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Ministério da Educação

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO


Campus Iturama

QUÍMICA INORGÂNICA I

ROTEIRO DE AULA PRÁTICA

GRUPOS 13 E 14
REATIVIDADE DOS ELEMENTOS E
PRINCIPAIS COMPOSTOS

Prof. Fabio Gorzoni Doro


1. Objetivos
Observar o comportamento do alumínio frente à água e em soluções ácidas e básicas.
Reconhecer que soluções aquosas de sais de alumínio são ácidas. Entender o papel
de compostos de alumínio no tratamento da água. Identificar o caráter ácido – base do
hidróxido de alumínio. Identificar indícios de formação das espécies químicas CO2,
HCO3- e CO32-. Investigar a reatividade dessas espécies em solução aquosa.

2. Introdução Teórica
O alumínio é o elemento mais importante do Grupo 13 da Tabela Periódica.
Depois do ferro, é o metal mais utilizado no mundo atualmente e o terceiro elemento
mais abundante, em peso, na crosta terrestre. A importância deste elemento está
relacionada não somente com a sua abundância, mas, também, com suas
propriedades como resistência, leveza (baixa densidade), condutividade térmica e
elétrica, o que torna o alumínio bastante versátil e permite diversas aplicações desse
metal.

O alumínio tem propriedades características dos metais. A sua superfície limpa


é branco-prateada, mas, quando exposto ao ar, torna-se menos brilhante, pois se
recobre de uma camada fina e aderente de óxido (Aℓ2O3). Esta camada é passivadora,
ou seja, o protege da corrosão posterior.
Quase toda a química do alumínio é ditada pela alta carga e pequeno raio, ou
seja, pela alta relação carga/raio do cátion Aℓ3+. Quando sais de alumínio são
misturados com a água, os íons Aℓ3+ são imediatamente atraídos pelos polos
negativos das moléculas de água formando íons aquosos, [Aℓ(OH2)6]3+, que podem ser
escritos, de modo simplificado, como Aℓ3+(aq). O campo elétrico associado ao íon Aℓ3+,
pequeno e altamente carregado, tem intensidade suficiente para atrair elétrons do
oxigênio das moléculas de água ligadas a este cátion, deixando-as mais polarizadas
do que a H2O livre. As moléculas de água ligadas tornam-se, portanto, doadoras de
prótons e as livres, receptoras atuando como bases de Brönsted-Lowry.
Um dos compostos de alumínio de grande importância prática é o sulfato de
alumínio que é um produto largamente usado como agente coagulante no processo de
floculação. Para sedimentar mais rapidamente as impurezas dispersas na água utiliza-
se um agente coagulante – sulfato de alumínio – e um auxiliar de coagulação –
hidróxido de cálcio ou óxido de cálcio. A partir da mistura destas substâncias obtém-se
o hidróxido de alumínio, que é um agente floculante. Durante a formação deste
precipitado ocorre a agregação do material em suspensão (no caso, a lama) e uma
deposição mais rápida e eficiente do mesmo.

Quando o hidróxido de alumínio se encontra disperso em água, forma uma


suspensão que pode ser usada, por exemplo, como antiácido uma vez que este é um
composto com características anfóteras. O caráter ácido dos óxidos formados pelos
elementos do grupo 13 diminui com o aumento do número atômico, ou seja, o óxido de
boro é ácido, o alumínio e o gálio formam óxidos anfóteros e os demais elementos
formam óxidos básicos.
Carbono é um elemento essencial de toda a matéria viva. Apesar de grande
parte dos seus compostos serem objeto de estudo da Química Orgânica, este
elemento forma também muitos compostos classificados como inorgânicos, os quais
são de grande importância para a vida.

