Você está na página 1de 10

UFRRJ - Instituto de Ciências Exatas - Departamento de Química

Disciplina: Química Inorgânica Experimental I(IC615) – P64 – 2018.1


Professor: Marcelo Herbst

EXPERIMENTO V e VI

OXIGÊNIO E ENXOFRE

Alunos: Sara de Souza Monteiro – 2016640276

Wanny Tavares Nogueira – 2017640326

Seropédica, 11 de Junho de 2018


INTRODUÇÃO

Os elementos do grupo 16 são comumente conhecidos como calcogênios. Este termo deriva do
grego e significa formadores de cobre. Os calcogênios possuem caráter metálico menos intenso que os
elementos que se encontram no grupo 15, ou inferior. Sendo o oxigênio e o enxofre os que possuem
maior caráter não metálico, deste grupo de elementos. Estes elementos possuem configuração eletrônica
da camada de valência igual a ns 2np4 e apresentam a capacidade de forma pelo menos um íon com carga
negativa igual a -2.

O oxigênio é um elemento químico de símbolo O, que possui número atômico 8 e massa


atômica 16 u. Em sua forma molecular e à temperatura ambiente, O2, é um gás incolor (azul em estado
líquido e sólido), insípido, inodoro, comburente, não combustível e pouco solúvel em água. Representa
aproximadamente 20% da composição da atmosfera terrestre. É um dos elementos mais importantes
da química orgânica, participando de maneira relevante no ciclo energético dos seres vivos, sendo
essencial na respiração celular dos organismos aeróbicos.

O oxigênio é obtido industrialmente pela destilação fracionada do ar líquido. A maior parte do O 2


produzido é utilizado na fabricação de aço. No Laboratório, pode ser produzido pela decomposição
térmica do KClO3, embora o produto possa conter pequenas quantidades de Cl2 ou ClO2.

2 KClO3(s) 2 KCl(s) + 2 O2(g)


MgOΔ
2 (cat.)

Praticamente todos os elementos reagem com o oxigênio, à temperatura ambiente ou por


aquecimento (as únicas exceções são alguns poucos metais nobres como Pt, Au e W, e os gases nobres),
as reaões geralmente são bastante exotérmicas e, uma vez iniciadas, prosseguem espontaneamente.

O alótropo comum do oxigênio, formalmente dioxigênio (O 2), sofre ebulição a -183°C e possui
tonalidade azul muito pálida no estado líquido. A cor deve-se as transições eletrônicas envolvendo pares
de moléculas vizinhas. A descrição do orbital molecular de O 2 indica a existência de uma ligação dupla;
entretanto, os dois elétrons externos ocupam orbitais π antiligantes diferentes com spins paralelos; como
resultado, a molécula é paramagnética.

O outro alótropo do oxigênio, o ozônio (O 3), sofre ebuilição a -112°C e é um gás azul
endergônico explosivo e altamente reativo. A molécula de O 3 é angular, de acordo com o modelo
RPECV, e possui um ângulo de 117°; ela é diamagnética.

O enxofre, um elemento químico de símbolo S , número atômico 16 e de massa atômica 32 u, é


também bastante importante e altamente empregado na indústria em geral. Ele é utilizado na forma de
diversos compostos, principalmente, na forma de ácido sulfúrico, que é o produto industrial mais
utilizado no mundo. Também se trata de um elemento químico essencial aos organismos vivos, uma vez
que está presente nos aminoácidos cucteína e metionina e em diversos sítio ativos de vital importância.
Muitos organismos obtêm energia a partir da oxidação ou redução de compostos sulfurados, reações estas
que fazem parte do ciclo do enxofre.

À temperatura ambiente, o enxofre encontra-se no estado sólido. E, diferentemente do oxigênio,


este elemento tende a formar ligações simples consigo mesmo, em vez de ligações duplas. Logo, ele
forma compostos mais extensos e, por isso, é sólido à temperatura ambiente.

