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FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE-FAVENI

RITA DE CÁSSIA ALCÂNTARA

EDUCAÇÃO ESPECIAL: OS DESAFIOS DA INCLUSÃO ESCOLAR NO ENSINO


REGULAR.

RERIUTABA-CE
2022
FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE-FAVENI

RITA DE CÁSSIA ALCÂNTARA

EDUCAÇÃO ESPECIAL: OS DESAFIOS DA INCLUSÃO ESCOLAR NO ENSINO


REGULAR.

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito parcial à
obtenção do título especialista em
EDUCAÇÃO ESPECIAL E
INCLUSIVA E
NEUROPSICOPEDAGOGIA
INSTITUCIONAL E CLÍNICA.

RERIUTABA-CE
2022
EDUCAÇÃO ESPECIAL: OS DESAFIOS DA INCLUSÃO ESCOLAR NO ENSINO
REGULAR.

Rita de Cássia Alcântara1


Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi
por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim
realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO- Este trabalho tem como objetivo identificar as dificuldades e barreiras que possam surgir no
processo de desenvolvimento da Educação Inclusiva na instituição de ensino, fazendo com que seja um
atraso para aqueles alunos com necessidades especiais que estudam no ensino regular. Quando se fala em
Educação de Qualidade, refere-se a ela em sua totalidade, em todos os aspectos de ensino, pois apesar de
caminhar em passos lentos, e do muito trabalho a se fazer, alguns avanços se tem conseguido. Foi
desenvolvida uma pesquisa com um dos professores de ensino regular e a professora do AEE da Escola
Marcelo da Cunha Araújo, onde se tem vários casos de inclusão. É necessário um olhar mais direcionado
sobre a Educação Inclusiva para que esta venha a beneficiar realmente as crianças e adolescentes que dela
necessita e que o seu direito de ser respeitado e ser bem tratado seja garantido.

PALAVRAS-CHAVE: Inclusão. Educação Especial. Ensino. Aprendizagem.

1
rita-c-alcantara@hotmail.com
1- INTRODUÇÃO

O tema deste trabalho é Educação Especial: Os Desafios Da Inclusão Escolar No


Ensino Regular, que traz a necessidade de compreender e assegurar que a Educação
deve ser para todos, principalmente chamar a atenção para a inclusão nas instituições de
ensino regular, pois este é um tema de extrema importância e urgência, pois os desafios
enfrentados são muitos e precisam ser sanados ou diminuídos.
Ao longo dos anos a Educação Inclusiva tem passado por bastante transformações,
especificamente no Brasil, na qual essas mudanças ocorreram nas escolas especiais e
inclusivas devido a urgência em reformular esse setor e poder abranger a todos os alunos
com necessidades especiais, ou pelo menos tentar alcançar a maioria.
A inclusão é um tema que deve ser trabalhado e debatido constantemente no
ambiente escolar, principalmente nas redes municipais de ensino, onde nos deparamos
com diversas realidades e carências. Esta abordagem se faz necessária devido ao tempo
em que o aluno fica sem atividade no tempo pedagógico, isto se agrava e se torna mais
crítico a partir do 6° ano do ensino fundamental, onde o aluno passa ater vários
professores. Nestas disciplinas temos vários educadores e pouca oferta de capacitação
por parte da esfera governamental, onde poucos desses tem um olhar mais voltado ao
aluno especial e por si só desenvolve atividades de acordo com o nível deste educando
procurando, mas a maioria faz pouco caso ou repassa a responsabilidade para a gestão,
alegando então não saber o que fazer ou sem tempo de preparar planos “diferente”, já que
não é formado nem especializado na área.
Inúmeros desafios são encontrados no cotidiano escolar do ensino regular, o apoio
e efetivação da inclusão necessita acontecer, mas com ele vem toda uma problemática,
onde deve ser desenvolvido meios de contornar e combater essas situações. Partindo
das dificuldades encontradas, podemos começar pela capacitação dos professores, a falta
desta é um grande desafio, pois o educador precisa ser capaz de conhecer e identificar
todo o espaço em que este aluno está inserido, além de outras demandas necessárias. A
nenhuma ou pouca oferta de capacitação dos educadores, já reflete no apoio
governamental que nem sempre acontece, pois na maioria das vezes ele é professor de
ensino regular e precisam adaptar atividades, trabalhos e acompanhamentos, em um
ambiente que muitas vezes não dispõem de estrutura adequada e nem apoio pedagógico
suficiente.
Investir em capacitações para professores, melhorar a estrutura do prédio, ou criar
anexos, são medidas que podem ser alternativas para essas melhorias, além de trazer
professores qualificados que consigam atender a demanda da escola, e que possam
orientar o educador do ensino regular a atender essas crianças e não as sem assistência,
mas a falta de materiais pedagógicos muitas vezes influencia ou restringe o trabalho do
profissional.

