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EXPERIMENTO V e VI
OXIGÊNIO E ENXOFRE
Os elementos do grupo 16 são comumente conhecidos como calcogênios. Este termo deriva do
grego e significa formadores de cobre. Os calcogênios possuem caráter metálico menos intenso que os
elementos que se encontram no grupo 15, ou inferior. Sendo o oxigênio e o enxofre os que possuem
maior caráter não metálico, deste grupo de elementos. Estes elementos possuem configuração eletrônica
da camada de valência igual a ns 2np4 e apresentam a capacidade de forma pelo menos um íon com carga
negativa igual a -2.
O alótropo comum do oxigênio, formalmente dioxigênio (O 2), sofre ebulição a -183°C e possui
tonalidade azul muito pálida no estado líquido. A cor deve-se as transições eletrônicas envolvendo pares
de moléculas vizinhas. A descrição do orbital molecular de O 2 indica a existência de uma ligação dupla;
entretanto, os dois elétrons externos ocupam orbitais π antiligantes diferentes com spins paralelos; como
resultado, a molécula é paramagnética.
O outro alótropo do oxigênio, o ozônio (O 3), sofre ebuilição a -112°C e é um gás azul
endergônico explosivo e altamente reativo. A molécula de O 3 é angular, de acordo com o modelo
RPECV, e possui um ângulo de 117°; ela é diamagnética.
2 H2S + O2 2 S + 2 H2O
Os óxidos mais importantes são o dióxido de enxofre, SO2 que em água forma uma solução
de ácido sulfuroso, e o trióxido de enxofre, SO3, que em solução forma o ácido sulfúrico; sendo
os sulfitos e sulfatos os sais respectivos.
OBJETIVO
Verificar as propriedades químicas, tais como ação oxidante e redutora, acidez e identificação dos
elementos enxofre e oxigênio.
PARTE EXPERIMENTAL
OXIGÊNIO
1. Peróxido de hidrogênio
Identificação
Em um tubo de ensaio, colocou-se quatro gotas de solução diluída de H 2SO4 (3M), 1mL de
H2O2 e cinco gotas de solução diluída de K 2Cr2O7. Agitou e deixou-se em repouso. Feito isso, adicionou-
se 1mL de éter etílico e observou-se que houve a separação da fase polar da apolar, onde a fase superior
(etérea) possuía coloração azul escuro intenso devido a formação de CrO 5 conforme a reação que se
segue:
Partindo-se de uma solução contendo íons cromato ([CrO 4]2-), que apresenta coloração amarela
em solução aquosa, ao adicionar H 2SO4, estes íons são convertidos em íons dicromato ([Cr 2O7]2-) de
coloração laranja devido à reação:
O éter etílico adicionado é responsável pela extração do composto azul formado na solução
aquosa quando se adiciona o peróxido de hidrogênio (H 2O2) que, por ser muito instável decompõe-se
rapidamente, produzindo oxigênio e uma solução verde de um sal de cromo III. O éter extrai e estabiliza o
CrO5, uma vez que em meio aquoso, este composto formado hidrolisa rapidamente formando Cr3+ e com
liberação de oxigênio em éter não há essa decomposição.
Ao final é possível ver as duas fases: a etérea (menos densa), azul, e a aquosa (mais densa), verde:
Estabilidade
Adicionou-se 2mL de H2O2 em três tubos de ensaio. O primeiro foi reservado, ao segundo foi
adicionado 1mL de H2SO4 diluído e ao terceiro, NaOH diluído. A cada tubo foi adicionado uma fita de
papel indicador de pH e os tubos foram aquecidos em banho-maria.
a)
Colocou-se aproximadamente 2mL de soluções de Fe2+, Mn2+, Co2+ e Cr+3 a diferentes tubos de
ensaio e, a cada um, adicionou-se cerca de 1mL de solução 3M de NaOH. Posteriormente, adicionou-se
2mL de H2O2 e comparou-se então os precipitados formados antes e despois de ter sido feita a adição da
solução de H2O2. Na tabela a seguir constam as observações feitas:
No tubo que continha solução de Fe 2+, inicialmente a solução era amarela e ao ser adicionado o
hidróxido de sódio houve a formação de precipitado alaranjado, sendo este o hidróxido de ferro II,
conforme equação quimica a seguir demonstra:
Ao adicionar-se H2O2 houve intensa liberação de gás, provavelmtem O2 devido a reação do H 2O2 com o
OH-, aquecimento caracterizando com isso uma reação exotérmica e formação de precipitado vermelho.
O precipitado é devido a formação de Fe 2O3, por meio de uma reação de oxi-redução, onde o peróxido de
hidrogênio é reduzido indo a água e o hidróxido ferroso é oxidado indo a óxido férrico:
No tubo com a
solução de Co2+, a coloração inicial da solução era rosada, ao se adicionar o hidróxido de sódio,
primeiramente houve formação de precipitado azul que ficou em suspensão, e continuada a adição de
hidróxido houve aparecimento de precipitado rosa e a solução ficou incolor. O precipitado azul
se trada de CoClOH, com o excesso de NaOH, este passa a Co(OH)2 que possui por sua vez, coloração
rósea:
Com a adição de peróxido de hidrogênio, houve intensa liberação de gás, provavelmente O 2 devido
a reação do H2O2 com o OH-, aquecimento caracterizando com isso uma reação exotérmica aparecimento
de precipitado escuro, devido a reação de oxi-redução do peróxido que é reduzido, oxidando o Co +2 a Co+3
levando a formação de Co(OH)3.