De acordo com a literatura, o enxofre é o 16º elemento em ordem de abundância, constituindo


0,034% em peso na crosta terrestre, e é encontrado em grandes quantidades na forma de sulfetos (galena)
e de sulfatos (gesso). Na forma nativa é encontrado junto a fontes termais, zonas vulcânicas e em minas
de cinábrio, galena, esfalerita e estibina. É extraído pelo processo Frasch, processo responsável por 23%
da produção, que consiste em injetar vapor de água superaquecido para fundir o enxofre, que
posteriormente é bombeado para o exterior utilizando-se ar comprimido.

É possivel também encontrar enxofre, em pequenas quantidades, em combustíveis


fósseis como carvão e petróleo, cuja combustão produz dióxido de enxofre que combinado a água resulta
na chuva ácida, por isso, a legislação de alguns países exige a redução do conteúdo de enxofre nos
combustíveis. Este enxofre, depois de refinado, constitui um porcentual importante do total produzido
mundialmente. Também é extraído do gás natural que contém sulfeto de hidrogênio que, uma vez
separado, é queimado para a produção do enxofre:

2 H2S + O2 2 S + 2 H2O

Os óxidos mais importantes são o dióxido de enxofre, SO2 que em água forma uma solução
de ácido sulfuroso, e o trióxido de enxofre, SO3, que em solução forma o ácido sulfúrico; sendo
os sulfitos e sulfatos os sais respectivos.

OBJETIVO

Verificar as propriedades químicas, tais como ação oxidante e redutora, acidez e identificação dos
elementos enxofre e oxigênio.

PARTE EXPERIMENTAL

OXIGÊNIO

1. Peróxido de hidrogênio

 Identificação

Em um tubo de ensaio, colocou-se quatro gotas de solução diluída de H 2SO4 (3M), 1mL de
H2O2 e cinco gotas de solução diluída de K 2Cr2O7. Agitou e deixou-se em repouso. Feito isso, adicionou-
se 1mL de éter etílico e observou-se que houve a separação da fase polar da apolar, onde a fase superior
(etérea) possuía coloração azul escuro intenso devido a formação de CrO 5 conforme a reação que se
segue:

Cr2O7-2(s) + 2H+(aq) + 4H2O2(aq) ↔ 2CrO(O2)2(aq) + 5H2O(l)

Partindo-se de uma solução contendo íons cromato ([CrO 4]2-), que apresenta coloração amarela
em solução aquosa, ao adicionar H 2SO4, estes íons são convertidos em íons dicromato ([Cr 2O7]2-) de
coloração laranja devido à reação:

2 [CrO4]2- + 2 H+  [Cr2O7]2- + H2O


Com a adição de Peróxido de hidrogênio, a solução borbulha, indicando assim liberação de gás
que neste caso é o O2(g), e passa a apresentar coloração azul intensa por conta da formação de Peróxido de
Cromo (CrO5):

[CrO4]2- + 2 H+ + 2 H2O2  CrO5 + 3 H2O

Figura 1: Estrutura do Peróxido de Cromo (CrO5)

O éter etílico adicionado é responsável pela extração do composto azul formado na solução
aquosa quando se adiciona o peróxido de hidrogênio (H 2O2) que, por ser muito instável decompõe-se
rapidamente, produzindo oxigênio e uma solução verde de um sal de cromo III. O éter extrai e estabiliza o
CrO5, uma vez que em meio aquoso, este composto formado hidrolisa rapidamente formando Cr3+ e com
liberação de oxigênio em éter não há essa decomposição.
Ao final é possível ver as duas fases: a etérea (menos densa), azul, e a aquosa (mais densa), verde:

4 CrO5 + 12 H+  4 Cr3+ + 7 O2 + 6 H2O

 Estabilidade

Adicionou-se 2mL de H2O2 em três tubos de ensaio. O primeiro foi reservado, ao segundo foi
adicionado 1mL de H2SO4 diluído e ao terceiro, NaOH diluído. A cada tubo foi adicionado uma fita de
papel indicador de pH e os tubos foram aquecidos em banho-maria.

A mudança de cor do papel indicador é observada primeiramente em meio ácido, em seguida


muda em meio neutro e por último em meio básico. Isto se deve ao fato de que para cada 10 °C de
aumento da temperatura promove-se aproximadamente 2,5 vezes mais a decomposição do Peróxido de
Hidrogênio e com isso há um aumento do valor de pH.

