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EXPERIMENTO 2-

ALUMÍNIO: O ELEMENTO MAIS UMPORTANTE DO GRUPO 13

Relatório de Inorgânica Descritiva CET038


elaborado pelas discentes Bruna Rafaela dos
Santos e Josciane Teles como requisito para
obtenção de nota pela Universidade Estadual de
Santa Cruz.

ILHÉUS
Março/2019
1. Introdução

O alumínio é o terceiro elemento mais abundante da crosta terrestre, sendo o metal mais
abundante. O alumínio também se encontra presente em grandes quantidades em rochas
da classe dos aluminossilicatos, tais como os feldspatos e as micas. É um metal branco-
prateado, trivalente, leve, maleável e dúctil, com elevada condutividade eléctrica e
resistente à corrosão. O alumínio é estável no ar, pois o mesmo apresenta uma película
de oxido de alumínio que protege o metal de um ataque posterior. Caso esta camada seja
removida e o metal não for protegido, por exemplo, por formação de amálgama com
mercúrio, o metal será oxidado rapidamente, decompondo-se inclusive em água fria
(Lee, 1999).

Esse elemento pertence ao grupo 13 da tabela periódica, e assim como os outros


elementos do grupo apresenta estado de oxidação +3. Tem número atômico 13 e peso
atômico 26,98. Apresenta ponto de fusão de 660°C, ponto de ebulição 2327°C e
densidade de 2,70g/cm3. O alumínio é altamente reativo, apresenta elevada afinidade
para hidrogênio na fase líquida e uma forte tendência para formar compostos de óxido
de alumínio. Além disso, reage com ácidos inorgânicos e com bases fortes devido ao
seu caráter anfotérico.

O alumínio é relativamente mole e mecanicamente pouco resistente quando puro, mas é


consideravelmente mais resistente quando forma ligas com outros metais. O alumínio é
o segundo metal mais produzido e juntamente com suas ligas tem diversas aplicações,
como: metais de estrutura de aviões, navios, automóveis e trocadores de calor (Lee,
1999).

O sulfato de alumínio (Al2SO4)3 é um coagulante a base de alumínio que é muito


utilizado no tratamento de água. Quando dissolvido na água, o sulfato de alumínio
dissocia-se rapidamente gerando os íons Al3+ e SO2-4, como pode ser observado na
reação que se segue:

Al2(SO4)3(aq) + 6H2O(l) → 2Al(OH)3(aq) + 6H+(aq) + 3SO2-4(aq)

2. Objetivo
Estudar as aplicações e algumas propriedades do alumínio.
3. Materiais e Reagentes
Materiais Reagentes
Tubo de ensaio Sulfato de Alumínio 30% [Al(SO4)3]
Conta gota Carbonato de Sódio 20% (Na2CO3)
Béquer Ácido Clorídrico 0,2mol (HCl) / e concentrado
Papel medidor de pH Ácido Nítrico 0,2mol (NHO3)
Capela de exaustão Hidróxido de Sódio 20% (NaOH)
Espátula Solução de Amoníaco (NH4OH)
Proveta de 10mL Água Destilada
Bastão de vidro

4. Procedimento
4.1. Tratamento de Água

Foram colocados em dois tubos de ensaio distintos cerca de 5 mL de água barrenta. Em


um dos tubos adicionou-se 5 gotas de solução de sulfato de alumínio (30%), e em
seguida foi adicionou solução de carbonato de sódio (20%), gota a gota, até a formação
de um sólido gelatinoso. Após a decantação comparou-se o tubo com o que continha
apenas água barrenta, anotando-se os resultados observados.

4.2. Reatividade Química e Passivação do Alumínio

Em um tubo de ensaio colocou-se um pedaço de lâmina e adicionado 3 mL de HCl 0,2


mol.L-1 para observar a reação. O procedimento foi repetido utilizando-se HCl
concentrado, HNO3 0,2 mol.L-1 e concentrado, solução de NaOH (20%) e solução
concentrada de amoníaco.

4.3. Hidróxido de Alumínio e Anfoterismo

Em um tubo de ensaio contendo solução de sulfato de alumínio adicionou-se NaOH 0,2


mol.L-1 até a formação de precipitado, o que ocorreu com 40 gotas de solução de
hidróxido de sódio. Em seguida adicionou-se o NaOH em excesso, a solução foi agita e
observada. O procedimento foi repetido utilizando-se solução de amoníaco.
4.4. Hidrólise de Sais Hidratados de Alumínio

Em um tubo de ensaio adicionou-se sulfato de alumínio (hidratado) e mediu-se o pH e


em seguida adicionou-se água destilada e mediu-se novamente o pH da solução.

