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Pedagogia

_________________________________________________
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
PEDAGOGIA

MARILENE BONADIMAN FREDDO

A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO


INFANTIL

Chapecó
2017
A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO
INFANTIL

Projeto de Ensino apresentado à Universidade Norte do


Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a
obtenção do título de Graduação em Pedagogia.

Orientador: Profª. Ms. Lilian Amaral da Silva Souza.

Chapecó
2017
FREDDO, Marilene Bonadiman. A importância da ludicidade na educação
infantil. 2017. Número total de folhas. Projeto de Ensino Graduação em
Pedagogia – Centro de Ciências Exatas e Tecnologia. Universidade Norte do
Paraná, Chapecó, 2017.

RESUMO

A Educação Infantil estabelece um ambiente de aprendizagem que busca o


desenvolvimento de habilidades psicomotoras, sócio afetivo e intelectuais da
criança. Contudo diversos estudos vêm sendo realizados a respeito da infância, a
partir desses estudos surgem novas visões em relação ao desenvolvimento da
criança e, principalmente, à forma como ela constrói seu conhecimento. A partir
desse contexto é que a ludicidade se insere com o objetivo de desenvolver, com
espontaneidade, atividades de caráter didático-pedagógico levando a criança a
ampliar seus sentidos. Esse projeto tem como objetivo analisar de forma mais
específica o importante papel da ludicidade na Educação Infantil para o
desenvolvimento integral das crianças. A pesquisa inclui revisão bibliográfica de
artigos científicos, livros e bases de dados publicadas e ainda o RCNEI. (Estudos
apontam positivamente a ludicidade como importante estímulo no desenvolvimento
da criança em todas as suas capacidades, e é através de um correto incentivo e
direcionamento, que a ludicidade se transforma em poderosa ferramenta para o
auxílio no desenvolvimento das habilidades motoras infantis.) Rever o que está em
azul

Apresentação concisa dos pontos relevantes, fornecendo uma visão rápida e clara
do conteúdo e do processo de desenvolvimento do projeto de ensino. É constituído
de um texto que apresente uma sequência de frases concisas e objetivas e não de
uma simples enumeração de tópicos, não deve ultrapassar 250 palavras. O resumo
deve apresentar obrigatoriamente: o tema e linha de pesquisa, justificativa,
problematização, objetivos, conteúdos (a serem desenvolvidos pelo professor ou
gestor), síntese do processo de desenvolvimento (como pretende desenvolver as
atividades), recursos necessários e avaliação. Deve também ter uma síntese do
referencial teórico, com os principais autores e conceitos-chave.

Deixe um espaço entre o resumo e as palavras-chave.

Palavras-chave: Ludicidade. Infantil. Aprendizagem. Educação. Desenvolvimento.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................3
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................5
3 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE ENSINO............17
3.1 TEMA E LINHA DE PESQUISA.....................................................................17
3.1.1 A Importância Da Ludicidade Na Educação Infantil..................................17
3.2 JUSTIFICATIVA............................................................................................. 17
3.3 PROBLEMATIZAÇÃO....................................................................................18
3.4 OBJETIVOS....................................................................................................18
3.5 CONTEÚDOS.................................................................................................18
3.6 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO.........................................................18
3.7 TEMPO PARA A REALIZAÇÃO DO PROJETO............................................19
3.8 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS........................................................19
3.9 AVALIAÇAO...................................................................................................20
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................21
REFERÊNCIAS.........................................................................................................23
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1 INTRODUÇÃO

A Educação infantil corresponde à educação ministrada desde o nascimento


até os 6 anos, aproximadamente. Considerada indispensável, ela oferece os
fundamentos do desenvolvimento da criança num aspecto físico, psíquico,
cognitivo e social (FREIRE, 2006).

Afirmam o lúdico como uma das maneiras mais eficazes para


envolver os alunos nas atividades da Educação Infantil, pois o brincar está
intimamente ligado à criança e seu desenvolvimento motor. O lúdico tem sua origem
na palavra “ludus” que quer dizer “jogo”. Se achasse confinado em sua origem, o
termo lúdico estaria se referindo ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. É
muito importante aprender com alegria.
O repertório motor do ser humano passa por transformações ao
longo de seu desenvolvimento na vida. Tradicionalmente, este processo de
transformação tem se dividido em estágios, por exemplo, de aquisição e de
refinamento das habilidades motoras, e as alterações cognitivas envolvidas neste
fenômeno. O elemento principal da aprendizagem é a transmissão de informação do
conteúdo a ser ensinado. A aprendizagem de valores, habilidades, atitudes em
geral, e de padrões de comportamentos determinados culturalmente ocorre muitas
vezes a partir de processos de modelagem e imitação (MIRANDA, 2009).
Habilidades motoras passam pelo longo caminho do “inexperiente ao habilidoso”.
Raramente pensa-se na movimentação cotidiana executada por pessoas comuns
como andar, correr, pular, tocar piano etc. Então, performances habilidosas não são
restritas a apenas algumas pessoas “superdotadas”, mas estão presentes nas ações
dos seres humanos nas mais variadas manifestações motoras (BARELA, 1999).

