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SISTEMA DE MEDIDAS E CONTROLES

MECÂNICA DE VEÍCULOS LEVES

SISTEMA DE
MEDIDAS E CONTROLES

2003

ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO” 1


MECÂNICA DE VEÍCULOS LEVES

Sistema de Medidas e Controles

SENAI-SP, 2003

Trabalho elaborado e editorado pela Escola SENAI “Conde José Vicente de Azevedo”

Coordenação geral Arthur Alves dos Santos

Coordenador do projeto José Antonio Messas


Mauro Alkmin da Costa

Organização e Geraldo Arantes


atualização do conteúdo Mauro Alkmin da Costa
Mauro Alves dos Santos
Ricardo Trava

Colaboração Ulisses Miguel

Assistência editorial Maria Regina José da Silva

Editoração Teresa Cristina Maíno de Azevedo

S47s SENAI. SP. Sistema de Medidas e Controles. São Paulo, 2000. 52p. il.

Apostila técnica

CDU 629.063.6

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Escola SENAI “Conde José Vicente de Azevedo”
Rua Moreira de Godói, 226 - Ipiranga - São Paulo-SP - CEP. 04266-060

Telefone (011) 6166-1988


Telefax (011) 6160-0219

E-mail senaiautomobilistica@sp.senai.br

Home page http://www.sp.senai.br/automobilistica

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SISTEMA DE MEDIDAS E CONTROLES

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 5

UNIDADES DE MEDIDAS LINEARES 7

OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS 9
• Soma ou adição 9
• Subtração 10
• Multiplicação 11
• Divisão 12
• Frações decimais 14

UNIDADES DE MEDIDAS 16
• Medidas de perímetro 16
• Medidas de área 16
• Medidas de volume 18

PAQUÍMETRO 20
• Exercícios de leitura de medidas 21
• Medição correta com paquímetro 22
• Escala do paquímetro em polegada fracionária 23
• Leitura do paquímetro em polegada fracionária 24
• Cuidados com o paquímetro 24

MICRÔMETRO 25
• Aproximação 26
• Leitura do micrômetro para interiores de três contatos 27
• Cuidados com o micrômetro 28
• Tipos de micrômetro 28
• Aferição do micrômetro 31

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MECÂNICA DE VEÍCULOS LEVES

RELÓGIO COMPARADOR 32
• Recomendações especiais 34

LÂMINAS CALIBRADORAS E CALIBRADORES DE RAIO 36


• Lâminas calibradoras 36
• Calibradores de raio 36

RUGOSIDADE 37

TORQUE 38
• Torque conjugado 39
• Chave dinamométrica (torquímetro) 39
• Parafusos e porcas 40

CÍRCULO GEOMÉTRICO 42

GRANDEZAS FÍSICAS 44
• Massa 44
• Força 45
• Pressão 45
• Vazão em volume 46
• Trabalho 47
• Potência 47
• Temperatura 48
• Calor 49

NOVAS UNIDADES DE MEDIDAS, SEGUNDO “SI” 50

BIBLIOGRAFIA 52

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SISTEMA DE MEDIDAS E CONTROLES

INTRODUÇÃO

A finalidade do módulo Sistema de medidas e controle é facilitar a compreensão sobre


operações fundamentais de cálculo, metrologia, instrumentos de medição e novas unidades
de medidas.

As operações de cálculo são de grande importância para o mecânico assim como a perfeita
utilização dos instrumentos de medição.

A leitura atenta deste módulo será muito importante para você. Leia uma, duas, três....,
quantas vezes forem necessárias. Lembre-se de que muitas vezes os ensinamentos
adquiridos nos bancos escolares e as noções aprendidas no dia-a-dia da oficina precisam
ser reavivados e reordenados para um melhor desempenho profissional.

O SENAI espera que você tire o máximo proveito deste treinamento. E que à medida que
você se atualize, possa crescer cada vez mais na profissão que abraçou.

Bom treinamento!

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UNIDADES DE MEDIDAS LINEARES

O homem, com o decorrer do tempo, sentiu necessidade de fazer medições dos objetos
que tinham a seu alcance. Foram então especificadas as unidades de medidas lineares.
Vamos tratar neste curso, do sistema métrico e inglês.

Na mecânica automotiva, para o controle dimensional dos componentes, geralmente


encontramos os valores das medidas especificadas em milímetro que é um submúltiplo do
metro, unidade padrão de comprimento no Sistema Internacional de Unidades - SI.

Dividiu-se da seguinte maneira:

,
centena dezena unidade vírgula décimo centésimo milésimo

EXEMPLOS
26,3 mm Lê-se, vinte e seis milímetros e três décimos de milímetro
4,82 mm Lê-se, quatro milímetros e oitenta e dois centésimos de milímetro
6,325 mm Lê-se, seis milímetros e trezentos e vinte e cinco milésimos de milímetro
0,3 mm Lê-se, três décimos de milímetro
0,05 mm Lê-se, cinco centésimos de milímetro
0,025 mm Lê-se, vinte e cinco milésimos de milímetro
0,008 mm Lê-se, oito milésimos de milímetro
35,283 mm Lê-se, trinta e cinco milímetros e duzentos e oitenta e três milésimos de
milímetro
Milímetros Metros Unidade de medida Abreviatura
1.000.000 mm 1.000 m quilômetro km
100.000 mm 100 m hectômetro hm
10.000 mm 10 m decâmetro dam
1.000 mm 1 m metro m
100 mm 0,1 m decímetro dm
10 mm 0,01 m centímetro cm
1 mm 0,001 m milímetro mm
0,1 mm 0,0001 m décimo de milímetro 0.1 mm
0,01 mm 0,00001 m centésimo de milímetro 0.01 mm
0,001 mm 0,000001 m milésimo de milímetro 0,001 mm

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DEFINIÇÃO ATUAL DO METRO


1
É o espaço percorrido pela luz no vácuo durante um intervalo de tempo de
299.792.459
segundos.

