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SÃO LUIZ/MA
2016
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SÃO LUIZ/MA
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Aprovado em ____/____/_____
SÃO LUIZ/MA
2016
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AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
This paper edge the causes and consequences of truancy in the classes of the Youth
and Adult Education, from literature survey literature based on theoretical Freire,
Vasconcellos and Arroyo and others who debate on the subject. The objective is to
analyze elements that cause truancy reflecting on the educational work and the
importance of pedagogical practices of teachers about the concepts involved:
mediation, historicity, social practice and transmission of knowledge socially
constructed. The text follows advocating the need for the school to combat social
exclusion by means of effective educational work aimed to equip students with
effective learning development of scientific knowledge / content, worked in different
areas of knowledge. This argument is characterized, on the one hand, as a school
way address the problems in this field, and on the other, a chance for the student to
leave the complicated process of truancy.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO…………………………………………………….................. 08
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................... 35
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................... 39
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1. INTRODUÇÃO
Nesta visão de Moura (2001), foi difícil para os educadores, na época, que
trabalhavam com jovens e adultos, seguirem uma linha metodológica orientadora,
pois tudo o que foi produzido na época foi recolhido pelo período revolucionário.
Diante deste quadro aumentou o grau de desigualdade social em todas as regiões
do país. Para amenizar a situação começaram a serem criadas escolas técnicas que
preparavam para mão-de-obra barata, sem a preocupação com a formação
intelectual em outras áreas do conhecimento, sem nenhuma estruturação de base
de acordo com as necessidades do mercado de trabalho, mas somente com a
preocupação de aumentar a produtividade econômica e não com a formação
educacional.
Dessa forma, de acordo com o pensamento de Moura, passaram a existir
poucas escolas no sentido da formação conceitual, com currículos elaborados e
definidos, mas dentro de um sistema tradicional totalmente conteudista, na qual o
aluno era um mero acumulador dos conhecimentos científicos repassados pelos
mestres. A preparação era com os conteúdos e as formas metodológicas absolutas
sem significação para o alunado, e mesmo assim eram privilégios de poucos a
compartilhar destes saberes.
Mediante este quadro de dificuldades no processo da evolução da escola
pública brasileira, gerou ao longo da sua história sérios problemas no desempenho
do aluno, atrasando todo o processo escolar e dificultando sua progressão,
provocando uma distorção de série e excluindo mais o jovem que se sentiu incapaz
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A partir desta ideia surge o novo célebre defensor da educação para jovens e
adultos, Paulo Freire, abrindo novos caminhos e desafiando o mundo através de sua
proposta nos anos 50. Veremos como se processou o sistema de alfabetização de
forma instrumental mecânica, até a década de 80, quando começou a surgir através
da reflexão e da utilização dos resultados prestados por ele, que desenvolveu um
grande trabalho educacional em vários estados e municípios até a década de 60 e
como maior experiência citamos o município de Angicos, cujos resultados foram de
100% em aprendizagem. Durante 40 dias, através do círculo, Freire trabalhou com
jovens e adultos a partir do contexto individual de cada aluno, juntando as ideias
significativas dos mesmos, através dos objetos de trabalho para se chegar aos
códigos linguísticos, pois para ele saber falar todos tinham domínio, o que faltava
era associar à linguagem oral a complexidade dos códigos escritos, pois, como
Freire afirma, “Aprender a ler, a escrever, alfabetizar-se é, antes de mais nada,
aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, não numa manipulação
dinâmica que vincula linguagem a realidade.” (FREIRE, 1997, p.81).
Diante desta visão política e inovadora de Freire surge no país novos
programas para a alfabetização de jovens e adultos, mas não vem respondendo o
esperado pelos governantes, fugindo da política inovadora de Freire e de outros
teóricos que contribuíram para a formação dos jovens e adultos vindo responder em
outras propostas, deixando a cada dia o ensino para jovens e adultos sem
credibilidade, tornando-se desinteressante para os que buscam recuperar o tempo
escolar perdido, professores desesperados, desestimulados, sem visão do programa
e de seus objetivos, crescendo cada dia de maneira desordenada a evasão e a
repetência, por falta da consciência política e moral dos alfabetizadores, que não
possuem o senso de visão que a escola é o local de progressão e evolução para a
vida profissional, daquele estudante e trabalhador sofrido e excluído da sociedade
na qual ele mesmo tenha tentado se incluir.
