloquente a relação entre
socialistas e ambientalistas. O melhor do livro é a forma como Delingpole detalha a fraude
conhecida como Climategate, mostrando como pesquisadores da ONU manipularam
deliberadamente dados e pesquisas para mentir sobre uma falsa aceleração na temperatura da
terra.
22. Ecotyranny: How the left's green agenda will dismantle America (Brian Sussman): em seu
livro, o meteorologista e comentarista Brian Sussman explica de modo acessível a ciência por
trás do clima, denunciando o seu uso político por ambientalistas para produzir alarmismo e
medo na população. O livro mostra como os globalistas querem usar conceitos abstratos como
“aquecimento global” ou “mudança climática” para fazer com que as pessoas se entreguem
voluntariamente ao controle econômico em seus países.
23. Behind the Green Mask: The UN Agenda 21 (Rosa Koire): Koire faz uma análise
completa da Agenda 21, mostrando como a ONU trabalha para implantar o globalismo e o
socialismo por meio do controle econômico guiado por motivos ambientalistas.
24. The Keys of this Blood (Malachi Martin): o livro foi escrito pelo renomado exorcista
Malachi Martin. Ele mostra como um grupo de satanistas tenta tomar o controle da igreja
católica a partir de dentro. Martin também escreveu o livro The Windswept House para
denunciar essa mesma infiltração. Embora esse segundo livro tenha sido escrito na forma de
ficção, Martin diz que os personagens e suas ações são reais, mas com nomes diferentes. Nele,
o padre narra um ritual satânico de invocação de Lúcifer ocorrido na Capela de São Paulo (no
Vaticano) em 29 de junho de 1963.
25. The Politically Incorrect Guide to the Great Depression and the New Deal (Robert
Murphy): se você sempre estranhou aquele papo-furado de que a Crise de 1929 foi causada
pelo capitalismo, esse livro é para você. Todos os argumentos para rebater a falácia de uma
crise provocada pelo capitalismo estão nesse livro. Ele também mostra que foi graças às
políticas intervencionistas do democrata Franklin Delano Roosevelt que a crise se prolongou
por tanto tempo.
26. Justiticativa das minhas Intenções (Adam Weishaupt): o livro é importante por ser um
relato do próprio Weishaupt sobre sua participação na Ordem dos Illuminati. Weishaupt tenta
justificar boa parte das acusações que teve que responder por ocasião do fechamento de sua
ordem, inclusive sua relação com o aborto, o relacionamento com sua cunhada antes mesmo
de sua esposa morrer e várias outras informações que tornam mais concretas as acusações
feitas contra ele e sua gangue.
27. Provas de uma Conspiração: Contra todas as Religiões e Governos da Europa, Conduzida
em Reuniões Secretas dos Maçons, Illuminati e Sociedades de Leitura (John Robinson): o
médico John Robinson denunciou a conspiração illuminati já em 1797, nesse livro que revela
fatos e informações sobre a atuação dos illuminati, sua infiltração na maçonaria e sua intenção
de controlar todos os governos e religiões para a implantação de uma utopia igualitarista.
28. Memórias Ilustrando a História do Jacobinismo (Ábade Augustin Barruel): em 1797 um
livro denunciando as manobras illuminati na França também foi publicado por um abade
católico. O livro tem mais informações e documentos que o de John Robinson e é de leitura
obrigatória para todos que querem conhecer e combater o globalismo, o socialismo e o que
chamam de Nova Ordem Mundial.
29. Blowing Up Russia: The Secret Plot to Bring Back KGB Terror (Alexander Litvinenko e
Yuri Felshtinsky): em 2002, antes de morrer invenenado por plutônio em Londres, o ex-
agente do FSB Alexander Litvinenko escreveu um livro denunciando o esquema montado por
Putin para alcançar o poder e controlar a população russa. O livro é importante para mostrar
como a atividade da KGB não terminou depois da queda do muro de Berlim em 1989, não
terminou com o fim da União Soviética em 1991 e ainda estava ativa em 2002 (e até em 2006,
quando Litvinenko foi morto).
30. Deception Was my Job: The Testimony of Yuri Bezmenov (Yuri Bezmenov): sem dúvida,
um dos melhores documentários sobre a infiltração comunista e a guerra subversiva. Nele, um
ex-agente da KGB revela como os soviéticos passaram a operar para subverter a sociedade
ocidental. Bezmenov diz que apenas 15% da atividade da inteligência soviética era destinada
à guerra não convencional (aquela espionagem que vemos em filmes). A maior parte das
operações da KGB era focada em ações de subversão (subornos, financiamento da perversão,
promoção do pacifismo cego e do desarmamento, entre outras atividades).
31. Agenda: Grinding Down America Down (Curtis Bowers): o documentário mostra de
forma bem objetiva como os comunistas buscam a corrupção e a destruição dos Estados
Unidos por meio da subversão e da deturpação dos seus valores. O narrador mostra como os
inimigos da América usam o politicamente correto, a teoria crítica e outros esquemas
subversivos para corromper a cultura norte-americana e facilitar a imposição de valores
socialistas.
Manobras Ofensivas
Uma vez que você tenha conseguido montar uma boa defesa contra a subversão, você poderá
pensar em partir para o ataque. Grandes poderes trazes grandes responsabilidade. Há muitos
lugares em que a direita já está em condições de partir para o ataque. No Brasil, também já se
formaram muitos grupos com condições de atacar. O fato é que o processo de dessubversão
pode ser feito de cima para baixo (quando o aparato estatal de inteligência é convencido
a atuar) ou de baixo para cima (quando os cidadãos atacados resolvem FAZER alguma
coisa contra o processo de subversão). Ele NÃO OCORRE ESPONTANEAMENTE. A
dessubversão NÃO VAI SE PRODUZIR SOZINHA. Alguém deve se mobilizar e
PROMOVER a dessubversão.
Não espere que o seu professor socialista vai parar sozinho de pregar o comunismo na sua
escola. Não espere que seu colega de trabalho vai parar de defender o vandalismo por vontade
própria. Não espere que o jornalista que mente no seu jornal vai parar de tentar manipular
você espontaneamente. Só podemos parar o processo subversivo quando os agentes da
subversão ENFRENTAREM RESISTÊNCIA. E essa resistência não precisa ser
agressiva e muito menos violenta, mas ela deve EXISTIR. Os obstáculos não se jogarão
sozinhos entre a subversão e a sua sociedade: ALGUÉM DEVE JOGÁ-LOS. Portanto,
caso você tenha decidido se lançar na ofensiva contra a subversão, a primeira coisa que deve
ter em mente é que, como em qualquer guerra, deve haver pelo menos um agente ATIVO para
que ela ocorra. Caso você queira ser esse agente ativo, há cinco manobras principais que você
poderá utilizar para facilitar o seu esforço.
1. Traçar local de atuação e rotinas do inimigo: por meio da literatura de espionagem,
sabemos que uma das atividades mais comuns dos agentes subversivos é fazer listas com
nomes e análises de todos os que frequentam ou trabalham nos lugares onde eles operam. O
fato é que listas de informações são ÚTEIS na guerra subversiva. Por exemplo, em meados de
2017 circulou uma lista de supostos “infiltrados” na direita. Eles eram classificados na lista
como a “falsa direita”. É interessante como uma lista feita por um cidadão praticamente
desconhecido gerou tanta repercussão e MEDO. O autor foi atacado por todos os lados por
causa da sua iniciativa (realmente, alguns nomes não deviam estar ali). O fato é que aquela era
só uma lista com a percepção de um sujeito desconhecido. As pessoas erram e isso é normal.
Esse tipo de lista deveria circular com muito mais frequência, com ou sem o nome do autor.
Cada um faça o julgamento que achar pertinente para desconsiderar um nome apontado na
lista do outro. Contudo, é fato que listas de informação são ÚTEIS e é importante que esse
tipo de conduta prolifere na direita, principalmente como parte de um esforço para
dessubverter a sociedade. Sabendo quem é o adversário, onde ele opera e quais são os seus
principais argumentos, fica mais fácil bolar uma operação ofensiva para desmoralizá-lo e
anular a subversão.
Mas como fazer uma lista ÚTIL? Para que a lista possa ser bem utilizada (tanto para o autor,
quanto para o público), ela precisa ter pelo menos: o nome do sujeito, o seu âmbito de atuação
e as suas principais rotinas. Seria algo como: o nome do soldado, o campo de batalha onde ele
opera e o armamento que ele tem. Listas apenas com o nome servem para pouca coisa. Toda a
informação que se tenha para complementar é bem-vinda. Por exemplo, há no Brasil um
“pastor” chamado Ed René Kivitz. Esse sujeito é conhecido por pregar aberrações (como
“Hitler pode estar no céu”) e absurdos teológicos. Em um vídeo chamado “Caio Fábio: meu
Herói Marginal”, ele mostra seu respeito e consideração a outro “pastor” que foi condenado e
preso por envolvimento em falcatruas do PT. O mínimo de informações que seu nome deveria
acompanhar em uma lista seria o local onde ele opera (vídeos de internet e na Igreja Batista de
Água Branca) e suas rotinas (Teologia da Missão Integral, antiamericanismo, etc). Mas além
das listas, documentos de informação e cartas circulares também fazem bem o papel de
informar os nossos pares sobre a ação dos inimigos. Em 1963, foi publicado no Brasil o
livreto Nossos Males e seus Remédios, informando sobre como os comunistas estavam
subvertendo a sociedade brasileira e o que já estava sendo feito para combatê-los. No livreto,
é revelado que os próprios trabalhadores denunciavam os grevistas e se infiltravam em grupos
sindicais para acompanhar os planos inimigos. O resultado é que os comunistas não
conseguiram tomar o poder em 1964 e o Brasil passou por um período de prosperidade antes
de retornar à sua marcha rumo ao socialismo.
2. Formar grupos de dessubversão: o segundo passo da ofensiva é formar grupos de apoio à
campanha dessubversiva. O engajamento solitário no combate é bom e mostra o valor do
combatente. Mas as maiores vitórias acontecem quando temos alguém para compartilhar a
glória. Estamos em uma guerra subversiva, não estamos? Estamos sendo atacados, não
estamos? Conseguimos resistir, mas alguém continua no esforço subversivo, não continua?
Então é bom que nossa reação seja forte e envolva muita gente. A formação de grupos é um
passo decisivo para superar a subversão e corrigir os problemas plantados por ela. Além disso,
a atuação de uma pessoa só é limitada ao número de pessoas com as quais ela consegue
interagir. Quando formamos grupos, o nosso escopo de atuação amplia consideravelmente.
Em grupos maiores, é mais provável encontrar alguém que apareça com aquele argumento
que faltava para você vencer o debate. Mas há outras vantagens. A esquerda é composta por
pessoas que raciocinam coletivamente. O esquerdista tem aquele comportamento de manada
que o faz aderir a um argumento ou comportamento só porque é adotado pela maioria. O
crescimento de grupos de direita é bom porque muita gente de esquerda migra para eles no
primeiro momento em que percebe que é a melhor estratégia social. Dessa forma, o próprio
fato de EXISTIR um grupo de direita em determinado meio já é capaz de fazer com que
aqueles idiotas úteis utilizados pela subversão se rendam voluntariamente e fiquem mais
suscetíveis às nossas propostas.
No período que antecedeu a Revolução de 1964, os brasileiros se organizaram em grupos de
dessubversão para vencer os comunistas: meios de comunicação formaram a “Rede da
Democracia”, empresários e profissionais liberais criaram o Instituto de Pesquisa e Estudos
Sociais (IPES), as mulheres cristãs criaram a Campanha da Mulher pela Democracia
(CAMDE) e a Liga das Mulheres pela Democracia (LIMDE), e todos eles conseguiram
organizar a Marcha da Família, com Deus e pela Liberdade. Hoje, qualquer solução para
reverter o processo de subversão deve passar pelas mesmas etapas. Nos últimos anos, foram
formados vários grupos para vencer a ameaça contemporânea: temos o Legítima Defesa, o
Vem Pra Rua, o Terça Livre, entre outros. Você também pode fazer parte da história
montando o seu e lutando contra o comunismo.
3. Ocupar espaços: esse passo demanda mais comprometimento e paciência. Temos que
recuperar espaços e ocupar as posições mais visadas pela subversão. Os espaços principais
que devemos mirar são: o corpo docente de escolas e faculdades, as redações dos meios de
comunicação e as cadeiras de representação política. Lembre novamente que o professor
infiltrado na sua faculdade não vai se demitir voluntariamente nem parar de falar besteira de
uma hora para outra. Ele precisa enfrentar uma resistência para, no mínimo, parar de falar
besteira. O jornalista que vive de propagar mentiras nos jornais não será demitido sozinho. É
necessário um trabalho para desmascará-lo e demiti-lo. Os eleitores da esquerda só vão parar
de nos condenar ao extermínio se os nossos argumentos chegarem até eles. Mesmo que nem
todos sejam abertos à verdade, alguns são e sempre pulam do barco. O que importa é ter em
mente que o nosso dever é ocupar espaço.
Mesmo que não seja sua intenção trabalhar com magistério, jornalismo ou política, a
mentalidade de ocupação de espaços ainda pode nos ajudar se você for um vetor da
dessubversão em TODO e QUALQUER lugar que você escolher atuar e viver. Lembre-se que
a guerra subversiva é travada em todo o lugar. Quanto mais lugares forem ocupados por
nossos soldados, menos impacto a subversão terá na sociedade. É importante que se tenha em
mente que ocupar espaço não é apenas se tornar professor, ser contratado em um jornal ou ser
eleito para um cargo político: a ocupação de espaço pressupõe a atuação direcionada do
agente. Ou seja, o professor de direita deve ter uma ação ativa para combater a esquerda e
promover a direita. O jornalista conservador deve atacar a agenda inimiga e pregar ativamente
os valores que defende. E assim em todo lugar ocupado.
4. Transformar o poder civil em TRABALHO e AÇÃO: em 1964, a sociedade brasileira
conseguiu reagir contra o processo de comunização do Brasil graças à ATIVIDADE dos
grupos formados para combater a subversão. O estudo do caso brasileiro é perfeito porque,
diferente dos Estados Unidos e de outros países desenvolvidos, ele esteve na iminência de cair
nas mãos dos comunistas. E diferente de países como Cuba, Vietnã, Coreia do Norte, entre
outras porcarias, a direita organizada VENCEU os esforços comunistas antes que eles
pudessem se consolidar no poder. Os grupos formados contra o comunismo venceram graças
às suas AÇÕES e ATIVIDADES, que não ficaram no campo das ideias e passaram a FAZER
algo para evitar a socialização do país. Como exemplos dessas ações, podemos citar:
1. Propagação de conteúdo em jornais e TVs: emissoras de rádio e TV de todo o Brasil
formaram um bloco chamado "Rede da Democracia", principalmente para lutar contra as
tendências socialistas do governo João Goulart. A Rede da Democracia chegou a ter mais de
100 associados e usava os meios que tinha para desmascarar os comunistas e mobilizar o povo
para reagir ao processo subversivo. O governo de João Goulart chegou a perseguir algumas
emissoras, fechando algumas delas, mas foi vencido no final.
2. Manufatura e distribuição de panfletos com informações e propaganda antissubversiva:
lojistas e comerciantes distribuíam panfletos anticomunistas em sacos de compra e embrulhos.
Barbeiros e médicos deixavam panfletos disponíveis nas revistas em suas salas de espera. Um
gráfico imprimiu com seu dinheiro mais de 50.000 panfletos com caricaturas de Fidel Castro e
críticas ao comunismo. Além disso, muitos pagavam tempo no rádio e na TV para divulgar
suas revelações.
3. Busca pela projeção social: os grupos não eram fechados e elitistas, buscando trabalhar
apenas com os membros de um determinado círculo. Aqueles que abriam os olhos para o
processo subversivo tentavam influenciar todos que tinham contato com eles. É interessante
que até o trabalhador mais humilde ajudou a combater os comunistas, se infiltrando em
sindicatos como comunistas e denunciando seus planos. Um caso bem-sucedido dessa ação
foi o cancelamento de uma “manifestação espontânea” de 5.000 trabalhadores em Brasília,
depois de uma denúncia feita por um trabalhador anticomunista.
4. Rotinização do combate: em 1961, um grupo de empresários criou o Instituto de Pesquisa e
Estudos Sociais (IPES), para sondar a atividade subversiva e elaborar estratégias de resposta.
Outros grupos foram criados com a mesma intenção, mantendo cada um a sua independência
ao mesmo tempo em que ansiavam a cooperação com os outros grupos. Eles coordenaram um
plano de ação eficiente que envolvia: a produção de cartas circulares, o levantamento da
opinião pública e a publicação de artigos na imprensa. O IPES criou uma rede de informações
tão eficiente que foi capaz de descobrir vários comunistas infiltrados.
5. Organização de eventos e manifestações: em 12 de setembro de 1963, a senhora Amélia
Moura Bastos criou a Campanha da Mulher pela Democracia (CAMDE), um grupo de
mulheres cristãs que se reuniam periodicamente na casa dela. Por meio da atuação dessas
primeiras participantes, a CAMDE cresceu tanto que obrigou o grupo a realizar suas reuniões
nas igrejas e templos dos simpatizantes. Em Minas Gerais, as mulheres criaram a LIMDE,
Liga das Mulheres pela Democracia, com funcionamento e posicionamento similar à
CAMDE. Esses grupos atuavam com base no voluntarismo e no financiamento privado. Eles
promoviam campanhas para levantar fundos, escreviam cartas informativas para distribuição
entre os membros, organizavam palestras e eventos de esclarecimento e doavam seu tempo
para combater os esquerdistas. O caso mais emblemático da atuação desses grupos foi a
Marcha da Família, com Deus e pela Liberdade, que levou mais de um milhão de pessoas às
ruas em 19 de março de 1964. Mas ela não foi a única: várias outras manifestações
anticomunistas aconteceram no Brasil naquele ano. Inclusive, houve uma manifestação ainda
maior que a original em abril daquele ano, conhecida também como Marcha da Vitória, na
qual cerca de dois milhões de pessoas foram às ruas para celebrar a vitória do povo contra a
esquerda.
5. Transformar a guerra em lazer: enfim, devemos ter resiliência para atuar no longo prazo.
E a melhor forma de fazer isso é transformar a guerra em um lazer. Devemos buscar ver o
lado prazeroso de um debate econômico, de uma conversa política, de uma discussão
acalorada e de uma trolagem bem organizada. O conflito é inevitável. Não vale a pena ficar se
preocupando com a expectativa daquilo que é certo. Então, por que não se divertir? Busque
transformar aquela aula de um professor socialista em um circo onde ELE é o palhaço.
Provoque e supere o professor militante, mostrando o quanto ele é ridículo. Faça daquela
conversa diária com os idiotas úteis mais arrogantes em uma vitrine do quanto eles são burros.
Use o sarcasmo e o humor para expor a subversão e conduzir a audiência contra a esquerda.
Sinta prazer com sua atuação e dê a devida importância ao seu esforço: você está ajudando a
combater o mal em seu meio; você está lutando contra uma ideia realmente perversa; pessoas
abrirão os olhos por SUA causa; você está ajudando pessoas a sair da MATRIX.
Não se lance nessa guerra por pressão ou sem vontade: mergulhe nela para ser o melhor
combatente. A esquerda quer que você tenha medo. Ela quer que você se acovarde. Ela quer
que você cruze os braços. Ela quer que você se cale e se acue. Não seja a vítima. Mostre para
todos que não é você que está preso aí com a esquerda. É a esquerda que está presa aí
contigo. Essa é uma mensagem poderosa. A esquerda se acovarda quando vê o menor sinal de
resistência. Não somos nós que estamos presos aqui com eles. São eles que estão presos
aqui com a gente. Foi por isso que o Brasil superou o processo subversivo em 1964: aqueles
grupos formados para lutar contra a esquerda não tinham medo de dizer o que queriam e de
fazer o que deviam. Foi por isso que a subversão foi colocada em xeque durante tanto tempo
nos Estados Unidos: lá, grupos de direita e organizações conservadoras sempre atuaram de
forma proativa para lutar contra o processo subversivo. Essas organizações (muitas delas
conhecidas como “think tanks” de direita) nunca tiveram medo de desafiar o
policiamento do discurso e dizer exatamente o que eram: conservadores, libertários e de
direita.
7.5. Conclusão
Agora que já temos mais conhecimento sobre guerras e subversão, podemos pensar em ir
além: uma estratégia de vitória. Temos que vencer aquilo que nos mata e nos escraviza. Um
dos problemas que afeta as pessoas que não pensam em política é que elas não pensam em
VENCER. Claro que elas pensam em suas pequenas batalhas, em suas pequenas guerras, em
seus pequenos problemas. Mas não pensam em VITÓRIA TOTAL. O objetivo é vencer. E
vencer BEM. E um dos segredos da vitória é pensar grande. Como dizia Sun Tzu, “a suprema
arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar”. Como uma das minhas atividades favoritas é
provocar as pessoas e debater, eu fiquei bom em fazer isso. E o meu segredo para SEMPRE
(sempre) vencer o debate é listar os argumentos do adversário, dissecá-los e responder à
seguinte pergunta: qual é o argumento definitivo? Ou seja: o que eu preciso dizer ao
adversário que fará com que ele veja o quão errados TODOS os argumentos deles estão? O
que eu tenho que dizer para fazer com que ele veja que está ERRADO e que eu estou
CERTO?
Eu sempre penso como Sun Tzu pensava, só que melhor, já que eu sou cristão. Para vencer
qualquer coisa, temos que pensar grande. Temos que elaborar um plano de ataque que deixe o
inimigo sem reação. É o que os comunistas fizeram antes da União Soviética falir e se
fragmentar. Eles estavam pensando em como fazer o ocidente se curvar sem precisarem lutar.
Eles tinham recursos e o trabalho escravo de milhões de súditos da ditadura do proletariado.
Mas eles não contavam com a internet e a difusão de informações que caracterizam o mundo
contemporâneo. A internet e a democratização das informações foram a pedra no caminho do
comunismo. O melhor que a União Soviética tinha a oferecer não colocou a INTERNET no
plano que criou para dominar o mundo. Eles não consideraram a INTERNET! O quão
estúpido é isso? Comunistas fazendo comunismos. O meu ponto é que temos todas as
condições para elaborar um plano de vitória infalível. E esse plano é que veremos no próximo
capítulo.
8. O Programa da Direita: Uma Estratégia de Vitória
Parabéns por ter chegado até aqui. Você já deve saber muito mais do que sabia no começo
deste livro. Você já tem uma couraça de defesa para defendê-lo contra os ataques da esquerda
e um vasto arsenal para humilhar seu professor socialista. Já sabe como reagir e agir em uma
guerra subversiva e tem tudo que é necessário para fazer bonito em qualquer debate. Já fez
sua própria constituição e, não apenas defende, mas SABE porque defende sua vida, sua
liberdade e sua propriedade. Então, neste capítulo vamos fechar nossa conversa falando sobre
o que a direita deve fazer para vencer a batalha política. Vamos consolidar um PLANO para
que o mundo se comporte mais conforme os nossos fins. Não tenha medo de dizer isso
(principalmente se você mora em um lugar que condena bebês à morte e relativiza a
propriedade): EU QUERO MUDAR O MEU MEIO. Não podemos hesitar em defender os
nossos fins e proteger aqueles direitos que nos são mais valiosos: nossas vidas, liberdades e
propriedades. O mundo não tem ameaçado apenas aquilo que precisamos para sobreviver. Ele
tem entrado em nossas casas e ditado o que consumir, quanto gastar e como VIVER. Eu quero
mudar isso e creio que você também. E essa disposição para tornar a realidade menos
espinhosa é a base da participação política.
A única forma de garantir a proteção dos nossos valores é a atuação política direcionada
e consciente. É fazer com que a sociedade volte a ver que política serve para nos
DEIXAR viver, e não para nos dizer COMO viver. Nas comunidades que se organizaram
primeiro, as pessoas não buscavam o apoio do próximo para que pudessem saber o que comer,
onde morar ou como usar os seus bens. Elas se reuniam para SOBREVIVER. Mas
infelizmente a subversão e a infiltração de valores socialistas transformaram boa parte das
pessoas em idiotas úteis. Quando a sociedade produz antas que se dizem “libertárias”, mas
que defendem a proibição de rodeios e vaquejadas, é sinal de que as pessoas não estão mais
pensando como pessoas, mas como drones de um pensamento que as escravizou. Quando
sujeitos que se dizem “liberais” pregam a proibição do uso ou da doação de sacolas plásticas,
sabemos que o ser humano está agindo como louco: e o resultado da atuação política de um
louco é a imposição da loucura. E a atuação política em um mundo de loucos é
particularmente complicada, já que os loucos tendem a criar sistemas sem pé nem cabeça para
se governar, deixando de fora toda a opinião sensata e normal.
Já mostrei como o pensamento que representa e cria essa loucura toda é o socialismo, bem
como ele se manifesta no que eles mesmos chamam (às vezes com orgulho) de esquerda.
Portanto, temos que traçar um plano de DIREITA para vencer a manifestação do socialismo
na política, na sociedade, na economia, em todos os lugares. Um plano para impor
constituições de DIREITA em todos os lugares do mundo. Devemos literalmente IMPOR o
respeito à vida onde ele não existe. Devemos FORÇAR liberdade a quem quer ser escravo.
Simples assim. Mas só conseguiremos isso saindo da inércia e marchando rumo ao PODER.
Esqueça todos os gatilhos de Pavlov que os estrategistas socialistas plantaram em você e
diga com orgulho: “eu sou de direita, eu quero viver em um mundo livre e, para isso, o
poder precisa estar com pessoas como eu”. Infelizmente, o poder não está nas mãos de
pessoas como eu e você: em todo o lugar, o governo está nas mãos de loucos ou bandidos,
com raríssimas exceções.
Ou seja, precisamos de um PLANO. Tenho certeza que você já se deparou com algum chato
que perguntou se você tem um plano ou qual o programa de governo do seu candidato de
direita. Ou mesmo o que você faria se fosse presidente ou algo do tipo. O fato é que
precisamos de um plano. Precisamos de um foco para concentrar esforços contra uma posição
inimiga ou para defender uma trincheira. Não é difícil elaborar um programa político
universal de DIREITA e é estranho que até agora ninguém tenha feito isso. Qualquer
programa do Partido Republicano dos Estados Unidos (o GOP, ou Grand Old Party) já daria
uma boa aproximação. Um tratado que unisse a moralidade cristã com a promoção do livre
mercado já nos atenderia. Então por que não propor um programa universal de DIREITA,
atualizado com tudo que se sabe sobre a esquerda e o comunismo? Por que não facilitar a
nossa vida? O plano que irei apresentar abaixo visa preencher essa lacuna. Vamos consolidar
tudo que vimos em um programa de ação genuinamente de direita, que contemple ao mesmo
tempo a promoção dos nossos valores, o combate à subversão e a conquista do poder político.
8.1. O Plano de Combate
Primeiramente, vamos definir o que entendemos por plano e por programa. Os dois conceitos
são simples e tenho certeza que ninguém terá problema em recordá-los. Um programa é um
conjunto de ações planejadas e organizadas CONFORME um determinado fim. Um
programa de direita seria, portanto, um conjunto de propostas políticas organizadas
pelos temas que nos interessam. Vamos definir plano aqui como as ações e decisões que
precisamos tomar PARA alcançar um certo objetivo. Ou seja, vamos trabalhar com o
conceito de programa de propostas como o que queremos impor politicamente, enquanto
plano seria o que devemos fazer para facilitar a implantação dos objetivos desse programa.
