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CENTRO INTEGRADO DE PÓS – GRADUAÇÃO

PESQUISA E EXTENSÃO BET – HAKAM


CURSO LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

DAIANY DE JESUS ALVES SILVA

A ATIVIDADE LÚDICA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Presidente Sarney – MA
2021
CENTRO INTEGRADO DE PÓS – GRADUAÇÃO
PESQUISA E EXTENSÃO BET – HAKAM
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

DAIANY DE JESUS ALVES SILVA

A ATIVIDADE LÚDICA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Artigo apresentado ao Centro Integrado


de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão
BET–HAKAM como requisito para
obtenção do grau em Licenciatura Plena
em Pedagogia.
Orientador: Prof. Elissandro Mário Ribeiro

Presidente Sarney – MA
2021
DAIANY DE JESUS ALVES SILVA

A ATIVDADE LÚDICA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Artigo apresentado ao Curso de


Pedagogia do Centro Integrado de Pós-
Graduação, Pesquisa e Extensão BET –
HAKAM, como requisito para conclusão
do curso.

APROVADA EM: ______/_____/_______

BANCA EXAMINADORA

Professor: Elissandro Mário Ribeiro (Orientador)

1º Examinador (a)

2º Examinador (a)
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, meu Pai fiel e que nunca me deixou


desanimar diante de todas as dificuldades. Agradeço aos meus pais que de todas as
formas colaboraram na realização deste objetivo. A todos os meus familiares que
sempre colaboraram para que tudo ocorresse da melhor forma possível. A todos os
professores grandes incentivadores e mediadores de conhecimento, ampliando
sempre nosso modo de compreensão. A todas as minhas colegas de curso pela
amizade, compreensão, carinho e partilha. A todos que de uma forma ou de outra
colaboraram para a concretização deste sonho. Obrigada!
Dedico este artigo de forma muito
carinhosa a minha querida mãe, por ser
sempre tão carinhosa e paciente,
sempre incentivando e apoiando.
“Quando uma criança brinca, joga e finge: está
criando um outro mundo. Mais rico e mais belo e
muito mais repleto de possibilidades e invenções
do que o mundo onde de fato vive”.

(Marilena Chauí)
RESUMO

A construção da identidade das creches e pré-escolas a partir do século XIX em


nosso país insere-se no contexto da história das políticas de atendimento à infância,
marcado por diferenciações em relação à classe social das crianças. Enquanto para
as mais pobres essa história foi caracterizada pela vinculação aos órgãos de
assistência social, para as crianças das classes mais abastadas, outro modelo se
desenvolveu no diálogo com práticas escolares. Essa vinculação institucional
diferenciada refletia uma fragmentação nas concepções sobre educação das
crianças em espaços coletivos, compreendendo o cuidar como atividade meramente
ligada ao corpo e destinada às crianças mais pobres, e o educar como experiência
de promoção intelectual reservada aos filhos dos grupos socialmente privilegiados.
Como se entender, no entanto, a importância da educação infantil para o
desenvolvimento das crianças a partir da atividade lúdica, pois a criança apesar da
pouca idade necessitava dessa atividade para o seu completo desenvolvimento.
Além de aprender a ler e escrever, a criança também precisa brincar, e dessa forma
continuava aprendendo de uma forma mais dinâmica. Essa é a questão tratada
neste artigo, com o objetivo de compreender o quanto a atividade lúdica pode
permitir o engrandecimento do processo ensino aprendizagem da criança na
educação infantil. Através de pesquisa bibliográfica pode-se fazer comparações e
análises acerca da atividade lúdica usada no contexto da educação infantil como
forma de melhorar a aprendizagem das crianças.

Palavras – chave: Atividade lúdica. Criança. Desenvolvimento. Aprendizagem.


ABSTRACT

The construction of the identity of daycare centers and preschools from the 19th
century onwards in our country is part of the context of the history of childhood care
policies, marked by differences in relation to the social class of children. While for the
poorest children this story was characterized by being linked to social assistance
agencies, for children from the more affluent classes, another model was developed
in the dialogue with school practices. This differentiated institutional linking reflected
a fragmentation in the conceptions about the education of children in collective
spaces, understanding care as an activity merely linked to the body and destined for
the poorest children, and educating as an experience of intellectual promotion
reserved for the children of socially privileged groups. How to understand, however,
the importance of early childhood education for the development of children from the
ludic activity, because the child despite the young age needed this activity for their
full development. In addition to learning to read and write, the child also needs to
play, and in this way he continued to learn in a more dynamic way. This is the issue
addressed in this article, with the aim of understanding how much the playful activity
can allow the enhancement of the child's teaching-learning process in early childhood
education. Through bibliographic research, comparisons and analyzes can be made
about the ludic activity used in the context of early childhood education as a way to
improve children's learning.

