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DE MINAS GERAIS
UNIDADE BARBACENA / MG
BARBACENA / MG
Novembro / 2021
UNIDADE BARBACENA / MG
BARBACENA / MG
Novembro / 2021
Aprovada em:
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Orientador: Professor Luiz Gustavo Santos Costa
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Convidado (a):
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Convidado (a):
INTRODUÇÃO ............................................................................................ 09
This research aims to present empirical studies in the area of early childhood
education based on ethnic-racial relations within the school environment. With
the creation of the National Curriculum Guidelines for the Education of Ethnic-
Racial Relations and for the Teaching of Afro-Brazilian and African History and
Culture, the valorization of Afro-descendant identity, history, roots and culture is
recognized. In this sense, this study will start from an analysis of existing
research on the subject, which will be analyzed, compared and deepened.
Therefore, the main objective is to encourage the professional and continuing
education of teachers, aiming at respect for the cultural plurality present in
society and within educational institutions from playful and effective pedagogical
practices for the (de) construction of (pre) concepts that are reproduced in
various social spheres.
INTRODUÇÃO
Levando em consideração o desenvolvimento das Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana cujo “reconhecimento e
valorização da identidade, história e cultura dos afro-brasileiros, bem como a
garantia de reconhecimento e igualdade de valorização das raízes africanas da
nação brasileira, ao lado das indígenas, europeias, asiáticas” (BRASIL, 2006),
traz para esta pesquisa o intuito de apresentar estudos realizados na área da
Educação Infantil, partindo das relações étnico-raciais dentro do ambiente
escolar.
Para tal, compreende-se que após os constantes movimentos
sociais em torno da Educação Infantil de 0 a 6 anos de idade, reconheceu-se,
em 1988, o direito social de todas as crianças ter sua efetiva aplicabilidade ao
considerar-se necessário a criação de propostas pedagógicas que contribuam
para a formação infantil de forma a promover a equidade, o respeito, a
valorização e a interação frente à diversidade étnico-racial existente nas redes
de ensino infantil do Brasil (GAUDIO & CARVALHO, 2013).
Foi neste contexto que buscou-se apresentar estudos acerca das
relações étnico-raciais no ambiente escolar, cuja proposta teve como
pressuposto a análise e comparação sobre o que vem sendo apresentado no
campo acadêmico-científico sobre a temática voltada para a Educação Infantil.
Neste sentido, tais pesquisas fundamentaram a discussão proposta de forma a
aprofundar na temática.
Tendo em vista a necessidades em compreender práticas neste
sentido, pretende-se apresentar, discutir e divulgar, a posteriori, os destaques
principais desta pesquisa no meio acadêmico, uma vez que se identificou os
desafios presentes na docência no que discerne as relações étnico-raciais para
formação infantil. Em vista disso, pretende-se, com esta pesquisa, estimular a
formação profissional e continuada dos docentes da Educação Infantil a fim de
(re) construir os métodos de ensino para a Educação Infantil e o cotidiano
educacional diante de um contexto de pluralidade cultural.
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PROCESSO METODOLÓGICO
Devido às complicações causadas pelo surgimento da pandemia do
vírus Covid-19, as pesquisas em campo foram impossibilitadas, sendo aplicado
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afro-brasileira e africana” (SILVA & SOUZA, 2013: 41). Além disso, a prática
analisada nesta escola perpassa os limites da escola, indo de encontro com a
comunidade, com os pais dos/as estudantes e com outras EMEIs através de
apresentações de dança e música por alunos/as do ensino fundamental que
buscam abordar e valorizar a ancestralidade africana.
Muitos estudos mostram como o racismo se encontra no conteúdo
da Literatura Infantil, sendo os personagens negros excluídos ou apresentados
de forma depreciativa. Em muitas dessas obras, Lopes & Oliveira (2015)
destaca que a negritude não é contemplada em sua rica pluralidade étnico-
cultural ao se considerar forte influência do imaginário cristão que remetem tais
imagens à ideia de pecado e negatividades. Fatores estes que, para estes
autores, são reforçados pela educação a partir de imagens depreciativas
reproduzidas por séculos. Ora, é necessário romper com esses estereótipos
negativos em relação aos/às personagens negros de forma a resgatar e
valorizar as funções sociais de acordo com a matriz africana, desconstruindo,
através da Educação Infantil, a discriminação simbólica da população negra e
desenvolvendo a formação de identidade a partir de um currículo menos
etnocêntrico (LOPES & OLIVEIRA, 2015).