O carbono forma vários óxidos, mas os mais comuns e estáveis são o


monóxido (CO) e o dióxido (CO2). O dióxido de carbono é um gás incolor, inodoro, e
considerado um produto de grande interesse industrial. A atmosfera atua como
reservatório de CO2 e, do ponto de vista biológico, este gás é importante no processo
da fotossíntese, através do qual muitas plantas sintetizam a glicose e/ou outras
espécies mais complexas, além do gás oxigênio, O2.

6 CO2(g) + 6 H2O(ℓ) → C6H12O6(s) + 6 O2(g) G = +2.862 kJ mol-1 de glicose

O CO2, juntamente com a água, é o principal produto da combustão completa


de compostos orgânicos. A sua existência na atmosfera é importante, não só devido a
sua participação no processo de fotossíntese como também no efeito estufa, isto é, na
manutenção da temperatura média da Terra em torno de 15 oC. Entretanto, em
excesso, contribui para o aumento da temperatura terrestre acima do desejado. As
moléculas CO2 absorvem radiação na região do infravermelho e a sua presença na
atmosfera, juntamente com outros gases, contribui para diminuir a perda de calor da
Terra por radiação e, desse modo, para aumentar a temperatura média do planeta.

O gás carbônico (CO2) mistura-se com a água e uma pequena porção dele
(cerca de 1%) reage formando o ácido carbônico o qual se comporta como um ácido
fraco em água.

O dióxido de carbono também desempenha papel importante ao contribuir para


a manutenção do pH do plasma do sangue, que é mantido em cerca de 7,4, por vários
sistemas tampão. Um desses sistemas é o formado por HCO3- / H2CO3.

3. Parte Experimental
3.1. Grupo 13
EXPERIMENTO 1
1. Tomar cinco tubos de ensaio e colocar, em cada um deles, um pequeno pedaço
(aparas) de alumínio.
2. Adicionar a um deles 1 mL de água destilada, em dois tubos colocar,
separadamente, 1 mL de solução 6 molL-1 de hidróxido de sódio e 2 molL-1. A mais
dois tubos fazer as misturas do metal com solução 6 mol L-1 e 2 mol L-1 de ácido
clorídrico. Observar o comportamento do alumínio em cada tubo.

EXPERIMENTO 2
1. Tomar uma pequena quantidade de sulfato de alumínio e dissolve-lo em um pouco
de água.

2. Medir o pH da solução formada e compara-lo com o da água pura.

EXPERIMENTO 3
1. Preparar 100 mL de água barrenta.
2. Dividir este volume (100 mL) em duas partes iguais e colocar em duas provetas (ou
béqueres de forma alta) de 50 mL.

3. Adicionar, agitando, a apenas um dos recipientes, 5 mL de solução saturada de


sulfato de alumínio e, em seguida, uma pequena porção de hidróxido de cálcio sólido
(ou óxido de cálcio). Misturar agitando.
4. Após agitar simultaneamente as dispersões contidas nas duas provetas, deixar
ambas em repouso e comparar o tempo de decantação nos dois recipientes.

EXPERIMENTO 4
1. Tomar um tubo de ensaio e colocar 4 mL de solução saturada de sulfato de
alumínio.

2. Adicionar gota a gota uma solução 2 molL-1 de hidróxido de sódio até que ocorra a
formação de uma boa quantidade de precipitado branco.
3. Dividir este precipitado em dois tubos de ensaio.

4. Ao primeiro, adicionar mais solução de hidróxido de sódio até a dissolução do


precipitado.
5. Ao segundo, adicionar solução de ácido clorídrico 6 molL-1 até ocorrer, também, a
dissolução do precipitado.
3.2. Grupo 14

EXPERIMENTO 5
1. Para esse experimento utilize dois tubos de ensaio conectados por um tubo.
2. Em um dos tubos de ensaio colocar cerca de 2 mL de solução diluída de tornassol
ou algum outro indicador ácido-base adequado.
3. Adaptar a este tubo de ensaio um tubo em “U” para recolher o gás que será
produzido a partir de um outro tubo.
4. Nesse outro tubo de ensaio onde será produzido o gás, colocar ~2g de
hidrogenocarbonato de sódio e 2 mL de solução de ácido clorídrico 2 mol L-1. Fechá-lo,
imediatamente, com a rolha de borracha. Deixar o gás formado borbulhar no tubo
contendo tornassol.

