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GRUPO 13: Alumínio

Aline Peres Ferreira1


1
Universidade Estadual da Paraíba, Departamento de Química, Centro de Ciências e
Tecnologia, Campus I, Campina Grande- PB

Realizado dia 02/06/2022, entregue dia 09/06/2022


O grupo que corresponde a família do alumínio é o grupo 13, onde este é composto por 6
elementos, sendo eles: boro, alumínio, gálio, índio, e o nihônio. Para a prática proposta,
o elemento a ser estudado é o alumínio, sendo este um metal cuja sigla é representa pelo
símbolo Al, em temperatura ambiente este metal se encontra no estado sólido, sendo ele
o elemento metálico mais abundante na crosta terrestre, com cerca de 8% de abundância.
Relativo as suas utilidades, ele é o metal não ferroso mais utilizado pelo homem, como
por exemplo na produção de utensílios domésticos (talheres, frigideiras, panelas, garrafas
térmicas e etc.), também é utilizado em equipamentos elétricos, produtos de higiene e até
mesmo na indústria farmacêutica. Para a prática laboratorial, os procedimentos foram
orientados através da professora Mary Cristina Ferreira Alves, docente da disciplina de Química
Inorgânica Experimental do curso de Licenciatura em Química pela Universidade Estadual da
Paraíba, na cidade de Campina Grande – PB, onde o intuito do experimento foi observar-se o
comportamento (anfótero) do alumínio em compostos ácidos e básicos, analisando-se as cinéticas
das reações, bem como a formação de precipitados e diferentes compostos. Dessa forma a prática
realizada possibilitou conhecimentos ímpares para nossa formação docente, além do alto
desenvolvimento do processo cognitivo, fazendo-se a associação do conhecimento teórico ao
conhecimento prático.

Palavras-chave: Alumínio, grupo 13, metal, conhecimento.

INTRODUÇÃO
De acordo com Lee (1996, p.180) o alumínio é metal mais abundante e o terceiro
mais abundante, em peso, (depois do oxigênio e do silício), da crosta terrestre. Ele ressalta
que este metal é produzido em larga escala, pois em 1992 a produção primária foi de 19,4
milhões de toneladas, além do mais cerca de 5 milhões de toneladas deste metal foram
obtidas a partir de um processo de reciclagem.
Os maiores produtores do metal alumínio são os Estados Unidos (21%), a ex-
União Soviética (17%), o Canadá (10%), e a Austrália, o Brasil e a China (6% cada um).
(LEE, 1996, P. 182).
“O alumínio se dissolve em ácidos minerais diluídos, liberando hidrogênio.
Contudo, o HNO3 concentrado torna o metal “passivo”, pois produz uma
camada protetora de óxido sobre a superfície do metal, por ser um agente
oxidante. O alumínio também se dissolve numa solução aquosa de NaOH (ele
é portanto anfótero), formando hidrogênio e o aluminato [...]” (LEE, 1996, P.
186)
PARTE EXPERIMENTAL
Reagentes
Foi-se utilizado ácido nítrico concentrado, tiras de alumínio metálico, ácido
clorídrico concentrado, NaOH 30%, sal solúvel de alumínio, sulfato de cobre, cloreto de
cobre e azul de metileno.
Materiais Utilizados
Utilizou-se tubos de ensaios, o aquecedor magnético, espátula, estante para tubo
de ensaio, papéis de filtro, bastão de vidro, béqueres, proveta, estante para funil de vidro,
funil de vidro, Erlenmeyer, pipetas, capela, luvas e vidro de relógio.
Passividade do Alumínio
Inicialmente pegou-se um tubo de ensaio (tubo 1), e adicionou-se ao mesmo 2 mL
de ácido nítrico, e logo em seguida introduziu-se uma tira de alumínio ao tubo. Ademais
retirou-se o papel de alumínio do tubo e lavou-se o mesmo com água. Sendo assim
observou-se e anotou-se o resultado.
Comportamento do alumínio na presença de ácidos e bases