Pode-se perceber, partindo das discussões de Marx (1991) e Freire (1997)
que nos dias atuais as consequências da evasão escolar têm sido drásticas seus
resultados, apesar de surgir atualmente, novas políticas de incentivo em vários
campos de alfabetização para jovens e adultos, qualificação profissional na área de
alfabetizar nos vários níveis do ensino, assistência e acompanhamento às
instituições escolares, auxílio às famílias carentes, materiais didáticos, mas mesmo
assim não se têm obtido resultados positivos. A cada dia, nas escolas, os alunos
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Por outro lado, para que se possa superar o fracasso escolar é necessário o
investimento em alternativas de modo que o educando possa se desenvolver na
sociedade.
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação a LDB:
Muito mais que ensinar a ler e escrever são também ter a preocupação em
inseri-los no processo educacional, valorizando a experiência que este aluno já traz
consigo ao longo da vida para que ele possa se sentir alguém importante e que
possa ter uma visão de novas perspectivas de vida.
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desafios a vencer sendo a sua ausência muitas vezes causa da evasão escolar,
traduzido em desestímulo por Vasconcellos (1995).
A esse respeito Freire (1982) esclarece que o ato de estudar necessita de
persistência e atenção, o que por sua vez, remete a uma atividade mental que está
presente não só na resolução de tarefas de aprendizagem, como também na maior
parte das ações sociais.
Essas reflexões mostram a importância da prática da leitura e da atenção,
para que o aluno avance na sua automatização, já que alunos com dificuldades
necessitam de mais tempo de prática e de mais orientação dos professores que o
restante dos alunos. Se não dispõem delas, o risco de que sua aprendizagem se
complique, e de que se atrasem muito, se torna cada vez maior.
O mesmo autor enfatiza que o esforço da parte do professor está na criação
de possibilidades para não só transmitir conhecimentos como também na sua
superação ao entender o conceito "bancário" da Educação para assinalar a
perniciosa relação professor (depositante) - aluno (depósito) de conhecimentos,
revelando assim seu papel como instrumento de dominação e, além disso, a
concepção de educação como uma situação que desafia a pensar corretamente e
não a memorizar; uma educação que propicie o diálogo comunicativo e que
problematize dialeticamente o professor e o aluno. A primeira concepção (bancária)
da educação é sem dúvida instrumento de opressão; a segunda busca constante de
libertação. A tarefa do professor deve ser então a de problematizar para os alunos o
conteúdo que os mediatiza e não entregá-lo e expressá-lo como algo já feito e
acabado (Freire, 1982).
Os alunos apontam proximidade sobre a função da escola e o entendimento
que eles têm sobre essa questão uma vez que as respostas foram: “preparar para o
futuro”, “melhorar a comunicação entre as pessoas”, “trazer conhecimento”,
“oferecer qualidade de vida”, “ensinar os alunos para que estejam mais preparados
para entender o mundo e viver em sociedade”.
Todavia, esses depoimentos comprovam pouca clareza a respeito do valor da
escolarização e quanto a sua participação como cidadão na sociedade, sendo esses
jovens e adultos excluídos socialmente a muito tempo dos bancos escolares e que
trazem consigo marcas profundas dos processos passados e reflexos de uma
sociedade injusta e excludente, sendo que muitos deles já não acreditam em mais
nada, nem na própria escola; a considerar suas falas, que apesar de dizerem que a
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Seguindo este raciocínio, o professor tem muito a contribuir, sendo ele peça
fundamental seguido depois da família ou do próprio aluno, capazes de fazer frente
aos problemas voltados à aprendizagem e à transformação da visão de mundo em
sentido mais amplo.
Essas iniciativas de mudanças são marcadas graças à comunicação com
seus colegas, professores e funcionários da escola, e com os familiares, implicando
na reflexão sobre o futuro, na observação de outros modelos sociais, sintetizando
assim os princípios da conscientização e emancipação.
A equipe diretiva inclui-se a diretora, a equipe pedagógica, as coordenadoras,
uma professora readaptada na função de bibliotecária e os auxiliares
administrativos.
A preocupação com a Proposta Pedagógica da escola, considerando que
deve ser colocada em prática e preservada para que se mantenha suas
especificidades e diferenças com o ensino regular.
A ação didática coletiva é capaz de reverter em parte, o quadro da evasão
escolar, ao refletir sobre as formas adequadas de se trabalhar na EJA,
principalmente quanto ao perfil dos alunos, os objetivos e a função da escola. É
necessário compreender que um ensino de qualidade não se faz só no trabalho de
cada professor de forma isolada, mas no planejamento conjunto da escola.
