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FAC – FACULDADE CERQUILHO

DANIELA DA SILVA LEITE

INCLUSÃO ESCOLAR E O PAPEL DO PROFESSOR

SELVÍRIA - MS
2023
FAC – FACULDADE CERQUILHO

DANIELA DA SILVA LEITE

INCLUSÃO ESCOLAR E O PAPEL DO PROFESSOR

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito
parcial à obtenção do título
especialista em AEE –
ATENDIMENTO EDUCACIONAL
ESPECIALIZADO.

SELVÍRIA - MS
2023
INCLUSÃO ESCOLAR E O PAPEL DO PROFESSOR
Daniela da Silva Leite1

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO - O presente artigo tem como objetivo relatar os desafios do professor em trabalhar
com um aluno de necessidades especiais na sala de aula regular de ensino. Diante deste contexto far-se-
á uma reflexão sobre os desafios e perspectivas ao longo do ano letivo, e para que haja de fato uma
educação inclusiva com um ensino e aprendizagem significativos é imprescindível que os professores
além de uma boa didática, carisma, busquem capacitação, aperfeiçoamento e formação continuada, a fim
de proceder a mediação e integração ao receber alunos com necessidades educacionais especiais,
visando um ensino que respeite as diferenças e particularidades de cada indivíduo. Outro fator que tem
que ser considerado é o bom relacionamento do professor com o educando.

PALAVRAS-CHAVE: Educação Inclusiva; Professor; Aluno; Práticas pedagógicas.

1 INTRODUÇÃO

1 Dany_leite20@hotmail.com
O presente trabalho se debruça sobre uma temática de grande importância, pois
compreende que a Educação Inclusiva é uma realidade no Brasil, contudo, necessita
que sejam aparadas algumas arestas para que o aluno com deficiência seja
efetivamente incluído neste processo de ensino e aprendizagem.
Pretende-se também apresentar a importância desses alunos no ensino regular,
com acompanhamento de pessoas especializadas, assim como, a formação do
professor para que consiga preparar aulas que contemplem as especificidades destes
alunos, desenvolvendo-os em suas competências e habilidades.
Portanto, abarcar uma temática tão complexa é fundamental para compreender o
processo de exclusão que muitos sofrerem na sociedade, não obstante, entender o
sujeito em sua totalidade e como parte da sociedade.

O QUE É INCLUSÃO ESCOLAR?

Inclusão escolar é um movimento mundial que prevê a integração de alunos com


necessidades educacionais especiais em sala de aula regular de ensino visa garantir
uma igualdade dentro de um mesmo contexto escolar a todas as crianças e que elas
possam usufruir das mesmas experiências e condições de aprendizagem dos demais
alunos.
A inclusão escolar vai muito além do pensar em “educação especial”. Ela é um
conceito que está relacionado com o acesso e permanência dos cidadãos nas escolas
e foi criada com o intuito de compreender as diferenças entre os alunos e valorizar suas
características e principal objetivo é tornar a educação mais inclusiva e acessível a
todos, respeitando suas diferenças, particularidades e especificidades.
Deste modo, o paradigma de que as crianças que apresentam um
desenvolvimento diferenciado precisam frequentar a educação especial é quebrado. No
artigo 58, a LDB define que a educação especial deve ser oferecida na rede regular de
ensino, para qualquer educando com deficiência — seja ela transtorno de
desenvolvimento ou altas habilidades. Para tanto, cabe à escola oferecer apoio
especializado nos casos em que o aluno demandar um atendimento mais personalizado
A escola comum, ao viabilizar a inclusão de alunos com necessidades especiais,
deverá promover a organização de classes comuns e de serviços de apoio pedagógico
especializados. E o artigo 59, já mencionado, está aí justamente para garantir esses
direitos, no entanto, se formos analisar como está a educação especial em nossas
instituições vamos nos deparar com uma situação triste. A LDB já está em vigor desde
1996, no entanto, as instituições ainda estão longe de atender a essa classe de alunos,
como deveria, ainda perdura a falta de infraestrutura e de profissionais da área.
Embora o direito à educação de pessoas com necessidades especiais, ou seja,
portadores de deficiências, de condutas típicas e de altas habilidades esteja garantido
na Constituição Brasileira de 1988, o percentual de crianças, jovens e adultos atendidos
educativa é sistematicamente satisfatório, porém, nos deparamos com a falta de
materiais adequados e profissionais que ainda não é didaticamente capacitado para
lidar com esses alunos.