Os autores supracitados ainda destacam que as pesquisas
relacionadas às relações étnicas raciais na infância não protagonizam a criança
de grupos étnicos diferentes enquanto objeto de estudo uma vez que ela é
invisibilizada e/ou tem suas experiências vistas “de fora”. Entretanto, é
fundamental compreender que as Leis nºs 10.639/03 e 11.645/08 assumem o
olhar das crianças, principalmente negras e indígenas, no seio de suas
comunidades, e as reconhece culturalmente, marcadas por consequências do
colonialismo brasileiro, pela pobreza, e pelas lutas e conquistas por liberdade e
por paz (LOPES & OLIVEIRA 2015).
Ora, pois é na Educação Infantil que deve-se reconhecer uma
linguagem pedagógica mais compreensiva às especificidades culturais locais
ou particulares de forma a contribuir com o processo de (re) afirmação da
identidade étnica da população negra. Para isso se concretizar, Lopes &
Oliveira (2015) enfatiza a necessidade de contemplar iniciativas no contexto
escolar baseadas pelo etno-saberes pelas experiências indígenas e afro-
brasileiras, protagonizando suas crianças e permitindo uma valorização natural
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cabelo, no olhar, na troca de fralda, ao ouvir, etc. E conforme Souza, Dias &
Santiago (2017 destaca, estas crianças podem entender que estão sendo
discriminadas ao construírem uma imagem delas mesmas a partir de um
estigma inferior pautada em características que não fazem parte de sua
vivencia cotidiana.
Dessa maneira, é importante destacar que, com a Lei nº 10.639/03,
que estabelece a obrigatoriedade do ensino da História da África e da Cultura
Afro-Brasileira, estende-se que este mecanismo é de grande avanço no que diz
respeito à construção de uma educação antirracista, porém, esta legislação
não tem ação plena nas escolas.
Conforme destaca Aguiar; Piotto & Correa (2015), essa norma não
cabe à Educação Infantil, sendo comuns situações de discriminação racial no
cotidiano de creches e pré-escolas. A discussão que estes autores apresentam
vão de encontro com questões étnico-raciais e suas implicações na formação
docente ao presenciarem, na pesquisa realizada, situações em que hajam
discriminação/preconceito étnico-raciais não percebidas e/ou identificadas por
estagiários/as e/ou professores/as da Educação Infantil, sendo presenciado, a
partir de relatos, discriminalidade sobre a tonalidade da pele e o tipo de cabelo
de crianças pequenas.
Portanto, a discriminação racial existe, persistente e está presente
no imaginário nacional, remontando à obra de Gilberto Freyre (2003) e sua
interpretação do processo de miscigenação do povo brasileiro que para ele,
fazia parte de uma “democracia étnica” em relação aos brancos e negros no
Brasil. Aguiar; Piotto & Correa (2015) destaca que este ideário utilizado na obra
de Freyre pode ser considerado uma espécie de “estratificação racial que
associa aos negros as posições mais subalternas da sociedade brasileira” a
partir de “traços fenotípicos socialmente elaborados” (FLORESTAN
FERNANDES, 1978 apud AGUIAR; PIOTTO & CORREA, 2015: 377); o que
para os autores, tais fatores refletem nos dias atuais e nas formas de poder
entre o “branco” e o “negro”a partir do sentimento de ”democracia racial” que se
manifesta como uma invisibilidade étnica e o não reconhecimento da
diversidade na sociedade brasileira.
No que diz respeito à auto-avaliação e o reconhecimento do
“preconceito de marca” e o “preconceito de origem” trazida por Nogueira
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo deste trabalho foi de analisar um apanhado de material
que contribui para a expertise de profissionais da Educação Básica frente às
práticas pedagógicas na Educação Infantil, levando consideração às relações
étnico-raciais presentes no ambiente escolar levadas para o âmbito social.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DAVIS, K. The child and the social structure. The Journal of Educational
Sociology, v. 14, n. 4, p. 217-29, 1940.
DIAS, K. S. Formação Estética: em busca do olhar sensível. In: KRAMER,
Sônia; LEITE, Maria Isabel; NUNES, Maria Fernanda. (Orgs.). Infância e
Educação Infantil. Campinas: Papirus, 1999. (Coleção Prática Pedagógica)
1999. p. 175 – 201.
VEYNE, P. O Império Romano. In: ARIÈS & DUBY. Historia da Vida Privada.
Vol 1. São Paulo: Cia das Letras, 1994.