Prefixos mais utilizados

µ micro 10-6 0,000001

m mili 10-3 0,001

c centi 10-2 0,01

d deci 10-1 0,1

da deca 101 10

h hecto 102 100

k kilo 103 1000

M mega 106 1 000 000

G giga 109 1 000 000 000

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OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS

SOMA OU ADIÇÃO

É a operação em que acrescentamos a um número diversas unidades da mesma espécie.


Os números de que se compõe a soma chama-se parcelas e o resultado chama-se soma
ou total.

parcelas

soma/total

Para a soma de números decimais, as parcelas são colocadas da mesma forma que para a
soma de números inteiros, porém, de maneira que as vírgulas fiquem em uma só coluna.
centésimos

milésimos
centenas

dezenas

décimos
unidade
vírgula

EXEMPLOS
14,5 67,55 38,456 87,674 44678,79324
+ 8,2 + 41,63 + 147,328 + 3,85 + 9867,9632
22,7 109,18 185,784 91,524 54546,75644

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EXERCÍCIOS
4,53 634 19,830 98,2439 48,3
+ 60,71 + 3,52 + 12,45 + 45,98 + 9,209

SUBTRAÇÃO

É a operação através da qual encontramos a diferença que existe entre dois números.

minuendo

subtraendo

resto/diferença

Para subtrair, deve-se escrever o número maior acima do menor e, como na soma deve-se
observar o correto posicionamento dos números para que as vírgulas fiquem na mesma
coluna.

84,41
- 32,456
51,954

EXEMPLOS
12 78 478,06 148,92 6386,3
- 4 - 43 - 390,85 - 21,415 - 3798,437
8 35 87,21 127,505 2587,863

EXERCÍCIOS
28,50 239,79 52,10 48,133 2968,5
- 2,09 - 147,28 - 5,8 - 0,281 - 326,78

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MULTIPLICAÇÃO

É a operação abreviada da soma de um número, quando feita repetidas vezes.

multiplicando

multiplicador

produto

Em números decimais (que apresentam a vírgula) observe as casas que se encontram a


direita da virgula no multiplicando e no multiplicador e efetuar a operação conforme o exemplo.

3 2 4, 8 7
Número de casas depois da vírgula = 3
x 1 2, 3
9 7 4 6 1
6 4 9 7 4 +
3 2 4 8 7 + +
3 9 9 5, 9 0 1 Colocar a vírgula a partir da última casa

EXEMPLOS

1 2 0 3 6, 2 2 3, 3 0
x 4 x 1 2 x 2 3
4 8 0 7 2 4 6 9 9 0
3 6 2 + 4 6 6 0 +
4 3 4, 4 5 3 5, 9 0

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EXERCÍCIOS
1 2 3 4 3 0 2 4 3 1, 4 7
x 5 x 3 8 x 2, 5 x 3, 4 3 5

DIVISÃO

É uma operação inversa à multiplicação.

dividendo divisor

quociente

resto

Quando formos efetuar a operação de divisão em números decimais (que apresentam


vírgula), faz-se a seguinte transformação:

4, 4 0, 2 2 3, 4 2 0, 6

1. Iguala-se as casas depois da vírgula do dividendo e do divisor, conforme o caso abaixo:

4, 4 0 0, 2 2 3, 4 2 0, 6 0

2. Retira-se a vírgula:

4 4 0 2 2 3 4 2 6 0

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3. Faz-se a divisão:
4 4 0 2 2 3 4 2 6 0
0 0 0 2 0 4 2 5

4. Para se obter um resultado mais preciso, coloca-se a vírgula no quociente e acrescenta-


se o zero no dividendo, passando-o para o resto:
3 4 2 0 6 0 3 4 2 6 0
4 2 0 5, 4 2 0 5, 7
0 0

5. Quando quisermos obter uma precisão maior na divisão, acrescentamos os zeros


necessários:

EXEMPLO
8 6 5 3, 2 4 0 8 6 5 3 2 4 0 0
6 5 3 2 1 6
2 5 3 2

8 6 5 3 2 0 4 0 0 8 6 5 3 2 0 0 4 0 0
6 5 3 2 1 6, 3 6 5 3 2 1 6, 3
2 5 3 2 2 5 3 2
1 3 2 1 3 2
1 2 0 1 2 0 0
0 0 0

EXERCÍCIOS
2 4 4 4 5 4 6 0 1 5

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MECÂNICA DE VEÍCULOS LEVES

4 8, 3 3 4 2 1 5 0 0 3 8 7 6 3

FRAÇÕES

Fração é um sistema numérico que lida com números não inteiros, ou seja fracionários.

1 3 5
, ,
2 4 7

NOMENCLATURA DAS FRAÇÕES

X numerador
traço de
fração Y denominador

OPERAÇÕES MATEMÁTICAS COM FRAÇÕES


• ADIÇÃO

1 3 5 + 6 11
+ = =
2 5 10 10

• SUBTRAÇÃO

4 1 24 - 7 17
- = =
7 6 42 42

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• MULTIPLICAÇÃO

1 2 2
x =
3 9 27

• DIVISÃO

4 2 4 5 20 10
÷ = x = =
9 5 9 2 18 9

FRAÇÕES DECIMAIS
São frações numéricas expressas em décimos, centésimos, milésimos, etc... A vantagem
de representar as frações através da notação decimal, é a possibilidade de manipulá-las,
isto é, de dividi-las, multiplicá-las, somá-las, por meio de regras aritméticas comuns.

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UNIDADES DE MEDIDAS

MEDIDAS DE PERÍMETRO

São as medidas do contorno de uma forma geométrica. As mais usuais são: metro, polegada,
pé, etc. O cálculo do perímetro é feito da seguinte forma:

c
b

b
a
a

P=a+b P=a+b+c

α
d

P=d.π d.π.α
arco =
360º

MEDIDAS DE ÁREA

São as medidas tomadas de um corpo qualquer, nas quais são consideradas duas dimensões,
ou seja, comprimento e largura resultando no cálculo da área. As unidades mais usuais
são: m2, pol2, pé2, etc.