2. FORMAÇÃO DE PROFESSORES E O SEU PAPEL NA INCLUSÃO: SERÁ


QUE ESTAMOS REALMENTE PREPARADOS?

Veja a fala de uma professora do município de Franca /SP:


A minha escola já incorporou a Inclusão em seu projeto político pedagógico,
mas sinto que ainda falta muito para que realmente a inclusão aconteça. Os
professores precisam de mais formação e a escola de mais recursos para a
aquisição de materiais pedagógicos e adaptações arquitetônicas. Nós contamos
com uma Orientadora educacional que faz a assistência às famílias e duas
pedagogas, sendo uma para Atendimento Educacional Especializado. Sinto que
eu preciso estudar cada vez mais! A inclusão está aí e eu tenho que fazer a
minha parte! Devo buscar o máximo de estratégias possíveis para que todos os
meus alunos aprendam, tenham acesso ao conhecimento, à cultura e progridam
na vida social. Incluir não diz respeito só ao aluno com necessidades especiais,
mas sim todos. (Paola Souza)

Vejo que na minha cidade não é diferente também já foi incorporado no Projeto
Político Pedagógico, porém, vejo que os professores ainda encontram muita dificuldade
em trabalhar com aluno de inclusão todos temos muito ainda que aprender. A maioria
dos professores com mais tempo em uma instituição de ensino, não querem trabalhar
com os alunos de inclusão, pois ele requer mais atenção e materiais diferenciados.
Entretanto, sem fugir do conteúdo trabalhado no currículo vigente e muitos
alunos não conseguem acompanhar o ritmo dos demais alunos tendo a necessidade de
uma pessoa para auxiliá-los o tempo todo, o que para alguns professores com mais
experiência gera um certo desconforto.
Os professores da maioria das instituições de ensino são favoráveis à integração
dos alunos especiais, contudo, ficam divididos diante das proposições que lhe são
impostas no ato deste ato, pois não recebem somente crianças com atrasos mentais,
mas também crianças com fracassos escolares, devidos a diversos fatores.
Esta aceitação corre mais facilmente nos professores mais jovens, na qual
consideram a integração incontestável, e estes têm atitudes mais favoráveis referente
ao assunto, visto que, percebem que falta uma dimensão em sua intervenção na ação
educativa. Já aos professores mais experientes, a concepção do novo, do diferente
pode gerar comportamentos, no qual serão obrigados a mudar seus modos habituais de
ser e de fazer o ensino, e conseguintemente ficam receosos quanto ao que vai ser
modificado com a inclusão educacional.
Para que o educador “drible” sua insegurança em sala e trabalhe de forma a
garantir a transmissão e a assimilação dos conhecimentos é primordial que ele
desenvolva métodos específicos para que se obtenha o resultado esperado. O autor
Libâneo (1994, p.150), nos dá uma definição sobre o que vem a ser o método: “O
conceito mais simples de “método” é o de caminho para atingir um objetivo. (...). Os
métodos são, assim, meios adequados para realizar objetivos.”, e ainda:
O professor, ao dirigir e estimular o processo de ensino em função da
aprendizagem dos alunos, utiliza intencionalmente um conjunto de
ações, passos, condições externas e procedimentos, a que chamamos de
métodos de ensino. (LIBÂNEO, 1994, p. 150)

