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CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS,

AMBIENTAIS E DE TECNOLOGIAS

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA


HABILITAÇÃO TELECOMUNICAÇÕES

FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS

APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS

2O SEMESTRE
FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS

ÍNDICE

Experimento Página

-- INFORMAÇÕES GERAIS E REGRAS DE SEGURANÇA ESPECÍFICAS 03

BICO DE BUNSEN E PROPRIEDADES FÍSICAS DAS


01 07
SUBSTÂNCIAS

DIFERENÇAS ENTRE COMPOSTOS ORGÂNICOS E


02 12
INORGÂNICOS E ESTEQUIOMETRIA DE UMA REAÇÃO

OCORRÊNCIA E VELOCIDADE DE REAÇÕES QUÍMICAS E


03 15
SUA DIFERENCIAÇÃO DE FENÔMENOS FÍSICOS

04 TRATAMENTO DE ÁGUA 18

INSVESTIGANDO A PRODUÇÃO DO DIÓXIDO DE CARBONO


05 22
E DA CHUVA ÁCIDA

06 VISUALIZANDO E CRESCENDO CRISTAIS 28

07 UM RETIFICADOR QUÍMICO: CONVERSÃO AC/DC 33

OBSERVANDO PADRÕES DE CAMPO MAGNÉTICO E


08 35
AVALIANDO PROPRIEDADES MECÂNICAS DE METAIS

INVESTIGAÇÃO DA ESTRUTURA DE PILHAS E BATERIAS E


09 40
CONSTRUÇÃO DE UMA PILHA SECA

ESTUDO COMPARATIVO SOBRE A CORROSÃO DE AÇO


10 45
CARBONO, ALUMÍNIO, COBRE E MAGNÉSIO

FRIO E QUENTE – A INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA


11 47
SOBRE A RESISTÊNCIA DE MATERIAIS ELETRÔNICOS

RETICULAÇÃO DE MACROMOLÉCULAS E PROPRIEDADES


12 51
DE POLÍMEROS

VIDROS: PROPRIEDADES ELÉTRICAS, ÓPTICAS E


13 56
QUÍMICAS

CERÂMICAS: PREPARAÇÃO, RESISTÊNCIA TÉRMICA E


14 61
MECÂNICA

-- ANEXO I – MODELO DE RELATÓRIO 65

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SOCIEDADE CAMPINEIRA DE EDUCAÇÃO E INSTRUÇÃO


GERÊNCIA DE RECURSOS HUMANOS
ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

Prezado Aluno.

Para sua proteção e bom desempenho nas tarefas manuais e experiências desenvolvidas neste
Laboratório de química, solicitamos a rigorosa observância das regras de segurança descritas
abaixo.

1- Nas dependências do laboratório, é obrigatória a utilização de óculos de proteção, calças compridas,


avental, luvas impermeáveis e calçado fechado de couro ou similar.
2- Não inicie qualquer experiência ou manipule animais, sem a autorização do professor ou do técnico
do laboratório.
3- O trabalho em laboratório exige concentração, portanto não converse desnecessariamente nem
distraia seus colegas.
4- É proibido fumar nas dependências do laboratório.
5- Utilize sempre pêras de borracha para pipetar os reagentes. Jamais faça este procedimento
utilizando a boca.
6- Nunca tente identificar reagentes químicos pelo cheiro, colocando o nariz diretamente na borda do
frasco. Isto pode ser muito perigoso; consulte o professor ou o técnico de laboratório.
7- Quando estiver manuseando produtos químicos: não leve as mãos à boca ou aos olhos.
8- Lave cuidadosamente as mãos com bastante água e sabão, antes de qualquer refeição.
9- Não coloque alimentos nas bancadas, armários e geladeiras dos laboratórios.
10- A vidraria de laboratório não deve ser utilizada como utensílio doméstico.
11- É proibido se alimentar no laboratório.
12- Não use lentes de contato. Elas podem ser danificadas por produtos químicos, causando graves
lesões.
13- Trabalhe com produtos tóxicos somente na capela.
14- Evite o contato de produtos tóxicos com a pele.
15- Interrompa o trabalho imediatamente, caso apresente algum sintoma de intoxicação. Avise o
professor ou o técnico do laboratório e dirija-se ao ambulatório médico com acompanhante.
16- Em caso de quebra de vidrarias, derramamento de líquidos inflamáveis, produtos tóxicos ou
corrosivos, tome as seguintes providências:
Interrompa o trabalho;
Avise as pessoas próximas sobre o ocorrido;
Não tente fazer a limpeza;
Alerte imediatamente o responsável pelo laboratório.

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17- Somente use chamas em locais permitidos.
18- Antes de acender o bico de Bunsen, verifique:
Vazamentos;
Dobras no tubo de gás;
Ajuste inadequado entre o tubo de gás e suas conexões;
A existência de inflamáveis ao redor.
Qualquer irregularidade, não acenda, comunique o responsável pelo laboratório. Após o uso
verifique se os registros de gás estão fechados corretamente.
19- Sem a autorização do professor ou do técnico de laboratório é expressamente proibido:
Abrir frascos e manipular reagentes químicos;
Ligar qualquer equipamento;
Abrir registro de ar comprimido ou de gás;
Descartar reagentes na pia.
20- Caso tenha dúvida, informe-se com o técnico do laboratório sobre a forma correta de descartar
resíduos dos experimentos.
21- Cabelos longos devem ser acomodados com presilhas ou touca para evitar contato acidental com
reagentes ou chama.
22- Não mantenha sobre a bancada de trabalho, bolsas e outros objetos pessoais estranhos ao
experimento.
23- Antes de colocar as mãos sobre chapas de aquecimento, telas de amianto ou outro equipamento
que gere calor, verifique se os mesmos não estão com temperatura elevada.
24- Seringas e outros materiais pérfuro-cortantes devem ser descartados em recipiente próprio. Jamais
jogue estes materiais no lixo comum.
25- Identifique a saída de emergência do laboratório e a localização do chuveiro e lava-olhos. Em caso
de incêndio ou acidente, dirija-se a estes locais, mantendo a calma.
26- Não tente utilizar extintores de incêndio ou hidrantes, caso não tenha conhecimento. Comunique o
fato ao responsável pelo laboratório ou à vigilância do Campus.

LEMBRE-SE SEMPRE:
VOCÊ TAMBÉM É RESPONSÁVEL PELA SEGURANÇA !

Rod. Dom Pedro I, km 136 – Pq. das Universidades - Campinas, SP - CEP 13086-900 ou Caixa Postal
317 - CEP 13012-970
Telefone: (0XX19) 3756 7233 e Fax: (0XX19) 3756 7356 - e-mail:: des@puc-campinas.edu.br

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Além disso, materiais como cadernos, mochilas, bolsas e outros pertences pessoais devem ser
acomodados em local afastado da bancada de trabalho.
O material a ser utilizado no experimento será colocado sobre as bancadas (salvo exceções
informadas pelo professor) e deverá ser devolvido limpo ao final do experimento.
Qualquer irregularidade será comunicada aos técnicos do laboratório. Caso ocorra quebra de
material ou dano a equipamentos durante a realização do experimento, este deverá ser imediatamente
comunicado ao professor.
No caso de haver necessidade de material ou equipamento extra, o mesmo deverá ser solicitado
aos técnicos, que os fornecerão de acordo com a disponibilidade do laboratório. Neste caso, o material
e/ou equipamento deverá ser devolvido ao final do experimento pelo solicitante ao técnico.
Os reagentes e equipamentos devem ser utilizados com cuidado e devolvidos ao local
apropriado, imediatamente após o uso.
Tenha muito cuidado no uso de balanças e limpe imediatamente qualquer derramamento de
reagentes.
Em caso de dúvida sobre algum reagente ou equipamento, consulte antes o professor.

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EXPERIMENTO 01: BICO DE BUNSEN E PROPRIEDADES FÍSICAS DAS


SUBSTÂNCIAS

Objetivos específicos: apresentar as bases do método científico, trabalhar com o bico de Bunsen e
comparar propriedades físicas de substâncias simples

Tópicos a serem consultados nas referências bibliográficas:


Métodos científicos, elementos, substâncias e misturas.

Introdução teórica:
A ciência é uma atividade holística, que envolve observação, reflexão e ação. Para aprender
e entender ciência, você deve não somente estudá-la, mas também experimentá-la, sendo que para
isso é que temos aulas em laboratórios. Neste curso você vai explorar os princípios e técnicas que
possibilitam aos químicos investigar o desconhecido, desenvolver teorias e levantar hipóteses.

O MÉTODO CIENTÍFICO:
A análise de muitas descobertas científicas e avanços tecnológicos revela que este processo
pode ser dividido em 5 etapas:
1. observação: o primeiro passo é atentar para o universo ao nosso redor. O “quebra-cabeça” que
nos cerca leva ao questionamento, que é uma peça chave para a execução da boa ciência. O
observador atento não ignora aquilo que não entende, mas faz uma pausa, acompanhada e
observação e reflexão, no sentido de desvendar o mistério;
2. hipótese: o próximo passo é desenvolver possíveis respostas ou explicações para as questões
que surgiram a partir das observações;
3. experimentos ou testes: uma das características da ciência, é que normalmente é possível testar
experimentalmente as hipóteses e explicações formuladas;
4. teoria: uma hipótese é elevada ao nível de teoria quando experimentos realizados lhe dão
suporte e nos possibilitam usar a teoria para propósitos de previsão;
5. modificação: teorias científicas são sempre objeto de outros testes. Quando se obtém resultados
que aparentemente contradizem uma teoria existente, esta teoria deve então ser modificada,
melhorada ou descartada.

É importante ter em mente que os cientistas não param e perguntam “em qual etapa eu estou
hoje?” As cinco etapas do método científico apresentados, são simplesmente uma estratégia de
avaliação dos passos que conduzem as descobertas científicas e/ou progresso tecnológico. Com o
passar do tempo e com o constante exercício da ciência você vai passar a considerar todas as etapas
de uma maneira conjunta. Por enquanto, no decorrer de nossas aulas, procure usá-las como um
referencial para a conduta do raciocínio e atitudes científicas.
Lembre-se que aquilo que pode ser muito óbvio, pode esconder importantes considerações
científicas. No decorrer desta disciplina procure observar e dedicar atenção a eventos aparentemente
simples, como o fato do gelo flutuar sobre a água. Pergunte-se se um sólido é mais ou menos denso
do que um líquido, quando ambos são constituídos pela mesma substância e responda, “Por que o
gelo flutua na água?”
Fique igualmente alerta para o não usual, para o inesperado e para aquilo que aparentemente
é inexplicável. Muitas das grandes descobertas foram realizadas porque alguém dedicou tempo para

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investigar pequenas diferenças entre os resultados esperados e aqueles que realmente foram obtidos.
Dentre as grandes descobertas que contaram com a combinação do acaso e de um aguçado espírito
investigativo de algum cientista, pode destacar as criações da sacarina e do aspartame, da borracha e
do teflon.
Se for necessário, não hesite em dedicar um tempo extra as suas investigações.
Contudo, por uma questão de segurança, caso você queira conduzir algum experimento ou
variante de experimento que não estejam neste roteiro, consulte antes o seu professor.

A QUÍMICA DENTRO DAS CIÊNCIAS:


Nos dicionários, o braço da ciência chamado de química é definido como “A ciência que se
ocupa da composição, estrutura e propriedades das substâncias e das transformações que estas
substâncias podem sofrer.”
Na verdade hoje a química desempenha diferentes papéis, ela usa outras ciências como
ferramenta e ao mesmo tempo auxilia outras ciências em seus trabalhos investigativos, numa
interação onde muitas vezes não existe fronteira entre a química, a física, a biologia, a geologia, a
geografia, a medicina, a farmacologia e as engenharias.
A cada dia um maior número de substâncias químicas desenvolvidas pelo homem entram no
nosso dia a dia. Existem substâncias sintéticas em detergentes, fármacos, chips de computadores,
materiais plásticos, aditivos para alimentos, baterias, tintas, cerâmicas, laminados de madeira, etc.

SUBSTÂNCIAS E MISTURAS - PROPRIEDADES FÍSICAS E QUÍMICAS:


O uso da palavra substância, para um químico já implica em alguma coisa pura, daí
freq6uentemente, para evitar-se enganos, usar-se o termo substância pura. Se mais do uma
substância estão presentes em um mesmo recipiente, tem-se uma mistura. Existem dois tipos de
substâncias, as elementares e as compostas, que por sua vez existem nos três estados comuns da
matéria, que são o sólido, o líquido e o gasoso, dependendo de combinações de pressão e
temperatura. As substâncias compostas são constituídas de elementos quimicamente combinados em
razões bem definidas.
Todas as substâncias têm um conjunto próprio de características físicas e químicas, que nos
possibilitam distinguir, identificar e utilizar as substâncias. Propriedades físicas são aquelas que são
medidas sem uma mudança química na composição, como ponto de fusão, ponto de ebulição, cor,
densidade e solubilidade. As propriedades químicas, são aquelas que são determinadas quando
ocorre uma mudança na composição ou estrutura da substância, por decomposição ou reação com
outros reagentes.
Substâncias usualmente ocorrem na natureza em conjunto com outras substâncias, como
misturas. Mesmo os reagentes estocados no laboratório contem uma pequena porcentagem de
impurezas; os mais puros contem pelo menos 0,00001% de alguma impureza. Observe sempre e
atentamente rótulos e catálogos de produtos químicos para ir se familiarizando com as impurezas
características de cada reagente. Tente pensar na relação entre diferentes graus de pureza e os
preços das substâncias.
Geralmente as misturas podem ser separadas em substâncias puras, antes que o trabalho para
a sua efetiva identificação seja iniciado. Os procedimentos usuais para a separação de misturas
baseiam-se nas diferenças das propriedades físicas de seus constituintes, como ponto de ebulição
(destilação) e solubilidade (recristalização, filtração e cromatografia). A discussão a respeito de
misturas e o uso dos procedimentos citados serão objeto de outros experimentos. O trabalho de hoje
será centrado na observação qualitativa das propriedades físicas de elementos e compostos.

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Materiais e reagentes:
01 Bico de Bunsen Solução de azul de metileno 0,1%
01 Pinça de metal Gelo
02 Béquers de 400 mL Pedaços de fios de cobre
02 Béquers de 150 mL Pedaços de estanho
01 Termômetro Pedaços de fita de magnésio

Procedimento experimental:
1ª Parte: O bico de Bunsen
Acompanhe a demonstração do professor, referente ao uso do Bico de Bunsen e manuseio
dos seus controles. Existem dois ajustes no Bico de Bunsen, conforme mostra a Figura 1.
O primeiro é uma válvula agulha, localizada na parte inferior ou lateral do equipamento, que
controla a vazão do gás. O segundo consiste em um anel rotatório provido de aberturas e que
controla a entrada de ar atmosférico. Quando as aberturas estão completamente fechadas, é
observada uma chama amarela, chamada de chama luminosa. Se o anel for posicionado de modo a
se obter a máxima abertura, a chama se apaga. Quando o bico de Bunsen é ajustado corretamente a
chama é totalmente azul e não luminosa.

Figura 1.1 – Esquemas representando o bico de Bunsen

ATENÇÃO: manusear o bico de Bunsen com cuidado, pois existe o risco de queimaduras. Sempre
o bico de Bunsen não estiver sendo usado, o mesmo deve ser desligado.

1. Acender o bico de Bunsen: fechar totalmente as aberturas do anel rotatório, abrir a válvula do
gás e só então aproximar a fonte de ignição (palito de fósforo aceso, isqueiro ou acendedor).

2. Quando a chama amarela for observada, girar, cuidadosamente, o anel rotatório até a obtenção
da chama azul.
Questões para pensar: Qual a função do gás e do ar atmosférico? Porque a chama é amarela
quando as aberturas estão fechadas e é azul quando temos um suprimento de ar
atmosférico?

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2a. Parte – Propriedades físicas das substâncias


A - Sólidos, Líquidos e Gases:

ATENÇÃO: manusear o bico de Bunsen com cuidado, pois existe o risco de queimaduras. Sempre
o bico de Bunsen não estiver sendo usado, o mesmo deve ser desligado.

1. Colocar pequenos pedaços de gelo em um béquer de 400 mL e, em um segundo béquer de 400


mL, adicione 200 mL de água.
2. Comparar as propriedades da água, quando ela se encontra no estado líquido e no estado sólido.
3. Colocar agora o béquer com água, sobre uma tela de amianto suportada em um tripé e aquecer a
água, com o bico de Bunsen.
4. Utilizar um termômetro para medir as diferentes temperaturas da água e anotar as suas
observações sobre os estados físicos da água.

Questões para pensar: Qual a origem das bolhas que você observa? Se a água fosse aquecida até
que todo o líquido evaporasse, seria possível calcular o volume ocupado
pelo vapor?

B - Mobilidade molecular em líquidos:

ATENÇÃO: use luvas de amianto ao manusear objetos quentes, existe o risco de queimaduras.
LEMBRE-SE: vidros quentes parecem exatamente iguais a vidros frios! Porém os vidros quentes
podem causar queimaduras.

1. Em um béquer de 150 mL, adicionar 100 mL de água em ebulição


2. A um segundo béquer de 150 mL, adicionar 100 mL de água de torneira, na temperatura
ambiente.
3. Cuidadosamente, adicionar a cada um dos béquers, da mesma maneira, algumas gotas de solução
de corante azul de metileno e observar as diferenças de comportamento do corante.
4. Utilizar um termômetro para medir as temperaturas da água nos dois béquers e anotar as suas
observações sobre a mobilidade das moléculas.

C - Ponto de fusão de metais:


ATENÇÃO: manusear o bico de Bunsen com cuidado, pois existe o risco de queimaduras. Sempre
o bico de Bunsen não estiver sendo usado, o mesmo deve ser desligado.

LEMBRE-SE: metais quentes parecem exatamente iguais a metais frios! Porém os metais quentes
podem causar queimaduras.

1. Com o auxílio de uma pinça de metal, prender um pedaço de fio de Cobre e expor o metal à
chama do bico de Bunsen.
2. Identificar em qual região da chama o metal funde.
3. Repetir os passos (1) e (2) com amostras de Estanho e de Magnésio.
4. Identificar as temperaturas aproximadas de cada uma das regiões da chama do bico de Bunsen, de
acordo com o ponto de fusão dos metais testados, e anotar as suas observações.

Questões:

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1. Como você explica uma combustão?
2. Porque a janela do bico de Bunsen deve ficar aberta durante o seu uso?
3. Por que, quando o bico de Bunsen está aceso e com a janela fechada, a chama fica amarela e há
produção de fuligem?
4. Identificar, na Figura 2, as temperaturas aproximadas das regiões da chama do bico de Bunsen.
5. Qual a composição aproximada do ar atmosférico?
6. O que é GLP e qual a sua composição básica?
7. Qual a aplicação dos conhecimentos sobre reações de combustão e propriedades físicas de
substâncias podem ter em sua atividade profissional como engenheiro ?

Figura 1.2 – Representação da chama do bico de Bunsen.

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EXPERIMENTO 02: DIFERENÇAS ENTRE COMPOSTOS ORGÂNICOS E
INORGÂNICOS E ESTEQUIOMETRIA DE UMA REAÇÃO

Objetivos específicos: - diferenciar os compostos iônicos de compostos moleculares através do


ponto de fusão, da solubilidade, da condutividade elétrica; diferenciar
hidrocarbonetos alifáticos de aromáticos através da combustão.