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SISTEMA DE MEDIDAS E CONTROLES

Cálculo da área é feito da seguinte forma:

largura
Área = comprimento x largura

comprimento

b
a
b

A=a.b a.b
A=
2
d

d2 . π
A= ou A = r2 . π
4

EXEMPLO
Um compartimento de uma casa com 4 m de largura por 6 m de comprimento, possui uma
superfície de:
Área = 6 m x 4 m
Área = 24 m2

Portanto, a superfície é igual a 24 m2.

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MECÂNICA DE VEÍCULOS LEVES

MEDIDAS DE VOLUME

Volume é o espaço físico ocupado por uma figura geométrica, no qual são consideradas
três dimensões: o comprimento, a largura e a altura.

3 3
As unidades de medida mais usuais são: litro, m , pol , etc.

1m3 = 1 000 litros


1dm3 = 1 litro

O cálculo do volume é feito da seguinte forma:

altura
Volume = comprimento x largura x altura

lar nto
gu
ra rime
mp
co

h
h
b
b

a
a
a.b.h
A=
V=a.b.h 2

d2 . π . h
V= ou V = r2 . π . h
4

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SISTEMA DE MEDIDAS E CONTROLES

EXEMPLO
Um recipiente com 4 m de comprimento, 2 m de largura e 2 m de altura, possui um volume de:
Volume = 4 m x 2 m x 2 m
Volume = 16 m3

Portanto, a capacidade do recipiente é de 16 m3.

MEDIÇÃO DE VOLUME
• PROVETAS GRADUADAS
As provetas podem ser utilizadas para medição de volume. Como regra geral ela deve estar
seca e limpa. A posição do fluido a ser comparada com a escala é a parte mais baixa do
menisco.

NOTA
Algumas instruções especiais podem ser exigidas conforme o fabricante do equipamento.

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PAQUÍMETRO

O paquímetro, é um instrumento de precisão usado para medição de dimensões externas,


internas, profundidades e ressaltos.

O instrumento compõe-se basicamente de uma régua graduada sobre a qual corre um


cursor.

1 2 3 4 5 6

1. Orelha fixa
2. Orelha móvel
3. Nônio ou vernier (polegada)
4. Parafuso de trava
5. Cursor
6. Escala fixa de polegadas
7. Bico fixo
7 8 9 10 11 12 13 14
8. Encosto fixo
9. Encosto móvel
10. Bico móvel
11. Nônio ou vernier (milímetro)
12. Impulsor
13. Escala fixa de milímetros
14. Haste de profundidade
interna externa profundidade ressaltos

Os paquímetros encontram-se com diversas escalas, as quais qualificam o grau de precisão


de cada instrumento.

Existem paquímetros com precisão de :

A
A = escala fixa
B
B = nônio

• 0,1mm, quando o nônio (B) possuir 10 divisões, ou seja, 1mm da escala fixa (A) divido
por 10 = 0,1mm de precisão

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SISTEMA DE MEDIDAS E CONTROLES

• A medição indicada na escala (A) é de 17mm, e mais uma fração de milímetros, que
podemos ler se observarmos com qual o valor que a escala do nônio (B) coincidiu com a
escala fixa (A), no nosso temos a medida de 17,7mm, pois o 7º traço coincidiu com a
escala fixa (A)

A
A = escala fixa
B
B = nônio

• 0,05mm, quando o nônio (B) possuir 20 divisões, ou seja, 1mm da escala fixa (A) divido
por 20 = 0,05mm de precisão

• A medição indicada na escala (A) é de 17mm, e mais uma fração de milímetros, que
podemos ler se observarmos com qual o valor que a escala do nônio (B) coincidiu com a
escala fixa (A), no nosso temos a medida de 17,75mm, pois o 15º traço coincidiu com a
escala fixa (A) .

A = escala fixa
B
B = nônio

• 0,02mm, quando o nônio (B) possuir 50 divisões, ou seja, 1mm da escala fixa (A) divido
por 50 = 0,02mm de precisão

• A medição indicada na escala (A) é de 17mm, e mais uma fração de milímetros, que
podemos ler se observarmos com qual o valor que a escala do nônio (B) coincidiu com a
escala fixa (A), no nosso temos a medida de 17,78mm, pois o 34º traço coincidiu com a
escala fixa (A)

EXERCÍCIOS DE LEITURA DE MEDIDAS

Resposta: Resposta:

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MECÂNICA DE VEÍCULOS LEVES

Resposta: Resposta:

Resposta:

MEDIÇÃO CORRETA COM PAQUÍMETRO

CORRETO

INCORRETO

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SISTEMA DE MEDIDAS E CONTROLES

ESCALA DO PAQUÍMETRO EM POLEGADA FRACIONÁRIA

A escala do paquímetro fracionária é dividida em partes iguais de 1/16 avos de polegada.


Para facilitar a leitura da medida, existem agrupamentos de polegada em polegada.

M.D.E. 1/16” agrupamento

escala

EXEMPLOS DE LEITURA DA ESCALA

escala

NÔNIO DO PAQUÍMETRO EM POLEGADA FRACIONÁRIA


O nônio do paquímetro em polegada fracionária é composto de oito divisões
desproporcionadas em relação à escala. Tal divisão permite a leitura desde 7/128” (sete
cento e vinte e oito avos de polegada).

desproporção

escala

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MECÂNICA DE VEÍCULOS LEVES

LEITURA DO PAQUÍMETRO EM POLEGADA FRACIONÁRIA


nônio nônio

leitura 0” leitura 1/128”

nônio nônio

leitura 1/64” leitura 3/128”

nônio nônio

leitura 1/32” leitura 5/128”

nônio nônio

leitura 3/64” leitura 7/128”

CUIDADOS COM O PAQUÍMETRO

• Limpar bem o paquímetro antes e depois do uso do mesmo, a fim de evitar que qualquer
tipo de sujidade fique depositada em suas superfícies. Principalmente nas superfícies de
medição e contado da régua com o cursor.
• Não forçar o paquímetro, ao colocá-lo ou retirá-lo da peça que está sendo medida. Usar
sempre uma pressão de medição apropriada e constante.
• Evitar derrubar o instrumento no chão, assim como utilizar os bicos de medição como
compasso ou chave de inglesa.
• Manter ou guardar o instrumento em seu respectivo estojo e colocá-lo em lugar seco e
protegido de influência direta do calor ou sol.