Essa reflexão compartilhada por parte dos envolvidos no processo ensino
aprendizagem se configura extremamente útil para enriquecer a visão que cada um
tem e para confrontá-la com interpretações de seus colegas. Esse enunciado se
sustenta para que os alunos percebam que existe certo grau de coerência na ação
educativa dos professores, pelo menos nas normas e sanções, nas tarefas
propostas aos alunos, na possibilidade de diálogo e no sistema de avaliação da
escola (BALZAN, 1989).
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cada aula e, considerar o conhecimento comum do educando para que haja uma
correlação entre o científico e o conhecimento empírico.
Segundo FREIRE (1991): "O ensino deve sempre respeitar os diferentes
níveis de conhecimento que o aluno trás consigo a escola".
Para Freire, refletir sobre o que o aluno trás em sua história de vida não pode
ser rejeitado, mas este conhecimento deve ser reelaborado numa dimensão mais
ampla nas relações científicas e pedagógicas influenciadas pela escola.
Os estudos sobre evasão escolar realizados nos anos 70 apontavam a
desigualdade social como causa principal afirmando que as crianças de famílias
pobres apresentavam um desempenho abaixo do esperado, pois a sua realidade
familiar não contribuía para o seu desempenho, mesmo porque, as atividades
pedagógicas aplicadas não estavam em sintonia com a sua realidade. Para o autor,
o fracasso escolar é mais pedagógico do que técnico, pois muitas vezes os
educadores desconhecem os direitos que a instituição de ensino promulga em seu
interior da escola e acabam perdendo seus direitos constitutivos.
Segundo Costa (2000):
Por muito tempo, o imaginário escolar e docente aparentou aceitar com muita
tranquilidade o fracasso escolar traduzido por aprendizagem ineficiente e evasão
escolar como fator social e cultural, se eximindo de toda e qualquer culpa. Contudo,
na última década, essa passividade toma outra característica: a dúvida sobre a
legitimidade do fracasso escolar voltada para a cultura social e política, segregadora
e excludente; ou se a escola ingenuamente não reproduz essa mesma sociedade
contribuindo para que os alunos continuem excluídos da sociedade (ARROYO,
2001).
Essa informação se confirma ao mostrar que os motivos que afastam os
alunos da escola, na visão de grande parte dos professores, pouco se diferem das
explicações vindas dos alunos, leigos no assunto, ligados a problemas de ordem,
econômica e social, em detrimento dos fatores didáticos e pedagógicos que têm
deixado os educandos desestimulados e com baixa autoestima.
Na verdade, a afirmação apresentada sobre as causas da evasão é
concebida como algo fora do contexto escolar, inclusive inerentes aos próprios
alunos. Nesse sentido, constatou-se que a aparência mais esconde que revela a
essência. O problema social vem carregado de influências e determinantes, visto
que a tarefa é descobrir as manifestações que estão por detrás dos fatos.
A esse respeito Aquino (1997), enfatiza que as causas da evasão escolar são
imputadas a casualidades levando a assuntos distantes do âmbito escolar,
atribuídas a assuntos particulares e problemas sociais, como os apresentados
acima.
Diante dessas constatações o poder que o professor tem nas mãos para lutar
contra essas adversidades é a necessária preocupação com a evasão escolar,
traduzida na prática pedagógica centrada exclusivamente no conhecimento, já que
essa característica é específica do âmbito escolar. Isso implica em assegurar
conhecimentos teóricos envolvendo a educação nos seus fundamentos e como
instituição escolar, para trabalhar sem interferência da outras áreas da ciência que
explicam os fenômenos educacionais, sendo eles, aceitos sem discussão pela
sociedade e até pela comunidade escolar (AQUINO, 1997).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZANHA, José Mário Pires. Educação: alguns escritos. São Paulo: Nacional, 1987.
______. Autonomia da escola: um reexame. São Paulo: FDE, Série Ideias n.16, p.
37-46, 1993. Disponível em: http://www.gogle.com/crmariocovas.
sp.gov.br.html>Acesso em: 27/08/2016.
_________. Ação cultural para a liberdade e outros escritos. 8. ed. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 1982.
_________. Educação como prática da liberdade. 26 ed. Rio de Janeiro- RJ: Paz e
Terra, 1997..
PINTO, Álvaro Vieira.Sete lições sobre educação de adultos/ Álvaro Vieira Pinto:
Introdução e entrevista de Dermeval Saviani e Betty Antunes de Oliveira:versão final
revista pelo autor. --- 16. Ed. ---São Paulo, Cortez, 2000.
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________. In: Educação de Jovens e Adultos: novos leitores, novas leituras. São
Paulo: Ação Educativa; Campinas: Mercado das Letras, 2001, p. 15-44.