Colocando essas dificuldades em debate, pode-se direcionar as barreiras


encontradas pelos alunos especiais, o bullying é uma ferramenta opressora muito
poderosa, com pesados efeitos negativos se torna bem devastadora ou em alguns casos,
pode ser letal. Toda instituição de ensino deve se preparar para combater este tipo de
problema, e desenvolver ações de conscientização entre os alunos, envolvendo também a
comunidade escolar, visando assim o combate a este tipo de pratica.

1.1- Objetivo geral

Este trabalho tem por objetivo geral identificar os desafios e dificuldades que o
professor enfrenta no dia-a-dia junto ao aluno com deficiência no ensino regular, e o
impeçam de desenvolver uma educação especial de qualidade, bem como analisar os
pontos negativos presentes nas instituições de ensino que dificultam efetivar a inclusão
nas escolas e procurar meios de diminuir essas barreiras.

1.2- Objetivos Específicos

 Analisar os meios de aprendizagem dos alunos com deficiência no ensino


regular;
 Verificar quais ações a escola pode desenvolver para alcançar a inclusão.

 Identificar como melhorar os materiais pedagógicos que favoreçam o trabalho


do professor de ensino regular junto ao aluno com necessidades especiais.

1.3- Justificativa
Este trabalho justifica-se pela necessidade de conhecer sobre Educação inclusiva,
quais os desafios encontrados principalmente nas escolas públicas e como ela pode se
transformar e evoluir pois só a matricula do aluno não significa que a escola já fez seu
papel de inclusão. É um tema a ser debatido e esclarecido, pois diante das diferentes
necessidades especiais dos alunos, muitos pais ainda não tem o conhecimento necessário
e vem discutir com a escola alegando que a mesma não deveria aceitar “crianças desse
tipo” junto com os alunos “normais”, e que eles deveriam ficar em escolas só para esse
“tipo de gente”.
Infelizmente essas falas são reais, ouvidas em uma escola durante uma reunião de
pais, onde quem proferiu estas palavras foi uma mãe. Dante desta fala infeliz, a Diretora
rapidamente aproveitou a ocasião para explanar o assunto, informar sobre os direitos
destas crianças e tirar todas as dúvidas cabíveis aquele momento. Com isso vê-se a
urgência com que este tema deve ser abordado e discutido nas instituições, a fim de
palavras como essas não sejam mais proferidas e nem ouvidas, que tenhamos mais
pessoas instruídas visando ser um apoio nesta luta que necessita ser travada, para que o
direito de quem necessita seja garantido.
A Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional vem nos possibilitar e
garantir que as crianças portadoras de necessidades especiais sejam atendidas, além de
algumas leis como a Lei Brasileira de Inclusão criada em 2015, com o intuito de conseguir
avanços quanto as necessidades especiais e a inclusão com pessoas com deficiência.
Esta necessidade básica vem sido defendida ao longo dos anos, é uma luta que vem
ganhando força e tem tido alguns avanços embora não os desejados em sua totalidade,
mas em partes se tem evolução. A seguir, Mantoan (2003, p. 97) nos diz que:
A educação inclusiva deve ser entendida como uma tentativa a mais de atender as
dificuldades de aprendizagem de qualquer aluno no sistema educacional e com um
meio de assegurar que os alunos, que apresentam alguma deficiência, tenham os
mesmos direitos que os outros, ou seja, os mesmos direitos dos seus colegas
escolarizados em uma escola regular.

