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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA – CCT

CURSO DE QUÍMICA – LICENCIATURA

DISCIPLINA: QUÍMICA INORGÂNICA II

FRANCISCO DAVI SANTIAGO BEZERRA

RELATÓRIO DA PRÁTICA 01 – SÍNTESE DE COMPOSTOS DE


COORDENAÇÃO

Professor: Anderson Valério

FORTALEZA - CE
Dezembro de 2015
1. INTRODUÇÃO
A Prática refere-se ao estudo dos compostos de coordenação, na qual o
termo complexo representa um átomo metálico na forma iônica (ácido de
Lewis) rodeada por um conjunto de ligantes (bases de Lewis). Um ligante é um
íon ou molécula que pode ter existência autônoma.
O termo composto de coordenação é usado para designar um complexo
neutro ou um composto iônico no qual pelo menos um dos íons envolvidos é
um complexo. Dessa forma, um complexo é a combinação de um ácido de
Lewis (que é o átomo metálico central) com várias bases de Lewis (que são os
ligantes). O átomo da base de Lewis que forma a ligação com o átomo central
é chamado de átomo doador, porque ele é o elemento que doa os elétrons
usados para formar a ligação. O átomo ou íon metálico, o ácido de Lewis do
complexo, é o átomo que irá receber esses elétrons.
A teoria de Coordenação de Werner explica a ligação existente em
complexos de coordenação, onde diz que os complexos apresentam dois tipos
de valências; primárias na qual o complexo existe na forma de um íon positivo,
e secundárias na qual a valência seria igual ao número de átomos ligantes
coordenados ao metal, também conhecido como número de coordenação do
composto (SHRIVER; ATKINS, 2008).
A formação de complexos é comum com metais de transição d e f, os quais
possuem orbitais atômicos livres, disponíveis para “acolher” os elétrons dos
ligantes. No caso dos complexos metálicos, estes são compostos neutros, e
resultam da agregação de um complexo com um ânion. Lembrando que os
ligantes são espécies ricas em elétrons, e os metais que formam complexos
são íons com orbitais disponíveis para acomodar estes elétrons.
2. OBJETIVOS
• Observar várias reações com Compostos de Coordenação.
3. PRÉ-LABORATÓRIO

3.1. Alguns tipos de reações que envolvem os compostos de


coordenação são:

Reações de Substituição em Solução Aquosa:

O método mais frequente empregado para sínteses de complexos


metálicos é o das reações de substituição em solução aquosa. Este método
consiste na reação entre um sal de um metal em solução aquosa e um agente
de coordenação. O complexo [Cu(NH3)4]SO4, por exemplo, é preparado
facilmente pela reação entre uma solução aquosa de CuSO 4 e excesso de NH3.
A troca de cor de azul claro a azul escuro indica que a temperatura ambiente
da água de coordenação é substituída instantaneamente por amônia.

[Cu(H2O)4]2+ + 4NH2 → [Cu(NH3)4]2+ + 4H2O


azul azul escuro

Reações de Substituição em solventes não-aquosos:

Antes não haviam sido empregadas extensamente as reações em


solventes não-aquosos para a preparação de complexos metálicos. Porém,
duas das razões mais importantes que justificam a necessidade de empregar
às vezes solventes não aquosos são: (1) que o íon metálico possua grande
afinidade pela água e (2) que o grupo ligante seja insolúvel em água. Os íons
Al(I), Fe(I) e Cr(I) constituem exemplos de íons comuns que possuem uma
grande afinidade pela água e formam, portanto ligações metal-oxigênio
extremamente fortes.
A reação entre um sal de cromo (I) e etilendiamina em solução aquosa é
representada pela equação seguinte. Se empregar um sal de cromo anidro e
um solvente não-aquoso:
H2O
[Cr(H2O)6]3+ + 3en → [Cr(H2O)3(OH)3]↓ + 3enH+
violeta verde

Reações de Substituição em ausência de solventes:

Podem-se preparar complexos metálicos por reação direta entre um sal


anidro e um grupo ligante líquido. Em muitos casos a presença de um grande
excesso de grupo ligante líquido serve de solvente para a mistura de reação.
Um método aplicável para a síntese de aminas metálicas consiste em adicionar
ao sal do metal amônia líquido e evaporar logo em sequência. A evaporação é
realizada facilmente a temperatura ambiente, porque a amônia entra em
ebulição a -33ºC. O resíduo seco obtido é formado essencialmente por amina
metálica no estado puro. O complexo [Ni(NH3)6]Cl2 pode ser preparado, por
exemplo, a reação seguinte:

NiCl2 + 6NH3(ℓ) → [Ni(NH3)6]Cl2


amarelo violeta

Muito frequentemente este não é o método escolhido porque uma solução


aquosa de amônia é de uso mais conveniente e em geral conduz ao mesmo
resultado. No entanto, em alguns casos, como por exemplo, na reparação do
[Cr(NH3)6]Cl3 é necessário empregar amônia líquida para evitar a formação de
Cr(OH)3.