Neste sentido, o questionamento está presente na educação especial inclusiva,


pois o profissional da educação que recebe um aluno incluso não está devidamente
preparado, visto que o mesmo, muitas vezes ficou aprisionado aos modos restritos do
saber acadêmico.
Este deverá, diante da insegurança gerada na realidade inclusiva, delimitar
questões, ampliar suas possibilidades de atendimento e entendimento “especial”; criar e
propiciar ações de experiência humana para lidar com diferente; e assim, articular seus
conhecimentos acadêmicos e pedagógicos para transformar, através de estratégias
alteradas e reorientadas a participação do aluno incluso, em seu meio tido como
“normal”.
A sociedade reclama pela inclusão com todos os seus direitos, uma vez que
estes já estão garantidos nas leis educacionais, mas a falta de formação específica
atrapalha o atendimento a esta clientela. Na formação acadêmica obtêm-se o mínimo
de instrução teórica sobre a educação especial e nada sobre a prática de estágios em
escolas especiais.
Encontram-se somente cursos de especialização, e muitos deles à distância, o
profissional que busca atender os reclames desta sociedade, sai frustrado de suas
especializações, pois mesmo assim, a realidade teórica é diferente da vivência
experimentada diariamente com o aluno incluso.
Diante de tais necessidades especiais educacionais, o papel do professor é de
suma importância na educação inclusiva, visto que o professor é a “autoridade’’
competente, “direciona o processo pedagógico, interfere e cria condições necessárias à
apropriação do conhecimento” (GAZIM et. al, 2005, p.51).
O professor é o mediador entre o aluno e o conhecimento e cabe a ele promover
situações pedagógicas em que os alunos com necessidades educacionais especiais
superem o senso comum e avance em seu potencial humano afetivo, social e
intelectual, quebrando as barreiras que se impõem.
Os professores precisam pensar na educação como um todo, conforme destaca
Farfus (2008, p. 30):

A articulação entre os educadores é urgente, pois existe a necessidade de uma


redefinição do papel do professor e de sua forma de atuar, no pensamento
sistêmico. É necessário pensar na aprendizagem como um processo
cooperativo e de transformação que proporcione a formação de alunos
inseridos no mundo, e não mais em apenas uma comunidade local. Finalmente
pensar na educação em relação aos aspectos da ética, da estética e da política;
a educação fundamentada em um ideal democrático.
Um dos fatores primordiais para uma proposta inclusiva em sala de aula é que os
professores mudem a visão incapacitante das pessoas com necessidades educacionais
especiais para uma visão pautada nas possibilidades, elaborando atividades variadas,
dando ênfase no respeito às diferenças e às inteligências múltiplas.
Ter o tamanho da turma reduzido e contar com um auxiliar é um benefício
essencial para que a Educação inclusiva funcione. Felizmente, isso é algo que
conseguimos obter junto às redes municipais de ensino. "Nos locais em que essa não é
realidade, o professor costuma se sentir sozinho em sala de aula", afirma Sonia
Casarin, docente da pós-graduação em Educação Inclusiva do Instituto Superior de
Educação Vera Cruz, em São Paulo. Em casos como esses, que ainda são maioria, a
especialista sugere dividir a sala em grupos produtivos, aproveitando a competência de
cada um. "Ao colocar para trabalhar juntos alunos com saberes diferentes, é possível
beneficiar todos, e não somente os que têm NEE", afirma Sonia.

3. SISTEMA ESCOLAR

Neste contexto, cabe à escola refletir sobre as suas práticas educacionais, na


tentativa de conceber a criança como um ser em pleno desenvolvimento, no entanto,
um ser ativo e social que, ao se apropriar de diferentes espaços, tem a possibilidade de
interagir com objetos culturais, com outras crianças e com diferentes adultos, todos
importantes para o seu processo de humanização. Assim, ao se refletir sobre o espaço
físico que compõem as escolas, Rinaldi (2002, p. 77) diz que:

[...] O ambiente escolar deve ser um lugar que acolha o indivíduo e o grupo, que
propicie a ação e a reflexão. Uma escola ou uma creche é antes de tudo, um
sistema de relações em que as crianças e os adultos não são apenas
formalmente apresentados a organizações, que são uma forma da nossa
cultura, mas também a possibilidade de criar uma cultura. [...] É essencial criar
uma escola ou creche em que todos os integrantes se sintam acolhidos, um
lugar que abra espaço às relações.