Introdução teórica:
Os compostos orgânicos (moleculares) possuem ligações covalentes, enquanto os compostos
inorgânicos são formados, em sua maior parte, por ligações iônicas. As forças de atração entre as
moléculas orgânicas são as forças de van der Waals, cuja intensidade é fraca. No caso de
compostos formados por ligações iônicas, existem também forças de atração Eletrostáticas, que são
muito mais fortes do que as de van der Waals.
As diferenças nas forças de atração resultam em comportamentos diferentes dos compostos
moleculares e iônicos quanto à fusão, solubilidade em água, em solvente orgânico e condutividade
elétrica.
Além disto, os compostos orgânicos participam de reações de combustão (um tipo de reação
química), podendo sofrer combustão completa ou incompleta. Na combustão completa ocorre
apenas a formação de CO2 (C CO2), enquanto na combustão incompleta há a formação de coque
(carbono puro) e CO (C C + CO). Quando são queimados, os compostos orgânicos liberam
água, de acordo com as reações abaixo:
R - H + O2 CO2 + H2O (1)
Ar - H + O2 CO + C + H2O (2)

Materiais e reagentes:
01 Espátula 01 Funil de vidro
09 Tubos de ensaio 02 Cápsulas de porcelana
01 Bico de Bunsen Cloreto de sódio P.A.
02 Pipetas graduadas de 5 mL Sacarose P.A.
01 Pêra de borracha Ácido esteárico P.A.
01 Lâmpada com instalação elétrica Etanol P.A.
01 Bagueta de vidro Tolueno ou Benzeno P.A.
02 Copos de béquer Água de cal ou de barita (solução)

Procedimento experimental:
1a. Parte: Diferenças observadas na fusão
1. Acender e regular a chama de um bico de Bunsen.
2. Colocar, com o auxílio de uma espátula, uma pequena quantidade de cloreto de sódio em um tubo
de ensaio limpo e seco.
3. Aquecer o tubo de ensaio, lentamente, em chama direta.
ATENÇÃO: Para executar esta operação, utilizar uma pinça de madeira para prender o tubo de
ensaio. Manter o tubo de ensaio inclinado à cerca de 45o e certificar-se que a boca do tubo de
ensaio esteja voltada para uma direção em que não possa ocorrer a projeção de material quente
sobre o operador ou um colega.
4. Observar e anotar quais as alterações sofridas pela amostra durante o aquecimento.
5. Repetir as etapas (1) a (4) utilizando sacarose como amostra em um outro tubo de ensaio.
6. Repetir as etapas (1) a (4) utilizando ácido esteárico como amostra em um terceiro tubo de
ensaio.
2a. Parte: Diferenças observadas na solubilidade

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1. Numerar 03 tubos de ensaio e colocar, com o auxílio de uma espátula, uma pequena quantidade
amostra em cada um dos tubos, de acordo com a lista abaixo.
Tubo (1): cloreto de sódio
Tubo (2): sacarose
Tubo (3): ácido esteárico
2. Adicionar, com o auxílio de uma pipeta graduada, 5 mL de água aos três tubos de ensaio. Agitar
as misturas, observar e anotar as alterações sofridas pelas amostras.
3a. Parte: Diferenças observadas na condutividade elétrica
1. Preparar, em um copo de béquer, uma solução com 30 mL de água e cerca de 2 g de cloreto de
sódio. Agitar, com a bagueta de vidro, até a completa dissolução da amostra.
2. Inserir os pólos de condução elétrica da lâmpada na solução e ligar o conector na tomada. Ver na
Figura 2.1, abaixo como deverá ficar a montagem do ensaio. Observar o comportamento da
lâmpada e anotar o resultado.
3. Desconectar o conector da tomada e secar os pólos de condução com um papel absorvente.
ATENÇÃO: se o conector não for desligado da tomada antes de ser manuseado, existe o risco de
choque elétrico.
4. Repetir as etapas (1) a (3), utilizando uma solução preparada com cerca de 2 g de sacarose.

Figura 2.1 - Esquema da aparelhagem usada para avaliar a condutividade de soluções.


3a. Parte: Diferenças observadas na combustão
1o. Teste: na bancada
1. Colocar 1 mL de etanol, com o auxílio de uma pipeta graduada, em uma cápsula de porcelana
limpa e seca.
2. Molhar as paredes de um funil com água de cal ou água de barita.
3. Usando um palito de fósforo aceso, inflamar a amostra.
ATENÇÃO: executar esta operação cuidadosamente, pois há o risco de queimaduras.
4. Emborcar o funil sobre a cápsula que contém o etanol em chamas, sem tampá-la completamente.
5. Aguardar alguns segundos e observar o que ocorre. Anotar os resultados obtidos.
2o. Teste: na capela
1. Em uma outra cápsula de porcelana limpa e seca, colocar 3 gotas de tolueno ou benzeno.
2. Usando um palito de fósforo aceso, inflamar a amostra.
ATENÇÃO: executar esta operação cuidadosamente, pois há o risco de queimaduras.
3. Observar o que ocorre e anotar os resultados obtidos.
4a. Parte: Avaliação da estequiometria da reação de oxidação do magnésio
1. Remova a camada de óxido de uma tira de magnésio. Para isso esfregue a tira com palha de aço
até que o metal adquira brilho.
2. Pese uma cápsula de porcelana limpa e seca.
3. Coloque a tira na cápsula e pese novamente
4. Segure a tira de magnésio, com o auxílio de uma tenaz de aço ou pinça, mantendo a amostra sobre
a cápsula de porcelana.

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FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS
5. Submeta a tira de magnésio à ignição, usando a chama de um fósforo ou isqueiro.
ATENÇÃO: Há risco de queimaduras ao executar esta operação, utilize os óculos de segurança e
manuseie com cuidado as fontes de chama.
6. Recoloque o produto da ignição da tira de magnésio no interior da cápsula. Execute esta operação
com cuidado, de forma a tentar recuperar todo o produto resultante da queima do magnésio.
7. Pese novamente a cápsula contendo o resíduo de ignição.

Resultados:
1a e 2a. Partes: testes de fusão, solubilidade e condutividade elétrica
Amostra Cloreto de sódio Sacarose Ácido esteárico
Comportamento
na fusão
Solubilidade em
água
Condutividade
elétrica da solução
aquosa

3a. Parte: testes de combustão


Amostra Etanol Tolueno ou Benzeno

Comportamento no teste
de combustão

4a. Parte: Avaliação da estequiometria da reação de oxidação do magnésio


Massa da cápsula vazia (g) Massa de Mg (g) Massa da cápsula + MgO (g)

Questões:
1. Por que os compostos inorgânicos comportam-se de maneira diferente em relação aos compostos
orgânicos? Justifique a sua resposta.
3. Explique as diferenças dos resultados do teste de solubilidade das amostras em meio e as
diferenças observadas nos testes de condutividade.
4. Cite um exemplo do dia-a-dia onde as reações de combustão são empregadas.
5. Com base no teste de combustão, qual a diferença entre o etanol e o tolueno ou benzeno?
6. Liste alguns materiais orgânicos e inorgânicos encontrados em uma residência comum.
7. Qual a reação envolvida na queima do magnésio?
8. Explique o rendimento observado na reação de combustão do magnésio.

Referências bibliográficas:
1. BRADY, J.E.; HUMISNTON, G.E. Química Geral. 2 ed., Livros Técnicos e Científicos: Rio de
Janeiro, 1986.
2. FICHAS DE SEGURANÇA DE ETANOL, BENZENO E TOLUENO.

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EXPERIMENTO 03: OCORRÊNCIA E VELOCIDADE DE REAÇÕES QUÍMICAS
E SUA DIFERENCIAÇÃO DE FENOMENOS FÍSICOS
Objetivos específicos: diferenciar experimentalmente fenômenos físicos de fenômenos químicos e
verificar a influência da temperatura sobre a velocidade das reações
químicas.
Introdução teórica:
Os elementos químicos e as substâncias químicas são passíveis de vários tipos de
transformações. Na natureza, por exemplo, muitas vezes participam de ciclos, como o ciclo
hidrológico da água, um processo onde a água evapora da superfície do planeta, vai para a atmosfera
na forma de vapor, onde se condensa e precipita-se novamente sobre a superfície, muitas vezes
depois de um longo trajeto, caracterizando um processo de transporte atmosférico, em um processo
puramente físico. Alguns elementos químicos como o nitrogênio, o fósforo, o carbono e os metais,
possuem também seus ciclos, que são chamados de ciclos biogeoquímicos, onde interagem
quimicamente com diferentes formas de vida em processos influenciados pela geografia e geologia
da região.
Os ciclos de transformações são ainda de extrema importância para os processos produtivos,
onde a matéria prima é transformada em produto acabado. O entendimento de tais ciclos produtivos
é de grande importância econômica e social, uma vez que envolve a geração de produtos muitas
vezes essenciais para a manutenção de nossa qualidade de vida e muitas vezes causam impactos
ambientais pelo fato de consumirem energia e gerarem resíduos. O entendimento dos fenômenos
químicos e físicos, é um pré-requisito para que possamos nos aproximar do modelo de produção
ideal, que é o de produção sustentável, ou seja, a produção de bens e serviços associados à
eliminação ou minimização dos impactos ambientais.

Materiais e reagentes:
06 tubos de ensaio Iodo sólido
01 tela de amianto, tripé e bico de Bunsen Parafina sólida (aparas)
01 béquer de 100 mL Zinco ou magnésio (aparas)
01 béquer de 200 mL Solução de ácido clorídrico 1:1
01 vidro de relógio Solução de hidróxido de sódio 1:5
02 pipetas graduadas e pêra de borracha Solução de cloreto férrico 0,1 M
01 bagueta de vidro Solução de tiocianato de potássio 0,1 M
01 termômetro 03 metades de comprimidos de Sonrisal

Procedimento experimental:
1a. Parte: diferenciação entre fenômenos físicos e reações químicas
1. Colocar alguns cristais de iodo em um béquer de 100 mL e cubra com um vidro de relógio, com a
parte côncava para cima. Colocar o conjunto sobre uma tela de amianto apoiada no tripé de ferro
e aqueça com a chama do bico de Bunsen regulada para pouca intensidade. Observe a liberação
de vapores no interior do béquer. Desligar o bico de Bunsen e colocar 1 mL de água sobre o
vidro de relógio. Descrever e explicar as suas observações. Classificar os fenômenos observados.
2. Colocar em um tubo de ensaio seco, uma porção de aparas de parafina. Usando uma pinça de
madeira, aquecer diretamente na chama do bico de Bunsen até a fusão. Virar o conteúdo do tubo,
rapidamente e com muito cuidado, sobre uma superfície fria. Descrever e explicar as suas
observações. Classificar os fenômenos observados.
3. Colocar em um tubo de ensaio seco, aproximadamente 0,1 g de zinco ou magnésio em aparas.
Usando uma pipeta graduada e pêra, adicionar 3 mL de ácido clorídrico 1:1 ao tubo de ensaio.
Agitar o tubo de ensaio cuidadosamente. Descrever e explicar as suas observações. Classificar os

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fenômenos observados. ATENÇÃO: o ácido clorídrico é corrosivo, pode causar queimaduras na
pele e mucosas. Use óculos de segurança.
4. Usando a mesma pipeta graduada do item anterior e a pêra, colocar 1 mL de uma solução de ácido
clorídrico 1:1 em um tubo de ensaio. Adicionar então, cuidadosamente, com uma outra pipeta
graduada e a pêra, 1 mL de uma solução de hidróxido de sódio 1:5. Agitar o tubo de ensaio
cuidadosamente. Verificar se ocorre uma variação perceptível de temperatura. ATENÇÃO: o
ácido clorídrico e o hidróxido de sódio são corrosivos, podem causar queimaduras na pele e
mucosas. Use óculos de segurança. Importante: lave as pipetas volumétricas utilizadas nos
testes (3) e (4) com bastante água para utilizá-las nos próximos testes.
5. Colocar em um tubo de ensaio, com o auxílio de uma pipeta graduada e uma pêra, 2 mL de uma
solução de cloreto férrico. Adicionar, com um conta-gotas, algumas gotas de uma solução de
tiocianato de potássio. Descrever e explicar as suas observações. Classificar os fenômenos
observados.

2a. Parte: influência da temperatura sobre a velocidade de uma reação química


1. Verificar, na embalagem do comprimido de Sonrisal, qual a composição do comprimido.
2. Colocar 100 mL de água em um copo de béquer de 200 mL. Adicionar meio comprimido de
Sonrisal e marcar o tempo (em segundos) necessário para a dissolução completa do comprimido.
Lavar o béquer com água corrente.
3. Repetir o procedimento (2) com 100 mL de água gelada, anotando a temperatura da água.
4. Colocar 100 mL de água no terceiro béquer, colocar o béquer sobre o tripé e a tela de amianto,
aquecer a água até uma temperatura de ~40 C (anotar a temperatura) e desligar o aquecimento.
Colocar meio comprimido de Sonrisal na água quente e marcar o tempo (em segundos) até a
completa dissolução do comprimido.

Resultados:
1a. Parte: diferenciação entre fenômenos físicos e reações químicas
Teste Fenômeno físico ou reação química observada
1

2a. Parte: influência da temperatura sobre a velocidade de uma reação química


Temperatura Tempo de Temperatura Tempo de Temperatura Tempo de

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(oC) reação (s) (oC) reação (s) (oC) reação (s)

Questões:
1. O que caracteriza um fenômeno como puramente físico?
2. Quais são os indícios da ocorrência de um fenômeno químico?
3. Escreva as reações químicas observadas nesta aula?
4. Qual a influência da temperatura sobre a velocidade de uma reação química?
5. O uso de metais pesados nesse experimento foi minimizado. Discuta a importância dos
procedimentos de eliminação e/ou minimização do uso de resíduos, em relação aos
procedimentos de tratamento.
6. O que é desenvolvimento sustentável?

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EXPERIMENTO 04: TRATAMENTO DE ÁGUA

Objetivos específicos: reproduzir, no laboratório, algumas das fases do processo de tratamento da


água e verificar alguns parâmetros químicos indicadores da qualidade da
água tratada.

Introdução teórica:
A água consumida pela população das cidades, normalmente é proveniente de rios, lagos, poços
comuns e artesianos ou nascentes. Em geral, estas águas contem partículas em suspensão e
microrganismos que podem ou não ser patogênicos. Por isto, antes de ser distribuída para o
consumo, à água deve ser submetida a um processo de tratamento. Numa estação de tratamento de
águas (ETA), geralmente desenvolvem-se as seguintes etapas:
(1) aeração, (2) coagulação, (3) sedimentação, (4) filtração e (5) desinfecção.
Em algumas etapas ocorre ainda, correção do valor do pH, de modo a otimizar o processo de
tratamento. Em alguns locais a água potável é obtida a partir da água do mar, por falta da água doce;
o processo usado nestes casos é a dessalinização, normalmente por processo osmótico.

Materiais e reagentes:
2 litros de água "suja" (ou adicionar meio de terra a 2 litros de água de torneira).
1 frasco plástico de 1 L de capacidade (frasco de refrigerante, p. ex.), com tampa (frasco A)
1 frasco plástico de 1 L de capacidade, com o topo removido (frasco B)
2 frascos plásticos de 1 L de capacidade, com o fundo removido (frasco C).
1 frasco plástico com capacidade para 1½ litro, com a parte superior removida (frasco D).
2 gramas de sulfato de alumínio. Brita fina ou pedras de aquário (lavada)
2 gramas de carbonato de sódio comercial 1 copo grande
Areia fina (cerca de 400 mL, em volume) 1 filtro de café (grande)
Areia grossa (cerca de 400 mL, em volume) 1 atilho de borracha
Brita grossa (lavada) Relógio ou cronômetro

Procedimento experimental:
É fácil imaginar que em uma estação de tratamento de águas, a operação se dá em uma
escala muito maior do que a de bancada. Em média cada habitante de uma cidade consome de 200 a
250 litros de água por dia, o que faz com que uma cidade das proporções de Campinas, com
aproximadamente 1 milhão de habitantes, consuma entre 200.000.000 e 250.000.000 de litros de
água por dia.
No procedimento experimental que se segue, seremos mais modestos, com relação ao
tratamento de água, tratando apenas 1 L de água e utilizando um filtro pequeno de areia e brita.

1. Adicionar cerca de 750 mL da água "suja" no frasco A, com tampa. Descrever a aparência e o
cheiro da água.
2. Aeração: consiste na adição de ar a água. Este processo permite que alguns gases voláteis
presentes na água escapem e permite, igualmente, que a adição de oxigênio à água. Tampar
cuidadosamente o frasco e agite-o vigorosamente por cerca de 30 segundos. Despejar a água no
frasco B e coloque-a novamente de volta para o frasco A. Repetir este procedimento por pelo
menos 10 vezes. Descrever qualquer alteração que eventualmente tenha sido observada.
3. Coagulação: é o processo através do qual a sujeira e outras substâncias sólidas presentes na água
se aglomeram em flocos, para que possam ser removidas da água. Adicionar cerca de 0,5 g do
sulfato de alumínio à água aerada. Adicionar, em seguida, uma pequena quantidade de carbonato
de sódio (0,2 a 0,5 g) à mistura. Agitar lentamente a mistura por cerca de 5 minutos.

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4. Sedimentação: processo que ocorre quando os flocos formados no item 3 decantam, pela ação da
gravidade, para o fundo do frasco. Permitir que a água permaneça em repouso por cerca de 20
minutos. Observar o que ocorre, a cada intervalo de 5 minutos, com a água contida no frasco.
5. Construir um filtro com o frasco C, conforme mostra a figura a seguir:
a. Com o auxílio de uma tira elástica ou de um pedaço de barbante, amarrar o filtro de papel do
lado externo da boca do frasco C. Colocar o frasco de cabeça para baixo e adicionar uma
camada de ~ 5 cm de brita grossa ou pedras de aquário ao interior do frasco. O filtro deve
impedir que a brita caia fora do frasco.
b. Adicionar uma camada de ~5 cm de brita fina ao topo da camada de brita grossa existente.
Lavar as camadas de brita grossa e brita fina com uma grande quantidade (~5 L) de água da
torneira.
c. Adicionar uma camada de ~2 cm da areia grossa ao topo da camada existente de brita fina.
d. Sobre esta camada de areia grossa, despejar uma camada de ~1 cm de areia fina.
e. Finalmente, limpar novamente o conteúdo da garrafa, passando pelo sistema cerca de 5 litros
(ou mais, se necessário) de água da torneira. Esta lavagem deve ser realizada
cuidadosamente para se evitar a mistura das areias fina e grossa.

areia fina
areia grossa
brita fina

brita grossa

filtro de papel

béquer

Figura 4.1 - Esquema da montagem do filtro de areia.


6. Filtração: etapa onde ocorre a remoção da maior parte das impurezas remanescentes na água,
após terem ocorrido à coagulação e a sedimentação. Depois que uma grande quantidade de
material sólido (sedimentos) tenha se decantado no fundo do frasco B, despejar cuidadosamente
cerca de três quartos do conteúdo deste frasco para o sistema de filtração. Coletar a água filtrada
num copo. Comparar a água filtrada com aquela inicialmente utilizada na realização do
experimento, principalmente com relação à aparência e cheiro.
7. Observação importante: A etapa final do processo de tratamento da água destinada ao
abastecimento público envolve uma etapa de desinfecção, ou seja, de remoção ou
inativação dos microrganismos presentes. Como os agentes desinfetantes normalmente
utilizados são cáusticos e corrosivos, eles devem ser manipulados com extremo cuidado e
portanto não são empregados neste experimento. A água resultante não deve,
conseqüentemente, ser consumida, pois pode causar efeitos adversos à saúde.

