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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

ENGENHARIA QUÍMICA - QUÍMICA EXPERIMENTAL

PREPARAÇÃO E PURIFICAÇÃO DO IODO:


VERIFICAÇÃO DE SUAS PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS

Gabrielly Prestes Lopes RA: 129664


Luana Camargo de Paula Trindade RA: 131130

MARINGÁ - PARANÁ
JULHO – 2023
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O grupo 17 ou 7A da tabela periódica estão os halogênios, construído pelos


elementos químicos: Flúor (F); Cloro (Cl); Bromo (Br); Iodo (I); Astato (At); Tenéssino
(Ts). São todos elementos não-metais que possuem configuração eletrônica mais
externa ns2,np5, com n variando de 2 a 6. Apresentam número de oxidação de -1 a
+7, com exceção do Flúor, pois existe composto apenas com nox-1. Suas formas
elementares são moléculas diatômicas, sendo: F2 Cl2, I2, Br2; estes são elementos
muito radioativos e poderosos oxidantes com alta afinidade eletrônica. O ponto de
fusão e ebulição dos halogênios aumenta com o aumento de número atômico. Nas
CNTP, flúor e cloro são gases, bromo é líquido e Iodo é sólido.

Pensando particularmente no Iodo (I2), este é o 63º elemento mais


abundante encontrado na crosta terrestre em forma de iodatos, possui
características como: apolar; sólido; muito volátil; gás de coloração violeta escuro;
sólido de coloração negra; pouco solúvel em água (0,34g/l), mas solúvel em
Clorofórmio (CHCl3), Dissulfeto de Carbono (CS2) e Tetracloreto de Carbono (CCl4),
que são compostos apolares; possui ponto de fusão igual a 113,7 °C e ponto de
ebulição igual a 184,3 °C. Ainda, sua solubilidade em água aumenta com a adição
de sais contendo iodeto:

“O interesse pelo iodo na alimentação surgiu a partir de 1895, quando se


descobriu que o elemento é utilizado pela tireoide. Um dos distúrbios mais comuns
na tireoide é o bócio, causado pela deficiência de iodo na alimentação ou por uma
baixa absorção do elemento pela glândula. Outra doença ligada à falta de iodo,
particularmente na infância, é o cretinismo, caracterizado por retardo mental e físico.
Muitos países (incluindo o Brasil, desde 1953) adotam o processo de adição de iodo
ao sal de cozinha, como forma de prevenir os males que a sua deficiência pode
causar, além do sal iodado, frutos do mar, peixes, algas, alguns legumes e frutas
são fontes do elemento”. (SANTOS; AFONSO, 2013).

Outras aplicações do Iodo no cotidiano são: usado como desinfetante na


medicina, teste para presença de amido, antigamente na técnica daguerrótipo, tintas
de impressão, corantes, pigmentos, filtros polarizadores em telas LCD, iodo -
131(algumas vezes usado para tratamento de câncer na tireoide), corante eritrosina
(alimentos), entre outros.
2 MATERIAIS

Nesse tópico, são apresentados os materiais utilizados na prática.

- Béquer;

- Tubo de Ensaio;

- Vidro de Relógio;

- Bico de Bunsen;

- Tela de amianto;

- Pinça de madeira;

- Iodo;

- Zinco;

- Água destilada;

- Ácido sulfúrico;

- Pipeta graduada.

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3 PROCEDIMENTOS

Neste tópico, são descritos os procedimentos realizados para realizar os


experimentos.

3.1. Preparação do Iodo

Em um almofariz, triturou-se iodeto potássio (KI) com dióxido de manganês


(MnO2) juntos. Em um tubo de ensaio, acrescentou-se 1 ml de ácido sulfúrico
(H2SO4) à mistura em pó, colocando-a sob aquecimento suavemente com o auxílio
do bico de Bunsen.

3.2. Sublimação do Iodo

Adicionaram-se bolinhas de Iodo (I2) em um béquer, o qual foi tampado com


um vidro de relógio preenchido com água destilada. Aqueceu-se o béquer com
auxilio do bico de Bunsen.

3.3. Propriedades Oxidantes do Iodo

Misturou-se zinco metálico em pó em água de Iodo na presença de Kl em


um tubo de ensaio.

3.4. Solubilidade do Iodo

Em um tubo de ensaio, acrescentou-se Iodo e água destilada. Em seguida,


adicionado iodeto de potássio. Finalmente, tetracloreto de carbono (CCl4) foi inserido
no mesmo tubo de ensaio.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nese tópico, são discutidos os resultados dos procedimentos experimentais.

4.1. Experimento 01 – Preparação do Iodo

Da pulverização no almofariz de Iodeto de Potássio (KI) e Dióxido de


Manganês (MnO2) e da adição de ácido sulfúrico (H2SO4) obtêm-se a reação 1:

2 𝐾𝐼 + 1 𝑀𝑛𝑂 + 2 𝐻 𝑆𝑂 ∆⃗ 1 𝐼 + 1 𝑀𝑛𝑆𝑂 + 1 𝐾 𝑆𝑂 + 2 𝐻 𝑂 (1)

A mudança na coloração da solução logo após a adição do ácido se dá pela


obtenção característica dos cristais de iodo, a coloração violeta e a liberação de
fumaça evidenciando a ocorrência da reação (Figura 1).

Figura 1 – Obtenção dos cristais de iodo.