Isso significa que o plano atua em nível mais estratégico e organiza os passos para conquistar
nossos objetivos (entre eles, a implantação do programa), enquanto o programa tem função
mais tática. No dia a dia, podemos usar essas duas palavras como termos perfeitamente
intercambiáveis, mas aqui o plano diz basicamente como usar o programa. Por outro lado,
para elaborar o plano, temos que pensar no inimigo, enquanto o programa visa atender as
nossas necessidades e agendas.
Quanto ao plano, vamos começar dissecando o plano de combate inimigo. A agenda
subversiva comunista é composta por fases. Ela começa com a situação simples de
subversão, que é atiçada até que a sociedade inimiga produza voluntários para a
promoção da guerrilha em seu território. A intensificação da subversão e do movimento
guerrilheiro produz uma situação de RUPTURA POLÍTICA, que seriam as crises
institucionais que passam a ocorrer com frequência, já que a SOCIEDADE ESTÁ
DOENTE e toda doença tem SINTOMAS. A partir dessa ruptura, a sociedade inimiga
pode tomar vergonha na cara e se corrigir, mas também pode conviver com ela até que
algum grupo tome o poder para estabilizar a situação ou entrar numa guerra civil onde
o vencedor se colocará no governo. Os países comunistas não têm nenhum problema em
mandar suas tropas aos países atacados no momento oportuno, como fizeram russos, cubanos
e chineses ao longo de todo o século XX. Ou seja, temos que ter consciência de que o
processo subversivo não deixa de fora a possibilidade da guerra convencional para
finalizá-lo.
Portanto, um plano de ação pode fazer muito para evitar essa situação porque as primeiras
fases desse conflito são travadas no seio da sociedade civil. Até a ruptura política, a maior
parte das batalhas toma a forma de debates, demonstrações de rua e outros artifícios
que poucos diriam que estão relacionados a um conflito mais amplo. Elas podem ter a
forma de conversas familiares, debates com amigos, discussões de rua, desafios em aula,
debates e manifestações públicos, produções culturais, ATIVIDADE LEGISLATIVA e
conflitos públicos. O máximo que se vê até a ruptura são ataques terroristas e
vandalismo militante. Mas quando a ruptura não é superada, você poderá ter que enfrentar
seus vizinhos em uma guerra civil ou fazer parte de um conflito até maior. Esse processo é
todo conduzido de forma CONSCIENTE pela esquerda, de modo que precisamos combatê-lo
de forma consciente também. Temos que definir as campanhas que o inimigo lança contra
nossas vidas, parar o seu avanço e depois marchar contra ele.
O mapa da atividade subversiva é dividido em sete campanhas principais, cada uma com o
objetivo de atacar uma das bases das sociedades que não cederam ao socialismo. A esquerda
ataca o tecido social pela imposição do conflito e da guerra de classes, fazendo todos lutarem
contra todos. Ela busca a infiltração no estado para implantar a ditadura do proletariado,
tomando as armas e os bens que fortalecem os que tentam resistir a ela. Ela tenta transformar
a estrutura político-econômica por meio da imposição de um socialismo que visa o
comunismo, eliminando qualquer um que se coloque em seu caminho. No plano cultural-
ideológico, ela vende um ideal igualitário como se fosse um valor moral, tornando as pessoas
mais simpáticas ao roubo por meio de redistribuição de renda, financiamento público de
campanhas eleitorais e controle de preços fiscalizado pelo governo. As três últimas
campanhas envolvem a superação da propriedade privada, a destruição da instituição do
trabalho e a mudança do código moral.
Portanto, o plano da direita deve envolver um grupo de manobras defensivas para barrar o
processo subversivo e depois avançar contra as posições inimigas com manobras ofensivas. O
plano DIZ como vencer, não apenas como combater. O quadro abaixo expressa a divisão
do teatro de operações nas campanhas principais usadas pela esquerda para alcançar a ruptura
política e a captura do poder, bem como as estratégias de defesa e de ataque que devemos
observar ao elaborar um plano contra ela.
Plano Estratégico da Direita
Campanhas Estratégia Defensiva: Estratégia Ofensiva:
Zona de Operação Combater e Anular: Impor e Consolidar:
Tecido Social Guerra de Classes Paz Social
Governo Mínimo e Limitação do
Infiltração no Estado Ditadura do Proletariado
Estado
Estrutura Político-Econômica Socialismo/Comunismo Livre Mercado
Estrutura Cultural-Ideológica Emancipação Social Liberdade
Propriedade Privada Destruição da Propriedade Proteção da Propriedade
Instituição do Trabalho Destruição do Trabalho Proteção do Trabalho
Destruição da Moralidade
Código Moral Proteção da Moralidade
Cristã

O nosso plano deve saber o que combater com uma estratégia de defesa que foque nas sete
campanhas lançadas contra a sociedade. Devemos expulsar a guerra de classes do tecido
social, impedir a infiltração da ditadura do proletariado no estado, combater a perversão
político-econômica pelas ideias socialistas, rejeitar a contaminação da cultura pela
emancipação social e defender a propriedade, o trabalho e o nosso código moral das tentativas
de destruí-los. Em nosso programa, temos que considerar ações para auxiliar nossa atuação
em todas essas campanhas. Mas o plano deve ir além da estratégia de defesa e direcionar
nossas ações para impor e consolidar os nossos objetivos. Basicamente, a estratégia de ataque
envolve colocar a direita em uma posição que nos permita ditar as condições da guerra a partir
de então. Temos que impor paz social no tecido social e instituir o governo mínimo e a
limitação de poderes no estado. Devemos combater a ideia de socialismo com a promoção do
livre mercado e forçar a rejeição da emancipação social em favor da LIBERDADE (para
garantir a VIDA com PROPRIEDADE). E temos que criar proteções ativas para defender a
instituição da propriedade, o trabalho e o nosso código moral.
8.2. O Programa da Direita
Vimos acima o plano de ação que devemos seguir para vencer essa guerra. Mas é importante
complementá-lo com um programa que detalhe o que fazer em cada campanha, de modo que
seja do conhecimento de todos o que cada um pode fazer para ajudar no esforço de guerra em
seu teatro de operações. Temos que complementar o programa reforçando os nossos
princípios com seus desdobramentos, principalmente na elaboração das manobras ofensivas.
Lembre-se que nossa a agenda para a vida engloba: a defesa da vida em si (como o combate
ao aborto), o direito de subsistência, a defesa da família, a aplicação da justiça e a proteção do
direito de fazer justiça. Que a agenda da liberdade se desdobra na proteção: da liberdade de
crença, da liberdade de expressão, da liberdade de costume, da liberdade de troca e de um
sistema representativo justo. E que a agenda para a propriedade promove: o capitalismo, a
prosperidade, a proteção da propriedade do trabalho e da propriedade em geral e um governo
mínimo.
Já na elaboração da estratégia de defesa, devemos mapear os ataques inimigos. Devemos
lembrar que a esquerda é o partido do controle e da igualdade. Devemos saber que ela busca o
controle colocando conflito onde há paz, impondo ditadura (do proletariado) onde há
democracia e plantando a ideia de que os fins justificam os meios. Sua desculpa para tudo é
alcançar o comunismo, um mundo onde ninguém é diferente (porque a própria sociedade
comunista vai eliminar os membros que quiserem ser diferentes). E para conseguir essa
igualdade distópica, ela pretende acabar violentamente com a propriedade, com o trabalho e
com a moralidade judaico-cristã. Nosso programa deve antecipar esses ataques e sugerir
manobras para anulá-los.
a) No Tecido Social: da Guerra de Classes à Paz Social (Mateus 19:19: Honra teu pai e
tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo): o objetivo estratégico nessa campanha
é ampliar e consolidar o apoio das polícias. É manter as polícias do lado da direita no combate
à violência de esquerda. Todos sabem que uma das estratégias da esquerda é dividir um povo
em trocentas facções para subjugá-lo. Mas poucos se atentam para a divisão sem a qual ela
não conseguiria alcançar os seus objetivos: jogar a sociedade civil contra a polícia. As forças
de segurança (sejam as internas, sejam as externas) devem estar do lado de quem defende a
vida, a liberdade e a propriedade. Se nós conseguirmos manter as polícias atuando dentro de
princípios de direita, ou construir garantias constitucionais para que elas atuem sempre de
forma firme contra a desordem e o caos, os socialistas nunca conseguirão alcançar o poder
legalmente.
Em sua luta para dividir a sociedade, a esquerda precisa bater nas ferramentas que não
permitem a evolução das agressões decorrentes da guerra de classes. Ela precisa demonizar as
polícias e engessar a sua atuação. Para isso, ela joga a sociedade contra os policiais, buscando
até a eliminação física daqueles que nos protegem das piores consequências da guerra de
classes. O resultado é o que podemos ver no Brasil: o assassinato militante de policiais, com o
consentimento de jornalistas de esquerda que mantém uma campanha de demonização das
vítimas e justificação dos bandidos. Por isso, o assassinato de policiais tem aumentado de
forma alarmante no Brasil. Em 2009, foram mais de 260 policiais mortos. Em 2010, foram
quase 280 (mais do que o número de mortos no conflito contra o terrorismo que ocorreu no
Brasil durante o Regime Militar). Em 2011, foram outros 280. Em 2012, esse número pulou
para quase 450. E em 2012, foram 490 mortes.
Em 2016, quase 500 policiais morreram em todo o Brasil, conforme a Ordem dos Policiais do
Brasil. Desses, 339 eram policiais militares. O estado que mais matou foi o Rio de Janeiro,
com 132 policiais mortos. E a esquerda continua com sua narrativa contra as polícias.
Portanto, para garantir que os socialistas não tomem o poder, temos que garantir o apoio tanto
dos policiais, quanto das forças armadas. São essas forças que costumam suprir os governos
socialistas com os meios para perseguir e eliminar a própria população. Sabendo disso, é tão
importante trabalhar com elas antecipadamente, fazendo com que seus membros reflitam
sobre a possibilidade de terem que cumprir ordens imorais e se prepararem psicologicamente
para dizerem NÃO.
De fato, é bom que toda a sociedade reflita em relação a isso. Se a sua chefia mandasse você
prender alguém que está vendendo seus produtos por um preço diferente do valor tabelado,
você o prenderia? Se o governo mandasse você multar um cidadão que não ligou o farol do
carro durante o dia, você multaria? Se o estado mandasse você denunciar o seu amigo que tem
um blog conservador, você denunciaria? O que você faria se fosse um policial com ordens de
prender um padre que falou contra o homossexualismo durante o culto? Essas são as ordens
que costumam ser dadas em um país socialista. E a questão é: esse país socialista vai
encontrar em você um agente do socialismo ou um cidadão livre que vai desobedecê-lo e
lutar pela liberdade? Nossos policiais devem refletir sobre esse tipo de situação para não
serem feitos de ferramentas da opressão contra o próprio povo e contra a própria família.
Eu tenho certeza que a excepcionalidade do Brasil tem a ver com o perfil dos nossos
policiais, principalmente os militares. Nas forças armadas, também há muita gente
valorosa, mas creio que em nenhuma outra instituição há tanta gente que persiste em
fazer a coisa certa quanto nas polícias militares. Então, se for para apostar em uma ação
para garantir que não cairemos nas garras do socialismo é uma forte campanha de amparo e
apoio aos nossos policiais e militares. Se a direita ganhar a campanha cultural dentro das
polícias e das forças armadas, podemos ficar tranquilos que elas nunca serão usadas para nos
matar, perseguir, prender e arrancar nossas liberdades. Essa ação deve ser acompanhada por
outras que nos ajudem a eliminar definitivamente a guerra de classes e impor um ambiente de
paz social em todos os lugares onde hoje reina o caos.
Campanha do Tecido Social (*Consolidar apoio das polícias)
Campanhas Contra Guerra de Classes Promoção da Paz Social
Demissão de servidores públicos
Proibir financiamento público de ONGs
criminosos
Política
Proibir gastos públicos com propaganda Demissão de professores e alunos grevistas
Proibir programas de cotas Imposição de Segurança Nacional
Desmascarar feminismo, racismo e
Conversão de elementos de esquerda
Cultura gayzismo
Combater politicamente correto Desafiar e humilhar professores socialistas

Esquema Defensivo:
É importante combater a guerra de classes em suas manifestações políticas e culturais.
Politicamente, o objetivo principal é desfazer as chamadas políticas afirmativas e proibir o
financiamento público às ONGs e organizações que promovem essa agenda. E a melhor forma
de fazer isso é anular as leis que impõe o sistema de cotas e impedir qualquer tipo de repasse
estatal às entidades que promovem esse tipo de política. Eu vou além e proponho a proibição
de qualquer tipo de financiamento público a ONGs e qualquer tipo de gasto do governo com
propaganda. O financiamento público de ONGs abre espaço para o desvio do dinheiro do
povo para sustentar a militância ideológica de alguns grupos. E todos concordam que não tem
nenhum cabimento o governo gastar com propaganda, ainda mais quando as empresas que ele
controla têm o MONOPÓLIO dos seus mercados. Essas duas ações dariam um duro golpe na
militância mercenária em favor das cotas e da guerra de classes.
Culturalmente, temos que desmascarar as ideologias criadas pela esquerda para provocar a
guerra de classes. É importante fomentar e apoiar as iniciativas que surgem contra o
feminismo, o racismo e a agenda homossexual. Já vimos que é imprescindível acabar com o
politicamente correto. Para que a sociedade possa se defender melhor da guerra de classes, é
importante que o povo se sinta confortável em criticar o que deve ser criticado e condenar o
que deve ser condenado. Ou mesmo dar o verdadeiro nome àquilo que vê. O controle do
discurso protege coisas absurdas de serem criticadas: a sociedade tem que aceitar o islamismo
em nome do multiculturalismo, o aborto em nome do progressismo e a homossexualização de
crianças em nome da tolerância. A anulação do politicamente correto é um passo importante
para consolidar a vitória contra a guerra de classes.
Esquema Ofensivo:
Deve haver um caminho fácil para a demissão de todos os servidores que forem pegos em atos
criminosos de vandalismo ou na imposição militante da discriminação ideológica nos órgãos
que presidem. Professores que são flagrados em demonstrações violentas ou em atentados
contra a ordem pública devem ser prontamente demitidos. Alunos grevistas que estudam
com o NOSSO dinheiro devem ser expulsos de suas universidades e perpetuamente
excluídos de qualquer oportunidade PÚBLICA, bem como aqueles estudantes que forem
flagrados em demonstrações violentas ou ações de vandalismo. Adicionalmente, uma
ampla campanha de segurança nacional deve ser aplicada contra a militância anarquista e
arruaceira. No fim, o que restará à esquerda é pregar a guerra de classes no NOSSO
campo de batalha: o debate com argumentos. Por isso, temos que estar preparados para
mostrar os problemas da guerra de classes e de suas manifestações políticas. Devemos buscar
não apenas que eles mudem de ideia, mas que eles se TRANSFORMEM em pessoas
melhores.
Nas cartas para Timóteo, Paulo escreveu: “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e
principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel”. É importante que os
esquerdistas vejam que as políticas afirmativas quase sempre instigam um conflito dentro da
própria família: um pai que tem um filho branco e um filho negro não pode ser favorável a
uma política que discrimine um dos seus filhos. Qualquer pardo que se submete às cotas,
não está apenas mostrando o quanto é incapaz, mas está testemunhando contra o seu pai
ou sua mãe. Como fariseus, testemunham contra os próprios pais. Mas há outra coisa que
devemos fazer para impor a paz social: humilhar, envergonhar, ridicularizar, depreciar, todo o
professor socialista que pregar a guerra de classes em sala de aula. Ou seja, colocar os vetores
do ódio social que ocupam as academias em seus devidos lugares, não permitindo que
consigam vender a agenda deles em paz.
b) No Estado: da Ditadura do Proletário à Redução do Governo e do Estado (Êxodo
13:3: Celebrai perpetuamente este dia em que saístes do Egito, da casa da escravidão;
pois com mão poderosa o SENHOR vos tirou de lá): nessa campanha, o objetivo
estratégico primário é garantir eleições justas. Sendo mais direto: devemos restaurar o voto
impresso com publicação da relação de votos com alguma identificação do eleitor. Não
iremos muito longe deixando que os socialistas controlem o processo eleitoral com urnas
eletrônicas e fraudes que são deixadas sem punição. Qualquer solução contra o projeto
socialista envolve um processo de implantação de um sistema eleitoral com auditoria,
fiscalização civil e transparência de contagem e recontagem de votos. Uma das agendas da
esquerda para essa campanha é a imposição de urnas eletrônicas de votos, tornando o
processo eleitoral menos transparente e mais duvidoso. Não deveria ser difícil ver que o voto
eletrônico é EXTREMAMENTE inseguro: para alguém fraudar 500.000 votos virtuais, basta
um hacker apertar alguns botões. Já para fraudar 500.000 votos impressos, é necessário se
desfazer de quase uma tonelada de papel e substituí-la por outras 500.000 cédulas, com
assinaturas ou marcações no candidato errado (deixando muito mais rastros para comprometer
os criminosos).
Mas não é apenas o modelo eletrônico que é frágil: uma das empresas que controlam a
tecnologia dos votos eletrônicos, a Smartmatic, tem sua origem na Venezuela, um país
arruinado pelo socialismo (e onde os ditadores usaram essa tecnologia para fraudar as eleições
e se manterem no poder). Fragilidades e erros registrados pelas urnas eletrônicas já foram
flagrados no Brasil, nos Estados Unidos e até na Venezuela. O processo eleitoral é
extremamente importante para a sobrevivência de uma sociedade e negligenciar os casos em
que o mecanismo adotado se mostra falho não é inteligente. O controle e a transparência do
sistema eleitoral, bem como um sistema de punição rigorosa para eventuais fraudes eleitorais,
são essenciais para que o processo representativo se mantenha saudável ao longo do tempo.
Os sistemas devem ser montados para evitar casos como os que ocorreram nas eleições
presidenciais norte-americanas de 2016, onde ocorreram milhares de casos de fraude eleitoral,
com eleitores mortos ou inexistentes votando na candidata socialista, Hillary Clinton.
Outro objetivo importante dessa campanha é impor um sistema federalista no Brasil (ou seja
lá onde ele seja necessário). Infelizmente, o Brasil mais parece um grande estado organizado
em bairros grandões sem autonomia. Uma solução de longo prazo para o Brasil envolve
descentralizar o poder político da união, jogando no LIXO a atual constituição e dando poder
aos estados para criar suas próprias constituições regionais e administrar aquilo que arrecadam
localmente. Se fala muito em intervenção militar e ruptura institucional para melhorar a
situação deplorável em que o Brasil se encontra. O que eu tenho a dizer em relação a isso é:
qualquer movimento nesse sentido que não deixar claro que irá implantar essas melhorias no
processo eleitoral e desentralizar o poder da união, NÃO TEM MEU APOIO. A solução para
o Brasil envolve RESTAURAR a transparência eleitoral e IMPOR a descentralização do
poder. E para auxiliar na conquista desses objetivos, é possível avançar outras ações.
Campanha de Infiltração no Estado (*Sistema eleitoral transparente)
Campanhas Contra Ditadura do Proletariado Promoção da Governo Mínimo
Redução dos impostos Impor auditoria eleitoral
Política Reforma eleitoral (voto em papel) Impor federalização e descentralização
Austeridade e privatização Imposição da Carta de Limites
Tolerância à sonegação de impostos Promover ensino privado e doméstico
Cultura
Desobediência passiva Promover a sonegação de impostos

Esquema Defensivo:
Nossa primeira defesa contra o estado grande é atacar tudo o que tenta se aproximar da
chamada ditadura do proletariado. Devemos enfraquecer o estado até que ele assuma o
tamanho que deve ter. Ou seja, no campo de batalha político temos que lutar pela redução
dos impostos, pela privatização das empresas públicas e pelo comprometimento com
uma política de austeridade fiscal que leve ao governo mínimo. Adicionalmente,
devemos restaurar um sistema representativo transparente, por meio do uso do voto
impresso, ou da impressão de comprovantes de voto e PUBLICAÇÃO da relação dos
votos por nome. Também devemos acabar com qualquer tipo de financiamento público
a partidos políticos ou a campanhas eleitorais. Você não deve ser obrigado a dar um
centavo sequer ao partido que prega o aborto ou ao candidato que quer homossexualizar o seu
filho. E nem eles devem ser obrigados a financiar os nossos partidos e as nossas eleições. Ou
seja, o financiamento dos partidos deve ser feito exclusivamente com recursos privados
(rejeição total do financiamento público de campanha).
Culturalmente, a ditadura do proletariado pode ser interrompida com greves fiscais e com a
tolerância à sonegação de impostos. Faz tempo que eu não condeno quem sonega imposto,
afinal, o governo pega o nosso dinheiro para financiar partidos de bandidos e
campanhas imorais. Quem tem condições de sonegar, por favor, sonegue. Quanto menos
dinheiro o governo tiver, menos recursos ele terá para arrancar mais dinheiro de você. E
menos poder ele terá para sustentar suas violências rotineiras aos nossos direitos.
Esquema Ofensivo:
Como manobra ofensiva, temos que impor aquela Carta de Limites que vimos no
terceiro capítulo. Temos que forçar uma constituição que coloque LIMITES objetivos ao
estado e mantenha o governo em seu tamanho MÍNIMO. Com a ajuda da carta, devemos
implantar uma reforma eleitoral como vimos acima, que permita a impressão do comprovante
dos votos e a publicação transparente de planilha com todos os votos. Não há nenhum bom
motivo para o voto ser secreto. Mas tão importante quanto o saneamento do processo eleitoral,
devemos garantir a descentralização do poder. A FEDERALIZAÇÃO, de fato, deve estar
entre as principais políticas de qualquer partido de direita. Se você parar para pensar, verá que
o Brasil é um grande estado divido em bairros sem muita autonomia. Isso enfraquece os
estados com economia mais dinâmica e estimula a dependência de algumas regiões com as
transferências realizadas pelo poder central. Como certa vez Tocqueville disse: “Um governo
democrático é o único em que aqueles que votam por um imposto podem escapar da
obrigação de pagá-lo”. É BURRICE não fazer nada para evitar essa situação. E a melhor
forma de evitar isso é descentralizando o poder e a arrecadação.
No campo cultural, temos que que substituir o estado sempre que for possível. Devemos
substituir o estado ao ponto de não precisar dele. Formar escolas privadas, organizar
grupos de segurança, promover o ensino doméstico e valorizar o trabalho voluntário são
ações que já costumam estar associadas com a direita, mas que precisam crescer ao
ponto de ofuscar o estado em todo o mundo. Ou seja: chega daquela mentalidade “se o
estado não me ajudar, eu não faço nada”. As pessoas devem buscar ativamente substituir o
estado em tudo e usar isso como justificativa para, de fato, sonegar impostos. É importante
mostrar às pessoas que o pagamento cego de impostos se transformou em um tipo de “ídolo”.
Um dogma inquestionável na religião estatal pós-moderna. O ideal é que todos que tenham
condições de negar ao governo o acesso aos seus recursos (de uma forma segura) façam
exatamente isso. Não precisamos de governo nenhum para sonegar imposto, apenas de juízo e
discernimento sobre as possibilidades de sermos perseguidos por isso.
c) Na Estrutura Político-Econômica: do Socialismo ao Livre Mercado (Salmos 128:1-3:
Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos. Pois comerás
do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem. A tua mulher será como a videira
frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira à roda da tua
mesa): sim, é muito bom ver a direita ganhando espaço e vencendo a tirania da esquerda em
debates acadêmicos. Mas não adianta nada demitir presidentes, calar a boca de meia dúzia de
professores socialistas e colocar alguns formadores de opinião de esquerda em seus devidos
lugares se não houver um processo de DESINFESTAÇÃO daqueles agentes subversivos dos
centros escolares e dos jornais. Fora o projeto Escola Sem Partido, que busca impedir a
doutrinação ideológica nas salas de aula, e que está pelejando para conseguir ser aprovado no
congresso, não há nenhum esforço para expulsar ou demitir professores radicais e docentes
envolvidos com atividades subversivas. Muito pelo contrário: a ação subversiva continua
operando sem oposição naqueles cursos que foram sequestrados pela esquerda desde a década
de 1960.
Por isso, o objetivo estratégico na campanha político-econômica envolve a desinfestação dos
centros acadêmicos e dos jornais daqueles socialistas que deliberadamente usam suas posições
para desinformar o público. E isso deve ser feito de forma organizada e inteligente, com a
concomitante ocupação de espaços em academias e editoriais de jornais por pessoas que
tenham o mesmo respeito à ordem pública e aos princípios judaico-cristãos que nós temos. Já
conseguimos algo surpreendente (pelo menos no Brasil e nos Estados Unidos): a maior parte
dos agentes subversivos nesses meios está com medo de aparecer. Eles estão entrincheirados,
esperando a hora certa para atacar. Tendo isso em mente, devemos trabalhar com duas
linhas de ação: a primeira é sustentar o nosso esforço ofensivo até que os inimigos
morram em suas trincheiras, escondidos e sem condição de revidar; a segunda é
desintrincheirá-los com armadilhas bem construídas e buscar o afastamento definitivo
deles dessas posições de influência.
Campanha Político-Econômica (*Desinfestar socialismo das academias e do governo)
Promoção do Capitalismo de Livre
Campanhas Contra Socialismo e Comunismo
Mercado
Liberalização do comércio externo Proibir tarifas de exportação
Política Liberalização do comércio interno Proibir impostos sobre lucro
AMPLA desregulamentação da economia Ampliar base de isenção de impostos
Anular discursos anticapitalistas Infiltração no aparato estatal de controle
Cultura
Combater ideologia ambientalista Defender capitalismo de livre mercado

Esquema Defensivo:
O programa defensivo é bem simples e objetivo: buscar sempre a abertura do comércio
internacional e nacional, bem como a promoção de uma AMPLA desregulamentação
econômica, de modo a tornar a vida do povo mais fácil para produzir, investir, empreender e
trabalhar. Claro que devem haver exceções, nos termos que já vimos no capítulo 3. Mas a
diretriz é: ABERTURA COMERCIAL e DESREGULAMENTAÇÃO ECONÔMICA.
Não há espaço para nacionalismos fracassados ou estatismos amenizados na agenda da
direita. A autoridade para manipular o comércio e a produção deve ser descentralizada e
submetida a limites que protejam a liberdade e a propriedade dos agentes econômicos. Só
assim a sociedade civil terá o PODER para lutar contra os excessos do estado e os exageros
do socialismo.
Mas não basta atuar na política se não houver um esforço para influenciar a produção de
ideias da sociedade. É importante que a direita tenha como preocupação a anulação
sistemática de discursos anticapitalistas e o combate contínuo à ideologia ambientalista.
Tanto o discurso anticapitalista quanto a doutrina ambientalista são usados para propagar a
ideologia socialista. É comum ouvir vagabundos falando mal do capitalismo e, para que
ninguém perceba que são socialistas, incrementam o discurso com uma crítica ao
comunismo. O discurso ambientalista por sua vez nem precisa mencionar capitalismos
ou socialiasmo, já que houve uma ampla campanha de engenharia social para fazer com
que as pessoas associem tudo relacionado ao ambientalismo com um sentimento genérico
de altruísmo e bondade. O programa da direita depende de agentes capazes de identificar
essas situações e mostrar que tanto o discurso anticapitalista quanto o ambientalista são
esquemas subversivos para promover ideais socialistas.