EXPERIMENTO 6

1. Em um tubo de ensaio colocar ~3 mL de solução de água de cal.


2. Em outro tubo de ensaio, colocar ~3g de mármore (ou CaCO3) triturado e adicionar
3 mL de solução aquosa de ácido clorídrico 2 molL-1. Fechá-lo imediatamente com o
tubo em “U” e mergulhar a outra extremidade desse tubo na solução de água de cal.
3. Deixar o gás formado na reação entre CaCO3(s) e a solução de HCℓ, borbulhar na
solução de água de cal.
4. Observar a formação da turvação.
5. Continuar recolhendo o gás até que a turvação desapareça, ou seja, ocorra a
formação de uma solução.

4. Análise dos Resultados

4.1. Grupo 13
Liste algumas aplicações do alumínio. Considerando as aplicações do alumínio que
foram listadas por você, apresente algumas propriedades deste metal que favorecem
os seus múltiplos usos.
O alumínio possui um potencial de oxidação suficientemente alto para reagir com o ar
e a água. No entanto, observa-se que este metal é estável frente ao ar e a água. Dê
uma explicação para esse fato.
Experimento 1

Escreva as equações químicas que representam as transformações ocorridas com o


alumínio, observadas no experimento 1.
Considerando os valores dados abaixo dos potenciais padrão das semi-equações,
discuta as observações realizadas no Experimento 1.
2H+ + 2e- ⇄ H2(g) Eo = 0,00 V
H2O(l) + 2e- ⇄ 2 OH-(aq) + H2(g) Eo = -0,83 V
Al(s) ⇄ Al3+(aq) + 3 e- Eo = +1,67 V
Al(s) + 4 OH-(aq) ⇄ [Al(OH)4-(aq) + 3 e- Eo = +2,35 V

Experimento 2
Escreva a equação química que representa a formação do íon hexaaquoalumínio(III),
a partir do sulfato de alumínio.
Escreva a equação que representa a atuação do íon hexaaquoalumínio(III) como ácido
de Brönsted-Lowry frente a uma molécula de água livre, incluindo o valor da constante
de acidez (Ka).
Discuta o resultado de pH obtido.
Experimento 3

Descreva suas observações e apresente uma explicação para o ocorrido.


Experimento 4
Como as reações realizadas demonstram o caráter anfótero do hidróxido de alumínio?
Escreva as equações químicas que representam o experimento realizado.

4.2. Grupo 14

Experimento 5
O que você observou no tubo contendo o indicador? Considerando o indicador
utilizado e sua faixa de viragem, o que você pode concluir a partir dessa observação?
Escreva, então, equações que representem o que ocorreu no experimento 5.

Experimento 6
Com base nos resultados observados no experimento 1, diga qual é o tipo de reação
que ocorre entre CO2.H2O(aq) e os íons OH-? Explique sua resposta.

Qual é a causa da turvação da solução de água de cal?


Por que a turvação desaparece à medida que mais gás é borbulhado na solução de
água de cal?

Escreva equações químicas que representem o que foi observado por você nos
experimentos, justificando-as.
5. Bibliografia Consultada
LEE, J. D. Química Inorgânica não tão concisa. 5ª ed., São Paulo: Edgard
Blucher Ltda, 1999.

RAYNER-CANHAM, G.; OVERTON, T. Química Inorgânica Descritiva. 5ª


ed., Rio de Janeiro: LTC, 2015.

VIVEIROS, A. M. V. e ROCHA, Z. N. Aula Prática – Alumínio: o elemento


mais importante do grupo IIIA. UFBA, Instituto de Química. Salvador – BA,
1997.

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