A criança estimulada de forma ampla, por meio da exploração do


meio ambiente tem mais chances de praticar as habilidades motoras e,
consequentemente de dominá-las com facilidade. Até algum tempo atrás as
experiências motoras vivenciadas espontaneamente pela criança e suas atividades
diárias eram suficientes para que adquirissem as habilidades motoras e se formasse
uma base para o aprendizado de habilidades mais complexas. Durante as últimas
décadas, alterações ocorridas na estrutura social e econômica da sociedade, dados
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os processos de modernização, urbanização e inovações tecnológicas, têm


proporcionado mudanças nos hábitos cotidianos da vida do homem moderno.
Nessas condições, crianças em idade de Educação Infantil são geralmente
relegadas a brinquedos, na maioria das vezes eletrônicos, ou a atividades
desenvolvidas em pequenos espaços, que limitam aventura lúdica e experimentação
ampla de movimentos (NETO, 2006).

O estudo em questão permite compreender que o lúdico é


significativo para a criança conhecer seus limites e construir seus conhecimentos.
Por meio do lúdico podemos conseguir uma educação de qualidade, que possa ir ao
encontro dos interesses e necessidades das crianças, especialmente às da faixa
etária de 0 a 6 anos de idade, considerada essa fase importante para o
desenvolvimento futuro do ser humano (BENITEZ, 2008).

Esta pesquisa bibliográfica tem a intenção de identificar estudos


significativos e positivos da ludicidade e desta forma contribuir com os profissionais
da área que estejam interessados em aprofundar na boa qualidade de ensino.
Estudos significativos permitem estruturar possibilidades para que a criança seja
estimulada amplamente a dominar padrões fundamentais de movimentos.

O objetivo deste estudo é analisar os efeitos positivos da


importância da ludicidade adequada para realização dos movimentos naturais e
fundamentais para o desenvolvimento infantil e crescimento na infância para
estimulação e possibilidade de intervenção profissional na prática precoce no
refinamento das habilidades motoras através da ludicidade.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A palavra, “lúdico” origina-se do latim ludus, que significa jogo,


brincar. Sua evolução, no entanto não se restringiu apenas as origens, somando a
ela o conceito de psicomotricidade. Deste modo sua definição deixou de ser
simplesmente o sinônimo de jogo, pois suas necessidades e implicações
extrapolaram o sentido do brincar espontâneo.
Historicamente podemos constatar a presença do lúdico, desde a
antiguidade, existem relatos de que o ato de brincar era desenvolvido por toda a
família, até mesmo quando os pais ensinavam os ofícios para seus filhos. Contudo
cada época e sociedade sempre teve uma visão diferenciada com relação ao uso do
lúdico, e seguiu tal concepção.
Por volta de 367 a.C., “Platão”, apontou a importância da utilização
dos jogos para que a efetivação do aprendizado das crianças pudesse ser
desenvolvido, afirmava ainda que em seus primeiros anos de vida os meninos e
meninas deveriam desenvolver juntos, atividades educativas através dos jogos.
Para os povos primitivos a educação física possuía grande
importância, para tal dispunham de total liberdade para as crianças usufruírem o
exercício dos jogos naturais, permitindo influenciar positivamente na educação de
suas crianças.
E Aproximadamente até o século VI, as crianças aprendiam através
de imitação nas atividades cotidianas e a educação era transmitida através das
gerações, sendo que a aprendizagem acontecia a partir do contato com a prática.
Para Almeida (2003), a cultura era educativa, caracterizada pelos
jogos, que representava a sobrevivência. Sendo assim, o ato de brincar oferecia a
inserção dos papéis sociais, possibilitando o aprendizado das regras na vida diária.

[...] As ações realizadas pelas crianças no desenvolvimento do brincar


proporcionam o primeiro contato com o meio, e as sensações que produzem
constituem o ponto de partida de noções fundamentais e dos
comportamentos necessários à compreensão da realidade. Dentre as várias
formas de apropriação a luta pela sobrevivência ganha destaque especial
(AGUIAR, 2006, p. 23).

Considerando-se essa cultura, as crianças tinham contanto com


mitos dos ancestrais e se diferenciava do adulto apenas no tamanho e na produção,
pois era tratada como um membro da coletividade.
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Na Grécia antiga os ensinamentos eram passados para as crianças


através dos jogos. Os povos indígenas ensinavam e até hoje ensinam seus
costumes através da ludicidade. O lúdico é a brincadeira, o jogo e também a
diversão para que o aprendizado se torne mais divertido, dinâmico e prazeroso.
Desde os primórdios, o método lúdico sempre foi valorizado e
utilizado pelos povos, independente de suas crenças, e a partir desta constatação
surge à indagação: Será que nos dias atuais esse instrumento, apesar de
confirmado por diversos autores conceituados, está sendo valorizado no ensino,
principalmente na educação infantil?
A Educação tem como base um conjunto de conhecimentos
adquiridos desde os primórdios e devemos valorizá-los e aplicá-los no ensino. A
utilização da ludicidade como instrumento metodológico para a área da educação é
um princípio que vem sendo transmitido por muitas gerações, contudo faz-se
necessário sua valorização, bem como adaptação para realidade atual de nossas
crianças, para que o processo de aprendizagem se torne significativo e efetivo.
Aristóteles afirma em relação ao lúdico que brincando a criança
entra num processo de catarse, uma espécie de purificação da alma que ocorre
devido a uma forte descarga de sentimentos e emoções, ocorridos pela vivencia de
coisas belas. Aristóteles analisava os jogos, não apenas como forma de passa
tempo para as crianças, mas como atividades de preparação para a vida em
sociedade.
Entende-se que o jogo como metodologia de ensino vem sendo
utilizado desde a antiguidade clássica e defendido pelos filósofos e educadores
Aristóteles e Platão.
Ferrari afirma que:

