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LICENCIATURA EM CIÊNCIAS NATURAIS: HAB.

EM QUÍMICA

6º SEMESTRE

Química Inorgânica Experimental

Professora Drª Alessandra Mara Garbosa Mutti

SÍNTESE DE UM COMPLEXO CATIÔNICO E UM ANIÔNICO DE COBALTO

Prática VIII

Adriana Gruli de Melo 3005461

Bianca Rehder Mizasse 3005011

São João da Boa Vista – SP


10 de dezembro de 2021
1. INTRODUÇÃO

Os elementos do Grupo 3 ao Grupo 12 são denominados de Metais de Transição, uma vez


fazem a transição dos metais muito reativos presentes no Grupo 1 e 2, para os metais pouco reativos
do Grupo 13 em diante. Diferentemente dos demais grupos, os metais de transição são capazes e
apresentam uma maior disposição em formar complexo metálicos, e por definição, os complexos
metálicos são: [...] uma espécie formada por um átomo ou íon central de metal ao qual se ligam outros
íons ou moléculas por ligações coordenadas. [...] (ATKINS et al., 2018)

Figura 1: Tabela periódica e seus elementos [1]


O átomo central é caracterizado como ácido e os demais átomos ligantes são bases a partir da
teoria de Lewis, que diz:

▪ Ácido: é todo átomo que é capaz de receber o par de elétrons.


▪ Base: é todo átomo que é capaz de doar o par de elétrons.

Também chamados de Complexos de Coordenação, eles consistem de um átomo central


carregado positivamente (ácido de Lewis) que é capaz de receber elétrons, portanto, se ligando com
átomos carregados negativamente (base de Lewis) e que são chamados de ligantes.

As bases de Lewis, íons ou moléculas, ligadas ao átomo ou íon central de


metal, nos complexos de um metal d, são conhecidas como ligantes. Um
exemplo de ligante iônico é o íon cianeto. No íon hexacianoferrato(II),
[Fe(CN)6]4+, os íons CN- fornecem os pares de elétrons que formam ligações
com o ácido de Lewis Fe2+. No complexo neutro Ni(CO)4, o átomo de Ni age
como ácido de Lewis e os ligantes são moléculas de CO, as quais atuam como
bases de Lewis. (ATKINS et al., 2018)
1
Esses elementos, ao se ligarem, formam ligações do tipo covalente coordenada (ou covalente
dativa) onde há a transferência de elétrons não ligantes de um átomo para outro. Quando um átomo
apresenta um par isolado de elétrons, é possível formar uma ligação doando esse par de elétrons para
outro átomo, assim como no exemplo abaixo (Figura 2).
No exemplo, tem-se a formação do complexo [Co(NH3)6]3+, sendo o átomo central (ácido e
Lewis) o Co e os demais íons (bases de Lewis) o grupo de átomos ligantes. Observa-se que todos os
átomos NH3 ligam-se com o átomo central através de ligações covalentes coordenadas:

Figura 2: Exemplo de ligações covalentes coordenadas na formação de um complexo metálico [2]

Tais complexos formados pelos metais de transição podem ser divididos em dois grupos, os
complexos catiônicos e os complexos aniônicos. Tem-se, por definição, que os complexos catiônicos
são aqueles que, quando em solução aquosa, a maioria dos grupos que o compõe liberam cátions, ou
seja, íons carregados positivamente. Consequentemente, um completo aniônico é aquele que, também
em solução aquosa, libera, em sua maioria, ânions, que são íons carregados negativamente.
A aplicação desses complexos é ampla, abrangendo a área da beleza na fabricação de
cosméticos, na área da medicina, ajudando no diagnóstico de doenças e no seu tratamento, na
biologia, onde auxiliam na fotossíntese das plantas e no transporte de oxigênio por diversos
organismos diferentes (como por exemplo, no organismo humano e dos animais do filo cordados), e,
além disso, funcionam como catalisadores em processos químicos, ajudam na extração de metais
menos comuns e podem trabalhar como pigmentos de cores diferentes. [3]

2. OBJETIVOS

Complexo catiônico

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Neste experimento, aprenderemos a preparar o complexo catiônico de cobalto,
[Co(NH3)4CO3]NO3, o qual será utilizado, na próxima aula, como precursor do complexo
[Co(NH3)5Cl]Cl2 pela troca de ligantes.

Complexo aniônico

Sintetizar um ânion complexo de cobalto, o Na3[Co(NO2)6].