5. Resultados e discussões
5.1. Tratamento de Água

Ao adicionar sulfato de alumínio e carbonato de sódio a água e ao deixar a solução


decantar, foi observado que as partículas sólidas formaram um aglomerado que se
depositou no fundo do tubo, e que com o tempo água foi tornando-se mais clara. Isso
ocorre porque o sulfato de alumínio atua como um coagulante, que em solução aquosa
libera os íons 2Al3+ e 3SO2-4. A maior parte dos cátions Al3+ interage com os íons OH- da
água levando a formação e precipitação do hidróxido de alumínio (Al(OH)3), que
carrega as impurezas coloidais presentes na água depositando-as no fundo do tubo.
Neste processo de coagulação o carbonato de sódio é utilizado para controlar o pH do
meio, que deve ser alcalino. A reação do sulfato de alumínio com água é representada
pela equação:

Al2(SO4)3(aq) + 6H2O(l) → 2Al(OH)3(aq) + 6H+(aq) + 3SO2-4(aq)

5.2. Reatividade química e passivação do alumínio


Reação com ácido clorídrico (HCl): A lâmina de alumínio foi colocada para reagir com
dois tipos de concentração do ácido clorídrico, e dois resultados diferentes foram
obtidos. De acordo com a literatura o alumínio reage com ácidos não oxidantes
facilmente, inclusive diluídos, como é o caso do HCl, para forma formar íons alumínio,
e libera hidrogênio no processo. Observando a Tabela 02 na reação com o HCl
concentrado podemos visualizar que o resultado condiz com a literatura. A reação do
alumínio com o HCl a 0,2mol.L-1 aparentemente não ocorreu. Contudo, mesmo diluído o
ácido deveria conseguir reagir com o alumínio. Levando em consideração que a lâmina
de alumínio utilizada na reação não era alumínio puro, e sim uma liga metálica
contendo diversos tipos de metais, podemos pressupor que a reação talvez não
acontecesse de fato com o ácido diluído ou que acontecesse, mas de forma bem lenta. A
reação do alumínio com o HCl concentrado é representada pela equação:

2Al3 (s) + 18HCl (aq)  6AlCl3 (s) + 9H2 (g)

De acordo com a reação o precipitado cinzento formado na reação é o cloreto de


alumínio (AlCl3)

Reação com ácido nítrico (HNO3): De acordo com os resultados na tabela 02, a lâmina
não se dissolveu e nem reagiu. Embora seja um fato que o alumínio reage com ácidos
minerais mesmo diluídos, há uma exceção para o NHO3 que ao invés de dissolver o
metal produz uma camada protetora de óxido sobre a sua superfície o tornando
“passivo”, por ser um agente oxidante. Esse é o motivo pelo qual o alumínio, que
deveria reagir com a água e com o oxigênio presente no ar, fica estável na presença de
ambos, a camada protetora do óxido presente no alumínio o protege.

Reação com hidróxido de sódio (NaOH): O alumínio por ser anfótero é capaz de reagir
tanto com ácidos quanto com bases, portanto a reação com o NaOH era esperada. No
entanto, o motivo do qual a reação foi suave, podemos presumir, foi pelo mesmo motivo
de a lâmina não ter reagido com o HCl a 0,2 mol.L -1, a concentração da base que estava
a 20%. Todavia a concentração do NaOH era de fato maior que do HCl que não reagiu,
por isso a reação ocorreu, e podemos inclusive prever que a lâmina talvez fosse
completamente dissolvida com o tempo, de forma bem lenta. A reação completa seria
representada pela equação:

2Al (s) + 6NaOH (aq)  2Na3ALO3 (aq) + 3H2 (g)

Reação com solução concentrada de amoníaco (NH4OH): De acordo com a literatura, o


alumínio reage com o nitrogênio somente a altas temperaturas. De acordo com os
resultados na tabela 02 a reação não ocorreu, com esta afirmação podemos apenas
deduzir que a reação não ocorreu pelo fato da solução de NH 4OH estar a temperatura
ambiente. O mesmo poderia ser provado, ou refutado, se a solução fosse aquecida,
todavia nem mesmo a literatura deixou claro qual seria a temperatura necessária para o
alumínio queimar com o nitrogênio. O alumínio poderia reagir com a hidroxila presente
na solução NH4OH para formar Al(OH)3, que é um precitado branco e gelatinoso,
contudo talvez não seja possível a formação do precipitado através da reação da solução
de amoníaco com a lâmina de alumínio, uma vez que este precipitado foi formado na
reação com o sulfato de alumínio Al(SO4)3 (mais à frente no experimento).