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SISTEMA DE MEDIDAS E CONTROLES

MICRÔMETRO

O nome do instrumento deriva de sua capacidade de medir dimensões de natureza


micrométrica, sendo portanto um instrumento mais preciso que o paquímetro.

bucha
batente fuso bainha interna porca de ajuste

faces de medição

arco catraca

tambor
linha de referência

trava

isolante térmico

Em micrômetros nós encontramos marcações na placa protetora ou mesmo logo abaixo do


fixador como mostra a figura anterior. Estas indicações correspondem:
capacidade de medição

arco
placa protetora
precisão

A leitura da medida num micrômetro externo em milímetros é relativamente simples, porém,


a prática tem demonstrado que os erros mais comuns de leitura ocorrem na escala dupla do
cilindro. Por esta razão devemos identificar os valores de cada escalas.

VOLTA
1 volta = 0,50mm
2 voltas = 1,00mm

escala fixa
escala móvel
0,01mm
50 divisões x 0,01mm = 0,50mm

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MECÂNICA DE VEÍCULOS LEVES

Exemplos de leitura de um micrômetro convencional com as seguintes características


técnicas:
• capacidade de medição 0 a 25mm
• menor divisão de escala fixa 0,5mm
• total de divisões da escala móvel 50
• aproximação 0,01mm

1,98mm 2,20mm 6,32mm

3,00mm 3,50mm 17,77mm

APROXIMAÇÃO

A aproximação do micrômetro convencional é calculada dividindo-se a menor divisão da


escala fixa pelo numero de divisão da escala móvel.

M.D.E
A=
T.D.T

0,5mm
A=
50

A = 0,01mm

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SISTEMA DE MEDIDAS E CONTROLES

LEITURA DO MICRÔMETRO PARA INTERIORES DE TRÊS CONTATOS

O micrômetro para interiores de três contatos permite a conferência de furos com precisão.
O seu mecanismo interno é bastante preciso e delicado, necessitando de boa conservação,
limpeza e todo cuidado durante o uso.

cabeça corpo
tambor

contatos

escala
catraca

A leitura de medida do micrômetro para interiores é semelhante à do micrômetro de precisão


com nônio. A única ressalva é quanto às escalas, que são invertidas, porque a medição
parte de dentro para fora, ao contrário, portanto, das escalas dos micrômetros para medições
exteriores.

Exemplos de leitura de um micrômetro para interiores com as seguintes características


técnicas :
• capacidade de medição de 25 a 30mm
• menor divisão da escala do cilindro 0,5mm
• total de divisões do tambor 50
• total de divisões do nônio 5
• aproximação 0,002

27mm

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MECÂNICA DE VEÍCULOS LEVES

27,50 mm

25,204 mm

CUIDADOS COM O MICRÔMETRO

• No uso do micrômetro, deve-se tomar cuidado especial com as superfícies de medição,


pois caso as mesmas sejam danificadas afetará toda a precisão do micrômetro.
• O micrômetro nunca deverá ser guardado com as superfícies de medição encostadas,
dada a condição de acabamento das superfícies. Se uma for comprimida de encontro à
outra, após certo tempo podem-se manifestar pontos de corrosão.
• Periodicamente, limpar bem o micrômetro para eliminar poeira. O único ponto do
instrumento que exige lubrificação é o parafuso micrométrico (óleo fino do tipo de máquina
de costura).
• Evitar que o micrômetro sofra choques.
• Não girar o micrômetro segurando, unicamente no tambor.
• Ao guardar o micrômetro, coloque-o o seu estojo, em lugar seco e protegido da influência
direta do calor do sol.

TIPOS DE MICRÔMETRO

Os micrômetros para medição externa são dotados de escala que permitem leituras num
intervalo de 25mm.

28 ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO”


SISTEMA DE MEDIDAS E CONTROLES

Assim conforme a medida ou tamanho da peça à ser controlada, existem instrumentos com
capacidade de: 0 - 25mm; 25 - 50mm; 50 - 75mm; 75 - 100mm; 100 - 125mm ... etc.

Numa oficina, freqüentemente precisa-se tomar medidas de diferentes tipos de peças ou


ferramentas.

Para esses casos, existem diversos tipos de micrômetros, dos quais damos a seguir alguns
exemplos, e suas respectivas aplicações.

MICRÔMETROS EXTERNOS
Destinam-se principalmente à medição de eixos sob o ponto de vista de tolerâncias e ajustes.

MICRÔMETROS EXTERNOS COM HASTES INTERCAMBIÁVEIS


Análogos ao anterior, porém dotados de contatos fixos intercambiáveis.

MICRÔMETROS EXTERNOS PARA MEDIÇÃO DE FERRAMENTAS DE CORTE

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MECÂNICA DE VEÍCULOS LEVES

MICRÔMETROS COM DISCO


Utilizados para medição de chapas.

MICRÔMETROS INTERNOS TIPO PAQUÍMETRO


Utilizados para tomarem medidas internas de peças.

MICRÔMETROS PARA MEDIÇÃO DE PROFUNDIDADES

MICRÔMETROS INTERNOS DE TRÊS PONTAS OU “IMICRO”


Mais especificamente para medição de furos profundos, sem que haja flexão na haste.

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SISTEMA DE MEDIDAS E CONTROLES

MICRÔMETROS PARA MEDIR ENGRENAGENS

MICRÔMETROS PARA MEDIR ROSCAS

AFERIÇÃO DO MICRÔMETRO

O micrômetro, bem como certos instrumentos equipados com cabeçotes micrométricos,


desempenham papel de vital importância no controle de precisão dimensional. Por esse
motivo muitas fabricas dotaram seu departamento de controle de qualidade, com recursos
para aferição periódica de seus micrômetros.

A precisão de medição do micrômetro depende da pressão utilizada. A pressão é dada por


uma mola contraída, que funciona por meio do atrito de encontro a uma superfície ligada à
extremidade do parafuso micrométrico.

Essa pressão deve ser periodicamente testada utilizando-se de Blocos “Padrões”, os quais
são gabaritos de medidas exatas, que acompanham cada jogo de micrômetro.