3. MATERIAIS E METODOLOGIAS

Experimento I: preparação do complexo [Co(NH3)4CO3]NO3

a) Materiais
I. (NH4)2CO3 sólido;
II. Água destilada;
III. Bastão de vidro;
IV. Agitador magnético;
V. Solução aquosa concentrada de NH3;
VI. Co(NO3)2.6H2O sólido;
VII. Tubos de ensaio;
VIII. Solução 30% de H2O2;
IX. Bico de Bunsen;
X. Funil para filtração;
XI. Papel filtro;
XII. Água destilada gelada;
XIII. Etanol;
XIV. Dessecador.

b) Metodologia
I. Dissolveu-se 10 g de (NH4)2CO3 em 30 mL de H2O e adicionou-se 30 mL de uma “solução
aquosaconcentrada de NH3”. Se manteu o sistema sob agitação;
II. Dissolveu-se 7,5 g de Co(NO3)2.6H2O em 15 mL de H2O;
III. Adicionou-se a primeira solução à segunda;
IV. À solução resultante, adicionou-se lentamente 4 mL de uma solução 30% de H2O2;

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V. Aqueceu-se esta nova solução, até que seu volume se reduziu a 40-50 mL. Controlou-se a
temperatura a fim de evitar a ebulição. Durante o processo de evaporação, acrescentou-se um
pouco a pouco 5 g de (NH4)2CO3;
VI. Filtrou-se à pressão reduzida e à quente;
VII. Deixou-se o filtrado esfriar até temperatura ambiente, colocou-se em banho de gelo e deixou
por 40 min.;
VIII. Filtrou-se os cristais à pressão reduzida. Lavou-se primeiramente o composto com alguns mLs
de água gelada, lavando-o depois em igual quantidade de etanol;
IX. Guardou-se em dessecador e quando se secou, pesou-se.

Experimento II: preparação do hexanitrocobaltato(III) de sódio

a) Materiais
I. Béqueres;
II. Água destilada;
III. NaNO2 sólido;
IV. Banho-Maria;
V. Co(NO3)2.6H2O sólido;
VI. Capela;
VII. Solução de CH3COOH 50%;
VIII. Kitassatos;
IX. Rolha;
X. Tubo de vidro;
XI. Trompa d’água;
XII. Filtro e papel filtro;
XIII. Álcool etílico.

b) Metodologia
I. Em um béquer grande (~150 mL) dissolveu-se 7,5 g de nitrito de sódio em 10 mL de água
que foi aquecido em banho-maria a ~80ºC;
II. Deixou-se pesado 2,5 g de nitrato de hexaaquocobalto(II), retirou-se a primeira solução do
banho e a deixou resfriar até cerca de 50 ºC, então, foi adicionado o sal agitando
constantemente com um bastão de vidro;

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III. Levou-se o béquer à capela e lá adicionou-se gota-a-gota 2,5 mL de uma solução 50% de
ácido acético;
IV. Transferiu-se a solução para um kitassato de 250 mL e ele foi fechado com uma rolha
adaptado com um tubo de vidro;
V. Conectou-se a entrada do kitassato a uma trompa d´água onde o ar foi transportado através
da solução por 5 min. O precipitado amarelo formado foi retirado através de filtração
simples;
VI. Transferiu-se a solução para o béquer inicial (limpo) e deixou-se a solução esfriar em banho
de gelo e água. Em seguida, e aos poucos, adicionou-se 12,5 mL de álcool etílico;
VII. Filtrou-se o sólido obtido a pressão reduzida lavando-o com 3 porções de 5 mL de álcool
etílico.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Experimento I: preparação do complexo [Co(NH3)4CO3]NO3

A formação do complexo é dada através das seguintes etapas:


a) A dissolução do (NH4)2CO3 em água e a adição da solução aquosaconcentrada de NH3, que no
caso, consiste em NH4OH. Quando o carbonato de amônio é dissolvido em água, o mesmo libera o
cátion NH4+ e o ânion CO32-, tornando o composto o responsável pela presença de ânions carbonato
na solução.
Quando acrescentado o hidróxido de amônio, o mesmo também se dissocia na solução aquosa,
liberando o cátion NH3+ e o ânion OH-, que, além de ser o responsável pelos íons amônia na solução,
também a torna básica (com pH maior que 7, uma vez que o hidróxido de amônio é um composto
alcalino).
Portanto, inicialmente tem-se uma solução aquosa com a presença de ânions CO32- e cátions
NH3+, e tal solução apresenta coloração esbranquiçada.

Figura 3: Solução com ânions CO32- e cátions NH3+ [4]

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b) A dissolução do Co(NO3)2.6H2O em água, o mesmo se dissocia em um cátion e um ânion:

𝐻2𝑂
Co(NO3)2.6H2O(s) ⇒ Co[(H2O)6]2+(aq) + 2 NO3-(aq)

E a dissolução deste sal apresenta a coloração vermelho escuro, característica do cobalto.

Figura 4: Solução contendo íons [Co(H2O)6]2+[4]

c) A mistura de ambas as soluções tratadas acima. Quando os cátions NH3+ e os ânions CO32- são
acrescentados a solução aquosa de [Co(H2O)6]2+ é possível ver a formação de um precipitado lilás
que, com a crescente adição de uma solução a outra, se dissolve e torna a solução roxo escuro.

