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This work addresses a topic of paramount importance for the promotion of equality
and social inclusion of individuals with special needs in the public education system,
which has been configured as a major challenge for Brazilian schools. The issue had
as a point of discussion, the inclusion of students with visual impairment in a public
school in the municipality of Plácido de Castro - AC, with emphasis on the
importance of using active and innovative methodology to work with deaf students
and the attributions of the trained teacher in Brazilian Sign Language to achieve the
proposed objectives. The objective of this research is, therefore, to identify the main
challenges of public schools in working with the inclusion of students with visual
impairment, pointing out the main factors and challenges of teachers without special
education training in working with these students on an equal basis. Therefore, the
subject is also relevant to the need for the performance and training of teachers in
LIBRAS, to reinforce the process of inclusion of students with disabilities. The
research methods were initially based on a bibliographic study (document analysis),
followed also by a field study in two public schools in the city mentioned, where a
brief interview was carried out with 02 educators, one trained in LIBRAS and another
without specific training, representatives of these institutions that work with special
students, aiming to analyze the situation in which these schools find themselves in
relation to the researched topic. Among the theoretical contributions that support this
research, we cite: Borges (2004), Coimbra (2003), Toledo (2009), Carvalho (2005),
Mainieri (2005), Sassaki (2006), Mantoan (2009), Cunha (2015) , Santos and
Barbosa (2016), among other important sources related to Law No. 13146 of July 6,
2015 Establishing the Brazilian Law for the Inclusion of Persons with Disabilities.
1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................6
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO................................................................................................................8
1.2 JUSTIFICATIVA.........................................................................................................................8
1.3. OBJETIVOS.................................................................................................................................10
1.3.1 Objetivo Geral..........................................................................................................10
1.3.2 Objetivos Específicos...............................................................................................10
1.4 HIPÓTESE....................................................................................................................................11
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA: A EDUCAÇÃO DE SURDOS NO BRASIL...............12
2.1 Políticas de inclusão do aluno Surdo..........................................................................................13
2.2. Educação Inclusiva e o Ensino do aluno Surdo..........................................................................19
2.3. Práticas pedagógicas para educação de surdos e o papel do tradutor intérprete de Língua
Brasileira de Sinais – TILS..................................................................................................................22
2.4. Prejuízos causados na aprendizagem do aluno surdo pela ausência da Libras no seu processo
educacional......................................................................................................................................28
3. METODOLOGIA DE PESQUISA............................................................................38
4. ANÁLISE E DISCURSÃO DOS DADOS................................................................39
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................44
REFERÊNCIAS...........................................................................................................45
APÊNDICE I –.............................................................................................................47
Roteiro de entrevista para o professor.......................................................................................47
1. INTRODUÇÃO
6
legislação nos mostra que todos sem exceção de classe, raça e cor, tem seus
direitos de adquiri conhecimentos para tornar-se cidadão apto no meio social.
Nessa perspectiva não poderemos deixar de mencionar uma das maiores
conquistas dos surdos que foi a Lei 10.436/02, que reconhece sua língua materna
LIBRAS como meio legal de comunicação. Nesta, apontam vários artigos que
garantem o processo de ensino e aprendizagem da pessoa surda utilizando-se de
metodologias acessíveis para o estimulo e desenvolvimento de suas habilidades,
estabelecendo também uma formação para professores, instrutores de LIBRAS e
interpretes. As instituições não se atentaram muito a esta nova legislação sendo
necessário buscar a conquista de um novo recurso, o Decreto 5.626/05, o
documento veio para fortalecer ainda mais a Lei acima mencionada fazendo valer
todos os procedimentos de recursos que se tronassem satisfatórios para o
desenvolvimento da aprendizagem incluindo a todos sem distinção para obter seus
próprios conhecimentos tornando-se cidadão aptos na sociedade.
Dessa forma, a Libras é uma língua oficial de comunicação da pessoa surda
acontecendo esse processo de interação entre surdos e ouvintes, uma das
metodologias que promove uma inclusão para todos. Assim, a LIBRAS possuí “[...]
Uma estrutura linguística diversa, viso espacial, com sintaxe, morfologia e
“fonologia” próprias [...]” (Lacerda e Santos, 2013, p.28). Percebemos que essa
comunicação com os surdos se dá pelo movimento das mãos que possui uma
estrutura linguística completa que englobam outros parâmetros que embasam
coerência nas conversações.