Esquema Ofensivo:
O programa também deve avançar propostas agressivas para combater o socialismo. Isso
implica fortalecer o povo contra o estado, facilitando as oportunidades que ele tem para
prosperar e viver do próprio trabalho. Um dos primeiros passos é não apenas reduzir, mas
PROIBIR qualquer tipo de imposto à exportação. Eu entendo que a proibição da taxação das
importações é mais difícil de impor, mas não há nenhum motivo para um partido de direita ser
contra a eliminação de todo e qualquer imposto às exportações. Outra proposta que fortalece a
sociedade privada é proibir, e não apenas reduzir, o imposto sobre o lucro. O lucro não deve
ser punido, mas premiado. É como aquela máxima da zoeira contra a esquerda: “Se o
imposto ao cigarro é para as pessoas pararem de fumar, o imposto sobre o salário é para
que as pessoas parem de trabalhar?”. O imposto sobre o lucro é um absurdo do ponto de
vista econômico. Quando isso não for possível imediatamente, há vários outros setores que
podem e devem receber isenções tributárias (farmacêutico, educacional, habitação). Portanto,
devemos avançar de forma corajosa as propostas para ampliar a base isenta de impostos,
como forma de fortalecer a sociedade civil e fomentar a autonomia dos cidadãos.
Não há dúvida que qualquer programa de direita deve defender o capitalismo de livre
mercado. Por isso, a tentativa de mudar o estado a partir de DENTRO não aparece com
frequência nos planos de conservadores e libertários. O ideal é ter gente para se
INFILTRAR no aparato estatal para trabalhar A FAVOR do povo, e não contra ele.
Infelizmente, muita gente que trabalha para o governo romantiza sua atividade e justifica os
maiores absurdos que cometem contra o povo. Agentes sanitários que multam restaurantes por
qualquer besteira, fiscais de trânsito que agem como sanguessugas, guardas florestais que
atuam como ambientalistas militantes, juízes que validam o roubo, todos têm alguma
justificativa BESTA para cometer os excessos que cometem. Por isso, nada melhor do que
ter pessoas de direita no aparato estatal, de modo a fazer com que o estado trabalhe
para o povo e não para ROUBAR e OPRIMIR o povo.
d) Na Estrutura Cultural-Ideológica: da Emancipação Social à Promoção da Liberdade
(para garantir a VIDA com PROPRIEDADE) (Atos 5:27-29: E o sumo sacerdote os
interrogou, dizendo: Não vos admoestamos nós expressamente que não ensinásseis nesse
nome? E eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina, e quereis lançar sobre nós o
sangue desse homem. Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais importa
obedecer a Deus do que aos homens): na campanha cultural-ideológica, temos um objetivo
estratégico composto por duas ações. Para desbaratar a influência do igualitarismo comunista
nas sociedades, devemos primeiramente mostrar ao mundo que o socialismo não é nada
diferente do nazismo. De fato, o nazismo é um socialismo. O nome do partido nazista em
português seria algo como: Partido dos Trabalhadores Nacional-SOCIALISTA Alemão.
A diferença entre os nazistas e os comunistas é que os primeiros defendem um socialismo
NACIONALISTA e os últimos pregam um socialismo INTERNACIONAL (ou
globalista). Nada mais. Os dois são bons em matar e em gerar pobreza. Os dois detestam o
cristianismo e a liberdade. Os dois buscam um estado grande e o enfraquecimento do
indivíduo. Os dois querem desarmar você e estatizar a economia. Ou seja, não há muita
diferença.
A segunda ação desse objetivo é proibir os partidos comunistas, do mesmo modo que já
fazemos com o nazismo. Deve haver um limite para a representação política de certas
monstruosidades (ainda mais quando se sabe que elas já mataram milhões e milhões de
pessoas). Da mesma forma que é sensato não dar direitos políticos a um pedófilo, um
comunista também não deveria ter. Toda a direita deve trabalhar em conjunto para alcançar
essa meta, de modo a afastar os comunistas da política e relegá-los à clandestinidade (onde
deverão ser monitorados e presos quando for o caso). Ou seja, deve haver uma campanha
corajosa e aberta para que as pessoas conheçam os crimes e as consequências do comunismo,
de modo que passem a perceber a importância da proibição da participação política por
comunistas vinculados a organizações internacionais de subversão (como a Internacional
Socialista). Mas há outras manobras que podemos fazer nessa campanha para acabar com a
ideia de igualitarismo e promover a liberdade.
Campanha Cultural-Ideológica (*Equiparar o comunismo ao nazismo e proibir os partidos comunistas)
Campanhas Contra a Emancipação Social Promoção da Liberdade
Rejeitar deliberações da ONU Retirar país da ONU
Política Proibir partidos comunistas Usar poder estatal contra países socialistas
Privatização das universidades públicas Criminalizar o ativismo jurídico
Infiltração na mídia e nos cursos de
Rejeitar discurso igualitarista
Cultura jornalismo
Desmascarar a Teoria Crítica Equiparar comunismo ao nazismo

Esquema Defensivo:
A Campanha Cultural-Ideológica envolve a superação da doutrina igualitarista em todos os
lugares contaminados por ela. Nesse sentido, um dos primeiros passos é anular a militância
progressista da ONU. Devemos rejeitar sistematicamente tudo que a ONU nos manda fazer,
principalmente quanto à promoção do chamado “desenvolvimento sustentável”, que nada
mais é do que uma manobra para controlar a economia global com desculpas fabricadas por
cientistas vagabundos. Mas além disso, é urgente que haja uma ampla campanha de
proibição INTERNACIONAL dos partidos comunistas e socialistas. O comunismo e o
socialismo mataram mais de cem milhões de pessoas ao longo dos últimos 100 anos e tolerar
a representação política de quem promove o genocídio não é nada inteligente. A privatização
das universidades públicas também pode ajudar a quebrar a propagação dessas ideias, já que
professores militantes poderiam ser facilmente demitidos se fossem flagrados defendendo
esses absurdos aos seus alunos (como qualquer professor seria se fosse pego promovendo o
nazismo).
A ruptura com a agenda globalista (representada pela ONU), a proibição de partidos
comunistas e a privatização das universidades públicas devem ser acompanhadas de uma
rejeição militante do pensamento igualitarista, de modo que todo o cidadão de direita deve
estar preparado para combater essa ideia em qualquer lugar que esteja. Isso envolve conhecer
até as formas mais sutis usadas pela esquerda para pregar a emancipação social. Em outras
palavras, devemos estar preparados para desmascarar as novas formas utilizadas pela esquerda
para vender sua distopia igualitária. A máquina subversiva socialista criou alguns movimentos
para dar um verniz mais acadêmico aos seus absurdos e poder se infiltrar em universidades e
escolas de uma forma mais sutil. O feminismo acadêmico é o mais conhecido, mas há uma
doutrina chamada de teoria crítica que serve aos mesmos propósitos. A direita deve estar
vigilante contra esses ataques se quiser anulá-los.
Esquema Ofensivo:
O igualitarismo pregado pelos marxistas tem seu poder garantido por meia dúzia de
instituições internacionais que financiam essa ideia e dão a ela uma carcaça inocente. Se
quisermos atacá-lo, temos que desmascarar e avançar contra as bases que sustentam a
propagação dele pelo mundo. Israel tem feito isso por meio de discursos bem construídos
atacando as incoerências e parcialidade das resoluções da ONU. Os Estados Unidos têm feito
o mesmo desde que os republicanos chegaram ao poder. Mas não basta bater na ONU: A
ONU TEM QUE CAIR. Não adianta nada dizer que uma organização está falando besteira,
mas continuar fazendo parte dela. A ONU só vai acabar quando os países voluntariamente
abandonarem o navio. Sem isso, ela continuará vendendo suas besteiras com a autoridade de
um órgão internacional. Mas cada país também pode fazer sua parte sozinho: usar decisões
comerciais para pressionar avanços nos países amigos ou mesmo negar recursos a países
comunistas. Embargos econômicos e até bloqueios podem ser usados para forçar ditadores a
entregarem o poder ou abrir a política do país. Mas ainda há outro obstáculo que temos que
derrubar para recuperar o controle dessa guerra: o ativismo jurídico.
Há milhares de vagabundos infiltrados no poder público e no judiciário, só esperando
sua hora de agir. E eles agem soltando bandidos perigosos, aplicando sentenças absurdas
e até descriminalizando o roubo (como o STF fez recentemente, determinando que o
roubo de celulares de até R$ 500 não seria mais considerado como tal). Ou seja, temos
que propor a criminalização desses agentes e a responsabilização pelas suas decisões. Um juiz
que diz que o roubo de um celular não deve ser punido se o aparelho custar menos de R$ 500
não pode estar solto. Ele está militando contra a própria população, principalmente a mais
pobre. Os bandidos vão focar seus crimes naqueles sujeitos com celulares mais baratos (você
acha que um ministro do STF tem um celular de menos de R$ 500?) e os mais pobres é quem
mais vão sofrer. Os nossos valores devem ser garantidos e protegidos, principalmente pela
justiça pública. E até por isso as pessoas de direita devem começar a pensar em se encaixar no
aparato judicial e recuperar o controle da mídia. A forma morna como a mídia tem tratado o
ativismo jurídico é sintoma da subversão. Por isso, temos que recuperar os tribunais e os
meios de comunicação que caíram nas mãos da esquerda, anulando e denunciando as
manobras de juízes e promotores militantes ao grande público.
e) Na Instituição da Propriedade: da sua Extinção ao seu Fortalecimento (Levítico
25:14: E quando venderdes alguma coisa ao vosso próximo, ou a comprardes da mão do
vosso próximo, ninguém engane a seu irmão): o alvo estratégico dessa campanha é a
chamada “função social da propriedade”. A direita deve impor a rejeição total das tentativas
de atribuir à propriedade uma função que, se não for alcançada, permita ao estado confiscar os
bens dos cidadãos. Enquanto a esquerda teve todo um esforço para colocar na cabeça de
milhões de antas que a propriedade tem uma função social, só recentemente a direita abriu os
olhos para esse perigo. Por isso, temos que correr atrás do prejuízo e reforçar o valor da
propriedade na cultura, na política e nas leis. Em outras palavras, a relação do estado com a
propriedade do povo deve atender à máxima: “NÃO ROUBARÁS”. Simples. NÃO
ROUBARÁS. Criar funções sociais para justificar o confisco e o roubo daquilo que é do
próximo é ROUBO. Simples assim. O cidadão que se apropria do que é do próximo com
argumentos sociais não está fazendo nada diferente de ROUBAR.
A subversão ganhou um grande aliado quando passou a usar o ambientalismo para ampliar o
rol de funções sociais que a propriedade deve cumprir. De forma quase religiosa, governos
confiscam propriedades e impõem regiões inteiras à pobreza com a desculpa esfarrapada de
evitar que a temperatura da terra em 2100 não seja mais que dois graus diferente do que é
hoje. Os mesmos governos que não são capazes de seguir suas metas fiscais ou de gastar o
tanto que prometeram que iam gastar dizem saber qual será a temperatura em 2100 caso
tenham poder para sequestrar fazendas e expulsar os proprietários de suas terras. Os mesmos
governos que não são capazes nem de prever direito o que arrecadam no PRÓXIMO MÊS
querem que acreditemos que eles SABEM qual será a temperatura daqui a 80 anos e que
poderão controlá-la decimalmente caso tenham autoridade para roubar a propriedade do povo.
E tem anta que acredita nisso. Por isso, nossa meta principal para proteger a propriedade é
causar a rejeição total da “função social da propriedade” pela sociedade.
Campanha da Propriedade (*Impor o armamento civil e combater a “função social da propriedade”)
Campanhas Contra a Destruição da Propriedade Promoção do Valor da Propriedade
Combater o desarmamento civil Impor proteções legais às vítimas
Política Proibir políticas ambientalistas Valorização da Polícia Militar
Proibir relativização da propriedade Facilitar comércio de armas
Defesa dos costumes (caça, rodeio, etc) Promoção da cultura da prosperidade
Cultura Promover amparo privado à Polícia
Infiltração no Ministério Público
Militar

Esquema Defensivo:
Você já sabe que o direito de propriedade está sob ataque. Por isso precisamos de formas de
defendê-lo. O primeiro passo para restaurar a importância da propriedade é o combate às
políticas de desarmamento civil. O desarmamento do cidadão não visa apenas enfraquecer
você perante o estado, mas perante QUALQUER UM que tenha uma arma. Você se torna um
risco menor caso o estado queira confiscar o que é seu, mas também caso bandidos armados
queiram fazer o mesmo. Por isso é tão importante combater as iniciativas desarmamentistas
típicas da esquerda. Igualmente, a defesa da propriedade envolve proibir e desfazer políticas
que tentem relativizar a propriedade, principalmente aquelas envernizadas por um discurso
ambientalista. Por exemplo, a proibição da exploração do mogno não deveria ter sido apenas
anulada, mas qualquer tentativa de proibi-la novamente deveria ser vedada
constitucionalmente. Acontece que a maior parte dessas proibições absurdas são justificadas
com discursos ambientais ou pela necessidade de promover o “crescimento sustentável”. São
justificativas ideológicas, que tentam dizer ao cidadão lobotomizado que se ele não infringir
totalitariamente as liberdades econômicas de milhões de pessoas, o mundo VAI ACABAR
daqui alguns anos. Qualquer proposta com esse tipo de justificativa deveria ser proibida de ser
levada a votação.
Não é uma questão de atacar a “liberdade” legislativa, mas de tirar o poder que o
legislativo tem para TIRAR liberdades básicas. O legislativo NÃO DEVERIA TER
LIBERDADE para TIRAR DIREITOS BÁSICOS de ninguém. E se ele tem hoje é
porque, infelizmente, estamos em uma sociedade de pessoas que pensam assim. Por isso é
importante uma atuação cultural no sentido de abrir os olhos da sociedade para os ataques que
ela está validando contra o seu próprio direito de propriedade. Tem gente que acha que é
possível ser livre em um mundo que proíbe a caça, a pesca, o rodeio, a vaquejada, a tourada, e
outras manifestações culturais que elas não gostam. São idiotas que acham que podem proibir
o vizinho de caçar apenas porque eles mesmos não gostam de caça. São retardados que
querem proibir rodeios e vaquejadas porque querem proteger as pobres vaquinhas (mas não
abrem mão de um BK Stacker Triplo). Enfim, temos que ser intransigentes na defesa dos
nossos direitos se não quisermos vê-los sendo desrespeitados pelo primeiro ambienfascistas
que aparecer.
Esquema Ofensivo:
Nosso esforço ofensivo deve contemplar uma intensa campanha de SEGURANÇA
PÚBLICA, com valorização da polícia (principalmente a polícia militar) e mudança de
foco do sistema penal para contemplar a VÍTIMA, e não o bandido. O fortalecimento da
segurança pública, dando maior autoridade para as polícias, é uma das medidas mais
características de um programa verdadeiramente de direita. Não existe direita que deixe a
política de segurança pública de lado. Qualquer direita DEVE ter uma grande atenção na
proteção do cidadão, na construção de presídios, no aumento das penas, no fim dos benefícios
aos presidiários (como indultos e visitas íntimas), na proteção legal aos agentes da lei e na
visão de que o bandido deve PAGAR pelos seus crimes, e não ser tratado como uma vítima da
sociedade que precisa ser reeducado. Uma proposta auxiliar é facilitar o acesso e o
comércio do armamento por todo o cidadão maior de idade sem passagem na polícia por
crime violento (e com a garantia de que atirar contra um vagabundo que tentou agredir
a sua família ou invadir a sua propriedade não será considerado como um crime
violento). A melhor pessoa para defender a sua propriedade é você mesmo. E quanto mais
poder você tiver para fazer isso, melhor, já que irá disponibilizar o uso do aparato policial
para proteger aqueles que não têm esse poder.
No campo cultural, devemos instigar na população a busca legítima pela prosperidade,
combatendo a hipocrisia da cultura da pobreza. Na Bíblia, está escrito: “Não te
apresentes diante do senhor de mãos vazias, porque tudo isso se faz por causa do
preceito. A oferenda do justo alegra o altar: dá a deus conforme ele te deu, com
generosidade, segundo tuas posses”. É bom ter prosperidade e possuir muitos bens, porque
com esses recursos podemos sustentar nossos entes queridos, ajudar quem precisa e até
oferecer ao nosso Deus como agradecimento pelo que Ele faz por nós. Uma sociedade de
gente que não tem preconceito contra a prosperidade não vai atacar o direito de propriedade
que nos permite ser prósperos. Uma sociedade que busca prosperidade produz um governo
que facilita a prosperidade, favorecendo a caridade e a doação. E isso é ótimo, pois uma
sociedade assim tem mais recursos até para defender aquilo que a torna forte e independente.
Nesse sentido, é essencial também que a direita se mobilize em organizações de defesa
daqueles que estão sangrando nessa guerra, que são os policiais militares. Os soldados mais
valorosos da sociedade brasileira atualmente não estão nas forças armadas, mas na
polícia militar. Eles estão em uma verdadeira guerra contra a criminalidade e devem ter
todo o apoio da população para continuar o seu bom trabalho. Tanto melhor se
tivéssemos condições de fundar dezenas de ONGs para amparar os soldados feridos e as
famílias daqueles que morreram protegendo nossas vidas, liberdades e propriedades.
f) Na Instituição do Trabalho: do seu Controle à sua Liberdade (Gênesis 2:15: E tomou
o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar): na
campanha trabalhista, temos um objetivo estratégico que também se divide em dois braços: o
primeiro é a extinção da CLT e sua substituição por leis mais flexíveis de emprego; o segundo
é o fim do salário mínimo. A esquerda continuará dando as cartas da campanha trabalhista
enquanto conseguir manter a CLT e o salário mínimo blindados dos nossos ataques. Mas se
conseguirmos eliminar as leis trabalhistas brasileiras e acabar com o salário mínimo, teremos
dado um passo enorme para devolver o poder do trabalhador sobre o próprio trabalho.
Se você é daqueles ufanistas que desejam ver um Brasil poderoso e próspero, o que eu posso
adiantar é que não vamos chegar a lugar algum com a CLT e com o salário mínimo. Ou pelo
menos enquanto essas aberrações continuarem sendo aplicadas como se não fossem graves
atentados à liberdade econômica. Estudos apontam que durante muito tempo esses
dispositivos foram ignorados pelo governo, o que favoreceu o crescimento da produção e até
o milagre econômico durante o Regime Militar. Em 1950, a participação do setor informal na
economia brasileira era superior a 60%. Até o início da década de 1970 (época em que o
Brasil mais cresceu em sua história), o trabalho informal ainda girava em torno de 50% da
economia.
Mas desde que o governo assumiu uma cruzada para impor essas leis trabalhistas (literalmente
derivadas do fascismo europeu), o dinamismo econômico se perdeu e o Brasil regrediu
algumas posições no ranking econômico mundial. Por isso é tão importante jogar a CLT e o
salário mínimo na privada e puxar a descarga da história, abrindo espaço para uma nova era
de prosperidade e liberdade. Enquanto isso não for feito, políticos socialistas terão uma
desculpa normativa para interferir na atividade econômica e atrapalhar a produção e o
crescimento do Brasil. Mas enquanto isso não acontece, devemos ter uma agenda para o
trabalho. Nesse sentido, podemos sintetizar a estratégia da direita na campanha trabalhista no
seguinte quadro.
Campanha do Trabalho (*Eliminação da CLT e do salário mínimo)
Campanhas Contra a Destruição do Trabalho Defesa do Trabalho
Combater regulamentação trabalhista Reforma trabalhista libertária
Política Reforma do sistema previdenciário Eliminar o salário mínimo
Redução do poder dos sindicatos Criar proteções à atividade indigente
Combater a cultura do sindicalismo Promover a independência individual
Cultura
Combater o nacionalismo estatizante Defender o empreendedorismo e o lucro

Esquema Defensivo:
No livro de Eclesiastes está escrito: “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as
tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem
conhecimento, nem sabedoria alguma”. Temos que nos defender enquanto estamos vivos.
Mas para nos defender, e aqueles a quem amamos, temos que ter recursos. E a forma que
Deus nos deu para ter recursos é trabalhar. Por isso, temos que desfazer os erros do passado
que afetam nossa relação com o trabalho. O mercado de trabalho deve ser flexibilizado e a
tirania das leis trabalhistas deve acabar. Da mesma forma, é necessário fazer uma reforma
previdenciária não só para torná-la sustentável, mas para que o próprio trabalhador se torne
responsável pelo planejamento da sua aposentadoria. Sistemas previdenciários públicos
tendem a ter o destino que ele teve no Brasil: a falência. Mas a pior consequência da
previdência pública é fazer com que os trabalhadores não pensem em administrar suas
aposentadorias, crentes de que o governo está fazendo isso por eles. É necessário quebrar essa
tendência, devolvendo aos trabalhadores a gestão dos seus destinos.
Por isso é igualmente importante tirar dos sindicatos o poder que tem sido dado a eles para
controlar a massa de trabalhadores. O fim do repasse de recursos para sindicatos é um
começo, mas há outras ações que precisam ser colocadas em prática, como a punição das
greves políticas e a prisão de sindicalistas que se comportam como mafiosos. Além disso, é
preciso combater a cultura do sindicalismo que só serve para justificar os excessos e a baderna
de algumas centrais sindicais controladas por socialistas e comunistas. No mesmo sentido, é
importante desmascarar o nacionalismo estatizante, que busca o socialismo através da
intervenção estatal na atividade econômica. Uma das maiores fontes de infiltração na direita
vem de elementos que pregam o nacionalismo por meio da estatização de empresas e do
combate à privatização, como se quem fizesse o país grande fosse o estado, e não o povo.
Temos que nos defender dessas antas traçando uma linha no chão e deixando claro que eles
não estão conosco.
Esquema Ofensivo:
O que temos que avançar na área trabalhista é a reforma total das leis do trabalho, propondo o
fim da CLT, do salário mínimo e a criação de proteções legais à atividade indigente,
impedindo que o estado se aproprie dos bens de camelôs, ambulantes e trabalhadores em
situação similar. Não podemos apenas nos defender contra o que já existe para perturbar e
engessar o mercado de trabalho. É necessário partir para o ataque e propor o que precisa ser
feito. E fazer isso com coragem. Temos que pensar em estratégias para acabar com a CLT e o
salário mínimo. A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) foi inspirada nos códigos
trabalhistas fascistas que estavam sendo impostos na Europa na década de 1930. Qualquer um
que tenha lido a Carta del Lavoro fascista pode notar que as nossas leis são uma versão
ultrafascista da sua parente italiana. Como já vimos, a CLT brasileira, com seus quase 1000
artigos, faz a Carta del Lavoro de Mussolini, com menos de 5 páginas, parecer um tratado
libertário.
Também vimos que o salário mínimo deve ser eliminado, já que exclui justamente os mais
pobres da oportunidade de trabalhar, condenando-os ao desemprego perpétuo. É importante
que as pessoas tenham a noção de que a imposição de um salário mínimo NÃO VAI aumentar
o emprego, mas vai levar à demissão de todos aqueles trabalhadores que não produzem aquele
mínimo. Não é inocência, mas burrice, achar que impor um valor salarial mínimo vai surtir
qualquer efeito diferente da demissão de milhares de pessoas que não têm o preparo técnico
para produzir aquele valor. O pensamento imediato do esquerdista que ouve isso é: “então
temos que obrigar as empresas a não demitir ninguém”. O que ocorre é que as empresas
pagam salários conforme o que recebem. Se elas são obrigadas a arcar com custos inúteis, elas
tendem a QUEBRAR e colocar TODOS os empregados no olho da rua. Ou, ao concorrer com
outras empresas que não são forçadas a pagar um valor mínimo aos seus empregados, elas vão
perder espaço até que tenham que fechar, resultando novamente na demissão de todos os seus
funcionários.
g) No Código Moral: da sua Corrupção à sua Defesa (Romanos 13:9: Com efeito: Não
adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás. E se
há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo
como a ti mesmo): esse é o ponto que mais confunde a direita, principalmente para a direita
que não tem vínculos com o conservadorismo ou com o cristianismo. Infelizmente, a crise de
valores pela qual a sociedade passa só será superada por meio de uma CRUZADA MORAL
contra os ataques que a família e a religião estão sofrendo. Uma parte da direita, geralmente
dominada por autoproclamados libertários, costuma condenar a nossa agenda moral, dizendo
que ela afeta o princípio de liberdade. Entretanto, como Tocqueville escreveu: “Liberdade
não pode ser estabelecida sem moralidade, nem a moralidade sem a fé”. A agenda moral
da direita é justamente para manter a liberdade, e não para perdê-la. Todos os
argumentos usados contra ela acabam se utilizando de falácias que podem ser difíceis de
serem percebidas, confundindo muitos que se envolvem no debate. Mas a principal falácia
que a esquerda usa contra a nossa agenda moral é a “rotina do estado laico”.
Basicamente, a esquerda usa a “rotina do estado laico” sempre que não tem um argumento
melhor contra aquilo que defendemos. Qualquer coisa que um verdadeiro cristão defenda
pode ser atribuída ao cristianismo, de modo que a esquerda sempre pode usar essa rotina para
matar o debate logo no início. A rotina funciona assim: suponha que você está defendendo a
proibição do aborto ou que é simplesmente contra o casamento gay. O esquerdista vai dizer:
você só defende isso porque é cristão; cristianismo é religião; religião e política não se
misturam, já que o estado é laico; logo, não vale nem a pena debater com você. Muitos
cristãos acabam desistindo de defender o seu ponto de vista apenas por causa dessa rotina.
Mas ela só funciona quando os dois debatedores seguem as seguintes premissas: a) que
religião e política não se misturam (é claro que se misturam); b) que as propostas de uma
pessoa religiosa são necessariamente derivadas de sua religião (eu já defendia tudo que eu
defendo hoje quando era ateu, antes mesmo de me converter ao cristianismo), e; c) que uma
proposta proveniente de um raciocínio religioso deve ser necessariamente excluída da política
(que é uma premissa estúpida).
Para começar, que estado laico NÃO É um estado ANTIRRELIGIOSO, muito menos um
estado ANTICRISTÃO. O estado laico foi criado por homens religiosos que seguiam suas
crenças de forma livre e responsável. Ele não foi criado para afastar a religião do estado, mas
para garantir que o estado não iria interferir na prática religiosa dos seus cidadãos. Ele não foi
criado para afastar a religião da política, mas para afastar a política da religião. Em
outras palavras: o estado laico não foi feito para afastar pessoas influenciadas por suas
religiões das decisões do estado, mas para afastar as decisões do estado das religiões
praticadas pelas pessoas. Então, claro que religião e política se misturam. E os filtros que
existem são para evitar que a política afete a religião, e não o contrário.
O outro ponto é que nem toda a proposta sugerida pelos membros de uma religião tem
necessariamente um cunho religioso. Ela pode ser inspirada por uma moralidade inerente
àquela religião, mas não ter absolutamente nada a ver com religião. Certamente a proteção da
vida e a defesa da família terão mais projeção em meios religiosos, mas essas propostas
servem muito bem aos propósitos de qualquer ser humano. Elas não têm cunho religioso e
nem interferem na atividade religiosa de outras crenças (a menos que o contato com a morte e
a profanação da família sejam preceitos religiosos delas, o que, nesse caso, deveria ser
proibido). Ou seja, nem tudo que a esquerda diz que deriva de uma religião é necessariamente
derivado dela.