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MECÂNICA DE VEÍCULOS LEVES

RELÓGIO COMPARADOR

É um instrumento utilizado para medir, por meio de comparação. É empregado para controle
de desvios com relação a um ponto determinado e para medição de tolerância para peças
em série.

A aproximação de leitura pode ser de 0,1mm, 0,01 mm ou 0,001 mm.

ponteiro principal
capa da haste
parafuso de fixação do
aro
aro
mostrador
limitador de
tolerância

contador de
voltas

canhão

haste

ponta de contato

No relógio comparador mais utilizado (com precisão de 0,01mm e capacidade de 10mm),


cada volta do ponteiro maior corresponde a um milímetro.

É importante observar o sentido do movimento dos ponteiros do relógio comparador, quando


forem feitas as leituras.

Com o deslocamento da haste móvel para cima (veja a figura) o sentido dos ponteiros
obedece a ordem indicada e, logicamente, quando a haste se desloca para baixo, o
movimento dos ponteiros será contrario ao que aparece na figura.

32 ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO”


SISTEMA DE MEDIDAS E CONTROLES

A leitura em um relógio comparador é feita através da diferença entre a posição inicial dos
ponteiros (com pré - carga na haste móvel) e sua posição final. Veja os exemplos abaixo.

mostrador

Na figura (1) o relógio comparador indica uma pré-carga de três milímetros; esta haste
móvel se deslocou 3mm para cima. Na figura (2) o ponteiro da escala maior se deslocou de
0,28mm (vinte e oito centésimos de milímetro) e o ponteiro da escala menor encontre-se
entre 3 e 4; portanto, a leitura a ser efetuada será 0,28mm (vinte e oito centésimos de
milímetro) pois não ocorreu mais uma volta do ponteiro maior.

Figura 1 Figura 2 - ressalto

A figura (1) indica uma pré-carga de 4,88mm ( quatro milímetros e oitenta e oito centésimos
de milímetro). Na figura (2) o ponteiro da escala menor se deslocou para 2mm, como o
ponteiro maior deu duas voltas e parou na marca 0,77mm (setenta e sete centésimos de
milímetro); teremos como leitura 2,77mm (dois milímetros e setenta e sete centésimos).
Mas é necessário se obter a diferença, portanto, faz-se a operação: 4,88mm - 2,77mm =
2,11mm (lê-se: dois milímetros e onze centésimos).

Figura 1 Figura 2 - rebaixo

ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO” 33


MECÂNICA DE VEÍCULOS LEVES

Em medição de folga através de relógios comparadores, serão bastante utilizadas as


expressões folga radial e folga axial.

As figuras abaixo mostram o que cada expressão corresponde.

Folga axial (folga longitudinal) Folga radial

DISPOSITIVOS PARA MEDIDAS INTERNAS

relógio comparador

haste tubular

cabeça de medição

hastes apalpadoras

RECOMENDAÇÕES ESPECIAIS

1. Limpar o relógio comparador e a peça antes de processar a medição.


2. Usar o relógio comparador distante de poeira e de líquidos corrosivos.
3. Antes de tomar qualquer medida, verificar se o relógio comparador está devidamente
calibrado e se está firmemente fixado no suporte.
4. Conferir rigorosamente o alinhamento do instrumento em relação à peça.
5. A ponta de contato do relógio comparador deverá estar perpendicular à peça que está
sendo medida.
6. Nunca se deve forçar a haste de medição lateralmente.
7. Após o uso, colocar o comparador em seu respectivo estojo.
8. Evitar a queda do relógio ou choques violentos.

34 ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO”


SISTEMA DE MEDIDAS E CONTROLES

EXERCÍCIOS
À esquerda mostramos os relógios comparadores com pré-carga, à direita a nova posição
ocupada pelos seus ponteiros. Quais serão as leituras.

1. Ressalto

Resposta:

2. Rebaixo

Resposta:

ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO” 35


MECÂNICA DE VEÍCULOS LEVES

LÂMINAS CALIBRADORAS E CALIBRADORES DE RAIO

LÂMINAS CALIBRADORAS

As lâminas calibradoras (calibre de lâminas) constituem um prático instrumento para o


controle de folgas nos mais diversos tipos de mecanismos. O mais usado é do tipo “Canivete”
constituído de um jogo de lâminas, articuladas em um “cabo estojo”.

CALIBRADORES DE RAIOS

Duas setas que entre si formam um ângulo diferente de 180º são chamadas discordantes e
podem ser unidas por um arco (parte de uma circunferência). A medida do centro da
circunferência até a sua extremidade recebe o nome de raio e, neste caso particular, raio de
concordância.

A execução do raio de concordância è um recurso utilizado na construção de componentes


mecânico para aumentar sua resistência mecânica. A medida do raio de concordância deve
ser feita com um calibre de raios.

36 ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO”


SISTEMA DE MEDIDAS E CONTROLES

RUGOSIDADE

Toda superfície retificada apresenta certo grau de aspereza (rugosidade). Esta aspereza
não deverá ser igual para todos os casos, devendo variar de acordo com o tipo de trabalho
a que será submetida a superfície em questão.

A rugosidade se mede com aparelhos especiais (rugosímetro) que, após ampliação, indicam
seu valor e/ou registram graficamente o perfil da superfície.

Normalmente utilizamos as rugosidades: Rt - utilizada para árvore de manivelas, Rz - utilizada


para superfícies do cabeçote, bloco, volante, placa de pressão (platô), R3z - utilizada para
superfície do cilindro. Para a determinação das rugosidades adotamos geralmente zonas
de 5mm de comprimento (comprimento efetivo de medição).

DETERMINAÇÃO GRÁFICA DA RUGOSIDADE

Rt

Rt =valor entre o ponto mais saliente e o ponto mais


reentrante

5 mm

Rt + 2 Rt + 3 Rt + 5
Rt + 1 Rt + 4

Rz =média dos valores entre o ponto mais reentrante,


de cada uma das 5 zonas

5 mm

R3 + 5 R3zi R3z1 + R3z2 + ... + R3z5


R3 + 1 R3 + 2 R3 + 3 R3 + 4 R3z = =
5 5

R3z =média dos valores entre o 3º ponto mais reentrante


5 mm
de cada uma das 5 zonas

ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO” 37


MECÂNICA DE VEÍCULOS LEVES

TORQUE

Torque é o produto de uma força por uma distância.