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ASPECTOS DE INTERESSE NA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA
Água Dura: é uma água natural relativamente rica em sais de cálcio (Ca2+) e magnésio (Mg2+), na
forma de bicarbonatos (HCO3-), nitratos (NO3-), cloretos (Cl-) e sulfatos (SO42-). Ela não produz
espuma com os sabões (sais orgânicos de sódio – Na+), pois estes reagem com os sais de cálcio –
Ca2+ (da água dura), formando sais insolúveis de cálcio. Em razão disto, esta água causa prejuízos,
como por exemplo, maior consumo de sabão nas lavagens e a formação de uma crosta branca
(compostos de cálcio) nas caldeiras, podendo provocar a sua explosão. Por este motivo, é
extremamente importante à verificação periódica da dureza da água usada nas caldeiras e nos
processos industriais como a fabricação de cervejas e refrigerantes, indústria farmacêutica, têxtil e
outras. Isto é feito através da volumetria de complexação, titulando-se a água com EDTA, numa
amostra tamponada, usando-se como indicador o negro de Eriocromo T. Se a dureza estiver elevada,
o abrandamento (remoção da dureza ou ainda, amolecimento), pode ser efetuado por fervura ou pela
adição de substâncias amolecedoras, como: NaOH, Na2CO3 e Na3PO4. Contudo, o problema da água
dura é meramente operacional, não sendo prejudicial à saúde humana. A água dura, em termos de
saúde pública, é benéfica aos processos de calcificação de dentes e ossos. As águas que apresentam
pequena porcentagem de sais de cálcio recebem o nome de “água mole” ou “água branda”. A dureza
da água é normalmente expressa em ppm (partes por milhão) de carbonato de cálcio (CaCO3).
1. Colocar 3 mL de “água dura” em um tubo de ensaio. Aquecer até a ebulição. Deixe esfriar, filtre
e compare com a “água dura” colocada em outro tubo. Anotar o que você observou.
2. Colocar em um tubo de ensaio “água dura” e em outro tubo água destilada. Adicionar a ambos 3
mL de água contendo Ba(OH)2. Observar e anotar.
3. Em 2 tubos de ensaio, adicionar a um deles “água dura” e ao outro tubo água destilada.
Adicionar a ambos, gota a gota, uma solução de detergente líquido, agitar os tubos após cada
adição. Observar o número de gotas necessárias para produzir a espuma permanente nos dois
tubos. Anotar e tirar as suas conclusões.
4. Colocar em dois tubos “água dura” e água destilada. Acrescentar a ambos 2 ou 3 gotas de
fenolftaleína. Observar e concluir.

pH: é um termo utilizado universalmente para expressar a intensidade da condição ácida ou alcalina
de uma solução, mais precisamente, é um modo de se expressar a “concentração hidrogêno-iônica”.
O valor do pH, que é um reflexo da concentração de íons H+, tem influência sobre várias reações
químicas e metabólicas nos organismos vivos, influenciando por exemplo à eficiência dos reatores
biológicos de tratamento de esgotos. Além disso o pH pode aumentar a velocidade de corrosão de
metais. O valor do pH pode ser verificado de modo instrumental, ou por meio de indicadores
colorimétricos. Consulte o professor para saber como fazer essa avaliação.

Cor: na água se deve a ocorrência de sais metálicos, como sais de ferro e manganês e ainda a
presença de matérias húmicas, algas, plantas aquáticas, protozoários e ainda resíduos de origem
sanitária e/ou industrial. No caso de abastecimento público, um alto valor na cor certamente
resultará na rejeição da água pela população, mesmo que seja uma água isenta de microrganismos
patogênicos e compostos tóxicos. Águas com cor podem ainda provocar o aparecimento de manchas
em roupas durante o processo de lavagem e também comprometer processos industriais. Do ponto
de vista ambiental, em mananciais que apresentam cor a entrada de luz é atenuada, o que pode
comprometer os processos de fotossíntese na coluna d’água. Consulte o professor para saber como
avaliar a cor de uma amostra de água.

Turbidez: é causada pela presença de partículas em suspensão e coloidais, tais como argila, matéria
orgânica, plâncton, colônias de microrganismos, carbonato de cálcio, etc. Tais partículas podem ter
origem em processos de erosão, lixiviação do solo, despejos industriais e sanitários. A água sem
turbidez é importante não só pelo aspecto estético, como também para o consumo humano e usos

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industriais, onde a sua presença pode ser deletéria a processos de fabricação de bebidas, papel e
tecidos. A sua presença pode ainda significar um comprometimento da eficiência dos processos de
desinfecção da água. Discuta com o professor as alternativas para avaliação da turbidez.

Questões:
1. Como transformar a água captada em um manancial em água potável?
2. Qual a diferença entre água potável e água destilada?
3. Qual a diferença entre água destilada e água deionizada?
4. Para que são usados o Al2(SO4)3 e o Na2CO3 no tratamento da água?
5. Por que é necessária a correção do pH no tratamento da água?
6. Qual a função da floculação?
7. O que é água dura e água mole? O que causa a dureza da água?
8. Mostre utilizando equações químicas, o que ocorre quando a dureza da água é reduzida
utilizando fervura.
9. Escreva as reações químicas entre a água com dureza temporária (contendo cálcio e/ou magnésio
na forma de bicarbonato) e os amolecedores NaOH e Na3PO4.
10. Considere uma água dura de dureza permanente (contendo cálcio e/ou magnésio na forma de
cloreto, nitrato e sulfato). Escreva a reação química que ocorre entre o sulfato de magnésio e os
abrandadores carbonato de sódio e fosfato de sódio.
11. Por que a água dura não é adequada para processos de lavagem? Por que a água dura pode
provocar a explosão de uma caldeira ou de um aquecedor a gás? Como isto pode ser evitado?
12. Comente sobre a importância do abastecimento de água em um projeto de construção civil de
pequeno porte (por exemplo, residência) e em um de grande porte (por exemplo, usina
hidroelétrica)?

Referências bibliográficas:
1. U.S. Environmental Protection Agency. Office of Ground Water and Drinking Water (EPA 810-
F95-004) "EPA Environmental Education World Wide Web site
http://www.epa.gov/OGWDW/kids/exper.html
2. Apostila de Química Geral do Curso de Química Utilizada até 1999 no ICBQ – PUC-Campinas.
3. Apostila do Curso Química e Meio Ambiente, ministrado pelo Prof. Dr. Marco Tadeu Grassi, no
Departamento de Química da Universidade Federal do Paraná.
4. Apostila do Curso de Laboratório de Saneamento, ministrado pelo Prof. Dr. Edson A.A. Nour, na
FEC/UNICAMP.

20
FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS
EXPERIMENTO 05: INVESTIGANDO A PRODUÇÃO DO DIÓXIDO DE
CARBONO E A CHUVA ÁCIDA
Objetivos específicos: avaliar as condições que propiciam a formação de chuvas ácidas, bem como
a sua influência na degradação de materiais a elas expostos. Compreender o
mecanismo de produção de CO2 a partir de reações ácido-base envolvendo
carbonatos e bicarbonatos, observar a atuação do CO2 como agente extintor
de chamas e refletir a respeito do papel do CO2 no meio ambiente.
Introdução teórica:
O dióxido de carbono: o CO2 é um gás que existe na atmosfera em uma concentração de
aproximadamente 360 partes por milhão. É um gás muito importante dentro do ciclo do carbono,
uma vez que é a partir dele que se dá o fenômeno conhecido como produção primária, ou seja, a
transformação do CO2 em matéria orgânica. Essa reação ocorre na presença de luz e de água. É
assim que a reação de fotossíntese permite que as plantas cresçam. Do mesmo modo, alguns
microrganismos se desenvolvem no ambiente aquático, dando origem à cadeia alimentar.1
O CO2 atmosférico é proveniente das mais diversas fontes, tais como mecanismos de
respiração dos organismos, decomposição da matéria orgânica, incineradores, processos de queima
em geral e, principalmente queima de combustíveis fósseis. Os combustíveis fósseis, como o carvão
e o petróleo, são resultado da energia solar, que interagindo com o CO2 da atmosfera, resultou em
matéria orgânica e esta, por uma série de processos, que levaram milhões de anos, em reservatórios
de gás natural, carvão e petróleo, dentre outros materiais que hoje são usados como fonte de energia.
Como a demanda por energia intensificou-se muito após a revolução industrial, uma larga extensão
destes combustíveis tem sido queimada, o que implicou em um aumento significativo da
concentração do CO2 atmosférico, bem como de poluentes gerados no processo de combustão.
A conseqüência de maior impacto ambiental relacionada a emissão de CO2 é o efeito estufa, uma
vez que o dióxido de carbono tem a capacidade de absorver parte da radiação solar incidente e
dissipá-la na atmosfera na forma de calor. Normalmente essa radiação, em condições de menor
concentração de CO2 seria refletida para fora da atmosfera sem maiores conseqüências. A absorção
da radiação implica em aumento da temperatura global, descongelamento de parte da calota polar e
elevação do nível d’água dos oceanos, aumento da umidade em algumas áreas, implicando em secas
em outras, bem como interferência nas estações do ano. Na aula de hoje iremos estudar um pouco do
comportamento químico do CO2, uma espécie que como se viu, está ligada a um dos impactos
ambientais de maior importância que se vivência atualmente e que está classificado no rol das
mudanças globais.1
Um dos problemas ambientais mais graves que muitas regiões do mundo vem enfrentando
atualmente é a chuva ácida. Este termo genérico abrange vários fenômenos, como a neblina ácida e
a neve ácida, todos relacionados a precipitações substanciais de ácidos. A chuva ácida traz
conseqüências ecológicas danosas e a presença de partículas ácidas no ar também tem efeitos na
saúde humana.1
O fenômeno da chuva ácida foi descoberto na Grã-Bretanha, em meados de 1800, mas
permaneceu esquecido até os anos 50. Ele refere-se à precipitação mais ácida do que a chuva natural
(não-poluída), ligeiramente ácida pela presença de dióxido de carbono atmosférico dissolvido (sob a
forma de ácido carbônico, em parte dissociado):
CO2 (g) + H2O (l) H2CO3 (aq) (1)
- +
H2CO3 HCO3 + H (2)
Devido a esta fonte de acidez, o pH da chuva natural, não-poluída, é em torno de 5,6. Apenas as
chuvas com pH abaixo de 5 são consideradas como chuvas ácidas. Ácidos fortes, como o HCl,
liberados em erupções vulcânicas podem produzir temporariamente chuvas ácidas “naturais” em
regiões como o Alasca e a Nova Zelândia.1

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FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS
Os ácidos predominantes na chuva ácida são o ácido sulfúrico (H2SO4) e o ácido nítrico
(HNO3). Em termos gerais, a chuva ácida precipita-se, segundo e direção dos ventos, em locais
distantes das fontes dos poluentes primários, isto é, o dióxido de enxofre (SO2) e os óxidos de
nitrogênio (NOx). Os ácidos são gerados durante o transporte da massa de ar que contém os
poluentes. Deste modo, a chuva ácida é um problema de poluição que não respeita fronteiras, em
razão do deslocamento a grandes distâncias dos poluentes atmosféricos.
As fontes da poluição por dióxido de enxofre: uma escala global, a maior parte do SO2 é
produzida por vulcões e pela oxidação de gases sulfurados produzidos pela decomposição de
plantas. Em virtude deste dióxido de enxofre “natural” ser lançado na atmosfera em grandes
altitudes ou distante de centros urbanos, a concentração residual do gás no ar puro é de cerca de 1
ppb. Contudo, uma quantidade mensurável de dióxido de enxofre superficial é emitida atualmente
no ar troposférico, sobretudo no hemisfério norte. A principal fonte antrópica (causada pelo homem)
de SO2 é a combustão de carvão, um sólido que, dependendo da área geográfica de onde é extraído,
contém de 1 a 9% de enxofre. Em muitos países, o principal emprego do carvão é na geração de
eletricidade. Usualmente, metade ou mais do enxofre é aprisionado sob a forma de “inclusões” na
composição mineral do carvão. Se o carvão é pulverizado antes da combustão, este tipo de enxofre
pode ser removido por classificação mecânica (diferenças de densidades). O restante do enxofre,
que usualmente esta presente em quantidades de cerca de 1 0,5% da massa de carvão, está ligado à
estrutura do carvão sólido e não pode ser removido sem a aplicação de um processo oneroso.
O enxofre está presente em teores de alguns porcentos no petróleo cru, mas é reduzido para
níveis de apenas algumas centenas de ppm em produtos como a gasolina. A indústria do petróleo
emite dióxido de enxofre no ar diretamente como SO2, ou indiretamente como H2S, quando o
petróleo é refinado e o gás natural é purificado, antes da distribuição. Com efeito, o componente
predominante nos poços produtores de gás natural é algumas vezes o H2S, em lugar do CH4. O H2S
pode ser reduzido a enxofre elementar pela reação de Claus.
Grandes fontes pontuais de SO2 (locais específicos que emitem uma grande quantidade de
poluentes) estão associadas à indústria de extração de metais não-ferrosos, durante a conversão do
minério em metais puros. Muitos metais valiosos e úteis, como o cobre e o níquel, ocorrem na
natureza sob a forma de minérios à base de sulfeto. No primeiro estágio de sua conversão para
metais puros, eles são usualmente queimados em ar para a remoção do enxofre, que é convertido em
SO2, com freqüência liberado no ar. Por exemplo:
2 NiS (s) + 3 O2 (g) 2 NiO (s) + 2 SO2 (g) (3)
sulfeto de níquel óxido de níquel dióxido de enxofre
Minérios, como o sulfeto de cobre, podem ser fundidos em um processo que utiliza oxigênio
puro introduzido sob pressão em uma câmara de fusão, e o dióxido de enxofre obtido em alta
concentração nesta reação, é liquefeito e vendido como subproduto. A concentração de SO2 nos
gases residuais presentes no processo de aquecimento (como o usado para o níquel) é alta, o que
torna viável a passagem do gás sobre um catalisador para promover a sua oxidação a trióxido de
enxofre, ao qual é adicionada água produzindo ácido sulfúrico comercial:
2 SO2 (g) + O2 (g) 2 SO3 (g) (4)
SO3 (g) + H2O (l) H2SO4 (aq) (5)
Quando o dióxido de enxofre emitido encontra-se diluído, como no caso das emissões das
usinas termelétricas para geração de energia, sua extração por oxidação não é viável. Então o SO2
gasoso é removido por meio de uma reação ácido-base entre o gás e o carbonato de cálcio (calcário,
CaCO3) ou o óxido de cálcio (cal, CaO) na forma de sólidos úmidos pulverizados. Cerca de 90%
dos gases podem ser removidos por este processo de lavagem, mais formalmente conhecido como
dessulfurização de gasoduto. O produto é uma pasta de sulfito e sulfato de cálcio, sendo
habitualmente enterrado em aterros sanitários. As reações são as seguintes:
CaCO3 + SO2 CaSO3 + CO2 (6)
2CaCO3 + O2 2 CaSO4 (7)

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Em outras operações, o dióxido de enxofre é capturado pelo uso de pastas de sulfito de sódio ou
óxido de magnésio, e estes compostos originais e o SO2 gasoso concentrado são posteriormente
regenerados por decomposição térmica do produto.1
Recentemente, têm sido desenvolvidas tecnologias limpas de uso do carvão, por meio das
quais o carvão pode ser utilizado de modo mais limpo e, freqüentemente, com maior eficiência. Na
limpeza por pré-combustão, o carvão tem o enxofre contido em seu teor mineral, usualmente sob a
forma de pirita (FeS), que pode ser removida por diferença de densidade após a moagem do carvão.
Também podem ser utilizadas culturas de bactérias de “comem” o enxofre orgânico ou, por via
química, uma lavagem a quente com soluções de soda diluídas. Na limpeza durante a combustão,
as condições e combustão podem ser ajustadas para reduzir a formação de poluentes, ou substâncias
absorventes podem ser injetadas juntamente com o carvão, para capturar os poluentes à medida que
são formados. Algumas das técnicas avançadas usadas na limpeza pós-combustão, como o uso do
óxido de cálcio granulado e de soluções de sulfito, já foram descritas. Na conversão de carvão, o
combustível é primeiramente gaseificado por reação com vapor, a mistura de gases é tratada para a
retirada dos poluentes e o gás limpo é queimado em uma turbina para gerar eletricidade.1
Materiais e reagentes:
02 vidros de relógio 01 espátula de metal
Papel de tornassol azul e rosa 03 béqueres de 50 ou 100 mL
Pétalas de flores 01 pipeta graduada de 5 mL
01 frasco de boca larga com tampa (500 mL) 01 pinça metálica
01 fio de cobre (~15 cm) Enxofre em pó
01 cadinho de porcelana Pó de mármore
01 triângulo de porcelana Fita de magnésio (~1,5 a 2 cm)
01 bico de bunsen e tripé Pedaços de fio de cobre
Fósforos Solução de HCl diluído
02 tubos de ensaio Solução de metilorange
01 erlenmeyer de 250 mL Solução de Ca(OH)2
01 rolha com tubo de vidro 90o e mangueira Solução de NaHCO3 20% m/v
01 cápsula de porcelana Solução de H2SO4 10% v/v
Etanol
Procedimento experimental:
1a. Parte: Geração de CO2
1. Colocar cerca de 3 g de pó de mármore no interior do erlenmeyer de 250 mL. Adicionar cerca de
25 mL de ácido clorídrico diluído ao interior do erlenmeyer e, rapidamente, tampar o
erlenmeyer com a rolha de borracha com o tubo de vidro e mangueira (ver o esquema da Figura
5.1.)

Figura 5.1 – Esquema da montagem de um sistema para geração de CO2 a partir de pó de mármore.

23
FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS
2. Borbulhar o CO2 em um tubo de ensaio preenchido até a sua metade com água destilada.
Adicionar algumas gotas de uma solução de metilorange e verificar se o CO2 é um óxido ácido
ou básico.
3. Em outro tubo de ensaio contendo “água de cal” (solução de Ca(OH)2), borbulhar o CO2 gerado.
Explicar o que ocorre.
4. Em um béquer de 100 mL, colocar “água de cal” até mais ou menos 1/3 de sua capacidade.
Usando uma pipeta, assoprar na solução. Qual a relação entre o que ocorre agora, com o que foi
observado no item 3?

3a. Parte: Estudando o princípio de um extintor de incêndios de CO2


1. Em um erlenmeyer de 250 mL colocar a solução de NaHCO3 20% m/v, até uma altura de 2cm.
Com auxílio de uma pinça e cuidadosamente, introduzir no interior do erlenmeyer, um pequeno
frasco contento H2SO4 10% v/v. Cuidar para que as duas soluções não se misturem durante a
montagem. A solução de bicarbonato de sódio deverá ficar abaixo da boca do frasco contendo
ácido sulfúrico. Rapidamente, fechar o erlenmeyer com uma rolha de borracha contendo um
tudo de vidro dobrado e com a mangueira. A Figura 5.2 mostra um esquema da aparelhagem.

Figura 5.2 – Esquema da montagem do sistema para geração de CO2 a partir de NaHCO3.
2. Em uma cápsula de porcelana, queimar 2 mL de álcool etílico. Virar o erlenmeyer com cuidado,
de modo a que as duas soluções entrem em contato e aproximar a extremidade da mangueira do
frasco por onde sai o CO2 liberado, da chama de álcool em combustão, Descrever o que ocorre
com a chama. É correto afirmar que o CO2 é combustível? É correto afirmar que o CO2 é
comburente?

2a. Parte: Chuva ácida produzida pelo SO2


1. Colocar algumas gotas de água destilada em um vidro de relógio e adicionar um papel azul de
tornassol. Observar se há mudança na cor do papel.
2. Sobre o mesmo vidro de relógio usado no item 1, colocar uma pequena porção de enxofre com
um pouco de água destilada. Colocar um papel de tornassol azul sobre o enxofre umedecido.
Observar a cor do papel.
3. Repetir o ensaio anterior, usando uma pétala de flor colorida como indicador, em lugar do
tornassol. Observar a cor da pétala.
4. Em um frasco de boca larga com tampa (tipo de café instantâneo), prender na parte interna, um
fio de cobre com um papel de tornassol azul umedecido em água destilada e uma pétala de flor
colorida (Figura 5.3.).
5. Em um cadinho, aquecer uma pequena porção de enxofre e quando este começar a fundir,
introduzir o cadinho no interior do frasco, usando uma pinça metálica (tenaz).
6. Cobrir o frasco com um vidro de relógio ou com uma placa de Petri. Aguardar cerca de 10
minutos e observar as alterações no papel de tornassol e na pétala.

24
FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS

fio de
cobre frasco
de vidro
papel de
tornassol
azul
cadinho
pétala com
de flor enxofre

Figura 5.3 – Representação esquemática do sistema para simulação de chuva ácida.


7. Retirar todo o material de dentro do frasco e rapidamente adicionar 40 mL de água destilada.
Fechar o frasco e agitar, de modo a que a atmosfera interna do frasco tenha contato com a água.
8. Colocar um fragmento ou uma porção de pó de mármore, um fragmento de magnésio e um papel
de tornassol azul, respectivamente em três copos de béquer de 50 ou 100 mL. Com uma pipeta
volumétrica de 5 mL, retirar uma amostra da água do interior do frasco de 250 mL e colocar
sobre as três amostras que estão no interior dos copos de béquer. Explicar as suas observações.
Questões:
1. Discutir a relação existente entre a pétala de flor e o papel tornassol, que foram utilizados como
indicadores.
2. Observando o que ocorreu com o mármore, com o magnésio e com a pétala de flor, quais as
conseqüências das chuvas ácidas? Escrever as reações que podem produzir chuva ácida a partir
de óxidos de nitrogênio e óxidos de enxofre.
3. Por que as regiões onde existem usinas termoelétricas para geração de energia podem apresentar
chuvas ácidas?
4. Discutir a importância da existência de programas de monitoração ambiental com técnicas
bastante sensíveis a mudanças de pH das chuvas, levando em conta os dados da Figura 5.4.