Keywords: Playful activity. Kid. Development. Learning.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................................10

2. A ESCOLA E O PROCESSO LÚDICO NA APRENDIZAGEM..........................................13

2.1. OS JOGOS E O LÚDICO NA APRENDIZAGEM ESCOLAR.............................................14

3. RECOMENDAÇÃO DOS TEÓRICOS PARA O LÚDICO...................................................18

4. A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR............................................................................................22

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................................26

REFERÊNCIAS.................................................................................................................................29
1. INTRODUÇÃO

Delineada a apresentação da estrutura legal e institucional da Educação


Infantil, faz-se necessário refletir sobre sua função sociopolítica e pedagógica, com
base de apoio das propostas pedagógica e curricular das instituições.
Considera a Lei nº 9. 394/96 em seu artigo 22 que a Educação Infantil é
parte integrante da Educação Básica, cujas finalidades são desenvolver o educando,
assegura-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e
fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. Essa
dimensão de instituição voltada à introdução das crianças na cultura e à apropriação
por elas de conhecimentos básicos requer tento seu acolhimento quanto sua
adequada intepretação em relação às crianças pequenas.
O paradigma do desenvolvimento integral da criança inclui levá-la a
aprender de forma dinâmica, fazer da sala de aula um ambiente agradável, pois o
ensinar se torna uma tarefa fácil a partir da dinâmica do professor. No entanto, o
brincar exige do docente formação, pois até para desenvolver atividades lúdicas ele
precisa estar preparado. As atividades lúdicas desenvolverão na criança habilidades
físicas, emocionais, intelectuais, o espirito de cooperação, de união e faz com que a
criança aprenda com mais tranquilidade e rapidez.
Daí a importância de se tratar este tema, pois como futuros pedagogos
precisa-se entender como desenvolver o trabalho com as crianças de forma
equilibrada e sempre colaborando para melhorar o processo ensino aprendizagem.
As crianças são seres integrais, embora não seja dessa forma que elas
têm sido consideradas na maior parte das escolas, uma vez que as atividades
propostas são estruturadas de modo compartimentado: há uma hora determinada
para trabalhar a coordenação motora, outra para as expressões plásticas, outra para
o corpo, outra para desenvolver o raciocínio, outra para a linguagem, outra para
brincar sob a orientação do educador, outra para a brincadeira não direcionada, e
assim por diante.
Essa segmentação não vai ao encontro da formação da personalidade
integral da criança das crianças nem de suas necessidades. Os indivíduos precisam
construir sua própria personalidade e inteligência. Tanto o conhecimento quanto o
senso moral são elaborados pelas crianças em interação com o meio físico e social,
passando por um processo de desenvolvimento.
A principal preocupação da educação deveria ser a de propiciar a todas
as crianças um desenvolvimento integral e dinâmico. É importante que os conteúdos
correspondam aos conhecimentos gerais das crianças, a seus interesses e
necessidades, além de desafiar sua inteligência.
Formar cidadãos sensíveis, críticos, inventivos e descobridores, capazes
de criticar e distinguir entre o que está provado e o que não está, deveria ser o
principal objetivo da educação. Para ajudar os indivíduos a atingir níveis mais
elevados do desenvolvimento afetivo, físico, social, moral e cognitivo, deve-se
encorajar a autonomia e o pensamento crítico independente.
É importante compreender as necessidades, interesses e potenciais de
cada grupo e de cada criança para reconhecer as influências culturais que
enriquecem seus repertórios lúdicos. A observação de como as crianças brincam e
de como se relacionam umas com as outras, com os objetos e com o mundo à sua
volta deve ser a base do trabalho do educador: a partir das realidades lúdico-
culturais pode-se “desenhar’, conforme os estágios de desenvolvimento e dos
repertórios específicos, propostas adequadas a cada grupo e a cada criança.
Brincar faz parte da infância. Além de ser divertido, o lúdico na
aprendizagem pode ajudar tanto no campo cognitivo, quanto no psicológico, social e
afetivo. Isso proporciona alegria e satisfação. Brincando, a criança socializa melhor,
exercita a imaginação e, através disso, pode externalizar suas angústias e
dificuldades que não consegue expressar por palavras. Dessa forma, ensinar
brincando é uma forma prática de ensinar, as crianças aprendem de forma saudável
e se desenvolvem em todos os seus aspectos.
A maneira como a criança brinca reflete seu modo de agir. O lúdico na
aprendizagem é capaz de desenvolver habilidades importantes, como atenção,
imitação, memória e até imaginação. O cérebro humano se desenvolve por
estímulos recebidos nos primeiros sete anos devida. Por isso, é necessário
incentivar todos os aspectos: cognitivo, motor e afetivo. A grande exposição
tecnológica e imagética atual hiper estimula a área cognitiva, mas a criança não
desenvolve a parte motora e afetiva. Por esse motivo, é indispensável que haja
diversidade nas experiências proporcionadas. O desenvolvimento dos pequenos
deve acontecer em equilíbrio, levando em consideração o indivíduo como um todo.
Quando este acontece apenas em uma área, as demais ficarão deficitárias,
causando a falta de equilíbrio. Através das brincadeiras, acriança tem apoio para
superar dificuldades de aprendizado. Dessa forma, aprender brincando melhora não
só o rendimento escolar, mas o ganho no conhecimento, na comunicação e também
no modo psicoemocional. Nesse contexto, a partir da elaboração deste artigo
passou-se a observar como realmente está acontecendo o desenvolvimento das
atividades lúdicas na educação infantil. Até que ponto o brincar ajuda as crianças a
aprenderem, a se desenvolverem em todos os seus aspectos, sempre aprendendo
que não é só a questão do brincar, mas aprender. A atividade lúdica também liberta
as crianças de ações que devem ser completadas, não pela ação em si mesma, mas
pelo significado que ela carrega. Pois, quando uma criança faz de conta que está
andando a cavalo, o significado domina a ação e isso pode ser representado com a
fórmula: significado e ação.
2. A ESCOLA E O PROCESSO LÚDICO NA APRENDIZAGEM