Mas o ponto principal aqui é a premissa de que propostas derivadas de um raciocínio religioso
devem ser excluídas da política. O estado laico surgiu para proteger as religiões das decisões
idiotas do estado. Para que o estado não pudesse interferir no funcionamento e nas atividades
das instituições religiosas seguidas pelo povo. Logo, o estado laico tem como uma das suas
principais funções ouvir as reclamações dos grupos religiosos para evitar tomar decisões
que afetem as atividades deles (como a agenda homossexual tem tendado fazer). Ou seja,
para o estado laico, não importa se você for membro de uma seita ou se aquilo que você está
defendendo deriva de um raciocínio religioso, o que importa é que essa proposta não afete as
crenças das outras pessoas. Não se preocupe quando alguém rebater você usando a “rotina do
estado laico”: continue defendendo a sua posição com a mesma energia. E note que os
esquerdistas querem proibir o que você diz alegando que o estado é laico, mas não
querem proibir o comunismo quando dizem que Jesus era comunista.
Campanha Moral (*CRUZADA MORAL)
Campanhas Contra a Destruição da Moralidade Promoção do Moralismo Cristão
Contra o anticristianismo institucional Restaurar a pena de morte e penas severas
Política Contra destruição das famílias Proibir o aborto
Não seguir agenda socialista para drogas Impor uma justiça direcionada à vítima
Fortalecimento da família Combate cultural e material à pedofilia
Cultura
Fortalecimento do cristianismo Combate à cultura islâmica

Esquema Defensivo:
O anticristianismo típico do pensamento socialista permeia toda a agenda da esquerda contra a
moralidade judaico-cristã. Um dos principais alvos da esquerda na campanha moral é a
família. De todas as formas, ela tenta destruir a forma como a sociedade entende o que é uma
família. Uma vez que o conceito de família estiver destruído na cabeça das pessoas, a
subversão poderá colocar qualquer coisa em seu lugar: pedofilia, zoofilia ou qualquer outra
perversão de esquerda. A destruição da família avança aos poucos, com ataques constantes
que crescem lentamente com o tempo. Tudo que desvaloriza e coloca dúvida à perenidade da
família é usado pela esquerda para atacá-la. Até as propostas mais simples buscam a sua
destruição. Entre essas propostas, estão: imposição do “dia do cuidador” em substituição ao
dia das mães e ao dia dos pais; lei da palmada (que criminaliza os pais que baterem nos filhos
malcriados); casamento gay; adoção de crianças por gays; legalização da pedofilia; incentivo
à separação e ao divórcio; imposição de cotas para homossexuais; mobilização de gays contra
a família; redução da pena para estupradores e pedófilos; e tudo que você pode imaginar que
pode ser usado contra a família.
Eu já expliquei como a imposição da aceitação do casamento gay não tem nada a ver com
liberdade. Digo, ninguém vai tentar proibir os homossexuais de fazerem suas festas e criarem
suas organizações para celebrar suas relações, mas forçar as pessoas a aceitar a corrupção do
conceito de família é TIRANIA. Suponha que seus pais bem crentes tenham uma doceria de
bolos. Um casal homossexual pede para eles fazerem um bolo com temática gay. Eles se
negam a fazer o bolo e o casal entra com um processo contra eles por discriminação. Sinto
muito: isso não chega nem perto de ser liberdade. Casos como esse têm ocorrido cada vez
com mais frequência. O fato é que as pessoas têm todo o direito de chamar de casamento o
que elas bem entenderem. E o que prova que isso não passa de perseguição aos cristãos é que
atualmente, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, há boates gays que não aceitam a
entrada de mulheres. E elas não estão nem aí. Não há nenhum movimento de homens
alegando discriminação por não poder se matricular em academias exclusivas para mulheres.
Mas a padaria conservadora que não quer fazer bolo gay que é preconceituosa. São as igrejas
que não vão celebrar casamento homossexual que são intolerantes.
O mesmo pode ser dito da agenda da esquerda para as drogas, cujo principal efeito é destruir a
família e fomentar a criminalidade. Os libertários adoram dizer que querem legalizar as
drogas, mas seguem todos os planos, todas as propostas que a esquerda apresenta. Sobre as
drogas recreativas, minha opinião é a mesma de qualquer outro cristão: não creio que no céu
haverá algum tipo de proibição ao uso delas. Digo, eu tenho a plena convicção de que o
mundo perfeito não precisará controlar esse tipo de situação, pois no mundo perfeito não terá
toda uma organização que usa a maconha para financiar a bandidagem e subverter a
sociedade. Infelizmente, o mundo contemporâneo está cheio de organizações que usufruem da
propagação de algumas drogas. Não é à toa que a maconha e a cocaína são proibidas em
praticamente todo o mundo. E nem é à toa que toda as tentativas de legalizá-las resultaram em
uma intensificação do tráfico, do número de viciados, da criminalidade e dos filiados em
partidos de esquerda. Várias pesquisas mostram que o uso de certas drogas (principalmente da
maconha) causam evidentes mudanças na capacidade cognitiva dos usuários.
Mas não são tanto os efeitos na saúde do usuário que recomendam o controle dessas drogas.
Eu repito: há uma estrutura subversiva que usufrui da legalização de certas substâncias.
Grupos criminosos, organizações terroristas e ditadores socialistas precisam desse mercado
para financiar suas atividades. Infelizmente, é nesse mundo que estamos. Portanto, eu até
concordaria em legalizar essas drogas se essa ação fosse ANTECEDIDA por uma campanha
séria para ELIMINAR todas essas organizações criminosas e GARANTIR que novos grupos
criminosos não pudessem sobreviver com o tráfico delas. Um governo de direita
CERTAMENTE vai cuidar disso, tornando menos problemática a legalização da maconha, da
cocaína e de outras porcarias, quando isso não resultar nos efeitos que hoje causa na
segurança pública. Mas até que a sociedade se certifique que aquelas organizações que estão
MATANDO pessoas e DESTRUINDO FAMÍLIAS foram desmobilizadas, como cidadão de
direita eu digo: NADA FEITO. Outra coisa: eu só estou comentando isso aqui porque a maior
parte das pessoas costuma associar a política antidrogas da direita com sua agenda moral, mas
na realidade, pelo menos para mim, ela deveria ser vista como uma política de segurança
ampla (interna e externa). Eu creio que pouquíssimas pessoas de direita acham que há algo
realmente imoral no consumo de drogas que PODEM afetar a consciência e causar
dependência (efeitos causados por outros tipos de substâncias que temos contato no nosso dia
a dia). Mas enquanto essas substâncias forem usadas para alavancar a agenda da subversão e
financiar organizações criminosas, é melhor arrumar a casa antes de legalizá-las.
Esquema Ofensivo:
Finalmente chegamos na proibição do aborto. Não há direita sem uma agenda militante contra
o aborto. Mesmo onde ele é proibido, é importante combater as tentativas de legalizá-lo, tanto
internamente quanto internacionalmente. A doença que afeta o nosso vizinho pode chegar à
nossa casa. Não podemos cruzar os braços uma vez que seja alcançada a legislação que
sonhamos contra o aborto. O movimento socialista vai insistir em restaurar o aborto por meio
da flexibilização da proibição. Por isso que a agenda contra o aborto deve ser agressiva e não
pode parar no primeiro progresso que conseguirmos. Mas tão importante quanto a proibição
do aborto, temos que impor a restauração das penas de morte, de prisão perpétua e de
trabalhos forçados. Isso num contexto de mudar o foco da justiça positivada para contemplar a
vítima, e não o criminoso. Um dos primeiros alvos do movimento subversivo é a pena de
morte, porque ela representa exatamente o que eles querem destruir na sociedade atacada: a
JUSTIÇA. Quando um psicopata homicida não é morto, a justiça não foi feita. Quando o
pedófilo não é executado, a justiça não foi feita. Quando o estuprador assassino não é
eliminado, a justiça não foi feita. E quando a justiça não é feita, MAIS PESSOAS
MORREM. Por isso é tão importante restaurar essas penas: porque o rigor expressa a
justiça levando a punição adequada aos malfeitores.
Injustiça causa e alimenta a impunidade. E em muitos países a impunidade tem imperado. A
vida dos cidadãos tem sido tirada sem a menor cerimônia e sem muitas consequências. O
resultado disso é que, por exemplo, no Rio de Janeiro, 96% das investigações por
assassinato abertas até 2007 foram arquivadas sem ninguém ter sido punido. No Canadá,
um pai de família que conseguiu salvar a vida de sua mulher e filho tomando a arma do
criminoso e matando ele foi punido por homicídio. Isso tudo é realmente IMORAL. Uma
CRUZADA MORAL deve restaurar o verdadeiro significado de justiça, dando aos cidadãos a
autoridade para garantir a integridade de suas famílias e a segurança de que não serão
perseguidos pelo resultado de suas ações justas. Tão importante quanto isso é devolver aos
policiais a autoridade para impor a segurança pública. Não tem nenhum cabimento esperar
que o Brasil reduza o número de assassinatos cometidos por ano sem um forte acerto de
contas com os nossos policiais (principalmente os militares). Se nós damos valor à vida das
pessoas, temos que devolver urgentemente a autoridade e a segurança aos nossos policiais.
8.3. Outras Considerações
Eu nasci e logo fui batizado na igreja católica. Eu cresci na paróquia São Benedito, lá em
Santos. Um dos fatores que me levaram a buscar outras religiões foi a forma que as missas
eram realizadas ali. E esse não é um problema exclusivo da São Benedito, pois eu já visitei
outras igrejas pelo Brasil e as missas não são rezadas de forma muito diferente. O resultado é
que depois de quase três décadas eu não vi a comunidade crescer. A paróquia não se expandiu
e nem construiu novas igrejas para abrigar os novos fieis. Durante esse tempo, eu passei por
uma fase de descrença até retornar novamente ao cristianismo. Quando retornei, escolhi uma
igreja evangélica que tinha muita coisa a ver comigo aqui em Brasília: a Comunidade das
Nações. E o que eu acho mais fantástico nessa igreja é que em menos tempo que a São
Benedito levou para não sair do lugar, ela já abriu mais de 10 filiais e tem mais de 8.000
membros.
Eu realmente acho maravilhosa essa capacidade das igrejas evangélicas se multiplicarem.
Tem gente que não gosta disso, ora por inveja, ora por não suportarem que a palavra de Cristo
esteja se espalhando, mas ninguém pode negar que nossas igrejas CRESCEM até onde
ninguém espera. E por que elas crescem tanto? Porque as pessoas PARTICIPAM e
LEVAM À SÉRIO o que está escrito na Bíblia. Elas não precisam de ajuda do governo e
reserva de mercado para crescer: elas crescem porque elas ensinam o rebanho a crescer.
O meu chamado para o cristianismo foi fantástico, mas duas das coisas que foram
fundamentais para eu perceber que Jesus tinha ganhado minha alma foi que, diferentemente
do que eu sentia quando era católico, eu passei a QUERER ter contato constante com a minha
igreja (ir ao culto não é mais um programa obrigatório chato que eu tinha que fazer toda a
semana) e a QUERER ofertar e pagar o dízimo VOLUNTARIAMENTE.
E antes que alguém diga que sofri algum tipo de “lavagem cerebral” para QUERER fazer tudo
isso, eu respondo que devo ser um dos poucos cristãos que se converteram DEPOIS que
começaram a praticar essas duas coisas. O fato é que quando você tem um coração bom e faz
parte de um grupo, você quer o melhor para ele. Nas igrejas evangélicas, aprendemos o que
está na Bíblia: que devemos pagar ofertas e dízimos. E se está na Bíblia, nós temos que fazer.
Se tem gente que faz isso esperando algo em troca, isso pouco importa. O que importa é que
as igrejas evangélicas crescem tanto porque seus membros participam e contribuem para o seu
crescimento. Elas ensinam os crentes a crescer e incentivam a liberdade e a prosperidade de
suas famílias. E não há nada de errado nisso. Então, por que não aprender com elas?
A direita precisa de recursos para crescer. Qualquer organização que se forme em torno de
alguma proposta de direita não vai subsistir sozinha. Ela vai precisar da contribuição de
membros e do trabalho de interessados para se manter. Se o mundo ainda não se degenerou
num grande socialismo planetário é porque os norte-americanos tiveram condições de
financiar centenas de organizações, escritores, páginas de internet e igrejas em uma luta pela
preservação de suas vidas, liberdades e propriedades. Desde que acordou, a direita brasileira
tem seguido o mesmo caminho: nós aprendemos a nos doar para uma causa maior,
contribuindo para as organizações que confiamos e financiando as manifestações que nos
interessam. Ainda assim, há espaço para ir além. Precisamos consolidar essa cultura de
participação e contribuição, recompensando aqueles colegas mais produtivos e premiando
aquelas iniciativas mais eficazes.
A participação do indivíduo é importante porque nossa forma de expansão e crescimento é
diferente da usada pela esquerda. Basta ler os PNDHs para ver como a maioria das suas
propostas serviu só para criar demandas por gastos que justificaram repasses para ONGs e
fundações ideológicas. O próprio imposto sindical (que na verdade dava dinheiro para os
sindicatos) era uma forma criminosa de financiar a agenda da esquerda. O modelo de
financiamento da direita é o completo oposto: nós só precisamos que o estado não se meta em
nossas vidas para que a gente possa gastar no que achamos melhor. Nós não queremos que o
governo sustente nossas organizações, nós só queremos ter os meios para sustentá-las. Nós
doamos, emprestamos, compramos, transferimos, cedemos e disponibilizamos os nossos
recursos pelo bem da nossa causa. Mas para um crescimento saudável do nosso movimento, é
necessário que aumentemos a nossa propensão a doar o que é nosso pelas nossas causas e
manter os recursos que ganhamos em nossas mãos.
Lidando com as Críticas
Certamente o plano de combate que descrevi acima será criticado, principalmente pelas
manobras envolvidas na campanha moral. Mas críticas são esperadas. Se nem Jesus agradou a
todos, o que dizer de qualquer coisa criada pelos homens? Mas é importante ter diretrizes para
julgar as críticas, para não cair no erro de ouvir o inimigo quando estamos elaborando um
plano de ataque contra ele. A esquerda certamente não vai concordar conosco em nossa
agenda para o aborto, para a economia e para a justiça. Isso não significa que as críticas dela
são válidas ou que devem ser levadas em consideração. Uma crítica da esquerda contra um
ponto específico de nossa agenda só serve para ser dissecada e usada contra ela.
Ouvir críticas da esquerda para elaborar um programa de direita é a mesma coisa que ouvir
um agente da KGB para redigir uma carta de apoio aos Estados Unidos. É a mesma coisa que
ouvir um muçulmano para saber se estamos acertando em nos aliar com Israel. Ou seja: a
argumentação da esquerda contra as nossas propostas deve servir apenas para nos informar
sobre como o inimigo pretende nos fazer abandoná-las. Nenhuma novidade até aqui. É claro
que a esquerda, o inimigo, é a principal fonte de críticas a tudo que defendemos. Qualquer
crítica proveniente da esquerda partirá do pressuposto de que os princípios do poder e da
igualdade são superiores aos da vida, da liberdade e da propriedade. Com a esquerda, nós não
debatemos SE devemos defender o que consta em nosso programa: nós debatemos qual
programa é melhor (o nosso).
As críticas que devemos dar mais atenção partem principalmente do centro (por mais
insipiente que ele seja) e da direita. Do centro, as críticas que valem são aquelas que nos
apontam o caminho para fazê-los mudar de ideia. Sempre que a crítica não tiver como
princípios aquilo que nós colocamos no centro do nosso pensamento, não há porque
considerá-la para transformar ou modificar aquilo que é construído sobre os NOSSOS
princípios. Mas é bom ouvir o que pessoas indecisas pensam sobre o que propomos para saber
o que importa para elas e como ganhá-las. No centro, há muita gente que pertence, mas ou não
sabe ou não está preparada para reconhecer, a um dos lados do espectro político. Pelos
argumentos e pelas críticas, podemos saber quem devemos ouvir e quem devemos ignorar.
As críticas mais importantes que devemos ouvir partem da própria direita. Ou pelo menos de
pessoas que se dizem alinhadas com a direita. É natural que haja debates internos sobre a
melhor forma de alcançar os nossos objetivos e até de como apresentar as nossas intenções. O
debate entre pessoas que defendem os mesmos princípios produz as formas mais efetivas de
defendê-los e promovê-los. Além disso, ele permite a propagação dos melhores argumentos
contra os ataques contra nossa agenda. Mas há alguns casos especiais que valem a pena
conhecer para não fazer a coisa errada. Dentro da direita, há duas situações que devem ser
destacadas quando pensamos nas críticas: a primeira é quando a agenda é criticada por
novatos que ainda não consolidaram os nossos princípios em seu sistema de valores, e; a
segunda é a crítica feita por aqueles que nasceram em berço de esquerda e que se converteram
ao longo de suas vidas.
O primeiro caso é mais popular. Há muita gente na direita que ainda não conhece a nossa
agenda e ainda tateia na direção do endireitamento. Esse pessoal costuma ter alguns vícios da
“massa” subvertida pela esquerda: muitos ainda não entendem porque não somos
ambientalistas e porque costumes como a caça, o rodeio e as touradas não são um problema
na nossa visão de mundo. São pessoas ingênuas que ainda carregam um ranço controlador em
suas agendinhas particulares e que eventualmente ainda se comportam como o inimigo,
principalmente quando o assunto é direito dos animais e meio ambiente. O segredo para lidar
com essa situação é o esclarecimento e a confiança de que elas podem mudar. Que fique
claro: elas estão erradas (nesses pontos que mencionei). Isso deve ser clarificado para elas.
Mas não é porque elas têm esse problema que devem ser tratadas como inimigas. É muito
mais produtivo corrigir esses novatos como os irmãos que são e confiar nos seus princípios
para validar as nossas sugestões.
O segundo caso é mais frequentemente encontrado na direita engajada. Os temas que mais
dividem a direita são o aborto e a legalização das drogas. E geralmente quem prega uma
flexibilização da nossa agenda em relação a esses dois pontos são aqueles elementos de berço
esquerdista, que se converteram à direita com o tempo, mas que ainda tentam se aproximar da
esquerda por acharem “legal” ou porque têm muitos amigos daquele lado. Felizmente, eu vejo
que estamos vencendo a guerra ideológica na questão do aborto e menos gente tem apoiado
flexibilizações na nossa agenda mesmo entre os libertários. Não há dúvidas de que a direita
seja contra o aborto e tentativas internas de mudar isso só servem para definir quem é a
direita verdadeira e quem é a falsa, conforme o empenho dos envolvidos. O ponto que
realmente gera confusão é mesmo a proposta de legalizar de drogas.
O apoio da direita mainstream à proibição de certas drogas é pragmática. Geralmente, ela se
apoia em uma preocupação com a vida e com a segurança pública. De fato, existem certas
drogas que estão inseridas na máquina subversiva socialista de forma que tanto financiam
organizações criminosas quanto encurtam o caminho da massa até o esquerdismo. E o
problema que vejo em pessoas à direita que querem legalizar as drogas é que elas geralmente
compram a agenda da esquerda pelo valor de face. Elas não propõem medidas de segurança
para aniquilar os grupos criminosos e evitar que essa liberação só amplie a base de apoio
daqueles que querem ACABAR com as nossas liberdades e combater os nossos princípios. É
um comportamento suicida muito parecido com os europeus que estão escancarando as portas
dos seus países para culturas que já destruíram os seus países de origem. Ou seja: não vou
negar que um país de direita eventualmente venha a permitir o comércio de drogas, mas
isso quando elas não estiverem sendo usadas pelo inimigo como uma arma de guerra.
A conduta que temos que adotar nesse tipo de situação é se apegar ao que temos de
conservador e aguardar o momento certo para agendar essas propostas mais controversas. Isso
não deveria ser um entrave ao debate produtivo e à união da direita em torno de um objetivo
comum. As opiniões desses elementos podem ser úteis em outras situações e não vale a pena
descartá-las sem uma reflexão mais profunda e sem levar em conta que eles estão nessa guerra
conosco. Claro que a esquerda tentará usar esse tipo de situação contra nós, mas temos que ter
discernimento para diferenciar aquele que está sinceramente defendendo essa ideia por um
apego à liberdade e aquele que está agindo profissionalmente para dividir e confundir a
direita. Sempre que houver dúvida, a cautela é a ação mais recomendada. Há concordância na
direita quanto à política antidrogas e o seu controle temporário. Portanto, não há porque haver
grandes disputas internas e divisões rancorosas por um assunto que tende a favorecer os
nossos inimigos no curto prazo.
Lidando com o Inimigo Interno
Dentro de nossas fileiras, há críticas realmente bem-intencionadas que podem gerar dúvidas
quanto à lealdade da fonte. São os casos que mencionei no tópico acima. Entretanto, não é
como se não houvesse inimigos internos. Há gente infiltrada na direita e temos que estar
preparados para lidar com isso. Há uns anos atrás, quando eu apresentava o programa O
Patriota: a Voz da Resistência, soube que pessoas que se diziam de direita estavam me
monitorando e agiam em conluio com comunistas declarados. Outra tentativa de infiltração
ocorreu quando ex-membros do Partido Comunista do Brasil passaram a ser promovidos pela
mídia como representantes de uma nova direita que ninguém conhecia, propondo a reabertura
do partido ARENA. Recentemente, vimos o caso de uma menina aparentemente louca que
acusou um deputado da bancada evangélica de tê-la seduzido. Quando se descobriu que era
tudo mentira, ela teve que afastar sua fantasia de moça conservadora e abraçou com todas as
forças o movimento feminista. Ou seja: não pense que o inimigo está dormindo.
Passei boa parte do livro ensinando a enfrentar o inimigo externo, mas é importante que
saibamos como derrotar o inimigo interno também. Eles se apresentam como membros do
clube, participam de nossas festas, comem da nossa comida, mas ainda acham que poderíamos
melhorar se tivéssemos mais coisas em comum com a esquerda. Conscientemente, eles criam
divisões na direita em torno de assuntos já estabelecidos, adotando falácias e táticas que
confundem muita gente. Como verdadeiros diabos, caluniam pessoas de bem e lançam
dúvidas contra gente realmente de direita. São 5 situações que temos que dominar para anular
os efeitos das manobras desses elementos em nossa agenda.
1. O ufanista antiamericano: a primeira situação é conhecida por muita gente. Muitos dos
nossos já tiveram contato com um desses elementos, que falam de um Brasil que não existe e
detestam os Estados Unidos e tudo relacionado a eles. O problema é que eles tentam justificar
ideologicamente o ódio aos norte-americanos para reforçar uma aversão àqueles valores que
temos em comum com a nação norte-americana. Se os Estados Unidos são capitalistas, então
eles pregam o anticapitalismo. Se os norta-americanos defendem o livre mercado, eles querem
o mercado controlado. Se os Estados Unidos declaram guerra contra o inferno, esses ufanistas
quase automaticamente sentem-se aliados do diabo. Essa primeira situação é a mais fácil de
identificar e, sempre que a direita se desenvolve em um país, esses ufanistas antiamericanos
somem ou são reduzidos a um mínimo sem importância. Exemplos deles são os integralistas,
os meridionalistas e os eurasianos. Eles são reconhecidos por defender propostas
EVIDENTEMENTE de esquerda, como a intervenção estatal, a crítica ao liberalismo
econômico, o alinhamento com países socialistas e a simpatia com o sindicalismo. Eles
tentam camuflar essas infiltrações ideológicas com um discurso aparentemente conservador e
com a hipervalorização das tradições locais. Mas é inegável que o socialismo está na base do
pensamento desses sujeitos: a busca por uma sociedade coletivista controlada por um estado
todo-poderoso. Por isso, é muito fácil identificá-los e chutá-los para fora.
2. Os teólogos da libertação: essa é a segunda situação mais fácil de identificar. São
sacerdotes que seguem fórmulas teológicas de esquerda em suas pregações em comunidades
cristãs tradicionalmente de direita. São os partidários da Teologia da Libertação e da Teologia
da Missão Integral, que manifestam a organização de um esforço socialista para contaminar e
subverter a igreja católica e as igrejas protestantes. Eles são revelados pelo uso de
determinadas expressões em suas homilias: “capetalismo”, “imperialismo americano”,
“sociedade consumista”, “religião dos pobres”, “empresário ganancioso”, entre outras
besteiras marxistas. Uma entrevista com eles revelará que são adeptos conscientes da
Teologia da Libertação ou da Teologia da Missão Integral e que têm uma agenda quase
totalmente alinhada com a esquerda (às vezes, defendendo até o aborto e a adoção de crianças
por gays). Muitos deles deliberadamente se infiltraram em uma igreja com a intenção de
modificá-la por dentro e muitas vezes se preocupam em pregar suas subversões com toda a
sutileza que puderem encontrar. Mas qualquer cristão estudado que tiver contato com esses
sacerdotes conseguirá desmascará-los depois de uma ou duas conversas. Feito isso, a melhor
coisa a se fazer é denunciá-lo aos superiores dele torcendo para que eles também não sejam
partidários dessas teologias de esquerda.
3. Doutrina Social da Igreja (DSI): sim, a DSI é de esquerda. Eu sei que muitos não sabem o
que ela é e outros tantos ouviram falar dela apenas superficialmente. Mas qualquer leitura
séria dos documentos que conduzem à DSI é capaz de revelar que essa doutrina não passa de
uma Teologia da Libertação com uma pitada de açúcar. Um dos primeiros a se referir à uma
“Doutrina Social da Igreja” foi um papa muito ruim conhecido como Pio XI (não confundir
com o Pio XII, que realmente era uma pessoa de bem). Em uma encíclica chamada
Quadragesimo Anno, publicada em 1931, Pio XI fez referência à ótima encíclica Rerum
Novarum, do Papa Leão XIII, publicada 40 anos antes (em 1891). Enquanto Pio XI alega que
a DSI foi criada por Leão XIII, não há sequer uma referência a uma “doutrina social” em sua
encíclica. O teor da Rerum Novarum é de condenação às greves e afirmação da sacralidade da
propriedade privada, enquanto a Quadragesimo Anno vai no sentido contrário, inclusive
alegando que o direito à propriedade não é tão importante. Creio que Leão XIII estaria se
revirando no túmulo se soubesse da perversão da sua encíclica por Pio XI, o mesmo papa que
fez um acordo com a Itália fascista para receber o Vaticano. Apesar de ser EVIDENTE que a
DSI está longe de ser uma doutrina de direita, muita gente ainda se confunde por não ter tido
acesso às encíclicas que compõem esse pensamento: a Quadragesimo Anno (1931), a Mater et
Magistra (1961) e a Populorum Progressio (1967). Todo o tipo de aberração de esquerda é
pregado nesses documentos, principalmente a chamada “função social da propriedade” e o
desarmamento civil. Logo, não deve ser difícil lidar com esse tipo de situação também.