80

70
Emissões de SO2 (M ton)

60

50

40

30

20
1930 1955 1980 2005
Ano

Figura 5.4 – Emissão global de dióxido de enxofre. Fonte: Baird, 2000.

25
FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS
5. Discutir a relação entre as duas Figuras 5.5 e 5.6, a seguir apresentadas, bem como o contexto
histórico e econômico em que se inserem.

Em issão de CO 2 (G ton de carbono)


6

0
1850 1900 1950 2000
Ano

Figura 5.5 – Emissão global de dióxido de carbono. Fonte: Baird, 2000.

2,5
Variação média de temperatura ('C)

2,0

1,5

1,0

0,5

0,0
2000 2020 2040 2060 2080 2100

Ano

Figura 5.6 – Aumento de temperatura projetado para o próximo século (estimativa média).
Fonte: Baird, 2000.
6. A Figura 5.6 mostra uma projeção para um cenário futuro de aumento da temperatura global e
conseqüente aumento no nível das águas oceânicas. O que podemos fazer para minimizar este
impacto ambiental? Quais as atitudes que podem ser tomadas por países do hemisfério sul e do
hemisfério norte?

Referências bibliográficas:
1. BAIRD, C. (RECIO, M.A.L.; CARRERA, L.C.M; GRASSI, M.T. Tradutores). Química
Ambiental. 2 ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. 622 p.

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FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS
EXPERIMENTO 06 - VISUALIZANDO E CRESCENDO CRISTAIS

Objetivos gerais: visualizar algumas estruturas cristalinas básicas de compostos iônicos e metais,
observar os tipos de defeitos cristalinos e a influência do tempo e da
temperatura de cristalização sobre o tamanho dos grãos cristalinos.

Introdução teórica:
Os minerais são compostos, na sua maior parte, por substâncias iônicas cristalinas. As
estruturas cristalinas são caracterizadas por um arranjo interno ordenado de íons, átomos ou
moléculas. A forma externa do mineral pode ou não refletir esta estrutura ordenada. Se o mineral
está sob a forma de um cristal, esta sua forma externa reflete a sua estrutura interna. O quartzo é
encontrado comumente sob a forma de cristais ou como peças fraturadas que não possuem formas
cristalinas.
As rochas são compostas por grãos de minerais. Algumas rochas sedimentares contêm, ou
são compostas completamente, de minerais que cristalizam a partir da água do mar (com elevada
concentração de sais) como, por exemplo, a gipsita e o sal rocha. As rochas ígneas são aquelas que
se solidificam a partir do material fundido. O tamanho dos grãos (cristais) nas rochas ígneas é
controlado pela taxa de resfriamento. Se um magma (o material fundido) é resfriado lentamente, os
cristais irão crescer até um tamanho visível, resultando na textura de grãos característica dos
granitos, por exemplo. Se o magma é resfriado rapidamente (na superfície ou perto da superfície da
crosta terrestre), os cristais serão muito pequenos, resultando em rochas com uma estrutura fina,
como os basaltos, por exemplo.
A mesma coisa ocorre durante o processamento dos metais. Existe uma influência da
velocidade de resfriamento do metal fundido sobre o tamanho dos grãos cristalinos.
Defeitos em um retículo cristalino: os defeitos mais comuns em um retículo cristalino são as
vacâncias e os deslocamentos. As vacâncias correspondem à falta de um átomo, íon ou molécula em
um dos pontos do retículo cristalino e os deslocamentos são defeitos lineares no interior do retículo
cristalino, em que o alinhamento dos átomos, íons ou moléculas sofre uma distorção (Figura 6.1).
Geralmente, a presença destes defeitos governa muitas propriedades dos materiais, incluindo-se o
seu comportamento plástico, a dureza e a ductilidade.
O retículo cristalino na vizinhança de um deslocamento fica distorcido e isto leva a um
rearranjo na superfície do cristal. Assim, os deslocamentos, embora iniciados no interior dos cristais,
podem ser vistos na superfície dos cristais.

Figura 6.1 – Esquema mostrando o defeito cristalino de deslocamento no interior de um cristal.

Um deslocamento é caracterizado pelo seu vetor de Burgers: se você tentar fazer um


quadrado ou losango (dependendo do tipo de retículo cristalino) sobre os átomos da superfície de
um cristal que apresenta um deslocamento, contando os átomos em cada uma das direções
desejadas, não vai conseguir fechar a figura geométrica, voltando exatamente ao mesmo átomo onde
começou (observar a Figura 6.2).

27
FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS

Figura 6.2 – Imagem de microscopia de tunelamento de uma superfície de um cristal, cada esfera
corresponde a um átomo do material. A imagem mostra a construção do vetor de
Burgers em uma região da amostra que contém um deslocamento.
Fonte: Institut für Allgemeine Physik, TU Wien.

Materiais e reagentes:
20 bolas de isopor com ~4 cm vermelhas 01 placa de aquecimento
06 bolas de isopor com ~4 cm azuis 01 termômetro
16 palitos redondos (de dente) de madeira 01 m de linha de costura (espessura min. 60)
01 placa de Petri (~15 cm ) 02 palitos (de sorvete) de madeira
50 bolinhas de vidro de ~2 cm 01 bandeja de plástico com gelo
02 copos de béquer de 100 mL 01 tira de perfex com 2 x 40 cm
02 espátulas metálicas Sulfato duplo de alumínio e potássio comercial
02 baguetas de vidro Sulfato de cobre
04 copos de béquer de 50 mL Bicarbonato de sódio
02 frascos de 250 mL Amostras de quartzo, basalto, granito
Procedimento experimental:
1a. Parte: Visualizando os empacotamentos hexagonal e cúbico de face centrada
1. Cada uma das bolas de isopor representa um átomo e cada palito representa uma ligação entre
átomos. Conectar 10 bolas de isopor vermelhas com os palitos formando um triângulo eqüilátero
com 4 “átomos” na base (camada A). Esta será a primeira camada do modelo de empacotamento
do cristal. Desenhar um diagrama do arranjo dos átomos da camada A. Utilizar as outras 10 bolas
de isopor vermelhas para formar uma segunda camada A.
2. Prender outras 6 bolas de isopor azuis com os palitos, formando um outro triângulo eqüilátero
com 3 “átomos” na base (camada B). Esta será a segunda camada do modelo do cristal.
Desenhar um diagrama com o arranjo dos átomos da camada B.
3. Colocar a camada B sobre a primeira camada A, de modo que os “átomos” da segunda camada
fiquem entre os “átomos” da primeira camada. Observar, que isto cria um empacotamento com a
maior proximidade possível entre os “átomos” das duas camadas.
4. A segunda camada A pode ser colocada sobre a camada B em duas posições diferentes. Na
primeira, os “átomos” da segunda camada A são colocados exatamente sobre a posição dos
“átomos” da primeira camada A. Este tipo de arranjo é conhecido como ABABAB e corresponde
ao empacotamento hexagonal (HCP). A segunda camada A também pode ser colocada sobre a
camada B, de modo que os seus “átomos” não fiquem exatamente sobre os “átomos” da primeira
camada A. Este tipo de arranjo é conhecido como ABCABC e corresponde a um cristal com
empacotamento cúbico de face centrada (FCC). Tentar os dois tipos de arranjo com a segunda
camada A.

2a. Parte: Visualizando os defeitos cristalinos

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FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS
1. Cada bolinha de vidro representa um átomo. Colocar as bolinhas de vidro dentro da placa de
Petri e movimentar (para frente e para trás) a placa de Petri sobre a bancada para mover os
“átomos”. Esta etapa simula o movimento dos átomos em um sistema aquecido.
2. Reduzir o movimento da placa de Petri até a parada completa. Esta etapa representa a formação
de um cristal. Observar o arranjo dos “átomos”, verificando a presença de defeitos cristalinos
como as vacâncias e os deslocamentos. Desenhar um esquema representando o arranjo dos
“átomos” em uma região onde ocorreu uma vacância e em uma região onde ocorreu um
deslocamento.
3a. Parte: Crescendo cristais
1. Numerar os dois copos de béquer de 100 mL (usar canetas de retroprojetor ou etiquetas) e
colocar cerca de 50 mL de água em cada um deles. Posicionar os copos sobre a placa de
aquecimento e aquecer a água até uma temperatura de cerca de 80 a 90oC.
2. Adicionar, com o auxílio de uma espátula, uma pequena quantidade de alúmen ao béquer
número 1. Usar a bagueta de vidro para agitar a solução até que os sólidos tenham sido
dissolvidos. Repetir as adições de alúmen e a agitação, até que não seja mais possível dissolver
todo o sólido.
3. Adicionar, com o auxílio de uma espátula, uma pequena quantidade de sulfato de cobre ao
béquer número 2. Usar a bagueta de vidro para agitar a solução até que os sólidos tenham sido
dissolvidos. Repetir as adições de sulfato de cobre e a agitação, até que não seja mais possível
dissolver todo o sólido.
4. Identificar os quatro copos de béquer de 50 mL, usando as letras de A até D e a identificação do
grupo.
5. Adicionar cerca de 25 mL da solução límpida de alúmen aos copos de béquer de 50 mL
identificados como A e B. Colocar o copo A para resfriar sobre a bancada (resfriamento lento).
Colocar o copo B para resfriar em uma bandeja de plástico com gelo (resfriamento rápido). Não
agitar as soluções.
6. Adicionar cerca de 25 mL da solução límpida de sulfato de cobre aos copos de béquer de 50 mL
identificados como C e D. Colocar o copo C para resfriar sobre a bancada (resfriamento lento).
Colocar o copo D para resfriar em uma bandeja de plástico com gelo (resfriamento rápido). Não
agitar as soluções.
7. Observar as diferenças na precipitação e no crescimento dos cristais de alúmen e de sulfato de
cobre, em função da velocidade de resfriamento, durante pelo menos 30 minutos.
8. Usando a espátula, retirar alguns dos cristais formados e escolher o maior cristal de cada tipo.
Usando a linha prender um cristal de alúmen e outro de sulfato de cobre.
9. Agitar vigorosamente as soluções dos copos de béquer A e C, para re-dissolver uma parte dos
cristais formados. Prender a outra ponta da linha com os cristais no centro de um palito de
sorvete. Inserir cuidadosamente o cristal “semente” na solução, o cristal de alúmen no copo A e
o de sulfato de cobre no copo C (ver a Figura 6.3). Deixar em repouso até a próxima aula.

Figura 6.3 – Esquema da montagem para o crescimento dos cristais de alúmen e de sulfato de
cobre.
3a. Parte: Criando estalactites e estalagmites

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FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS
1. Identificar (com o nome do grupo) os dois frascos de 100 mL, adicionar cerca de 60 mL de água
quente em cada frasco. Colocar cerca de 5 g de carbonato de sódio em cada frasco, agitar com a
bagueta de vidro até a dissolução dos cristais da maior parte dos cristais.
2. Colocar os dois frascos no interior da caixa de plástico e mergulhar a tira de perfex entre os dois
frascos, de acordo com o esquema da Figura 6.4. A tira de pano começará a gotejar e as
“formações” começarão a crescer. Tampar a caixa plástica e deixar em repouso até a próxima
aula e, então, observar os resultados.

Figura 6.4 – Esquema da montagem para o crescimento das estalactites de carbonato de sódio.

Resultados:
1a. Parte: Visualizando os empacotamentos hexagonal e cúbico de face centrada
Diagrama dos “átomos” da camada A Diagrama dos “átomos” da camada B

2a. Parte: Visualizando os defeitos cristalinos


Arranjo dos “átomos” em uma vacância Arranjo dos “átomos” em um deslocamento

3.a Parte: Crescendo cristais


Alúmen (sulfato duplo de Sulfato de cobre

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alumínio e potássio)
Aspecto inicial da solução
quente

Aspecto dos cristais formados


por resfriamento lento (na
bancada)
Aspecto dos cristais formados
por resfriamento rápido (no
gelo)
Influência da velocidade de
resfriamento no tamanho dos
cristais
Aspecto dos cristais formados
em presença da “semente”
(após 7 dias)

4a. Parte: Criando estalactites e estalagmites


Aspecto inicial do sistema Aspecto final do sistema: houve a formação
de estalactites e/ou de etalagmites?

Questões:
1. Qual o empacotamento cristalino é mais denso o cúbico de corpo centrado ou o hexagonal? Qual
a diferença entre eles?
2. Quais são os defeitos cristalinos mais comuns e qual a influência dos defeitos sobre as
propriedades mecânicas e de resistência à corrosão de um material?
3. O que é uma liga metálica?
4. Qual a influência de um tratamento térmico como a “têmpera” (o metal aquecido é resfriado
rapidamente, muitas vezes em um banho de óleo) sobre a estrutura dos cristais de um metal?
5. Quais elementos e em quais proporções estes elementos são adicionados ao ferro para a obtenção
de um aço carbono e de um aço inox?

Referências bibliográficas:
1. SITE do Institut für Allgemeine Physik, TU Wien na INTERNET.
2. RUSSEL, J.B.: Química Geral, 2 ed., 2 v., Makron Books, São Paulo, 1994.
3. VAN VLACK, L.H. Princípios de Ciência e Tecnologia dos Materiais, 4 ed. , Rio de
Janeiro: Campus, 1994.

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EXPERIMENTO 7: UM RETIFICADOR QUÍMICO - CONVERSÃO AC/DC

Objetivos específicos: construir uma célula retificadora com uma pilha eletroquímica, verificar a
ocorrência de eletrólise com a aplicação de corrente contínua e alternada,
montar uma pilha eletroquímica e verificar a influência da pilha
eletroquímica no circuito elétrico

Introdução teórica:
Uma célula eletroquímica pode ser utilizada para retificar uma corrente alternada, ou seja
convertê-la para corrente contínua. No final do Séc. XIX foi descoberto que certos metais são
eletrodos não-reversíveis. A corrente pode passar em apenas uma direção nestes eletrodos, e a sua
intensidade é restringida por uma camada de óxido que se forma em um dos eletrodos.
Os primeiros circuitos elétricos, que utilizaram este fenômeno para retificar uma corrente
alternada, continham uma lâmina de alumínio como cátodo e grafite, ferro ou chumbo como ânodo.
Uma solução de um borato, citrato ou tartarato alcalinos freqüentemente servia como eletrólito. Os
retificadores de alumínio tiveram seu uso limitado, uma vez que a camada de óxido, formada na
superfície do alumínio metálico, gradualmente tornava-se mais espessa, causando um aumento na
resistência da célula. Estes retificadores eletrolíticos foram substituídos por sistemas mais eficientes
que, atualmente, empregam semicondutores.

Materiais e reagentes:
01 fita de alumínio 01 circuito elétrico com lâmpada
01 fita de cobre KI 1,0 M
01 bloco de madeira Fenolftaleína
01 béquer de 250 mL tetraborato de sódio (40 g/L)
01 béquer de 100 mL elásticos
01 tubo em U 02 eletrodos de C
01 garra para bureta 4 jacarés.
01 suporte universal

Procedimento experimental:
1a. Parte: Montagem da pilha eletroquímica
1. Prender as lâminas de alumínio e de cobre a um pedaço de madeira, com o auxílio de elásticos.
2. Ajustar a altura das fitas, de modo que elas toquem o fundo do béquer de 250 mL.
3. Adicionar ao béquer cerca de 100 mL da solução de tetraborato de sódio.

Figura 7.1 – Esquema da montagem da pilha eletroquímica.

2a. Parte: Montagem da célula eletrolítica

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1. Em um béquer de 100 mL, adicionar cerca de 50 mL da solução de KI 1,0 M e duas gotas de
fenolftaleína.
2. Preencher o tubo em U com a solução de KI + fenolftaleína, deixando cerca de 2 cm vazios de
cada lado do tubo.
3. Conectar o sistema elétrico conforme figura ao lado, mantendo os eletrodos de carbono
mergulhados na solução contido no tubo em U.
4. Ligar o sistema à rede 110 V e observar: a intensidade luminosa da lâmpada e a ocorrência de
alguma alteração visual na solução do tubo em U.
5. Desligar o sistema.

Figura 7.2 – Esquema da montagem da célula eletrolítica.

3a. Parte: Retificador químico


1. Inserir no sistema a pilha eletroquímica preparada na 1ª Parte, conforme figura ao lado.
2. Ligar o sistema à rede 110 V e observar durante 10 min: a intensidade luminosa da lâmpada e a
ocorrência de alguma alteração visual na solução do tubo em U.
3. Desligar o sistema.
4. Inverter as posições de ligação dos jacarés conectados às placas de alumínio e cobre e religar o
sistema.
5. Ligar o sistema à rede 110 V e fazer novamente todas as observações dentro do prazo de 15 min.
6. Desligar o sistema.

Figura 7.3 – Esquema da montagem do retificador químico.

Questões:
1. Descrever todas as observações efetuadas, relacionando-as com as alterações químicas do meio
reacional. Indicar as equações químicas representativas do processo.

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EXPERIMENTO 08 - OBSERVANDO PADRÕES DE CAMPO MAGNÉTICO E
AVALIANDO PROPRIEDADES MECÂNICAS DE METAIS

Objetivos específicos: demonstrar os padrões formados por fibras de ferro- (ferromagnético) sob
um campo magnético e medir as propriedades elásticas e/ou plásticas de
alguns metais.

Introdução teórica:
Fibras de ferro- possuem propriedades magnéticas e se alinham sob influência de campos
magnéticos fortes. este efeito pode ser usado para observar a forma do campo magnético. Um efeito
similar ocorre junto aos campos elétricos criados por altas voltagens e pela eletricidade estática.
Em contraste com a maioria dos outros metais, que geralmente apresentam apenas uma única
forma cristalográfica, o ferro (Fe) pode se encontrar em dois tipos de arranjos cristalinos: o cúbico
de corpo centrado (BCC), quando é chamado de ferro- ou ferrita e o cúbico de face centrada
(FCC), quando é chamado de ferro- ou austenita. Estas duas estruturas apresentam átomos de ferro
em cada um dos cantos do cubo, porém o cristal do tipo BCC possui átomos de ferro também no
centro do cubo, enquanto o cristal do tipo FCC possui átomos adicionais de ferro nas faces do cubo
e não no centro A face (100) da superfície de um cristal cúbico de face centrada (FCC) é composta
de quadrados perfeitos (com ângulos de 90o entre as duas direções dos átomos), já no caso da face
(110) da superfície de um cristal cúbico de corpo centrado (BCC) as direções dos átomos formam
um zig-zag com ângulos de aproximadamente 76o (Figura 8.1).1

Figura 8. 1 – Esquema representando o arranjo dos átomos em cristais cúbicos de corpo e de face
centrada e as faces características de cada tipo de cristal.
Fonte: Institut für Allgemeine Physik, TU Wien.

Estrutura e magnetismo: nas condições ambientais, o ferro puro sob a forma cúbica de
corpo centrado (BCC) é ferromagnético, isto é, pode ser magnetizado e é fortemente atraído por
imãs. Este comportamento se mantém até cerca de 770 oC. Acima de 920 oC, a estrutura do ferro
torna-se cúbica de face centrada (FCC) e paramagnética.1
Transformação de fase FCC-BCC: filmes finos de ferro depositados sobre um substrato de
cobre cristalino com orientação (100), com uma espessura de poucas camadas de átomos, são
formados com uma orientação FCC (repetindo a orientação do substrato) e, portanto, não são
ferromagnéticos. Porém, a medida em que a espessura do filme é aumentada (até 10 camadas de
átomos), forma-se uma fase intermediária com uma estrutura BCC distorcida e, finalmente, o as

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FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS
camadas superficiais do filme de ferro adquirem a orientação BCC verdadeira. Esta transformação
possui um interesse tecnológico, por exemplo, no endurecimento do ferro e pode ser acompanhada
por microscopia de tunelamento (Figura 8.2).1

Figura 8.2 – Micrografias de um filme de ferro depositado sobre cobre (100) mostrando o arranjo
dos átomos em regiões cristalinas cúbicas de corpo e de face centrada.
Fonte: Institut für Allgemeine Physik, TU Wien.