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é o documento que definirá


o que as escolas devem ensinar em cada série. O mais importante é que ele dita
como “eixo estruturante” para as aulas na educação infantil o ato de brincar e suas
interações. Com os pais trabalhando em período integral, as crianças passam a
maior parte do tempo em maternais e escolas. Assim, é importante que as
instituições tenham um projeto pedagógico que leve a brincadeira como parte do
aprendizado. As escolas que seguem esse modelo buscam fomentar a criatividade,
explorar o mundo e se relacionar com o outro.
Além disso, atividades ao ar livre, como brincadeiras no parque, também
são importantes. Uma vez que brincar na rua, com vizinhos e amigos, é
praticamente inexistente nos dias de hoje. As escolas devem estimular esse tipo de
exercício e preencher tal lacuna, visando o bom desenvolvimento dos alunos.
Apesar de ser um consenso entre os especialistas a importância das brincadeiras na
educação, os pais ainda pensam diferente. Segundo uma pesquisa encomendada
pela OMO, 51% dos pais consideram trabalhos escolares mais importantes do que
as brincadeiras. O levantamento foi feito com 12 mil pessoas em dez países, entre
2016 e 2017.
As instituições de ensino com propostas tradicionais também precisam
se adequar ao lúdico na aprendizagem para a rotina dos alunos. A BNCC afirma que
a alfabetização se inicia na educação infantil, sendo que até 5 anos e 11 meses, os
alunos devem ser capazes de fazer “registros de palavras e textos, por meio da
escrita espontânea”.
Os jogos e as brincadeiras são grandes aliados principalmente, no
trabalho com crianças hiperativas; todavia, devem ser planejadas de acordo com a
idade e o ambiente, e os objetivos a serem alcançados deverão estar bem definidos.
Nesse contexto, entra o professor com um papel importante, pois ele é que deverá
estimular essa criança a construir, descontruir, inventar e reinventar conceitos e
conhecimentos que contribuirão para a aprendizagem significativa.
O importante também, é apoiar as crianças, desde cedo e ao longo de
todas as suas experiências cotidianas na Educação Infantil no estabelecimento de
uma relação positiva com a instituição educacional. As brincadeiras devem ser
selecionadas, planejadas de acordo com a faixa etária e as necessidades da
criança, pois tem brincadeiras adequadas a cada idade, e também deixar a criança
criar, trazer do seu cotidiano para a sala de aula as brincadeiras que vivencia em
casa com os avós, pais e familiares. As vezes essas brincadeiras aguçam a
curiosidade de outras crianças que não tem em casa esse convívio com seus
familiares.
Dessa forma, a escola estará contribuindo para o fortalecimento da
autoestima, o interesse, a curiosidade pelo conhecimento do lúdico, vai se
familiarizando com diferentes linguagens e formas de brincar, aceitando e acolhendo
as diferenças.