Torque = força x distância → T=F.d

força

distân
cia
T
F d

N = 100 newton

1 newton metro = 1 newton x 1 metro → 1Nm = 1N x 1m

Unidade nova Unidade antiga

Nm mkgf
newton metro 1 metro kilograma-força
1Nm = 0,101972 mkgf 1 mkgf = 9,80665 Nm
1Nm ≅ 0,1mkgf 1mkgf ≅ 10Nm

Para fazer a conversão de mkgf em Nm é necessário multiplicar mkgf pela constante 9,80665
(na área automotiva pode-se multiplicar por 10).

EXEMPLO
1mkgf x 10 = 10Nm
10mkgf x 10 = 100Nm
75mkgf x 10 = 750Nm

38 ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO”


SISTEMA DE MEDIDAS E CONTROLES

TORQUE CONJUGADO
Torque + Aperto angular

EXEMPLO
60 Nm + 90º

Com o grande avanço tecnológico nos veículos automotores, houve necessidade de maior
precisão na construção e fixação dos seus componentes. Para garantir “melhor” fixação de
alguns deles, tem-se utilizado parafusos “elásticos”, onde são aplicados torques conjugados
(torque + aperto angular); após o aperto inicial com o torquímetro aplica-se o aperto em ângulo.

Esse tipo de torque uniformiza os valores de aperto preestabelecidos pelo fabricante. Para
obter o torque conjugado utilizamos o dispositivo de aperto angular conforme desenho abaixo.

CHAVE DINAMOMÉTRICA (TORQUÍMETRO)


Destina-se a medir o esforço de aperto. É um cabo especial para chaves tubular (soquete),
com dispositivo de medições de torque. Os tipos mais comuns são: de estalo, de ponteiro e
de relógio.

de relógio
de ponteiro

de estalo

ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO” 39


MECÂNICA DE VEÍCULOS LEVES

A precisão na medição do aperto, depende do estado da chave dinamométrica, tipo de


rosca, lubrificação do parafuso e da atenção do mecânico.

Para uma medição de aperto com boa precisão, é preciso que as roscas dos parafusos
estejam limpas e bem lubrificadas. Portanto, limpe e lubrifique os parafusos e porcas antes
de apertá-los.

Sempre que fizer montagem de qualquer conjunto ou peças, procure a tabela de


especificação de aperto e faça a montagem tecnicamente, obedecendo às recomendações
da tabela.

PARAFUSOS E PORCAS

Todos os parafusos e porcas recebem valores de aperto (torque) em função de sua classe
de resistência e em função do componente a ser fixado.

EXEMPLO
Classe de resistência

A seguir são apresentados o limite de elasticidade, a resistência à torção de parafusos e


porcas e exemplo de dimensões de parafusos.

LIMITE DE ELASTICIDADE
1
10 = do limite de elasticidade → 10 x 100 = 1000N/mm2
100

1
O número anterior ao ponto (10) indica do limite de elasticidade
100

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SISTEMA DE MEDIDAS E CONTROLES

RESISTÊNCIA À TORÇÃO
9 x 10 = 1 resistência à torção → 10 x 9 x 10 = 900 N/mm2
10

O número posterior ao ponto (9) multiplicado pelo anterior (10) indica 1 da resistência à
10
torção.

DIMENSÕES DOS PARAFUSOS


1,25

EXEMPLO
M10 x 1,25
Conversão de unidades de torque
L : 35mm
Lb Pol x por 0,0625
Lb Pé x por 0,005208
Onça . Pol em cm kgf x por 0,072329
m kgf x por 0,0007332
N m x por 0,0070616

Onça Pol x por 16


Lb Pé ÷ por 12
Lb . Pol em cm kgf x por 1,15247
m kgf x por 0,011524
N m x por 0,1129854

Onça Pol x por 192,01


Lb Pol x por 12
Lb . Pé em cm kgf x por 13,83
mkgf x por 0,1383
Nm x por 1,3556

Onça Pol x por 13,83


Lb Pol x por 0,8677
cmkgf em Lb Pé x por 0,072329
mkgf ÷ por 100
N m x por 0,098068

Onça Pol x por 1,383


Lb Pol x por 86,77
mkgf em Lb Pé x por 7,2329
cm kgf x por 100
N m x por 9,80665

Onça Pol x por 141,61


Lb Pol x por 8,8507
Nn em Lb Pé x por 0,7376
cm kgf x por 10,197
m kgf x por 0,10197

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MECÂNICA DE VEÍCULOS LEVES

CÍRCULO GEOMÉTRICO

A circunferência tem 360° (trezentos e sessenta graus). Quando dividida ao meio, tem-se
como resultado a semicircunferência com 180° (cento e oitenta graus). A divisão da
semicircunferência ao meio, origina o quadrante, com 90° (noventa graus).

Se dividirmos uma semicircunferência, obtemos dois ângulos. Vamos chamá-los ângulo e


seu suplemento. A soma do ângulo mais o suplemento é 180°.

1 circunferência = 360º
(graus)
1 grau = 60’ (minutos)
1 minuto = 60” (segundos)

EXEMPLOS
22º 30’
+ 22º 30’
44º 60’ = 45º

SOMA
5º 45’ 18”
+ 8º 22’ 59” 1’ 77” 1º 68’
13º 67’ 77” = 13º 68’ 17” → 14º 8’ 17”

42 ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO”


SISTEMA DE MEDIDAS E CONTROLES

SUBTRAÇÃO 56’ 60”


28º 56’ 30” como não é possível efetuar a operação 28º 56’ 30”
- 15º 38’ 49” faz-se a transformação - 15º 38’ 49”
13º 17’ 41”

EXERCÍCIOS
75º 15’ 25” 38º 57’
- 14º 44’ 35” - 18º 26’ 15”

ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO” 43


MECÂNICA DE VEÍCULOS LEVES

GRANDEZAS FÍSICAS

Grandezas físicas são as propriedades mensuráveis de um dado fenômeno físico, por


exemplo: calor, potência, comprimento, força, vazão, etc. Existem muitas grandezas físicas
mas grande parte delas são derivadas de algumas grandezas fundamentais.