Platão foi o principal deles e forma, com Aristóteles, as bases do


pensamento ocidental. A educação, segundo a concepção platônica,
deveria testar as aptidões do aluno (...) formulou modelos para o ensino por
que considerava ignorante a sociedade grega de seu tempo. Por seu lado,
Aristóteles, que foi discípulo de Platão, planejou um sistema de ensino bem
mais próximo do que se praticava realmente na Grécia de então, equilibrado
entre as atividades físicas e intelectuais, e acessíveis a um grande número
de pessoas. (2003, p.7).

Fujishima (2009) afirma que a partir da idade média, os jogos e o


lúdico perderam a importância, ou seja, caíram em descrédito, não só no meio
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educacional, mas no dia-a-dia de modo geral, por influência de uma educação


eclesiástica.
Segundo Ferrari, com o domínio do cristianismo, as ideias de Platão
foram modificadas e as de Aristóteles totalmente esquecidas até o advento do
Renascimento, o qual marca a o inicio da idade moderna.
Com o início da Idade Moderna, a educação passa a ser um direito
de todos garantido pelo Estado, um dos ideais do Iluminismo e da Revolução
Francesa, “século XVIII”.

Essa tarefa do Estado ganhou especial realidade na França, após a


Revolução Francesa (1789). A escola tornou-se, então, não só a grande
construtora da nação francesa como também a instituição que garantiria
certa homogeneidade entre os cidadãos e, daí, pelo mérito, a diferenciação
de cada qual. Como dever do Estado será expandida por toda a França.
(FERRARI, 2003, p. 9).

No Brasil por volta do século XV durante o final da Idade Média e


inicio da Idade Moderna a Igreja Católica, foi responsável por abolir os jogos da
educação por considerar o jogo algo profano.
Entretanto nos últimos séculos, houve uma grande mistura de povos
e raças, cada qual com suas culturas, crenças, educação, diferentes umas das
outras e com sua maneira de desenvolvimento, contudo essas heranças tornam
nosso país ainda mais rico do ponto de vista cultural e educacional.
Os precursores dos modelos de desenvolvimento do lúdico no Brasil
foram os índios, os portugueses e os negros, modelos esse que se mantém até os
dias atuais.
No entanto, os jogos e as brincadeiras que conhecemos hoje se
originaram dessa miscigenação, mas não se pode afirmar com exatidão de qual
povo seriam suas origens. Porém o que deve ser ponderado é justamente, o fato de
termos herdado uma cultura rica e diversificada dos nossos antepassados e que
deve ser preservada e valorizada.
Os índios mantém suas tradições e sempre se fizeram valer de seus
costumes, pois ensinam seus filhos a caçar, pescar, brincar, dançar, uma forma
lúdica de aprendizado que representa a cultura, a educação e a tradição de seus
povos. As crianças indígenas constroem seus próprios brinquedos com materiais
extraídos da natureza.
Os costumes dos negros eram parecidos com os do povo indígena,
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pois suas crianças também construíam seus próprios brinquedos e também eram
ensinados a pescar, nadar e caçar. Cultura, educação e tradição desenvolvidas de
forma criativa, lúdica, e que ao mesmo tempo satisfazia suas necessidades de
sobrevivência.
Já os filhos dos portugueses quando migraram para o Brasil, não
tinham o lúdico como fator de sobrevivência, mas como ato de lazer e para seu
enriquecimento intelectual.
O brincar esteve presente em todas as épocas da humanidade,
mantendo-se até os dias atuais. Em cada época, conforme o contexto histórico
vivido pelos povos e conforme o pensamento estabelecido para tal, sempre foi algo
natural, vivido por todos e também utilizado como um instrumento de caráter
educativo para o desenvolvimento do individuo.
Vale destacar que na atividade lúdica, o que importa não é apenas o
produto da atividade, ou o que resulta dela, mas sim a própria ação, o momento
vivenciado.
Contudo uma aula com características lúdicas não precisa
necessariamente ter jogos ou brinquedos, pois o que a torna lúdica é muito mais a
atitude do educador e dos educandos. Essa postura implica envolvimento,
sensibilidade, uma mudança interna não somente cognitiva, mas também afetiva.
Segundo Pereira (2011), “existem dois princípios para se resgatar o
lúdico em sala de aula. Sobre o primeiro princípio, o autor diz que o professor que se
propõe a utilizar o lúdico com as crianças deve resgatar inicialmente seu lúdico
interno, reconstruindo seu gosto pelo brincar relembrando as brincadeiras e
brinquedos particulares de sua infância. Já o segundo princípio é que o professor ao
vislumbrar a criança a sua frente não idealize seus desejos na criança, pois lidamos
com a criança real, que na maioria das vezes, é bem diferente das crianças
presentes em nossas fantasias”.
Desse modo o educador deve agir como mediador acompanhando,
observando e apoiando as crianças durante suas brincadeiras, a fim de
compreendê-las e conhecê-las melhor, distinguir e identificar suas diferenças e
especificidades, e ainda auxiliar quando necessário, estimular os relacionamentos
encorajando sua participação e interação social.
As atividades lúdicas devem ser vistas e utilizadas como um
processo de auxilio de ensino e aprendizagem, tornando-se uma ferramenta didática
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de grande relevância tanto ao professor quanto ao aluno, onde o docente poderá


obter resultados positivos na aprendizagem dessas crianças. O professor ao utilizar
e trabalhar com materiais pedagógicos lúdicos poderá resgatar e garantir uma
infância sadia, cheia de sonhos e fantasias, ajudando no decorrer dessa
aprendizagem de maneira investigativa e prazerosa.