2.1. OS JOGOS E O LÚDICO NA APRENDIZAGEM ESCOLAR

Atualmente, o professor não pode mais pensar a sala de aula somente


com quadro de giz, cadeiras, mesas, lápis de cor, tesoura, notas e livros. Pois,
principalmente na educação infantil ele precisa pensar nos jogos e nas brincadeiras.
Muitas pessoas costumam relegá-los ao horário do intervalo, já que brincar é uma
atividade considerada apenas como uma forma de diversão. Também por este
motivo, jogos são frequentemente ignorados pelas instituições escolares e
educadores.
Contudo, com as novas questões propostas à educação do século XXI,
este cenário tende a mudar, isto porque, cada vez mais, professores e escolas
percebem a importância do aspecto lúdico para o desenvolvimento emocional e
cognitivo da criança. As famílias também querem e podem potencializar a
experiência dos seus filhos na escola e transformar o aprendizado em algo mais
envolvente.
Nossa sociedade possui uma grande diversidade de formas e meios de
comunicação, e para se destacar, é importante que o individuo tenha a competência
da leitura e da compreensão de diferentes linguagens. Expressões corporais e
verbais são bem consideradas em nosso convívio social. Contudo, nas atividades
escolares, é comum que as crianças se concentrem no somente no aprendizado
sobre a leitura e a escrita.
Um dos maiores desafios do dia a dia do professor é transformar o
aprendizado em uma tarefa lúdica, especialmente no caso das crianças pequenas.
Para isso, não é preciso apenas muita criatividade e jogo de cintura para lidar com o
pique dos pequenos, mas também instrumentos que atendam as necessidades
pedagógicas dos alunos e atraiam o interesse deles, jogos e brincadeiras são
perfeitos para isso.
Além de serem muito divertidos, estes jogos auxiliam no aprendizado,
fornecendo diretrizes sobre o respeito às regras, estratégia e controle o tempo,
proporcionando à criança o desafio de superar a si mesma e de trabalhar em equipe.
Como instrumento de aprendizagem, os jogos ajudam no desenvolvimento do aluno
sob as perspectivas criativa, afetiva, histórica, social e cultural, jogando, a criança
inventa, descobre, desenvolve habilidades e experimenta novos pontos de vista.
Tanto as potencialidades quanto as afetividades da criança são harmonizadas no
desenvolvimento das habilidades sociais e cognitivas.
Piaget, um dos maiores pensadores do século XX, defendia que “a
atividade lúdica é uma das maiores propulsoras das habilidades intelectuais da
criança”. Através de simbolismos e do incentivo aos nossos sentidos, o jogo
proporciona a assimilação do real e o entendimento de novos pontos de vista. Com
base na observação das atividades de seus filhos, Piaget analisa e esclarece as
relações entre o jogo e o funcionamento intelectual. Também interpreta os jogos no
contexto do pensamento da criança, distinguindo seis critérios habitualmente
utilizados no jogo:
1. Dizer que o jogo encontra sua finalidade em si mesmo é um critério
impreciso, pois todo jogo é “interessado”; afinal, o jogador se preocupa com o
resultado da sua atividade.
2. O jogo constitui uma atividade espontânea, oposta à atividade do
trabalho.
3. O jogo é uma atividade prazerosa – o prazer lúdico seria a expressão
afetiva da adaptação do eu do individuo ao real (quando a criança se adapta à
realidade do jogo, ela o demonstra por meio de expressões de prazer).
4. O jogo tem uma relativa falta de organização.
5. O jogo estabelece um comportamento livre de conflito: ou ignora os
conflitos ou, se os encontra, é para libertar o eu por uma solução de compensação
ou de liquidação – por exemplo, ou morte de um dos pais), ela pode, por meio do
jogo, trabalhar internamente esse medo, compreendê-lo, mesmo que
inconscientemente, e até superá-lo.
6. O jogo é uma atividade que envolve supra motivação (motivação
intensa).
Dessa forma, para melhor compreensão da concepção piagetiana sobre o
jogo, devem-se esclarecer os conceitos de acomodação e de assimilação, que
aparecem em todos os estágios do desenvolvimento, sempre se complementando
em seu equilíbrio crescente.
A presença da ludicidade no processo de ensino – aprendizagem é de
fundamental importância, principalmente para as crianças. Pode-se afirmar que ela
envolve o universo da brincadeira, do jogo, do brinquedo e da própria atividade
lúdica.
Os benefícios dos jogos educativos valem tanto para jogos convencionais
quanto os eletrônicos. Hoje, o mercado já oferece opções de games especialmente
dedicados ao aprendizado, permitindo um elo entre o abstrato e o concreto. Trata-se
de um aspecto importante especialmente para as crianças pequeninas, que ainda
não abstraem o pensamento. Além destes, algumas brincadeiras tradicionais
também provam o seu valor.
Um aspecto importante é que o jogo não seja o principal ou o único
recurso disponível. Assim, o jogo deve ser uma ferramenta ao aprendizado do dia- a
dia. Crianças que ficam a maior parte do dia em tablets e computadores não
aproveitam os benefícios dos jogos da melhor forma possível. Principalmente no
caso de eletrônicos, a criança precisa ser acompanhada quanto ao tempo de uso e o
conteúdo exposto.
Quanto menor a criança, menos tempo ela deve passar interagindo com
games. O ideal é que este tempo não ultrapasse com games. O ideal é que este
tempo não ultrapasse 2 horas ao dia. Para as brincadeiras convencionais, como
pique- pega, pular corda e amarelinha, a criança pode destinar o dobro dessas horas
ou mais.
A aprendizagem depende em grande parte da motivação: as
necessidades e os interesses das crianças são mais importantes que qualquer outra
razão para que ela se dedique a uma atividade. Ser esperta, independente, curiosa,
ter iniciativa e confiança em sua capacidade de construir uma ideia própria sobre as
coisas, assim como expressar seu pensamento e sentimentos com convicção, são
características inerentes à personalidade integral das crianças.
Para concretizar esses objetivos e garantir a participação dinâmica das
crianças nesses processos, o educador deve ter bem claras essas metas. Assim, ao
pensar atividades significativas e desafiadoras que respondam aos objetivos, é
importante articulá-las de forma integrada, conforme a realidade das crianças, seus
estágios de desenvolvimento e os processos de construção cognitiva, valorizando o
acesso aos conhecimentos dos mundos físico e social.
É nessas estratégias que quero situar a atividade lúdica como um
caminho possível. Nesse sentido, sugiro prestar especial atenção para não
considerar a atividade lúdica o único e exclusivo recurso de ação, já que essa seria
uma postura ingênua. Trata -se de uma alternativa significativa e importante, mas
seu uso não exclui outras possibilidades.
Há um aspecto ao qual se deve dar especial atenção quando se trabalha
com as atividades lúdicas de forma mais consciente: o caráter de prazer e ludicidade
que elas têm na vida das crianças. Sem esse componente básico, perde-se o
sentido de utilização de um meio, cujo principal intuito é o de resgatar as atividades
lúdicas, sua espontaneidade e, com elas, sua importância no desenvolvimento
integral das crianças.
O educador pode, a partir da observação das atividades lúdicas, obter um
diagnóstico do comportamento geral do grupo e do comportamento individual de
seus alunos; descobrir em qual estágio de desenvolvimento se encontram as
crianças; conhecer os valores, as ideias, os interesses e as necessidades de cada
grupo, seus conflitos, problemas e potenciais. Se, porém, o que pretende é estimular
o desenvolvimento de determinadas áreas ou promover aprendizagens específicas,
o brincar pode ser utilizado como uma possibilidade de desafio cognitivo, desde que
se escolham atividades adequadas.
3. RECOMENDAÇÃO DOS TEÓRICOS PARA O LÚDICO

A acomodação é o processo pelo qual a criança modifica seu estágio


mental em resposta a demanda externas. Por exemplo, ações como sugar o dedo,
agarrar e lançar objetos comportam um ajuste dos movimentos e das percepções
aos próprios objetos. É por meio do processo de assimilação que a criança incorpora
elementos do mundo externo ao seu próprio esquema: à medida que o sujeito repete
suas condutas (sugar, agarrar), ele incorpora os objetos de “sugar”, “de segurar” às
ações em que essas condutas se tornam. Esses dois processos formam parte de
todas as ações, aparecem em todos os estágios do desenvolvimento. Às vezes, um
predomina sobre o outro; outras vezes, eles se encontram em “equilíbrio”.
Assim, para Piaget, o jogo é:
Expressão de uma das fases dessa diferenciação progressiva: é o produto
da assimilação, dissociando-se da acomodação antes de se reintegrar nas
formas de equilíbrio que dele farão seu complemento, no nível do
pensamento operatório ou racional [...]. O jogo constitui o polo extremo da
assimilação real ao eu. (1971: 217)

