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MACAPÁ/AP
2020
MÁRIO DAS GRAÇAS RODRIGUS DE SOUZA
MACAPÁ/AP
2020
MÁRIO DAS GRAÇAS RODRIGUS DE SOUZA
AVALIADO EM _____/_____/_____
_________________________
Professor(a) – Avaliador(a)
_________________________
Coordenação do CPPEX
MACAPÁ/AP
2020
FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR:
FATOR PARA SUPERAR DESAFIOS NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
MÁRIO DAS GRAÇAS RODRIGUES DE OUZA
RESUMO: O artigo apresenta uma reflexão sobre a formação continuada do professor de séries iniciais,
como principal instrumento para entender e equacionar os desafios apresentados em sala de aula regular,
com alunos com deficiência, para implementação da inclusão. A partir de pesquisa bibliográfica, buscou-
se referenciais teóricos para análise sobre a formação continuada do docente e sua relação com a
educação contemporânea e a necessidade de mudança do paradigma de ensino, de um modelo passivo,
baseado na aquisição de conhecimentos, para um modelo baseado no desenvolvimento de competências.
1 INTRODUÇÃO
Com os desdobramentos da função para dar conta de todas as atividades diárias, sobra
menos tempo para atividades fundamentais. A função docente exige formação em nível superior
e uma dedicação que extrapola a sala de aula. O professor, além do trabalho in loco na escola,
ainda precisa preparar aulas, realizar anotações, configurar e corrigir avaliações, em período
fora da grade horária, em horários extraclasse.
Além da exaustão laboral, o professor deve lidar com alunos de variados perfis sociais
e psicológicos. Devendo, contudo, saber instigar a curiosidade de cada um deles ao longo de
toda sua trajetória profissional e motivá-los, respeitando a individualidade, para que suas turmas
tenham maior engajamento na realização de atividades e maior participação durante as aulas de
todos os alunos.
Para caracterizar-se como um bom facilitador, uma bússola, um guia na busca dos
alunos pelo conhecimento, o professor deve saber identificar, compreender e auxiliar seus
alunos em relação às suas dificuldades, pois as mesmas representam grandes desmotivadores e
contribuem para o baixo rendimento escolar. Dessa forma, saber especificamente onde os
alunos apresentam problemas, facilita no direcionamento e na realização de intervenções
pedagógicas e, consequentemente, no aprimoramento do processo pedagógico. Desempenhar
essa tarefa com compromisso e qualidade exige, da parte do professor, reunir um conjunto de
saberes e competências que lhe permitam a construção de um ensino de qualidade,
independente de sistema educacional, de controles e descontroles internos ou externos na/da
escola pública. Os saberes do professor são construídos ao longo de toda uma carreira e vida
do profissional, razão que justifica que não sejam contemporâneos uns dos outros, uma vez que
se vão adquirindo ao longo do tempo. São assim saberes temporais, em cuja construção
intervêm dimensões identitárias, de socialização profissional, fases e mudanças, que se
constituem num conjunto de conhecimentos, competências, habilidades e atitudes.
Nesse sentido, não se pode falar em aprendizagem sem falar no professor, como não se
pode falar em aprendizagem sem falar em alunos, seja ele ou não portador de necessidades. O
contexto social e político da contemporaneidade impõe a prática educativa do professor um
número de demandas exaustivas e inúmeras, conduzindo o professor da atualidade a refletir
sobre sua atuação em sala de aula e os enormes desafios profissionais que enfrenta a fim de
atender as exigências de todos alunos, principalmente dos alunos portadores de necessidades,
inseridos, muitas vezes, sem a estrutura física ou pedagógica adequadas para se fazerem
partícipes do contexto totalitário da sala de aula.
