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SOARES
FUTURO DE
CURITIBA
CURITIBA, 2019
PRAÇA DO
JAPÃO
01 FUTURO DE CURITIBA
DIREITOS AUTORAIS
O trabalho Futuro de Curitiba está publicado com uma Licença Creative Commons -
Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Isso significa que é preciso dar crédito ao autor, de forma adequada, todas as vezes que
o trabalho for utilizado. O licenciante (autor) autoriza que outros copiem e distribuam o
trabalho. Em contrapartida, os licenciados (aqueles que se apropriam da obra) não
poderão utilizar esse relatório para fins comerciais — a não ser que obtenham
autorização do licenciante. É proibida qualquer alteração no trabalho Futuro de Curitiba.
Essa iniciativa foi realizada por Lucas Fernando de Souza Soares, estudante de
Engenharia Civil na Universidade Federal do Paraná. Em caso de dúvidas e sugestões é
possível contatá-lo pelo e-mail: lucassouzasoares@ufpr.br
ARAUCÁRIA
02 FUTURO DE CURITIBA
SUMÁRIO
Introdução...................................................................03
Transportes.................................................................05
Espaços públicos........................................................08
Desigualdades territoriais.........................................10
Dinâmicas metropolitanas........................................13
Conclusão....................................................................15
Agradecimentos..........................................................17
Referências..................................................................19
ARAUCÁRIA
FUTURO DE CURITIBA 03
INTRODUÇÃO
NIEMEYER O autor.
FUTURO DE CURITIBA 05
TRANSPORTES
Começando com Hubert Donat Alfred Agache, arquiteto francês, que sugeriu, na década
de 1940, a adoção de vias perimetrais que circunscreviam o Centro para organizar o
trânsito. Isso foi feito parcialmente(4). Décadas mais tarde, optou-se por implementar o
sistema trinário recomendado pelo então presidente do IPPUC (Instituto de Pesquisa e
Planejamento Urbano de Curitiba) Rafael Daly, que substituiu a proposta dos eixos
estruturais de 30 metros de largura, elaborada pelo urbanista italiano Jorge Wilheim.
MUSEU OSCAR
NIEMEYER
FUTURO DE CURITIBA 07
TORRE
PANORÂMICA
FUTURO DE CURITIBA 08
ESPAÇOS
PÚBLICOS
BOTÂNICO
Então, o consumo das famílias foi
intensificado.
09 FUTURO DE CURITIBA
Em 1962, no encontro do Team 10, Ralph Erskine, arquiteto britânico, afirmou que os
profissionais da arquitetura deveriam se preocupar com o consumismo, pois isso criou
um isolamento confortável.
Em relação a esse tema, por exemplo, a prefeitura de Curitiba já foi processada pelo
Ministério Público do Paraná em razão das inúmeras reclamações sobre consumo de
drogas, vandalismo, som alto e rachas na praça da Espanha(9).
Se isso não ocorrer, de acordo com um dos pensadores urbanos, a violência nos espaços
públicos pode aumentar e a separação entre os diferentes grupos que compõem a
cidade será cada vez maior.
FUTURO DE CURITIBA 10
DESIGUALDADES
TERRITORIAIS
PRÉDIO
respeito de uma administração municipal
focada no cenário social da urbe,
Jorge Wilheim tratou a cidade a partir dos seus aspectos técnicos - topografia,
hidrografia, geotecnia, histórico de desenvolvimento, dentre outros fatores. A
preocupação com a situação social só foi questionada durante o mandato do prefeito
Roberto Requião de Mello e Silva (1986-88), que culminou num novo plano diretor
revogado meses após a sua aprovação no terceiro mandato do prefeito Jaime Lerner(12).
Um dos entrevistados declarou que há duas forças que regem o desenvolvimentos das
cidades: o grupo que vê a cidade baseado no seu valor de uso (moradia, trabalho, lazer e
locomoção) e o outro que enxerga o cenário urbano como um produto (valor de troca).
Essa diferença gera conflitos no cenário urbano.
Um exemplo local disso é o bairro CIC (Cidade Industrial de Curitiba) durante o início do
século XXI. Nessa época, enquanto as regiões das vias conectoras 1, 2 e 3 eram
flageladas pela pobreza e violência, a conectora 5 foi transformada, alguns anos antes,
numa área de residências luxuosas, que primeiramente se chamava Nova Curitiba, mas
que recebeu o nome definitivo de Ecoville(13).
Foi exposto nas informações coletadas que a cidade não possui o histórico de aplicar
efetivamente os instrumentos de política urbana (chamados também de instrumentos
urbanísticos)(14). Por isso, a fim de mediar as diferenças entre os valores de uso e troca
o planejamento urbano deve recorrer a tais ferramentas, segundo o que foi identificado
nos diálogos.
TEATRO
PAIOL
FUTURO DE CURITIBA 12
PARQUE
TANGUÁ
FUTURO DE CURITIBA 13
DINÂMICAS
METROPOLITANAS
MATRIZ
no deslocamento e também acesso à
moradia.
14 FUTURO DE CURITIBA
A preocupação com os limites da cidade foi algo abordado no plano Agache, pois, na
década de 1940, o arquiteto considerava as cidades satélites um tema contemporâneo e
que necessitava da intervenção do planejamento urbano(15). Nos diálogos um dos
estudiosos revelou que há a tendência do aumento da dinâmica metropolitana, como:
movimentos pendulares mais intensos. Porém essa questão não tem sido tratada com
afinco nas últimas décadas, segundo os dados coletados.