Em 1971, na 14ª Conferência Geral de Pesos e Medidas, escolheram-se sete grandezas


fundamentais, formando a base do Sistema Internacional de Unidades - SI, popularmente
conhecido como sistema métrico.

Unidades fundamentais do SI

Grandeza Nome Símbolo

Comprimento metro m
Massa quilograma kg
Tempo segundo s
Corrente elétrica ampère A
Temperatura termodinâmica kelvin K
Quantidade de substância mol mol
Intensidade lumionosa candela cd

Das grandezas fundamentais, as mais utilizadas na mecânica são: o comprimento, a massa,


o tempo bem como algumas derivadas dessas três. Isto faz com que este sistema também
seja conhecido como Sistema MKS ( metro quilograma segundo).

MASSA

Massa é uma grandeza física que não se define, apenas se comprova sua existência por
meio de sua relação com a força e a aceleração. Sua fórmula é:

força F
Massa =
aceleração
m a

Para determinar a massa de um corpo, utiliza-se uma balança.

44 ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO”


SISTEMA DE MEDIDAS E CONTROLES

FORÇA

Força é todo agente capaz de atribuir aceleração a um corpo. Sua fórmula é:

Força = massa x aceleração F


m a

Unidade nova Unidade antiga

N kgf
Newton kilograma-força
1N = 0,101972 kgf 1 kgf = 9,80665 Nm
1N ≅ 0,10kgf 1kgf ≅ 10N

PRESSÃO

Numa superfície sujeita a ação de uma força, pressão é o quociente desta força pela área
da superfície. Sua fórmula é:

Pressão =
força
= bar
F
área
P A

Unidade nova Unidade antiga

bar kgf/cm2 = kilograma força por centímetro quadrado


1 bar = 1,019716 at at = atmosfera
1 bar ≅ 1 at 1 at = 0,980665 bar
1 bar ≅ 1,019716 kgf/cm2 1 at ≅ 1 bar
1 bar ≅ 1 kgf/cm2 1 kgf/cm2 = 0,980665 bar ≅ 1 bar

Para fazer a conversãode kgf/cm2 em bar é necessário apenas mudar a unidade.

ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO” 45


MECÂNICA DE VEÍCULOS LEVES

Equivalência de unidade de medidas de pressão

Para fazer a conversão - milímetro coluna d’água (mmH2O) em


milibar é necessário multiplicar mmH2O pela constante 0,1:
1 mmH2O = 1 x 0,1 = 0,1 milibar
mmH2O 5 mmH2O = 5 x 0,1 = 0,5 milibar
10 mmH2O = 10x 0,1 = 1,0 milibar
15 mmH2O = 1,5 x 0,1 = 1,5 milibar
650 mmH2O = 650 x 0,1 = 65 milibar

Para fazer a conversão - milímetro coluna mercúrio (mmHg) em


milbar é necessário multiplicar mmHg pela constante 1,33:
1 mmHg = 1 x 1,33 = 1,33 milibar
mmHg 10 mmHg = 10 x 1,33 = 13,3 milibar
100 mmHg = 100 x 1,33 = 133 milibar
650 mmHg = 650 x 1,33 = 864,5 milibar
760 mmHg = 760 x 1,33 = 1010,8 milibar

OBSERVAÇÃO
O instrumento utilizado para medir a pressão é o manômetro. Alguns cuidados para sua
utilização são muito importantes:
• Evitar que ocorra contaminação do manômetro durante seu manuseio.
• Utilizar corretamente a aplicação da substância (líquido/gás) de acordo com o tipo de
manômetro que se está usando.
• Observar se a capacidade do manômetro é adequada para a pressão que se deseja
medir.
• Normalmente, como o manômetro possui uma ou mais escalas de medidas, observar
atentamente qual escala está se usando.
• Ao medir, observar sempre a menor medida da divisão da escala.

VAZÃO EM VOULUME

Pode-se definir vazão como o volume deslocado durante um intervalo de tempo. Sua fórmula
é:

volume
Vazão = v
tempo V = vazão
V t v = volume
t = tempo

EXEMPLO
Litros por minuto → L/min

46 ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO”


SISTEMA DE MEDIDAS E CONTROLES

TRABALHO

É a energia mecânica para deslocar um corpo sob a ação de uma força. Portanto é o
produto de uma força pelo deslocamento. Sua fórmula é:

Trabalho = força x deslocamento τ τ = trabalho


F s F = força
s = deslocamento

EXEMPLO
1Newton x 1metro = 1Nm = 1Joule

POTÊNCIA

Potência é o trabalho realizado em uma unidade de tempo. Sua fórmula é:

P = potência
trabalho F. S F = força
Potência = → P= s = deslocamento
tempo tempo
t = tempo

τ
P t

EXEMPLO

P=
τ 1J
= = watt
t 1s

ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO” 47


MECÂNICA DE VEÍCULOS LEVES

CAVALO-VAPOR (CV)
CV é uma das unidades de medida de potência. Pode ser definida como a força necessária
para elevar 75 kg a altura de um metro em um segundo.

Conversão de unidades de potência

CV PS HP W KW
CV 1 1 0,9863 735,5 0,7355
PS 1 1 0,9863 735,5 0,7355
HP 1,014 1,014 1 745,7 0,7457
W 0,00136 0,00136 0,00134 1 0,001
KW 1,36 1,36 1,341 1000 1

TEMPERATURA

Temperatura é o estado de calor em que um corpo se encontra, determinando a capacidade


de fornecer ou receber calor do outro.

O “grau” é uma parte da variação aparente de volume da substância empregada no aparelho


medidor de temperatura (termômetro). Esta parte é obtida pela divisão de um certo número
de partes iguais entre dois pontos tomados como referência.