Figura 5: Formação do precipitado lilás [4] Figura 6: Solução resultante da adição da


solução da etapa A com a solução da etapa B
[4]

Após a mistura de ambas soluções, tem-se a seguinte reação:

[Co(H2O)6]2+(aq) + 4 NH3(aq) + CO32-(aq) → [Co(NH3)4(CO3)](aq) + 6 H2O(aq)

Já nessa etapa, tem-se a formação de um composto de coordenação, entretanto, ainda não


sendo o objetivo do experimento e, para isso, se faz necessária mais uma etapa.
d) A adição de H2O2 a solução contendo [Co(NH3)4(CO3)]. A água oxigenada trabalha como agente
oxidante, que promove a oxidação dos cátions de cobalto do complexo, os quais, antes de acrescentar-
se H2O2, apresentavam seu estado de oxidação Co2+ e, ao reagirem com a água oxigenada 30%,
passam a ter sua valência igual a Co3+. Como o cobalto oxida, ele doa elétrons para outro átomo de
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outro elemento presente na solução, como no caso, soa elétrons para os átomos de oxigênio presentes
na água oxigenada e, portanto, transformando-os de O- para O2 gasoso, que é percebido pela formação
de bolhas na solução.

2 [Co(NH3)4(CO3)](aq) + 2 H2O2(aq) → 2 [Co(NH3)(CO3)]+(aq) + 2 H2O(l) + O2(g)

Além disso, graças a oxidação dos cátions de cobalto, a solução passa da coloração roxo
escuro para uma cor ainda mais escura, tornando-se quase preta.

Figura 7: Formação de O2 [4] Figura 8: Solução após acrescentar-se H2O2 [4]

e) Aquecimento da solução. Após a oxidação do cobalto e a redução do oxigênio, a solução é levada


para o aquecimento até que atinja cerca de menos da metade do seu volume inicial. Quando ela é
aquecida, os ânions NO3- conseguem fazer sua ligação com o íon complexo [Co(NH3)(CO3)]+,
resultando no composto de coordenação [Co(NH3)4CO3]NO3. Além disso, enquanto a solução é
aquecida até sua redução, é acrescentado aos poucos o mesmo carbonato de amônio da Etapa A para
evitar qualquer um dos átomos ligados ao cobalto sejam substituídos por outros demais íons presentes
na solução, o que acarretaria na formação de um complexo metálico diferente do objetivo.
Como reação final, tem-se a seguinte equação:

[Co(NH3)4(CO3)]+(aq) + NO3-(aq) → [Co(NH3)4(CO3)]NO3(s)

Após a solução resultante ser aquecida, ela é filtrada a quente por gravidade e, para a formação
do complexo precipitado, o filtrado foi levado para baixas temperaturas debaixo do gelo. Quando o
precipitado é formado, o mesmo é filtrado no filtro simples, a fim de retirar-se toda o líquido, e sendo
lavado por etanol.
O etanol é utilizado para lavagem do precipitado, pois, o complexo é solúvel em água, que é
uma substância polar, como o etanol é um álcool apolar, quando entra em contato com o complexo,
o mesmo não se dissolve, portanto, preservando sua massa.
Como resultado, tem-se o complexo [Co(NH3)4CO3]NO3 no seu formato sólido.

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Figura 9: [Co(NH3)4CO3]NO3 sólido [4]

Como equação geral e que envolve todas as etapas, tem-se a seguinte relação balanceada:

2 Co(NO3)2(aq) + 6 NH3+ (aq) + 2 (NH4)2CO3(aq) + H2O2(aq) → 2 [Co(NH3)4CO3]NO3(s) + 2 NH4NO3(aq)


+ 2 H2O(l)

Além disso, é possível perceber-se que, tal completo metálico, é formado, em sua maioria, por
cátions, demonstrando a sua característica de complexo catiônico.

Experimento II: preparação do hexanitrocobaltato(III) de sódio

A formação do complexo Na3[Co(NO2)6] se deu através das seguintes etapas:


a) A dissolução do nitrito de sódio em água. Como esse sal não é tão solúvel, houve a necessidade de
aquecer a mistura para aumentar a sua dissolução. O nitrito de sódio é um sal branco que, ao se
dissolver na água, apresenta uma solução de cor amarelada. Quando ele é dissolvido em água, o
mesmo se dissocia e libera o cátion Na+ e no ânion NO2-.
b) A adição do Co(NO3)2.6H2O na solução contendo cátions Na+ e NO2-. O nitrato de cobalto é um
sal vermelho e, ao ser misturado na solução anterior, transforma a mesma em uma solução amarelo
escuro.