A aprendizagem e o desenvolvimento estão estritamente relacionados,


sendo que as crianças se inter-relacionam com o meio objeto e social,
internalizando o conhecimento advindo de um processo de construção. O
brincar permite, ainda, aprender a lidar com as emoções. (VYGOTSKY,
1987, p.134).

A educação é de fato um processo de aprendizagem constante no


decorrer da vida de cada individuo, sendo que não nascemos com o saber total e
nem no termino de nossas vidas podemos afirmar que, somos os detentores de todo
o saber. Pois a educação tem como finalidade preparar as pessoas para fazer uso
de suas habilidades pessoais, para desenvolver um conhecimento em prol do seu
beneficio.
De acordo com Freire, (1996, p.77), “toda prática educativa
demanda a existência de sujeitos, um, que ensinando, aprende, outro que
aprendendo ensina”. É na brincadeira que a criança encontra o sentido para a sua
vida, no modo de se comunicar, respeitar e ser respeitada e ser solidária. Portanto, o
processo de se utilizar o lúdico traz consigo uma vasta posição como,
comportamentos, sentimentos, valores, enfim, tem a principal função de promover o
desenvolvimento da criança enquanto sujeito, ela explora e se descobre.
Conforme analisa Dohme:

O uso do lúdico na educação prevê principalmente a utilização de


metodologias agradáveis e adequadas às crianças que façam com que o
aprendizado aconteça dentro do “seu mundo”, das coisas que lhes são
importantes e naturais de se fazer, que respeitam as características próprias
das crianças, seus interesses e raciocínios próprios (DOHME, 2005, p.75).

E para Kishimoto, (2000), “a criança é um ser em pleno processo de


apropriação da cultura, precisando participar de jogos de uma forma espontânea e
criativa”. É fundamental o professor estar preparado, portanto cabe a ele a
responsabilidade e dedicação, ou até mesmo o dever do professor em inovar as
aulas com diversos métodos diferenciados para o desenvolvimento do aprendizado
das crianças.
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Segundo o Referencial Curricular Nacional Para Educação Infantil


(1998, Vol.01. p.27), “as atividades lúdicas, através das brincadeiras favorecem a
autoestima das crianças ajudando-as a superar progressivamente suas aquisições
de forma criativa”. O lúdico é o processo de mediação entre professor, aluno e
conteúdo, ou seja, o lúdico irá contribuir diretamente no desenvolvimento da
aprendizagem, mas ele pode não suprir essas necessidades se não for utilizado
adequadamente.

Educar significa propiciar situações de cuidados, brincadeiras e


aprendizagens orientadas de forma integradas e que possam contribuir para
o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser
e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e
confiança e acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da
realidade social e cultural (BRASIL, REFERENCIAL CURRICULAR DA
EDUCAÇÃO INFANTIL, VOL.01,1998, p.23).

Contudo, resgatar a ludicidade dentro de um processo educativo, é


possibilitar através de práticas e vivências, que a criança modifique seu foco de
atenção e possa vislumbrar a possibilidade de desenvolver plenamente suas
potencialidades.
Para Gomes (2004), “a ludicidade é uma dimensão da linguagem
humana, que possibilita a expressão do sujeito criador que se torna capaz de dar
significado à sua existência, resinificar e transformar o mundo”.
Ainda conforme Gomes:

Como expressão de significados que tem o brincar como referência, o lúdico


representa uma oportunidade de reorganizar a vivência e reelaborar valores,
os quais se comprometem com determinado projeto de sociedade. Pode
contribuir, por um lado, com a alienação das pessoas: reforçando
estereótipos, instigando discriminações, incitando a evasão da realidade,
estimulando a passividade, o conformismo e o consumismo; por outro, o
lúdico pode colaborar com a emancipação dos sujeitos, por meio do diálogo,
da reflexão crítica, da construção coletiva e da contestação e resistência à
ordem social injusta e excludente que impera em nossa realidade. (GOMES,
2004, p. 146)

Logo, sabe-se que a ludicidade é uma necessidade em qualquer


idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto
lúdico possibilita a aprendizagem de maneira divertida e prazerosa e ainda, o
desenvolvimento pessoal, social e cultural, contribui para uma boa saúde mental,
facilita a comunicação, expressão e construção do conhecimento.
Para Barella (1999), “enquanto se divertem, as crianças se
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conhecem, aprendem e descobrem o mundo. Os jogos e brincadeiras propiciam a


ampliação dos conhecimentos infantis por meio, da atividade lúdica”.
Contudo para que isso ocorra faz-se necessário que os profissionais
da educação conheçam o real significado do lúdico para aplica-lo adequadamente,
estabelecendo a relação entre o brincar e o aprender.