Observando esta fala, percebemos que precisamos identificar alguns pontos


necessários, apontar algumas mudanças se for o caso, traçar novas metas que
assegurem a educação de qualidade para todos, principalmente as crianças pobres e
carentes.
2- METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi uma pesquisa de campo através de um questionário com
a professora de AEE que atua na escola Marcelo da Cunha Araújo e por uma das
professoras do ensino regular que tem em suas turmas alunos com deficiência física ou
mental. Pretende-se ter um olhar sobre as dificuldades enfrentadas por ambos neste
contexto de inclusão que enfrenta muitos desafios e barreiras.

Este trabalho está dividido em resumo, introdução, objetivo geral e especifico,


justificativa, metodologia, desenvolvimento, conclusão e referências bibliográficas. No
primeiro parágrafo foi falado sobre o tema e porque foi escolhido, seguindo pelos
problemas enfrentados na rede pública de ensino e como alguns dessas dificuldades
podem ser sanadas com o objetivo de que a Educação Especial e inclusiva aconteça em
sua totalidade e garantir que o professor tenha acesso á cursos de capacitação que
possam qualificar ainda mais seu trabalho. Portanto continuando em sequência, foi
elencado a importância que este trabalho tem, pois necessita-se ações direcionadas a
comunidade escolar que possam informar, orientar acerca de dúvidas ou preconceitos que
tenham surgido sobre a educação inclusiva, e verificar pontos importantes destacados no
questionário destinado aos professores da escola citada.

3- DESENVOLVIMENTO

3.1- Fundamentação Teórica


A Educação tem um papel fundamental e importante na sociedade, sendo a escola
pública um fator de muito peso e decisivo na vida da criança carente, com necessidades
especiais, pobre, sem oportunidade e nem assistência. Para Mantoan,
A meta da inclusão é, desde o início, não deixar ninguém fora do sistema escolar,
que deverá adaptar-se às particularidades de todos os alunos (...) à medida que as
práticas educacionais excludentes do passado vão dando espaço e oportunidade à
unificação das modalidades de educação, regular e especial, em um sistema único
de ensino, caminha-se em direção a uma reforma educacional mais ampla, em que
todos os alunos começam a ter suas necessidades educacionais satisfeitas dentro
da educação regular. (MANTOAN, 1997)
Analisando a fala do autor, percebemos que a inclusão é muito mais ampla e não
se restringe a algumas práticas metodológicas e pedagógicas, ela sugere um olhar mais
além, um reconhecimento das suas diversidades, bem como o respeito das suas
particularidades e características individuais dos sujeitos.
Diante dos expostos citados, das lutas e mudanças, vem a necessidade de elencar
alguns desafios encontrados no cotidiano escolar do ensino regular, o apoio e efetivação
da inclusão necessita acontecer, mas com ele vem toda uma problemática, que deve ser
prevista e criado meios de contornar e combater essas situações. Partindo das
dificuldades encontradas, podemos começar pela capacitação dos professores, a falta
desta é um grande desafio, pois o educador precisa ser capaz de conhecer e identificar
todo o espaço em que este aluno está inserido, além de outras demandas necessárias.
A nenhuma ou pouca oferta de capacitação dos educadores, já reflete no apoio
governamental que nem sempre acontece, pois na maioria das vezes ele é professor de
ensino regular e precisam adaptar atividades, trabalhos e acompanhamentos, em um
ambiente que muitas vezes não dispõem de estrutura adequada e nem apoio pedagógico
suficiente.
Embora a escola presencial tenha retornado nas instituições, o cenário ainda se
encontra extremamente caótico tendo em vista o estrago que a pandemia causou,
principalmente na educação. Este dano é irreversível, na qual a alternativa que se tem é
“correr” atrás do prejuízo, onde uma das ações mais utilizadas é o reforço no contraturno,
mas dependendo da realidade escolar do aluno nem isso é possível, assim o reforço tem
que acontecer no próprio turno, sendo preciso ficar alguns minutos fora de sala de aula.
A inclusão nos traz uma ideia de acessibilidade e oportunidades, que estão
presentes em ambientes educativos na qual suas necessidades sejam atendidas e suas
habilidades sejam desenvolvidas. Partindo deste pensamento vemos que Lopes & Sil, tem
razão quando diz que:
A promoção de uma igualdade de oportunidades de acesso e de sucesso, com a
participação de todos e o respeito pela diversidade individual e cultural dos alunos,
através da inclusão na escola, bem como da inclusão da escola no meio local,
permitirá uma intervenção integrada, no sentido da elevação do nível educativo da
população.” (Lopes & Sil, 2005, p.2985)
Embora a educação inclusiva tenha conseguido evolução tanto na teoria quanto na
prática, ainda se tem um caminho longo a se percorrer até que se consiga funcionalidade
efetiva e que atenda a todos, sem distinguir etnia, raça ou cor e muito menos status social.
A fala de Coll (1995, p.11), é bastante oportuna quando ele nos diz que o aluno com
necessidades especiais,
“é aquele que apresenta algum tipo de problema de aprendizagem,
ao longo de sua escolarização, que exige uma atenção mais
específica e maiores recursos educacionais do que os necessários
para os colegas de sua idade.” Coll (1995, p.11)