Na estabilidade ideal, a faixa do pH do H2O2 puro é inferior a 4,5. Em pH superior a 5, aumenta


drasticamente a decomposição. Por isso, o valor do pH das soluções comerciais costuma ser ajustado para
ficar abaixo de 5. A sua decomposição libera oxigênio molecular e calor; soluções mais concentradas, o
calor aumenta a temperatura e acelera a taxa de decomposição do reagente. Por isso, estabilizadores
especiais são adicionados durante a produção do mesmo e inibem a decomposição catalítica causada pelo
efeito de metais, luz UV, e outras impurezas que podem acidentalmente contaminar o reagente durante
estocagem ou manuseio.
 Ação Oxidante

a)

Colocou-se aproximadamente 2mL de soluções de Fe2+, Mn2+, Co2+ e Cr+3 a diferentes tubos de
ensaio e, a cada um, adicionou-se cerca de 1mL de solução 3M de NaOH. Posteriormente, adicionou-se
2mL de H2O2 e comparou-se então os precipitados formados antes e despois de ter sido feita a adição da
solução de H2O2. Na tabela a seguir constam as observações feitas:

SOLUÇÕES SEM H2O2 COM H2O2


Fe2+ alaranjado vermelho
Mn2+ branco bege escuro
Co2+ azul rosa escuro
Cr3+ não houve precipitado não houve precipitado

No tubo que continha solução de Fe 2+, inicialmente a solução era amarela e ao ser adicionado o
hidróxido de sódio houve a formação de precipitado alaranjado, sendo este o hidróxido de ferro II,
conforme equação quimica a seguir demonstra:

Fe+2(aq) + 2 NaOH(aq) Fe(OH)2(s) + 2 Na+(aq)

Ao adicionar-se H2O2 houve intensa liberação de gás, provavelmtem O2 devido a reação do H 2O2 com o
OH-, aquecimento caracterizando com isso uma reação exotérmica e formação de precipitado vermelho.
O precipitado é devido a formação de Fe 2O3, por meio de uma reação de oxi-redução, onde o peróxido de
hidrogênio é reduzido indo a água e o hidróxido ferroso é oxidado indo a óxido férrico:

H2O2(aq) + 2 H+(aq) + 2 e- 2 H2O(l) E°= +1,77V

2 Fe(OH)2(s) + 2 OH-(aq) Fe2O3(s) + 3 H2O(l) + 1 e- E°= +0,86V

H2O2(aq) + 2 H+(aq) + 4 Fe(OH)2(s) + 2 OH-(aq) 2 Fe2O3(s) + 8 H2O(l) ddp= +2,63V (espontâneo)

No tubo com a
solução de Co2+, a coloração inicial da solução era rosada, ao se adicionar o hidróxido de sódio,
primeiramente houve formação de precipitado azul que ficou em suspensão, e continuada a adição de
hidróxido houve aparecimento de precipitado rosa e a solução ficou incolor. O precipitado azul
se trada de CoClOH, com o excesso de NaOH, este passa a Co(OH)2 que possui por sua vez, coloração
rósea:

CoCl2(aq) + NaOH(aq) CoClOH(s) + Cl-

CoClOH(s) + NaOH(aq) Co(OH)2(s) + NaCl(aq)

Com a adição de peróxido de hidrogênio, houve intensa liberação de gás, provavelmente O 2 devido
a reação do H2O2 com o OH-, aquecimento caracterizando com isso uma reação exotérmica aparecimento
de precipitado escuro, devido a reação de oxi-redução do peróxido que é reduzido, oxidando o Co +2 a Co+3
levando a formação de Co(OH)3.
H2O2(aq) + 2 H+(aq) + 2 e- 2 H2O(l) E°= +1,77V

Co(OH)2(s) + OH-(aq) Co(OH)3(s) + 1 e- E°= -0,42V

H2O2(aq) + 2 H+(aq) + 2 Co(OH)2(s) + OH-(aq) 2 Co(OH)3(s) + 2 H2O(l) ddp= +1,35V (espontâneo)

