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PEDAGOGIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I
GOIÂNIA/2022
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GOIÂNIA/2022
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SUMÁRIO
1 Tema e Problema.................................................................................................................. 3
2 Justificativa........................................................................................................................... 3
3 Objetivos
3.1 Objetivo Geral...................................................................................................... 4
3.2 Objetivo Específico............................................................................................... 4
4 Fundamentação Teórica...................................................................................................... 5
5 Procedimentos Metodológicos............................................................................................ 10
6 Produto Educacional.......................................................................................................... 11
7 Referências.......................................................................................................................... 12
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1 TEMA E PROBLEMA
2 JUSTIFICATIVA
A defasagem em pesquisas acadêmicas a respeito da Alfabetização e Letramento de
alunos surdos, no recorte temporal dos períodos de 1970 a 2005, viabilizou a elaboração deste
projeto de pesquisa, sendo importante ressaltar o vínculo pessoal da autora desta pesquisa
com este tema, através da vivência com surdos que relatam sua exclusão em escolas em
período regular, em que os professores apenas oralizavam os conteúdos ignorando a presença
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de crianças surdas, acontecidos até meados de 1970, mudando posteriormente com as Leis,
como o estabelecimento do Artigo 58 na Lei Federal nº 9.394/1996 e o Artigo 2 da Lei nº
7.853/89 assegurando o acesso da pessoa com deficiência à educação pública e gratuita e, se
for o caso, à educação adaptada às suas necessidades em escolas especiais.
Por tanto, compreender a importância do processo de Alfabetização e Letramento de
alunos surdos no Brasil como elemento de inclusão no processo de ensino-aprendizagem é
essencial como maneira de conhecer a história das metodologias utilizadas desde a década de
70 à 2005, analisando os motivos da defasagem de aprendizado e preconceito da sociedade.
Permitindo após a leitura, a ampliação de conhecimentos e recursos metodológicos para quem
se interessa na área, como a coordenação pedagógica de uma escola, intérpretes de LIBRAS,
graduandos, pós-graduandos e professores em formações continuadas que almejam atuar na
educação especial, especificamente de alunos com Deficiência Auditiva. Para que não ocorra
com a falta desta leitura, a perpetuação de metodologias retrógradas, prejudicando o processo
de aprendizado e o desrespeito com os direitos constitucionais dos alunos.
3 OBJETIVOS
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
70. Com influências de diferentes países devido a fase pós Segunda Guerra Mundial, isto é,
com a grande quantidade de soldados feridos que se tornaram pessoas com deficiência, a
reabilitação e a inserção na sociedade, fez com que o mundo começasse a lutar pelos direitos à
acessibilidade e a acreditar na capacidade destas pessoas.
Um início tardio se pensarmos no contexto educacional dos alunos com deficiência
que iam à escola apenas por irem, encontrando um espaço educacional sem qualquer tipo de
acessibilidade, e professores sem especialização para atendê-los. O que mudou de fato este
cenário da educação no Brasil foi ainda mais tarde, com a criação da Declaração de
Salamanca (1994) na Espanha, com intuito de destacar as necessidades de políticas públicas e
educacionais para atender a todos alunos, sem exclusão ou segregação, por tanto, defendendo
princípios igualitários:
O princípio fundamental desta linha de Ação é de que as escolas devem
acolher todas as crianças independentemente de suas condições físicas,
intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Devem acolher
crianças com deficiência e crianças bem dotadas, crianças que vivem nas
ruas e que trabalham, crianças de minorias linguística, étnicas ou culturais e
crianças de outros grupos ou zonas desfavoráveis ou marginalizadas
(Declaração de Salamanca, 1994, p. 17- 18).
Além deste Artigo citado acima, é importante evidenciar a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação de 1996 com o capítulo V como protagonista pela primeira em uma LDB destinado
à Educação Especial, como um passo importante para a flexibilidade e a necessidade das
mudanças. Neste capítulo V, os Art.58, 59 e 60, além dos direitos básicos previstos
anteriormente, define através da Lei Nº9394/96 serviços de apoio especializado aos alunos,
atendendo desde a educação infantil, por meio de professores qualificados.