Seguindo este viés, podemos ressaltar a Lei 10.098/00 que trata
especificamente da acessibilidade de pessoas com deficiência, frisando
fortalecimento das Leis e decretos mencionados anteriormente que favoreceram a
inclusão e utilização de recursos que deram subsídios para acessibilidade das
pessoas surda em sala de aula.
Dessa forma, para um melhor aprofundamento da referida temática traz como
questão de estudo, quais as metodologias e soluções viáveis utilizadas pelos
professores do ensino regular para estimular o processo de ensino/aprendizagem de
alunos surdos? O referido problema de estudo se deu pelas inúmeras situações
vivenciadas como discente durante algumas disciplinas estudas que nos fizeram
conhecer um pouco do ensino na educação básica, nestas vivencias no meio
7
escolar haviam alunos surdos incluídos, ficando assim certa curiosidade para
aprofundar ainda mais os conhecimentos a cerca desta pesquisa.
Para uma analise mais aprofundada fundamentaremos o referido estudo
destacando autores como: Ferreiro (1985), Bogdan Biklen (1994), Quadros (1997),
Carvalho (2000), Marconi e Lakatos (2003), Mazzotta (2005), Rodrigues (2006),
Menezes e Santos (2006), Mantoan (2009), Lacerda e Santos (2013), Mendes,
Figueiredo e Ribeiro (2015), Santos e Barbosa (2016), dentre outro arquivos como
artigos e legislações que serão de fundamental importância para a referida pesquisa.
Assim, ao se reportar a uma atuação docente com resultado significativo no
processo de ensino e aprendizagem de alunos surdos, vale ressaltar que a Libras
deve ser priorizada em todo e qualquer espaço educativo, pois a Libras deve servir
de base à apreensão de conhecimentos e, em se tratando do ensino e
aprendizagem do Português para que em seguida seja ensinada a segunda Língua
– Língua portuguesa em sua modalidade escrita.
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO
1.2 JUSTIFICATIVA.
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lida com uma diversidade de pessoas, podendo estar cada vez mais ciente de suas
ações pedagógicas para atender a necessidade de aprendizagem todos que se
insere no ambiente escolar.
Esta temática me impulsiona, pelo fato de aprofundar este estudo e refletir a
questão de como vem sendo trabalhado pelos docentes nos dias atuais os
conteúdos com metodologias que estimulem a aprendizagem das pessoas surdas,
uma vez que no contexto educacional muitos procuram garantir seus direitos para
ter um sucesso na aprendizagem.
Como graduanda do curso de Licenciatura em Pedagogia presenciei por
vários momentos situações em que os alunos do Ensino Fundamental,
principalmente os alunos com deficiência, não conseguiam alcançar seu
desenvolvimento pleno, às vezes por falta de uma implantação de metodologias
adequadas para o ensino. Durante o curso tiveram várias disciplinas que se
inclinavam para demonstrar a forma correta de implementar o ensino, por exemplo:
metodologias Inclusivas, fundamentos da educação inclusiva e alfabetização.
Além disso, buscamos investigar por meio desta pesquisa como vem sendo
utilizado os diferentes recursos pelos professores que atuam no ensino infantil,
verificando seus propósitos para o estímulo e desenvolvimento da aprendizagem de
todos, focando especificamente para as metodologias que se tornem acessíveis
para a aprendizagem dos alunos surdos.
Sendo assim, é de fundamental importância uma investigação que busque
detectar as falhas que ocorrem no processo de ensino e aprendizagem visando abrir
novos horizontes para a utilização de métodos que se tornem algo cotidiano das
práticas pedagógicas dos docentes inseridos na educação atual, pois é sabido que o
ensino em todas as modalidades são importantes, mas a educação infantil é a base
do desenvolvimento do aluno seja ele uma pessoa com deficiência ou não.
Um dos fatores os quais acarretaram grandes inquietações a nós
pesquisadores e, sobretudo na comunidade surda, está relacionado à maneira de se
trabalhar com o ensino desse sujeito, a escola precisa garantir que sua
aprendizagem ocorra qualitativamente buscando mecanismo que possibilite sua
adequação e progressão na educação básica. A pesquisa pretende ainda conhecer
com mais detalhes o processo de inclusão os anos iniciais do ensino fundamental,
9
entendendo quais as estratégias utilizadas pra o ensino inclusivo que atentam as
diferenças dos discentes.