Na segunda parte deste experimento vamos medir a resistência à tensão de alguns metais.
Fios de mesmo diâmetro, mas de metais diferentes, suportam cargas diferentes antes de atingirem o
ponto em que se comportamento é alterado de uma deformação elástica para uma deformação
plástica. Na deformação elástica, o corpo de prova readquire a sua forma original, quando a carga
aplicada sobre ele é retirada. Na deformação plástica, ocorre uma deformação permanente ou até a
ruptura do corpo de prova. Na seleção de metais para diferentes aplicações é necessário conhecer a
resistência à tensão do metal, de modo que seja evitada a ruptura do material durante o uso. 2

Materiais e reagentes:
Óleo mineral (Nujol) 03 amostras de 15 cm de fio com de ~3 mm
01 frasco de vidro incolor 100 mL com de cada metal (cobre e aço carbono)
tampa de pressão 01 régua de 30 cm
Bom-bril ou outra lã de aço bem fina 01 béquer de 1000 mL
01 tesoura 01 copo de poliestireno de 50 mL com quatro fios
01 suporte universal de nylon
01 garra para prender os metais 40 de pedaços de chumbo ou estanho (~5g cada)
Papel de pesagem (15 x 15 cm) 01 pinça de metal
02 ímãs de cerca de 3 a 5 cm de comprimento 01 bico de Bunsen e fósforos
01 alicate pequeno

Procedimento experimental:
1a. Parte: Observando padrões em um campo magnético
1. Retirar uma parte de um “bom-bril” e desenrole a lã de aço. Utilizar uma tesoura para cortar a lã
de aço, no sentido transversal às fibras, de modo a produzir pedaços bem pequenos (cerca de 2
mm de comprimento) de aço. Obter uma amostra com cerca de 0,25 g de pedacinhos de fibras de
aço.
2. Colocar os pedacinhos de fibras de aço no frasco de vidro de 100 mL com óleo mineral. Se for
colocada uma quantidade muito grande de fibras, elas podem aglomerar e sedimentar muito

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FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS
rapidamente. Se for colocada uma quantidade muito pequena de fibras, será difícil observar o
padrão formado pelo campo magnético.
3. Fechar o frasco de óleo mineral e agitar o frasco, com movimentos de rotação do pulso (que
funcionam melhor do que agitar para cima e para baixo).
4. Enquanto as fibras ainda estão dispersas no óleo, segurar um ímã (na posição horizontal) perto
de um dos lados do frasco e observar as pequenas fibras de aço (ver a Figura 8.3.a).
Observação: Se as fibras ficarem aglomeradas junto à parede do frasco, isto significa que o imã
está muito próximo do frasco, neste caso afastar o imã cerca de 1 a 2 cm do frasco. Desenhar um
esquema representando o padrão formado.
5. Agitar novamente o frasco e posicionar o ímã na posição vertical (Figura 8.3.b) Desenhar um
esquema do padrão formado.
6. Agitar novamente o frasco e posicionar dois ímãs nas posições indicadas pela Figura 8.3.c.
Desenhar um esquema do padrão formado.
7. Agitar novamente o frasco e posicionar dois ímãs nas posições indicadas pela Figura 8.3.d.
Desenhar um esquema do padrão formado.
8. Comparar os diferentes padrões observados.

Figura 8.3 – Esquema representando a posição dos imãs junto à garrafa de óleo com as fibras de
ferro.

2a. Parte: Estirando arames – determinação da curva de deformação versus carga


1. Colocar cerca de 900 mL de água em um copo de béquer de 1000 mL, deixar o copo sobre a
bancada, próximo ao bico de Bunsen. Ligar o bico de Bunsen e regular a chama. Com a pinça de
metal, prender o primeiro fio de cobre e aquecer todo o seu comprimento na chama do bico de
Bunsen. Imediatamente, mergulhar o fio de cobre na água do béquer, para resfriamento rápido.
Repetir o processo de aquecimento com o segundo fio de cobre, porém colocar o fio de cobre
sobre uma tela de amianto, para que o resfriamento seja mais lento. Após o resfriamento,
identificar os três fios de cobre: não-tratado; temperado (resfriado em água) e recozido (resfriado
ao ar).
Atenção: Cuidado, o metal frio tem exatamente a mesma aparência do metal quente, mas este
queima!
2. Repetir os procedimentos do tratamento térmico das amostras (item 1) com os fios de aço
carbono.
3. Usando um alicate pequeno, dobrar a ponta de cada um dos fios, formando um pequeno “U”.
4. Ajustar a garra no suporte universal e prender o fio de cobre não-tratado na posição horizontal.
Ajustar a posição do fio de cobre na garra de modo que o comprimento do fio, depois da borda da
garra e antes da ponta em “U”, seja de 10 cm (medir com a régua). Prender o copinho de
polietileno, com o auxílio do suporte de linha de nylon, na extremidade em “U” do fio de cobre
(Figura 8.4).

36
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Figura 8.4 – Esquema da montagem para a medida da curva de deformação versus carga dos
metais.2

5. Usando novamente a régua, medir a altura da parte reta do fio de cobre até a bancada, esta será a
altura de referência e será denominada de h0.
6. Colocar, cuidadosamente, aproximadamente 4 de pedaços de chumbo (ou estanho) no interior do
copo de poliestireno. Usando a régua, medir a distância entre a parte reta do fio de cobre não-
tratado e a bancada. Registrar a massa de chumbo no copinho e a altura medida (hm). Segurar o
copinho de poliestireno com a mão e verificar se a ponta do fio de cobre retorna a posição inicial.
7. Continuar aumentando a massa no copinho de polietileno, medindo a distância entre a parte reta
do fio de cobre e a superfície da bancada, registrando a massa e a altura medida e verificando se
o fio de cobre não-tratado retorna à posição original. Quando o fio de cobre não retornar mais à
sua posição original, o valor da massa adicionada no copinho corresponderá a Mc. Massas
menores do que Mc ocasionam deformações elásticas no material, massas acima de Mc já causam
deformações plásticas.
8. Substituir o fio de cobre não-tratado pelo fio de cobre temperado (resfriado em água) e repetir as
etapas (4) a (7).
9. Substituir o fio de cobre temperado pelo fio de cobre recozido (resfriado ao ar) e repetir as
etapas (4) a (7).
10. Testar os fios de ferro com o mesmo procedimento usado para os fios de cobre.

Resultados:
1a. Parte: Observando padrões em um campo magnético
Padrão observado Padrão observado
Padrão observado com Padrão observado com
com dois imãs na com dois imãs na
um imã na horizontal um imã na vertical
horizontal vertical

2a. Parte: Estirando arames – determinação da curva de deformação versus carga


Cobre
Não-tratado Temperado (resfriado em água) Recozido (resfriado ao ar)
Massa Altura Massa Altura Massa Altura
Comportamento Comportamento Comportamento
(g) (cm) (g) (cm) (g) (cm)

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0 h0 = 0 h0 = 0 h0 =
hm = hm = hm =

Aço carbono
Não-tratado Temperado (resfriado em água) Recozido (resfriado ao ar)
Massa Altura Massa Altura Massa Altura
Comportamento Comportamento Comportamento
(g) (cm) (g) (cm) (g) (cm)
0 h0 = 0 h0 = 0 h0 =
hm = hm = hm =

Questões:
1. Qual a forma cristalina dos grãos de aço, existentes nas fibras, utilizadas na primeira parte do
experimento. Justifique a sua resposta.
2. A partir dos dados coletados na segunda parte deste experimento, construa os gráficos de
deslocamento (ho – hm) versus massa. Para cada amostra testada, encontrar a maior massa para a
qual a curva permanece aproximadamente uma linha reta. A força (F = m a) exercida por esta
massa corresponde aproximadamente à resistência à tensão do material.
3. Qual a influência dos tratamentos térmicos executados sobre a resistência à tensão dos materiais
testados?
4. O que acontece com os átomos do metal e com as ligações entre estes átomos, durante a
deformação elástica e durante a deformação plástica?

Referências bibliográficas:
1. SITE do Institut für Allgemeine Physik, TU Wien na INTERNET.
2. BREWER, J. “Materials Science and Technology Teacher's Workshop”. Materials Science
and Engineering Department at the University of Illinois, Urbana/Champaign, USA.
http://matse1.mse.uiuc.edu

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FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS

EXPERIMENTO 09 - INVESTIGAÇÃO DA ESTRUTURA DE PILHAS E


BATERIAS E CONSTRUÇÃO DE UMA PILHA SECA

Objetivos específicos: construção de uma pilha seca e observação de seu funcionamento.

Assuntos envolvidos:
Reações de oxi-redução; potenciais de eletrodo, equação de Nernst e potenciais de pilhas.

Introdução teórica:
Pilhas e baterias comerciais, produtos de consumo da maior importância, podem ser olhadas
como plantas químicas em miniatura, muito bem projetadas para a conversão de energia química em
força elétrica. Os três tipos mais comuns de pilhas são: (a) de zinco-carbono ou multipropósito; (b)
de cloreto de zinco ou de serviço pesado e (c) as pilhas alcalinas de manganês ou alcalinas. Estes
três tipos de pilhas ou baterias são, na verdade, variações da célula original de Leclanché, proposta
em 1866, e usam os mesmos reagentes, o zinco e o dióxido de manganês. Ainda que os produtos de
reação sejam diferentes, a eletroquímica das três células é basicamente a mesma:
reação do ânodo: Zn Zn2+ + 2e- (1)
reação do cátodo: 2 Mn + 2e-
4+
2 Mn2+ (2).1
A pilha seca é comumente chamada de bateria de zinco-carbono, devido aos materiais
empregados em seus eletrodos. Porém, este nome também contém uma imprecisão, uma vez que o
eletrodo de zinco é ativo, sendo consumido durante a descarga da bateria, mas o eletrodo de grafite é
inerte. O termo “pilha seca” pode ser questionado, pois a pilha (ou célula) não é seca no sentido de
não conter água, mas apenas de não conter líquido livre. A água que esta pilha contém foi absorvida
pelo feltro e não pode fluir livremente.2
A pilha seca é chamada também de célula de Leclanché, em homenagem a Georges
Leclanché, um engenheiro francês, que montou uma pilha precursora da pilha seca por volta do ano
de 1867. A pilha original de Leclanché consistia em um eletrodo de zinco mergulhado em uma
solução de cloreto de amônio e um eletrodo de carbono mergulhado em dióxido de manganês. A
pilha seca propriamente dita foi montada, no ano de 1888, por Gassner que substituiu a solução de
cloreto de amônio por uma pasta úmida de cloreto de amônio e transformou o eletrodo de zinco no
container da pilha. A pilha seca ainda é utilizada, pois é fácil de ser fabricada a partir de materiais
relativamente baratos. Sua eficiência tem sido aumentada, mesmo nos últimos 20 anos.2
Em uma pilha seca a partir de uma barra de grafite envolvida em dióxido de manganês, que
fica em contato com um feltro umedecido pela solução de cloreto de amônio, que fica em contato
com uma lâmina de zinco. Os eletrodos de zinco e carbono estão em potenciais diferentes.
Inicialmente a célula produz uma diferença de potencial de cerca de 1,5 V e os elétrons fluem
através do circuito externo do zinco para o carbono. A reação que produz eletros é a oxidação do
zinco metálico:2
Zn Zn2+ + 2 e- (3)
No eletrodo de carbono, o dióxido de manganês é reduzido. A reação que ocorre junto ao
eletrodo de grafite ainda é objeto de controvérsia. Kosawa e Powres postularam um mecanismo
próton/elétron em uma única fase sólida, no qual o retículo cristalino dos cristais de dióxido de
manganês incorpora prótons e elétrons. Como as concentrações de Mn3+ e OH- aumentam, estes
pesquisadores sugeriram a seguinte reação catódica:2
MnO2 (s) + H2O (l) + e- MnO(OH) (s) + OH- (aq) (4).

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FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS
Esta é a reação prevalente em uma situação de descarga lenta. Porém, outras reações de descarga
foram observadas e são dependentes da concentração de eletrólito utilizada, da temperatura em que
ocorre a descarga e do tipo de dióxido de manganês utilizado.2
A representação da reação global da célula é:2
Zn (s) + 2 MnO2 (s) + 2 H2O (l) Zn2+ (aq) + 2 MnO(OH) (s) + 2 OH- (aq) (5).
Os íons hidróxido, produzidos junto ao eletrodo de carbono, migram em direção ao eletrodo de
zinco, transportando a carga negativa do eletrodo de carbono de volta para o eletrodo de zinco. Os
íons zinco, produzidos no eletrodo de zinco, migram na direção oposta. Na região da pilha em que
ocorre o encontro dos íons OH- e Zn2+, ocorre a formação de um complexo de zinco e amônio, este
último proveniente do cloreto de amônio:2
Zn2+ (aq) + 4 NH4+ (aq) + 4 OH- (aq) [Zn(NH3)4]3+ (aq) + 4 H2O (l) (6).
O revestimento externo das pilhas modernas de zinco-carbono ou de multipropósito (Figura
9.1.a) é manufaturado usando-se uma liga de zinco. O cilindro de zinco possui um fundo de aço
formando um container. A superfície interna deste container é recoberta com uma camada de uma
pasta úmida de cloreto de amônia, cloreto de zinco e amido (para manter a pasta espessa) ou papel
microporoso. Esta pasta é eletricamente condutiva. Este eletrólito é uma evolução da solução
saturada de cloreto de amônio, usada por Leclanché. O container de zinco é preenchido com uma
mistura de dióxido de manganês e grafite em pó. A grafite em pó é usada para aumentar a
condutividade elétrica da mistura. A razão entre o dióxido de manganês e a grafite varia geralmente
entre 3:1 e 10:1. Entretanto, para pilhas com uma alta demanda de corrente uma razão de 1:1 é
comum. O dióxido de manganês, geralmente utilizado neste tipo de pilhas, é beneficiado do minério
extraído de fontes geológicas apropriadas (com uma pureza razoável), apenas por lavagem e
moagem até a granulometria apropriada, em um processo não muito dispendioso.1

Figura 9.1 – Esquema com a construção das pilhas (a) de zinco-carbono e (b) alcalina.
Fonte: www.nlectc.org/txtfiles/batteryguide/ba-cont.htm, acesso em 26 jun. 2003

A montagem da pilha com cloreto de zinco ou para serviços pesados é semelhante à da pilha
de zinco-carbono, mas o cloreto de amônio é quase totalmente substituído por cloreto de zinco.
Estas pilhas utilizam o dióxido de manganês produzido pela eletrólise a quente de soluções de
sulfato de manganês, com características mais uniformes do que o produto natural. No centro da
pilha seca comercial encontra-se uma barra de grafite que atua como o cátodo. O cloreto de zinco é
incluído na pasta como um eletrólito e para evitar a formação de gás amônia no interior da pilha. O
gás amônia é produzido pela reação do cloreto de amônio com os íons hidróxido, que são formados
durante a redução do manganês. A amônia reage com os íons zinco e cloreto da pasta, formando os

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FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS
íons tetra-amino zinco(II) ([Zn(NH3)4]2+) e o cloreto de di-amino zinco(II) (Zn2(NH3)2Cl2)
insolúvel. A acumulação de amônia no interior da pilha poderia causar a expansão e vazamentos na
bateria. Para reduzir ainda mais os riscos de vazamentos, o container de zinco costuma ser recoberto
com uma capa de aço.1,2
Nas pilhas que contém eletrólitos alcalinos ou pilhas alcalinas, a configuração é invertida
(compare as Figuras 9.1.a e 9.1.b). A pilha é montada dentro de um invólucro fino de aço carbono,
que é mecanicamente robusto e resistente à corrosão. A mistura do cátodo é composta de dióxido de
manganês purificado e carbono sintético, este último atuando como o condutor de corrente. Nesta
célula o ânodo consiste de zinco em pó disperso em um gel polimérico. O polímero, que funciona
como suporte do zinco, contém também o eletrólito. Um tecido sintético é usado como container da
massa do ânodo.1
Comercialmente, as baterias alcalinas são classificadas de acordo com o tamanho
(relacionado com a duração) e com a voltagem por elas fornecidas (Figura 9.2).

Figura 9.2 – Esquema com a identificação dos tipos comerciais de pilhas alcalinas.
Fonte: www.nlectc.org/txtfiles/batteryguide/ba-cont.htm, acesso em 26 jun. 2003

Comparada à energia obtida de outras fontes, a energia elétrica obtida a partir de baterias não
recarregáveis (primárias) é muito cara. Por exemplo, na Tabela 1 está o custo da energia produzida
por diversos tipos de pilhas alcalinas. Para reduzir estes custos, muitos fabricantes estão trocando
para baterias recarregáveis (secundárias).

Tabela 1 – Características e custo da energia elétrica produzida por algumas pilhas comerciais.
Identificação AAA - 1,5 V AA - 1,5 V C - 1,5 V D – 1,5 V 9V BA-5560
Alcalina Alcalina Alcalina Alcalina Alcalina Lítio/dióxido
de enxofre
Capacidade (Ah) 1,1 2,5 7,1 14,3 0,6 7
Energia (W) 1,4 3 8 18 4,2 168
Custo (US$) 1,25 1,00 1,60 1,60 3,10 60,00
Custo por kW
890 330 180 90 730 357
(US$)

Materiais e reagentes:
02 “jacarés” 01 pedaço de feltro (12 cm 5 cm 5 mm)

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FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS
01 multímetro 01 lâmina de zinco (12 cm 5 cm 2,5 mm)
30 cm de barbante 01 barra de grafite de 15 cm 8 mm
02 espátulas 50 mL de solução de cloreto de amônia (NH4Cl) 4M
01 placa de Petri ( ~10 cm) 2g de óxido de manganês (MnO2)
Luvas plásticas ou de látex 03 amostras de pilhas comerciais de vários tipos e
Filme de PVC (Magipack) tamanhos (R6, LR6, AAA, AA, D, e baterias de 9V):
Balança de precisão uma pilha original, uma serrada ao meio e uma do
ânodo e barra coletora de cada tipo de pilha
* Para a observação do funcionamento da pilha seca:
01 relógio à pilha (1,5V) sem a pilha e com dois fios de arame presos aos terminais do relógio.
Informações de segurança:
Consulte as fichas de segurança (MSDS) dos reagentes utilizados nesta aula. O dióxido de
manganês é um oxidante forte. O pedaço de feltro não deve secar em contato com o dióxido de
manganês.
Procedimento experimental:
1a. Parte: Investigação da estrutura de pilhas e baterias
1. Identificar os tipos de pilhas comerciais disponíveis. Verificar se são pilhas de zinco-carbono ou
pilhas alcalinas, identificar os modelos de acordo com as informações dos fabricantes e comparar
com o esquema da Figura 9.2.
2. Pesar e registrar as massas das pilhas disponíveis em uma balança de precisão.
3. Pilhas de zinco-carbono: Pesar as amostras disponíveis do invólucro de zinco (ânodo da pilha) e
da barra central de grafite (coletora de elétrons). Pilhas alcalinas: Pesar as amostras disponíveis
de papel de filtro com o zinco metálico (ânodo) e da barra central de latão (coletora de elétrons).
2a. Parte: Montagem de uma pilha seca
1. Colocar a solução de cloreto de amônio 4 M (saturada) em uma placa de Petri. Utilizando luvas,
mergulhar o pedaço de feltro na solução e retirar o excesso de líquido (apertar o feltro).
2. Colocar um pedaço de filme de PVC (Magipack) na bancada. Estender o pedaço de feltro sobre
o filme de PVC e espalhar 2 g de MnO2 sobre o feltro.
3. Enrolar firmemente o feltro com MnO2 em torno da barra de grafite, deixando o MnO2 em
contato com o grafite . (ver a Figura 9.3)
4. Enrolar firmemente a lâmina de zinco em torno do feltro com MnO2 e grafite. Cuidar para que a
lâmina de zinco não entre em contato com a barra de grafite. (ver a Figura 9.3)
5. Prender firmemente o conjunto utilizando o fio de barbante.

Figura 9. 3 – Esquema da montagem da pilha seca.


Fonte: adaptado da referência 2.