Em outro tubo de
ensaio, a solução de Cr+3 inicialmente era azul-arroxeado. Ao ser adicionada a base observou-se a
formação de precipitado branco e a solução ficou verde. O precipitado é Cr(OH) 3 formado devido a
reação do cromo III com o hidróxido de sódio e a coloração verde da solução é devida a formação do
complexo iônico [Cr(H2O)2(OH)4]- que ocorre por conta do excesso de hidróxido no meio reacional:

Cr(OH)3(s) + 2 H2O(l) + OH-(exc.) [Cr(H2O)2(OH)4]- (aq)

Cr+3(aq) + 3 NaOH(aq) Cr(OH)3(s) + 3 Na+

Quando adicionado o peróxido de hidrogênio, a maior parte do precipitado desapareceu, houve


intensa liberação de gás branco (denso e inodoro), formação de precipitado amarelo, a coloração da
solução escureceu e tratava-se de uma reação exotérmica.

O precipitado amarelo é oriundo da reação de oxi-redução entre o peróxido de hidrogênio e o


hidróxido de cromo III. O H2O2 tem o potencial de redução maior que o do Cr(OH) 3, sendo reduzido à
água e levando o Cr+3 se oxidar a Cr+6. Como o CrO4-2 tem um kps na ordem de 10 -10, quando sua
concentração atinge o kps, ele precipita na forma de seu sal correspondente:

H2O2(aq) + 2 H+(aq) + 2 e- 2 H2O(l) E°= +1,77V

Cr(OH)3(s) + 5 OH-(aq) CrO4-2(s) + 4 H2O(l) + 2 e- E°= +0,05V

H2O2(aq) + 2 H+(aq) + Cr(OH)3(s) + 5 OH-(aq) CrO4-2(s) + 6 H2O(l) ddp= +1,82V (espontâneo)

H2O2(aq) + 2 H+(aq) + 2 e- 2 H2O(l) E°= +1,77V

4 OH-(aq) O2(g) + 2 H2O(l) + 4 e- E°= -0,40V

2 H2O2(aq) + 4 H+(aq) + 4 OH-(aq) O2(g) + 4 H2O(l) ddp= +1,37V (espontâneo)

E por fim, no tubo contendo


Mn2+ a solução inicial era incolor e ao
adicionar-se o hidróxido de sódio houve a formação de precipitado branco/bege e a solução continuou
incolor. O precipitado é devido a formação de hidróxido de manganês II (Mn(OH)2):

Mn+2(aq) + 2 NaOH(aq) Mn(OH)2(s) + 2 Na+(aq)

Ao ser adicionado a solução de H2O2 houve intensa liberação de gás, provavelmente O 2 devido a
reação do H2O2 com o OH-, aquecimento caracterizando com isso uma reação exotérmica e o surgimento
de precipitado escuro caracterizando a formação de MnO 2 através da reação de oxi-redução do hidróxido
de manganês II com o peróxido de hidrogênio, onde este é reduzido gerando água e o hidróxido de
manganês se oxida passando a dióxido de manganês. O nox do manganês passa de +2 a +4.
H2O2(aq) + 2 H+(aq) + 2 e- 2 H2O(l) E°= +1,77V

Mn(OH)2(s) + 2 OH-(aq) MnO2(s) + 2 H2O(l) + 2 e- E°= +0,09V

H2O2(aq) + 2 H+(aq) + Mn(OH)2(s) + 2 OH-(aq) MnO2(s) + 4 H2O(l) ddp= +1,86V (espontâneo)

b)

Em um papel impregnado com PbS, gotejou-se solução de H2O2 e observou-se. Esperava-se


que o papel escurecesse mas o mesmo não foi observado.

 Ação Redutora

a)

Em um tubo de ensaio, adicionou-se 1mL de solução diluída de KMnO ₄, 1 mL de solução 3M de


H₂SO₄ e 3 mL de H₂O₂. Após as adições, a solução foi então aquecida e observou-se um descoramento
da solução.

Sabe-se que o permanganato de potássio é um sal inorgânico que, quando dissolvido em água,
forma uma solução de intensa coloração violeta. É um forte agente oxidante e participa de diversas
reações interessantes, envolvendo belas alterações em sua coloração, conforme se transforma em íons ou
outros compostos derivados do manganês.