Diante desta afirmativa, é urgente que a escola organize espaços flexíveis e


versáteis, compostos por ambientes que possibilitem a criação de novos saberes e
novas experiências, espaços que favorecem o autoconhecimento, a autonomia e o
desenvolvimento de habilidades tais como: cognitivas, afetivas, social e cultural. Tudo
isso, deve ser pensado junto a uma rotina escolar desafiadora, sendo contrária a uma
rotina autoritária que limita pelo seu autoritarismo, os processos de desenvolvimento e
aprendizagem
Fernandes (2007, p. 37) aponta também que: “[...] são necessárias mudanças
estruturais que envolvem a remoção de barreiras físicas e materiais e a organização de
suportes humanos e instrumentais, para que todos possam ter a participação social em
igualdade de oportunidades e condições.”.
Para Guerbert (2010), incluir trata-se de adequar os espaços para atender os
educandos, e integrar é inserir o estudante especializado no âmbito escolar, sem
objetivo algum, não havendo readequação e reestruturação de acesso para aqueles
que possuem limitações ou dificuldade de se locomover, como também recursos para
os atender.
A definição de integração, segundo a teórica, nada mais é do que:
[...] a inserção pura e simples das pessoas com necessidades educativas
especiais, sem que haja nenhuma adaptação específica do contexto para o
desempenho de tais atividades, utilizando-se, para isso, somente recursos
previamente disponíveis. (GUERBERT, 2010, p. 32)

Observa-se que as terminologias “integração” e “inclusão” se confrontam


constantemente quando o assunto é educandos com necessidade especiais. O correto
é abordar como deveria ser a educação inclusiva destas crianças e como fazer para
que este processo ocorra.
A autora Fernandes (2007, p. 45) define que a educação inclusiva é “um
movimento que compreende a educação como um direito humano fundamental e a
base para uma sociedade mais justa [...]”. Um mundo no qual se permita que todos
possam conviver e socializar em qualquer contexto/ambiente.
Partindo desses conceitos, nota-se que a inclusão estigmatizou a educação e
seus paradigmas, mas como a relação família-escola contribui para este cenário
continuar a se destacar?

3.1 Relação professor, aluno e escola como deve ser?


A maioria dos alunos de inclusão que chegam na unidade escolar acabam
conquistando a todos no decorrer do ano letivo, pois são na maioria das vezes
simpáticos e carismático. Sim, se tem alguns casos no qual o aluno é rebelde, de difícil
diálogo e de pouca simpatia não gosta de contado, às vezes chega a ser agressivo.
A capacitação profissional inclui um plano para que os professores e funcionários
aprendam como devem contribuir nesses casos, como colaborar para esse aluno se
sinta acolhido. Dentro de suas funções específicas, todos precisam
estar preparados para atuar de forma positiva na educação desses alunos.
O professor tem que ter uma boa didática com esse aluno de forma a cativá-lo
para que este venha aceitá-lo e com isso ele consiga propor um ensino e aprendizagem
significativa ao longo do ano letivo ao seu aluno.
O educador tem um papel muito importante na sociedade. Ele é fundamental no
processo de educação. Mas o que é esse processo de educação? Qual é o papel do
educador nesse processo? Segundo Puebla (1997, p. 19):
A educação é um processo contínuo, permanente de interação, que tem início
antes do nascimento do indivíduo, com a educação de seus pais, e dura toda a
vida, desenvolvendo-se em instituições específicas e além delas. Nesse
encontro com a sabedoria interior, nós, educadores, podemos ser meros
transmissores de informação ou estabelecer como objetivo um verdadeiro
conceito de educação. Se assumirmos ser EDUCADORES, poderemos
contribuir para a mudança social a partir do desenvolvimento individual e
coletivo. Para isso temos que participar da mudança e vivê-la como um desafio
essencial.

Além disso, é preciso que o professor converse com seu aluno, procure saber de
seus interesses, suas preferências, assim, o acolhimento pode começar com uma
postura interessada e amigável do professor. Autistas costumam ser bastante enfáticos
nos seus interesses, sendo necessário, portanto, conciliá-los de alguma forma com os
conteúdos trabalhados, para capturar sua atenção.
 As relações entre professor/aluno/conteúdo não são estáticas, mas dinâmicas,
pois se trata da atividade de ensino como um processo coordenado de ações docentes.
Paulo Freire em seu livro Pedagogia do Oprimido (1987), deixa-nos entender que a
relação professor (opressor) e aluno (oprimido) ou vice-versa têm a finalidade de que a
relação professor-aluno nesse processo de ensino-aprendizagem gira em torno da
concepção da educação, tendo uma perspectiva de que quando todos se unirem na
essência da educação como prática de liberdade, ambos abrirão novos horizontes
culturais de acordo com a realidade e imaginação de todos os indivíduos, seguido das
diferentes culturas de cada um.
   O professor em muitos casos é visto como força estimuladora para despertar
nos alunos uma disposição motivadora para determinado assunto. Essa relação de
“ídolo” do aluno para com o professor estimula sentimentos, instiga a curiosidade,
principalmente quando o professor cativa seu o aluno facilita muito o seu trabalho,
porque quando o aluno confia no professor ele relata de forma sugestiva um
acontecimento, faz uma leitura expressiva de um texto, e assim sucessivamente, ocorre
o crescimento desta cumplicidade entre professores e alunos.