Segundo Carvalho et all (2000, p. 70) “aponta que, na integração,
pressupõe-se que as relações entre pessoas com e sem deficiência estimulam a
solidariedade, em detrimento da piedade, de modo a inseri-las, gradativamente, nos
círculos sociais comuns”. Desse modo, a relação que a escola possui com a pessoa
com deficiência é apenas de organização escolar variando de ambientes mais
segregados, como as classes de escolas especiais, aos menos segregados, como
as classes regulares.
Para tanto, a escola segundo a lei é uma instituição social que, desde a
promulgação da Constituição Federal de 1988, busca garantir a todos o direito
acesso e condições de qualidade em seus espaços. O professor, um dos principais
representantes do processo de ensino aprendizagem, possui a responsabilidade de
buscar soluções para receber o aluno surdo e proporcionar um ensino de qualidade,
sem distinção e possibilitando a conclusão qualitativa em cada nível de ensino. Não
poderemos deixar de citar também os intérpretes de libras que têm se
responsabilizado de alguma forma em contribuir com o desenvolvimento e a
alfabetização desses alunos.
1.3. OBJETIVOS
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Identificar as dificuldades enfrentadas pelos alunos surdos durante as aulas
ministradas pelos professores em sala de aula no ensino regular;
Analisar o quadro docente de professores formados em LIBRAS e Educação
Inclusiva disponível na escola para atender os alunos em sala de atendimento
especial.
1.4 HIPÓTESE
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LIBRAS ou com formação em Educação Especial – AEE seja um referencial nesses
processos de inclusão escolar.
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tentativas de escolarização em uma perspectiva inclusiva se façam acontecer da
melhor forma. No entanto, há de se questionar: Quais as intencionalidades que não
se fazem visíveis nestes discursos políticos?
Acredita-se que as lutas do povo surdo tenha sido árdua, uma vez que as
discriminações e injustiças sofridas durante séculos ecoavam no ambiente inserido.
Porem com o envolvimento de ouvintes pela causa surda possibilitaram inúmeras
discussões internacionais e nacional que aos poucos apresentavam mudanças e
novas oportunidades surgiam.
A política de inclusão é baseada em documentos de grande relevância, como
por exemplo a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948). De acordo com
as leituras podemos dizer que a legislação preconiza que o respeito seja um dos
maiores pilares dentro de uma sociedade, com isso teremos um ambiente mais justa
de igualdade, sem preconceito e discriminação.
Seguindo o viés das legislações, podemos mencionar que a Constituição de
1988 veio fazendo uma ampliação e criação de Leis que garantiam ainda mais a
inserção das pessoas com deficiência na rede regular de ensino. Neste sentido, o
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artigo 208 confere ser dever do estado o Atendimento Educacional Especializado
aos alunos com deficiência no sistema educacional de ensino regular.
Nas palavras de Menezes e Santos (2015, p. 42), “o Oralismo é uma corrente
comunicativa muito utilizada na educação dos surdos no século XIX que perdurou
até os anos 70”.
Esse método consiste no ensino da língua materna através da imposição da
oralização nos processos de aprendizagem do surdo. Dessa maneira, neste
método é proibida qualquer manifestação que se diferencie da fala, como
ocorre na comunicação gestual e na utilização de mímicas. Portanto, o
surdo deveria utilizar a fala, os vestígios de audição remanescentes, e um
comportamento semelhante ao do ouvinte para ser aceito socialmente e
finalmente ser curado da surdez através da prática da fala.
Art. art. 3° “A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória
nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em
nível médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições de
ensino, públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de
ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”.
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No entanto, essa lei não garante a promoção de capacitação dos
profissionais da área para atender esta clientela, tornando o processo inclusivo
desafiador tanto para o aluno que está sendo inserido quando para o educador que
recebe este aluno, pois lhes faltam mecanismos para conduzir tal situação.
Buscando entender a história da educação, vemos que até o século XVIII,
grande parte das noções a respeito da deficiência estavam basicamente ligadas ao
misticismo e ao ocultismo, havendo pouca base científica para o desenvolvimento de
noções realísticas. Mazzota (2005, p.16) cita que,
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Assim, os desejos da sociedade, de reivindicações se transformam em
regras, em leis e a participação da população na formulação de leis se dá através de
consultas públicas, o que significa que membros da comunidade com participação
mais ativa, influenciam no poder político, por isso os resultados são mais eficientes
quando a população se une em prol do mesmo propósito. Como cita Santos, e
Barbosa (2016, p. 19),
É nesse sentido que as leis voltadas para a inclusão caminham cada vez
mais em direção da garantia dos mesmos direitos, para que todos sejam
cidadãos bem-vindos e acolhidos na sociedade e nas escolas. Desta forma
entendemos, a partir de que as leis são uma forma de preservar os direitos.