5.3. Hidróxido de alumínio e Anfoterismo

Reação com hidróxido de sódio (NaOH): Neste experimento deveríamos colocar o


NaOH gota a gota na solução de sulfato de alumínio Al2(SO4)3 até haver formação de
precipitado. Analisando a tabela vimos que após um número significativo de gotas o
precipitado enfim se formou. A reação é representada pela equação:

Al2(SO4)3(aq) + 6NaOH(aq)  2Al(OH)3(aq) + 3Na2SO4(s)


Formou hidróxido de alumínio e sulfato de sódio. Mas após adicionar o mesmo reagente
(NaOH) em excesso o precipitado se dissolveu. Segundo a literatura o hidróxido de
alumínio Al(OH)3 é solúvel em álcalis, que vem a ser um sal iônico formado pelos
metais alcalinos e alcalinos terrosos, na solução também foi formado um sal álcali, o
sulfato de sódio Na2SO4. Frente a essa afirmação podemos supor que um dos motivos
pelo precipitado de Al(OH)3 se dissolver em Na2SO4 pode ser o fato de que mais sal
álcali foi se formando com a adição de mais reagente NaOH à solução. Um outro
motivo a ser explorado é que o Al(OH)3 apesar de ser uma base, apresenta um caráter
ácido quando dissolvido em NaOH, formando o aluminato de sódio. Sendo este último
o mais plausível.

Reação com solução concentrada de amoníaco (NH4OH): Neste experimento foi


repetido o mesmo processo do anterior, de colocar a reagente gota a gota na solução de
sulfato de alumínio Al2(SO4)3 até formar o precipitado, e em seguida adicionar o
reagente em excesso para observar se o precipitado se dissolve, só que neste caso com
solução de amoníaco NH4OH. O precipitado esbranquiçado e gelatinoso formado é
evidencia pela reação:

Al2(SO4)3(aq) + 6NH4OH(aq)  2Al(OH)3(s) + 3(NH4)2SO4(aq)

O Al(OH)3 é um precipitado como uma substância branca gelatinosa, mediante a adição


de NH4OH, e ele não se dissolve em excesso da solução, pois o hidróxido de alumínio é
uma base praticamente insolúvel pelo fato de ser uma base muito fraca. Todavia como
observamos na tabela, no experimento o precipitado parece ter sido dissolvido.
Contudo, o que parece ter se dissolvido facilmente poderia estar espalhado na solução, é
fato que a quantidade de precipitado formado era pequena, portanto há uma chance de
quando foi adicionado o excesso de NH4OH e agitado um pouco o tudo de ensaio, que o
precipitado tenha se espalhado na solução. Isto poderia ter sido facilmente resolvido
caso o tudo de ensaio com a solução em excesso, tivesse ficado em repouso, assim o
precipitado poderia ser observado após um tempo significativo.
5.4. Hidrólise de Sais Hidratados de Alumínio

A solução de sulfato de alumínio apresentava um pH 6,0. Após adicionara água


destilada foi observado que o pH caiu para 4,0 tornando a solução ácida. Isso ocorre
devido ao caráter anfótero do alumínio. O aumento da concentração de H + na solução
diminui o pH da solução tornando-a ácida. A reação é representada pela seguinte
equação:
Al2(SO4)3(aq) + H2O(l) → Al(OH)3(aq) + 3H+(aq)

6. Conclusão
Concluímos em base no experimento que a característica anfotérica do alumínio e uma
propriedade que possibilita um grande uso deste metal em diversas áreas da química.
Também descobrimos o quanto o alumínio é diferente dos demais elementos do seu
grupo. E o quão importante para o meio ambiente essas características únicas são.

7. RESPOSTA DAS PERGUNTAS DO ANEXO

Pergunta 02 –

 Explique o que se espera quando um pedaço de lâmina de alumínio é colocado


em contato com uma solução de cloreto de mercúrio.
R- A camada protetora de óxido que reveste alumínio e que o protege de reagir com a
água e com o oxigênio no ar pode ser removida através do processo de amalgamação
com mercúrio. Portanto este é o resultado esperado caso seja colocado um pedaço de
lâmina de alumínio para reagir com cloreto de mercúrio, ele vai perder sua camada
protetora de óxido.

 Escrever a equação química correspondente.


R- 2Al (s) + 3HgCl2 (aq)  2AlCl3 + 3Hg
8. Referências

Lee, J. D. Química inorgânica não tão concisa. Tradução da 5ª ed. inglesa. Editora
Edgard Blücher Ltda. pp. 24, 217, 360-370. 1999.

Tratamento de água, disponível em http://www.usp.br/qambiental/tratamentoAgua.html


Acesso em 25 de março de 2019.

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