Piaget descreveu, classificou e explicou o jogo nas diferentes fases ou


estágios do desenvolvimento da criança. Segundo ele, o nascimento dos jogos dá-
se nas fases iniciais do desenvolvimento, quando: “quase todos os comportamentos
[...] são suscetíveis de se converter em jogo, uma vez que se repetem por
assimilação pura, isto é, por simples prazer funcional. (1971:117)”
Piaget distingue três tipos de estruturas que caracterizam o jogo infantil e
fundamentam a classificação por ele proposta: o exercício, o símbolo, e a regra. Os
jogos de “construção” constituem a transição entre esses três tipos e as condutas
adaptadas. Eles não caracterizam uma fase entre as outras; assimilam uma
transformação interna na noção de símbolo. Ocupam no segundo e no terceiro nível
uma posição entre o jogo e o trabalho inteligente, ou entre o jogo e a imitação.

As contribuições de Vygotsky e seus discípulos a respeito do brincar são


muito significativas e ampliam a visão piagetiana. Vygotsky reage ao que considera
ser a “terrível intelectualização do jogo”, em que as crianças ainda não podem
escrever as palavras no papel, mas as representam pelas ações. Contra essa visão,
ele defende que necessidades, incentivos e motivos das crianças devem ser levados
em conta pelos teóricos do jogo. Para ele, o jogo é essencialmente “desejo
satisfeito” que se origina de “desejos insatisfeitos”, que, por sua vez, se tornam
afetos generalizados das crianças. Para Vygotsky, o jogo deve também se distinguir
dos outros tipos de atividades das crianças. E sugere a seguinte característica que
define o jogo: o fato de que ele envolve uma situação imaginária criada pelas
crianças (isso é verdade tanto na brincadeira socio dramática quanto nos jogos de
regras). O brincar das crianças é imaginação em ação.
Outra característica acentuada por Vygotsky é a natureza das regras do
jogo. Ele afirma que não existe atividade lúdica sem regras. A situação imaginária de
qualquer forma de brinquedo já contém regras de comportamento, embora possa
não ser um jogo com regras formais estabelecidas a priori. Essas regras não
precisam ser explicitadas, como é o caso das brincadeiras. O que na vida real passa
despercebido pelas crianças torna-se uma regra de comportamento no ato de
brincar.
A atividade lúdica é decisiva no desenvolvimento das crianças porque as
liberta de situações difíceis. No brincar, as coisas e as ações não são o que
aparentam ser; e, em situações imaginárias, as crianças começam a agir
independentemente do que veem e a ser orientadas pelo significado da situação. A
brincadeira das crianças pré-escolares, porém, permite-lhes descobrir que, como
assevera Vygotsky, as ações têm sua origem muito mais em ideias do que em
coisas. Quando isso acontece, a estrutura psicológica das crianças com a realidade
altera-se radicalmente. Vygotsky representou essa nova estrutura como uma fração,
em que o significado domina o objeto.
Já Leontiev acreditava que, na atividade infantil. Surge uma contradição
entre o rápido desenvolvimento da necessidade que as crianças têm de agir sobre
os objetos e o desenvolvimento das operações que permitem realizar essas ações.
Essa contradição se resolve, na análise do autor, pela atividade lúdica: o objetivo do
jogo ou da brincadeira está no próprio processo, e não no resultado. O domínio de
uma área mais ampla da realidade só pode ser obtido no ato de brincar. É no
decorrer do desenvolvimento mental das crianças que a atividade lúdica se torna a
principal atividade.
Para Leontiev, a estrutura da atividade lúdica ocasionava o surgimento de
uma situação lúdico-imaginária, na qual coexistem dois aspectos: a ação e o
conteúdo. A ação, que surge como um processo dirigido a um objetivo em conexão
com um motivo, dá sentido à brincadeira. A ação é o caminho que leva as crianças à
descoberta da realidade objetiva. O conteúdo ou aspecto da ação corresponde às
suas condições: o significado está associado ao conteúdo.
Dessa forma, a ruptura entre o sentido e o significado de um objeto surge
no próprio processo de brincar.
Leontiev afirma que, em estágios precoces do desenvolvimento da
atividade lúdica, as crianças descobrem nos objetos não somente as relações do
homem com estes, mas também as relações das pessoas entre si: as relações
sociais já surgem nessas brincadeiras de forma explícita. Assim, o papel da
atividade lúdica é alterado: seu conteúdo determina tanto as relações entre as
crianças e o objeto como as relações estabelecidas entre os participantes da
brincadeira. Na atividade lúdica, surge um processo de subordinação do
comportamento das crianças a certas regras de ação: é uma precondição importante
para o surgimento da consciência do principio da própria regra do jogo. Sobre essa
base, surgem os jogos com regras, cujo conteúdo fixo é a regra e o objeto.
Uma outra contribuição importante de Leontiev foi a ideia da avaliação
que as crianças fazem, no brincar, de suas habilidades, possibilidades, progresso,
por comparação com as das outras crianças: pela primeira vez elas começam a
julgar por si mesmas suas próprias ações.
Segundo Santos (2002), “a ludicidade é uma necessidade do ser humano
em qualquer idade.” Tem como sinônimo divertimento, diversão, lazer; e como
sinônimos, tristeza e desânimo. No âmbito da Pedagogia, a ludicidade se dá como a
forma de desenvolver a criatividade e os conhecimentos por meio dos jogos, música,
dança. O lúdico não é apenas uma prática pedagógica e nem foi inventado por ela.
Ao brincar, as crianças estariam expostas a um ambiente extremamente favorável
ao desenvolvimento físico e cognitivo. O ato lúdico está presente na maioria das
manifestações do homem, bem como em outras espécies animais, preponderando
durante a infância, como bem nos mostra a Etologia na observação do
comportamento animal em um dado contexto ecológico ou na natureza. Em um
estudo exemplar de brinquedos em animais, envolvendo a observação de filhotes de
hamsters dourados, Vieira (1985) aponta que o comportamento de brincadeira
aumenta em função da privação social de indivíduos de mesma idade ou pela troca
de parceiros.
Assim, a Educação Infantil é uma fase em que a organização do ensino é
de extrema importância para propiciar à criança aprendizagem e desenvolvimento,
tornando-se um período crucial para a construção da vida adulta, esse
desenvolvimento efetua-se na interação da criança com o meio e com as outras
pessoas. Decroly (1871- 1932) e Maria Montessori (1879 – 1952) adequaram
métodos e recursos pedagógicos à faixa etária da criança, considerando o seu
processo de conceber o conteúdo pedagogicamente pensado, adequando inclusive
o ambiente, e os jogos e brincadeiras que serão realizados com essas crianças.
Jean Piaget (1896 – 1980) apresentou uma nova concepção de
construção de conhecimento pelas crianças e desenvolvimento da inteligência. Levy
Vygotsky (1896 – 1934), com seus estudos, levando suas teorias para um
laboratório experimental desenvolvendo sua própria teoria, e complementando a
visão de Jean Piaget falando sobre a importância das relações sociais para a
maturação do individuo e consequentemente para o aprender.
O importante, no entanto, é compreender o quanto esses estudos servem
para nos aperfeiçoar como educadores, formando-nos pedagogicamente para
desenvolver um bom trabalho.
4. A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR

