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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Disciplina: Química Inorgânica Experimental I

Propriedades do Iodo e seus compostos


Aula Prática 5

Data de realização: 19/05/2023


Data de entrega: 26/05/2023
Integrantes: Igor de Souza Pinto
João Victor Tomaz dos Santos
Luana Medeiros Santos
Grupo 2

Professora: Juliana Fonseca de Lima

Rio de Janeiro
2023
1. INTRODUÇÃO
Os elementos do grupo 17, halogênios, têm configuração eletrônica da
camada mais externa ns2np5, em que n varia de 2 até 6. Os halogênios tem
afinidades eletrônicas muito negativas e frequentemente atingem uma
configuração eletrônica de gás nobre ao ganhar um elétron, o que resulta em
um estado de oxidação -1. Nos estados de oxidação positivos, os halogênios
[2]
tendem a ser bons agentes oxidantes, aceitando elétrons facilmente.

O iodo foi obtido por Courtois em 1811, por sublimação do produto da


reação de ácido sulfúrico com cinzas de algas marinhas.

O I2 é um sólido preto, lustroso, facilmente sublimável em temperatura


ambiente, para produzir um vapor roxo e, como os outros halogênios, é
altamente solúvel em solventes apolares. A cor das soluções de iodo varia
significativamente com a capacidade de doador do solvente, normalmente
dando cores vivas como consequência de interações de transferência de
carga . O iodo é um agente oxidante moderadamente bom, mas é o mais fraco
dos halogênios. As soluções de iodo em álcool (“tintura de iodo”) são
antissépticos de uso domésticos. Por causa da sua radioatividade, o astato não
tem sido estudado extensivamente. [1]

Em virtude de o I2 ser maior e mais e mais polarizável das moléculas de


halogênios, as forças intermoleculares entre as moléculas de I 2 são as mais
fortes. Portanto, I2 tem os pontos de fusão e ebulição mais altos. À temperatura
ambiente e 1atm de pressão, I2 é um solido de cor púrpura. [2]

O uso mais comum do iodo é na forma de KI, no sal de cozinha. O sal


iodato fornece a pequena quantidade de iodo necessária na alimentação e é
essencial à formação da tiroxina, hormônio secretado pela glândula tireoide. A
falta de iodo na dieta alimentar resulta no crescimento dessa glândula, uma
condição chamada bócio. [2]

Salienta-se que os vapores do iodo são bastante irritantes, podem estragar


equipamentos de laboratório, como as balanças analíticas, e são rapidamente
absorvidos pela pele. Por isso, ao trabalhar com o iodo, são necessários alguns
cuidados, como o uso de equipamentos de proteção individual (óculos, luvas e
máscaras).
2. OBJETIVOS
Apresentar uma visão geral da química do elemento do grupo 17, o Iodo, e de
seus compostos buscando aprofundar conceitos fundamentais como
solubilidade e obtenção, enfatizando as correlações entre as propriedades
físicas e químicas com os aspectos estruturais e de ligação. Além disso, o
principal objetivo da prática consistiu em sintetizar o iodo e qualificar as
propriedades dos compostos obtidos, bem como das espécies químicas
envolvidas.

3. RESULTADOS e DISCUSSÕES
1 .Preparação do Iodo
Após adicionar em um béquer grande 3g de Iodeto de Potássio (KI), 4g de
Dióxido de Manganês (MnO2) e 15ml de Ácido Sulfúrico 9 mol L-1 (H2SO4) e
misturar bem estes reagentes, estes foram levados para aquecer em uma
chapa aquecedora. Previamente ao aquecimento foi acoplado em cima do
béquer uma cápsula de porcelana contendo cubos de gelo. Os seguintes
aspectos foram observados:

Com o decorrer da reação foi possível observar a formação de vapor de


coloração violeta, proveniente da sublimação, ou seja, a mudança do estado
físico sólido para o gasoso, do Iodo formado (figuras 1 e 2). Este vapor, ao
entrar em contato com a cápsula de porcelana fria devido aos cubos de gelo,
resfria e passa para o estado sólido. É constatada, então, a formação do Iodo
sólido de coloração cinza na cápsula de porcelana, como mostra a figura 3.

As reações deste experimento podem ser descritas por:

- 2 KI (s) + MnO2 (s) + 3 H2SO4 (aq) → I2 (g) + 2 KHSO4 (aq) + MnSO4 (aq) +2 H2O (l)

- I2 (g) ↔ I2 (s)
Vale ressaltar que foi observada uma coloração castanha/marrom nas paredes
do béquer (figura 2). O iodo é pouco solúvel em água, mas forma uma solução
aquosa de coloração marrom. Ele dissolve-se melhor em solventes orgânicos,
que se forem polares assim como a água, formarão soluções também marrons;
mas se forem solventes apolares, a solução formada será violeta. A dissolução
do iodo na água é mais facilitada quando ele é colocado na forma do seu
composto iodeto de potássio. Ademais, temos um aumento da superfície de
contato, as moléculas do vapor formado estarão em maior contato com a água
do que o Iodo sólido.

Figura 1: Início da formação do vapor violeta. Figura 2: Sublimação do Iodo formado.

Figura 3: Iodo sólido formado na cápsula


de porcelana.
4. CONCLUSÕES

Portanto, notou-se que as propriedades atômicas do iodo afetam de forma


efetiva fatores como solubilidade, mudança de estado e reatividade. Pois, na
reação 1 viu-se uma mudança do estado sólido direto para o gasoso do iodo e
isso se deve ao ponto de fusão do alto do iodo graças a sua alta energia de
coesão quando comparado a grande maioria dos halogênios de seu grupo. É
importante ressaltar que no iodo já há presença de elétron d e isso faz com que
a sua carga nuclear efetiva aumente, já que os elétrons d blindam de modo
ineficiente. Portanto, como já dito, sua energia de coesão não é pequena. Isso
não significa dizer que o iodo não é reativo, visto que ao mesmo tempo que sua
carga nuclear ativa efetiva aumenta o seu nível energético também. Portanto,
suas camadas energéticas se tornam mais densas com os elétrons mais
dispersos e isso pode explicar a reativa na reação 5. Porém, essa explicação
não é o suficiente, já que a molécula de NI3 estudada é muito instável e por
mínima força de fricção ela reage com uma explosão liberando e quebrando as
ligações entre iodo e nitrogênio. Além disso, o iodo em forma de cristal é uma
molécula com fórmula molecular I2 que não há diferença efetiva de
eletronegatividade e isso a torna covalente apolar. Nesse sentido, o iodo tende
a se dissolver melhor e ser solvatado por solventes apolares. Por fim, a
oxidação mais comum para o iodo é igual a 1, podendo ser -1 ou +1.
Outrossim, ele pode ter uma valência mais elevada, quando seus números de
oxidação vão de +3, +5 e +7 e tais estados de oxidação são decorrentes de
ligações covalentes que envolvem a promoção de elétrons de orbitais
preenchido p e s para o d vazios.

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