4. Frescos Fracos Flexíveis (FFF): esse tipo é mais difícil de reconhecer porque o que os une é
um comportamento, não uma linha de pensamento. São jornalistas, comentaristas e
pensadores que acham que temos que ter mais coisas em comum com a esquerda. Para eles, o
mundo perfeito é uma mistura de direita e esquerda. Os FFFs podem ser identificados de uma
forma bem precisa: eles são aquelas antas que criticam você e, quando você critica de volta,
eles se exaltam como se você estivesse tirando dele o direito de criticar. Outra rotina usada
por eles é acusar a direita de “binária” (lembre-se dessa palavra) sempre que ela se posiciona
contra algo que eles dizem. Ou então, quando nos organizamos para atacar os argumentos
deles, eles dizem que estamos nos comportando como esquerdistas. “É a esquerda que se
comporta assim”, eles dizem. Ou seja: para os FFFs, só a esquerda pode ser decidida e
organizada. Para um FFF ser bem-sucedido em um ambiente de direita, ele deve encontrar
elementos desorganizados e sem muita convicção no que defendem. Mas o que realmente
caracteriza os FFFs é que eles COMPRAM tudo que a esquerda diz sobre a direita. Se o canal
de esquerda diz que um conhecido político de direita é um extremista, eles VÃO
ACREDITAR naquele canal de esquerda. Se o jornalista socialista diz que você é radical por
ser contra o desarmamento civil, eles VÃO ACREDITAR que você é radical. Nesse sentido,
os FFFs são mais manipulados do que manipuladores. Essas rotinas que eles usam são mais
mecanismos de defesa e de fraqueza intelectual do que uma tentativa de subverter a direita.
Não se exclui a possibilidade de o FFF ser usado pela desinformação inimiga como agente
subversivo, mas geralmente eles não recebem nada para serem idiotas.
5. Manipuladores: os manipuladores são os piores inimigos internos. Inevitavelmente, eles
acabam sendo expostos, mas depende muito da maturidade ideológica da sociedade que fazem
parte. O exemplo clássico de manipulador foi o comentarista Reinaldo Azevedo, um jornalista
com conhecidas relações com o PSDB. Durante muito tempo, ele construiu uma imagem de
“blogueiro de direita” por conta de seus ataques ao PT. Uma série de absurdos pregados pelo
jornalista fez com que sua máscara caísse, até que finalmente foi dada publicidade às suas
relações com um senador tucano afastado por corrupção. A manobra mais usada pelos
manipuladores é a depreciação da parte da direita mais resistente às suas ideias. Eles fazem
isso ou adjetivando a direita, como Reinaldo fez ao cunhar o termo “direita xucra” (sendo que
ele deu um tiro no pé, já que xucra indica “indomável” ou “selvagem”, coisa que a direita
realmente é). Os manipuladores também criaram o termo “conservadia”, impondo
comportamentos impraticáveis para que as mulheres de direita não sejam tratadas dessa
forma. Basicamente, qualquer mulher que tenha tirado uma foto de biquíni na praia está
sujeita a ser ofendida por essas antas. A intenção sempre é anexar algo detestável à direita, de
modo a fazer com que as pessoas se afastem para não serem consideradas extremistas,
radicais ou depravadas. O segredo para lidar com os manipuladores é a convicção. Quanto
mais a direita estiver convicta de seus valores e de seus aliados, mais difícil será para os
Reinaldos Azevedos da vida dividi-la com suas manipulações.
8.4. Conclusão
Sun Tzu escreveu que a a arte da guerra era governada por cinco fatores: as Leis Morais, a
Doutrina, o Comando, o Céu e a Terra. Traduzindo, ele queria dizer que toda a guerra é
determinada pelos objetivos e vontade de quem luta (Leis Morais), que adota métodos de
controle das tropas (Doutrina) e líderes especializados (Comando) para vencer qualquer
manifestação do conflito (Céu) em qualquer campo de batalha que ele aconteça (Terra). Eu
creio que este livro forneceu os meios para cada um planejar suas ações individuais nessa
guerra respondendo adequadamente cada um desses cinco fatores.
Os nossos objetivos, as leis morais que nos governam, foram apresentados no capítulo 3 e
estão compilados em nossa carta de limites. São eles que nos inspiram e por isso que lutamos:
Carta de Direitos e Garantias Fundamentais
Os cidadãos unidos reconhecem que o estado tem poderes limitados e que sua função é a
preservação perfeita dos direitos à vida, à liberdade e à propriedade do povo.
Proteção da Vida:
1. O estado, em todas as suas manifestações, protegerá a vida humana desde o início da sua
gestação, de modo a garantir ao povo a defesa institucional da vida de todo aquele que não
cometeu crime grave:
a) São crimes graves: homicídio com agravante, o sequestro com agravante, o estupro e a
pedofilia.
b) São agravantes: a reincidência, a duração do crime e o sadismo em casos que não
envolvem comprovada vingança.
2. O estado, em todas as suas manifestações, garantirá o direito de subsistência, de modo que
se torna inviolável a atividade precária de coleta e comércio dos cidadãos, em suas
propriedades ou em espaço público, que não atentem contra a vida, a liberdade e a
propriedade dos demais.
3. O estado, em todas as suas manifestações, defenderá o direito de proteger e de fazer
justiça dos cidadãos, garantindo o direito de possuir armas e o uso da força física para a
autodefesa e a defesa de terceiros, bem como o direito de anistia em caso de comprovada
vingança por agressão à vida e à integridade sexual própria ou de pessoas próximas.
Proteção da Liberdade:
1. Fica estabelecido que o estado, em todas as suas manifestações, terá limites CLAROS e
OBJETIVOS à interferência na liberdade de crença, de costume e de expressão, podendo
atuar apenas quando essas liberdades forem usadas para pregar a violação, sem o adequado
consentimento, da vida, da liberdade e da propriedade de terceiros, casos em que poderão
ser aplicadas as seguintes restrições:
a) Cassação dos direitos políticos: sempre que tais liberdades forem usadas para promover a
violação dos direitos à vida, à liberdade e à propriedade de terceiros, mantendo-se os
direitos à reunião pacífica e à formação de sociedades para o debate de tais ideias, mas sem
qualquer direito de representação ou participação política.
b) Cassação do direito de representação civil: sempre que tais liberdades forem usadas para
promover os crimes considerados graves, o estado também irá cassar o direito de formação
de sociedades para representação civil, reunião e debate com pessoas com as mesmas ideias.
2. O estado, em todas as suas manifestações, não poderá proibir ou regulamentar o uso de
qualquer bem de consumo obtido ou produzido pelos cidadãos nos lugares privados, podendo
apenas regulamentar seu trânsito no espaço público.
a) O limite não se aplica aos equipamentos de destruição em massa e aos produtos que
ofereçam risco de prejuízo químico, nuclear ou biológico, que serão controlados pelo aparato
de segurança externa da união.
b) O limite também não se aplicará à produção cultural que promova, ou não condene
expressamente, os crimes considerados graves e às drogas recreativas com alto risco de
dependência química, que serão controlados pelo aparato de segurança interna de cada
estado.
3. Todo cidadão adulto alfabetizado e que não tenha cometido crime grave terá pleno direito
de representação e participação política, bem como o comprovante de voto, participação civil
na fiscalização das eleições e auditoria do processo eleitoral.
Proteção da Propriedade:
1. O estado garantirá o direito à propriedade como peça fundamental da defesa individual da
vida e da liberdade, nos termos desta Carta, não podendo jamais legislar de forma a
determinar ou estabelecer: o preço, a forma de comprar, a forma de vender, a qualidade e a
quantidade, do trabalho e de todos os produtos que não se encaixem nas exceções previstas
no rol de proteções à liberdade.
2. O estado não poderá interferir no funcionamento pacífico e independente de empresas e
atividades, sendo que esta Carta garante a inviolabilidade dos negócios contra qualquer tipo
de imposição estatal de controle de qualidade, de programa de reciclagem ou de preservação
ambiental, bem como de padrões de comportamento, no interior das propriedades
particulares, sejam comerciais, sejam residenciais, sejam industriais.
3. A união terá um limite de orçamento e de receita que não ultrapasse nunca 30% da
arrecadação máxima dos estados que o sustentam e usará esses limites para a manutenção da
segurança interna, para a manutenção da segurança externa, para a administração da
justiça no nível federal e para a gestão do espaço público que lhe pertencer:
a) A união terá pleno controle do aparato de defesa externa, incluindo a proteção contra
esquemas subversivos estrangeiros, o controle das fronteiras e do controle sobre as armas de
destruição em massa.
b) Cabe aos estados e às cidades a política de segurança interna, sendo que os agentes de
segurança (os policiais) são invioláveis em suas funções, sempre que estiverem atuando para
restabelecer a ordem e para proteger a vida, a liberdade e propriedade dos cidadãos, sendo
garantidos o direito de agir DESPROPORCIONALMENTE e de MODO AGRESSIVO contra
qualquer pessoa que propositalmente oferecer perigo à sua integridade física ou à execução
da sua atividade.
c) Os estados estabelecerão seus regimes legais e seus códigos civis e penais, com as
liberdades e princípios pregados nesta Carta, tendo autonomia e poder para deliberar sobre
tudo o que não foi estabelecido nesta Carta, mas com limite de orçamento e de receita que
não ultrapasse 30% da arrecadação máxima de suas cidades, tendo como objetivo
harmonizar a coexistência de regimes diferentes dentro do estado.
d) Os casos de desapropriação por interesse público só poderão ser realizados mediante
justo pagamento em dinheiro, no preço concordado pelo proprietário e apenas em caso de
extrema necessidade pública que não afete os princípios desta Carta, JAMAIS podendo ser
realizados para fins de reformas sociais, distribuição, planos de crescimento ou políticas
anticíclicas, nem sem o consentimento expresso e legal dos representantes locais.
Nossa doutrina de guerra é o nosso código moral, que segue certos princípios que reduzem os
meios de guerra que podemos dispor, mas que são capazes de nos inspirar de modo a superar
essa limitação. A doutrina da direita foi apresentada no capítulo 3 também, bem como nos
dois últimos capítulos.
O comando e o aperfeiçoamento da liderança são consequências da prática que vimos nos
capítulos 7 e 8. Os líderes têm a incumbência de conduzir a direita na direção da imposição de
nossa carta de limites, por meio das manobras intrínsecas à nossa doutrina de combate. Ou
seja: o comando usa a doutrina para impor nossas leis morais. Para nós, não existe “os fins
justificam os meios” e o caráter dos nossos combatentes é essencial para que vençamos a luta.
Os tipos de conflito e os campos de batalha foram vistos nos dois últimos capítulos também.
Vimos as formas que a guerra pode assumir e cada tipo de campo de batalha onde iremos
enfrentar o adversário. E ainda analisamos o arsenal inimigo, principalmente nos capítulos 4 e
6. Ou seja, você tem tudo para revisar o plano e construir o seu próprio esquema de combate.
Para todos os efeitos, agora você tem em mãos um plano de ação organizado em programas
que expressam a nossa agenda para o mundo. Agora você tem pelo menos uma fonte para usar
quando alguém perguntar o que você faria ou o que a direita quer. E que fique claro mais uma
vez: nós queremos mudar o mundo. Um mundo com comunismo DEVE ser mudado. Um
mundo com ONU DEVE sofrer mudanças. Não as mesmas mudanças pregadas pela esquerda,
que envolvem a supressão da liberdade e o controle sobre a vida. As mudanças que a direita
prega servem justamente para proteger a vida e as liberdades dos seres humanos. Nunca o
mundo precisou tanto de mudança. Não uma mudança superficial e morna, mas uma
verdadeira metanoia que o conduza novamente ao rumo certo. Que torne o mundo novamente
um lugar próspero, livre e cristão. E todos temos a oportunidade de fazer parte desse processo.
Conclusão e Expectativas
Parabéns, você chegou ao fim do livro. Minha intenção foi facilitar o entendimento dos
conceitos e das ideias necessários para todo cidadão de direita defender bem o seu ponto de
vista. Espero ter sido didático e conseguido facilitar a assimilação das noções que norteiam o
entendimento da política nacional e mundial. Mas, principalmente, espero ter conseguido
entregar as seguintes mensagens:
1. Direita é vida, liberdade e propriedade. Esquerda é poder e igualdade: o principal
conhecimento que você precisa guardar é que a direita é a manifestação política daqueles que
vivem sob os princípios da vida, da liberdade e da propriedade. Ou seja, é a realização social
de uma sociedade que busca valorizar a vida por meio da liberdade para usar a propriedade. Já
a esquerda é a manifestação política daqueles que vivem pautados pelos princípios do poder e
da igualdade. Em outras palavras: a esquerda busca poder para impor a igualdade em um
mundo formado por pessoas diferentes. Isso significa que EXISTE uma direita, que EXISTE
uma esquerda, e que não há nada que aquele professor burro de filosofia possa fazer para
mudar isso. Uma das consequências dessa dicotomia é que a direita costuma se aliar com o
mercado, enquanto a esquerda costuma defender o estado. E infelizmente muita gente à
esquerda acaba tendo essa simpatia pelo estado por causa de uma ideia ERRADA da
realidade. Essas pessoas costumam buscar o estado como se fosse um “grande protetor” capaz
de defendê-las dos indivíduos mais fortes e poderosos da sociedade. E o problema nesse
raciocínio é o seguinte: as empresas mais poderosas não conseguiriam forçar ninguém a
comprar seus produtos sem ter a ajuda do menor dos estados para dar um verniz de
“legalidade” a essa imposição, mas o menor dos estados não precisa de nenhuma
empresa para fazer o mesmo. Uma empresa, por mais forte que seja, não pode forçar
você a nada sem a ajuda do estado.
2. Capitalismo é bom. Capitalismo com livre mercado é melhor: outro ponto importante
que espero ter esclarecido é que capitalismo é BOM. O capitalismo é um sistema que
PRECISA de pessoas (vidas) capazes de tomar decisões (liberdade) para produzir e trocar
coisas (propriedade). O sistema capitalista MANTÉM de uma forma bem estruturada a busca
pela manutenção dos valores principais da direita. Entretanto, o sistema possui graus de
liberdade, de modo que o melhor dos mundos ocorre quando temos um capitalismo de livre
mercado. O diferencial do capitalismo sobre os demais sistemas é que ele é capaz de GERAR
VALOR. Quanto mais livre uma sociedade, mais ela tem incentivos para que seus cidadãos
PRODUZAM e CRIEM coisas novas, enriquecendo a sociedade como um todo. Esse
pensamento é completamente diferente do sindicalista invejoso que quer aumentar o seu
salário porque o chefe tem 10 mansões e 100 carrões: mesmo que o chefe vendesse todos
esses bens e dividisse por todos os seus funcionários, isso só seria capaz de cobrir o aumento
dos salários por um período. Se os trabalhadores não CRIAREM valor e PRODUZIREM
mais, logo o salário deles voltará ao valor inicial. Ou seja: distribuir o que é dos ricos não
CRIA riqueza. Se os trabalhadores querem salários mais altos, é bom que torçam para
que as empresas onde trabalham prosperem e cresçam. Só se a fábrica produzir mais valor
POR MÊS, os salários poderão receber aquele valor a mais TODOS OS MESES.
3. Socialismo é um sistema que busca alcançar o comunismo. Ele é um SISTEMA que
impõe limites RADICAIS à sua liberdade: também é importante que você não feche este
livro sem saber que o socialismo é um SISTEMA cujo funcionamento principal é TIRAR A
SUA LIBERDADE. Lembre-se do exemplo do acordo mundial em que a direita e a esquerda
chegam a um consenso e marcam um dia onde todas as propriedades do mundo serão
divididas igualmente entre todas as pessoas, de modo que no dia seguinte a esquerda não
poderá mais reclamar de desigualdades ou pedir distribuição de rendas. Como há pessoas que
gostam de trabalhar mais e outras que não querem nem saber da vida, em poucos meses
alguns estarão ricos novamente e outros voltarão ao estado de miséria original. Os socialistas
SABEM disso e por isso tentam impor um sistema de controle CONSTANTE que
EQUALIZE a vida dos cidadãos que tentam sair desse cativeiro de mentes. Por isso, todo
projeto de esquerda envolve a imposição de limites RADICAIS às nossas liberdades. Eles
buscam controlar o nosso trabalho, a nossa possibilidade de nos defender, a nossa educação, o
nosso salário e até as nossas crenças. E eles fazem isso buscando a imposição de valores
irreconciliáveis com a natureza humana, eliminando todos que não são capazes de FINGIR
que os assimilaram.
4. Esquerdismo é uma religião do mal: também vimos que a esquerda segue uma religião do
mal que parte de certos dogmas. O primeiro dogma é a guerra de classes (ira), que instiga as
pessoas a serem inimigas umas das outras pelos motivos mais bestas que podemos imaginar.
O segundo dogma é a busca por uma ditadura do proletariado (gula), que é o motivo pelo qual
todo esquerdista adora o estado. O terceiro dogma é a adoção de um fim utópico para
justificar a ação tirânica daquela ditadura do proletariado. Esse fim é conhecido como
comunismo (orgulho). O quarto dogma envolve a adoção do princípio da emancipação social,
que seria uma visão de mundo onde ninguém tem mais do que o outro (inveja). O quinto
envolve a destruição do conceito de propriedade, eliminando e confiscando toda a propriedade
que as pessoas podem ter (cobiça). O sexto dogma é a destruição do conceito de trabalho
(preguiça), forçando todos a trabalharem pelas migalhas que a mão invisível comunista soprar
para eles. E o último dogma é a eliminação da moralidade judaico-cristã (luxúria), que amarra
a sociedade livre naqueles valores que precisam ser destruídos para que o socialismo possa se
instalar. Ou seja, o esquerdismo é uma religião do mal porque é ancorada em dogmas que
representam os sete pecados capitais.
5. Estamos em uma guerra ideológica que se manifesta de formas diferentes em cada
sociedade: enfim, é essencial que você tenha aberto os olhos para a guerra ideológica travada
pela sua opinião, pela sua mente e pela sua alma. E é importantíssimo que você tenha
aprendido a dominar as ferramentas para lidar com as iniciativas subversivas e para
dessubverter a sociedade. O primeiro passo para vencer uma guerra, ou pelo menos para não
morrer sem saber o motivo, é saber que está fazendo parte de um conflito. Muita gente ainda
acha que está vivendo em um mundo onde a Venezuela se envolveu num socialismo por
acaso. Muitos ainda pensam que o surgimento da guerrilha comunista em vários países do
mundo ao mesmo tempo foi mera coincidência, sem nada a ver com uma agenda de subversão
mundial. Mas espero que pelo menos para aqueles que leram este livro tenha se tornado mais
fácil enxergar esse conflito. Espero ter conseguido mostrar o quão importante você é para que
possamos vencer a esquerda e lançar o socialismo definitivamente na lixeira da história.
E, finalmente, espero ter conseguido deixar bem claro: não mexa com o meu pão!
Porque senão eu vou escrever um livro para inspirar gerações de pessoas livres que não
permitirão que os pães de mais ninguém sejam novamente sujeitos a controles estúpidos
propostos por ignorantes, bandidos e idiotas.
Que Deus ouça a este servo e derrame bênçãos em sua vida e discernimento em suas decisões.
E que o mundo perceba antes que seja tarde demais que é necessário um movimento de
conversão em massa. Os efeitos do melhor plano de ação e das melhores propostas
políticas não durarão muito tempo se o povo não se converter à palavra de Cristo e
voltar o seu coração à Deus com toda a sua força, com todo o seu amor e com toda a sua
vontade.
Anexos Importantes para Entender a Esquerda e o Socialismo
Regras da Liga Comunista (junho de 1847) (contida no Volume 6 dos Trabalhos
Completos de Marx e Engels – 1845 a 1848)
Art. 1. A Liga almeja a emancipação da humanidade pela propagação da teoria da
COMUNIDADE DE PROPRIEDADE e sua mais rápida introdução prática possível.
Art. 2. A Liga é dividida em COMUNIDADES e CÍRCULOS; a presidência é detida pela
AUTORIDADE CENTRAL como seu órgão executivo.
Art. 3. Qualquer um que queira ser membro da Liga precisa:
a. se conduzir de uma maneira máscula (manly fashion); b. nunca ter comedido uma ação
desonrosa; c. reconhecer os PRINCÍPIOS DA LIGA; d. possuir comprovados meios de
subsistência; e. não pertencer a qualquer associação política ou nacional; f. ser admitido na
comunidade por unanimidade, e; g. dar sua palavra de honra que irá trabalhar com
LEALDADE E SIGILO (observe secrecy).
Art. 4. Todos os membros da Liga são IGUAIS e IRMÃOS, e como tais devem ajudar uns aos
outros em toda situação.
Art. 5. Todos os membros terão CODINOMES na Liga.
(...)
Art. 36. Depois que as Regras forem lidas por ele, o candidato é questionado pelos dois
membros da Liga mencionados no artigo 9 para responder às seguintes cinco perguntas. Se ele
responder “SIM”, é requerido dele que dê sua palavra de honra e assim é declarado um
membro da liga.
Essas CINCO PERGUNTAS são:
a. Você está convencido da verdade dos princípios da COMUNIDADE DE PROPRIEDADE?
b. Você acha que uma Liga forte é necessária para a realização desses princípios O MAIS
RÁPIDO POSSÍVEL, e você deseja pertencer a tal Liga?
c. Você promete sempre trabalhar com ações e palavras para a propagação e a realização
PRÁTICA dos princípios da COMUNIDADE DE BENS?
d. Você promete MANTER SEGREDO (observe secrecy) sobre a existência dos negócios da
Liga?
e. Você promete obedecer às decisões da Liga? Então nos dê sua palavra de honra como
garantia.
(...)
Em nome e por ordem do Congresso
O Presidente, Karl Schill (na verdade, Karl Schapper)
Heide, Secretário (na realidade, Wilhelm Wolff)
Londres, 9 de junho de 1847
O Manifesto Comunista
Os socialistas dizem que se mais pessoas lessem a Bíblia, menos pessoas seriam cristãs. Bem,
eu li e me tornei um cristão. Mas uma coisa que se pode dizer sem sombra de dúvidas é: se
mais socialistas lessem o Manifesto Comunista, com certeza haveria bem menos deles no
mundo. É incrível como tão poucos socialistas chegaram a ler pelo menos parte do manifesto.
Todo o documento é um show de aberrações. Poucos sabem (inclusive muitos esquerdistas)
que o Manifesto Comunista apresenta uma lista de dez propostas que devem ser colocadas em
prática em países com alguma condição de desenvolvimento do plano comunista. Essas
propostas são:
1. EXPROPRIAÇÃO da propriedade latifundiária e emprego da renda da terra em proveito do
Estado.
2. Imposto FORTEMENTE progressivo.
3. ABOLIÇÃO do direito de HERANÇA.
4. CONFISCO da propriedade de todas os emigrados e sediciosos.
5. Centralização do crédito nas mãos do Estado por meio de um BANCO NACIONAL com
capital do Estado e com o MONOPÓLIO EXCLUSIVO.
6. Centralização, nas mãos do Estado, de TODOS os meios de transporte.
7. Multiplicação das fábricas e dos instrumentos de produção pertencentes ao Estado,
arroteamento das terras incultas e melhoramento das terras cultivadas, segundo um plano
geral.
8. TRABALHO OBRIGATÓRIO para todos, organização de exércitos industriais,
particularmente para a agricultura.
9. Combinação do trabalho agrícola e industrial, medidas tendentes a fazer desaparecer
gradualmente a distinção entre a cidade e o campo.
10. EDUCAÇÃO PÚBLICA e GRATUITA de todas as crianças, abolição do trabalho das
crianças nas fábricas, tal como é praticado hoje. Combinação da educação com a produção
material, etc.
Rascunho da CONFISSÃO DE FÉ COMUNISTA (que se tornou parte dos Princípios do
Comunismo, de Engels)
Questão 1: Você é um comunista?
Resposta: Sim.
Questão 2: Qual é o objetivo dos comunistas?
Resposta: Organizar a sociedade de tal modo que todo o membro dela possa desenvolver e
usar todas as suas capacidades e poderes em complete liberdade, embora sem infringir as
condições básicas dessa sociedade.
Questão 3: Como você deseja alcançar esse fim?
Resposta: Pela ELIMINAÇÃO DA PROPRIEDADE PRIVADA e sua substituição pela
COMUNIDADE DE BENS.
Questão 4: Em que você baseia sua comunidade de bens?
Resposta: Primeiramente, na massa de forças produtivas e nos meios de subsistência
resultantes do desenvolvimento da indústria, da agricultura, do comércio e da colonização, e
nas possibilidades inerentes ao uso de máquinas, produtos químicos e outros recursos com
suas extensões infinitas. Segundamente, no fato de que na consciência ou sentimento de cada
indivíduo existem certos princípios irrefutáveis que, sendo o resultado mais complete do
desenvolvimento histórico, não precisam de provas para serem demonstrados.
Questão 5: Que princípios são esses?
Resposta: Por exemplo, todo indivíduo luta para ser feliz. A felicidade desse indivíduo é
inseparável da felicidade dos demais, entre outros.
Questão 6: Como você deseja preparar o caminho para sua comunidade de bens?
Resposta: Iluminando e unindo o proletariado.
Questão 9: Como o proletariado surgiu?
Resposta: O proletariado surgiu como resultado da introdução das máquinas que têm sido
inventadas desde a metade do século passado (XVIII), das quais as mais importantes eram: o
motor a vapor, a máquina de fiar e o tear mecânico. Essas máquinas, que eram muito caras e
poderiam ser compradas apenas pelos ricos, suplantaram os trabalhadores da época, porque ao
usá-las (as máquinas) foi possível produzir produtos com mais rapidez e mais baratos do que
os trabalhadores conseguiriam com suas rodas de fiar imperfeitas e teares manuais. As
máquinas assim entregaram a produção industrial inteiramente nas mãos dos grandes
capitalistas e deixaram a escassa propriedade dos trabalhadores, que consistia principalmente
de suas ferramentas, seus teares, e outros bens menores, quase sem valor, de modo que o
capitalista ficou com tudo e o trabalhador com nada. Foi assim que o sistema fabril foi
introduzido. Uma vez que os capitalistas viram o quão vantajoso isso era para eles, eles
buscaram expandi-lo para mais e mais atividades humanas. Eles dividiram o trabalho mais e
mais entre os trabalhadores, para que os trabalhadores que antes produziam todo o bem agora
produzissem apenas parte dele. O trabalho simplificado desse modo produzia bens mais
rapidamente e, portanto, mais baratos e só então se descobriu que as máquinas poderiam ser
usadas em quase todos os ramos da atividade humana. Tão logo qualquer setor produtivo
assumia a produção fabril ele acabava, assim como a fiação e tecelagem, nas mãos dos
grandes capitalistas, e os trabalhadores foram privados dos últimos resquícios de sua
independência.
Questão 10: De que modo o proletário se diferencia do escravo?
Resposta: O escravo é vendido de uma, enquanto o proletário tem que se vender diariamente e
a cada hora. O escravo é propriedade de um senhor e por essa mesma razão ele tem uma
garantia de subsistência, por mais miserável que ela seja. O proletário e, por assim dizer, o
escravo de toda a classe burguesa, não de um senhor, e, portanto, não tem nenhuma garantia
de subsistência, já que ninguém vai comprar seu trabalho se ele não for necessário. O escravo
é contado como uma coisa e não um membro da sociedade civil. O proletário é reconhecido
como uma pessoa, como um membro da sociedade civil. O escravo pode, portanto, ter uma
subsistência melhor do que um proletário, mas o último está em uma etapa maior de
desenvolvimento. O escravo se liberta ao se tornar um proletário, abolindo da totalidade das
relações de propriedade apenas a possessão de escravos. O proletário só pode se libertar
abolindo a propriedade em geral.