Fonte: elaborada pelos autores, 2023.

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4.2 Experimento 2 – Sublimação do Iodo

Nessa etapa, alguns cristais de Iodo foram adicionados em um béquer e


aquecidos pelo bico de Bunsen. Durante o aquecimento, observou-se a presença da
coloração violeta característica dentro do recipiente – evidenciando a passagem do
estado sólido diretamente para o estado gasoso (Reação 2), ou seja, a sublimação
do componente - bem como a formação de cristais de cor preta brilhante no fundo
do vidro de relógio. Essa formação cristalina ocorre devido ao resfriamento do Iodo
quando entra em contato com a temperatura do vidro de relógio, que é a mesma da
água à temperatura ambiente.

𝐼 ( ) → 𝐼 ( ) (2)

4.3. Experimento 03 – Propriedades oxidantes do Iodo

Adicionando zinco em pó à água de iodo ocorre a reação de oxirredução do


iodo e do zinco. O zinco sólido em meio aquoso se dissocia, formando o íon zinco +2
(Reação 3) e o iodo presente forma o íon iodeto (Reação 4):

𝑍𝑛( ) + 2𝑒 → 𝑍𝑛( ) (3)

𝐼 ( ) + 2𝑒 → 2 𝐼( ) (4)

A adição de KI aumenta a solubilidade do iodo no meio reacional, facilitando


a formação do íon tri-iodeto (Reação 5).

𝐼 ( ) + 𝐼( ) ↔𝐼 ( ) (5)

𝐼 ( ) + 2𝑒 ↔ 3 𝐼( ) (6)

Como essas equações são obtidas pelo potencial de redução, é necessário


invertê-las para obter o de oxidação. Então, para a reação que ocorre quando o
zinco é adicionado à solução de iodo, tem-se das reações 3 e 6:

𝑍𝑛( ) ↔ 𝑍𝑛( ) + 2𝑒

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𝐼 ( ) + 2𝑒 ↔ 3 𝐼( )

Somando ambas as equações, eliminam-se os dois elétrons das reações e o


zinco metálico não participa da oxirredução (nóx 0), resultando na reação (7):

𝑍𝑛( ) + 𝐼 ( ) ↔ 𝑍𝑛( ) + 3 𝐼( ) (7)

A mudança de cor ocorre pelo fato de que somente o iodo não é totalmente
solúvel em água. Em solventes orgânicos, o iodo apresenta coloração marrom.
Quando adicionado KI, a solubilidade da solução aumentou tornando a cor
predominante. A adição de zinco influenciou a cor, uma vez que sua cor
característica é de um cinza escuro.

Após um curto tempo de descanso (Figura 2), a solução apresentou um


corpo de fundo: o zinco sólido se acumulou devido à diferença de densidade e parte
da solução se apresentou transparente (íons Zn e I).

Figura 3 – Zinco como corpo de fundo.

Fonte: elaborada pelos autores, 2023.

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4.4. Experimento 04 – Solubilidade do iodo

Colocado o cristal de iodo no tubo, adicionado água destilada e agitando,


observa-se que não há dissolução do material. Como o iodo se solubiliza melhor na
presença de sais de iodo, a adição de KI tornou possível para os cristais de iodo se
solubilizarem na água, tornando a cor da substância em um marrom escuro (Figura
4).

Figura 4 – Iodo solubilizado após adição de KI.

Fonte: elaborada pelos autores, 2023.

A adição do CCl4 solubilizou completamente os cristais de iodo, formando


uma solução com duas “fases” visíveis: roxo claro e roxo escuro. Considerando os
componentes, um fator que explica essa diferença de cores (Figura 5) é a polaridade
das moléculas. A molécula de Iodo (I2) é apolar, a de água (H2O) é polar, a de iodeto
de potássio (KI) é polar e a de tetracloreto de carbono (CCl4) é apolar.

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Figura 5 - Substância polarizada.

Fonte: elaborada pelos autores, 2023.

Sabe-se que compostos polares dissolvem compostos polares e compostos


apolares dissolvem compostos apolares. Diante disso, a parte roxa escuro do
produto final possui água e uma concentração mais elevada de iodo (o que justifica
a coloração violeta mais forte) e a roxa clara possui tetracloreto de carbono e iodo -
esse composto orgânico dissolve melhor o iodo, por isso a cor aparente é mais
clara.

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5 CONCLUSÃO

Com os resultados obtidos, conclui-se que o Iodo é um elemento bastante


volátil, de aspecto sólido cristalino de cor preta e um gás de cor violeta; é fácil obtê-
lo na forma pura a partir do processo de sublimação, possui propriedades oxidantes
interessantes, normalmente não é solúvel em água destilada, uma vez que a água é
uma molécula apolar e o iodo é polar, mas se torna quando adicionado sais de
iodeto no meio reacional.

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REFERÊNCIAS

UEM. Roteiros para os experimentos da disciplina Química Experimental (207) para o curso de
Engenharia Química. Disponível em: https://classroom.google.com/c/NjE1MjgxNjUxMzAy. Acesso em:
22 Jul. 2023.

SANTOS, Vanessa da Matta dos; AFONSO, Júlio Carlos. Iodo. Revista Química Nova na Escola,
São Paulo, vol. 35, n. 4, p. 297-298, novembro 2013. Disponível em:
http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc35_4/12-EQ-16-11.pdf. Acesso em: 23 jul. 2023.

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