Ao professor têm sido colocadas demandas de naturezas bastante distintas. Em se
tratando do ponto de vista social ele tem tido que aprender a conviver mais intensamente com
os interesses e pensamento dos alunos e pais no cotidiano escolar e a ter uma maior interação
com a comunidade onde a escola está inserida, as vezes perseguindo essa interação e
participação, a despeito de alunos e pais que não apresentam interesse na construção desse
vinculo vivencial. No campo institucional, ele não tem sido solicitado a participar mais
ativamente nas definições dos rumos pedagógicos e políticos da escola como deveria, a definir
recortes adequados no universo de conhecimentos a serem trabalhados em suas aulas, a elaborar
e gerir projetos de trabalho, muitas vezes sua prática pedagógica é conduzida pelas exigências
em torno de eventos impostos pelo sistema escolar público. Quanto ao aspecto pessoal, tem sido
chamado a tomar decisões de modo mais intenso sobre seu próprio percurso formador e
profissional, tomando em suas mãos oportunidades de formação que sacrificam seu tempo
extraclasse e seus recursos, tem sido obrigado a romper paulatinamente com a cultura de
isolamento profissional, a partir da ampliação da convivência com colegas em horários de
discussões coletivas e nos trabalhos em projetos, a debater e reivindicar condições que permitam
viabilizar a essência do próprio trabalho, seja in loco na escola ou extraclasse em sua casa. Em
relação ao aspecto econômico, a desvalorização da carreira, em função do salário baixo
comparado a outras profissões que exigem nível superior, esvazia o sentido e busca por
aperfeiçoamento profissional e intelectual, deixando a maioria dos docentes a mercê da
formação inicial e diminuindo cada vez mais a atratividade para o magistério. Sem condições de
ter uma vida econômica estruturada, os grande parte dos professores desistem de sua profissão,
mesmo durante o exercício do seu ofício, tornando-o apenas um “bico” ou um “trampolim” para
alcançarem realização econômica e profissional em uma segunda/outra carreira, ou seja,
permanecem na sala de aula até encontrarem algo melhor.
O contexto atual vivenciado por todos, obriga o professor a se manter atualizado e bem
informado, não apenas em relação aos fatos e acontecimentos, mas, principalmente, em relação
à evolução das práticas pedagógicas e às novas tendências educacionais. Para agregar
conhecimentos capazes de gerar transformações e impactar os contextos profissional e escolar,
a formação continuada do professor tem muito a contribuir nesse processo.
4 CONSIDERAÇOES FINAIS
O professor de séries iniciais, em sala de aula regular, que possui alunos com
deficiência, enfrenta inúmeros desafios cotidianamente e, talvez, o maior deles talvez seja a
busca, de forma exacerbada, da implementação e vivencia da inclusão entre os discentes, pois
o professor lida com alunos de variados perfis e estilos, o que torna a sala de aula um amálgama
de necessidades e competências, ritmos diferentes de aprendizagem e velocidade de resposta
diversa.
A formação continuada surge como um suporte imprescindível para esse contexto, pois
assessora o professor para assumir uma finalidade que vai além do ensino de conteúdos,
voltando sua atenção para uma das funções sociais da educação que é formar cidadãos
conscientes de deveres e direitos, respeitando e tolerando as diferenças existentes.
A formação continuada deve promover a responsabilidade do professor e seu
desenvolvimento pessoal e profissional, assim estará aberto e consciente da execução das
políticas educativas, que se baseia na mudança dos professores, alunos e das escolas, o que faz
da prática educativa ter uma dinâmica que se concretiza em sala de aula.
Conclui-se, portanto, que a formação continuada dos professores incide diretamente
nas questões práticas da sala de aula, pois nascem do campo teórico para depois refletirem no
cotidiano escolar, destacando-se a importância da assimilação e produção de teorias como
direcionador das práticas de ensino, utilizadas para implementar e vivenciar a inclusão de forma
espontânea, resultado do potencial transformador da teoria aliada a prática.
6 REFERÊNCIAS
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetizando sem o bá-bé-bi-bó-bu. São Paulo: Scipione, 2009.
FREITAS, Alexandre Simões. Os desafios da formação de professores no século
XXI: competências e solidariedades, in FERREIRA, A.T.B. (ORG). Formação continuada de
professores. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.