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FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS
6. Utilizando o multímetro e os dois “jacarés”, medir e registrar a diferença de potencial (voltagem)
entre a lâmina de zinco e a barra de grafite. Medir e registrar a corrente elétrica entre os dois
terminais.
7. Testar o funcionamento da pilha prendendo o fio conectado ao terminal positivo do relógio à
pilha na barra de grafite e o terminal negativo do relógio à pilha na lâmina de zinco.
Observação: esta pilha é capaz de manter o relógio funcionando por pelo menos 24 - 48 h.
8. Pilhas de dois outros grupos devem ser conectadas em série. Utilizando o multímetro e os dois
“jacarés”, medir e registrar a diferença de potencial medir a diferença de potencial e a corrente
elétrica fornecida pelo conjunto.
9. Pilhas de dois outros grupos devem ser conectadas em série. Utilizando o multímetro e os dois
“jacarés”, medir e registrar a diferença de potencial medir a diferença de potencial e a corrente
elétrica fornecida pelo conjunto.
10. Desmanchar a pilha seca. Lavar e secar a lâmina de zinco. Retirar o óxido de manganês da
superfície do feltro, com o auxílio de uma espátula e coloca-lo em um recipiente de descarte.
Lavar o pedaço de feltro em água corrente até a remoção completa dos resíduos de óxido de
manganês. Deixar o pedaço de feltro secando ao ar. Retornar o restante da solução de cloreto de
amônio para o frasco apropriado.
Resultados:
1a. Parte: Investigação da estrutura de pilhas e baterias
Identificação das Massa de zinco do Massa do coletor
Tipo de pilha Massa total da pilha (g)
pilhas analisadas ânodo (g) central (g)

2a. Parte: Montagem de uma pilha seca


Potencial de 2 Corrente de 2 Potencial de 2 Corrente de 2
Potencial da Corrente da
pilhas em pilhas em pilhas em pilhas em
pilha (V) pilha (A)
série (V) série (A) paralelo (V) paralelo (A)

Questões:
1. Calcular a duração estimada da pilha comercial estudada e da pilha seca fabricada neste
experimento. Dica: utilizar a Lei de Faraday.
2. Pesquise, na literatura, a composição das baterias utilizadas em telefones celulares. Quais as
diferenças entre estas baterias e as pilhas estudadas nesta aula?
3. Verifique quais os riscos associados ao manuseio do dióxido de manganês e dos componentes
mais encontrados em baterias de celulares.
4. Quais os problemas ambientais que a disposição inadequada de pilhas e baterias (em lixões, por
exemplo) podem ocasionar?

Referências bibliográficas:
1. SMITH, M.J.; VINCENT, C.A. “Structure and Content of Some Primary Batteries”. J. Chem
Educ., v. 78, n. 4, 519 – 521, 2001.
2. SHAKHASHIRI, B.Z. Chemical Demonstrations – A Handbook for Teachers of Chemistry.
v. 4. Madison, Wisconsin: University of Wisconsin, 1989.

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EXPERIMENTO 10: ESTUDO COMPARATIVO SOBRE A CORROSÃO DE AÇO


CARBONO, ALUMÍNIO, COBRE E MAGNÉSIO

Objetivos específicos: observar o comportamento quanto à corrosão do aço carbono, isolado ou em


presença de alumínio, cobre ou magnésio, em diferentes meios, identificar os
meios corrosivos para o aço carbono e verificar a influência da presença de
outros metais no meio corrosivo sobre a corrosão do aço carbono.

Assuntos envolvidos: metais, reações de oxi-redução; corrosão.

Materiais e reagentes:
10 Tubos de ensaio 01 Pipeta volumétrica de 1 mL
10 pregos de aço carbono Água de torneira
Fios de cobre Água destilada
Placas finas de alumínio Solução de NaCl 1 g/L
Pedaços de fita de magnésio Solução de H2SO4 2 g/L
Lixa fina para metais Solução de NaOH 40 g/L
Estante para tubos de ensaio Solução de K2CrO4 1 g/L
Etiquetas Solução de ferricianeto de potássio 0,1 M

Procedimento experimental:
1. Numerar 10 tubos de ensaio e colocar, em cada um deles, 1 mL da solução de ferricianeto de
potássio. A seguir, adicionar a cada um deles, cerca de 10 a 15 mL de um das soluções,
conforme indicado na tabela abaixo. O volume da solução deve ser suficiente para cobrir todo o
corpo de prova (prego).
2. Lixar muito bem cada prego a ser utilizado. Lavar com água corrente e secar com papel
absorvente. Observar e anotar detalhadamente a aparência do metal antes de inseri-lo na solução.
3. Lavar muito bem, com detergente e água corrente, cada corpo de prova de alumínio, magnésio e
cobre a ser utilizado. Secar com papel absorvente. Observar e anotar detalhadamente a aparência
do metal antes de montar o corpo de prova com o prego de ferro.
4. Montar os corpos de prova mistos, enrolando os fios de cobre, a fita de magnésio ou a placa de
alumínio em uma parte do prego.
3. Homogeneizar as soluções dos tubos de ensaio e inserir, cuidadosamente, um corpo de prova em
cada tubo de ensaio, de acordo com a tabela abaixo.
4. Observar cada sistema durante cerca de 30 minutos, anotar as alterações sofridas pelo corpo de
prova e, se for o caso, pela solução.

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Resultados:

Conteúdo do Corpo
Tubo OBSERVAÇÕES
tubo de ensaio de prova

01 Água destilada prego

02 Água torneira prego

03 NaCl 1 g/L prego

04 H2SO4 2 g/L prego

05 K2CrO4 1 g/L prego

06 NaOH 40 g/L prego

07 H2SO4 2 g/L prego entortado

prego + fios de
08 H2SO4 2 g/L
cobre

prego + placa de
09 H2SO4 2 g/L
alumínio

prego + fita de
10 H2SO4 2 g/L
magnésio

Questões:
1. Escrever as suas observações sobre o comportamento do corpo de prova em cada solução.
2. Procurar nas referências bibliográficas, quais as reações químicas que acontecem em cada caso.
3. Escrever um resumo abordando o comportamento do aço carbono em soluções aquosas, na
presença e na ausência de outros metais.
4. Discuta a importância do controle de corrosão em obras civis com grandes estruturas metálicas ou
de concreto armado.

Referências bibliográficas:
1. GENTIL, V. Corrosão. 3 ed. Rio de Janeiro, 1996.

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EXPERIMENTO 11: FRIO E QUENTE – INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA
SOBRE A RESISTÊNCIA DE MATERIAIS ELETRÔNICOS

Objetivos específicos: investigar como a temperatura afeta a condutividade (resistência) de diversos


materiais e dispositivos eletrônicos.

Introdução teórica:
Para que uma corrente elétrica flua através de um material, três características são
necessárias: (a) deve existir um campo elétrico; (b) devem existir portadores de carga no interior do
material e (c) os portadores de carga devem apresentar mobilidade. Para estabelecer um campo
elétrico, uma diferença de potencial (voltagem) é aplicada ao circuito. Os portadores de carga são
elétrons da valência dos condutores (metais) ou elétrons na banda de condução e “buracos” ou
lacunas na banda de valência de semicondutores ou isolantes. A mobilidade dos portadores de carga
depende da estrutura cristalina do material e, também, da temperatura.1
Quando um aquecimento é aplicado a um sólido cristalino, dizemos que ele fica “mais
quente” ou que a temperatura do sólido aumentou. No nível atômico, a energia cinética dos átomos é
aumentada, o que corresponde a um movimento mais rápido dos átomos. Entretanto, em um sólido
cristalino, o movimento atômico é limitado à vibração em torno das posições estáveis dos átomos no
retículo cristalino. De um modo geral, este movimento tem um efeito negativo sobre a habilidade do
material em conduzir a corrente elétrica, aumentando a sua resistência elétrica.
Metais: em um metal, os elétrons de valência são “compartilhados” por todos os átomos, o
que confere aos elétrons liberdade para mover-se através de todo o retículo cristalino. Estes elétrons
se movem aleatoriamente no interior do cristal, até que um campo elétrico seja aplicado ao material.
Neste caso, as forças do campo elétrico fazem com que os elétrons se movam na direção oposta
àquela do campo. Na verdade, os elétrons ainda possuem algum movimento aleatório, mas há uma
direção preferencial imposta pelo campo elétrico e isto produz a corrente. À medida que a
temperatura é elevada, os átomos do metal no retículo cristalino vibram mais e ocorrem mais
colisões entre estes átomos e os elétrons da banda de valência. Estas colisões dificultam o
movimento preferencial dos elétrons, reduzindo a passagem da corrente através do material. Em
suma, o aumento da temperatura causa um aumento da resistência elétrica nos metais.1
Semicondutores: em um semicondutor, na temperatura de 0 K, os elétrons de valência estão
em níveis de energia completamente preenchidos (as ligações químicas são formadas por pares de
elétrons, de modo a completar os níveis de energia). Então, eles não respondem a aplicação de um
campo elétrico para a produção de corrente, mesmo sob campo elétrico, o movimento dos elétrons é
ainda aleatório, sem movimento líquido em uma direção (não há fluxo de corrente elétrica). Os
níveis de energia preenchidos, ocupados pelos elétrons de valência, formam a banda de valência do
semicondutor. Para obter uma corrente elétrica em um semicondutor, os elétrons devem ser
transferidos da banda de valência (preenchida) para a banda de condução (vazia). Para conseguir
esta transição, é necessária energia, que pode estar sob a forma de calor. Importante: os elétrons
não se movem de um “lugar” no cristal chamado da banda de valência para um outro “lugar”
chamado de banda de condução. O que ocorre é que os elétrons que possuíam a energia associada
com a banda de valência adquirem energia suficiente para atingir a energia associada com a banda
de condução. Então, o que acontece é uma modificação na energia e não na posição dos elétrons. Na
temperatura ambiente, muitos elétrons possuem a energia necessária para atingir a banda de
condução. Quando um elétron se move da banda de valência para a banda de condução, um
“buraco” ou lacuna é criado na banda de valência. Tanto o elétron na banda de condução, quanto o
“buraco” ou lacuna na banda de valência são considerados como portadores de carga, isto é, podem
conduzir corrente elétrica. Quando um campo elétrico é aplicado ao material, os elétrons e os

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FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS
“buracos” adquirem um movimento preferencial imposto pelo campo elétrico. Os elétrons na banda
de condução se movem na direção oposta àquela do campo elétrico aplicado, enquanto os “buracos”
na banda de valência se movem na mesma direção do campo elétrico aplicado e estes dois
movimentos produzem a corrente. Quando a temperatura do material é aumentada acima da
temperatura ambiente, mais elétrons de valência adquirem energia suficiente para passar para a
banda de condução (produzindo os “buracos” correspondentes na banda de valência), o que aumenta
o fluxo de corrente. Também neste caso, é verdade que a elevação de temperatura faz com que a
vibração dos átomos aumente, o que, por sua vez, aumenta o número de colisões entre os elétrons e
os átomos da rede. Porém, este efeito é desprezível quando comparado ao aumento no número dos
portadores de carga no material.1
Dopagem: a dopagem de um material semicondutor, pela adição de átomos com um elétron
de valência a mais ou com um elétron de valência a menos do que o material de base, é um dos
métodos para aumentar o número de portadores de carga do material. Isto é feito, por exemplo,
adicionando-se gálio (Ga, com três elétrons de valência) ou arsênio (As, com 5 elétrons de valência)
Ao germânio (Ge) ou silício (Si), que possuem quatro elétrons de valência. A adição de um
elemento do grupo V, como o As, forma um semicondutor do tipo “n”, pois fornece novos níveis de
energia “doadores”. A adição de um elemento do grupo III, como o Ga, forma um semicondutor do
tipo “p”, pois fornece novos níveis de energia “receptores”. Isto é, a energia necessária para
transferir um elétron da banda de valência para um nível de energia “receptor” do Ga (formando o
“buraco” correspondente) é menor do que a energia necessária para fazer a transição original da
banda de valência para a banda de condução no material original puro do semicondutor. A mesma
coisa ocorre na transição de um elétron de um nível “doador” do As para a banda de condução.
Assim, quando comparamos um semicondutor dopado com o semicondutor do material puro (na
mesma temperatura), o semicondutor dopado terá mais elétrons na banda de condução (tipo-n) ou
mais “buracos” na banda de valência (tipo-n). Para um semicondutor tipo-n, o portador de
eletricidade é um elétron negativo e para o semicondutor tipo-p, o portador é um “buraco” positivo.
Nos semicondutores dopados, o efeito da temperatura sobre o aumento do número de colisões entre
os portadores e os átomos da rede (que vibram mais) também é desprezível, quando comparado ao
aumento no número dos portadores de carga no material.1
Resistores: quando uma voltagem é aplicada através de um resistor, um campo elétrico é
estabelecido. Este campo elétrico “empurra” os portadores de carga através do resistor, o que
confere aos portadores um movimento líquido na direção da maior para a menor energia potencial.
A medida que a voltagem (o campo elétrico) é aumentada, a velocidade do movimento aumenta e,
como a corrente que flui através do resistor é proporcional a velocidade dos portadores de carga, o
comportamento do sistema pode ser descrito pela Lei de Ohm.1
Diodos: em um diodo, o número de portadores de carga depende do número de elétrons que
possuem energia suficiente para transpor a barreira de energia de uma junção p-n. São estes
portadores que produzem o fluxo de corrente através do diodo. O tamanho da barreira de energia
depende do tipo e da quantidade de dopantes e do material de base de que os semicondutores do
diodo são feitos. Quando uma voltagem é aplicada, a barreira de energia na junção p-n é diminuída
e, assim, mais elétrons poderão cruzar a junção, produzindo um maio fluxo de corrente. O número
de elétrons, com a energia necessária para transpor a barreira de energia da junção p-n, aumenta
exponencialmente com a voltagem e, portanto, a corrente também aumenta exponencialmente com o
aumento de voltagem em um diodo.1
Os diferentes tipos de materiais respondem diferentemente a mudanças de temperatura. No
projeto de um circuito eletrônico é importante saber se a condutividade de cada material dos
dispositivos estará dentro de uma faixa aceitável na faixa de temperaturas de operação prevista para
o equipamento.1
Materiais e reagentes:

47
FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS
01 placa de aquecimento água deionizada
05 copos de béquer de 250 mL 50 cm de fio de cobre encapado
01 termômetro 01diodo
02 jacarés 01 resistor
01 multímetro gelo

Procedimento experimental:
ATENÇÃO: A placa de aquecimento pode causar queimaduras. Manuseie o multímetro com
cuidado.

1. Preparar o fio de cobre, enrolar o fio de cobre de modo que o mesmo possa ser colocado no
interior do copo de 250 mL, deixando apenas cerca de 3 cm de cada uma das extremidades
do fio acima do nível de 200 mL.
2. Preparar os banhos de água, colocando cerca de 200 mL de água nos copos de béquer de 250
mL. Aquecer a água do primeiro copo de béquer até a ebulição, usando a placa de
aquecimento. No segundo béquer, preparar uma mistura de água com gelo.
3. Para medir a resistência do fio de cobre, utilizando os jacarés, conectar o fio de cobre às
ponteiras do multímetro, ajustado para a medida de resistência. Medir a resistência do fio à
temperatura ambiente.
4. Cuidadosamente, colocar o fio de cobre no interior do copo de béquer com água fervente,
deixando apenas cerca de 3 cm de fio acima da superfície da água. Medir e registrar a
temperatura exata do banho de água durante a execução da medida. Medir a resistência do
fio, após cerca de 1 minuto (para estabilizar a temperatura).
5. Repetir o item (4) com os banhos com a mistura água/gelo. Medir e registrar a temperatura
exata do banho de água/gelo durante a execução da medida de resistência. Medir a
resistência do fio, após cerca de 1 minuto (para estabilizar a temperatura).
6. Ajustar novamente a temperatura dos banhos de água. Substituir o fio de cobre pelo resistor
e repetir as etapas (3), (4) e (5).
7. Ajustar novamente a temperatura dos banhos de água. Substituir o resistor pelo diodo e
repetir as etapas (3), (4) e (5).
8. Ajustar novamente a temperatura dos banhos de água. Substituir o diodo pelo tubo de vidro
em U e repetir as etapas (3) e (4).

Resultados:
Fio de cobre Resistor Diodo
Temperatura Resistência Temperatura Resistência Temperatura Resistência
(oC) ( ) (oC) ( ) (oC) ( )

Questões:
1. Quais amostras apresentaram uma mudança na resistência com o aumento da temperatura? Para
cada material, construir o gráfico de resistência versus temperatura. As mudanças foram lineares?
2. Para um termistor, o gráfico do inverso da temperatura em graus Kelvin (1/T) versus o logaritmo
natural da resistência em ohms (ln R) é uma linha reta. A equação desta reta é:
ln R = (Egap / 2k) 1/T + ln Ro,

48
FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS
onde, k é a constante de Boltzmann (k = 8,62 x 10-5 eV/K), Egap é a energia do “band gap” (a
diferença entre a energia da banda de condução e a da banda de valência) em elétron volts (eV).
Verifique se algum dos materiais testados apresenta o comportamento de um termistor. Se este
comportamento for observado, determine a inclinação da reta no gráfico e encontre o valor de
Egap para o material.
3. Descreva o movimento dos átomos ou íons em um sólido cristalino a media que a temperatura
aumenta. Descreva o movimento dos elétrons quando há o transporte de corrente em um
condutor, em um semicondutor, em um diodo.
4. Explique como o aumento de temperatura causa o aumento da resistência em um metal e a
redução da resistência em um semicondutor.

Referências bibliográficas:
1. BREWER, J. “Materials Science and Technology Teacher's Workshop”. Materials Science
and Engineering Department at the University of Illinois, Urbana/Champaign, USA.
http://matse1.mse.uiuc.edu

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EXPERIMENTO 12: RETICULAÇÃO DE MACROMOLÉCULAS E
PROPRIEDADES DE POLÍMEROS

Objetivos específicos: explorar quais as alterações nas propriedades físicas dos polímeros, causadas
pela reticulação das macromoléculas, reticular o poli(álcool vinílico) com
borato de sódio e observar as propriedades do material obtido, reticular o
poli(acetato de viníla) com borato de sódio e observar as propriedades do
material obtido, realizar testes de queima e comportamento sob chama para
identificação de polímeros
Introdução teórica:
Polímeros com a reticulação entre as cadeias poliméricas formadas por ligações permanentes
são chamados de plásticos termofixos. Estes plásticos permanecem como sólidos mesmo acima da
temperatura de transição vítrea (Tg). Se as ligações entre as cadeias poliméricas são não-
permanentes, ou apenas forças de van der Waals, os polímeros são chamados de termoplásticos. Os
elastômeros também apresentam ligações fracas entre as cadeias poliméricas, mas retorna ao seu
formato original após ser torcido, esticado ou comprimido. Portanto, um elastômero apresenta
propriedades elásticas, isto é, retoma a sua forma e tamanho originais após ter sido deformado.
Exemplos de elastômeros são os atilhos de borracha, as luvas de látex natural e os pneus de carros.
O poli(álcool vinílico), PVA, é utilizado na fabricação de sacos plásticos e frasco de vidro
com tampas para detergentes em pó, sacos grandes para as roupas de algodão usadas em salas
cirúrgicas ou vestimentas e roupas de cama usadas por pacientes de alas de isolamento em hospitais.
O látex de poli(acetato de vinila), PVAc, é um dispersão aquosa de pequenas esferas de
poli(acetato de vinila). As colas brancas domésticas e muitas tintas aquosas para pintura de alvenaria
são à base de poli(acetato de vinila). A reticulação entre as cadeias de polímeros de diversas esferas
de poli(acetato de vinila) com o borato de sódio cria ligações entre diferentes cadeias de polímero
fracas e flexíveis, e o sólido obtido apresenta propriedades de um elastômero.
Existem alguns testes qualitativos que podem ser utilizados para a identificação do tipo de
polímero existente em uma amostra de plástico. Os mais comuns são os testes de queima e de
comportamento sob chama. No teste de queima, uma amostra do polímero colocada em um tubo
de ensaio é aquecida na chama de um bico de Bunsen. Os vapores ou gases liberados pela amostra
podem ser ácidos, neutros ou básicos, e servem como indicação do tipo de polímero que está sendo
testado, conforme a Tabela 1 abaixo.

Tabela 1 - Classificação dos plásticos segundo os vapores liberados no teste de queima.