Questão 13: Então você não acredita que a comunidade de bens foi possível no passado?
Resposta: Não. O comunismo surgiu apenas depois que a maquinaria e outras invenções
tornaram possível se ter a perspectiva de um desenvolvimento global, uma existência feliz,
para todos os membros da sociedade. O comunismo é a teoria de uma libertação que não era
possível para os escravos, os servos ou os artesãos, mas apenas para os proletários e, por isso,
ele pertence necessariamente ao século XIX e não a qualquer período anterior.
Questão 15: Você pretende substituir a ordem social existente por uma comunidade de bem
subitamente de uma vez só?
Resposta: Nós não temos tal intenção. O desenvolvimento das massas não pode ser feito por
decreto. Ele é determinado pelo desenvolvimento das condições nas quais as massas vivem, e,
portanto, avança gradualmente.
Questão 16: Como você acha que a transição da situação presente para a comunidade de bens
será efetuada?
Resposta: A condição fundamental e primeira para a introdução para a comunidade de bens é
a libertação política do proletariado por meio de uma constituição democrática.
Questão 17: Qual será sua primeira medida uma vez que a democracia for estabelecida?
Resposta: Garantir a subsistência do proletariado.
Questão 18: Como você fará isso?
Resposta:
I. Pela LIMITAÇÃO DA PROPRIEDADE PRIVADA de tal modo que se prepare o caminho
para sua transformação em PROPRIEDADE SOCIAL, por exemplo, adotando IMPOSTO
PROGRESSIVO, LIMITAÇÃO DO DIREITO DE HERANÇA EM FAVOR DO ESTADO,
entre outras medidas.
II. Pelo emprego de trabalhadores em oficinas e fábricas nacionais e no território nacional.
III. Pela educação de TODAS AS CRIANÇAS às expensas do estado.
Questão 19: Como você vai organizar esse tipo de organização durante o período de
transição?
Resposta: Todas as crianças serão educadas em estabelecimentos estatais desde o momento
em que elas possam prescindir dos cuidados maternos.
Questão 20: A introdução da comunidade de bens não será acompanhada da proclamação da
comunidade das mulheres?
Resposta: De jeito nenhum. Nós só iremos interferir na relação pessoal entre homens e
mulheres ou com a família em geral na medida em que a manutenção dessas instituições
perturbem a NOVA ORDEM SOCIAL. Além do mais, nós estamos bem cientes de que as
relações familiares foram alteradas no curso da história pelas relações de propriedade e pelos
períodos de desenvolvimento, de modo que consequentemente a extinção da PROPRIEDADE
PRIVADA também terá uma influência importante nelas (nas relações familiares).
Questão 21: As nacionalidades continuarão a existir sob o comunismo?
Resposta: As nacionalidades das pessoas que se unirem conforme o princípio da comunidade
de bens serão compelidas por essa união a se fundirem umas às outras e, dessa forma, se
superarão quanto às várias diferenças entre elas e verão suas classes desaparecerem por meio
da superação da base delas – a propriedade privada.
Questão 22: Os comunistas REJEITAM AS RELIGIÕES EXISTENTES?
Resposta: TODAS AS RELIGIÕES que existiram até agora foram expressões de etapas
históricas do desenvolvimento de grupos ou indivíduos. Mas o comunismo é o estágio do
desenvolvimento histórico que SUPERA e TORNA SUPÉRFLUAS TODAS AS RELIGIÕES
EXISTENTES.
Em nome e a mando do Congresso.
Secretário: Heide
Londres, 9 de junho de 1847. Escrito por Friedrich Engels.
Texto original contido em Obras Completas de Marx e Engels, Volume VI.
Princípios do Comunismo
Questão 17: Será possível ABOLIR A PROPRIEDADE PRIVADA de um único golpe?
Resposta: Não, tal coisa seria tão impossível quanto aumentar por decreto as forças produtivas
existentes no patamar necessário para estabelecer a comunidade de bens. Consequentemente,
a revolução do proletário, que tudo indica é iminente, transformará a sociedade presente
apenas GRADUALMENTE, e será capaz de abolir a propriedade privada apenas quando for
criada a quantidade necessária dos meios de produção.
Questão 18: Qual será o curso dessa revolução?
Resposta: Em primeiro lugar, ela inaugurará uma CONSTITUIÇÃO DEMOCRÁTICA e
portanto, direta ou indiretamente, a dominação política do proletário. Diretamente na
Inglaterra, onde o proletário já constitui a maioria do povo. Indiretamente na França e na
Alemanha, onde a maioria do povo consiste não apenas de proletários, mas também de
pequenos camponeses e da pequena burguesia urbana, que apenas agora está se proletarizando
e em todos os seus interesses políticos se tornando mais e mais dependentes dos proletários e,
assim, logo irão se conformar com as demandas dos proletários. Isso provavelmente irá
suscitar uma segunda luta, mas uma que pode terminar apenas com a vitória do proletário.
A DEMOCRACIA SERIA INÚTIL ao PROLETÁRIO se ela NÃO FOSSE USADA
imediatamente como um meio de aprofundar as medidas diretas de ATAQUE À
PROPRIEDADE PRIVADA e ASSEGURAR OS MEIOS DE SUBSISTÊNCIA AO
PROLETÁRIO. As principais dessas medidas, já tornadas necessárias pelas condições
existentes, são as seguintes:
1. Limitação da propriedade privada por meio de impostos progressivos, altos impostos sobre
a herança, abolição da herança por relações colaterais (irmãos, sobrinhos, etc.), empréstimos
compulsórios e assim por diante.
2. Expropriação gradual dos proprietários de terras, donos de fábricas, magnatas das ferrovias
e fretes navais, parte por meio da competição com empresas estatais e parte diretamente por
meio de confisco compensatório.
3. Confisco da propriedade de todos os emigrantes e rebeldes que se levantaram contra a
maioria do povo.
4. Organização do trabalho ou emprego dos proletários nos estados nacionais em fábricas e
oficinas nacionais, colocando assim um fim na competição entre trabalhadores e forçando os
donos de fábricas, enquanto eles existirem, a pagar os mesmos salários maiores pagos pelo
Estado.
5. Trabalho obrigatório para todos os membros da sociedade, até a completa abolição da
propriedade privada. Formação de exércitos industriais, especialmente para a agricultura.
6. Centralização do sistema de crédito e das finanças nas mãos do Estado através de um banco
nacional formado com capital do Estado e interdição de todos os bancos privados e dos
banqueiros.
7. Multiplicação das fábricas e oficinas nacionais, das ferrovias e dos navios, cultivo de todas
as terras não cultivadas e melhoramento das terras já cultivadas na mesma medida em que
aumentem os capitais e os operários disponíveis pela nação.
8. Educação de todas as crianças a partir do instante em que possam prescindir dos cuidados
maternos, em estabelecimentos nacionais e a cargo do Estado. Educação conjugada com o
trabalho fabril.
9. Construção de grandes prédios nos territórios nacionais que sirvam de habitação coletiva às
comunidades de cidadãos que trabalhem tanto na indústria como na agricultura, reunindo
assim as vantagens da vida urbana e da vida no campo, sem a unilateralidade e as
desvantagens de ambos os modos de vida.
10. Demolição de todas as casas e de todos os bairros insalubres e mal construídos. 11. Iguais
direitos à herança tanto para os filhos legítimos quanto para os ilegítimos.
12. Concentração de todos os meios de transporte nas mãos do estado.
Claro, todas essas medidas não podem ser adotadas de uma vez. Mas uma sempre irá conduzir
a outra. Uma vez que o primeiro golpe radical contra a propriedade privada tiver sido dado, o
proletário vai se ver compelido a IR CADA VEZ MAIS LONGE, para concentrar todo o
CAPITAL, toda a AGRICULTURA, toda a INDÚSTRIA, todo o TRANSPORTE e toda a
troca mais e mais nas mãos do ESTADO. Todas essas medidas trabalham na direção disso
(concentração de poder nas mãos do governo); e elas se tornarão realizáveis e desenvolverão
suas consequências centralizadoras na mesma proporção que as forças produtivas do país
forem multiplicadas pelo trabalho do proletariado. Finalmente, quando todo o capital, toda a
produção e toda a troca forem concentradas nas mãos da nação, a PROPRIEDADE
PRIVADA SERÁ AUTOMATICAMENTE EXTINTA, o dinheiro terá se tornado supérfluo e
a produção terá crescido de tal modo e OS HOMENS TERÃO MUDADO TANTO que as
demais formas das VELHAS RELAÇÕES SOCIAIS (por exemplo, casamento e família)
também irão sumir.
Questão 21: Qual influência a ordem da sociedade comunista terá sobre a família?
Resposta: Ela fará com que as relações entre os sexos se tornem puramente uma relação
privada que importará apenas às pessoas envolvidas, e às quais a sociedade não terá nenhum
direito de interferir. Ela (a influência da sociedade comunista) será capaz de fazer isso graças
à ABOLIÇÃO DA PROPRIEDADE PRIVADA e à EDUCAÇÃO COMUNAL DAS
CRIANÇAS, destruindo assim os dois pilares do até então existente CASAMENTO – a
dependência por meio da propriedade privada da mulher em relação ao marido e das crianças
em relação aos pais. Aqui também está a resposta às reclamações dos filisteus contra a
comunidade de mulheres comunista. A COMUNIDADE DE MULHERES é uma relação que
pertence também à sociedade burguesa e se manifesta hoje por meio da prostituição. Mas a
prostituição é ancorada na propriedade privada e irá acabar com ela. Assim, em vez de
introduzir a comunidade de mulheres, a organização comunista acaba com ela.
Mensagem da Direção Central à Liga dos Comunistas (assinado em Londres, em março
de 1850)
(...)
Vimos como os democratas vão chegar à dominação com o próximo movimento e como vão
ser forçados a propor medidas mais ou menos socialistas. Perguntar-se-á que medidas devem
os operários contrapropor. Os operários não podem, naturalmente, propor quaisquer medidas
directamente comunistas no começo do movimento. Mas podem:
1. Obrigar os democratas a intervir em tantos lados quanto possível da organização
social até hoje existente, a perturbar o curso regular desta, a comprometerem-se a
concentrar nas mãos do Estado o mais possível de forças produtivas, de meios de
transporte, de fábricas, de caminhos-de-ferro, etc.
2. Têm de levar ao extremo as propostas dos democratas, os quais não se comportarão em
todo o caso como revolucionários, mas como simples reformistas, e transformá-las em ataques
directos contra a propriedade privada; por exemplo, se os pequeno-burgueses propuserem
comprar os caminhos-de-ferro e as fábricas, têm os operários de exigir que esses caminhos-
de-ferro e fábricas, como propriedade dos reaccionários, sejam confiscados simplesmente e
sem indemnização pelo Estado. Se os democratas propuserem o imposto proporcional, os
operários exigirão o progressivo; se os próprios democratas avançarem a proposta de um
[imposto] progressivo moderado, os operários insistirão num imposto cujas taxas subam tão
depressa que o grande capital seja com isso arruinado; se os democratas exigirem a
regularização da dívida pública, os operários exigirão a bancarrota do Estado. As
reivindicações dos operários terão, pois, de se orientar por toda a parte segundo as concessões
e medidas dos democratas.
Mas têm de ser eles próprios a fazer o máximo pela sua vitória final, esclarecendo-se sobre os
seus interesses de classe, tomando quanto antes a sua posição de partido autónoma, não se
deixando um só instante induzir em erro pelas frases hipócritas dos pequeno-burgueses
democratas quanto à organização independente do partido do proletariado. O seu grito de
batalha tem de ser: a revolução em permanência.
O Decálogo de Lênin
Antes de avançar, vamos falar sobre algo importante. Você já ouviu falar do infame Decálogo
de Lênin? O decálogo é uma compilação de dez medidas propostas por Lênin para avançar a
agenda comunistas em um país. O que contém nessa lista? Toda ela está traduzida abaixo:
“1. Corrompa a juventude e dê a ela liberdade sexual absoluta.
2. Infiltre e tome o controle dos meios de comunicação de massa.
3. Divida a população em grupos antagonistas; encoraje a discórdia entre eles com questões
sociais.
4. Destrua a confiança do povo em seus governantes.
5. Fale a TODO O MOMENTO sobre democracia e república, mas quando a oportunidade
surgir, assuma o poder como um ditador.
6. Coopere com a drenagem dos recursos públicos; tire a credibilidade do país, especialmente
no exterior, e crie pânicos na população por meio de políticas inflacionárias.
7. Encoraje greves, mesmo que sejam ilegais, nas principais indústrias do país.
8. Promova tumultos e conspire para que a autoridade da lei não seja aplicada contra eles.
9. Coopere ativamente para destruir as fundações morais da sociedade e a honestidade e
confiança das promessas governamentais. Se infiltre em outros partidos com seu próprio
pessoal, forçando eles a votar as medidas propostas pelo seu partido.
10. Registre todos que possuírem armas, para que seja possível confisca-la quando chegar o
momento, evitando que eles se oponham à sua revolução”.
Muita gente se questiona sobre a veracidade dessa lista. Durante um tempo, eu fui cético: não
acreditava que Lênin seria tão burro de dar a receita do bolo assim, tão facilmente. Hoje eu
penso o seguinte: realmente importa se foi ele quem fez a lista? Olhe ao seu redor:
praticamente tudo que é proposto no decálogo ou já aconteceu ou está acontecendo. Se não foi
o Lênin, foi outro palhaço socialista que a escreveu. De qualquer modo, é como se a esquerda
estivesse fazendo de tudo para que as pessoas vivam a realidade desse decálogo.
Vamos à primeira proposta: “Corrompa a juventude e dê a ela liberdade sexual absoluta”.
Como está a formação da juventude de hoje? No Brasil, há crianças cantando músicas sobre
sexo e adolescentes querendo transar o mais cedo possível. Clipes musicais mostram meninos
e meninas rebolando como se fossem adultos. O carnaval parece um encontro marcado para
garotas e rapazes fazerem todo o tipo de coisa como se não houvesse consequências. O fato é
que nossa juventude já está corrompida: ou você acha que as pessoas que foram defecar e
urinar em público como protesto contra Jair Bolsonaro fazem parte de uma juventude pura?
Ou os atores que se abusam mutuamente na peça Macaquinhos foram tirados de uma
juventude inocente e normal? O fato é que a corrupção da juventude já alcançou um grau tão
profundo que muitos nem sabem se há volta. Quando jovens se reúnem em público para enfiar
estátuas de santos no ânus, como aconteceu recentemente no Rio de Janeiro, é hora de
começar a abrir os olhos para a realidade que nossa juventude vive.
Na segunda proposta, é dito: “Infiltre e tome o controle dos meios de comunicação de massa”.
Na minha opinião, o politicamente correto já sequestrou todas as edições de jornais, revistas e
programas de TV em boa parte do Brasil e do mundo ocidental. Simplesmente não podemos
confiar nos meios de comunicação convencionais. O que tem nos restado é a atividade
jornalística independente de alguns profissionais e blogs especializados que CONSTRÓEM
seus nomes (diferente dos grandes grupos como Globo e SBT, que receberam sua fama de
uma atividade passada). Por outro lado, o Komintern deu lugar especial à campanha de
propaganda comunista. Você sabia que Vladimir Herzog era um filiado ao Partido Comunista
(ilegal na sua época) e estava infiltrado na direção da TV Cultura? Os meios de comunicação
de massa JÁ ESTÃO infiltrados.
Em seguida, é proposto: “Divida a população em grupos antagonistas; encoraje a discórdia
entre eles com questões sociais”. E não é exatamente o que vemos todos os grupos de
esquerda fazer? Eles jogam católicos contra evangélicos, brancos contra pretos, pobres contra
ricos, camponeses contra fazendeiros, mulheres contra homens, sempre que têm a chance.
Essa é a agenda de provocar a guerra de classes para gerar uma crise e haver a oportunidade
de tomada do poder. Ao mesmo tempo, ela ajuda os comunistas a controlarem minorias
manipuláveis. Mas que fique claro: a intenção é CONTROLAR. Você nunca vai ver um
comunista prometendo redução de impostos para gays ou negros. O que você vai ver é a
promessa de benefícios e privilégios para aqueles que apoiarem ele.
O decálogo diz em seguida que se deve destruir “a confiança do povo em seus governantes”.
É a agenda de chamar de bandido ou corrupto todos aqueles que se colocam contra eles. O
PMDB era um partido corrupto até se aliar com o PT. Depois que a coligação se desfez, o
PMDB se tornou um dos maiores alvos dos petralhas. Ao mesmo tempo, o comportamento
dos peões do comunismo desfaz qualquer confiança que o povo possa ter em seus
governantes. O candidato da esquerda vai sujar suas mãos para criar políticas que vão
substituir independência privada por dependência pública. Quando isso acontece, os ajudados
passam a votar não por confiança, mas por fome.
A lista também tem uma proposta bem conhecida aqui no Brasil: “Fale a TODO O
MOMENTO sobre democracia e república, mas quando a oportunidade surgir, assuma o
poder como um ditador”. É o que todos os partidos de esquerda fazem por aqui. Não é só o
PT. Os tucanos chegaram ao poder com um papo-furado de democracia e respeito às
instituições, mas foram eles quem mais agrediram os direitos dos proprietários rurais e dos
donos de armas. PT fala de democracia, mas não teve nenhum problema em deliberadamente
ignorar o resultado do referendo de 2005 onde o povo rejeitou a campanha desarmamentista.
Os comunistas e seus mínions sempre falam de democracia e liberdade, mas muitas vezes no
próprio programa deles há propostas tirânicas.
Talvez o mais emblemático plano comunista para minar a estabilidade de um país seja a
falência econômica. Eles dizem: “Coopere com a drenagem dos recursos públicos; tire a
credibilidade do país, especialmente no exterior, e crie pânicos na população por meio de
políticas inflacionárias”. O que temos visto a esquerda fazer no poder? Aumentar o
orçamento, gastar além do que tem, comprar o que não pode. O governo gasta até o que não
têm. E quando alguém avisa para ele que não tem mais dinheiro, ele IMPRIME mais para
pagar suas dívidas, gerando pressões inflacionárias. Um governo quebrado não tem
capacidade para responder aos ataques da esquerda. É necessário ter uma estrutura mínima
para, por exemplo, conseguir manter um mínimo de estabilidade contra Comando Vermelho,
Primeiro Comando da Capital, Movimento Sem Terra, Movimento Sem Teto e a já tradicional
violência que assola o nosso país.
Os dois próximos itens da lista envolvem a promoção de revoltas, por meio do encorajamento
de “greves, mesmo que sejam ilegais, nas principais indústrias do país” e da promoção de
tumultos sem que “a autoridade da lei não seja aplicada contra eles”. E não é isso que vemos o
tempo inteiro? Até de modo radical? Os comunistas não incentivam e promovem os tumultos
sindicais e a greve política ou mesmo tempo em que minam a confiança da polícia? O
Decálogo de Lênin, tendo sido escrito ou não por ele, está sendo implantado em seus mínimos
detalhes no Brasil. Até mesmo a mídia (segunda proposta) está perfeitamente alinhada com
esses protestos e manifestações violentos. Os jornalistas criticam a polícia até quando ela está
correta. Alguns parecem vibrar quando um PM morre. É horrível.
O nono ponto do decálogo fala da corrupção moral da sociedade. É proposto que se destrua
“as fundações morais da sociedade e a honestidade e confiança das promessas
governamentais”. No mesmo item, eles pregam a infiltração “em outros partidos com seu
próprio pessoal, forçando eles a votar as medidas propostas pelo seu partido”. Nada disso é
novo ou entra em contradição com o marxismo, o leninismo nem as vertentes mais modernas
do socialismo. A esquerda tem como modus operandi a corrupção constante das instituições
que formam nossa base moral. Ela se infiltra não só em partidos, mas em grupos populares e
instituições educacionais para pregar suas ideias. O plano comunista é mais eficaz quanto
mais corrompidas estão as fundações morais da população.
Enfim, a última proposta de Lênin seria o desarmamento ativo da população inimiga. Perceba
que a maior parte dos países socialistas desarmou sua população logo antes ou logo depois
que os comunistas chegaram ao poder. Hitler desarmou sua população, Stalin desarmou os
russos, os ditadores africanos tiraram as armas dos seus súditos. Um plano revolucionário
conduzido por uma minoria maluca só pode dar certo se não existirem inimigos armados para
atrapalhar seus planos. Dito tudo isso, realmente não importa se Lênin escreveu ou não o
decálogo: o que importa é que ele está sendo colocado integralmente em prática não só no
Brasil, mas na maior parte dos países do mundo onde há um partido comunista ou socialista.
Condições do Komintern
O II Congresso Mundial estabelece as seguintes condições de admissão na Internacional
Comunista:
1. A propaganda e a agitação cotidianas devem ter um caráter efetivamente comunista e
corresponder ao programa e às resoluções da III Internacional. Os órgãos de imprensa
controlados pelo Partido devem ter a redação a cargo de comunistas fiéis, provadamente
devotados à causa proletária. A ditadura do proletariado não deve ser abordada como um
simples chavão de uso corrente, mas preconizada de modo que todo operário, operária,
soldado e camponês comum deduza sua necessidade dos fatos da vida real, mencionados
diariamente em nossa imprensa.
As editoras partidárias e a imprensa, periódica ou não, devem estar inteiramente submetidas
ao Comitê Central do Partido, seja este atualmente legal ou não. É inadmissível que as
editoras abusem de sua autonomia e sigam uma política que não corresponda à do Partido.
Nas páginas dos jornais, nos comícios populares, nos sindicatos, nas cooperativas e onde quer
que os partidários da III Internacional encontrem livre acesso, é indispensável atacar de modo
sistemático e implacável não somente a burguesia, mas também seus cúmplices, os
reformistas de todos os matizes.
2. As organizações que desejam filiar-se à Internacional Comunista devem afastar de modo
planejado e sistemático os reformistas e os “centristas” dos postos minimamente importantes
no movimento operário (organizações partidárias, redações, sindicatos, bancadas
parlamentares, cooperativas, municipalidades etc.) e substituí-los por comunistas fiéis, sem
abalar-se com o fato de às vezes ser necessário, de início, trocar militantes “experientes” por
operários comuns.
3. Em quase todos os países da Europa e da América, a luta de classes está entrando na fase da
guerra civil. Em tais condições, os comunistas não podem confiar na legalidade burguesa e
devem formar em toda parte um aparelho clandestino paralelo que possa, no momento
decisivo, ajudar o Partido a cumprir seu dever perante a revolução. Nos países onde os
comunistas, por conta do estado de sítio ou das leis de exceção, não podem atuar em total
legalidade, é absolutamente indispensável combinar o trabalho legal e o clandestino.
4. O dever de propagar as ideias comunistas inclui a necessidade especial da propaganda
persistente e sistemática nos exércitos. Nos lugares onde as leis de exceção proíbem essa
agitação, ela deve ser realizada clandestinamente. Renunciar a essa tarefa equivale a trair o
dever revolucionário e desmerecer a filiação à III Internacional.
5. É indispensável a agitação sistemática e planejada no campo. A classe operária não pode
garantir sua vitória sem atrair ao menos uma parcela dos assalariados agrícolas e dos
camponeses mais pobres e neutralizar com sua política uma parte dos setores rurais restantes.
O trabalho comunista no campo está adquirindo atualmente a mais suma importância. Para
realizá-lo, é especialmente indispensável o auxílio dos trabalhadores comunistas
revolucionários da cidade e do campo ligados ao campesinato. Renunciar a essa tarefa ou
delegá-la a semirreformistas duvidosos equivale a renunciar à própria revolução proletária.
6. Os Partidos que desejam filiar-se à III Internacional devem denunciar não somente o social-
patriotismo aberto como também a falsidade e a hipocrisia do social-pacifismo, demonstrando
sistematicamente aos trabalhadores que, sem a derrubada revolucionária do capitalismo,
nenhuma corte internacional de arbitragem, nenhum tratado de redução de armamentos e
nenhuma reorganização “democrática” da Liga das Nações livrará a humanidade de novas
guerras imperialistas.
7. Os Partidos que desejam filiar-se à Internacional Comunista devem reconhecer a
necessidade da ruptura completa e definitiva com o reformismo e o “centrismo” e preconizá-
la entre o grosso da militância. Sem isso, torna-se impossível realizar uma política comunista
consequente.
A Internacional Comunista exige de modo incondicional e categórico que se realize essa
ruptura o mais rápido possível. Não se pode admitir que oportunistas notórios como, por
exemplo, Turati, Kautsky, Hilferding, Hillquit, Longuet, MacDonald, Modigliani e outros
tenham o direito de considerar-se membros da III Internacional, o que a levaria a equiparar-se
fortemente à falida II Internacional.
8. Na questão colonial e das nações oprimidas, é indispensável que tenham uma linha
particularmente clara e precisa os Partidos dos países cuja burguesia possui colônias e oprime
outros povos. Os Partidos que desejam filiar-se à III Internacional devem denunciar
implacavelmente as artimanhas de “seus” imperialistas nas colônias; apoiar os movimentos de
libertação nas colônias não somente em palavras, mas também em atos; exigir a expulsão de
seus compatriotas imperialistas das colônias; cultivar no coração dos operários de seus países
um sentimento fraternal sincero para com a população trabalhadora das colônias e das nações
oprimidas; e realizar entre as tropas da metrópole uma agitação sistemática contra todo tipo de
opressão dos povos coloniais.
9. Os Partidos que desejam filiar-se à Internacional Comunista devem realizar uma atividade
sistemática e persistente nos sindicatos, nos conselhos operários e industriais, nas
cooperativas e em outras organizações de massas, onde é indispensável criar células que, após
longo e persistente trabalho, ganhem-nas para a causa comunista. Inteiramente subordinadas
ao conjunto do Partido, essas células devem, a cada passo de seu trabalho cotidiano, denunciar
as traições dos sociais-patriotas e as hesitações dos “centristas”.
10. Os Partidos filiados à Internacional Comunista devem insistentemente lutar contra a
“Internacional” Sindical Amarela de Amsterdã e preconizar entre os operários sindicalizados
a necessidade de romper com ela. Esses Partidos devem apoiar, por todos os meios, a nascente
unificação internacional dos sindicatos vermelhos que apoiam a Internacional Comunista.
11. Os Partidos que desejam filiar-se à III Internacional devem rever a composição de suas
bancadas parlamentares, removendo os elementos desconfiáveis, submetendo-as ao Comitê
Central do Partido não somente em palavras, mas também na prática, e exigindo que cada
parlamentar comunista sujeite sua atuação aos interesses da propaganda e da agitação
realmente revolucionárias.
12. Os partidos filiados à Internacional Comunista devem ser organizados segundo o princípio
do “centralismo” democrático. No atual período de guerra civil encarniçada, um Partido
Comunista só poderá cumprir seu dever se for organizado da maneira mais centralizada
possível, se nele predominar uma disciplina férrea que beire a militar e se seu órgão central
gozar de forte autoridade, de amplos poderes e da confiança unânime da militância.
13. Os Partidos Comunistas que atuam legalmente devem realizar depurações periódicas
(recadastramentos) entre os efetivos de suas organizações para remover sistematicamente os
inevitáveis elementos pequeno-burgueses.