Posteriormente pegou-se 2 tubos de ensaio limpos (tubo 2 e tubo 3), e adicionou-


se cerca de 2 mL do ácido clorídrico (HCl), no tubo 2 acrescentou-se a tira de alumínio
que já havia sido passivada, e no tubo 3 adicionou-se uma tira de alumínio nova, então
observou-se e anotou-se os resultados obtidos. Em seguida pegou-se um tubo de ensaio
(tubo 4) e acrescentou-se ao mesmo 2 mL de HNO3 concentrado, e em seguida adicionou-
se uma tira de alumínio limpa ao tubo e o levou para que o mesmo fosse aquecido em
banho-Maria. Dando continuidade, repetiu-se o mesmo procedimento, sendo que para
esta pegou-se 2 tubos de ensaio (tubo 5 e tubo 6) e com isso, ao tubo 5 foi adicionado 2
mL de NaOH 30%, e um pedaço de papel alumínio, onde este era o teste a frio. Para o
teste a quente, adicionou-se ao tubo 6 os mesmos materiais que foram adicionados ao
tubo 5, NaOH e a tira de alumínio, e logo mais levou-se o tubo 6 para que fosse aquecido
em banho-Maria até o momento que todo o alumínio fosse consumido.
Caráter anfótero de Al(OH)3
Futuramente pegou-se um tubo de ensaio (tubo 7) e adicionou-se ao mesmo cerca
de 6 mL da solução de Al2(SO4)3, em seguida foi-se gotejando a solução de hidróxido de
sódio (NaOH) 30% até que houvesse a formação de precipitado na mistura.
Posteriormente pegou-se o precipitado que foi formado e dividiu-se o mesmo em 3 tubos
de ensaios (tubo 8, 9 e 10), onde ao tubo 8 adicionou-se o hidróxido de sódio até que fosse
completada a dissolução do precipitado, e ao tubo 9 adicionou-se o ácido clorídrico, até
que também completasse a dissolução do precipitado. Para o tubo 10 o mesmo foi
reservado, para que fosse utilizado no procedimento que vinha a seguir.
Adsorção de corantes pelo Al(OH)3
Dando-se prosseguimento ao experimento, para esta etapa pegou-se o tubo 10 que
continha o precipitado, e já com o esquema montado, contendo o funil de vidro e o papel
de filtro, colocou-se o precipitado sobre o papel de filtro e lavou-se o mesmo com água
para que fosse retirado as impurezas do composto. Em seguida despejou-se sobre o
filtrado o corante azul de metileno, e dessa forma observou-se e anotou-se os resultados
obtidos.
Influência do íon cloreto sobre a corrosão do alumínio

Para esta etapa, tendo-se as soluções de sulfato de cobre e cloreto de cobre já


preparadas, pegou-se 2 tubos de ensaio (tubo 11 e tubo 12) e colocou-se 2 tiras de
alumínio em cada tubo, e ademais adicionou-se ao tubo 11 a solução de cloreto de cobre
e ao tubo 12 a solução de sulfato de cobre. Após a ocorrência da reação, observou-se e
anotou-se os resultados obtidos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Passividade do Alumínio
Após fazer-se a reação do alumínio com o ácido nítrico (figura 1), retirou-se a tira
de alumínio do tubo e foi possível observar que nada aconteceu, pois este estava
realizando uma certa preparação para a reação que viria a frente, onde esta seria com o
ácido clorídrico. A equação que descreve a ocorrência da reação com o alumínio na
presença do ácido nítrico pode ser descrita a seguir como:
Al(s) + HNO3(aq)  Não reagem
Como pode-se observar, a reação não ocorre pelo fato do ácido nítrico criar uma
camada protetora de óxido no alumínio.
Figura 1 – Resultado da reação entre o alumínio na presença do ácido nítrico
Fonte: própria, 2022.
Comportamento do alumínio na presença de ácidos e bases
Para a etapa em que as tiras de alumínio foram introduzidas no HCl, observou-se
que no tubo 3, onde havia colocado o ácido clorídrico juntamente com a tira de alumínio
nova, o consumo da reação foi mais rápido, quando comparado ao tubo 2, onde foi
adicionada a tira de alumínio que teria sido passivada pelo ácido nítrico, onde para esta a
cinética da reação foi bem lenta. Isso se dá pelo fato do ácido nítrico criar uma espécie de
camada protetora de óxido sobre a superfície do alumínio, que por ser um agente oxidante,
dificulta a reação com outros compostos. A equação que representa essa reação, pode ser
descrevida como:
Al(s) + 3HNO3(l) + 3HCl(l) → AlCl3(s) + 3NO2(g) + 3H2O(l)
Onde o produto formado é o sal cloreto de alumínio, sendo este bastante utilizado
como catalisador no craqueamento de petróleo e também como catalisador em reações
orgânicas. Temos também a presenta de água e do gás dióxido de nitrogênio. A figura 2
abaixo, mostra o resultado obtido:
Figura 2 – Reação do HCl com o alumínio passivado (tubo 2) e não passivado (tubo
3)
Fonte: própria, 2022.
Relativo a ação do ácido nítrico a quente, ao colocar-se a mesma no aquecedor
magnético, observou-se que o tubo de ensaio ficou com um aspecto na cor castanha, isso
se dá pelo fato da presença do gás NO2, onde este possui o estado de oxidação do
nitrogênio que antes era 5+ passando para 4+, além do mais a tira de alumínio não foi
consumida pelo fato da camada protetora que é criada pelo ácido nítrico. A equação desta
reação está descrita a seguir:


Al(s) + 6HNO3(l) → Al(NO3)3(s) + 3NO2(g) + 3H2O(l)
Pode-se observar que tem-se como produto o nitrato de alumínio, sendo este um
forte agente oxidante, bastante utilizado no curtimento de couro, em antitranspirantes, na
refinação de petróleo e dentre outras utilidades. Tem-se também a presença de do gás
NO2 e a presença de água. A figura 3 abaixo, mostra o resultado da reação:
Figura 3- Reação do HNO3 com o alumínio a quente

Fonte: própria, 2022.