Vapores ácidos Vapores básicos Vapores básicos
(pH entre 0,5 e 4) (pH entre 5,0 e 5,5) (pH entre 8,0 e 9,5)
Polímeros halogenados Poliolefinas Poliamidas
ésteres de polivinila Poli(álcool vinílico) Polímeros ABS
Ésteres de celulose Polivinilacetais e éteres Poliacrilonitrila
Polietileno tereftalato Poliestirenos Resinas de fenol-cresol
Novolacs Polioximetilenos Resinas uréia-formaldeído
Elastômeros de poliuretanas Policarbonatos Resinas amínicas
Resinas insaturadas de poliésteres Poliuretanas lineares e reticuladas
Silicones
Resinas epoxídicas
resinas fenólicas
O comportamento dos plásticos sob chama, com a indicação das famílias de polímeros está
descrito na tabela 2. Observe-se que esta classificação foi obtida a partir de amostras puras dos
polímeros e que, portanto, podem existir desvios destes comportamentos. Por exemplo, se o plástico

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FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS
que estiver sendo testado for formulado com aditivos do tipo retardadores de chama, teremos
dificuldades para observar a queima do material mesmo se ele for inflamável.

Tabela 2 - Classificação dos plásticos segundo o comportamento sob chama.


Flamabilidade Chama Odor dos vapores Material
Não queima ------ mau-cheiro (HF) Politetrafluoretileno (Teflon)
------ mau-cheiro (HF, HCl) Politrifluorcloroetileno
------ ------- Silicones ou Poliamidas
Difícil ignição, ignição luminosa, fuligem fenol, formaldeído Resinas fenólicas
se extingue quando a amarelo luminoso amônia, aminas Resinas amínicas
chama é removida verde ácido clorídrico (HCl) Borracha clorada ou PVC ou
Poli(cloreto de vinilideno)
brilhante, fuligem ------- Policarbonatos
amarelo, fumaça verde ------- Borracha de silicone
laranja, fumaça azul queimado Poliamidas
Queima na chama, amarelo fenol, papel queimado Laminado de resina fenólica
extingue lentamente brilhante, decompõe irritante Poli(álcool vinílico)
ou não em todas as amarelo-laranja borracha queimada Policloropreno
direções da chama amarelo-laranja, aromático doce Polietileno tereftalato
fuligem mau-cheiro (isocianato) Poliuretana
amarelo, periferia azul parafina Polietileno, polipropileno
amarelo, centro azul ------- Resinas poliéster
brilhante, fuligem fenol Resinas epóxi
amarelo
Ignição rápida, continua brilhante, fuligem doce, gás natural Poliestireno
queimando após a amarelo escuro, ácido acético Poli(acetato de vinila)
remoção da chama fuligem borracha queimada Borracha
amarelo escuro, doce, fruta Polimetacrilato de metila
fuligem formaldeído Polioximetileno
brilhante, centro azul ácido acético, butírico Acetobutirato de celulose
azulado ácido acético Acetato de celulose
amarelo escuro papel queimado Celulose
verde claro, faísca óxido de nitrogênio Nitrato de celulose
amarelo-laranja
brilhante, violento

Materiais e reagentes:
01 copos descartáveis de café (200 mL) 01 espátula de metal
01 palitos de sorvete de madeira 02 tubos de ensaio
01 par de luvas descartáveis de látex 01 pinça de madeira
01 bagueta de vidro 50 mL de solução aquosa de álcool polivinílico 4% m/m
01 proveta de 100 mL 20 mL de cola plástica branca (látex de PVAc ~50% m/m)
01 pipeta graduada de 10 mL 20 ml de solução de borato de sódio 4% m/m
01 pêra de borracha Corantes alimentícios (verde, azul e vermelho) em pó
01 placa de Petri Papel de tornassol
Álcool polivinílico P.A. Amostras de plásticos

Procedimento experimental:

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FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS
ATENÇÃO: Usar o avental e os óculos de segurança durante toda a execução dos experimentos. O
PVA, o PVAc e o bórax podem causar queimaduras nos olhos, as mãos devem ser
lavadas cuidadosamente após o manuseio destes produtos.

1a. Parte: Reticulação do PVA


1. Adicionar, com o auxílio de uma proveta, 50 mL da solução 4% m/m de álcool polivinílico ao
copo descartável.
2. Adicionar uma pequena quantidade (algumas gotas) da solução de corante alimentício à solução
de álcool polivinílico e homogeneizar a mistura com o auxílio de um palito de sorvete de
madeira.
3. Adicionar, com o auxílio de uma pipeta graduada e pêra, 5 mL de solução 4% m/m de borato de
sódio (o agente de reticulação) e iniciar imediatamente a agitação da mistura com o palito de
sorvete de madeira.
4. Anote as alterações sofridas pela mistura a medida em que a reação de reticulação ocorre.
5. Após alguns minutos forma-se uma espécie de sólido gelatinoso. Retire uma parte deste material
do copo, usando o palito de sorvete de madeira e coloque sobre uma placa de Petri.
6. Uma porção do material pode ser manuseada (apertada, estirada, etc.). Anote suas observações
sobre o comportamento do material. ATENÇÃO: segundo as boas práticas de laboratório, lave
as mãos com água e sabão após o manuseio do material.
7. Retire uma segunda parte do sólido gelatinoso e coloque sobre uma folha de papel para secar.
Identifique a sua amostra e retorne ao laboratório no dia seguinte para observar as alterações
sofridas pela amostra. Anote as alterações sofridas pela amostra após a secagem ao ar.

Resultados:
Etapa Observações
Aspecto da solução 4% m/m de PVA
Aspecto da solução de PVA após a
adição do corante
Aspecto da solução de PVA após a
adição da solução de borato de sódio
Comportamento do PVA reticulado ao
ser estirado lentamente
Comportamento do PVA reticulado ao
ser estirado rapidamente
Aspecto do PVA reticulado após a
secagem ao ar durante ~24 h

2a. Parte: Reticulação do PVAc


1. Solicitar ao professor a adição de 20 mL do látex de poli(acetato de vinila) ao copo descartável.
2. Adicionar uma pequena quantidade (algumas gotas) da solução de corante alimentício em pó ao
látex de PVAc e homogeneizar a mistura com o auxílio de um palito de sorvete de madeira.
3. Adicionar, com o auxílio de uma pipeta graduada e pêra, 10 mL de solução 4% m/m de borato de
sódio (o agente de reticulação) e iniciar imediatamente a agitação da mistura com o palito de
sorvete de madeira.
4. Anote as alterações sofridas pela mistura a medida em que a reação de reticulação ocorre.

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FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS
5. Após alguns minutos forma-se uma espécie de sólido gelatinoso. Retire o matéria do copo,
usando o palito de sorvete de madeira e tente formar uma bola com o produto de reação.
ATENÇÃO: Utilize luvas de látex descartáveis ao manusear o material. Não se preocupe se uma
parte do material colar na luva, continue trabalhando o material para formar uma bola e os
pedaços pequenos tenderão a colar na bola de PVAc. Continue trabalhando o material até obter
uma consistência firme.
6. Se for possível formar uma bola com o produto da reticulação, meça uma altura de 30 cm (com
uma régua) e deixe a bola de PVAc cair. Meça a altura que a bola atinge ao retornar.
7. Estique lentamente, comprima e, finalmente, estique rapidamente a bola de PVAc. Anote as suas
observações sobre o comportamento do material.
8. Coloque a bola de PVAc entre dois pedaços de jornal e comprima firmemente o material. Remova
a bola e anote as modificações sofridas pelo material. ATENÇÃO: segundo as boas práticas de
laboratório, lave as mãos com água e sabão após o manuseio do material.

Resultados:
Etapa Observações
Aspecto do látex ~50% m/m de PVAc
Aspecto do látex de PVAc após a
adição do corante
Altura que a bola de PVAc sobre após
ser lançada de 30 cm
Comportamento do PVAc reticulado ao
ser estirado lentamente
Comportamento do PVAc reticulado ao
ser estirado rapidamente
Aspecto do PVAc reticulado após a
secagem com o jornal

3a. Parte: Testes de queima e comportamento sob chama


TESTE DE QUEIMA
1. Adicionar uma pequena amostra do plástico a um tubo de ensaio. Prender o tubo com uma pinça
de madeira e ajustar um pedaço de papel de tornassol (de pH) na boca do tubo.
2. Aquecer o tubo de ensaio no bico de Bunsen, regulado para a menor intensidade da chama
possível.
3. Identificar a que grupo de plásticos pertence à amostra: ácido (papel de pH vermelho), neutro
(sem alteração no papel de pH) ou básico (papel de pH azul).
1. Repetir os itens (1) a (3) usando uma amostra de plástico de tipo diferente.

TESTE DE COMPORTAMENTO SOB CHAMA


1. Colocar uma pequena amostra do plástico a ser testado sobre a ponta de uma espátula metálica.
2. Aproximar a espátula do bico de Bunsen, regulado para a menor intensidade da chama possível.
3. Identificar a que grupo de plásticos pertence à amostra, de acordo com a tabela de propriedades
de flamabilidade (na chama e fora dela), fusão e odor dos gases de combustão.
4. Repetir os itens (1) a (3) usando uma amostra de plástico de tipo diferente.

Questões:

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FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS
1. Quais são as propriedades físicas do álcool polivinílico que mudam após a adição do borato de
sódio?
2. Qual seria o efeito esperado se fosse feita a adição de uma maior quantidade de borato de sódio à
solução de PVA?
3. Observando o comportamento da amostra após a secagem, qual o efeito da água sobre a
elasticidade do polímero? O que é elasticidade?
4. Encontre e marque com um círculo vermelho qual o monômero da cadeia polimérica e com um
círculo preto qual o agente de reticulação (bórax) no desenho apresentado abaixo.

5. Quais são as propriedades físicas do látex de PVAc, uma mistura aquosa, que mudam após a
adição do borato de sódio?
6. Qual seria o efeito esperado se fosse feita a adição de uma maior quantidade de borato de sódio
ao látex de PVAc?
7. Qual a razão entre a altura que a bola foi lançada e a altura que a bola subiu?
8. Compare as propriedades de resistência ao estiramento rápido e lento e de resistência à
compressão do PVA com as do PVAc reticulado.
9. Identifique as amostra de plásticos usadas nos testes de queima e de comportamento sob chama e
forneça: formula química, principais propriedades e usos.
10. Liste algumas aplicações de materiais poliméricos em construção civil. Considere, também, os
materiais de acabamento.

Referências bibliográficas:
1. MANO, E.B.; MENDES, L.C. Introdução a Polímeros. São Paulo: Edgar Blücher, 1999, 191 p.

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EXPERIMENTO 13: VIDROS - PROPRIEDADES ELÉTRICAS, ÓPTICAS E


QUÍMICAS

Objetivos específicos: sintetizar um vidro à “baixa” temperatura, manipular amostras de vidro em


bico de Bunsen, utilizar um tubo de vidro para conduzir um feixe
luminoso, medir a resistividade elétrica de um vidro em função da
temperatura e determinar a basicidade (e composição) de um vidro, por
titulação ácido-base.

Introdução teórica:
Vidros são materiais cerâmicos amorfos. Esse estado amorfo da matéria ocorre quando uma
substância não possui tempo suficiente para cristalizar. Os vidros são normalmente obtidos pelo
resfriamento rápido de um material fundido, e os átomos não possuem tempo suficiente para se
mover para determinadas posições nas quais formariam um material cristalino. Dessa forma, o vidro
pode ser considerado como uma estrutura desorganizada. Uma das características mais notáveis do
vidro é sua passagem do estado sólido para o líquido. Diferentemente dos cristais, que se fundem
abruptamente, numa temperatura precisa (temperatura de fusão = Tf), os vidros sofrem uma
transição gradual. Entre a Tf (temperatura de fusão) e a Tg (temperatura de transição vítrea), a
substância é considerada como um líquido super-resfriado. Quando a temperatura do vidro está
entre Tg e Tf, ele pode ser moldado.1

Figura 13.1 – Gráfico da variação de volume versus temperatura durante o resfriamento de um


vidro e de um sólido cristalino.1

A principal vantagem no processo da formação de um vidro é o fato de que ele permanece


como uma única peça, com uma estrutura molecular contínua, sem interfaces internas (sem grãos e
contornos de grãos). Este é o motivo pelo qual as fibras ópticas são feitas de vidro. Não há
espalhamento de luz nos contornos de grãos (por que eles não existem!).1
Alguns vidros possuem propriedades ópticas não-lineares, que poderiam ser utilizadas no
desenvolvimento de computadores “ópticos”. Os vidros também podem ser dopados com metais de
transição, adquirindo propriedades semicondutoras. Essas propriedades podem ser alteradas pela
aplicação de campos elétricos, permitindo que esses materiais sejam utilizados no armazenamento
de informação. Vidros deste tipo são utilizados nos cilindros das impressoras a laser e das máquinas
de xerox. Alguns vidros possuem alta condutividade iônica, podendo ser utilizados como eletrólitos
em baterias ou sensores (ex: pHmetro).1
O vidro é um produto resultante da mistura de óxidos inorgânicos não voláteis, provenientes
da decomposição e fusão de compostos alcalinos terrosos, areia e outros, dando origem a uma
mistura vítrea. A areia, utilizada como fonte de silício possui um elevado ponto de fusão. Para
diminuir a temperatura do preparo de certos vidros (ENERGIA = $), adiciona-se uma mistura de

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FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS
Na2O (óxido de sódio), Na2CO3 (carbonato de sódio) e CaCO3 (carbonato de cálcio). Esses aditivos
conferem uma característica alcalina (básica) aos vidros. Alguns dados sobre a composição de
vidros podem ser obtidos de forma simples e rápida. Assim, embora o vidro seja praticamente
insolúvel, é ligeiramente solúvel em água, tanto que, se mantido em contato prolongado com a água,
esta se torna ligeiramente alcalina e deixa um resíduo mineral quando evaporada. De forma
semelhante atuam os ácidos sobre o vidro, com exceção do ácido fluorídrico. Enquanto a ação da
água e de ácidos é desprezível, bases fortes atacam os vidros de forma acentuada, devido à
predominância de SiO2 em sua composição.1
Outros aditivos que podem ser adicionados ao vidro são o PbO (óxido de chumbo), que
origina os vidros de chumbo e o Na2B4O7·10 H2O (óxido de boro ou bórax), que forma os vidros de
borossilicato. O bórax é um mineral de ocorrência natural, quimicamente um óxido hidratado de
boro. Por aquecimento, o bórax perde a água de hidratação e o sódio, o boro e o oxigênio formam
um vidro incolor. Na presença de alguns íons metálicos, como o cobalto e o níquel, o vidro de bórax
adquire a cor dos óxidos daqueles metais. O vidro de bórax é instável, tendendo a absorver a
umidade do ar e retornar a forma de material hidratado e opaco.1
Uma fibra óptica é composta de um núcleo de vidro de alta pureza recoberto por uma
camada com um índice de refração menor do que o do vidro, geralmente um polímero. O índice de
refração é a medida da quantidade do desvio que a luz sobre ao sair, ou entrar, no material. Quanto
maior a diferença entre os índices de refração do revestimento da fibra e do núcleo, mais a luz é
refletida no interior do núcleo. A maioria dos sistemas que trabalham com fibras ópticas utiliza um
LASER como fonte de luz, não só pela coerência do feixe luminoso mas, também, pelo fato de que
ele pode ser controlado por pulsos de alta freqüência. Assim, os pulsos luminosos enviados de uma
extremidade da fibra de um cabo óptico (conjunto de fibras) podem ser recebidos e decodificados na
outra extremidade da fibra para recuperar a informação original.1

Figura 13.2 – Esquema representando uma fibra óptica e a propagação da luz no interior da fibra.1

É possível observar aproximadamente o comportamento de uma fibra óptica, mesmo se


utilizando um tubo de vidro. Como o vidro é um material não cristalino, não apresenta contornos de
grãos para interferir com a passagem dos fótons do feixe luminoso. Se as ondas luminosas atingirem
as paredes do tubo de vidro em um ângulo inferior ao ângulo crítico (o maior ângulo que permite a
transmissão da luz no interior de uma fibra ou tubo), a maior parte da luz será refletida pelas paredes
do tubo e pode ser recuperada na outra extremidade do tubo, da mesma forma que na fibra óptica.

Materiais e reagentes:
01 alça de Ni/Cr 01 lanterna pequena
01 bico de Bunsen 01 tubo de cartolina (adaptador entre a rolha e a lanterna)
01 vela 01 béquer de 100 mL
Fósforos 01 balão de fundo redondo
01 bagueta de vidro 01 condensador com mangueiras
02 tubos de vidro 01 garra e suporte universal
02 jacarés 01 bureta de 25 mL
01 multímetro Solução de HCl 0,01 M
01 espátula Fenolftaleína
luvas de amianto tetraborato de sódio

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01 manta de aquecimento Solução de sulfato de cobre (II) 1 M
01 rolha de borracha furada

Procedimento experimental:
1a. Parte: Síntese de vidro de Bórax
1. Mergulhar um fio de Ni-Cr, contendo uma argola na extremidade, em um frasco contendo
tetraborato de sódio (bórax).
2. Aquecer este fio no bico de Bunsen e observar a formação do vidro (cor, maleabilidade,
resistência mecânica).
3. Repetir o procedimento e ao final mergulhar o fio com o vidro obtido em uma solução de CuSO4
e levar novamente o metal à chama.
4. Observar a coloração da chama e do vidro obtido.
5. Avaliar a estabilidade deste vidro deixando uma amostra mergulhada em um béquer com água por
uma semana.

2a. Parte: Medida da condutividade elétrica de um vidro


1. Usando a fumaça de chama de uma vela, depositar dois anéis de carbono ao redor de uma
bagueta de vidro. Os dois anéis deverão estar separados por uma distância de cerca de 3 cm.
2. Prender a bagueta com uma garra e fixar a garra no suporte universal, de modo que região entre
os anéis de carbono da mesma possa ser aquecida pela chama do bico de Bunsen.
3. Prender com um “jacaré”, uma ponteira do multímetro sobre cada um dos anéis de carbono da
bagueta de vidro.
4. Ajustar o multímetro para a medida de resistência elétrica e medir a resistência elétrica do vidro.

3a. Parte: Manipulação de vidro e transporte de luz por um tubo de vidro


1. Aquecer a parte central de um bastão de vidro no Bico de Bunsen, fazendo-se movimento
giratório para homogeneizar o aquecimento.
2. Quando o vidro atinge a Tg, este passa a ser maleável. Neste ponto, entortar lentamente o tubo
de vidro, formando um “loop” (Figura 13.3) ATENÇÃO: cuidado com o vidro quente, pode
causar queimaduras.

Figura 13.3 – Esquema mostrando o “loop” de vidro com a rolha.1

3. Esperar o vidro esfriar até a temperatura ambiente e inserir uma rolha de borracha em uma das
extremidades do tubo. Encaixar a rolha em uma das extremidades de um tubo de cartolina e uma
lanterna na outra.
4. Acender a lanterna, observar e registrar o comportamento da luz no interior do tubo de vidro.
4a. Parte: Determinação da composição de um vidro
1. Pesar cerca de 1 g da amostra de vidro pulverizado em um papel de pesagem. Registrar a massa
de amostra pesada e o número da amostra utilizada. Transferir o vidro para o interior de um balão
de fundo redondo.

57
FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS
2. Adicionar, ao balão de fundo redondo, algumas pérolas de vidro e 25 mL de água e posiciona-lo
em uma manta de aquecimento.
3. Adaptar o condensador na boca do balão e fixar o sistema com uma garra presa no suporte
universal.
4. Conectar a mangueira da entrada do condensador (na parte de baixo do condensador) na torneira
de água e colocar a mangueira da saída do condensador (na parte de cima do condensador) na
pia.
5. Aquecer o sistema, sob refluxo, durante 20 min.
3. Deixar esfriar, adicionar 2- 3 gotas de fenolftaleína e titular com ácido clorídrico 0,01 M
(padronizado). Anotar o volume gasto.