Portanto, Curitiba deve olhar para os seus aspectos locais a fim de resolver aquilo que
aflige a urbe, mas sem deixar de lado aqueles que a engloba e que transcende os seus
limites políticos. Integrar é a palavra-chave nesse contexto ou como a geração Z gosta de
colocar: conectar(16).
MURAL
POTY LAZZAROTTO
FUTURO DE CURITIBA 15
CONCLUSÃO
ZANINELLI mencionado.
16 FUTURO DE CURITIBA
Outro tópico que chamou a atenção foi em relação aos órgãos internacionais, em
especial a Organização das Nações Unidas (ONU). Esse ponto não foi mencionado em
nenhum momento durante os diálogos. Nenhum entrevistado levou em consideração,
quando sugeriu medidas de intervenção, a intervenção de instituições internacionais.
Também em nenhum momento foi aconselhado que Curitiba deve seguir metas globais
de desenvolvimento sustentável.
Isso é exatamente o oposto do que pode ser lido no trabalho Curitiba 2035, que muito
relaciona o futuro da cidade aos padrões internacionais, de uma sociedade justa e
próspera, na visão de mundo da ONU. Em contrapartida, foi observado que o
planejamento urbano só melhorará mediante mudanças locais, como: eleições para a
prefeitura e Câmara Municipal, além da maior participação da população nas decisões
que regem o desenvolvimento da capital paranaense, que deve ser incentivada desde
criança, nas escolas, de acordo com um dos especialistas.
Portanto, como foi mencionado, a temática sobre o desenvolvimento das cidades é muito
extensa. É necessário escrever incontáveis livros, além do apoio de uma extensa e
talentosa comissão de arquitetos, urbanistas, cientistas sociais e engenheiros a fim de
traçar todos os pontos, em detalhes, que regem o urbanismo e o crescimento da cidade
de Curitiba. Futuro de Curitiba não é o ponto final, mas apenas um dos muitos sons da
multidão de vozes composta pela fala de cada cidadão curitibano, que se levanta para
expor a realidade da sua cidade e traçar os caminhos que ela tende a percorrer.
O autor.
FUTURO DE CURITIBA 17
AGRADECIMENTOS
Em ordem alfabética:
PARQUE
BARIGUI
19 FUTURO DE CURITIBA
REFERÊNCIAS
Na ordem que foram citadas
(1) - Rogers C. D. F., Shipley J., Blythe P., Braithwaite P. A., Brown C., Collins BS., Juned S.,
MacKenzie AR., Miller R., Pawlyn M., Price J., Swain C., Tight M. R., Tindale S., Toyne P. and Leach
J. M., Future Urban Living – A Policy Commission Investigating the Most Appropriate
Means for Accommodating Changing Populations and Their Needs in the Cities of the
Future. Birmingham: Universidade de Birmingham, 2014. Relatório técnico.
(2) - GAZETA DO POVO. O que aconteceu com o metrô de Curitiba 10 anos após início
dos trabalhos de implantação. Disponível em:
<https://www.gazetadopovo.com.br/parana/metro-curitiba-10-anos/>. Acesso em: outubro de
2019.
(4) - CAROLLO, Bráulio. Alfred Agache em Curitiba e sua visão de Urbanismo. 2002. Tese
(Mestrado em Arquitetura) - Faculdade de Arquitetura, Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, Porto Alegre, 2002. Disponível em:
<https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/3240/000384468.pdf?sequence=1>.
Acesso em: outubro de 2019, p. 176.
(5) - DUDEQUE, Irã Taborda. Nenhum dia sem uma linha - uma história do urbanismo
em Curitiba. São Paulo: Studio Nobel, 2010, p. 232.
(7) - Ibidem.
(9) - TRIBUNA DO PARANÁ. MP processa prefeitura por violência, tráfico e som alto na
MURAL
praça da Espanha. Disponível em: <https://www.tribunapr.com.br/noticias/curitiba-
POTY LAZZAROTTO
regiao/prefeitura-e-processada-por-casos-de-violencia-trafico-drogas-e-som-alto-na-praca-da-
espanha/>. Acessado em: outubro de 2019.
(12) - DUDEQUE, Irã Taborda. Nenhum dia sem uma linha - uma história do urbanismo
em Curitiba. São Paulo: Studio Nobel, 2010, p. 297.
(14) - BRASIL. Lei nº 10257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da
Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências.
Diário Oficial da União. Brasília, DF: Seção 1.
(15) - CAROLLO, Bráulio. Alfred Agache em Curitiba e sua visão de Urbanismo. 2002. Tese
(Mestrado em Arquitetura) - Faculdade de Arquitetura, Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, Porto Alegre, 2002. Disponível em:
<https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/3240/000384468.pdf?sequence=1>.
Acesso em: outubro de 2019, p. 162.
(16) - GAÚCHA ZH. A geração que já veio ao mundo conectada. Disponível em:
<https://gauchazh.clicrbs.com.br/economia/noticia/2013/08/a-geracao-que-ja-veio-ao-mundo-
conectada-4253788.html>. Acesso em: outubro de 2019.
PARQUE
TANGUÁ