4. A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO PROCESSO EDUCACIONAL

O envolvimento da família no processo educacional da criança é uma


necessidade e é de muita importância. A família deve ser orientada e motivada a
colaborar e participar do programa educacional, promovendo desta forma uma
interação maior com a criança, também é fundamental que a família incentive a prática
de tudo que a criança assimila.
A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais na rede regular
de ensino não se restringe aos esforços da escola, inclui também a construção de
redes de colaboração com a família e a sociedade fortalecendo o combate à
intolerância e às barreiras atitudinais, bem como a compreensão da diversidade no
desenvolvimento infantil. (ARRUDA; ALMEIDA, 2004, p. 16)
A ligação da família com a escola potencializa o processo de ensino e
aprendizagem do educando, na etapa educacional, assim, a escola complementa as
ações da família e vice-versa.
Para entrelaçar estas instituições primordiais na vida humana, é importante
abordar como ocorre esta parceria na vivência de educandos com necessidades
especiais inseridos na rede regular de ensino, considerando as contribuições presentes
desta relação família-escola, vinculando-o com o processo educacional destas crianças
inclusivas.
Antes de tudo, para que haja uma verdadeira parceria entre a família e a escola,
deverão ser adotados encaminhamentos metodológicos diversificados para atender tais
educando com necessidades especiais e adequar os espaços físicos para tornar o
processo de inclusivo mais produtivo e bem-sucedido.
Uma vez que, este trabalho visa à formação humana do indivíduo e a busca de
um lugar na sociedade é preciso o apoio e o suporte de ambas as instituições
responsáveis pela criança: a Família e a Escola.
Szymansky (2010, p.22) descreve que “É na família que a criança encontra os
primeiros “outros” e, por meio deles, aprende os modos humanos de existir – seu
mundo adquire significado e ela começa a construir-se como sujeito”. Para a autora a
relação família-escola trata-se de uma parceria entre a escola e pais e/ou familiares dos
educandos, conceituando-as ambas as responsáveis pela aprendizagem da criança.
A família, nesta perspectiva, é uma das instituições responsáveis pelo processo
de socialização realizado mediante práticas exercidas por aqueles que têm o
papel transmissor – os pais – e desenvolvidas junto aos que são os receptores
– os filhos. (SZYMANSKI, 2010, p. 20)

E a escola é uma instituição de ensino que, segundo Szymanski (2010, p. 99)


tem como “obrigação de ensinar (bem) conteúdos específicos de áreas do saber,
escolhidos como sendo fundamentais para a instrução de novas gerações”.
Segundo Pereira (2004, p.17) “Cabe à escola, cada vez mais, interagir com a
família e a sociedade, com projetos que resgatem o valor humano de cada um, de cada
aluno. É na vivência com o outro ser humano que a criança se permitirá avaliar seus
conhecimentos.”.
A autora Paula (2007) também aponta a família como sujeito responsável pela
socialização imediata do sujeito, pois em casa que se estabelece os primeiros contatos
de interação com o outro e convívio social.
Enfatiza a autora que “É na família que aprendemos a nos relacionar com os
outros. Portanto, a construção dessa sociedade inclusiva começa nas famílias. Os pais
e as próprias pessoas com deficiência são seus principais agentes.” (PAULA, 2007, p.
7)
A família é a chave para uma formação bem-sucedida do estudante e a escola é
o local onde ele vai ampliar seus conhecimentos técnicos e práticos, desenvolvendo
também suas habilidades e capacidades conforme seu desempenho global. Ainda
segundo Szymansky (2010, p. 98):
Ambas as instituições têm em comum(...) o fato de prepararem os membros
jovens para sua inserção futura na sociedade e para o desempenho de funções
que possibilitem a continuidade da vida social. Ambas desempenham um papel
importante na formação do indivíduo e do futuro cidadão.

