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CURSO DE PEDAGOGIA
São Luís
2022
MARCIANE DA SILVA SANTOS
São Luís
2022
Santos, Marciane da Silva.
69f.: il.
Impresso por computador (fotocópia).
Orientadora: Profa. Wilma Mendonça Batista.
CDU 376.13
Aprovada em: / /
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________________
Wilma Mendonça Batista (Orientadora):
Faculdade do Maranhão
_______________________________________________________
1º Examinador
________________________________________________________
2º Examinador
AGRADECIMENTOS
Inclusive education emerged from international movements and began to take place
in different parts of the world, initially in the United States, Europe and Canada. The
inclusive school becomes a permanent invitation to reflect on the pedagogical issue,
interventions developed together with the school, demanding a review of the
concepts of teaching, learning and even evaluation, where the mechanisms of
exclusion usually emerge. Practical inclusion should be introduced into the school
curriculum, not only for students with a particular disability or disorder, but it is the
school's obligation to develop an appropriate curriculum for any student who
demonstrates specific difficulties, that is, everyone has the right to inclusion. Brazilian
schools have faced great difficulties such as the scarcity of resources and lack of
preparation of teachers, which could compromise the permanence of children with
disabilities in education. The teacher needs to be willing to deal with any difficulties
that arise. Your educational practice must adjust and prepare to welcome students
and their needs. Therefore, the study in question has the objective of discussing
inclusive education and teacher training in the teaching-learning process in the early
years of elementary school. Authors such as Januzzi (2015), Mendes (2018), Beyer
(2018), Pontes (2019), Rodrigues (2020), among others, were the main basis for the
realization of this monograph, since they served as a theoretical framework for the
research and collection of information used in the course of this study. The
methodology used to carry out this study is characterized by being bibliographic, in
which studies were collected that served as a basis for the development of the
theme, such as works, articles, monographs, theses and websites.
1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 7
2 A EDUCAÇÃO E O SEU PAPEL EM DESENVOLVER A INCLUSÃO........ 9
2.1 A escola inclusiva........................................................................................ 9
2.2 A integração de alunos com deficiência na escola nos anos iniciais.... 20
3 O PAPEL DO DOCENTE.............................................................................. 29
3.1 O papel do professor no processo de 29
inclusão........................................
3.2 Práticas pedagógicas para promover a inclusão..................................... 37
4 DESAFIOS ENFRENTADOS NO PROCESSO DE INCLUSÃO................... 49
4.1 A incidência de crianças autistas nas escolas: a importância da
inclusão........................................................................................................ 50
5 CAMINHOS PARA DESENVOLVER UMA EDUCAÇÃO INCLUSIVA......... 56
5.1 Mecanismos para a educação inclusiva.................................................... 56
5.2 O papel do gestor escolar para o desenvolvimento da inclusão............ 62
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 66
7
1 INTRODUÇÃO
Nota-se que tal estudo se revela de extrema necessidade, uma vez que são
escassas as pesquisas que efetivam análises acerca da importância, não somente
da inclusão, mas da formação do profissional da educação que proporciona o ensino
nas escolas brasileiras, sendo uma temática essencial tanto para o contexto social
quanto, sobretudo, para a realidade acadêmica.
Como forma de construir um estudo sólido e bem fundamentado, as seções
seguiram a seguinte proposta e abordagem: na primeira seção: “A educação e seu
papel de desenvolver a inclusão”, serão abordados acerca do surgimento e
caracterização geral da escola inclusiva no Brasil, bem como a importância da
integração dos alunos com deficiência nos anos iniciais da escola. Na seção dois: “O
papel do docente”, será destacado, sobretudo, a importância do protagonismo do
professor frente à necessidade de inclusão, indicando e analisando práticas
pedagógicas como instrumento de integração educacional entre os alunos.
Na terceira seção: “Desafios enfrentados no processo de inclusão”, será
discutido num aspecto geral – os obstáculos enfrentados para integração dos
alunos, sobretudo, das crianças autistas, que é uma realidade que urge por debates
acadêmicos.