O lúdico na Educação Infantil pode ser trabalhado em todas as atividades,


pois é uma maneira de aprender/ensinar, despertar o prazer e, dessa forma
a aprendizagem se realiza. No entanto, o verdadeiro sentido da educação
lúdica só estará garantido se o professor estiver preparado para realizá-lo,
tendo conhecimento sobre os fundamentos da mesma (LIBÂNEO,1996).

Segundo Santos (1999), “é possível perceber que o brincar está em


todas as dimensões da existência humana e, principalmente, na vida das crianças”.
Se observarmos o desenvolvimento de uma criança em seu primeiro
ano de vida, podemos concluir que essa é uma fase de grande desenvolvimento e
aprendizagem, sendo esse um período de estímulos lúdicos, onde o aprendizado
surge de maneira natural e efetiva, portanto necessário ao desenvolvimento da
criança.
Atualmente as famílias estão cada vez mais absorvidas pelo trabalho
entre outros compromissos, a fim de subsidiar as diversas despesas do lar, bem
como buscando melhores condições de vida, consequentemente, reduzindo cada
vez mais o tempo de lazer e de convivência com os filhos.
Marcelino (2003), adverte que o “furto ao lúdico”, encontra-se
atualmente em todas as camadas sociais.

Nas camadas de menor poder aquisitivo um número considerável de


crianças tem, desde cedo, obrigações familiares, e até mesmo profissionais
devido às necessidades financeiras das famílias, complementando ou
mesmo mantendo o orçamento doméstico [...] em outras camadas há
também inúmeros casos de crianças que, apesar de não serem premidas
pelas necessidades econômicas, têm, desde muito cedo, uma série de
obrigações, frutos de “investimentos” feitos pelos pais, para que, no futuro,
sejam os adultos requeridos pelo padrão da sua classe social
(MARCELLINO, 2003, p. 37).

Para Neto (2006):

A criança estimulada de forma ampla, por meio da exploração do meio


ambiente tem mais chances de praticar as habilidades motoras e,
consequentemente de dominá-las com facilidade. Até algum tempo atrás as
experiências motoras vivenciadas espontaneamente pela criança e suas
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atividades diárias eram suficientes para que adquirissem as habilidades


motoras e se formasse uma base para o aprendizado de habilidades mais
complexas. Durante as últimas décadas, alterações ocorridas na estrutura
social e econômica da sociedade, dados os processos de modernização,
urbanização e inovações tecnológicas, têm proporcionado mudanças nos
hábitos cotidianos da vida do homem moderno. Nessas condições, crianças
em idade de Educação Infantil são geralmente relegadas a brinquedos, na
maioria das vezes, eletrônicos, ou a atividades desenvolvidas em pequenos
espaços, que limitam aventura lúdica e experimentação ampla de
movimentos (NETO, 2006, p. 135-140).

Ao analisar o exposto, podemos considerar o pensamento de


Postman (1999), quando diz que a contemporaneidade vem contribuindo com o
desaparecimento da infância e, consequentemente, com o direito da criança de
brincar. Isso tudo se justifica quando é desejo da sociedade capitalista idealizar o
homem como fruto do seu trabalho e produção, marginalizando cada vez mais o
lazer ao ponto de nos sentirmos culpados quando destinamos parte do nosso tempo
para a diversão.
Para Angotti (2010), essa cobrança pela produção tem se adentrado
nos espaços educativos, fazendo com que os jogos quando presentes na escola
sejam cada vez mais pedagogizados, negando assim a criança espaço e tempo
necessários para vivenciar situações lúdicas que possam produzir a própria cultura.
Vale destacar que independente da classe social, credo, cor ou
raça, todas as crianças tem a necessidade de brincar, sendo assim a família e a
escola tem o dever de unir forças para o resgate do lúdico infantil. Entretanto para
que isso ocorra é imprescindível que o profissional pedagogo contribua através da
organização de seu trabalho pedagógico, incluindo atividades como: jogos, cantigas,
brincadeiras com movimento, entre outras, a fim de resgatar através do lúdico um
processo de ensino e aprendizagem mais prazeroso e significativo, isso pode
ocorrer de forma interdisciplinar contemplando os cinco eixos da educação infantil.
Conforme nos afirma Queiros:

As crianças experimentam desejos impossíveis de serem realizados


imediatamente, para resolver essa questão à criança envolve-se num
mundo imaginário onde os desejos não realizáveis podem ser realizados. O
brincar da criança é então a imaginação e ação sempre imitando o adulto ou
outra criança. Do ponto de vista do desenvolvimento da criança, a
ludicidade traz vantagens sociais, cognitivas e afetivas, ajudando-as no seu
desenvolvimento em relação à sociedade (QUEIROZ, 2006 p.34).

