Aluno:
Alex de Sene Corado Guedes
(VOGUEL, 1979, p.136-145, traduzido) Reações por via seca são aquelas em que não
envolvem dissolução do analito em um solvente, elas são feitas usando o analito em sua forma
sólida sem a adição de nenhum reagente líquido. Existem vários métodos analíticos por via seca:
Uma chama não luminosa em um bico de Bunsen consiste em três partes: 1) um cone
interno azul (ADBA), composto majoritariamente de gás não queimado; 2) uma ponta luminosa
(D), que só é visível quando as entradas de ar não estão completamente abertas; e 3) um cone
externo (ACBDA), onde ocorre a combustão completa do gás combustível usado.
As principais partes da chama, de acordo com Bunsen, estão identificadas na figura 3.
A região com temperatura mais baixa está na base da chama (a), que é usada para
testar substâncias voláteis a fim de determinar se elas provocam alguma mudança de coloração
na chama. É nessa região que é feito o teste de chama.
A parte mais quente da chama é a zona de fusão (b), que fica a cerca de 1/3 da altura
da chama e aproximadamente equidistante do interior e exterior do cone externo, nessa região
são feitos os ensaios de fusibilidade das substâncias e também em conjunto com (a), para testar
as volatilidades relativas das substâncias ou de uma mistura de substâncias.
A zona oxidante inferior (c) está situada na borda mais externa do cone externo e pode
ser usado para a oxidação de substâncias dissolvidas em pérolas de bórax, pérolas carbonato
A zona oxidante superior (d) fica na ponta não luminosa da chama, nesta região há um
grande excesso de oxigênio presente e a chama não é tão quente como em (c), pode ser usada
para todos os processos de oxidação nas quais não é necessário uma temperatura muito alta.
A zona redutora superior (e) está localizada na ponta do cone interno azul e é rica em
carbono incandesceste, essa região é especialmente útil para reduzir incrustações de oxido a
metal.
A zona redutora inferior (f) está situada na borda interna do manto próximo ao cone azul
e é aqui que os gases redutores se misturam com o oxigênio do ar, essa é uma zona redutora
de menor poder que (e) e pode ser empregada para a redução de bórax fundido e pérolas
semelhantes. É nessa região que é realizado os ensaios de pérolas (bórax e fosfato) de chama
redutora.
Neste experimento tratamos apenas do ensaio da pérola de bórax. Na literatura não foi
encontrado o responsável pelo desenvolvimento desta técnica, provavelmente foi o resultado do
acúmulo da experiência de diversos estudiosos, mas sabe-se que esta técnica é muito antiga
sendo descrita há pelo menos 105 anos, pois foi encontrado um procedimento para o teste da
pérola de bórax em um livro de 1914, onde são descritos diversos procedimentos para a
caracterização de minerais por métodos de via seca como teste de sopro, pérolas de bórax, teste
de chama e outros. (BRUSH, 1914)
Procedimento:
1. Adicionou-se a um vidro de relógio uma pequena porção de tetraborato de sódio
decahidratado (Na2B4O7.10 H2O).
2. Aqueceu-se o fio de níquel-cromo até que este apresentasse rubor, rapidamente
mergulhou-o no bórax pulverizado.
3. Levou-se o sólido aderido à região mais quente da chama (oxidante), originando uma
pérola incolor transparente.
4. Umedeceu-se a pérola e mergulhou-a no analito pulverizado, aderindo uma pequena
quantidade de amostra.
5. Aqueceu-se essa mistura na chama redutora e observou-se a coloração da pérola a
quente e quando resfriada.
6. Repetiu-se o item anterior com a zona oxidante.
7. O fio de níquel-cromo foi limpo, fundindo a pérola na chama e adicionando-a em
recipiente com água. Em seguida, preparou-se novamente uma pérola de bórax para analisar
uma nova amostra.
Marrom Marrom
Níquel Cinza Cinza
avermelhado amarelado
No geral os resultados foram como esperado, porém nos itens assinalados em vermelho
houve uma grande diferença de tom entre o observado e o esperado. A tabela abaixo foi retirada
de um livro-texto (Vogel, 1979) e usada para comparação com o resultado obtido.
Tabela 3: resultados esperados para as cores das pérolas de cada composto estudado.
Percebe-se então que os resultados para o Cobre em chama oxidante, Ferro em chama
oxidante e Manganês em chama redutora realmente não foram como esperado. No caso do
cobre, que ficou preto e azul escuro na chama oxidante, pode ser que se tenha adicionado muito
material, fazendo com que a coloração ficasse tão intensa que parecesse preto, ao invés de
verde e verde escuro ao invés de azul. O mesmo pode ter acontecido com o caso do Manganês.
(BRUSH, p.93) Brush relata sobre os efeitos da adição de analito em excesso, onde causava um
escurecimento do tom esperado.
(BRAINYRESORT, 201-)
Haviam apenas dois fios de níquel-cromo, sendo que um deles estava praticamente
inutilizado, o que fez com que apenas um grupo pudesse realizar o ensaio de cada vez. Por isso
recomenda-se a aquisição de mais unidades deste equipamento e, se possível, que seja
adquiridos fios de platina ao invés de níquel-cromo, pois o fio de platina é o mais adequado a
esta aplicação.