Por fim, na sessão 4: “Caminhos para desenvolver a Educação Inclusiva”,
serão indicados mecanismos para que a Educação Inclusiva seja uma realidade,
bem como o papel do gestor para o desenvolvimento da inclusão.
Autores como Januzzi (2015), Mendes (2018), Beyer (2018), Pontes (2019),
Rodrigues (2020), dentre outros, formam a base principal para a concretização da
presente monografia, uma vez que servem de marco teórico para a pesquisa e
recolhimento das informações utilizadas no decorrer do presente estudo.
9
Conforme Dechichi (2019), depois de alertar para o fato de que, mais que o
aluno, é o conceito homogeneizador da escola tradicional que deve ser mudado,
define o conceito de Educação Inclusiva como “o desenvolvimento de uma educação
apropriada e de alta qualidade para alunos com necessidades especiais na escola
regular”. A questão coloca-se na forma como a escola interage com a diferença.
Tentativas anteriores, não necessariamente em ordem de tempo dão à dimensão
dessa afirmação:
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Todavia, muitas lutas foram necessárias, novas leis para que outras fossem
observadas. Na década de 1990, surgiram novas resoluções internacionais a favor
da mesma causa. Dentre as diversas resoluções, a Declaração de Salamanca, de
1997, é de notabilíssima relevância, dispondo que todas as instituições escolares
deveriam descobrir uma forma de receber e incluir todas as crianças,
independentemente, de suas condições sociais, intelectuais, emocionais e físicas.
(BEYER, 2018).
Nesse ínterim, várias propostas legislativas, estatutos e leis municipais,
estaduais e federais surgiram em consonância com essa tendência mundial, até
atingir o estado atual, em que se dispõe de uma Política Nacional de Educação
Especial, que propõe fornecer apoio técnico-pedagógico a essas pessoas, assim
como aos educadores que trabalham com esses alunos. A efetivação da escola
inclusiva se fundamenta na defesa de princípios e valores éticos, nas concepções de
cidadania e justiça, para todos, em contraste aos sistemas hierarquizados de
inferioridade e desigualdade.
Para Baptista e Beyer (2016, p. 18), inclusão é:
pressupõe uma escola que se ajuste a todos os alunos, em vez de esperar que um
determinado aluno com necessidades especiais se ajuste à escola. De acordo com
Moriña (2015), a escola tem um compromisso insubstituível: introduzir o aluno no
mundo social, cultural e científico, sendo um direito incondicional de todo o ser
humano, independente de padrões de normalidade estabelecidos pela sociedade ou
pré-requisitos impostos pela escola. Portanto, é importante destacarmos que a
educação especial e inclusiva carregam as mesmas propostas educacionais, onde a
prioridade é a escolarização de alunos com deficiências e suas peculiaridades
individuais.
As duas primam pelo bem-estar dos educandos e, o mais importante, insere
os mesmos na sociedade. De uma forma geral, para a construção de uma sociedade
inclusive, é necessário que todos os cidadãos tenham preocupação e cuidado com a
linguagem ao lidar com pessoas com necessidades especiais, uma vez que, é por
meio da linguagem que estabelecemos aceitação, respeito ou preconceito,
discriminação e até mesmo rejeição em relação às pessoas ou grupos de pessoas,
conforme suas necessidades. Para Pinheiro (2017), para falar ou escrever,
construtivamente, numa perspectiva inclusiva sobre qualquer assunto de cunho
humano, é indispensável conhecer e usar corretamente os termos técnicos, pois a
terminologia correta é especialmente importante para não abordamos assuntos que
envolvem a inclusão de acordo com a tradição, ou seja, de modo preconceituoso,
estigmatizante ou marcado por estereótipos.
A educação é o ato que permite o desenvolvimento da capacidade das
crianças, transmitindo valores e práticas culturais que serão aplicados durante toda
a sua vida. Com a promulgação da Constituição de 1988, a educação se tornou um
direito de todas as crianças. Isto posto, outro preceito nacional tem garantido a
educação infantil, a Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional que, conforme
os artigos 29 e 30, diz que a educação deve ser oferecida em creches para crianças
de zero a três anos, o que constitui a primeira fase da educação básica, e em pré-
escolas para as de quatro a seis anos de idade. A educação é um direito de todos.