As leis podem mudar de acordo com as transformações da sociedade, mas
os direitos são inalienáveis.
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então, o aluno deficiente excluído da escola ou atendido separadamente daqueles
considerados normais.
Para Ferreiro e Teberosky (1991, p.26), “a criança é um sujeito consciente,
um sujeito ativo e capaz de buscar o conhecimento”. Atualmente não se pode dizer
que todos os preconceitos e discriminações foram eliminados, nem se pode afirmar
que a inclusão social e escolar esteja acontecendo efetivamente, porém tem-se
trabalhado para que estes entraves sejam dizimados no campo educacional, embora
exista a consciência de que as mudanças são processuais, e não imediatas mas
duradouras e que dependem do empenho de todos aqueles que estão envolvidos
com a educação escolar desse aluno.
No cerne da discussão do ensino de Surdos muito se debate que a Libras
deve compor as principais ações escolares na sua educação. Mas, “é direito das
pessoas surdas o acesso ao aprendizado da Libras desde a educação infantil para
sua apropriação de maneira natural e ao longo das demais etapas da educação
básica” (MAZZOTTA, 2005, p. 15). Segundo o autor,
[...] pelo fato das crianças surdas ingressarem à escola sem de fato terem
adquirido uma língua, a instituição escolar deve fomentar o acesso à Libras
por meio de interação social e cultural com indivíduos e grupos surdos.
Pouco antes do reconhecimento em lei da Libras enquanto língua, pontuara
Quadros (2000) que o ensino da Libras a Surdos no nível de alfabetização
tem o sentido de que sua ocorrência se dá para aprendê-la, por ela
aprender e, sobre ela aprender.
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luta em defesa dos Direitos humanos e que promovam ações capazes de fortalecer
a inclusão de todos nos espaços escolares.
Neste processo árduo são discutidos os direitos e/ou deveres da sociedade,
contudo, a decisão está nas mãos de um determinado grupo de sujeitos
(legisladores) ao qual é depositada a confiança e expectativa de que haverá defesa
dos direitos fundamentais da população.
Mainieri (2005, p. 25) comenta que,
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na capacidade dos alunos com algum tipo de deficiência, talvez a luta não seja
apenas das famílias, nem dos professores, mas de todas as pessoas que a cercam.
Carvalho (2000, p. 51) acrescenta ainda que,
[...] essas barreiras não estão apenas nos alunos ou nos professores ou nas
relações entre eles e entre a escola e as famílias mais existente em todos
os componentes do sistema educativo. Assim, é necessário que sejam
desenvolvidas diferentes estratégias de ensino-aprendizagem para qualquer
que seja as deficiências que possam ser encontradas em sala de aula ou na
escola, mas que essas estratégias aconteçam de forma a proporcionar ao
aluno melhor interação, participação e desenvolvimento deste nas
atividades propostas, possibilitando-lhe o acesso ao conhecimento.
Por essa razão, não se produz na escola o estudo e conhecimento das regras
e gramática da língua de sinais, a “primeira língua” dos surdos (dentro de uma
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proposta bilíngüe), porém a Língua Portuguesa (norma culta), essa sim, constitui
parte integrante dos pressupostos e acompanhamento obrigatório da escola como
produto legítimo a ser barganhado.
Logo, frequentemente nos ambientes regulares de ensino onde há Surdos,
onde segundo Sassaki (2006, p. 20) “os professores não são e nem recebem
treinamentos para serem capacitados a ministrar aulas para alunos surdos. A
realidade é que os alunos com acabam ficando frustrados por não compreenderem o
que está sendo repassado”.
Tão logo, não se vê descrição mais significativa, se não a de que, o
desenvolvimento de âmbito acadêmico e social do indivíduo surdo está intimamente,
no contexto escolar, ligado à condição de estímulo ao uso de sua língua natural e
uso efetivo dela pelo professor regente nas ações didático-pedagógico concebendo-
o como pessoa, como ser em desenvolvimento e cidadão dotado de direitos
representados na figura do aluno.