A Base Nacional Comum Curricular 2017 diz que a Educação Infantil deve
“ampliar o nível de experiências, conhecimentos e habilidades dessas crianças,
diversificando e consolidando novas aprendizagens, atuando de maneira
complementar à educação familiar” (p. 36). A mesma complementa dizendo que
cabe ao educador “refletir, selecionar, organizar, planejar, mediar e monitorar o
conjunto das práticas e interações, garantindo a pluralidade de situações que
promovam o desenvolvimento pleno das crianças” (p. 39). Para tanto, é nesse
momento escolar em que as crianças começam a interagir e descobrir o mundo a
sua volta, fora do seu ambiente familiar, fazendo amigos e aprendendo a conviver e
respeitar as diferenças culturais. Dessa forma, o ambiente escolar da Educação
Infantil é o primeiro local em que as crianças terão contatos fora das suas zonas de
conforto e passarão a socializar com outras crianças e adultos. É nesse momento
que elas descobrem o quanto brincar é divertido e ensina, trocam ideias com outras
crianças, descobrem jogos e brincadeiras diferentes e ficam mais sociáveis,
pacientes e acolhedoras.
Como primeira etapa da Educação Básica, a Educação Infantil é o inicio e
o fundamento do processo educacional. A entrada na creche ou na pré-escola
significa, na maioria das vezes, a primeira separação das crianças dos seus vínculos
afetivos familiares para se incorporarem a uma situação de socialização estruturada.
Nas últimas décadas, vem se consolidando, na Educação Infantil, a
concepção que vincula educar e cuidar, entendendo o cuidado como algo
indissociável do processo educativo. Nesse contexto, as creches e pré-escolas, ao
acolher as vivências e os conhecimentos construídos pelas crianças no ambiente da
família e no contexto de sua comunidade, e articulá-los em suas propostas
pedagógicas, têm o objetivo de ampliar o universo de experiências, conhecimentos e
habilidades dessas crianças, diversificando e consolidando novas aprendizagens,
atuando de maneira complementar a educação familiar. Nessa fase a criança
começa a compreender que o brincar da escola não é à toa, brinca-se e aprende-se
ao mesmo tempo. É divertido quando o processo ensino aprendizagem se
transforma num momento divertido, alegre e dinâmico.
As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI,
Resolução CNE/CEB nº 5/2009), em seu Artigo 4º, definem a criança como sujeito
histórico e de direitos, que, interações, relações e práticas cotidianas que vivencia,
constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja,
aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a
natureza e a sociedade, produzindo cultura (BRASIL, 2009).
Ainda de acordo com as DCNEI, em seu Artigo 9º, os eixos estruturantes
das práticas pedagógicas dessa etapa da Educação Básica são as interações e a
brincadeira, experiências nas quais as crianças podem construir e apropriar-se de
conhecimentos por meio de suas ações e interações com seus pares e com os
adultos, o que possibilita aprendizagens, desenvolvimento e socialização.
Ao observar as interações e a brincadeira entre as crianças e delas com
os adultos, é possível identificar, por exemplo, a expressão dos afetos, a mediação
das frustrações, a resolução de conflitos e a regulação das emoções.
Nesse contexto, o brinquedo tem a capacidade de estimular a criança a
expressar cenas que denunciam aspectos da realidade vivida por elas entre as
questões que envolvem o processo de ensino – aprendizagem entende-se que na
prática docente também é constantemente um tema de reflexão principalmente
como são abordados e como trabalhados os diferentes conhecimentos, bem como o
envolvimento dos alunos nesse processo e o fato de realmente estarem
aprendendo.
O brincar pode ser entendido como a capacidade de criar das crianças e
está relacionando com as suas vivências. Toda brincadeira é uma imitação
transformadora, no plano das emoções e das ideias, de uma realidade
anteriormente experimentada. No ato de brincar, os sinais, os gestos, os
objetos e os espaços, valem e tem um significado diferente daquele que
apresenta ter (MARINHO, ET AL, 2007, p. 87)