14. Os Partidos que desejam filiar-se à Internacional Comunista devem apoiar
incondicionalmente cada República Soviética em seu combate às forças
contrarrevolucionárias. Os Partidos Comunistas devem buscar continuamente convencer os
trabalhadores a não transportar material bélico aos inimigos dessas Repúblicas, a realizar uma
propaganda legal ou clandestina entre as tropas enviadas para sufocar as repúblicas operárias
etc.
15. Os Partidos que ainda mantêm seus velhos programas social-democratas devem revisá-los
o mais rápido possível e elaborar um novo, afinado com as resoluções da Internacional
Comunista e adaptado às particularidades nacionais. Como regra, os programas dos Partidos
filiados devem ser aprovados pelo Congresso Mundial seguinte ou pelo Comitê Executivo da
Internacional Comunista. Caso este não aprove determinado programa, o Partido tem o direito
de recorrer ao Congresso Mundial.
16. Todas as resoluções dos congressos da Internacional Comunista, bem como as de seu
Comitê Executivo, são obrigatórias para os Partidos a ela filiados. Atuando em meio à mais
encarniçada guerra civil, a Internacional Comunista deve ser organizada de forma muito mais
centralizada do que a II Internacional. Além disso, o trabalho da Internacional Comunista e de
seu Comitê Executivo deve evidentemente levar em conta as mais diversas condições de luta e
de atuação dos diferentes Partidos e só tomar decisões de obrigação geral nas questões em que
isso seja realmente possível.
17. Conforme tudo o que foi exposto acima, os Partidos que desejam filiar-se à Internacional
Comunista devem mudar seu nome para Partido Comunista de... (Seção da III Internacional
Comunista). A questão do nome não é meramente formal, mas possui grande importância. A
Internacional Comunista declarou uma guerra decidida contra o mundo burguês e os partidos
social-democratas amarelos. É indispensável deixar completamente clara a todo trabalhador
comum a diferença entre os Partidos Comunistas e os velhos partidos “social-democratas” ou
“socialistas” oficiais que traíram a bandeira da classe operária.
18. Os órgãos dirigentes da imprensa partidária de todos os países devem publicar os
documentos oficiais importantes do Comitê Executivo da Internacional Comunista.
19. Os Partidos filiados à Internacional Comunista ou que solicitaram sua filiação devem
convocar o mais rápido possível, mas até quatro meses após o II Congresso Mundial, um
congresso extraordinário para discutir internamente estas condições. Além disso, os Comitês
Centrais devem cuidar para que as organizações de base conheçam as resoluções do II
Congresso da Internacional Comunista.
20. Os Partidos que gostariam de filiar-se agora à III Internacional, mas ainda não mudaram
radicalmente sua antiga tática, devem cuidar para que, até sua filiação, não menos de 2/3 de
seu Comitê Central e de seus principais órgãos centrais sejam compostos por camaradas que,
antes do II Congresso da Internacional Comunista, já tenham se manifestado de forma aberta
e inequívoca a favor do ingresso de seu Partido. O Comitê Executivo da III Internacional tem
o direito de admitir exceções, inclusive no caso dos representantes “centristas” mencionados
no § 7.
21. Devem ser expulsos do Partido os membros que rejeitarem por princípio as condições e
teses apresentadas pela Internacional Comunista.
Os 25 Pontos do Nacional-Socialismo
Para quem viveu a vida inteira na Matrix, não adianta muita coisa dizer que Hitler era um
socialista DE FATO sem fazer uma boa exposição, não é? Por isso eu sugiro a leitura de um
documento publicado pelo Partido dos Trabalhadores Nacional Socialista Alemão (PT-Nazi)
em 1920 com os vinte e cinco pontos defendidos pelo partido. Dentre as políticas defendidas
pelo PT-Nazi, estão:
11. Que toda renda não merecida, e toda renda que não venha de trabalho, seja abolida.
(…)
13. Nós exigimos a nacionalização de todos os grupos investidores.
14. Nós exigimos participação dos lucros em grandes indústrias.
15. Nós exigimos um aumento generoso em pensões para idade avançada.
16. Nós exigimos a criação e manutenção de uma classe média sadia, a imediata socialização
de grandes depósitos que serão vendidos a baixo custo para pequenos varejistas, e a
consideração mais forte deve ser dada para assegurar que pequenos vendedores entreguem os
suprimentos necessários ao Estado, às províncias e municipalidades.
17. Nós exigimos uma reforma agrária de acordo com nossas necessidades nacionais, e a
oficialização de uma lei para expropriar os proprietários sem compensação de quaisquer terras
necessárias para propósito comum. A abolição de arrendamentos de terra, e a proibição de
toda especulação na terra.
(…)
20. A fim de tornar possível para todos os alemães capazes e industriosos obter educação mais
elevada, e assim a oportunidade de alcançar posições de liderança, o Estado deve assumir a
responsabilidade de organizar completamente todo o sistema cultural do povo. Os currículos
de todos os estabelecimentos educacionais serão adaptados para a vida prática.
(…)
23. Jornais que transgridam o bem-estar comum serão suprimidos. Nós exigimos acão legal
contra aquelas tendências na arte e literatura que tenham influência ruidosa sobre a vida do
nosso povo, e que quaisquer organizações que que atentem contra as exigências agora
mencionadas sejam dissolvidas.
(…)
25. A fim de executar este programa, nós exigimos: a criação de uma autoridade central forte
no Estado, a autoridade incondicional pelo parlamento político central de todo o Estado e
todas as suas organizações.
Se você ver bem, toda a ideologia socialista está inserida nesses pontos. O 11º ponto é uma
proposta de controlar bancos privados e proibir os juros. Nós vimos como desde os
primórdios do movimento comunista organizado a esquerda persegue a criação de um Banco
Nacional com monopólio da atividade bancária. Esse ponto sugere exatamente isso.
Se o PT-Nazi fosse mesmo de “extrema-direita”, era de se esperar que seus membros
quisessem a privatização dos serviços públicos como nós de direita queremos, não é mesmo?
Mas o 13º ponto pede justamente o contrário: a nacionalização de TODOS OS GRUPOS de
investidores.
Da mesma forma, se o PT-Nazi fosse extremamente de direita, seria de se esperar que
quisesse que o estado saísse EXTREMAMENTE da vida dos empresários, não é? Era de se
esperar que os nazistas defendessem deixar o lucro das empresas para elas, não para o estado.
No entanto, o 14º ponto EXIGE a participação no lucro das grandes indústrias. Super-de-
extrema-direita, não é?
E a reforma da previdência? Se o PT-Nazi fosse minimamente de direita, era de se esperar que
fosse deixar o trabalhador cuidar da própria previdência. Como nós da direita costumamos
falar, eles deveriam deixar o estado fora desse assunto. Mas o que encontramos nos 25 Pontos
do Partido Nazista? Uma proposta de AUMENTO GENEROSO de pensões para idosos. Só
uma anta (cujo habitat natural parece ser nos cursos de humanas de universidades públicas)
diria que essa proposta sequer aproxima o PT-Nazi da direita.
E o preço e a liberdade de compra e venda que todos os direitistas pregam? Se os nazistas
fossem mesmo de “extrema-direita”, era de se esperar que eles fossem defender a liberdade
EXTREMA dos preços e a completa desregulamentação do comércio, certo? Mas o ponto 16
do programa prega a IMEDIATA socialização dos grandes depósitos de comida para que
sejam vendidos a baixo custo, além de mandar os pequenos vendedores entregarem os
suprimentos necessários ao governo.
A aproximação do PT-Nazi com o socialismo é tão grande que até REFORMA AGRÁRIA os
nazistas pregavam como política de governo. Não só isso, no 17º ponto eles dizem querer
oficializar uma lei para EXPROPRIAR terras SEM COMPENSAÇÃO. Ao mesmo tempo,
queriam abolir o aluguel de terras. Todas essas medidas não são de “extrema-direita”. Elas
não chegam nem perto da direita. Essas políticas estão NA esquerda.
Adam Weishaupt propunha uma revolução mundial por meio do controle da educação e da
opinião pública. O ideal de controle da cultura é uma constante no movimento socialista.
Então não é por acaso que o 20º ponto do programa nazista entra exatamente nesse assunto.
Os nazistas (como bons socialistas) queriam que o estado assumisse “completamente todo o
sistema cultural do povo”. Não sei você, mas eu não quero o estado assumindo o funk, o
sertanejo e o carnaval. Além de um desperdício de dinheiro, seria totalmente sem graça.
Creio que nos últimos anos você também tenha acompanhado as iniciativas da esquerda para
controlar os jornais e as televisões no Brasil. Leis de controle da atividade jornalística e de
proteção de políticos contra a publicidade dos seus atos têm sido propostas ano a ano como
forma de camuflar os mensalões e petrolões que movem o Congresso Nacional. Os nazistas
sabiam que um bom governo socialista não resiste a uma boa imprensa. Por isso eles pediam
no ponto 23 que os jornais que não lhes agradassem fossem proibidos. Eles chegaram ao
ponto de propor ações contra a arte e a literatura com “influência ruidosa” sobre a consciência
do povo.
O último ponto do PT-Nazi fecha com chave de ouro essa confissão de esquerdismo. Eles
EXIGIAM a criação de uma AUTORIDADE CENTRAL FORTE. Se pergunte: nós de direita
queremos um governo grande ou pequeno? Nós queremos que a autoridade seja CENTRAL
ou regional? Em qualquer situação, a proposta nazista se afasta da direita. De fato, os 25
Pontos do Partido Nazista PROVAM que o movimento de Hitler era de ESQUERDA.
Essa realidade só foi esquecida porque, com a vitória da União Soviética na Segunda Guerra
Mundial, os comunistas usaram todos os seus agentes de influência no ocidente para
popularizar a bipolarização do espectro político com os comunistas na esquerda e os nazistas
na direita. Ou seja: não dá para fugir do socialismo. Ou você é um “mau” socialista
(como os nazistas) ou um “bom” socialista (como os comunistas). A direita como
conhecimentos NÃO EXISTE nesse modelo.
Os nazistas eram de esquerda e pregavam o socialismo. Em um discurso no dia do trabalhador
de 1927, Hitler disse: “NÓS SOMOS SOCIALISTAS. Nós somos inimigos do sistema
econômico capitalista por sua exploração dos economicamente mais fracos, com seus salários
injustos, com sua valorização indecente dos seres humanos conforme sua riqueza e
propriedade, em vez da sua responsabilidade e performance, e nós estamos determinados a
DESTRUIR esse sistema custe o que custar”. Joseph Goebbels publicou em 1932 um panfleto
chamado “Aqueles Malditos Nazistas”. Nesse panfleto, ele pregava: “Porque nós somos
SOCIALISTAS, nós sentimos as mais profundas bênçãos da nação, e porque nós somos
nacionalistas, nós queremos promover a JUSTIÇA SOCIALISTA em uma Nova Alemanha”.
Logo em seguida, o panfleto esclarece “Por que somos socialistas?”. O texto nazista dizia:
“Nós somos SOCIALISTAS porque nós vemos no SOCIALISMO, que é a união de TODOS
OS CIDADÃOS, a única chance de manter nossa herança racial para recuperar nossa
liberdade política e renovar o estado alemão”. Ele continua: “Nós somos SOCIALISTAS
porque nós vemos a questão social como uma questão de necessidade e justiça para a própria
existência de um estado para nosso povo, não uma questão de pena barata e sentimentalismo
ofensivo”. Então não há sombra de dúvida de que Goebbels era um socialista. E como
socialista, ele tinha uma relação conturbada com os judeus.
O antissemitismo socialista de fato foi potencializado na Alemanha. Entretanto, os judeus
foram perseguidos em todos os países socialistas, inclusive na União Soviética. A justificativa
para esse desprezo que os socialistas têm com os judeus pode ser encontrada no seguinte
parágrafo (ainda do panfleto nazista de 1932): “O que o antissemitismo tem a ver com o
socialismo? Eu colocaria a questão dessa forma: o que o JUDEU tem a ver com o socialismo?
O socialismo tem a ver com o trabalho. Quando alguém viu um judeu trabalhando em vez de
estar saqueando, roubando e vivendo do suor dos outros? Como SOCIALISTAS nós somos
oponentes dos JUDEUS porque nós vemos nos hebreus a INCARNAÇÃO DO
CAPITALISMO, do mal-uso dos bens da nação”. O panfleto pode ser nazista, mas ele explica
perfeitamente o ódio que os socialistas têm contra os judeus.
O ódio contra os judeus se dá por uma associação deles ao capitalismo. Podemos supor então
que os nazistas (que os professores burros chamam de “extrema-direita”) odiavam mais o
capitalismo do que os próprios judeus, não é mesmo? De fato, Goebbels pregava: “Eu posso
amar a Alemanha e ODIAR o capitalismo. Não apenas eu posso, eu DEVO. Apenas a
ANIQUILAÇÃO de um SISTEMA DE EXPLORAÇÃO carrega com ela o núcleo do
renascimento de nosso povo”. Eu sei que pode ser um choque para muitos que estão saindo
da Matrix agora, ao ler este livro. Mas se você ainda duvida, procure por si mesmo. Se você
não acredita no que TRANSCREVI aqui, busque informações sobre o discurso de 1º de maio
de Hitler e sobre o panfleto de Goebbels (Those Damned Nazis) e tire suas dúvidas.
O uso do socialismo como política não parou por ali. Em 1941, em discurso de 22 de junho,
Hitler dizia: “Eu, por outro lado, tentei por duas décadas construir uma NOVA ORDEM
SOCIALISTA na Alemanha, com um mínimo de interferência e sem afetar nossa capacidade
produtiva”. Na ocasião de um referendo em 1936, a propaganda nazista falava de suas
políticas socialistas. Um cartaz dizia: “O trem teria 6.000 quilômetros, indo de Berlim a Addis
Abeba, se ele tivesse carregado as 209 centenas de milhões de quilos de material mandado
para a campanha de Alívio de Inverno durante os anos de 1933-1935. ISSO É O
SOCIALISMO EM AÇÃO. Apoiem o führer em 29 de março”. Veja bem: as duas maiores
lideranças do PT-Nazi eram SOCIALISTAS. As políticas dos nazistas eram
SOCIALISTAS. Há uma abundante fonte de documentos da época que mostram o quão
burros nossos professores foram ao comparar os nazistas com qualquer coisa próxima da
direita. Então por que chamar o PT-Nazi de “extrema-direita”?
Só para não deixar dúvida quanto ao posicionamento econômico dos nazistas, vamos pegar
alguns trechos do panfleto de Goebbels chamado Os Nazi-Sozi. Ali ele pregava: “SIM, nós
dizemos que somos SOCIALISTAS! Esse é o segundo passo. O segundo passo contra o
ESTADO BURGUÊS. Nós nos declaramos SOCIALISTAS como um protesto contra a
mentira da misericórdia burguesa. Sua proposta de ‘legislação social’ é absurda”. É
interessante porque ele usa alguns termos que estavam sendo utilizados por Gramsci na
mesma época. Percebeu o uso de “ESTADO BURGUÊS”? Um dos subtítulos do panfleto
também é O ESTADO CLASSE. Sob esse título, ele escreve: “Dezessete milhões de pessoas
veem a guerra de classes como sua única esperança porque eles aprenderam isso da DIREITA
por mais de 60 anos. Como nós temos o direito moral de reclamar contra a guerra de classes
proletária se nós não destruirmos PRIMEIRO o ESTADO DA CLASSE BURGUESA e
substituí-lo com uma NOVA ESTRUTURA SOCIALISTA da comunidade alemã”.
Ou seja, o nazismo era SIM socialista. Os nazistas eram SIM de esquerda. E a esquerda
modernosa pode chorar à vontade porque lágrimas e mentiras não alteram os fatos. Um
desertor da União Soviética detalhou algumas dessas semelhanças em um livro chamado O
Grande Culpado, onde mostra como foi Stalin quem mexeu os pauzinhos para dar início à
Segunda Guerra Mundial. Seu nome era Viktor Suvurov e ele era membro do serviço de
inteligência soviético. No livro, ele escreve: “Hitler considerava que seu caminho para o
socialismo era o único correto e enxergava os outros caminhos como distorções. Stalin
também considerava sua trilha para o socialismo perfeitamente correta e via as outras como
diversificações da sua linha principal. (…) Hitler tinha um plano QUADRIENAL. Stalin tinha
um plano QUINQUENAL (agora você sabe que esse absurdo chamado Plano Plurianual que
temos no Brasil tem inspiração socialista). Na Alemanha de Hitler, um partido detinha o
poder; os demais estavam atrás das grades. Na União Soviética de Stalin, um partido detinha o
poder; os demais estavam atrás das grades. O partido de Hitler situava-se acima da nação e os
líderes dirigiam o país. O de Stalin também se achava acima da nação e os líderes dirigiam o
país. As datas comemorativas mais importantes no império de Stalin eram no primeiro dia de
maio e nos dias 7 e 8 de novembro. No império de Hitler, eram no primeiro dia de maio e nos
dias 8 e 9 de novembro”.
Tudo aponta para uma aproximação ideológica entre os dois partidos: o Partido Comunista
soviético e o Partido dos Trabalhadores alemão. Os socialistas podem querem esconder isso
hoje, mas graças à internet eles não conseguem (e é por isso que eles querem controlar a
internet). Qualquer um pode procurar informações sobre o famoso Pacto Molotov-Ribbentrop,
assinado entre a Alemanha nazista e a União Soviética em 23 de agosto de 1939, uma semana
antes do início da Segunda Guerra Mundial. E o que foi o Pacto Molotov-Ribbentrop? O
tratado foi um acordo entre os dois países dividindo a Europa em esferas de influência. Ele
garantia o controle da Finlândia pela Rússia e dividia a Polônia no meio entre comunistas e
nazistas. O acordo também era um compromisso de não-agressão entre eles, de modo que a
União Soviética foi a principal fornecedora de recursos para a Alemanha nazista até 1941.
Sim, você não leu errado: os COMUNISTAS foram os maiores provedores de
RECURSOS aos nazistas durante todo o começo da guerra.
Em troca do reconhecimento da conquista soviética sobre a Estônia, a Letônia, a Lituânia, a
Finlândia e parte do Leste Europeu, os nazistas receberiam comida e petróleo dos comunistas.
O que é realmente interessante nesse pacto é o segundo artigo do que pode ser chamado de
Protocolo Adicional Secreto, assinado também em Moscou no mesmo dia do acordo. O
segundo artigo do protocolo adicional dizia: “No caso de haver um rearranjo político e
territorial das áreas pertencentes ao estado polaco, as esferas de influência da Alemanha e da
URSS (União das Repúblicas SOCIALISTAS Soviéticas) farão fronteira aproximadamente na
linha dos rios Narev, Vístula e San” Explicando: caso QUALQUER um dos dois lados
avançassem contra “áreas pertencentes ao estado polaco”, AUTOMATICAMENTE a
fronteira entre a Alemanha e a Rússia seria deslocada para o meio da Polônia. Não importava
QUEM atacasse primeiro nem SE a outra parte ia atacar. Em qualquer caso de
“rearranjo territorial” na Polônia, os dois países reconheceriam a fronteira no centro
daquele país.
Por isso, pode-se dizer que quem começou a Segunda Guerra Mundial não foram apenas os
nazistas: os comunistas participaram moralmente e materialmente da invasão da Polônia que
começou em 1º de setembro de 1939. De fato, pouco mais de duas semanas depois, os
soviéticos estavam invadindo a parte oriental da Polônia, o que facilitou o transporte de
recursos para os nazistas. Como todo comunista no poder, Stalin tinha um plano que era maior
do que ele: a intenção dos comunistas era deixar que Hitler conquistasse a Europa Ocidental
para depois acabar com os aliados alemães e dar um passo gigantesco na direção de uma
REVOLUÇÃO UNIVERSAL. Em 1941 os nazistas teriam descoberto as intenções de Stalin e
começaram a se preparar para morder a mão que os alimentava. É inquestionável que os
russos tinham concentrado praticamente toda a sua força militar, muito superior à dos nazistas
já em 1941, na fronteira com a Alemanha. Em 22 de junho os alemães lançaram a Operação
Barbarossa, atacando as forças CONCENTRADAS dos russos na fronteira oriental entre os
dois países. Graças ao ataque surpresa, Hitler conseguiu sustentar a guerra por mais quase
quatro anos. Se não tivesse feito assim, teria sido derrotado pelos comunistas e hoje teríamos
uma Europa soviética.
O Manifesto Fascista
O fascismo italiano surgiu ainda antes do nazismo alemão. Enquanto o nazismo se diferenciou
pela importância que deu à questão racial, a ideia forte no fascismo era o corporativismo.
Desde o começo, os fascistas defenderam um estado totalitário e interventor, mesmo que
inicialmente não tenham ido a fundo em suas propostas. Eles também combateram os
comunistas organizados em ligas camponesas no interior da Itália, o que de fato não é comum
em movimentos de esquerda. O fascismo que conhecemos era a ideologia do Partido Fascista
Nacional que, pode-se dizer, foi criado a partir de uma dissidência do Partido Socialista
Italiano. Mussolini criou o Partido Fascista Nacional em 9 de novembro de 1922, mas era um
dos líderes do Partido Socialista Italiano desde 1912. Durante esses dez anos, foi um
participativo membro da Segunda Internacional Socialista, criada em 1889 para substituir a
primeira.
O fascismo italiano não estava totalmente alinhado com as forças que moveram os comunistas
na Rússia em 1917, mas pode ser muito bem comparado à linha de ação da Segunda
Internacional, que tinha como principais componentes os movimentos socialistas e
trabalhistas organizados. A Segunda Internacional foi dissolvida em 1916, mas deixou sua
marca como fomentadora das ideias que inspiraram Mussolini a criar seu Partido Fascista. E
quais eram essas ideias exatamente? Um dos principais documentos que consolidaram o
pensamento fascista foi o chamado Manifesto dos Fascis de Combate Italianos (mais
conhecido como o Manifesto Fascista), publicado em 6 de junho de 1919 no jornal Il Popolo
d’Italia. O manifesto dizia o seguinte (preste atenção nas palavras marcadas):
“Italianos. Eis aqui o programa de um movimento genuinamente italiano. Revolucionário
porque é antidogmático; fortemente inovador e antiprejudicial.
Para o problema político:
Nós queremos:
a) Sufrágio universal com lista de votação regional, com representação proporcional, voto e
elegibilidade para as mulheres.
b) O mínimo de idade para os eleitores seja baixado para os 18 anos; para os deputados (os
representantes eleitos) seja baixado para os 25 anos.
c) Abolição do Senado.
d) A convocação de uma Assembleia Nacional por três anos, cuja competência seja a de
estabelecer a constituição do Estado.
e) A formação de Conselhos Nacionais técnicos do trabalho, da indústria, do transporte, da
higiene social, das comunicações, e outros, que sejam eleitos a partir da coletividade
profissional ou trabalhista, com poderes legislativos e direito de eleger um Comissário Geral
com poder de Ministro.
Para o problema social:
Nós queremos:
a) A promulgação de uma lei do Estado que consagre para todas as profissões a JORNADA
LEGAL DE OITO HORAS DE TRABALHO.
b) O SALÁRIO MÍNIMO.
c) A PARTICIPAÇÃO dos representantes dos trabalhadores no FUNCIONAMENTO
TÉCNICO DAS INDÚSTRIAS.
d) Que seja confiada às organizações PROLETÁRIAS (que sejam moralmente e tecnicamente
dignas disso) a gestão das indústrias e dos serviços públicos.
e) A RÁPIDA e COMPLETA sistematização das FERROVIAS e de TODAS AS
INDÚSTRIAS DE TRANSPORTE.
f) Uma modificação necessária do projeto de LEI PREVIDENCIÁRIA, baixando o limite de
idade, proposto atualmente em 65 anos, para 55 anos.
Para o problema militar:
Nós queremos:
a) A instituição de uma MILÍCIA NACIONAL com curtos períodos de instrução e
competência exclusivamente defensiva.
b) A NACIONALIZAÇÃO de todas as fábricas de armas e de explosivos.
c) Uma política externa nacional que compreenda a valorização, nas competições pacíficas
das civilizações, a Nação italiana no mundo.
Para o problema financeiro:
Nós queremos:
a) Um FORTE IMPOSTO extraordinário sobre o CAPITAL de CARÁTER PROGRESSIVO,
que tenha a forma de uma VERDADEIRA EXPROPRIAÇÃO PARCIAL de todas as
riquezas.
b) O SEQUESTRO de TODOS OS BENS das CONGREGAÇÕES RELIGIOSAS e a
ABOLIÇÃO de todos os auxílios dados às dioceses que constituem um enorme peso para a
Nação e um privilégio para poucos.
c) A revisão de todos os contratos de fornecimento de guerra e o SEQUESTRO de 85% dos
lucros de guerra”.
Esse é o Manifesto Fascista. Perceba que algumas das metas contidas no Manifesto
Comunista estão lá: impostos agressivamente progressivos, expropriações de lucros e de
bens, nacionalização de fábricas, monopolização do sistema de transporte, entre outras
ideias. Além dessas propostas facilmente identificadas com a ESQUERDA, a redução da
jornada de trabalho, ou a fixação da mesma em oito horas, NÃO É e nunca foi uma proposta
de direita. Grupos de direita, liberais e conservadores, lutam até hoje contra a imposição de
um salário mínimo. Igualmente, a ideia de forçar empresas a receber trabalhadores em seus
comitês executivos sempre foi um objetivo da ESQUERDA, nunca da direita. Então, podemos
concluir que se o fascismo for de alguma extremidade, é da EXTREMA-ESQUERDA.
Mas o fascismo sofreu alterações durante os anos em que ficou no poder e em 1932 Mussolini
publicou A Doutrina do Fascismo, em conjunto com o filósofo Giovanni Gentile. Pode-se
dizer que o novo manifesto revela a metamorfose de um programa de propostas em uma
verdadeira ideologia. Mussolini e Gentile pregam um fascismo espiritualista (sem falar em
qualquer momento sobre cristianismo). Eles dizem: “A concepção de vida fascista é
RELIGIOSA, na qual o homem é visto em sua relação imanente com uma LEI maior,
imbuído com uma vontade objetiva transcendendo o indivíduo e elevando-o à participação
consciente de uma SOCIEDADE ESPIRITUAL”.
Poucos notaram que não foi por acaso que Mussolini excluiu qualquer referência à religião
cristã em seu novo manifesto. Ele estava criando uma NOVA RELIGIÃO onde o deus era o
ESTADO: “ANTI-INDIVIDUALISTA, a concepção Fascista de vida estressa a importância
do Estado e aceita o indivíduo APENAS onde seus interesses coincidam com aqueles do
Estado, que se coloca como a consciência e a vontade universal do homem como uma
entidade histórica. Ele se OPÕE ao LIBERALISMO CLÁSSICO que surgiu como reação ao
absolutismo e exauriu sua função histórica quando o Estado se tornou a expressão da
consciência e vontade do povo. O liberalismo negou o Estado em nome do indivíduo; o
Fascismo reafirma os direitos do Estado como se expressassem a real essência do indivíduo”.
Essa visão hegeliana de que o indivíduo só pode se expressar moralmente dentro de uma
estrutura estatal aproxima os fascistas mais da esquerda do que da direita. De fato, ela
AFASTA qualquer pretensão de aproximá-los da direita histórica.