Contudo, a realização desse processo está sujeita a uma política educacional que
inclua de fato todos os alunos na escola, independentemente do tipo de deficiência
ou transtorno. (RODRIGUES, 2020).
A Lei nº 10.172, de 09 de janeiro de 2001, que estabeleceu o Plano Nacional
de Educação, versa que a inclusão dos portadores de deficiência deve ocorrer no
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contudo, não se atentam ao fato de que a inclusão clama por mudanças. Alterar a
prática, a linguagem, reconhecer que a diversidade é positiva para o aprendizado de
todos e adotar recursos aptos a auxiliar o aprendizado são questões necessárias.
(MAZZOTTA, 2016).
É necessário que o professor esteja disposto para lidar com quaisquer
dificuldades que surjam. Sua prática educacional deve ser ajustada e preparada
para acolher os alunos e suas necessidades. O professor deve está sempre se
reciclando, não se limitando aos conteúdos abordados na graduação, mas também
buscar mediante leituras e especializações, novos conhecimentos para trabalhar
com as crianças e não se surpreender quando da necessidade e lecionar em uma
turma com um aluno autista. De acordo com Prieto (2016, p. 41):
Diante disso, nota-se que a escola e o coletivo devem caminhar juntos para
garantir a inclusão em qualquer ambiente, bem como está sempre buscando novas
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Além disso, Baptista e Beyer (2016, p. 48) enfatiza que: “A formação dos
profissionais da educação possibilitará a construção de conhecimento para práticas
educacionais que propiciem o desenvolvimento sóciocognitivo dos estudantes com
transtorno do espectro autista”.
Nesse sentido, Pontes (2019) afirma que é de fundamental importância que
os professores possuam à sua disposição mecanismos aptos para atender as
necessidades apresentadas pelos alunos. Outrossim, é essencial que os
educadores possuam formação e preparação adequada para lidar com os diferentes
tipos de alunos e com quaisquer necessidades que estes venham a apresentar, uma
vez que:
As escolas com propostas inclusivas devem reconhecer e responder
às diversas dificuldades de seus alunos, acomodando os diferentes
estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando uma educação de
qualidade para todos mediante currículos apropriados, modificações
organizacionais, estratégias de ensino, recursos e parcerias com as
comunidades. A inclusão exige da escola novos posicionamentos
que implicam num esforço de atualização e reestruturação das
condições atuais, para que o ensino se modernize e para que os
professores se aperfeiçoem, adequando as ações pedagógicas à
diversidade dos aprendizes. (PONTES, 2019, p. 63).
3 O PAPEL DO DOCENTE
A escola tem que ser o reflexo da vida do lado de fora. O grande ganho,
para todos, é viver a experiência da diferença. Se os estudantes não passam por
isso na infância, mais tarde terão muita dificuldade de vencer os preconceitos. A
inclusão possibilita aos que são discriminados pela deficiência, pela classe social ou
pela cor que, por direito, ocupem o seu espaço na sociedade. Se isso não ocorrer,
essas pessoas serão sempre dependentes e terão uma vida cidadã pela metade.
Você não pode ter um lugar no mundo sem considerar o do outro, valorizando o que
ele é e o que ele pode ser. Além disso, para nós, professores, o maior ganho está
em garantir a todos o direito à educação.