ESCALA CENTÍGRADA (CELSIUS) E ESCALA FAHRENHEID


Estudaremos apenas as escalas centígrada e fahrenheid por serem as mais empregadas
na indicação de temperatura de motores na mecânica automotiva.

• Escala centígrada - ponto de referência


0º (zero grau centígrado) - gelo fundente
100º (cem graus centígrados) - vapor de água em ebulição (ao nível do mar)

48 ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO”


SISTEMA DE MEDIDAS E CONTROLES

O espaço entre esses dois pontos (0 e 100) está dividido em 100 partes iguais, sendo que
cada parte representa 1 grau centígrado.

• Escala fahrenheid - ponto de referência


0º F (zero grau fahrenheid) - gelo fundente com sal e amoníaco
212º F (duzentos e doze graus fahrenheid) - vapor de água em ebulição

O espaço entre esses dois pontos (0 e 212) está dividido em 212 partes iguais, sendo que
cada parte representa 1 grau fahrenheid.

Conversão de grau centígrado em fahrenheid e vice-versa.

(F - 32) x 5 Cx9
C= F= + 32
9 5

EXEMPLOS DE CONVERSÃO DE UNIDADES DE TEMPERATURA


85ºC para ºF
⎛ ° C x 19
9 ⎞
°F = ⎜ ⎟ + 32
⎝ 5 ⎠
⎛ 85 x 9 ⎞
°F = ⎜ ⎟ + 32
⎝ 5 ⎠
° F = 185

Resposta: 85º = 185ºF

221ºF para C
⎛ ° F - 32 ⎞
°C = ⎜ ⎟ x5
⎝ 9 ⎠
⎛ 221 - 32 ⎞
°C = ⎜ ⎟ x5
⎝ 9 ⎠
° C = 105

Resposta: 221ºF = 105ºC

CALOR

Calor é uma modalidade de energia que passa de um corpo para outro devido a diferença
de temperatura.

ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO” 49


MECÂNICA DE VEÍCULOS LEVES

NOVAS UNIDADES DE MEDIDAS SEGUNDO “SI”

No decorrer dos tempos foram implantados diversos sistemas de medidas, tornando-se


cada vez mais difíceis serem entendidos.

A 14ª Conferência Geral de Pesos e Medidas, fixou em Paris um novo sistema comum de
medida. É o “Sistema Internacional de Unidades” que recebeu a abreviatura “SI“ ( do francês
Système International d’Unités), válida mundialmente.

As unidades “SI“ mais utilizadas em mecânica automotiva são:

Unidade nova Unidade antiga

Nomenclatura Denominação Abreviatura Denominação Abreviatura


Potência watt W Cavalo Vapor cv
Momento de força newton metro Nm Metroquilograma força mkgf
Massa quilograma Kg – –

Quilograma força por


Pressão bar bar kgf/cm2
centímetro quadrado

Força newton N – –
Longitude metro m – –
Intensidade de corrente ampère A – –
Tensão volt V – –

50 ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO”


SISTEMA DE MEDIDAS E CONTROLES

Tabela de conversão polegada/milímetro

Decimais de Decimais de
Polegadas Milímetros Polegadas Milímetros
polegadas polegadas

1/64” 0,0156 0,3969 33/64” 0,5156250 13,0969

1/32” 0,0313 0,7938 17/32” 0,5312500 13,4938

3/64” 0,0469 1,1906 35/64” 0,5468750 13,8906

1/16” 0,0625 1,5875 9/16” 0,5625000 14,2875

5/64” 0,0781 1,9844 37/64” 0,5781250 14,6844

3/32” 0,0981 2,3813 19/32” 0,5937500 15,0813

7/64” 0,1094 2,7781 39/64” 0,6093750 15,5781

1/8” 0,1250 3,1750 5/8” 0,6250000 15,8750

9/64” 0,1406 3,5719 41/64” 0,6406250 16,2719

5/32” 0,1563 3,9688 21/32” 0,6562500 16,6688

11/64” 0,1719 4,3656 43/64” 0,6718750 17,0656

3/16” 0,1875 4,7625 11/16” 0,6875000 17,4625

13/64” 0,2031 5,1594 45/64” 0,7031250 17,8594

7/32” 0,2188 5,5563 23/32” 0,7187500 18,2563

15/64” 0,2344 5,9531 47/64” 0,7343750 18,6531

1/4” 0,2500 6,3500 3/4” 0,7500000 19,0500

17/64” 0,2656 6,7469 49/64” 0,7656250 19,4469

9/32” 0,2813 7,1438 25/32” 0,7812500 19,8438

19/64” 0,2969 7,5406 51/64” 0,7968750 20,2406

5/16” 0,3125 7,9375 13/16” 0,8125000 20,6375

21/64” 0,3281 8,3344 53/64” 0,8281250 21,0344

11/32” 0,3438 8,7313 27/32” 0,8437500 21,4313

23/64” 0,3594 9,1281 55/64” 0,8593750 21,8281

3/8” 0,3750 9,5250 7/8” 0,8750000 22,2250

25/64” 0,3906 9,9219 57/64” 0,8906250 22,6219

13/32” 0,4063 10,3188 29/32” 0,9062500 23,0188

27/64” 0,4219 10,7156 59/64” 0,9218750 23,4156

7/16” 0,4375 11,1125 15/16” 0,9375000 23,8125

29/64” 0,4531 11,5094 61/64” 0,9531250 24,2094

15/32” 0,4688 11,9063 31/32” 0,9687500 24,6063

31/64” 0,4844 12,3031 63/64” 0,9843750 25,0031

1/2” 0,5000 12,7000 1 1,0000000 25,4000

ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO” 51


MECÂNICA DE VEÍCULOS LEVES

BIBLIOGRAFIA

SCANIA DO BRASIL. Metrologia. 1979.

MERCEDES BENZ DO BRASIL. Retífica de motores. s/d

MERCEDES BENZ DO BRASIL. Metrologia. s/d

CARVALHO. Odair B., FERNANDES. Napoleão Lima. Elementos de Física. 3ª ed. s/d

HALLIDAY, David; RESNICK, Robert. Fundamentos de Física. 4ª ed. vol. 1. s/d.

52 ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO”

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