Para os autores, a brincadeira favorece nas crianças a melhoria da


autoestima e contribui para a interiorização de determinados modelos de adultos
presentes nos diversos grupos sociais. As atividades lúdicas podem contribuir de
forma significativa para o processo de construção do conhecimento do indivíduo.
Diversos estudos comprovam que o jogo é uma fonte de prazer e descoberta para
as crianças.
Com essa visão, pode-se perceber a contribuição da ludicidade nas
atividades pedagógicas durante o desenvolvimento das aulas, e trazer as atividades
lúdicas para a sala de aula é um passo muito importante na educação, pois a
criança passa a sentir prazer pelo aprender.
No entanto, brincar parece algo trivial, mas, além de ser fonte de
entretenimento, é fundamental para o desenvolvimento pleno da criança. É
brincando que meninos e meninas começam a expressar a personalidade e as
emoções. Ao estimular a brincadeira – e participando dela -, os adultos também se
beneficiam.
Para as crianças, os benefícios de brincar vão muito além de exercitar a
criatividade e a fantasia. Trata-se de uma atividade importante para a construção da
estrutura emocional e familiar que ela levará para a vida adulta, o que pode
contribuir para uma maturidade emocional mais consistente.
“Brincar é a expressão da criança no mundo. Brincando, e só brincando,
ela desenvolve as dimensões afetivas, sociais, cognitivas e físico – motoras
plenamente”, diz Paula Saretta, doutora em educação pela Universidade Estadual
de Campinas (Unicamp). Mesmo dentro de casa, com um toque de imaginação, há
formas simples de estimular a criança a brincar. Toda criança brinca por natureza,
mas é importante que o adulto dê condições para que isso aconteça de maneira
saudável. Tanto os pais quanto os professores precisam saber quais brincadeiras
são adequadas a cada criança, como incentivar essas crianças na hora das
brincadeiras. E além de tudo, entender o quanto a brincadeira pode ensinar.
Contudo, devem intervir o mínimo possível e deixar a criança construir os
próprios pensamentos, expressar seus desejos e assim ir reconhecendo e
desenvolvendo competências enquanto brinca. É na presença de adultos atentos e
encorajadores que o brincar acontece de maneira mais fluida e natural.
O hábito de brincar, aliás, pode ser conservado por muitos anos, já que se
divertir é essencial para a saúde física e mental de todas as pessoas. O ser humano
brinca a vida toda, desde bebês até envelhecer.
Reservar um tempo para a criança brincar livremente é dever dos adultos
responsáveis por ela. Alguns pais se preocupam tanto com o futuro que preenchem
os dias dos filhos com atividades extracurriculares. Mas deixar de brincar pode
prejudicar meninos e meninas.
Vivemos um tempo no qual o contato físico e o brincar não são
valorizados pelos adultos como deveriam. Isso representa um desconhecimento do
desenvolvimento infantil e uma queima de etapas. Tudo tem seu momento, e as
crianças nos mostram isso o tempo todo. Mas, para ouvi-las verdadeiramente,
precisamos de sensibilidade e atenção às suas necessidades emocionais.
Mesmo assim, o ato de brincar não é visto pela população como algo
fundamental ao desenvolvimento infantil, sendo considerado apenas mais uma
forma de se divertir e passar o tempo. Todavia, a essência da infância está nos
momentos que a criança tem para a exploração: o faz de conta, a brincadeira e o
jogo. Por isso, esse momento é fundamental para o desenvolvimento, um direito já
previsto em lei e tão importante quanto dormir e se alimentar.
Muitos adultos consideram a brincadeira como atividade exclusiva da
criança. De fato, é a linguagem da infância. Mas é importante lembrar que é
permitido (e até esperado) que os adultos brinquem (sozinhos, com outros adultos e
com crianças). Nos momentos lúdicos, é possível aprender mais sobre as crianças
do que se imagina: o que elas sabem, como estão se sentindo, como reagem diante
de um desafio. Esses são aspectos, na maioria das vezes, não verbalizados por
elas.
Para tanto, durante o brincar, a criança adquire habilidades para se tornar
capaz de aprender a aprender, seja por meio de suas ações sobre os objetos e
pessoas, seja por suas reações a esses estímulos. Ou seja, ela é ativa em seu
desenvolvimento. Além de ser divertido, o brincar proporciona diversas coisas boas:
estimula o conhecimento do próprio corpo, a força, a elasticidade, o desempenho
físico, o que promove um melhor desenvolvimento motor.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Brincar é uma atividade primordial para a formação das crianças. É na