Dissociação Térmica de Complexos Sólidos:

A dissociação térmica equivale a uma reação de substituição no estado


sólido. A certa temperatura elevada perde-se os grupos ligantes voláteis, que
são substituídos na esfera de coordenação pelos ânions do complexo. Um
exemplo familiar, que talvez seja raramente considerado deste ponto de vista, é
a perda de água que o CuSO4.5H2O sofre ao ser aquecido. É produzida a
seguinte reação que produz sulfato anidro branco a partir do hidratado azul. A
troca de cor é produzida ao serem substituídos os grupos ligantes água por
íons sulfato.

[Cu(H2O)4]SO4.H2O → [CuSO4] + 5H2O↑
azul incolor

O íon cobre(I) hidratado absorve luz correspondente às proximidades do


extremo infravermelho do espectro visível e a isto se deve a sua cor azul.
Como a separação por campo cristalino devido aos íons sulfato é menor que a
produzida por água, os íons cobre(I) rodeados por íons sulfato absorvem luz de
comprimento de onda maior. A absorção de sulfato de cobre anidro é no
infravermelho e o sal resultante é incolor.

3.2. Os aspectos toxicológicos e cuidados de manuseio para os


seguintes reagentes:

A. Cloreto de Cobalto: Toxicidade aguda: LD50 (oral rato): 766 mg/kg.


Toxicidade sub-aguda a crônica: Em experiências realizadas com animais em
condições similares às condições de trabalho a substância mostrou-se
cancerígena. Outras informações toxicológicas: Após inalação: Perigo de
sensibilização - Após o contato com a pele: Perigo de sensibilização - Após
ingestão: diarreia - Outras indicações: Sintomas de intoxicação aguda de
cobalto: diarreia falta de apetite, descida da temperatura corporal e hipotensão
arterial. Efeito tóxico nos rins (proteinúria, anúria), coração e pâncreas.
O manuseio e a armazenagem da substância devem se dar em condições
adequadas, evitando-se a contaminação do produto. É necessário a utilização
de luvas, protetores faciais e roupas adequadas durante o manuseio.

B. Ácido Clorídrico: Toxicologia: Extremamente corrosivo, a inalação do


vapor pode causar ferimentos sérios, a ingestão pode ser fatal. O líquido pode
causar danos à pele e aos olhos TLV 5 ppm.
O manuseio e a armazenagem da substância devem se dar em condições
adequadas. É necessário a utilização de luvas de borracha em PVC ou látex e
óculos de proteção durante o manuseio.

C. Hidróxido de Amônia: Toxidade aguda: A inalação pode causar


dificuldades respiratórias, broncoespasmos, queimadura na mucosa nasal,
faringe e laringe, dor no peito, edema pulmonar, salivação e retenção da urina.
Ingestão causa náusea, vômitos e inchação nos lábios, boca e laringe.
No manuseio das embalagens de Hidróxido de Amônio, o local deve ser
ventilado e distante de produtos que reajam com gás (ver estabilidade e
reatividade). Não tombar as embalagens, nem os deixe tombar.
4. MATERIAIS
• Estante com tubos de ensaio;
• Pipeta de Pasteur;
• Cadinho de porcelana;
• Suporte;
• Proveta de 5 ou 10 mL;
• Bastão de vidro;
• Triângulo de porcelana para cadinho;
• Bico de Bunsen;
• Espátula de plástico;
• Papel de filtro ou funil de placa porosa;
• Álcool etílico;
• Solução de 0,2 M de Co(NO3)2;
• CuSO4 .5H2O;
• Solução 1 M de NaOH;
• Solução 0,2 M de CoCl2;
• HCl concentrado;
• Soluções 6 M e 3 M de NH4OH;
• Solução de 0,1 M de CuSO4.5H2O.
5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

5.1. [Cu(NH3)4]SO4 – Sulfato de Tetraamincobre (II)

• Foi aquecido cuidadosamente, sem calcinar, em um cadinho, 1g de


CuSO4.5H2O.

• Colocou-se o resíduo seco em um tubo de ensaio. Adicionou-se 6 mL de


água destilada.

• Dividiu-se a solução acima em 3 tubos de ensaio: A, B e C, cada qual


com 2 mL. Em seguida, foram feitas as seguintes experiências:

TUBO A: Adicionou-se 2 mL de solução 1 M de NaOH. Observou-se a


formação do precipitado parcialmente solúvel em excesso de NaOH. Aqueceu-
se cuidadosamente o tubo de ensaio até perceber-se o escurecimento do
precipitado;

TUBO B: Adicionou-se, gota a gota, 2 mL de solução de 6 M de NH4OH.


Observou-se a coloração. Em seguida, colocou-se igual volume de álcool e
deixou-se o tubo em repouso até decantar o precipitado;

TUBO C: Adicionou-se álcool e observou-se a formação do precipitado.

5.2. [Co(H2O)6]Cl2 – Cloro de Hexaaquocobalto (II)

• Colocou-se 1 g de CoCl2 em béquer contendo 6 mL de água destilada.


Observou-se a cor da solução. Em seguida, dividiu-se a solução em três tubos
de ensaio:

TUBO A: Manteve como padrão;

TUBO B: Adicionou-se 0,5 mL de HCl concentrado. Observou-se a


mudança de cor. Adicionou-se mais água e foi observada novamente a cor de
origem.