Quando uma professora diz “não quero esse menino em minha sala”,
podemos interpretar sua recusa como má-vontade, medo, pouca
colaboração [...], ou como a tradução do desejo de contribuir para o
sucesso na aprendizagem do aluno, para qual se sente
desqualificada. (RODRIGUES, 2020, p. 63).
necessidades educacionais dos alunos, posto que, a partir de então, a escola não
cabe apenas aqueles que seguem um dado padrão, a escola deve ser de todos,
crianças com ou sem deficiências, com facilidades ou dificuldades, com performance
cognitiva baixa, média ou superior. Destarte, o psicopedagogo institucional atuará na
escola para fornecer assistência e orientações aos educandos, prevenir dificuldades
de aprendizado, desenvolver um trabalho de caráter psicopedagógico educacional
(não clínico) com os alunos, colaborando, desse modo, com a melhoria das
condições do processo de ensino-aprendizagem. (ALONSO, 2016).
Atualmente, as escolas demandam medidas menos pragmáticas, mas mais
multidisciplinares, que extrapolam os limites da sala de aula e atingem os arredores
da escola, seu corpo docente, famílias, comunidades e órgãos competentes. Estas
realidades são demonstradas aos alunos em processo de formação inicial. Os
estágios os introduzem nestas realidades, contudo, essa formação ainda é
inapropriada. (JANUZZI, 2015).
Em certos cursos, componentes curriculares que deveriam enfatizar mais
temas contemporâneos ainda são facultativos e, nesse cenário, a base do atual
educador será insuficiente em termos de segurança para lidar com a grande
diversidade presente na escola. Os professores, quando atuantes, encontram uma
sala de aula rica e diversa, quanto à heterogeneidade e à inclusão. Embora tenham
ocorrido grandes discussões e debates de alguns pontos inclusivos na formação dos
profissionais, a formação para trabalhar com indivíduos com deficiência ainda
fornece muita insegurança. (ALONSO, 2016).
Deve haver uma formação especializada que auxilie esses profissionais que
atuam em escolas inclusivas. Do contrário, a sala de aula terá um aluno especial
inserido, mas a inclusão não ocorrerá. Ante o registro de alguns profissionais,
Gandin (2018) apresenta uma realidade comum no âmbito educacional inclusivo
recente e expõe os vários tipos de esgotamento que afetam os professores,
atualmente, ao atuarem com vinte a trinta alunos em uma sala de aula e ainda se
preocupar com discente com necessidades especiais que lhe é entregue.
A autora reforça que, além da qualificação técnica e pedagógica, os
educadores precisam de apoio psicológico e uma boa relação com as famílias para
enfrentarem os desafios da inclusão. A grande ferramenta para o aprendizado na
formação do professor é a vida do aluno. O professor não deve se limitar às suas
particularidades, deve identificar também suas habilidades. As dificuldades
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enfrentadas pelo aluno são interessantes, visto que com base nelas o professor
saberá qual a melhor forma de intervenção a ser adotada. Porém, conhecer as
habilidades do aluno é igualmente importante, dado que estas são as habilidades
que o professor usará para promover a inclusão do aluno. (ALONSO, 2016).
Com isso, percebe-se que tudo irá depender da formação que o professor
recebeu, pois é através dela que será garantido que este irá assumir seu papel de
forma eficiente.
Nesse sentido, Moriña (2015, p. 71) externa:
Os professores que lecionam em salas com alunos com autismo devem está
cientes de outros métodos pedagógicos e psicológicos para amparar qualquer
necessidade da criança. Para tanto, o professor não deve se sentir sozinho. A
relação família-escola é fundamental para o êxito e aprendizado do aluno com
Transtorno do Espectro Autista (TEA). Nesse sentido, a inclusão consiste na
participação de todos os indivíduos no processo de interação, fala e participação
social. Embora de caráter polissêmico, o uso do termo tem sido bem relacionado ao
ambiente escolar e será adotado neste sentido no presente estudo. (MAZZOTTA,
2016).