Co(NO3)2.6H2O(s) + NaNO2(aq) → Co(NO2)2(aq) + 2 NaNO3(aq)

Nessa etapa, ocorre a transformação do nitrito de sódio em nitrato de sódio (NaNO 3) e a


formação do composto nitrito de cobalto (Co(NO2)2). Após essa reação, á acrescentado o ácido
acético na solução e de imediato é possível ver a efervescência formada quando ambas substâncias
entram em contato.

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Figura 10: Efervescência formada a adição de ácido acético [5]

A reação que ocorre é representada pela seguinte equação:

CoCl2.6H2O(s) + 7 NaNO2(s) +2 CH3COOH(l) → Na3[Co(NO2)6](aq) + 2 NaCl + 2 CH3COONa +


NO(g) + 7 H2O(l)

A efervescência é característica da adição do ácido acético e sua reação com o meio,


resultando na formação do acetato de sódio.
c) A reação da solução acima com oxigênio. Após formar tal solução, é montado uma aparelhagem
para que seja possível reagir o oxigênio e forçar a saída do gás NO da solução. Ao entrar em contato
com o oxigênio, o mesmo faz com que os cátions de cobalto oxidem, sendo assim, doando elétrons
e, consequentemente, os íons NO2 reduzem, recebendo os elétrons doados.
Os cátions de cobalto incialmente se apresentam no seu estado de oxidação Co2+ têm sua
valência alterada para Co3+, já os íons NO2, ao receberem elétrons, são capazes de formar o gás NO,
de coloração castanha.

Figura 11: Gás NO [5]

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d) A adição de etanol. Após a reação com o oxigênio, é acrescentado o etanol a solução para que o
complexo formado precipite e, imediatamente a sua adição, é possível ver a formação de um sal
amarelo.

Figura 12: Formação do complexo Na3[Co(NO2)6] precipitado [5]


e) A filtração do precipitado. Após a sua formação, é feita a filtragem à pressão reduzida após um
banho de gelo.
O banho de gelo se faz necessário, pois, o precipitado é solúvel em água, quando sua
temperatura diminui, sua solubilidade também fica menor. Enquanto ele é filtrado, o mesmo é lavado
com etanol a fim de também diminuir a quantidade de precipitado dissolvido em água e se manter a
maior massa possível. Ao fim da filtração, o filtrado é levado para a secagem.

Figura 13: O complexo Na3[Co(NO2)6] sólido [5]

5. CONCLUSÃO

Para a formação de ambos os compostos de coordenação foram necessários várias etapas e


vários cuidados para que o átomo central se ligasse com o grupo ligante correto, tornando-se dois

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experimentos mais detalhados e complexos do que os demais grupos analisados anteriormente na
nossa disciplina.
As formações dos complexos envolveram vários tipos de reações, inclusive, reações de
oxirredução, onde há sempre um elemento metálico que oxidou e outro elemento, não
necessariamente metálico, que recebeu os elétrons doados.
Apesar de serem compostos com elementos diferentes. Além disso, é possível ver a diferença
entre a composição do complexo catiônico e do aniônico, onde, durante a formação de ambos, foi
possível ver que, no complexo catiônico, cátions são quem mais participam e, no aniônico, são os
ânions quem participam mais.
E, também, foi possível perceber que uma substância inorgânica pode ser formada por mais
de dois ou três elementos e ser uma substância estável.

REFERÊNCIAS

ATKINS, Peter; JONES, Loretta; LAVERMAN, Leroy. Princípios de Química: questionando a vida
moderna e o meio ambiente. 7ª. ed. New York: Bookman, 2018. 1084 p.
[1] Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fb/Séries_Químicas.png.
Acesso em: 07 dez. 2021.
[2] Disponível em: https://pt.slideshare.net/imperadorBrunoLafaeti/complexos-aula-1-1. Acesso
em: 05 dez. 2021.
[3] Compostos de Coordenação. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Composto_de_coordenação#Aplicações_de_compostos_de_coordenaç
ão. Acesso em: 07 dez. 2021.
[4] EXPERIMENTAÇÃO DE QUÍMICA INORGÂNICA DESCRITIVA. Prof. Dr. Sergio Antônio
Marques de Lima. Renan Caike Silva. Unesp, 2021. Disponível em:
https://drive.google.com/file/d/1_07mIrojPqdw2x-ne1kZsaO3vsHMEloa/view. Acesso em: 09 dez.
2021.
[5] EXPERIMENTAÇÃO DE QUÍMICA INORGÂNICA DESCRITIVA. Prof. Dr. Sergio Antônio
Marques de Lima. Renan Caike Silva. Unesp, 2021. Disponível em:
https://drive.google.com/file/d/1rQ4efr4P5o2BAlXxk8KOK1cva5_y_uch/view. Acesso em: 09 dez.
2021.

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