Contudo observa-se na educação infantil, que por muitas vezes o


lúdico vem sendo negligenciado por alguns profissionais, quando, por exemplo: em
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dias chuvosos nos deparamos com as crianças a mercê da televisão, ao invés de


serem levadas a imaginação e a fantasia contidas nas literaturas infantis, ou ainda
participarem de brincadeiras como a roda de cadeiras onde cada criança deve
sentar quando a música parar, restando no final um participante, ou jogos de
adivinhação, mimica, brincar de estátua entre outras brincadeiras que estimulem o
movimento e a tomada de decisões, bem como a participação e integração das
crianças umas com as outras a fim de exercitar a tolerância e o respeito às
diferenças, enfim são inúmeras atividades que podem ser desenvolvidas em um
contexto lúdico e que trazem múltiplos benefícios tanto para construção da
identidade e desenvolvimento, quanto para a efetivação do processo de ensino e
aprendizagem das crianças.
Diante dessa realidade faz-se necessário uma mudança de visão no
que diz respeito ao uso do lúdico na educação infantil, tanto por parte das famílias
quanto aos profissionais envolvidos no processo de ensino no âmbito escolar.
Entretanto nos dias atuais ainda nos deparamos com profissionais
que julgam desnecessário o ato de brincar e os jogos, não visualizando essas ações
como estratégias de aprendizagem, pois consideram que brincar é coisa de criança,
portanto, um passatempo sem importância. Dessa forma deixam de observar seus
alunos enquanto brincam.
Para Angotti:

Se o Profissional da educação infantil almeja contribuir para a concretização


do direito de brincar, cabe-lhe viabilizar um ensino sistemático e intencional,
adequado ao ritmo do seu psiquismo infantil e mediado pela alegria do
lúdico, do belo, da descoberta, da surpresa e do encanto (ANGOTTI, 2010,
pg.113).

Solé (1992) nos apresenta três características, consideradas como


fundamentais e necessárias, para a formação do professor, que irão garantir em sua
prática pedagógica a presença do lúdico sem desvio de interpretações, sendo elas:
a formação teórica, a formação pedagógica e a formação pessoal.
Sobre formação teórica, a autora mencionada pontua sobre a
importância da base teórica na for formação professor de educação infantil,
ressaltando as teorias que tratam sobre o desenvolvimento e a aprendizagem da
criança, bem como a relação dela com o jogo, com a recreação e o prazer
demostrando as suas diferenças e em que paradigmas se situam.
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Com relação à formação pedagógica, Solé (1992) acredita que deve


haver uma relação muito próxima de teoria e a prática, oportunizando ao futuro
professor, vivências concretas do lúdico e não apenas formação por meio de
consciência lúdica.
Referente à formação pessoal, esta autora valoriza a importância do
resgate da ludicidade vivenciada na infância do profissional pedagogo. Ao fazer esse
processo de busca ao passado, automaticamente possibilita colocar-se no lugar do
outro, ou seja, do aluno, permitindo assim que o pedagogo relembre o significado, a
satisfação e o encantamento que a ludicidade tinha na sua infância. Deste modo é
possível pensar no lúdico não só com a visão de um adulto, mas também na
perspectiva de uma criança.
Diante dessas necessidades mencionadas por Solé (1992) como
necessárias para a formação do professor, percebe-se a importância de uma base
sólida de formação, que contemple além da formação pessoal, a vinculação da
teoria vivenciada na universidade com a prática no âmbito da educação infantil.
Contudo além dessas características apresentadas, Cunha (1995)
considera que algumas capacidades também são necessárias ao educador para o
desempenho da ludicidade com as crianças. São Elas:

Sensibilidade: é preciso ser sensível o bastante para respeitar a criança e


perceber todas as nuances de seus pensamentos e sentimentos, agir sem
ferir susceptibilidades, sem limitar o seu desempenho nem interferir dirigindo
processos que devem ser espontâneos.
Entusiasmo: porque a alegria é fundamental; sem alegria não se favorece o
lúdico, sem entusiasmo não é possível contaminar o ambiente de forma
estimuladora. Sem entusiasmo, pode faltar o esforço necessário a novas
tentativas e a propagação da criatividade.
Determinação: porque é preciso não desistir, apesar das dificuldades e,
mais ainda, porque é preciso imprimir um ritmo determinado ao trabalho,
caso contrário ele não irá se desenvolver a contento. Muitas vezes pode
parecer que não vale a pena manter o combinado, abrir em um certo dia ou
organizar certas atividades, entretanto é necessário manter o ritmo
estabelecido. Algumas coisas parecem não valer a pena se as
considerarmos isoladamente, porém, se tiverem a visão do conjunto, iremos
constatar que um pequeno elo partido pode quebrar a corrente. É preciso ter
determinação para trabalhar mesmo quando parece não valer a pena; um
dia vamos ver que valeu.
Competência: porque as boas intenções não asseguram bons resultados.
Se não estudarmos, se não refletirmos profundamente sobre o que
estudamos, sobre o que observamos e sobre o que fazemos, podemos
estar fazendo muitas coisas erradas. Se queremos fazer bem uma tarefa
temos que nos preparar para isso. É indispensável conhecer como a criança
pensa, como se desenvolve e quais as suas necessidades nas diferentes
etapas do seu desenvolvimento (CUNHA 1995, pg. 65-66).
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Fica claro que é função do professor mediar e estimular a