Sendo assim, é importante, também, como forma de incentivo a esta prática,
ressaltar que:
[...] o professor deve ser capaz de conceber-se como agente de mudanças
do contexto social, já que seu papel extrapola o mero repasse de
conhecimentos, sendo, sobretudo, o de formar de cidadãos [...] sua atuação
está comprometida com as condições da escola e com a qualidade de sua
formação acadêmica. É ele, o professor, a autoridade responsável pelo
processo de ensino aprendizagem se seus alunos (MEC,
1993, apud PIRES, 2005, p. 15).
E, em se tratando do valor que a capacitação em Libras traz ao professor,
este, ao fazer parte deste universo, de acordo com Motta e Gediel (2016) possui
habilidade de construir metodologias apropriadas para o alcance do propósito de
ensino e aprendizagem considerando a diferença cultural entre ouvintes e Surdos no
espaço educacional. Assim, cada vez mais é necessário que profissionais da
educação, em especial os professores, conheçam, estimulem o uso e utilizem a
Libras no ensino de Surdos.
Entende-se, então, que o currículo é o registro feito a partir da pesquisa das
necessidades sócio-culturais dos educandos, onde são determinados objetivos,
conteúdos, atividades de aprendizagem e meios de avaliação, ou seja, a totalidade
de experiências do aluno pelas quais a escola é responsável. Verifica-se, no
entanto, que o currículo proposto aos alunos surdos, quais abordagens que
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embasaram a tentativa de estabelecimento de planos de trabalho e a definição dos
fins que os alunos deveriam atingir no processo de desenvolvimento.
Segundo Carvalho (2006, p. 29),
27
Em outras palavras, o aluno surdo, diante da nova forma de se pensar a
educação, possui, neste contexto, o direito de aprender ou ser trabalhado
pedagogicamente como aluno surdo que possui aspectos linguísticos diferenciados,
a língua de sinais que é a sua língua natural. Quadros (1997, p. 72) escreve que “o
desenvolvimento humano não ocorre simplesmente com a relação direta do sujeito
com o objeto, mas a partir de uma relação mediada. Não resultam diretamente da
ação do indivíduo sobre a realidade, mas da mediação deste indivíduo com outros
sujeitos e com o meio no qual estão inseridos”.
Assim, Mazzotta (2005) defende que, uma educação voltada para alunos
surdos precisa considerar a língua de sinais como artefato cultural, entretanto para
conquistar o direito de se comunicar na sua língua visual espacial, os surdos
passaram por opressões, discriminações e resistências.
Atualmente lutar por uma escola inclusiva, principalmente para surdos, tem
que refletir a situação sociolinguística, a acessibilidade para os surdos, que não se
garante apenas com o intérprete na sala de aula, a língua de sinais precisa está
articulada com os conteúdos trabalhados durante o currículo escolar, trabalhar com
projetos que ultrapasse as paredes da sala e envolva toda a comunidade escolar
(SAMPAIO, 2012). A língua de sinais inserida na comunidade ouvinte promove
acessibilidade aos surdos, visto que os mesmos buscam soluções para lacunas de
questões que são relevantes, seja em suas residências e no meio social como um
todo, então, compartilhar informações se destaca como uma característica da cultura
surda.
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[...] mesmo diante de tantas dificuldades, as escolas da rede pública de
ensino têm pleno conhecimento das leis acerca da inclusão bem como da
obrigatoriedade da garantia de vaga para os alunos com necessidades
educacionais especiais, no entanto apontam alguns entraves pelo fato de
não haver a sustentação necessária, como por exemplo, a ausência de
definições mais estruturais acerca da educação especial e dos suportes
necessários a sua implementação [...].
[...] O professor por mais inclusivo que ele seja ele não consegue incluir o
aluno sozinho, a participação de todos é fundamental para um melhor
desenvolvimento dentro da comunidade. É necessário tanto a escola como
esses centros de apoio possam mudar pensando no que fazer pra quem
fazer e como construir uma sociedade inclusiva, usando sua técnica junto
com os materiais oferecidos pela escola ou instituição, o professor pode
repensar sua prática pedagógica junto com a equipe escolar [...]
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na sala de aula deve ser o principal, pois é onde o aluno passa pela adaptação para
chegar a ser um espaço inclusivo.