Em solução ácida o MnO₄⁻ vai a Mn⁺² que em solução aquosa é incolor e o responsável pela
mudança na coloração da solução.

2 KMnO₄(aq) + 3 H₂SO₄(aq) + 5 H₂O₂(aq) 2 MnSO₄(aq) + 5 O₂(g) + K₂SO₄(aq) + 8 H₂O(l)

Semi-reação de redução: MnO₄⁻(aq) + 8 H⁺(aq) + 5 e⁻ Mn⁺²(aq) + 4 H₂O(l) (x2) E°= + 1,51 V

Semi-reação de oxidação: H₂O₂(aq) O₂(g) + 2 H⁺(aq) + 2 e⁻ (x5) E°= - 0,68 V

Equação essencial: 2 MnO₄⁻(aq) + 5 H₂O₂(aq) + 6 H⁺(aq) 2 Mn⁺²(aq) + 5 O2(g) + 8 H₂O(l) ddp = + 0,83
V
Repetiu-se o experimento substituindo a solução de KMnO ₄ por K ₂Cr ₂O ₇ e observou-se uma
mudança na coloração da solução que se tornou verde.

O dicromato de potássio é um sólido cristalino laranja-avermelhado (K ₂Cr ₂O ₇). Quando


dissolvido em água forma uma solução de cor amarela. Não é um oxidante tão poderoso quanto o
permanganato de potássio, mas é um agente oxidante forte e só é utilizado em meio ácido.
Em solução ácida o Cr₂O₇⁻² vai a Cr⁺³ que em solução aquosa é verde e o responsável pela
mudança de coloração da solução.

K₂Cr₂O₇(aq) + 4 H₂SO₄(aq) + 3 H₂O₂(aq) Cr₂(SO₄)₃(aq) + 3 O₂(g) + K₂SO₄(aq) + 7 H₂O(l)

Semi-reação de redução: Cr₂O₇⁻²(aq) + 14 H⁺(aq) +6 e⁻ Cr⁺³(aq) + 4 H₂O(l) (x1) E°= + 1,38 V

Semi-reação de oxidação: H₂O₂(aq) O₂(g) + 2 H⁺(aq) + 2 e⁻ (x3) E°= - 0,68 V

Equação essencial: Cr₂O₇⁻²(aq) + 3 H₂O₂(aq) + 8 H⁺(aq) Cr⁺³(aq) + 3 O(g) + 7 H₂O(l) ddp = + 0,70
V

b)

Colocou-se em um tubo de ensaio, 1 mL de solução diluída de K ₃[Fe(CN) ₆] juntamente com 2


mL de H₂O₂. Aqueceu-se e, posteriormente, adicionou-se duas gotas de solução diluída de H ₂SO ₄ e
quatro gotas de FeCl₃.

O Ferricianeto de potássio é o composto químico com a formula K ₃[Fe(CN) ₆]. Este sal vermelho
brilhante consiste de um composto de coordenação [Fe(CN) ₆] ⁻³. É solúvel em água e sua solução
apresenta uma cor verde-amarelada fluorescente.

Em solução ácida o [Fe(CN)₆]⁻³ vai a [Fe(CN) ₆] ⁻⁴ que forma um precipitado com Fe ⁺³


formando o ferrocianeto férrico que é o famoso azul da Prússia, um precipitado azul-esverdeado.

Semi-reação de redução: [Fe(CN)₆]⁻³(aq) + 1 e⁻ [Fe(CN)₆]⁻⁴ (aq) (x2) E°= + 0,36


V

Semi-reação de oxidação: H₂O₂(aq) O₂(g) + 2 H⁺(aq) + 2 e⁻ (x1) E°= - 0,68


V

Equação essencial: 2 [Fe(CN)₆]⁻³ (aq) + H₂O₂(aq) 2 [Fe(CN)₆]⁻⁴ (aq) + 2 H⁺(aq) + O₂(g) ddp = - 0,32
V

ENXOFRE

1. Propriedades Químicas

a) Propriedades Ácidas

Verificou-se a acidez da solução de ácido sulfuroso utilizando para isso uma fita de pH a qual indicou
por volta de 1, confirmando com isso a acidez esperada da solução.