Para a ação do hidróxido de sódio a quente e a frio, analisou-se que a tira de
alumínio que teria sido aquecida, foi consumida mais rápida, quando comparada com a
tira de alumínio a frio, tal fato explicasse pelo fato da ação do calor que aumenta a cinética
da reação.
Al(s) + 2 NaOH(aq) + 6H2O(l)  2Na [Al(OH)4](aq) + 3H2(g)
Observa-se que o produto gera o complexo tetrahidroxi aluminato (III) de sódio,
e também há a formação do gás hidrogênio.
Caráter anfótero de Al(OH)3
Para a reação do Al2(SO4)3 na presença do NaOH 30%, houve-se a formação do
precipitado hidróxido de alumínio Al(OH)3, tendo-se o mesmo um aspecto branco
gelatinoso (figura 4), a equação que demonstra essa reação, pode ser vista como:
Al2(SO4)3(aq) + 6NaOH(aq)  2Al(OH)3(s) + 3Na2SO4(aq)
Onde formou-se como produto o hidróxido de alumínio, composto bastante
utilizado para tratamento de azia ou queimação decorrente de hiperacidez. E também
formou-se o sal sulfato de sódio.
Figura 4 – formação do precipitado hidróxido de alumínio

Fonte: própria, 2022.


Ao forma-se o precipitado o mesmo foi divido em outros 3 tubos (tubo 8, tubo 9
e 10), sendo assim ao tubo 8 adicionou-se a solução de NaOH 30%, até que fosse
completada a dissolução do precipitado e ao realizar-se esse procedimento observou-se
que o consumo se deu de forma instantânea. Da mesma forma ocorreu no tubo 9, onde ao
adicionar-se a solução de HCl ao mesmo, o consumo se deu de forma rápida. Isso explica
o caráter anfótero que o hidróxido de alumínio possui, ou seja ele comporta-se como ácido
ou base, dependendo do meio em que se encontra.
Adsorção de corantes pelo Al(OH)3
Após realizar-se todo procedimento com o precipitado do tubo 10 que havia sido
reservado, onde para este, filtrou-se, lavou-se e em seguida despejou-se sobre o mesmo
um corante de azul de metileno, foi possível observar que o hidróxido de alumínio
adsorveu a cor do corante, onde o mesmo apresentou uma coloração azulada (figura 5).
Figura 5 – Adsorção do hidróxido de alumínio ao corante azul de metileno

Fonte; própria, 2022.


Influência do íon cloreto sobre a corrosão do alumínio
Ao colocar-se as tiras de alumínio aos tubos 11 e 12, e já tendo-se preparada as
soluções (figura 6), para o tubo 11 foi adicionado à solução de cloreto de cobre, enquanto
que ao tubo 12 continha-se a solução de sulfato de cobre, isto simultaneamente. Após a
ocorrência da reação, foi possível observar que o tubo 11 que continha a solução de
cloreto de cobre corroeu o alumínio, contudo com o alumínio que estava introduzido no
sulfato de cobre não ocorreu nada, o que indica que com o sulfato não houve interação
com o alumínio já com o cloro houve interação, a figura 7 mostra os resultados que foram
obtidos. As equações que representam estas reações, estão dispostas a seguir:
2Al(s) + 3CuSO4(aq)  Al2(SO4)3(s) + 3Cu
2Al(s) + 3CuCl2(aq)  2AlCl3(s) + 3Cu
Sofre hidrólise
AlCl3.6H2O
Onde para a reação com o sulfato de cobre, o produto formado é o sulfato de
alumínio, composto bastante útil na limpeza de piscinas, tratamento de água, manufatura
de papel e dentre outras utilidades. Já para a reação com o cloreto de cobre, formou-se o
cloreto de alumínio, onde algumas de suas utilidades já foram supracitadas no corpo do
texto.
Figura 6 – Soluções de cloreto de cobre e sulfato de cobre

Fonte: própria, 2022.


Figura 7 – Alumínio na presença de CuCl2 (tubo 11) e CuSO4 (tubo 12)

Fonte: própria, 2022.


CONCLUSÃO
Paralelo aos estudos que foram realizados, pode-se afirmar que a prática realizada
chegou-se a meta traçada que seria observar o comportamento do alumínio na presença
de ácidos e bases, observando-se as cinéticas da reação e a formação de possíveis novos
compostos. Sabe-se que o alumínio é um metal de suma relevância, pois ele é o único
metal a oferecer uma boa união entre a condução de eletricidade e resistência mecânica
com leveza. Além do mais ele apresenta uma vasta aplicabilidade de economia de energia,
pois utiliza apenas 5% da energia necessária para a produção do metal primário,
colaborando assim com a preservação ambiental.
REFERÊNCIAS
LEE, J. D. Química inorgânica não tão concisa. Tradução da 5ª ed. inglesa. Editora
Edgard Blücher Ltda. pp. 24, 217, 360-370, 1999.

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