brincadeira que elas aprendem, se expressam e compreendem o mundo. Os adultos
podem e devem incentivar que as crianças se divirtam dessa forma. As brincadeiras
tem papel fundamental no processo de aprendizagem na educação infantil. Daí a
importância de se tratar sobre esse assunto, principalmente na área da Pedagogia,
pois é aqui que se busca aprender como ensinar.
O brincar contribui para a formação completa, englobando os âmbitos
sociais, afetivos, culturais, cognitivos, emocionais e físicos. É interessante observar
que o brincar não significa apenas diversão, mesmo que ela faça parte desse
processo. Além de se divertir, a criança desenvolve a memória, a concentração e
alguns traços de sua personalidade. Por meio da brincadeira, a criança também
exercita o seu relacionamento com os colegas, desenvolvendo seus sentimentos e
habilidades para lidar com situações distintas. É um modo de se expressar de
maneira natural, demonstrando as verdadeiras emoções e sem vergonha de ser
julgado pelo professor.
Dessa forma, a ludicidade ganha espaço como método crucial para
transformar conteúdos, valores e ações através do professor, criando assim toda
uma situação a fim de facilitar através de estratégias um aprendizado significativo,
onde a criança desenvolve o conhecimento tanto na parte cientifica, quanto na parte
humana.
Foi pensando nessa realidade, que este artigo focalizou -se como objeto
de pesquisa a importância do lúdico na aprendizagem e no desenvolvimento pleno
da criança na educação infantil. Baseando-se nos estudos de alguns estudiosos
como Jean Piaget, Vygotsky e outros que sempre basearam seus estudos nas fases
do desenvolvimento cognitivo infantil e nos serviram de enfoque teórico para
elaboração deste trabalho.
O lúdico é uma formado por um conjunto linguístico que funciona dentro
de um contexto social; possui um sistema de regras e se constitui de um objeto
simbólico que designa também um fenômeno. Portanto, permite ao educando a
identificação de um sistema de regras que permite uma estrutura sequencial que
especifica a sua moralidade.
Isso nos remete a ideia de como o lúdico é importante na educação de
nossas crianças. O jogo é um processo de ajuda ao desenvolvimento da criança
sendo ao mesmo tempo uma atividade consequente de seu próprio crescimento. O
jogo constitui-se em expressão e condição para o desenvolvimento infantil, já que as
crianças quando estão jogando assimilam a teoria com a prática desta maneira eles
podem transformar a realidade em volta.
O lúdico permite um desenvolvimento global e uma visão de mundo mais
real à criança, podendo se expressar, analisar, criticar e transformar a realidade por
meio das descobertas e da criatividade. Se bem aplicada e compreendida a
educação lúdica poderá contribuir para a melhoria do ensino ao aluno e na
qualificação ou formação crítica e procurando redefinir valores e o melhorar o
relacionamento das pessoas perante a sociedade.
Para atingir esse fim é necessário que os educadores busquem em sua
prática pedagógica substituir a rigidez e a passividade, pela vida, pela alegria, pelo
entusiasmo de aprender, pela maneira de ver e pensar, compreender e reconstruir o
conhecimento.
A educação lúdica contribui e influencia na formação da criança,
possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integrando-se
ao mais alto espirito democrático enquanto investe em uma produção séria do
conhecimento. A sua prática exige a participação franca, criativa, livre, crítica,
promovendo a interação social e tendo em vista o forte compromisso de
transformação e modificação do meio.
Nessa perspectiva percebe-se a importância da relação professor e aluno
no momento da utilização das atividades lúdicas dentro da sala de aula, já que
essas atividades são tão importantes para o desenvolvimento da criança, desta
forma, o trabalho pedagógico torna-se enriquecedor através de maneiras
diversificadas como os jogos e as brincadeiras tanto para a criança quanto para o
docente.
Através da mediação do adulto no brincar e no jogar com a criança revela
seu estado cognitivo, visual, auditivo, tátil e motor. Seu modo de aprender entra em
uma relação cognitiva com o mundo de eventos, pessoas, coisas, símbolos, quando
o adulto mostra à criança o lúdico através da brincadeira, a mesma integraliza
construindo seu próprio conhecimento.
Contudo, essa busca para a transformação do ensino infantil através de
nova metodologia mostra que existem profissionais inovadores que desafiam os
métodos tradicionais, não fugindo de sua responsabilidade como agentes
transformadores e figurando-se um dos mais importantes agentes de transformação,
pois reconhece seu papel diante do desafio de proporcionar um ensino diferenciador
e fazendo com que a educação seja um elemento balizador da construção de uma
consciência cidadã por meio de uma educação conscientizada e prática.
Portanto, através da proposta pedagógica da escola que busca a
preocupação em estabelecer um ensino diferenciador através da valorização da
criança e da prática de atividades lúdicas orientadas. Nesse processo os
professores são figuras cruciais, pois através do diagnóstico do rendimento da
criança e na sua busca pelo seu crescimento adquiridos com as experiências.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Parâmetros


Nacionais de Qualidade para Educação Infantil. v. 1 e 2. Brasília, DF: MEC/SEB,
2006.

BRASÍLIA: MEC, 2001. BRASIL. Parecer CNE/CP9/2001 – Diretrizes Curriculares


Nacionais. Brasília: MEC, 2001.

FERRARI, Márcio. Ovide Decroly. Em 11 jul. 2011. Disponível em:


http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/ovide-decroly-307894.shtml.

FUNDAÇÃO MARIA CECÍLIA SOUTO VIDIGAL, Brincar – Coleção Primeiríssima


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MARINHO, Hermínia Regina Bugeste; et al. Pedagogia do Movimento: Universo


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PIAGET, Jean. A psicologia da criança. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.

PIAGET, Jean. A formação do símbolo nas crianças: imitação jogo e sonho, imagem
e representação. Rio de Janeiro: Zahar.

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VIEIRA, M. L. Semelhanças e diferenças na estrutura da brincadeira social de


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VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. 6ª. ed. São Paulo: Martins Fontes,
1998.

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