H2O2(aq) + 2 H+(aq) + 2 e- 2 H2O(l) E°= +1,77V
Em outro tubo de
ensaio, a solução de Cr+3 inicialmente era azul-arroxeado. Ao ser adicionada a base observou-se a
formação de precipitado branco e a solução ficou verde. O precipitado é Cr(OH) 3 formado devido a
reação do cromo III com o hidróxido de sódio e a coloração verde da solução é devida a formação do
complexo iônico [Cr(H2O)2(OH)4]- que ocorre por conta do excesso de hidróxido no meio reacional:
Ao ser adicionado a solução de H2O2 houve intensa liberação de gás, provavelmente O 2 devido a
reação do H2O2 com o OH-, aquecimento caracterizando com isso uma reação exotérmica e o surgimento
de precipitado escuro caracterizando a formação de MnO 2 através da reação de oxi-redução do hidróxido
de manganês II com o peróxido de hidrogênio, onde este é reduzido gerando água e o hidróxido de
manganês se oxida passando a dióxido de manganês. O nox do manganês passa de +2 a +4.
H2O2(aq) + 2 H+(aq) + 2 e- 2 H2O(l) E°= +1,77V
b)
Ação Redutora
a)
Sabe-se que o permanganato de potássio é um sal inorgânico que, quando dissolvido em água,
forma uma solução de intensa coloração violeta. É um forte agente oxidante e participa de diversas
reações interessantes, envolvendo belas alterações em sua coloração, conforme se transforma em íons ou
outros compostos derivados do manganês.
Em solução ácida o MnO₄⁻ vai a Mn⁺² que em solução aquosa é incolor e o responsável pela
mudança na coloração da solução.
Equação essencial: 2 MnO₄⁻(aq) + 5 H₂O₂(aq) + 6 H⁺(aq) 2 Mn⁺²(aq) + 5 O2(g) + 8 H₂O(l) ddp = + 0,83
V
Repetiu-se o experimento substituindo a solução de KMnO ₄ por K ₂Cr ₂O ₇ e observou-se uma
mudança na coloração da solução que se tornou verde.
Equação essencial: Cr₂O₇⁻²(aq) + 3 H₂O₂(aq) + 8 H⁺(aq) Cr⁺³(aq) + 3 O(g) + 7 H₂O(l) ddp = + 0,70
V
b)
O Ferricianeto de potássio é o composto químico com a formula K ₃[Fe(CN) ₆]. Este sal vermelho
brilhante consiste de um composto de coordenação [Fe(CN) ₆] ⁻³. É solúvel em água e sua solução
apresenta uma cor verde-amarelada fluorescente.
Equação essencial: 2 [Fe(CN)₆]⁻³ (aq) + H₂O₂(aq) 2 [Fe(CN)₆]⁻⁴ (aq) + 2 H⁺(aq) + O₂(g) ddp = - 0,32
V
ENXOFRE
1. Propriedades Químicas
a) Propriedades Ácidas
Verificou-se a acidez da solução de ácido sulfuroso utilizando para isso uma fita de pH a qual indicou
por volta de 1, confirmando com isso a acidez esperada da solução.
Em seguida, pipetou-se 5mL desta solução para um tubo e adicionou-se alguns miligramas de
magnésio observando que houve desprendimento de gás, que de acordo com a equação química que se
segue, trata-se da liberação de H2, e a formação de sulfito de magnésio:
2 H2SO3 + Mg Mg(SO3)2 + 2 H2
Esta reação ocorre uma vez que o metal, magnésio, é mais reativo conseguindo assim deslocar o
H2, liberando-o na forma de gás.
b) Propriedades Redutoras
Colocou-se em diferentes tubos de ensaio, 1 gota de solução diluida de H 2SO4 e 1mL de solução
diluida de KMnO4, K2Cr2O7, KIO3 + amido, FeCl3 + K3[Fe(CN)6]. Posteriormente, adicionou-se 1mL de
solução de ácido sulfuroso a cada tubo e observou-se. Na tabela abaixo consta as observações feitas.
No tubo contendo a solução de KMnO4 observou-se que a solução descorou, tornando-se incolor,
indicando com isso a redução do nox do Manganês indo de +7 para +2.
A reação entre ácido sulforoso e solução acidulada de dicromato de potássio é dada a seguir:
O nox de S no SO 2 é +4 , e em Cr 2 (SO¿¿ 4)3 ¿ é +6. Como o nox aumentou, dizemos que houve
perda de elétrons ou ainda, oxidação. Pode-se dizer que SO 2 é o agente redutor. Ele reduz o cromo,
inicialmente de nox= +6 para nox= +3, no Cr 2 (SO¿¿ 4)3 .¿ Assim, a solução de dicromato de potássio,
que era alaranjada, ficou verde escura. Isso comprova que houve reação, no caso de oxirredução.
Neste experimento ficaram evidentes as propriedades redutoras dos compostos envolvidos, pois o
ácido é um agente redutor e leva todas às substancias relacionadas a reduzirem-se. Isso se observa através
da coloração das amostras que mudam de cor ou pela formação de precipitados.
c) Propriedade alvejante
Após ferver a solução resultante, observou-se que a mesma descora, ou seja, se torna incolor, uma
vez que o ácido sulfuroso é um agente oxidante e oxida a fucsina. Por conta disso ocorre o
descoloramento da solução.
Figura 2: Fucsina (púrpura) Figura 3: Fucsina em meio ácido
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
LEE, J. D., Química inorgânica não tão concisa. Tradução da 5ª ed. inglesa. Editora Edgard
Blücher Ltda. 1999.
SHRIVER, D. F., ATKINS, P. W., Química Inorgânica, 3ª Ed. Bookman: Porto Alegre, 2003.