Esta relação se estende nos demais parágrafos do mesmo artigo, quando se lê:
§ 3º Os vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e do
respeito mútuo em que se assenta a vida social devem iniciar-se na Educação
Infantil e sua intensificação deve ocorrer ao longo da Educação Básica.
§ 4º Os sistemas educativos devem envidar esforços promovendo ações
a partir das quais as unidades de Educação Infantil sejam dotadas de condições
para acolher as crianças, em estreita relação com a família, com agentes sociais
e com a sociedade, prevendo programas e projetos em parceria, formalmente
estabelecidos. (BRASIL, 2010)

A importância da família no desempenho escolar do educando, favorecerá tanto


nos aspectos motores, como emocionalmente e intelectualmente. Em suma, para se
resultar em um desenvolvimento de qualidade e eficaz, a escola e a família devem
caminhar juntas para atingir o alvo comum que é o bem-estar e a aprendizagem da
criança com necessidades especiais incluída na rede regular de ensino.

CONCLUSÃO

O professor é o eixo norteador no processo ensino aprendizagem, porém, na


maioria das vezes entre o aluno e a aprendizagem, ele precisa estar comprometido,
com a escola, sociedade e demais professores para se propiciar uma educação de
qualidade ao seu educando, independentemente da sua instituição de ensino.
Um bom profissional da educação, sabe como contornar muitas vezes os
problemas existentes, mesmo quando não se tem um suporte necessário da gestão
escolar, contudo sabemos que muitas das vezes nos falta recurso e infraestrutura
necessária.
Ou seja, precisamos que essas estruturas de apoio seja digna, com manutenção
constante para não comprometer o trabalho do professor em atividades a serem
desenvolvidas dentro da instituição de ensino.
Dentro deste contexto, é fundamental o papel da família, no sentido de cobrar
dos órgãos competentes e da instituição de ensino os direitos e a assistência
permanente no processo de ensino e aprendizagem do educando.

REFERÊNCIAS

COMENTÁRIO DOS ART. 58 E 59 DA LDB SOBRE EDUCAÇÃO ESPECIAL.


Disponível em: <https://pedagogiaaopedaletra.com/comentario-art-ldb-sobre-educacao-
especial/. Acesso em: 05 jan 2021.

2 FARIAS, KAROLINE BONARDO. INSEGURANÇA DO PROFESSOR EM


RELAÇÃO À
INCLUSÃO.HTTPS://MONOGRAFIAS.BRASILESCOLA.UOL.COM.BR/EDUCACA
O/A-INSEGURANCA-PROFESSOR-QUANTO-INCLUSAO.HTM. ACESSO EM: 28
DEZ 2020.

FERNANDES, Elisângela; BIBIANO, BIANCA. Inclusão: 7 professoras


mostram como enfrentam esse desafio. Disponível em:
https://novaescola.org.br/conteudo/1688/inclusao-7-professoras-mostram-como-
enfrentam-esse-desafio. Acesso em:19 dez 2020.
FERNANDES. Sueli. Fundamentos para Educação Especial. Curitiba: Ibpex,
2007.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática
educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GUERBERT, Mirian Célia Castellain. Inclusão˸ uma realidade em discussão ̸
3.ed.rev.,atual.e ampl.-. Curitiba˸ Ibpex, 2010. (Série Inclusão Escolar).
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Ed. Cortez, 1994
MORAES, Mara Sueli Simão; MARANHE, Elizandra Andre; (Orgs). Coleção
Unesp: Educação de temas específicos. São Paulo: Unesp, Faculdade de Ciências,
2009, v.4.
PAULA, Ana Rita de. COSTA, Carmem Martini. A hora e a vez da família em
uma sociedade inclusiva. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação
Especial, 2007.
PUEBLA, Eugênia. Educar com o coração: uma educação que desenvolve a
intuição. 4. ed. São Paulo: Peirópolis, 1997.
SILVA, Taiane Vieira da. Inclusão escolar: relação família-escola. Disponível
em: https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/16662_8048.pdf. Acesso em: 23 dez
2020.
SZYMANSKI, Heloisa. A relação família e escola: desafios e perspectivas.
Brasília: Liber, 2010.

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