Isto permite, portanto, a iniciação da alfabetização de alunos surdos em LIBRAS com
professores capacitados para um processo de tamanha importância, desde que promovam a
construção e não a transmissão de conhecimento, como Paulo Freire (1999) afirma.
Nesse sentido é importante contextualizar a educação de alunos surdos, ocorrendo
paralelamente à progressão da Educação Inclusiva, visto que sua iniciação se dá por meio do
monge Pedro Ponce Léon, durante a Idade Moderna, alfabetizando surdos para seguirem
doutrinas do Cristianismo, em contrapartida à Aristóteles e outros pensadores da época que
ensinavam que os que nasciam surdos, por não possuírem linguagem, não eram capazes de
raciocinar.
Posteriormente, um clérigo chamado Charles-Michel de L’Epée contribui com a
alfabetização de surdos, reconhecendo a Língua de Sinais como forma de comunicação e
criando sinais com seus próprios alunos, o que mais tarde seria chamado de LSF (Langue Des
Signes Française) e com este novo método, fundando o Instituto Nacional para Surdos-
Mudos, sendo mais um avanço para a época.
Avançando alguns anos e objetivando o ensino no Brasil, sob influências diretas da
França e do método de L’Epée, a vinda da Família Real ocasiona a inauguração do Instituto
dos meninos surdos por Dom Pedro II, com o professor francês Huert. Esperava-se que o
Brasil passasse a ensinar através da Língua de Sinais, o que durou pouco tempo, com o
retrocesso ocasionado pelo II Congresso de Milão o único meio de comunicação com os
surdos fica estabelecido como Oralismo, proibindo qualquer outra forma de comunicação
mesmo entre surdos e seus familiares fora do ambiente escolar.
Segundo Goldfeld (1997) mesmo com a proibição do uso da língua de sinais, a
modalidade sobreviveu até meados de 1957 quando a diretora Ana Rímola de Faria Doria
proibiu oficialmente o uso em sala de aula, dando margem a interpretação de que o Oralismo
realmente aconteceu dentro deste Instituto somente durante treze anos, de 1957 á 1970, com a
chegada da Comunicação total.
A filosofia do Oralismo, integra o aluno surdo à comunidade ouvinte desenvolvendo a
sua língua oral, ou seja, ignora a surdez imaginando que a estimulação auditiva é o suficiente
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criança ouvinte, na segunda, a ênfase da Surdez é tamanha, que tenta igualar a família ouvinte
à Surdez da criança.
Entretanto, é o Bilinguismo assegurado nas legislações, como no decreto nº 5. 626 de
2005 garantindo o acesso à educação por meio da língua de sinais (L1) e o ensino da língua
portuguesa escrita como segunda língua (L2). E a Lei nº 10.436 de 2002 reconhecendo o
estatuto linguístico da língua de sinais e, ao mesmo tempo assinalando que esta não pode
substituir o português, mesmo que na prática pedagógica esta não seja a realidade, invertendo
as prioridades, apresentando primeiro a L2 e posteriormente a L1, tornando a Língua de
Sinais meramente sinais impressos para ensinar o alfabeto datilológico (soletração de uma
palavra ou frase usando a formação de letra por letra do alfabeto manual, com as mãos) ou
desenho de sinais correspondentes às palavras, como banheiro, água, dentre outros conceitos
que consideram essenciais para ensinar primeiro.
Para Gotti (2007) assessora da Secretaria da Educação Especial do MEC, “sem a
LIBRAS o aluno tem que se concentrar apenas na leitura de lábios e 50% da mensagem se
perde”. É em vista disso, que a LIBRAS mais uma vez se mostra primordial, pois apresenta na
sua composição percepção visual/gestual; expressão corporal e facial; expressão idiomática;
significantes e significados e os classificadores, que podem ser: de tamanho; de forma; de
parte; semântico; instrumental; plural, entre tantos outros. Reconhecida pela Lei supracitada,
nº. 10.436, de 2002 que a reconhece,
[...] como forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico
de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constitui um
sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de
comunidades de pessoas surdas do Brasil. (BRASIL, 2002).
o aprendizado dos surdos neste período estava na fase de transição da Comunicação Total
para o Bilinguismo, explicando em duas perspectivas o fracasso da alfabetização.