Percebemos a responsabilidade social que a escola tem, na qual é de grande valia


principalmente para os menos favorecidos. Sua função é fundamental, como sendo a
promotora dos recursos de ensino aprendizagem, na mesma medida em que acolhe e
atender todas as diversidades e dificuldades, ofertando ações e intervenções visando a
implantação da inclusão definitiva.

A fala de Mantoan (1997, p.120 apud DA SILVA; ARRUDA, 2014, p. 7) nos diz que:
[...] a inclusão é um motivo para que a escola se modernize e os professores
aperfeiçoem suas práticas e, assim sendo, a inclusão escolar de pessoas
deficientes torna-se uma consequência natural de todo um esforço de atualização
e de reestruturação das condições atuais do ensino básico.
Dessa forma concluímos que o professor é detentor do poder extraordinário de
transformação, assim esteja em constante aprendizado e aperfeiçoamento, principalmente
na área de educação inclusiva. Partindo então da importância de o professor estar em
formação e a relevância dela ser ofertada, vimos também que não basta a escola aceitar a
matrícula deste aluno com limitações, estas crianças e adolescentes serem colocados na
escola não significa que a inclusão aconteceu, isto vai muito mais além, todo o ambiente
educacional deve ser transformado e adaptado conforme a necessidade. Percebemos
essa preocupação quando Mittler diz que,
A inclusão não diz respeito a colocar as crianças nas escolas regulares, mas a as
escolas para torná-las mais responsivas às necessidades de todas as crianças; diz
respeito a ajudar todos os professores a aceitarem a responsabilidade quanto à
aprendizagem de todas as crianças nas suas escolas e prepará-los para ensinarem
aquelas crianças que estão atual e correntemente excluídas das escolas por
qualquer razão (Mitller, 2003. p.16)
A partir do exposto acima concluímos a importância do acolhimento a esses alunos,
além de aceitar a matricula, se faz necessário a adaptação do meio, a gestão ofertar apoio
pedagógico e material para que possa ser trabalhado, na sala de aula no ensino regular o
professor se atentar quanto ao plano daquele aluno, e sempre que possível envolve-los
nas situações cotidianas em sala de aula, bem como preparar uma avalição voltada ao
seu nível de aprendizagem. Mas sabemos que a realidade é muito diferente, o educador
precisa estar preparado para atender os diferentes tipos e diversidades, seja esta pela
necessidade especial, seja pela raça ou cor. Além da fala de Mittler acima, e segundo
Magalhães (2003, p. 70), “para que esta prática se
consolide, é preciso modificar a concepção de ensinar e aprender, buscando
metodologias que fomentem o respeito às diversidades”, percebemos a necessidade de
buscar novas alternativas, outras intervenções para que essa concepção antiquada de que
o aluno com necessidades especiais não aprende ou é “Café com Leite”, sejam
aniquiladas.
Diante do que se foi apresentado, percebemos o quanto a inclusão é importante,
pois Leite afirma que,
A deficiência em si não torna a pessoa com deficiência
incapacitada, mas, a sua relação com o ambiente sim. Portanto, é o meio que é
deficiente, pois esse, muitas vezes, não possibilita o acesso de forma plena a
essas pessoas, não proporcionando equiparação de oportunidade. (LEITE, 2012,
p. 51)