TUBO C: Adicionaram-se gotas da solução 3 M de NH4OH e agitar.


6. RESULTADOS

6.1. Ao aquecer cuidadosamente, sem calcinar, em cadinho, 1 g de


CuSO4.5H2O. Percebeu-se uma mudança em sua coloração de azul vivo para
uma cor branca meio acinzentada.

• Com o resíduo seco em um tubo de ensaio, foram adicionados 6 mL de


água destilada e o sal retornou a sua cor original.

• Em seguida, foi divido a solução acima em 3 tubos de ensaio, cada qual


com 2 mL. Os resultados foram estes:

TUBO A: Ao adicionar 2 mL de solução 1 M de NaOH. Foi observada a


formação do precipitado parcialmente azul que com o aquecimento foi
escurecendo.

TUBO B: Ao adicionar, gota a gota, 2 mL de solução de 6 mL de NH4OH,


percebeu-se uma coloração fortemente azulada. Com adição de álcool e
deixando o tubo em repouso, notou-se que o precipitado de cor azul forte
decantou.

TUBO C: Quando foi adicionado álcool, notou-se a formação do precipitado


de cor azul meio fraca.

6.2. Ao colocar 1 g de CoCl2 em um béquer contendo 6 mL de água


destilada, observou-se a cor rósea da solução. Em seguida, foi dividida a
solução em três tubos de ensaio e obteve os seguintes resultados:

TUBO A: Se manteve como padrão.

TUBO B: Quando foram adicionados 0,5 mL de HCl concentrado,


percebeu-se a mudança de coloração de róseo para azul. Em seguida
adicionou-se água, nota-se o retorno da coloração anterior.

TUBO C: Ao adicionar gotas da solução 3 M de NH4OH, notou-se uma cor


um pouco azulada e depois de agitada ficou verde escuro.
7. CONCLUSÕES
O processo desenvolvido no laboratório proporcionou o ensaio aplicado no
experimento foi bastante interessante no objetivo de observar a reatividade dos
compostos de coordenação de cobre e cobalto e também que as reações
ocorreram de acordo com a metodologia proposta na prática.
As colorações obtidas durante os experimentos evidenciaram que a
reatividade dos compostos foi bem sucedida e também, possibilitaram uma
melhor compreensão do conteúdo teórico frente os efeitos da concentração,
tipo e força de ligante, diferença entre metais e influência da água como
ligante.
8. PÓS-LABORATÓRIO

8.1. Comente o porquê do CuSO4.5H2O mudar de cor com a


calcinação.

Isso se deve a sua desidratação, a energia térmica transferida pelo


aquecimento deixa o sal desidratado, pois causa a perda de suas moléculas de
água que evaporam e tendo por consequência a mudança de sua coloração.

CuSO4.5H2O(s) + ∆ → CuSO4(s) + 5H2O(g)

8.2. Qual precipitado é formado quando se adiciona NaOH na


solução de CuSO4?

CuSO4 + 2NaOH → Na2SO4 + Cu(OH)2

Na qual o Na2SO4 se encontrará na forma ionizada e o Cu(OH)2 se


apresentará na forma de um precipitado em azul. Pois apresenta baixa
solubilidade.

8.3. Porque houve mudança de cor ao adicionar HCl na solução


de CoCl2?

HCl(aq) + NaOH(aq) - H2O(ℓ) + NaCl(aq)


pH<3 pH>11
rosa roxa

A solução (H2O(ℓ) + NaCl(aq)), torna-se verde, indicando um pH de 7, o que


nos deixa claro que a o pH e tais propriedades químicas dos elementos
influenciou na mudança na cor da solução.
9. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
SHRIVER, Duward. F.; ATKINS, Peter. W. Química Inorgânica, 4 ed.,
Bookman, Porto Alegre, 2008. p. 848.
LEE, J. D. Química Inorgânica não Tão Concisa, 5. ed, Trad; São Paulo:
Edgard Blucher Editora Ltda, 1996, p. 99-103.
ATKINS, Peter; JONES, Loreta; Princípios de Química: questionando a vida
moderna e o meio ambiente, Porto Alegre: Bookman, 2001, p. 884-886.
CETUS INDUSTRIA E COMERCIO DE PRODUTOS QUIMICOS. Ficha de
Informações de Segurança de Produtos Químicos em:
<http://www.ecibra.com.br/fispq/COBALTO%20CLORETO%20SOLUCAO.p
df> Acesso em 19 de dez. 2015.
RIBEIRO. Camila. COMPLEXOS EM SOLUÇÃO em: <
http://docslide.com.br/documents/relatorio-de-quimica-de-coordenacao-
pratica-7.html> Acesso em 08 de Fev. 2016.
Comércio indústria Importação Ltda; Ficha de Informações de Segurança de
Produto Químico em:
<http://www.higieneocupacional.com.br/download/hidroxido-amonio.pdf>
Acesso em 19 de dez. 2015.
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<http://www.higieneocupacional.com.br/download/hidroxido-amonio.pdf>
Acesso em 19 de dez. 2015.

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