construção do conhecimento, favorecendo o desenvolvimento e despertando a
curiosidade, o pensamento e a criatividade dos alunos.
Além de mediar esse processo de construção do conhecimento de
forma lúdica, o professor precisa exercer o papel de facilitador dos jogos e das
brincadeiras, de forma que em alguns momentos oriente a brincadeira ou o jogo, e
ensine a criança brincar e em outro momento deixe as crianças escolher suas
próprias brincadeiras e brinque livremente sem sua interferência, porém, sob sua
observação. Desta forma o professor pode observar a interação que seus alunos
estão tendo com a situação lúdica bem como, com seus colegas e com os
brinquedos.
Durante o brincar espontâneo, o professor pode diagnosticar ideias,
valores e necessidades do indivíduo, além de classificar o estágio de
desenvolvimento da criança e ainda o comportamento dos envolvidos nos diferentes
ambientes lúdicos, como, conflitos, problemas, valores, entre outros.
No brincar dirigido, o educador pode trabalhar através de desafios
com a utilização de jogos, brinquedos ou brincadeiras, tendo como finalidade a
acesso a conhecimentos específicos que também ajudam no desenvolvimento
cognitivo, afetivo, social, linguístico e na construção de valores.
Para isso é fundamental a organização do espaço lúdico de maneira
que as crianças tenham contato e interação com os brinquedos adequados a sua
fase de desenvolvimento respeitando as especificidades e o tempo de cada aluno.
Conforme Piaget (1971) “a escola desempenha um importante papel
no desenvolvimento da criança, visto que as trocas proporcionadas pelo ambiente
escolar permitem o desenvolvimento da mesma. Porém a fim de contribuir com esse
desenvolvimento a escola deve estabelecer um ambiente onde a criança interaja e
troque conhecimento a partir de sua realidade”.
Contudo para que se possa garantir um ambiente apropriado às
experiências lúdicas das crianças, é necessário ao professor, conhecimento teórico,
prático, capacidade de observar, vontade e prazer de ser parceiro da criança nesse
processo.
A prática de atividades lúdicas proporciona a vivencia do aqui agora,
integrando a ação, o pensamento, podendo ser através de uma brincadeira, jogo ou
qualquer outra atividade que possibilite alegria e prazer. Pois através do brincar, a
16

criança assimila conceitos, experiências e vivencia. Entretanto com a realização


desta pesquisa, ficou evidente que a atividade lúdica e o jogo intervêm no processo
de desenvolvimento e aprendizado da criança, porém, precisam ser valorizados por
todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, tanto no âmbito
escolar, quanto familiar, pois esse processo diz respeito à totalidade da criança e a
forma como ela se insere no mundo.
17

3 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE ENSINO

3.1 TEMA E LINHA DE PESQUISA

3.1.1 A Importância da Ludicidade na Educação Infantil.

O lúdico é algo natural e espontâneo no ser humano, contudo torna-


se uma excelente ferramenta para a construção do saber, além de desenvolver
habilidades motoras e cognitivas nas crianças, quando trabalhado com finalidades
pedagógicas.

3.2 JUSTIFICATIVA

Sendo o lúdico algo próprio do ser humano, esse tema justifica-se


por servir de base para o aprendizado, pois oportuniza a criança expressar-se
através da criatividade e espontaneidade natural das crianças.
Os jogos, as brincadeiras, a contação de histórias são instrumentos
lúdicos que de forma agradável e eficaz favorecem o processo de apropriação do
conhecimento, oportunizando o trabalho em grupo as crianças melhoram atitudes de
comportamento e convívio social.
Atualmente muitas famílias não disponibilizam de tempo para brincar
com seus filhos, no dia a dia é comum nos deparamos com escolinhas de esportes,
computação, natação, dança, entre outras. Contudo a inclusão do lúdico no
processo pedagógico é urgente e necessária, ignorar essa necessidade é privar as
crianças da aquisição do conhecimento através de experiências prazerosas.
Tanto as instituições de ensino quanto os educadores e a
comunidade escolar em geral, também tem seu lado sério e formal, mas isso não
quer dizer que tenha que ser rigorosa e castradora.
Nesse contexto valorizar a seriedade na busca do conhecimento,
significa resgatar o lúdico, o prazer pelo estudo.
Para Santo Agostinho apud Santos (1997, p. 45), "o lúdico é
eminentemente educativo no sentido em que constitui a força impulsora de nossa
curiosidade a respeito do mundo e da vida, o princípio de toda descoberta e toda
18

criação".

3.3 PROBLEMATIZAÇÃO

Quais as origens do lúdico na educação brasileira? Que


contribuições trouxeram para a educação? Qual a importância da ludicidade para a
educação Infantil? De que maneira podemos trabalhar os conteúdos de forma
lúdica? Qual a importância do brincar e dos jogos para as crianças? Os jogos e as
brincadeiras contribuem para o processo de ensino e aprendizagem? O que é
necessário ao pedagogo para que contemple a proposta de mediar o conhecimento
através do lúdico? De que maneira o ambiente escolar, pode ser organizado, para
contribuir com o proposto?
Essas questões nos levam a pensar, se os jogos, o brincar e o lúdico
tem exercido seu papel dentro da educação infantil.

3.4 OBJETIVOS

- Desenvolver a socialização, a criatividade e o raciocínio.


- Conhecer regras e normas.
- Estimular o potencial lúdico das crianças.

3.5 CONTEÚDOS

- Linguagem oral e escrita: oralidade, reconhecimento das letras do alfabeto e


formação de palavras.
- Matemática: Números, ordem crescente, classificação.
- Natureza e Sociedade: Diversidade e socialização
- Artes: Motricidade Fina.
- Música: Coordenação Motora e lateralidade.