Em seguida, pipetou-se 5mL desta solução para um tubo e adicionou-se alguns miligramas de
magnésio observando que houve desprendimento de gás, que de acordo com a equação química que se
segue, trata-se da liberação de H2, e a formação de sulfito de magnésio:

2 H2SO3 + Mg  Mg(SO3)2 + 2 H2
Esta reação ocorre uma vez que o metal, magnésio, é mais reativo conseguindo assim deslocar o
H2, liberando-o na forma de gás.

b) Propriedades Redutoras

Colocou-se em diferentes tubos de ensaio, 1 gota de solução diluida de H 2SO4 e 1mL de solução
diluida de KMnO4, K2Cr2O7, KIO3 + amido, FeCl3 + K3[Fe(CN)6]. Posteriormente, adicionou-se 1mL de
solução de ácido sulfuroso a cada tubo e observou-se. Na tabela abaixo consta as observações feitas.

SOLUÇÃO H2SO4 H2SO4 + H2SO3


KMnO4 rosa incolor
K2Cr2O7 laranja verde escuro
KIO3 + amido incolor ppt escuro
FeCL3 + K3[Fe(CN)6] amarelo laranja

No tubo contendo a solução de KMnO4 observou-se que a solução descorou, tornando-se incolor,
indicando com isso a redução do nox do Manganês indo de +7 para +2.

A reação entre ácido sulforoso e solução acidulada de dicromato de potássio é dada a seguir:

K 2 Cr2 O7 +3 SO2 + H 2 SO4 → Cr2 (SO¿¿ 4 )3+ K 2 SO4 + H 2 ¿O

O nox de S no SO 2 é +4 , e em Cr 2 (SO¿¿ 4)3 ¿ é +6. Como o nox aumentou, dizemos que houve
perda de elétrons ou ainda, oxidação. Pode-se dizer que SO 2 é o agente redutor. Ele reduz o cromo,
inicialmente de nox= +6 para nox= +3, no Cr 2 (SO¿¿ 4)3 .¿ Assim, a solução de dicromato de potássio,
que era alaranjada, ficou verde escura. Isso comprova que houve reação, no caso de oxirredução.

No tubo contendo a solução de KIO3 + amido observou-se a formação de um precipitado escuro


que trata-se do I2.

Neste experimento ficaram evidentes as propriedades redutoras dos compostos envolvidos, pois o
ácido é um agente redutor e leva todas às substancias relacionadas a reduzirem-se. Isso se observa através
da coloração das amostras que mudam de cor ou pela formação de precipitados.

c) Propriedade alvejante

Em um tubo de ensaio adicionou-se 0,5mL de Fucsina em uma concentração de 0,1% e 1mL de


ácido sulfuroso e observou-se que a solução adquire coloração vermelho groselha.

Após ferver a solução resultante, observou-se que a mesma descora, ou seja, se torna incolor, uma
vez que o ácido sulfuroso é um agente oxidante e oxida a fucsina. Por conta disso ocorre o
descoloramento da solução.
Figura 2: Fucsina (púrpura) Figura 3: Fucsina em meio ácido

CONCLUSÃO

Os calcogênios foram estudados, especialmente o oxigênio e enxofre. As propriedades redutoras,


oxidantes e descolorantes do ácido sulforoso foram verificadas experimentalmente bem como do
peróxido de hidrogênio. Apesar de alguns testes não terem sido bem sucedidos, o objetivo maior foi
alcançado.

REFERÊNCIAS

ATKINS,P.; JONES, L. Princípios de Química, Questionando a Vida Moderna e o Meio


Ambiente. 3ª Ed Bookman: São Paulo, 2007.

LEE, J. D., Química inorgânica não tão concisa. Tradução da 5ª ed. inglesa. Editora Edgard
Blücher Ltda. 1999.

SHRIVER, D. F., ATKINS, P. W., Química Inorgânica, 3ª Ed. Bookman: Porto Alegre, 2003.

T. L. Brown, H. E. Lemay Bruce e E. Busten. Química, A Ciência Central –– 1ª Ed. Pearson


education.

Você também pode gostar