Rodrigues (2006, p. 9), salienta que os educadores precisam estar em
constante formação, a fim de buscar práticas que atendam às necessidades de cada
um, garantindo acesso e permanência na escola, pois o professor que tem em sua
sala uma criança com surdez ou outra deficiência precisa planejar suas aulas onde
todos estejam incluídos, pois o aluno com deficiência não é apenas responsabilidade
do segundo professor, mas de todos.
Conforme determina o Art. 59. da LDB (Lei N°9394/96),
33
Sabemos que independentemente da especialidade, a escola sempre tem
muita dificuldade em receber e trabalhar com alunos especiais. No entanto, a Lei nº
9394, de 20 de dez. 1996, reconhece que o aluno surdo têm os mesmos direitos que
todas as outras pessoas com necessidades especiais (BRASIL, 2000). A legislação
brasileira garante que a educação de qualquer pessoa, independentemente de sua
condição humana. Ela pode frequentar escolas regulares e, se necessário, solicitar
acompanhamento nesses locais.
Para Cunha (2016, p.19), ao se tratar sobre deficiência auditiva,
primeiramente deve-se compreender a educação especial como uma modalidade de
ensino. Um sistema de educação caracterizado por um público-alvo que necessita
de um olhar diferenciado, pois a escola, ao receber os alunos da educação especial,
vai precisar reorganizá-la para que todos os alunos, em especial os surdos, tenham
sucesso em seu desenvolvimento social, afetivo e cognitivo.
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Nesse sentido, o processo educacional do aluno com surdez se
desenvolverá por meio de diversos recursos específicos a sua limitação,
principalmente a partir de recursos visuais ampliados. As pessoas cegas
apresentam “desde ausência total de visão até a perda da projeção de luz”.
No caso das pessoas com cegueira total o processo de ensino
aprendizagem será por meio dos outros sentidos (tato, audição, olfato,
paladar), e também utilizando o sistema Braille para a escrita.
Mesmo sem poder ouvir, sabemos que o aluno surdo é capaz de se expressar
e se comunicar do seu modo, pessoalmente e intelectualmente, mas para que isso
ocorra é necessário que seja oferecido a eles oportunidades de aprendizagem com
novas metodologias e recursos didáticos adaptados a sua deficiência. Nesse
contexto, o aluno passa a perceber e a sentir o meio em que se encontra inserido,
ou seja, o ambiente escolar.
Para todos os casos, é também de competência dos professores o interesse e
a dedicação em pesquisas para proporcionar aos alunos novas formas de receber
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os conhecimentos. Como afirma Carvalho (2005), “a dedicação é a palavra certa
para os profissionais da educação que buscam melhorias no ensino para alunos
com DV. Usar a criatividade, confeccionar materiais adaptados, jogos, brinquedos e
outros contribuirão muito para a aprendizagem do aluno”.
No Brasil, há uma proposta do MEC com princípios de ação definidos, não há
uma amostragem (pesquisa) onde seja desenvolvido o acompanhamento para
verificar a efetividade das intervenções pedagógicas e avaliar o desenvolvimento
das habilidades dos alunos, o mais agravante é a impossibilidade da implementação
da proposta de educação bilíngüe para surdos dentro de uma proposta de inclusão
educacional, principalmente nos primeiros anos do Ensino Fundamental (BRASIL,
2005).
As dificuldades de leitura e escrita citadas são conseqüência da falta de
métodos e procedimentos de ensino suficientemente eficazes para que o surdo
alcance correção na sua produção de leitura e escrita. Verificamos que a proposta
de Educação bilíngüe do Brasil está tendendo a formação de surdos monolíngues,
pois são proficientes em língua de sinais com precárias habilidades na Língua
Portuguesa escrita e falada.
Rodrigues (2006, p. 28), no que diz respeito aos alunos com deficiência
auditiva, ressalta o,
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desenvolvimento se faz necessário reconhecer a importância da linguagem interior,
constituindo uma manifestação de abstrações a partir dos traços visuais.
Se de um lado vemos os surdos na busca pelo reconhecimento linguístico e
cultural, sem desejo de pertencer a uma educação especial e/ou inclusiva, mas de
simplesmente ser reconhecido nas suas diferenças, de outro lado vemos políticas
públicas (de ouvintes) que buscam convencê-los do contrário com práticas
discursivas normalizadoras. Um movimento que vai da invisibilidade à deficiência, da
deficiência à insatisfação. A insatisfação que sinaliza por outros olhares e outras
práticas, pelo reconhecimento linguístico e cultural do surdo e por uma maior
participação na elaboração de tais políticas (CARVALHO, 2005).