A inclusão é um fenômeno contemporâneo, sendo introduzido no Brasil na
década de 1990. Contudo, por seu sentido amplo, pode-se facilmente confundir com
a integração. Todavia, ao passo que a integração tutela com primazia o direito dos
portadores de deficiência, visando a inserção parcial e condicional destes, a inclusão
presume o direito de todos, sem nenhuma condição ou restrição. Portanto, deve-se
compreender a inclusão do autista no mesmo sentido. A inclusão do aluno com TEA
presume um processo de socialização, interação e que desenvolve as capacidades
do indivíduo, observando suas especificidades. Logo, este processo de inserção de
crianças com TEA nas turmas regulares promove uma quebra de paradigma nas
instituições de ensino conservadoras e tradicionais. Segundo Sage (2019, p. 78):
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A inclusão escolar dos discentes com TEA não se restringe ao aluno dentro
da escola, envolve ainda sua interação em um ambiente escolar que se organize e
se adapte às necessidades físicas do aluno, que, ao incluir esse aluno, gere novas
dimensões, posturas e atividades em todo corpo profissional da instituição e nas
comunidades escolares. Para Mendes (2018, p. 26):
Mas, diante deles, nossa atitude deve ser de luta para buscar as parcerias,
trocar ideias e reunir experiências. Portanto, o trabalho docente com portadores de
necessidades educativas especiais na contemporaneidade deve combinar estes dois
aspectos, o profissional e o intelectual, e para isso se impõe o desenvolvimento da
capacidade de reelaborar conhecimentos. Desta maneira, durante a formação inicial,
outras competências precisam ser trabalhadas como a elaboração, a definição, a
reinterpretação de currículos e programas que propiciam a profissionalização,
valorização e identificação do docente. (SASSAKI, 2020).
O movimento pela sociedade inclusiva é internacional, e o Brasil está
engajado nele, o que é no mínimo apropriado, já que temos cerca de 15 milhões de
deficientes, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cuja grande maioria
está provavelmente aguardando a oportunidade de participar da vida em sociedade,
como é seu direito. Assim, necessitamos de uma nova escola que aprenda a refletir
criticamente e a pesquisar. Uma escola que não tenha medo de se arriscar, com
coragem suficiente para criar e questionar o que está estabelecido, em busca de
rumos inovadores, e em resposta às necessidades de inclusão. (ALONSO, 2016).
Então, como atuar numa escola inclusiva? Compreendendo o aluno portador
de necessidades educativas especiais e respeitando-o na sua diferença,
reconhecendo-o como uma pessoa que tem determinado tipo de limitação (e,
embora as dele sejam de consequências geralmente mais difíceis, todos têm
limitações) e levando em consideração que todos também possuem seus pontos
fortes. Para isso, é necessário que se abandonem os rótulos, as classificações,
procurando levar em conta as possibilidades e necessidades impostas pelas
limitações que a deficiência lhe traz. Vale lembrar que o movimento de Educação
Inclusiva, frente à realidade educacional brasileira, deve, ainda, neste início, nesta
fase de transição, ser visto como um grande avanço, quando recomenda a matrícula
do aluno portador de necessidades especiais. (STAINBACK, S.; STAINBACK, W.,
2019).
Presumindo que é preciso saber o que cada criança necessita aprender, faz-
se igualmente importante a contínua análise e avaliação do currículo elaborado
durante o processo de ensino-aprendizado. Assim, será possível que o professor
avalie o aluno em seus progressos e dificuldades. Entretanto, para que o professor
concretize essa relação sobre o que e como ensinar o educando com autismo, é
preciso formação apropriada, caso contrário, a metodologia adotada em sala não
auxiliará na conquista do objetivo pretendido, que é o aprendizado. (SAWAIA, 2019).
Esse é um sério entrave observado nas escolas, haja vista que os
educadores não estão capacitados para atuar com essas crianças, pela falta de
formação. Conforme Moriña (2015), os currículos dos cursos superiores, as
informações sobre autismo são escassas e antiquadas, somado a isso, tem-se o fato
da pouca literatura e grande parte dos artigos são estrangeiros e traduzidos, bem
como as experiências nesta área. A inclusão das crianças com autismo na escola
regular, precisa de atenção de todos os envolvidos, como citado anteriormente.
Dessa maneira:
Para que a escola possa promover a inclusão do autista é necessário
que os profissionais que nela atuam tenham uma formação
especializada, que lhes permita conhecer as características e as
possibilidades de atuação destas crianças. Tal conhecimento deveria
ser efetivado no processo de formação desses profissionais,
sobretudo dos professores que atuam no ensino fundamental.