3.6 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO

Serão trabalhados jogos variados tais como: quebra cabeça, dominó


peças de encaixe, massa de modelar, atividades como desenhar pintar, e recorte e
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colagem, contação de histórias, brincadeiras como roda de cadeiras onde quando a


música parar cada participante deve sentar em uma cadeira, e em cada rodada o
participante que não conseguir sentar fica fora da brincadeira e assim
sucessivamente até sobrar só uma criança “o vencedor”.
Também serão trabalhadas músicas variadas com intuído de
desenvolver além da oralidade, a coordenação motora e a lateralidade das crianças.
Contudo o educador também poderá proporcionar passeios no pátio
da escola ou até mesmo fora da escola evidentemente com planejamento e
autorização dos pais.
Poderá ser definido um momento para desenvolver brincadeiras na
brinquedoteca da escola (se houver).
Atividades no parque ou no ginásio da escola também poderão ser
exploradas de forma lúdica.

3.7 TEMPO PARA A REALIZAÇÃO DO PROJETO

O projeto será realizado no segundo bimestre com o intuito de ter o


primeiro bimestre como objeto de comparação.
Realizar-se-á todas as quartas-feiras das 15h15min até ás
17h15min, durante todo o período de aulas, respeitando-se o cronograma no que diz
respeito ao intervalo para lanche, banheiro e rotina de escovação de dentes.
As atividades a ser desenvolvidas pelo professor ficam livres e a sua
escolha, porém, deverá contemplar todos os conteúdos propostos.

3.8 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS

- Professores e alunos,
- Ginásio e parque da escola,
- Literaturas variadas,
- Cd’s de musicas infantis variados,
- Aparelho de som,
- Caderno de desenho,
- Folhas de papel A4,
20

- Lápis de cor, giz de cera, canetinhas, tinta guache, pincéis;


- Cola,
- Revistas para recortar,
- Peças de encaixe,
- Massa de modelar e brinquedos variados.

3.9 AVALIAÇAO

A avaliação não se dá somente no momento final da aula. É tarefa


permanente do(a) professor(a), instrumento indispensável à constituição de uma
prática pedagógica e educacional verdadeiramente comprometida com o
desenvolvimento das crianças. Contudo propõe-se uma observação individualizada
das crianças em cada atividade, analisando os seguintes aspectos:
Expressa informações e ideias de forma clara?
Responde às indagações após as experiências?
Confronta suas ideias com as informações adquiridas?
De acordo com o RCNI:

A avaliação é entendida, prioritariamente, como um conjunto de ações que


auxiliam o professor a refletir sobre as condições de aprendizagem
oferecidas e ajustar sua prática às necessidades colocadas pelas crianças.
É um elemento indissociável do processo educativo que possibilita ao
professor definir critérios para planejar as atividades e criar situações que
gerem avanços na aprendizagem das crianças. Tem como função
acompanhar, orientar, regular e redirecionar esse processo como um todo.
(BRASIL, 1998, vol.1, p.59).

Desta forma a avaliação será realizada durante todo o processo de


ensino através da observação, levando em conta a participação e o interesse e
também as dificuldades para que possam ser trabalhadas de forma diferenciada
levando em conta as especificidades de cada criança.
21

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os clássicos estudados, cada um com sua forma peculiar de ver o


lúdico, definiram sua importância para a criança no processo de ensino e
aprendizagem. Destacaram como os jogos são primordiais para a boa saúde física,
psicológica e social das crianças em fase de desenvolvimento. Como afirma
Rousseau, que tudo é certo em saindo das mãos do Autor das coisas, tudo
degenera nas mãos do homem. Que façamos diferente e que, através do lúdico,
venhamos apresentar um mundo melhor para nossas crianças, não um mundo
apenas do faz de conta, mas um lugar onde seja possível viver ludicamente, em paz
e harmonia com os homens e a natureza.

Consideramos que o universo lúdico é um elo integrador entre os


aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais, podendo influenciar de maneira
significativa na vida da criança, contribuindo no fortalecimento do organismo,
melhorando o estado da saúde, proporcionando o desenvolvimento de habilidade
úteis para a vida, criando hábitos culturais e influenciando na formação de
qualidades morais e sociais da personalidade.
O brincar é, pois, um instrumento importante para desenvolver a
criança, para a construção do conhecimento infantil. Pelo brincar, a criança organiza
e reorganiza suas experiências, aprender a lidar com as emoções, ou seja, pelo
brincar a criança equilibra as tensões provenientes do seu mundo cultural,
construindo sua individualidade, sua marca pessoal, sua personalidade. O brincar é
uma maneira pela qual a criança busca subsídios para se desenvolver, por meio do
brincar ela vai desenvolvendo a consciência do próprio corpo e das possibilidades
de expressar-se por meio dele.
Desse modo, o lúdico é significativo para a criança poder
conhecer compreender e construir conhecimentos. O desenvolvimento pessoal que
o universo lúdico proporciona, associados aos fatores sociais e culturais, colabora
para uma boa saúde física e mental, facilitando o processo de socialização,
comunicação e construção de conhecimento e, nessa perspectiva, quando as
crianças são estimuladas a vivenciar brincadeiras e jogos, mediante um processo
organizado, respeitando cada etapa do seu desenvolvimento elas têm a
oportunidade de desenvolver capacidades indispensáveis a sua futura atuação
22

pessoal, profissional e social.


Contudo, consideramos que a ludicidade é uma necessidade do
ser humano, podendo ser diversão e também um instrumento muito eficaz no
aprendizado e desenvolvimento infantil como um todo.
23

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resignificando a prática na educação infantil, 2006.

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