Mas ele continua: “A concepção Fascista de Estado engloba TUDO; fora dele, NENHUM
VALOR HUMANO OU ESPIRITUAL PODE EXISTIR, muito menos ter valor. Assim
entendido, Fascismo, é TOTALITÁRIO, e o Estado Fascista – uma síntese e uma unidade que
inclui todos os valores – interpreta, desenvolve e potencializa toda a vida do povo”. No texto,
Mussolini fala de um fascismo que vai além do socialismo. Ele diz que seu fascismo nasceu
das mesmas queixas que o sindicalismo e o socialismo, mas que vai além deles: “NENHUM
INDIVÍDUO ou GRUPO (…) FORA DO ESTADO”. Sendo que até o mais burro dos
socialistas nos acusam de querem um estado mínimo ou controlado por empresas, é difícil
entender como durante tanto tempo o fascismo foi classificado como de “extrema-direita”. É
mais lógico esperar que uma suposta extrema-direita defendesse: “Nenhum indivíduo ou
grupo DENTRO do estado. Tudo fora do estado”. O que evidentemente não acontece com o
fascismo.
O estado, na visão fascista, é tão pouco liberal, tão pouco de direita, que ele chega a ser uma
força ESPIRITUAL. Na visão liberal ocidental, o estado serve para garantir o direito à
religião, mas ele mesmo não tem nada a ver com religião. Na Doutrina do Fascismo, o estado
tem uma atribuição principalmente espiritual: “O Estado Fascista, como uma expressão
MAIOR E MAIS PODEROSA da personalidade, é uma força, mas uma força ESPIRITUAL.
Ele integra todas as manifestações da vida MORAL e INTELECTUAL do homem. (…) O
Fascismo, resumidamente, não é APENAS um provedor da lei e fundador das instituições,
mas um educador e promotor da VIDA ESPIRITUAL”. Essa visão é completamente oposta
ao que a direita pensa sobre o estado. Na direita, se entende que certos direitos (como a vida, a
liberdade e a propriedade) são anteriores ao estado e confiadas aos homens por uma força
maior (que na sociedade ocidental geralmente é o Deus judaico-cristão). Cabe ao estado,
como organização popular, apenas dar as condições para defender esses direitos. Para nós de
direita, o estado não tem nenhum poder ou capacidade de validar, reformar, anular ou alterar
esses direitos. Para a esquerda, e consequentemente para os fascistas, o estado não pode
apenas dispor desses direitos maiores: para eles essa gestão de valores É PRERROGATIVA
DO ESTADO.
Ou seja, fascismo é um tipo específico de socialismo: é um socialismo italiano com
ingredientes nacionalistas. De fato, na Doutrina do Fascismo há toda uma seção para explicar
que o fascismo é uma doutrina social (lembrem-se desse termo “doutrina social”, porque é ele
que Mussolini usa em seu manifesto) que evoluiu a partir do socialismo. No novo manifesto,
Mussolini rejeita com todas as letras o liberalismo econômico (se ele fosse de direita, iria
adotar, não descartar, o livre mercado) e prega um estado totalitário, com poderes para
controlar a atividade econômica e social. Ao mesmo tempo, os fascistas rejeitam o
cristianismo (base da cultura ocidental) quando abraçam a idolatria do estado: “Para o
Fascismo, o Estado é absoluto; indivíduos e grupos são relativos”. E como o estado fascista é
absoluto, ele não pode ser de direita, porque ele se dá o direito moral de regulamentar
ativamente a economia: “O Estado Fascista tem o direito de intervir no campo econômico
como em todos os outros; ele faz com que suas ações sejam sentidas por todo o país por meio
de suas instituições corporativas, sociais e educacionais (…)”. Portanto, NÃO: o fascismo
não era de “extrema-direita”. Se ele foi de alguma extremidade, ele estava na extrema-
esquerda, com suas ideias corporativistas, estatistas, socialistas e sindicalistas.
O Partido dos Trabalhadores e o Nacional-Socialismo
O mesmo não pode ser dito de um petralha ou um psolista, por exemplo. Nem mesmo de um
tucano. A semelhança entre um esquerdista mediano e um fascista ou um nazista é grande.
Grande até demais para o mundo deixar passar como deixa. Se esquecermos essa agenda que
afeta a família tradicional, um nazista será facilmente confundido com um petralha. Enquanto
o Partido da Social Democracia Brasileira compartilha uma perversa semelhança com o
Partido Social Democrata alemão que deu início às atividades políticas comunistas, o Partido
dos Trabalhadores traz mais do que similaridades pontuais com o Partido dos Trabalhadores
Nacional-Socialista Alemão.
O fato é que podemos facilmente encontrar paralelos entre as políticas de partidos de esquerda
(mesmo que esse partido seja conservador). Na lista abaixo, estão as semelhanças mais fáceis
de identificar entre os nazistas, os petralhas e os tucanos:
Política PT-Nazi PT PSDB
Socialismo Teórico ou Prático X X X
Ambientalismo Militante X X X
Função Social da Propriedade X X X
Política Antitabagista X X X
Corporativismo X X X
Aumento de Gastos do Governo X X X
Defesa de Maiores Impostos X X X
Reforma Agrária X X X
Desarmamento X X X
Controle do Estado sobre a Saúde X X X
Controle do Estado sobre a Educação X X X
Criação de Reservas Ambientais X X X
Estatização X X
Fortalecimento Sindical X X
Militância Organizada Agressiva X X

Essa lista deixa claro que qualquer comparação entre fascistas ou nazistas e a direita não tem
fundamento. Como qualquer partido de esquerda, o PT-Nazi defendeu políticas de esquerda.
Isso é óbvio. A obviedade só escapa das salas de aula em colégios e universidades onde reina
a ignorância socialista. Mas basta abrir os olhos, juntar as peças e ter mais que dois neurônios
para se dar conta de que o nazismo não era melhor, não era pior, mas apenas mais um partido
de esquerda. E se em algum momento você duvidar, lembre-se: Hitler nunca, jamais, em
nenhum momento, foi flagrado dizendo algo como “Deus abençoe o livre mercado” ou
“Queremos que o estado se intrometa menos na vida do indivíduo”.
Conspiração Aberta
Em Conspiração Aberta, um já não tão novo Wells (ele nasceu em 1866 e morreu em 1946)
escreve sobre o esforço coletivo que todos os “esclarecidos” socialistas do mundo deveriam
fazer para que o socialismo se tornasse uma realidade. H. G. Wells era um pensador do
socialismo fabiano, ou seja, da vertente que tenta implantar o socialismo gradualmente, sem
que as pessoas percebam. Esse esforço envolveria dois tipos de conduta: uma conduta
CONTRA tudo que eles viam como perigosos para a introdução do socialismo, como o
patriotismo, o individualismo, a soberania dos países nacionais, a educação conservadora,
entre outras ideias. E uma conduta de PROPAGAÇÃO de certas ideias que facilitariam a
introdução da sociedade igualitária no mundo. Nas palavras dele, “Todo o peso da
Conspiração Aberta estará ao lado da Ordem Mundial e CONTRA todo o tipo de
INDEPENDÊNCIA LOCAL que afasta seus habitantes da cidadania mundial”. E para a
implantação dessa Nova Ordem Mundial seria necessário que os conspiradores assimilassem
sete doutrinas principais.
“1) A certeza completa, prática e teórica, da NATUREZA PROVISÓRIA dos governos
existentes e de nossa concordância com eles.
2) A obstinação para minimizar por todos os meios possíveis os conflitos desses governos, o
uso militante que fazem de indivíduos e propriedades, e suas interferências, por meio do
estabelecimento de um SISTEMA ECONÔMICO MUNDIAL.
3) Determinação de SUBSTITUIR a propriedade privada, local ou nacional, de pelo menos do
crédito, transporte e produção de alimentos por um DIRETORADO MUNDIAL responsável
servindo ao fim comum da raça.
4) O reconhecimento prático da necessidade de CONTROLES BIOLÓGICOS MUNDIAIS,
por exemplo, da população e de doenças;
5) O apoio a um padrão mínimo de bem-estar e liberdade individual no mundo.
6) O dever supremo de subordinar a carreira pessoal à criação de um diretorado mundial
capaz dessas tarefas para o avanço geral do conhecimento, capacidade e poder humanos.
7) A admissão que nossa imortalidade é condicional e reside na raça e não em nossas
individualidades pessoais”.
As similaridades entre os objetivos da Conspiração Aberta com as propostas de Adam
Weishaupt são impressionantes. É importante lembrar e saber que os illuminati queriam o fim
dos governos nacionais, das religiões e da propriedade. Nas sete propostas de Wells, tudo isso
é contemplado. Ao mesmo tempo, indo de encontro à visão de que o socialismo é uma
“religião do mal”, a sétima proposta contempla um componente espiritual quando visa
condicionar a salvação com a imortalidade que “reside na raça”, e não em nossos próprios
acertos e erros. Wells visualiza a expansão da Conspiração Aberta até alcançar o status
de RELIGIÃO MUNDIAL. Eu sei que essa agenda já alcançou algumas igrejas cristãs, que
abraçaram a ideia de “salvação coletiva”, ou seja, a ideia de que você não será julgado pelas
suas escolhas e atos, mas pelas escolhas da coletividade.
A Nova Ordem Mundial
Enquanto Conspiração Aberta busca inspirar as “mentes esclarecidas” errantes pelo mundo a
se unirem em torno de um projeto de reforma global, o livro Nova Ordem Mundial explica
melhor que tipo de sociedade eles querem criar. Naquele livro, Wells reclamava que as
organizações de poder estavam “destruindo as florestas do mundo em grande velocidade,
tornando grandes áreas verdes em desertos, exaurindo os recursos minerais, matando as
baleias, focas e uma multitude de espécies raras e bonitas, destruindo a moral de todo tipo
social e devastando o planeta”. A solução que ele propõe já é conhecida: “Agora é
necessário esclarecer que essas duas coisas, a NECESSIDADE MANIFESTA DE
ALGUM CONTROLE COLETIVO MUNDIAL PARA ELIMINAR A
BELIGERÂNCIA e a menos reconhecida necessidade para UM CONTROLE
COLETIVO DA ECONOMIA E DA VIDA BIOLÓGICA DA HUMANIDADE, são
aspectos de um e do mesmo processo”.
Essa busca pelo controle deriva de uma ideia negativa tanto do individualismo quanto da
liberdade. Wells propõe a simples extinção desses seus dois inimigos como forma de curar o
planeta: “É o sistema de individualismo nacionalista e negócios não-coordenados que é a
doença do mundo, e é todo esse sistema que tem que ser extinto”. Dessa forma, para curar o
mundo da liberdade e do individualismo, ele propõe a coletivização, que ele define como “os
meios de lidar com os negócios comuns da humanidade por um controle responsável de toda a
comunidade”, e que significa “a SUPRESSÃO do faça-como-quiser em assuntos econômicos
e sociais tanto quanto nos assuntos internacionais. Significa a FRANCA ABOLIÇÃO DA
PERSEGUIÇÃO AO LUCRO e de todo o dispositivo pelo qual os seres humanos são
impelidos a serem parasitas de seus companheiros. É a realização prática da IRMANDADE
DO HOMEM através de um CONTROLE COMUM”.
Na Nova Ordem Mundial, Wells propõe um novo tipo de revolução para alcançar esse
governo controlador globalista. Na verdade, não é um tipo tão novo assim, mas uma
revisitação do que ele havia publicado em 1928. Agora ele dizia que para esse novo tipo de
revolução dar certo, era necessário cativar um número suficiente de mentes para que se
convencessem que “a escolha diante de nós não é uma escolha entre mais revolução ou um
conservadorismo mais ou menos reacionário, mas uma escolha entre ser perseverante e,
assim, organizar o processo de mudança nas relações humanas no sentido de produzir UMA
NOVA ORDEM MUNDIAL”. De fato, essa NOVA ORDEM MUNDIAL é um socialismo
mundial. E quem diz isso é o próprio Wells ao definir essa nova revolução: “ela é (a) um
socialismo mundial, cientificamente planejado e dirigido, mais (b) uma insistência
persistente sobre a lei baseada em uma visão mais ampla e cuidadosa dos Direitos do
Homem, mais (c) a mais completa liberdade de expressão, crítica e publicação, e uma
expansão proativa da organização educacional que satisfaça a demanda de Nova
Ordem”.
Novamente, ele faz um link entre esse movimento que advogará a Nova Ordem Mundial e
uma organização religiosa. Wells não se importa se essa reforma mundial será feita por um
partido, uma religião ou um culto, mas muitas vezes descreve características típicas de uma
religião para descrever tal vetor. Para ele, o que importa é que essa religião ou culto não seja
muito rígida, mas que seja flexível e multifacetado para ganhar o maior número de pessoas
para a causa coletivista. Os membros desse movimento o defenderão como se fossem
seguidores fieis de um culto religioso. Wells diz: “E para começar, eles farão tudo que eles
podem para espalhar a perfeita concepção de uma Nova Ordem Mundial, a qual eles irão
considerar como a única capaz possível de agendar suas atividades, enquanto ao mesmo
tempo eles irão se empenhar para descobrir e associar com eles, todos, em todos os lugares,
que são intelectualmente capazes de admirar as mesmas ideias amplas e moralmente dispostos
a realizá-las”.
Wells então propõe um triângulo de valores que aqueles que perseguem a implantação
do socialismo devem ter para facilitar a propagação de ideias: o coletivismo, as leis como
princípio moral e o conhecimento. Esses três valores seriam as armas dos socialistas
fabianos para a imposição de um sistema gradativamente igualitário. Ele diz que o
“estabelecimento de um mundo progressivamente socialista no qual as liberdades, a saúde e a
felicidade de cada indivíduo são protegidas por uma lei universal baseada na REdeclaração
dos direitos dos homens, e onde há a mais completa liberdade de pensamento, crítica e
sugestão, é O objetivo pleno e racional diante de nós". Essa redeclaração dos direitos dos
homens é bem parecida com o sistema legal que foi adotado pela União Europeia e que tudo
indica permitiu a decadência dos seus membros nas últimas décadas.
Antonio Gramsci e o Gramscismo
Na segunda metade do século XX, os gradualistas viram nascer um outro grupo com ideias
parecidas com as suas: os gramscistas. Os gramscistas são comunistas que seguem a cartilha
elaborada por Antonio Gramsci, um comunista italiano responsável pela criação do Partido
Comunista da Itália em 1.921. Gramsci não ficou conhecido pelo seu ímpeto revolucionário,
mas por ter elaborado um plano subversivo de implantação do comunismo em sociedades
construídas em torno da cultura judaico-cristã.
Gramsci nasceu em 1.891, foi preso em 1.926 e ficou na cadeia até sua morte, em 1.937. Na
prisão, ele teve tempo para escrever seus famosos cadernos que, se você tiver muita
paciência para ler toda aquela porcaria, revelam um plano mais ou menos estruturado
de subversão lenta da cultura ocidental até que ela se entregue espontaneamente ao
comunismo. Nesses cadernos, Gramsci revela o que o motivou a criar esse plano alternativo
de revolução: ele acreditava que a estratégia marxista-leninista não conseguiria subverter as
sociedades ocidentais como conseguiu na Rússia.
Gramsci tinha consciência de que a cultura ocidental demandava uma abordagem mais
indireta da revolução. Desse modo, ele construiu uma estratégia coerente de guerra cultural
com a intenção explícita de construir nas sociedades ocidentais uma massa de pessoas que
concordariam com as propostas comunistas, facilitando o caminho para a conquista do poder.
Nesse sentido, ele visualizou algo muito similar à conspiração aberta de Wells, de modo
que também podemos classificá-lo como um gradualista.
O plano de Gramsci tinha algumas etapas essenciais: desenvolver intelectuais orgânicos,
fundar um partido-príncipe (que centralizaria as demandas do movimento comunista),
obter hegemonia cultural, construir uma crise orgânica no governo, produzir uma
ruptura institucional e, enfim, tomar o poder. A primeira etapa do plano é a criação de
intelectuais engajados adeptos do comunismo, que ele chama de INTELECTUAIS
ORGÂNICOS. Esses intelectuais orgânicos teriam o dever de promover uma reforma
intelectual (ideológica) e MORAL (cultural) na sociedade civil.
O trabalho desses intelectuais orgânicos criaria as condições para o alistamento e
preenchimento das fileiras de um partido político, cuja função principal seria centralizar as
demandas dos comunistas no jogo político democrático. Esse partido político teria um papel
bem relevante no plano gramscista. Ele seria o PARTIDO-PRÍNCIPE, uma espécie de abelha
rainha política que deveria ser defendido pelos comunistas a qualquer custo (agora você já
sabe porque os petistas têm tanta dificuldade para criticar aquele que se tornou o partido mais
corrupto da história do Brasil).
O trabalho dos intelectuais orgânicos, amparado pelo partido-príncipe e seus membros,
deveria buscar a conquista da HEGEMONIA CULTURAL. E o que seria essa hegemonia
cultural: seria uma situação em que a AGENDA dos comunistas se tornasse o “SENSO
COMUM RENOVADO, coerente com a filosofia popular”. Nessa posição, eles deveriam
agitar as classes mais baixas, atacar a burguesia e enfraquecer o estado burguês. No plano de
Gramsci, o principal objetivo dessa HEGEMOCIA CULTURAL seria mesmo o
enfraquecimento da estrutura política da dita burguesa, ao ponto de fazer surgir uma crise.
Essa crise, no pensamento gramscista, tinha um nome bem específico: CRISE
ORGÂNICA. Essa crise orgânica seria uma situação de governo que recorrentemente
geraria oportunidades para atacá-lo. E infelizmente a esquerda conseguiu criar no
Brasil um perfeito sistema gramsciano onde a questão não é SE haverá uma crise no
médio prazo: a questão é QUANDO será a próxima crise. Para facilitar, vou explicar
melhor porque o plano gramscista no Brasil já alcançou a etapa da CRISE ORGÂNICA.
Tome como ponto de partida o fato de que temos trocentos partidos políticos, todos eles mais
ou menos de esquerda. Apenas recentemente surgiu um partido novo com propostas mais
alinhadas aos princípios liberais e de livre mercado. Mas todos os outros estão em algum lugar
entre a centro-esquerda e a extrema-esquerda. Agora, se pergunte: você acha que é fácil
vender aos eleitores um bandido petralha ou um palhaço tucano? Não é! É extremamente
difícil.
Então, nas épocas de eleição, esses partidos NÃO TÊM OUTRA ALTERNATIVA além de
GASTAR MUITO DINHEIRO EM PROPAGANDA e fazer ALIANÇAS COM OS VÁRIOS
OUTROS PARTIDOS POLÍTICOS para alavancar seus candidatos. E é exatamente aí que
reside a fonte perpétua de crises no sistema brasileiro: essas alianças são feitas com base em
um LEILÃO DA DIREÇÃO DE MINISTÉRIOS E PRESIDÊNCIAS DE ESTATAIS, onde
os partidos estarão poderão FRAUDAR LICITAÇÕES para pagar as dívidas da campanha
que passou e os custos da próxima eleição.
Dessa forma, tenho certeza que você já viu VÁRIOS CASOS de ministros sendo
acusados de corrupção e sendo trocados por outros que também estavam envolvidos em
falcatruas. E esses bandidos são trocados por outros políticos menos conhecidos, mas
que são tão bons ou melhores em desviar recursos quanto os seus antecessores. Ou seja:
o critério para ocupar esses cargos no governo é SER BOM EM DESVIAR DINHEIRO
DAQUELA PASTA PARA O SEU PRÓPRIO PARTIDO.
Um partido como o PMDB, por exemplo, que se aliou ao PT para eleger todos os bandidos
que ocuparam a presidência desde o século passado, está pouquíssimo interessado em indicar
o ministro dos Transportes, de Minas e Energia ou das Cidades para poder fazer “o que é
melhor para o país”. Você acredita que o PMDB quer justamente os ministérios que
manipulam os maiores valores para fazer “o bem para a sociedade”? Claro que não. O que
esses partidos querem é colocar as mãos em grandes orçamentos para ver o quanto conseguem
roubar.
Esse é o fundamento da chamada crise orgânica de Gramsci. Como você viu, não é uma
questão de SE vai acontecer uma crise: o que se pergunta é quando e qual será a
intensidade da próxima crise. Isso é importante porque no joguinho gramsciano, eles
pontuam cada vez que conseguem criar uma RUPTURA INSTITUCIONAL. Esse ponto
de ruptura ocorre sempre que a crise é tão intensa que demanda ações RADICAIS para
resolvê-la. Nesse sentido, os petralhas têm tentado de todas as formas causar essa ruptura,
principalmente com a ajuda de seus aliados anarquistas e ambientalistas.
O papel da ruptura institucional no plano gramsciano é justamente permitir que o PARTIDO-
PRÍNCIPE assuma o poder e promova as reformas necessárias para o avanço do comunismo
no país. O partido-príncipe tem como meta: destruir o estado burguês e fundar o
ESTADO-CLASSE, cuja tarefa será implantar o socialismo. No poder, os comunistas
farão de tudo para: atacar e destruir a hegemonia burguesa, desmobilizar o próprio
aparelho de coerção estatal (a polícia) e superar os valores intelectuais e morais que
atrapalham a implantação do comunismo.
Basicamente, esse é o plano gramscista de tomada do poder em sociedades ocidentais. Não
podemos esquecer que uma boa parte da motivação de Gramsci deriva da consciência de que
o cristianismo é a base de tudo aquilo que ele (e os comunistas) queria destruir. É conhecida
sua frase: “O mundo civilizado foi SATURADO com o cristianismo durante DOIS MIL
ANOS, e um regime fundado em crenças e valores judaico-cristãos não pode ser
DERRUBADO sem que suas RAÍZES sejam cortadas”.
Ou seja, na estratégia de poder de Gramsci, o ataque ao cristianismo tinha um papel
fundamental. Ele sabia que para a implantação do comunismo, era necessário atacar e acabar
com a influência cristã nas sociedades ocidentais. Como muitos antes dele, Gramsci havia
percebido que o cristianismo e a cultura judaico-cristã não permitiriam a implantação do
socialismo em suas comunidades. Assim, em 1.917 ele escreveu: “O mito pagão deixou
monumentos de beleza que continuam a viver por este seu caráter de perenidade que fazem
reviver alguns dos sentimentos ancestrais. O mito cristão, pelo menos na nossa cidade, só
deixará entulho, materia fácil para a futura picareta”.
Saul Alinsky e a Regra para Radicais
Saul Alinsky foi um organizador socialista mais voltado para a ação. Ele ficou conhecido por
sua atividade como organizador comunitário e expoente da Nova Esquerda. Alinsky é ainda
mais conhecido por seu livro, Regras para Radicais, que ele dedica a Lúcifer por considerá-lo
o “primeiro rebelde”. Por isso, o mindset do organizador comunitário alinskyano é imoral e
coletivista. Sua ação deve ser para a salvação coletiva e não para a individual. Ele prega que
aqueles que sacrificam o bem coletivo para ficar em paz com suas consciências têm uma
concepção errada de “salvação pessoal”.
Na visão dele, essas pessoas não se preocupam tanto com os próximos para “SE
CORROMPEREM” por eles. Essa concepção instrumental da salvação (que é criticada até
por alguns membros da Escola de Frankfurt) é a moralidade socialista: se o assassinato, o
roubo, a corrupção, forem de algum modo benéficos para um grupo maior de pessoas, eles
serão moralmente aceitos pela esquerda. Para organizar essa doutrina ética, Alinsky propõe o
que chama de Regras da Ética dos Meios e dos Fins. São onze regras que tentam justificar que
os fins justificam QUALQUER meio. Essas regras são:
1. A preocupação de alguém com a ética dos meios e dos fins é inversamente proporcional ao
interesse do sujeito na questão.
2. O julgamento da ética dos meios dependa da posição política daqueles que fazem o
julgamento.
3. Em uma guerra, os fins justificam quase quaisquer meios.
4. O julgamento sobre a ética dos meios e dos fins deve ser feito no contexto da época em que
as decisões foram tomadas, e não de qualquer outro ponto de vantagem cronológico.
5. A preocupação de alguém com a ética dos meios é diretamente proporcional com o número
de meios disponíveis e vice-versa.
6. Quanto menos importante for o fim a ser alcançado, mais alguém poderá se dar ao luxo de
fazer avaliações éticas sobre os meios.
7. Em geral, o sucesso ou o fracasso alcançado é um poderoso determinante da ética. Nesse
caso, ele dá o exemplo dos fundadores dos Estados Unidos, chamando-os de traidores. Ele diz
que como foram bem-sucedidos, são chamados de “pais fundadores”, já que “não há tal coisa
como um traidor bem-sucedido”.
8. A moralidade dos meios depende de eles estarem sendo usados em um momento de
iminente derrota ou iminente vitória.
9. Qualquer meio eficaz é automaticamente julgado pela oposição como sendo antiético.
10. Você deve fazer o que for necessário e vestir suas ações com um traje moral.
11. Os objetivos dos meios e fins devem ser vendidos com termos genéricos como
“Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, “Pelo Bem Comum”, “Busca pela Felicidade” ou “Pão
e Paz”.
Essas regras da ética de Alinsky servem apenas para que seus seguidores diminuam sua crítica
moral e aceitem fazer, como ele, o que for necessário para alcançar seus objetivos. Sua
intenção era justamente vender a velha máxima imoral: “os fins justificam os meios”. Essa
racionalização da imoralidade não era nova. A própria atuação dos gnósticos centenas de anos
atrás já era uma tentativa de rever a moralidade judaico-cristã. Nos anos mais recentes, os
iluminados tentavam justificar suas atitudes com a necessidade de uma reforma universal que
a sociedade tinha que passar. Trotsky escreveu algo assim em Nossa Moral e a Deles. A
inovação de Alinsky foi desconstruir os argumentos que norteiam o debate entre a ética dos
meios e dos fins para poder atacá-los separadamente.
As regras da ética de Alinsky reforçam sua disposição em se CORROMPER para fortalecer
um movimento que ele acreditava favorecer o BEM COLETIVO. Mas essa corrupção pessoal
exigia uma ação ativa de busca pelo poder. Para promover a reforma que a esquerda queria
implantar na sociedade norte-americana, era necessário ter PODER. Mas como conseguir
poder? Mais uma vez, Alinsky lista algumas regras para que seus mínions tivessem sucesso na
perseguição de boas posições em seus lares, comunidades ou escolas. As Regras do Poder
descritas por Alinsky são:
1. Poder não é apenas o que você tem, mas o que o inimigo acha que você tem.
2. Nunca se aventure fora da experiência do seu pessoal.
3. Sempre que possível, afaste a batalha para longe da experiência do seu inimigo.
4. Faça seu inimigo viver conforme o próprio livro de regras dele.
5. A ridicularização é a arma mais poderosa do homem.
6. Uma boa tática é aquela que seu pessoal gosta.
7. Uma tática que se arrasta por muito tempo se transforma num peso.
8. Mantenha a pressão. Nunca pare.
9. A ameaça é geralmente mais aterrorizante do que a própria ação.
10. Se você insistir em algo negativo o suficiente, ele pode se tornar algo positivo.
11. O preço de um ataque bem-sucedido é uma alternativa construtiva.
12. Escolha o alvo, mantenha ele, personalize-o e polarize-o. Corte sua rede de apoio e e o
isole de simpatias.

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