Portanto todo trabalho de acolher esses alunos, adaptar ambiente escolar, adaptar
planos de aula, parece coisas sem importância, mas para esses discentes é a diferença
entre o desenvolvimento e a regressão, pois é através da escola e dos professores que se
pode transformar a vida de qualquer aluno.

3.2- A importância da Educação Inclusiva para a Sociedade.

Para o desenvolvimento deste trabalho foi elaborado dois questionários com 5


questões cada um, no caso será respondido por dois educadores, o que atua na educação
especial (AEE) e o outro que atua no ensino regular que tem em suas turmas alunos com
necessidades especiais. As questões do questionário foram elaboradas com o intuito de
sabermos como o professor de AEE atua com os alunos que atende, e como o educador
de ensino regular se organiza para atender todos a turma e como ele faz para incluir o
aluno com deficiência nas atividades.
3.3- A importância do Professor na Educação.

O professor é uma peça de extrema necessidade na educação, com a


responsabilidade de educar dentro de uma sala de aula, também são fundamentais na
construção da ética dos alunos. Sua missão acaba sendo além de sua sala de aula,
principalmente na escola pública, onde o público estudantil tende a ser mais carente e
muitas vezes a escola fica localizada em áreas de risco de violência, briga de gangues,
enfim, seu cotidiano sempre vem sendo desafiador, pois ainda se conta com poucos
recursos da educação, poucos materiais e falta de oferta de formação continuada. Muitas
escolas não dispõem de acessos adequados, rampas e banheiros adaptados, mas é
obrigação realizar meios que viabilize o acesso do aluno portador de necessidades
especiais para começar então o processo de inclusão, pois este vai muito além do que só
receber a matricula do aluno.

3.4- Informações sobre a Escola.

A escola que foi realizado a pesquisa é localizada no município de Reriutaba (CE) e


tem aproximadamente 237 alunos, na qual desses temos 9 alunos Diagnosticados com o
espectro autista, uns leves e outros moderados e 4 com outros tipos de diagnóstico, além
de 8 alunos que não tem laudo mas o núcleo gestor junto aos professores identificaram
que eles precisam de acompanhamento e acionou então a psicóloga do município,
rapidamente foram encaminhados para os respectivos profissionais competentes, sendo
que destes 13 alunos laudados apenas 5 sabem ler.