Resultados:
1a. Parte: Síntese de vidro de Bórax
Aspecto do vidro de bórax
Cor do vidro após a adição
de CuSO4
Resistência à água do vidro
de bórax

2a. Parte: Medida da condutividade elétrica de um vidro


Resistência do vidro (M )

3a. Parte: Manipulação de vidro e transporte de luz por um tubo de vidro


Comportamento
da luz no interior
e na ponteira do
tubo de vidro

4a. Parte: Determinação da composição de um vidro


Amostra utilizada Massa de vidro (g) Volume de HCl gasto (mL)

Questões:
1. O vidro de bórax obtido é similar ao vidro de uma janela?
2. Fazer o gráfico da resistência elétrica do vidro versus tempo de aquecimento.
3. Por que os vidreiros gostam do Vidro Pyrex
4. Por que o vidro torna-se maleável, com o aquecimento, e não se funde abruptamente, tornando-se
um líquido?
5. Por que é necessário preparar um “loop” de vidro com um raio mínimo de curvatura de 2 cm?
6. De acordo com a Tabela 1, classifique o vidro analisado.

Tabela 1 – Classe de vidro em função do volume de HCl gasto na determinação da alcalinidade de 1


g de vidro.
Classes Volume de HCl gasto (mL)

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Inalterável 0 a 0,32
Resistente 0,32 a 0,65
Duro para Aparelhos 0,65 a 2,80
Fraco para Aparelhos 2,80 a 6,50
Alcalino comum Mais de 6,50

7. Que substâncias presentes no vidro reagem com o HCI? Exemplifique com urna reação química.
8. Para o vidro que você utilizou, calcule o teor das substâncias que reagem com o HCl, expresso
como % CaO.

Referências bibliográficas:
1. BREWER, J. “Materials Science and Technology Teacher's Workshop”. Materials Science
and Engineering Department at the University of Illinois, Urbana/Champaign, USA.
http://matse1.mse.uiuc.edu

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FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS

EXPERIMENTO 14: PROPRIEDADES DAS CERÂMICAS

Objetivos específicos: preparar os corpos de prova de cerâmica, avaliar a resistência mecânica do


material, a resistividade térmica do material, a impermeabilidade do material
e a densidade do material após a secagem ao ar e após a queima.

Introdução teórica:
A argila foi o primeiro material usado pelos humanos, e ainda continua a ser útil nos tempos
modernos. A argila usada na fabricação de cerâmicas de uso doméstico é composta principalmente
de sílica hidratada (SiO2.xH2O) e alumina (Al2O3). Pequenas quantidades de outros minerais, como
os óxidos de ferro (Fe2O3) e de magnésio (MgO) costumam estar presentes na argila.
Enquanto está úmida, a argila possui uma propriedade quase única, a sua plasticidade que
permite a moldagem do material em temperatura ambiente. Esta plasticidade depende da quantidade
de água, da forma e do tamanho das partículas dos minerais que fazem parte da sua composição, da
quantidade de íons presentes e da temperatura.
Existem duas etapas importantes na transformação de uma peça úmida de cerâmica em um
produto acabado: a secagem e a queima. Os objetos de cerâmica devem ser secos antes da queima,
de modo que a maior parte da água dos poros seja eliminada. A água residual dos poros do material
é eliminada durante o estágio inicial da queima a cerca de 100oC. A retirada da água dos poros do
material garante que a peça possa ser aquecida até a temperatura de queima se trincar e quebrar.
A queima, e a sinterização que ocorre durante a queima, alteram significativamente as
propriedades do material. A cerca de 350oC, até a água de hidratação será eliminada. A medida em
que a temperatura aumenta, no estágio de sinterização, a porosidade do material é reduzida,
formando-se uma estrutura fechada, e objeto encolhe ligeiramente. Isto causa um aumento na
densidade e na resistência mecânica do material. A cerâmica após a queima é dura, densa, mais
durável, impermeável a líquidos e quebradiça.

Materiais e reagentes:
Argila Suporte universal
Placas de vidro Argola pequena e garra
Filme fino de PVC (Magipack) 01 Vela
Moldes Fósforos
Balança de precisão Bico de Bunsen
Estufa (200oC) 04 Pregos de aço carbono
Mufla (1200oC) Frascos plásticos de 500 mL com 500 g de areia
01 copo de béquer de 50 mL

Instruções de segurança: utilizar o avental e os óculos de segurança durante a execução de todo o


experimento.

Procedimento experimental:

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1a. Parte: Preparação dos corpos de prova


1. Colocar uma placa de vidro sobre a bancada, cobrir cuidadosamente a placa com um filme fino
de PVC (Magipack). O filme plástico deverá ficar perfeitamente esticado sobre o vidro.
2. Colocar uma quantidade de argila úmida sobre a placa e, usando as mãos e uma bagueta de vidro,
obter uma placa com espessura uniforme de 0,5 cm. Usando uma régua e uma espátula metálica
cortar 04 corpos de prova. Cada corpo de prova deverá ter as seguintes dimensões: largura = 2,5
cm, comprimento = 12 cm e espessura = 0,5 cm. Retirar e devolver ao recipiente com argila, o
excesso de argila que sobrar entre os corpos de prova.
3. Com um prego ou um palito de madeira, identificar os corpos de prova do seu grupo. Para tanto,
identificar os corpos de prova. Exemplo: Corpos de prova , AA1, AA2, AA3, AA4, AA5 ou X1,
X2, X3 e X4. Registrar a identificação dos seus corpos de prova em suas anotações sobre a aula.
4. Usando a balança de precisão, pesar um corpo de prova úmido.
5. Deixar os quatro corpos de prova secando ao ar por três dias.
6. Separar dois corpos de prova de cada grupo e secar estufa a 200oC por duas horas antes da
queima. Queimar os corpos de prova na mufla. A etapa de queima corresponde: (a) colocar os
corpos de prova na mufla a 300oC, (b) regular a temperatura da mufla para 1200oC, (c) após a
estabilização da temperatura, manter os corpos de prova a 1200oC por cerca de 4 horas, (d)
desligar a mufla (sem retirar os corpos de prova de seu interior) e permitir que ela esfrie
lentamente, (e) retirar os corpos de prova do interior da mufla. OBSERVAÇÃO
IMPORTANTE: as etapas (5) e (6) serão realizadas pela Técnica do laboratório.

2a. parte: Testes dos corpos de prova


1. Recuperar os corpos de prova preparados pelo seu grupo, observar e registrar as diferenças entre
os corpos de prova secos ao ar (dois deles) e os corpos de prova queimados (dois deles).
2. Determinação da densidade dos corpos de prova: Usando a balança de precisão, pesar cada
um dos corpos de prova. Dos quatro corpos de prova, dois foram secos ao ar e dois foram
queimados. Usando uma régua, medir a altura, a largura e o comprimento de cada um dos corpos
de prova após a secagem e após a queima. Calcular a densidade de cada corpo de prova.
3. Teste das propriedades térmicas do corpo de prova:
(a) usando cera de vela derretida, prender quatro pregos da lateral de um corpo de prova
queimado. Distribuir os pregos em distâncias iguais, a partir de uma das extremidades do
corpo de prova e ao longo do comprimento do corpo de prova. Medir a distancia de cada
prego até a outra extremidade do corpo de prova (ver Figura 14.1);
(b) colocar o corpo de prova sobre uma argola pequena presa no suporte universal. Ajustar a
altura da argola e a posição de modo que um bico de Bunsen possa ser colocado sob uma das
extremidades do corpo de prova (ver Figura 14.1);
(c) acender o bico de Bunsen, regular a intensidade da chama (chama fraca) e posicionar o bico
de Bunsen sob a extremidade do corpo de prova;
(d) registrar o tempo de aquecimento necessário para que cada um dos pregos caia do corpo de
prova;
(e) observar o teste com um dos corpos de prova secos ao ar, que será realizado pelo professor.

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FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS

Figura 14. 1 – Montagem para determinação das propriedades térmicas.

3. Teste das propriedades mecânicas do corpo de prova:


(a) colocar um suporte universal sobre duas folhas grandes de jornal;
(b) prender um corpo de prova seco ao ar por uma de suas extremidades, usando uma garra e o
suporte universal (ver Figura 14.2);
(c) colocar um frasco plástico de 500 mL com 500 g de areia sobre a extremidade livre do corpo
de prova (ver Figura 14.2);
(d) adicionar frascos plásticos sobre o primeiro até que ocorra a ruptura (quebra) do corpo de
prova;
(e) contar os frascos plásticos utilizados e determinar a massa de areia que causou a ruptura do
corpo de prova;
(f) repetir o teste com um dos corpos de prova queimados.

Figura 14.2 – Montagem para determinação da resistência mecânica.

4. Molhabilidade da cerâmica:
(a) colocar cerca de 20 mL de água com corante em um copo de béquer de 50 mL;
(b) mergulhar parcialmente um pedaço de cerâmica seca ao ar na água e observar e registrar o
comportamento do material;
(c) repetir a etapa (b) usando um pedaço de cerâmica queimada e registrando as diferenças
observadas.

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Resultados:

Identificação do corpo -1 -2 -3 -4
de prova
data da moldagem
massa aproximada (g)
altura (cm) 0,5 0,5 0,5 0,5
largura (cm) 2,5 2,5 2,5 2,5
comprimento (cm) 10 10 10 10
volume (cm3)
densidade (g/cm3)
dias de secagem ao ar 3 3 3 3
data da queima ******** ********
massa (g)
altura (cm)
largura (cm)
comprimento (cm)
volume (cm3)
densidade (g/cm3)
tempos (s) prego 1 ************ ************
prego 2 ************ ************
prego 3 ************ ************
prego 4 ************ ************
massa de areia (g)
força aplicada (g.cm/s2)
molhabilidade *********** ************

Questões:
1. Faça um resumo das diferenças em densidade, resistência mecânica, resistividade térmica e
molhabilidade da cerâmica seca ao ar e da cerâmica queimada.
2. Quais são os fenômenos que ocorrem durante a secagem e durante a queima da cerâmica?
3. O que pode acontecer se uma cerâmica é queimada antes da secagem?
4. Quais as influências destes fenômenos nas propriedades da cerâmica?
5. Qual a diferença entre resistência mecânica e dureza?
6. Em que ocasiões são utilizados materiais cerâmicos na construção civil?

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ANEXO I: MODELO DE RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS

Pontifícia Universidade Católica de Campinas


CEATEC – Faculdade de Engenharia Elétrica
Curso de Engenharia Elétrica com Habilitação em Telecomunicações

Disciplina: FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS


Prática(s): ___________________________________
Data da entrega do relatório: ___________________

TÍTULO DO RELATÓRIO

Componentes do grupo
Nome:_____________________________________ R.A.: __________
Nome:_____________________________________ R.A.: __________
Nome:_____________________________________ R.A.: __________

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FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS

MEDIDA DA PROPRIEDADE “P”

INTRODUÇÃO
A introdução do relatório deve fornecer clara e brevemente (no máximo duas ou três
páginas), com a devida indicação das Referências bibliográficas: bibliográficas consultadas e
relevantes, qual a natureza do problema que está sendo investigado e como este problema está
relacionado com a parte teórica da disciplina. Além disto, é interessante que exista uma
indicação das possíveis relações do problema investigado com suas possíveis aplicações nas
atividades profissionais de um Químico. As Referências bibliográficas: bibliográficas deverão
ser inseridas, ao longo do texto, por números sobrescritos, na ordem em que aparecerem no
texto e em que serão listadas no final do relatório.

EXEMPLO
Os compostos químicos puros podem apresentar-se em diferentes estados físicos, de acordo
com a temperatura e a pressão do sistema 1. Por exemplo, na pressão de uma atmosfera, a água
(H2O) pode ser encontrada sob a forma sólida (gelo) em temperaturas abaixo de 4oC, sob a forma
líquida até cerca de 100oC, sob a forma de vapor em equilíbrio com o sólido ou líquido ou, ainda,
sob a forma de gás em temperaturas acima de 100 oC 2. Quando consideramos um composto
químico que se encontra na fase líquida, uma das suas propriedades físicas mais importantes é a
propriedade “P”. A propriedade “P” é o resultado macroscópico das interações de atração e de
repulsão entre as moléculas do líquido considerado. Considerando-se uma mesma temperatura, para
líquidos com moléculas muito polares, como a água, que estão sujeitos a forças de atração entre os
dipolos orientados espacialmente, a propriedade “P” apresenta valores elevados. Já os líquidos
apolares, em que a força de atração entre as moléculas é resultado apenas de forças de van der
Waals, os valores da propriedade “P” são significativamente menores. Espera-se que, com um
aumento de temperatura do sistema, a movimentação das moléculas no interior do líquido também
aumente. Isto aumenta a distância média entre as moléculas, o que faz com que as interações físicas
entre elas, seja diminuída3.
O valor da propriedade “P” de um determinado líquido define, por exemplo, qual o
equipamento adequado para executar uma operação de mistura com este líquido. Operações de
mistura são fundamentais na preparação de soluções ou formulações e, também, durante a realização
de reações químicas em que o líquido seja um dos reagentes ou o meio de reação 4.

65
FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS
OBJETIVOS
Indicar, com clareza, quais os objetivos a serem atingidos com a realização do
experimento proposto para a aula prática a que se refere o relatório.

EXEMPLO
O objetivo do trabalho foi à realização medida da variação da propriedade “P” com a
temperatura em duas amostras de líquidos, utilizando-se a técnica XXX e o equipamento YYY.

METODOLOGIA OU PARTE EXPERIMENTAL


Esta parte do relatório deve apresentar uma descrição dos experimentos, de modo que
um técnico experiente tenha informações suficientes reproduzi-los. Os materiais utilizados e
seus graus de pureza devem ser descritos. As técnicas e métodos padrão utilizados durante os
experimentos devem ser indicadas. No caso de utilização de equipamentos ou instrumentos
comerciais, apenas devem ser indicados o tipo, fabricante e modelo do equipamento ou
instrumento utilizado. Os programas de computador utilizados também deverão ser
mencionados. É importante esclarecer que a parte experimental NÃO deve ser uma cópia do
procedimento experimental da aula prática proposto pelo professor.

EXEMPLO
A determinação da propriedade “P” em várias temperaturas foi realizada sobre amostras de
Líquido 1 (P.A.; 99,6%; NUCLEAR QUÍMICA) e de Líquido 2 (Comercial; 88%; VETEC). Os
dois líquidos foram utilizados sem qualquer tratamento ou purificação prévios.
As medidas foram executadas com o equipamento ZZZZ (modelo 085, INSTRUMENTOS
CIENTÍFICOS) mantendo-se o porta-amostras termostatizado, na temperatura desejada por 15 min
para a estabilização do sistema, antes da realização de cada leitura. Durante a execução dos
experimentos, as amostras foram mantidas na temperatura desejada, por imersão em um banho
termostático (modelo BZ35; FIZATON). Os resultados, em cada temperatura, correspondem à
média dos valores de três medidas independentes.
Os graus de pureza dos líquidos 1 e 2 foram obtidos por volumetria de neutralização,
utilizando-se XX g de amostra e uma solução aquosa de ácido clorídrico 0,1996 M e 3 gotas de
alaranjado de metila como indicador.
O tratamento matemático dos dados experimentais foi realizado utilizando-se a planilha
eletrônica Microsoft Excel 7.0.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

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FUNDAMENTOS DE QUÍMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS - APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS
Esta seção do relatório deve apresentar os resultados efetivamente obtidos durante a
execução da aula prática. Além disto, o significado dos resultados apresentados devem ser
discutidos de acordo com a fundamentação teórica apresentada na Introdução.
Os resultados, sempre que possível, devem ser apresentados de forma sistemática, sob
a forma de gráficos ou tabelas, devidamente identificadas.

EXEMPLO
Os resultados experimentais das medidas da propriedade “P”, em diversas temperaturas, em
amostras dos líquidos 1 e 2, estão apresentados na Tabela 1. Como se pode observar na Tabela 1, o
decréscimo da propriedade “P” dos líquidos 1 e 2 é proporcional ao aumento da temperatura do
sistema. Porém, o decréscimo na propriedade “P”, para um mesmo intervalo de temperatura, é
significativamente maior no caso do líquido 1. No caso do líquido 1, aumentar a temperatura em 50
K faz com que o valor da propriedade “P” seja dividido por um fator de 6. Já para o líquido 2, com o
mesmo aumento de temperatura, este fator é de três. Precisamos levar em conta, ao analisarmos
estas diferenças, que a amostra do líquido 2 contém cerca de 12% de impurezas (produto comercial)
e os resultados para o líquido 2 puro provavelmente serão diferentes. Porém a análise do produto
comercial se justifica pelo fato de que é sob esta forma que o mesmo será utilizado na maioria das
aplicações industriais.

Tabela 1 - Resultados da determinação da Propriedade “P” em diferentes temperaturas.


Amostra Líquido 1 Líquido 2
Temperatura (K) Propriedade “P” (unidades) Propriedade “P” (unidades)
298 120 55
308 104 46
318 80 40
328 62 33
338 38 25
348 20 18

Mesmo levando em conta as impurezas presentes, uma variação menor da propriedade “P”
com a temperatura, no caso do líquido 2, pode ser entendida se considerarmos que o líquido 2 possui
moléculas com um maior número de átomos e, portanto, com maiores dimensões do que as do
líquido 1 4. Aumentar o movimento destas moléculas maiores, a ponto de modificar a propriedade
“P”, deve requerer uma temperatura mais elevada do que no caso de moléculas pequenas.

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140

Proprie dade M (unidade s)


120 Líquido 1
Líquido 2
100

80

60

40

20

0
290 300 310 320 330 340

T e mpe ratura (K)

Gráfico 1 - Variação da propriedade “P” com a temperatura.

Além disto, estes resultados nos mostram que podemos ajustar o valor da propriedade “P”,
modificando a temperatura do sistema, com uma faixa maior de trabalho no caso do líquido 1.
Uma vez que a variação da propriedade “P” é linear com a temperatura, para os dois líquidos
estudados, é possível obter uma equação matemática simples, que descreve o comportamento dos
sistemas na faixa de temperatura estudada.
Para temperaturas entre 298 e 348 K, podemos usar as seguintes equações:
Líquido 1 P(T) = 731,4 - 2,05 T Eq. 1
Líquido 2 P(T) = 271,5 - 0,73 T Eq. 2
onde T é a temperatura do sistema em graus K.
Certamente, estas equações poderão ser utilizadas na estimativa do valor da propriedade “P”
em temperaturas próximas dos limites inferior e superior do intervalo de temperatura utilizado nas
medidas, isto é, um pouco abaixo de 298 K e um pouco acima de 300 K. Porém, para temperaturas
muito diferentes destas, poderão ocorrer desvios de comportamento da propriedade não previstos e o
uso destas equações não é recomendado.

CONCLUSÕES
A parte final do relatório deve apresentar resumidamente quais as principais
conclusões que podem ser obtidas a partir dos resultados dos experimentos realizados na aula
prática.

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EXEMPLO
O valor da propriedade “P” dos líquidos 1 e 2 foi medido em diversas temperaturas, no
intervalo entre 298 e 348 K. A variação do valor da propriedade “P” com a temperatura do líquido 1
de grau P.A. é cerca de duas vezes maior do que a do líquido 2 Comercial.
Com base nos resultados experimentais, foi proposta uma equação matemática que descreve
o comportamento da propriedade “P” dos dois líquidos, no intervalo de temperatura estudado.

REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Toda a literatura, incluindo as notas de aula, os livros, revistas, sites da Internet, ou
qualquer outra fonte de consulta, previamente indicadas no corpo do relatório devem ser
listadas, de acordo com a sua ordem de inclusão no texto. A apresentação das Referências
bibliográficas: deve seguir as normas técnicas da ABNT5. Estão disponíveis, na Biblioteca do
Campus I, dois folhetos 6,7 que resumem estas normas e apresentam exemplos de aplicações.
Também existem instruções sobre a elaboração de Referências bibliográficas: bibliográficas
no Xerox do prédio B, estas informações fazem parte do material de orientação para a
elaboração da Monografia de Conclusão de Curso do curso de Química. Além disto, algumas
universidades como a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC) possuem informações sobre a elaboração de Referências bibliográficas:
bibliográficas nos seus sites na INTERNET.
EXEMPLO
5. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR-6023: Referências
bibliográficas: bibliográficas. Rio de Janeiro, 2001. 19 p.
6. FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA – PUC-Campinas. Referências bibliográficas:
bibliográficas. Campinas: PUC-Campinas, 1998. 18 p.

7. FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA – PUC-Campinas. Referências bibliográficas:


bibliográficas de multimeios e documentos eletrônicos. Campinas: PUC-Campinas. 1998. 18
p.

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