Para os surdos, porque este processo tinha como eixo norteador a Consciência
Fonológica, em outras palavras, analisando fonologicamente e voltando a desprezar que sua
primeira língua deve ser a de sinais, não a língua materna; e para os ouvintes, o processo
retrógrado, sem metodologia diversificada e despreocupada com o uso social da escrita, com a
crença de que imergir a criança com material escrito alfabetizaria.
A Lei maior que deveria assegurar este processo de alfabetização no movimento
inclusivo seria a LDB, contudo, era ainda uma década que a inclusão estava mais próxima da
segregação, o que justifica um único Artigo citando a existência de pessoas com deficiência
no ambiente escolar, sendo ela, Art.9º “os alunos com deficiências físicas, mentais, os que se
encontram em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados
deverão receber tratamento especial”. (BRASIL, 1971, p. 5). Sendo por este motivo, que,
Em 1973, o MEC cria o Centro Nacional de Educação Especial – CENESP,
responsável pela gerência da educação especial no Brasil, que, sob a égide
integracionista, impulsionou ações educacionais voltadas às pessoas com
deficiência e às pessoas com superdotação (BRASIL, 2007b, p.2).
embasado no trabalho do docente com ouvintes, ou seja, no estudo por meio de sons,
impedindo o sucesso educacional dos surdos e culpando-os pelo fracasso escolar.
As Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (BRASIL,
2001) percebendo a falha da comunidade escolar, recomenda o preparo das escolas para
receber a surdez sem discriminação, com todos professores aptos à LIBRAS, contudo, é neste
momento que se percebe a ausência de um ambiente linguístico natural para os surdos.
O educador, na tentativa de romper com as perspectivas ultrapassadas de “inclusão”
dos alunos surdos nas práticas pedagógicas, deve ser mediador do conhecimento entre o
estudante surdo e a Língua Portuguesa, adequando suas práticas com metodologias que
percebam a identidade sociocultural da criança surda, a “transformar o espaço escolar de
maneira a estimular, das mais variadas formas, a criança surda a construir, a partir da
interação com o mundo lúdico, os seus conhecimentos, habilidades, capacidades e o seu
desenvolvimento intelectual” (QUADROS; SCHMIEDT, 2006), utilizando recursos que os
alunos possam compreender na sua totalidade, ou seja, pelos canais de recepção que lhes são
permitidos, como visuais e táteis.
Diante do exposto, é imprescindível a função do professor como ator principal na
alfabetização de surdos, exigindo seu preparo além da formação continuada e conhecimento
rico na Língua de Sinais, mas em metodologias que proporcionem democraticamente o
conhecimento, desenvolvendo aspectos sociais, cognitivos e emocionais, para o
desenvolvimento global de todos os alunos.
5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Esta pesquisa caracteriza por ser Documental. Para Lüdke e André (2007), a análise
documental constitui uma técnica valiosa de abordagem de dados qualitativos; além disso,
apresenta como vantagens o fato de que documentos são fontes estáveis e ricas. Nesta
investigação as principais fontes são: Lei de Diretrizes e Bases da Educacional de 1971 e
1996, Decretos complementares às LDB de 2001 a 2005, Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988 e Márcia Goldfeld (1997).
Quanto à abordagem do problema, se caracteriza como Pesquisa Qualitativa, utilizada
para obter dados através dos procedimentos adequados, obtendo informações do ponto de
vista qualitativo com característica predominante a aproximação com a realidade do estudo,
definidas por TESCH (1990).
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6. PRODUTO EDUCACIONAL
7 REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei 10.436, de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais e dá outras
providências. Brasília: Diário Oficial da União, 2002.
BRASIL. Lei 5.692, de 1971. Diretrizes e Bases para o ensino de primeiro e segundo
graus, e da outras providencias. Brasília: Diário Oficial da República Federativa do Brasil,
1971.
BRASIL. Lei 9.394, de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília:
Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 1996.
GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 3ª Edição. São Paulo: Atlas,
2014.
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HONORA, M.; LOPES, M. Contos Clássicos em libras. 2º. São Paulo: Ciranda Cultural,
2010.
QUADROS, R. M.; SCHMIEDT, M. Ideias para ensinar português para alunos surdos.
Brasília: MEC, SEESP, 2006.