A escola dispõe de turmas do Infantil II a Educação de Jovens e Adultos,


funcionando no turno manhã, tarde e noite. A estrutura do prédio não é adequada para
receber as crianças especiais, o espaço para brincar é pouco, mas dispõe de uma parte
com duas árvores que possibilita a brincadeira em qualquer horário do dia, sendo inclusive
debaixo das árvores, local este que é usado em reuniões com os pais, reforços escolares,
dentre outras atividades, mas apesar da pequena estrutura possui pelo menos uma rampa
que dá acesso do pequeno pátio à secretaria, cantina e outras salas de aula, e os
banheiros não são acessíveis a cadeirantes.
3.5- Análise do questionário aplicado aos professores.
Este trabalho foi apresentado a duas professoras da referida escola, sendo uma
que trabalha no AEE e outra no ensino regular. Os questionários são diferentes, um
contém perguntas dentro do contexto do AEE e o outro é de acordo com a experiência da
professora no ensino regular, cada questionário possui 5 questões. Após ter visitado a
escola obtido a permissão para desenvolver o trabalho, chegou o momento hora de entrar
em contato com as professoras e explicar qual será o objetivo da visita.
Ao iniciar o debate com as professoras a cerca das respostas aos questionários,
ficou claro que o município ainda não realizou curso de formação continuada na área, mas
que elas por conta própria têm buscado fazer cursos de capacitação. Aos darmos
continuidade recebemos a informação de que nem todos os alunos conseguem ser
atendidos pelo AEE, visto que o professor pode atender apenas 8 ou 9 alunos, e
infelizmente alguns alunos ficam fora desse atendimento pelo AEE da escola, mas são
atendido semanalmente pelo CAPS da cidade. Ela ressaltou a importância de a família
estar presente afim de acompanhar o desenvolvimento do seu filho e ser apoio em casa
para que aja um avanço positivo no aprendizado, e que a equipe gestora da escola
precisa também dar esse apoio tanto a família quanto ao professor para que a inclusão
possa realmente acontecer.
Para este momento contamos também com a colaboração da professora de ensino
regular, que nos relatou a metodologia utilizada para com esses pequenos, como cada um
tem sua especialidade ela usa alternativas voltadas para esses alunos que varia de acordo
com suas necessidades, mas que infelizmente a escola não dispõe de recursos didáticos
para utilizar com eles, e o que ainda se consegue são materiais pedagógicos como
apostilas. Quanto ao desenvolvimento da turma, foi questionado se a turma não ficaria
prejudicada quanto a essas crianças que estão ali, a professora foi categórica em afirmar
que não, eles não atrapalham em nada o desenvolvimento e ensino-aprendizagem dos
colegas, e que ao pensar em brincadeiras e dinâmicas de acordo com a temática da
matéria, sempre busca algo que envolva todos os alunos e os resultados são excelentes.
Em relação a preconceitos e ao bullying, a escola junto aos educadores estão sempre
buscando e desenvolvendo ações que sejam trabalhadas com os alunos, informando a
comunidade e combatendo essas atrocidades, pois este tipo de pratica não é aceito na
escola.
Para finalizar a discussão, percebe-se com a fala das professoras que as principais
dificuldades por elas encontradas no trabalho, é a falta de materiais didáticos e
pedagógico, quando se tem é pouco ou muitas vezes nem tem, uma sala de recursos
multifuncionais seria de grande ajuda. A oferta de formação continuada para a área de
educação especial é uma questão urgente, e o que foi citado também foi a inexperiência
quanto a se trabalhar com a educação especial, esse é um obstáculo que pode ser
sanado com estágios, acompanhamentos com outros profissionais e partilha de ações.
Então conclui-se que se faz necessário uma parceria entre o município e a gestão da
escola, para que se consiga desenvolver um ambiente inclusivo e acolhedor.

4- CONCLUSÃO

Este trabalho de pesquisa teve o intuito de refletir sobre a importância da inclusão


dos alunos no ensino regular, bem como o professor estar em constante formação para
garantir esse direito dos mesmos, criando ações necessárias junto a gestão escolar
visando assim um ambiente acolhedor e confortável. Com a fala e contribuição das
professoras percebemos os desafios enfrentados ao se cuidar de alunos com necessidade
especiais e as dificuldades pedagógicas que surgem ao longo do caminho.
Dessa forma destacamos o papel fundamental do professor ao atender esses
alunos tanto no AEE quanto garantir a inclusão no ensino regular, pois nenhum aluno
merece ser “invisível” ou “ café com leite”, assim como a importância da parceria entre
família e escola, afim de estar atenta a necessidade de seus filhos e ser um suporte que
busque sempre o melhor, bem como a instituição de ensino representada pelo núcleo
gestor, garanta o direito de inclusão á esses alunos, formando-se uma eficaz equipe de
combate ao preconceito, ao bullying e a tudo que queira desvalorizar as pessoas com
necessidades especiais, seja na escola, seja na rua, e desenvolver ações e estratégias é
essencial para que tudo isso possa acontecer efetivamente.
5- REFERÊNCIAS

BRINGMANN, Daniela Rehbein. O BULLYING NO AMBIENTE ESCOLAR: um estudo


comparativo entre uma escola estadual e outra particular de Vera Cruz – RS. 2016,
41 f. Monografia de Graduação. Santa Cruz do Sul, 2016. Disponível
em:<https://repositorio.unisc.br/jspui/bitstream/11624/1388/1/Daniela%20R
%20Bringmann.pdf>. Acesso em 12 de novembro de 2022

EDUCAÇÂO, Todos Pela. Educação Inclusiva: Conheça o histórico da legislação


sobre inclusão. Disponível em:<https://todospelaeducacao.org.br/noticias/conheca-o-
historico-da-legislacao-sobre-educacao-inclusiva/>. Acesso em 21 de outubro de 2022

ESCOLA, Brasil. A inclusão de alunos com necessidades especiais no ensino


regular. Disponível em:<https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-inclusao-
alunos-com-necessidades-especiais-no-ensino-regular.htm>. Acesso em 21 de novembro
de 2022

FERREIRA, Hugo Silva. Os impactos da ausência de capacitação de docentes quanto


a Educação Inclusiva: Análise sob a ótica dos professores da Escola Bernardo
Monteiro – Belo Horizonte. Disponível
em:<https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/os-impactos>. Acesso em 25
de outubro de 2022

HOPPEN, Marinês Franceschetto; BARBY, Ana Aparecida de Oliveira Machado. Inclusão


de alunos com dificuldades educacionais especiais na escola regular – um olhar
sobre a diversidade. Disponível
em:<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1040-4.pdf>. Acesso em
04 de dezembro de 2022

MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar : o que é? por quê? como fazer?.
São Paulo: Moderna, 2003. — (Coleção cotidiano escolar). Disponível
em:<https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/211/o/INCLUS%C3%83O-ESCOLARMaria-
Teresa-Egl%C3%A9r-Mantoan-Inclus%C3%A3o-Escolar.pdf>. Acesso em 17 de
dezembro de 2022

MORERIRA, Jéssica. Em debate: Os desafios da inclusão escolar. Disponível


em:<https://educacaointegral.org.br/reportagens/em-debate-os-desafios-da-inclusao-
escolar/>. Acesso em 18 de outubro de 2022

NASCIMENTO, Rosangela Pereira do. Preparando professores para promover a


inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais. Disponível
em:<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2496-8.pdf>. Acesso em
27 de novembro de 2022

WUTKE, Lígia. Inclusão escolar: estratégias e intervenções pedagógicas inclusivas.


Disponível em: <https://mundoaprendiz.com.br/inclusao-escolar-estrategias-e-
intervencoes-pedagogicas-inclusivas/>. Acesso em 18 de outubro de 2022
6- APÊNDICE
QUESTIONÁRIO PARA O PROFESSOR DO ENSINO REGULAR
1- Como são as aulas nas turmas que tem alunos especiais e qual a metodologia
utilizada com eles?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
2- A escola dispõe de material didático voltado para os alunos especiais de acordo
com as necessidades dele?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
3- A escola faz ou já fez algum trabalho ou projeto que ajude minimizar o preconceito,
bullying e as práticas discriminatórias no ambiente educativo?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
4- Na sua opinião os alunos especiais atrapalham o desenvolvimento e ensino-
aprendizagem da turma?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

5- Em sua opinião, cite os principais fatores e desafios ou dificuldades que resultam


em barreira quanto ao trabalho e desenvolvimento com os alunos com necessidades
especiais.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
QUESTIONÁRIO PARA O PROFESSOR DO AEE
1- Você participa de alguma formação continuada na educação especial ou praticas
educativas?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
2- Todos os alunos com necessidades especiais da escola conseguem ser atendidos
pelo AEE?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
3- Na escola onde trabalha quais os principais fatores, desafios ou dificuldades que
resultam em barreira quanto ao trabalho e desenvolvimento com os alunos com
necessidades especiais.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
4- Em sua opinião qual a importância da interação entre a família dos alunos com
necessidades especiais e escola? Justifique sua resposta.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
5- De acordo com sua experiencia docente com alunos especiais no AEE, que
recomendações você daria ao professor que vai atuar na sala de aula regular que na
turma tem alunos com necessidades especiais?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

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