3. METODOLOGIA DE PESQUISA
40
(2005), onde segundo ele, a falta de falta de conhecimento dos familiares e
professores acerca das características próprias do surdo como o uso da LIBRAS.
41
que estão na escola. Como ficou evidente durante o estudo de campo, ainda há
muitas barreiras pedagógicas no cotidiano da escola quando que não favorece a
aprendizagem.
Continuando com a entrevista, questionou-se se: A escola promove meios de
interação entre os alunos surdos e os ouvintes? Como? Ao que responderam as
gestoras, “Em partes, porque nem sempre temos materiais nem para os demais
alunos”. Os educadores nem sempre possuem alguma formação ou preparação
para atender esse público, e como sabemos, para que a inclusão do aluno com
cegueira na sala de aula realmente aconteça, é necessário existir adaptações
curriculares e profissionais qualificados, assim como professores preparados para
realizar a mediação entre os demais sujeitos da escola.
Ainda de acordo com as gestoras entrevistadas, “os alunos com dificuldade
visual não são diferentes dos demais colegas videntes, eles também tem o mesmo
desejo de brincar, aprender, se comunicar, de saber algo sobre o que lhe deixa
curioso”. E para isso, é necessário que o ambiente em que ele esteja inserido seja
estimulador, que lhe ofereça condições favoráveis para a sua aprendizagem.
“Pois, esses alunos devem ser tratados da mesma forma que os outros
colegas são tratados, respeitando assim o direito de uma escola de
qualidade para todos. Porém, estes estudantes com baixa visão ou cegueira
podem encontrar dificuldades durante o seu processo educativo, tanto em
relação à formação adequada do professor, quanto ao fato de não existirem
materiais adequados na escola em que este aluno esteja inserido”
(Entrevistada A).
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reduzida, face a necessidade de produção da geração de recursos e da
concorrência acirrada das pessoas com uma melhor preparação.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A escolha pela entrevista se deu por ser essa uma técnica que nos permite
maior aproximação, haja vista que dá margem para coletarmos informações de uma
maneira menos formal, pois, permite uma conversação que possa atingir os fins
investigativos, situaremos o perfil dos participantes de modo que possamos agregar
informações importantes no delinear dessa investigação.
O locus da pesquisa está voltado nas metodologias utilizadas pelos
professores para trabalhar com alunos surdos e a importância da língua brasileira de
sinais - libras na atuação docente diante desse desafio. O público alvo escolhido
para esta pesquisa serão os professores que trabalham em uma escola pública do
município de Plácido de Castro.
O objetivo inicial era uma pesquisa dentro da própria escola, no interior das
salas de aulas, no entanto, é provável que não seja possível, tendo em vista a
situações que vivemos atualmente com a propagação da covid-19 e as orientações
do ministério da saúde para o distanciamento social, faremos um contato na escola
pesquisada, porem acertaremos que o desenvolvimento da referida investigação se
dará por meio de instrumentos que possibilitem chegarmos ao objetivo almejado tais
como: meios virtuais, whatsapp, e-mail, ligações celulares, etc., uma vez que
precisamos respeitar as regras de isolamento social.
A referida pesquisa foi realizada com 02 (duas) Educadoras de uma escola
municipal no município de Plácido de Castro - Acre, que atuam nos anos iniciais do
Ensino Fundamental. A escolha deu-se pelo de fato de ser uma turma que passa por
constantes exigências, onde os alunos devem sair alfabetizados, sendo esta
também, onde as avaliações externas se concentram, agregando – se dessa forma
maiores cobranças tanto ao professor quanto ao aluno.
Assim, nos despertou a curiosidade de pesquisar como é que o professor (a)
tem contribuído para a formação do aluno surdo frente às metodologias utilizadas,
verificando os desafios enfrentados pelos professores para atingir os objetivos
determinados diante do desenvolvimento da aprendizagem dos alunos surdos.
44
REFERÊNCIAS
45
MANTOAN, Maria Tereza Eglér. O desafio das diferenças nas escolas. Petrópolis,
RJ: Vozes, 2009.
SASSAKI, R.K. Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro:
WVA, 2006.
46
APÊNDICE I –
Roteiro de entrevista para o professor
47