(MORIÑA, 2015, p. 16).
conduzidos acerca de métodos distintos. Sassaki (2020) refere que o PECS, sigla
em inglês para Picture Exchange Communication System, é um método em que a
criança pode desempenhar um papel ativo usando velcro ou adesivos para apontar
o começo, mudanças ou término das atividades. Esta abordagem enseja a
comunicação e a compreensão quando atividade e símbolos são relacionados. Isso
uma vez que o método PECS se vale de cartões e desenhos em que a criança pode
se expressar, pois relaciona a imagem com o que deseja.
Atualmente, um dos maiores desafios é oferecer uma educação para todos,
sem distinção, além de garantir um trabalho educacional estruturado e adequado
para amparar as Necessidades Educacionais Especiais dos alunos. Nesse ponto,
Sawaia (2019) aduz que quando um aluno demonstra maiores dificuldades de
aprendizado do conteúdo previsto no currículo em comparação aos demais alunos
da sua idade, ele possui necessidades educacionais especiais, necessitando, assim,
de caminhos alternativos para atingir esta aprendizagem”. Menezes e Santos (2019)
destaca que o docente, no processo educacional, deve saber desenvolver a
independência, a criatividade e a comunicação dos alunos, e, por sua vez, vir a ser o
gerador de seu próprio saber.
Destarte, o estudante com autismo possui diferentes características que
afetam sua interação com outras pessoas e até mesmo sua linguagem, requerendo,
assim, auxílio em seu processo de ensino-aprendizado. Dessa forma, o provimento
de escolarização para todos, sob o prisma da inserção dos alunos com
Necessidades Educacionais Especiais na escola regular tem ocorrido
gradativamente. Neste ponto, deve-se estender os direitos educativos à pessoa
autista, como consagrado na Lei Maior do Brasil, a Constituição Federal, em seu
artigo 205, no que se refere à educação como um direito de todos, assim como no
artigo 206, inciso I, que institui condições igualitárias de acesso e permanência na
escola. (MAZZOTTA, 2016).
Tais direitos são igualmente dispostos na Lei nº 9.394, de 20 de dezembro
de 1996, conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seus
artigos 58 e 59, que fornecem arcabouço jurídico para que o ensino da pessoa
portadora de deficiência, e que possua necessidades educacionais especiais, seja
preferencialmente fornecido no ensino regular, assim como em decretos e
resoluções. Ademais, há garantias prescritas no artigo 1º, parágrafo 2º, da Lei nº
12.764, de 27 de dezembro de 2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos
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para ser considerada inclusiva, a escola deve qualificar seus professores para
tratarem com as diferenças, preparar seus alunos ‘normais’ para recepcionarem as
crianças especiais, o pessoal da administração deve saber lidar com situações
diversas como a discriminação, enfim, o sucesso da inclusão exige que toda a
comunidade escolar se esforce e trabalhe com a mente aberta e sem quaisquer
preconceitos.
Na perspectiva de Fernández (2021), uma escola para ser verdadeiramente
inclusiva deve oferecer toda uma gama de suporte para os alunos especiais,
professores, administração, que vai desde as adequações na estrutura, passando
pelas adaptações dos currículos, aceitabilidade, mobiliários, materiais didáticos
adequados, enfim, uma série de aspectos que possibilitem a inclusão dos alunos
especiais, promovendo a diversidade, que é fator indispensável para o crescimento
dos alunos. Apesar da autora descrever uma escola inclusiva ideal, o que se
percebe na prática é que essa escola perfeita no que se refere à inclusão,
infelizmente ainda está longe de ser alcançada devido a uma realidade que se
manifesta na falta de investimentos do Estado para o aperfeiçoamento das
estruturas e qualificação de professores para lidarem com os alunos especiais.
comunidade e a escola, e o quarto passo seria ter mais tempo disponível para refletir
sobre a prática desenvolvida.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS