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Gustavo Luiz Machado de Souza

Italo Henrique
Juan Kelvin Xavier de Jesus
Karen Souza da Cunha
Letícia de Cássia Gonçalves de Araújo

GASES FAMÍLIAS 16 E 17

Professora: Fabiano Souza Palgrossi


Disciplina: Química Inorgânica

Mogi das Cruzes


2019
OBJETIVO: estudar as propriedades físico-químicas de dois elementos da família
16 e 17, sendo respectivamente enxofre e cloro.

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1. INTRODUÇÃO

Conforme Peixoto (2002), a obtenção e identificação de compostos em meios


líquidos, sólidos ou gasosos é uma das práticas mais corriqueiras do dia a dia de um
analista químico, sendo que grande parte dessas analises envolvem compostos
inorgânicos como sais, óxidos, bases e ácidos, tanto para obtê-los quanto utilizando-
os para obter outros compostos.
O enxofre é um elemento químico utilizado desde os tempos mais antigos,
existindo historiadores que datam sua utilização nas pinturas das cavernas dos
homens pré-históricos. Os egípcios foram um dos primeiros povos a utilizar o
enxofre com outros propósitos como a sua queima em rituais religiosos a mais de
4.000 anos. Foram eles também que fizeram um dos primeiros usos industriais que
se tem conhecimento, o clareamento de algodão utilizando do SO 2 ou dióxido de
enxofre a partir da queima do mesmo em 1600 a.C.
A utilização do enxofre como explosivo foi criado na China aproximadamente
em 500 d.C. e foi utilizado diversas outras culturas como na criação do “fogo grego”
que foi utilizado em abundancia durante as guerras da Idade Média, na época porém
o enxofre não era tido como um elemento químico e sim como um composto,
somente em 1977 foi tratado como tal a partir dos estudos do francês Antoine
Lavoisier, definindo o enxofre como um elemento químico da tabela periódica, com
características únicas como coloração amarelo pálido, sem odor e sem sabor,
insolúvel em água e com baixa condutividade elétrica.
Sua obtenção é normalmente feita a partir de depósitos sedimentares e
principalmente vulcões, há, porém, países como o Brasil que não dispõe de vulcões
ativos ou inativos e obtém seu estoque de enxofre exclusivamente de compostos
orgânicos e algumas etapas de refinamento do petróleo. Vale ressaltar que a
quantidade consumida de H 2SO4, ou ácido sulfúrico, é também uma forma de medir
o desenvolvimento industrial de um país e a estimativa é de que o enxofre seja um
dos 20 elementos químicos em maior abundância da terra (PEIXOTO, 2002).
Mediante Peixoto (2003), o cloro é elemento químico que também passou por
um longo período onde foi considerado um composto e não um elemento da tabela
periódica, sua primeira produção datada foi em 1774 por Carl Wilhelm Scheele,
químico nascido na Suécia que também descobriu outros elementos como o

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tungstênio e bário. Na época, Scheele misturou ácido clorídrico com dióxido de
manganês. Scheele porém na época acreditava que se tratava apenas de uma
substância composta, sendo refutado anos depois, em 1810 por Humphry Davy que
provou que o ácido clorídrico era basicamente um composto de hidrogênio e cloro.
Assim como seu nome deriva da palavra verde em latim, as principais
caraterísticas do cloro em condições normais de temperatura e pressão, nas quais
ele é um gás, são sua coloração amarelo-esverdeada, com odor forte e
característico além de causar irritação nos olhos e no aparelho respiratório se
respirado em excesso. Vale destacar que apesar dos males que podem causar o
cloro pode causar ao corpo humano ele também faz parte da composição do corpo
de diversos animais, entre eles o próprio ser humano que além de possuir o suco
gástrico feito majoritariamente de HCl, ou ácido clorídrico, também está presente no
suor e outros fluidos do corpo humano, além de ser base da alimentação diária em
forma de NaCl, ou sal de cozinha.
Sua obtenção é feita principalmente através de eletrólise de soluções de
cloreto de sódio e sua abundancia é tamanha no planeta terra que aproximadamente
2% da água dos mares e oceanos é cloreto de sódio, sendo, assim como o enxofre
um dos 20 elementos com maior abundancia do planeta, apesar de ainda nos dias
atuais estar em falta em diversos países da África Central ou o próprio sal de
cozinha é tido como luxo (PEIXOTO, 2003).

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2. MATERIAIS E REAGENTES

2.1 MATERIAIS UTILIZADOS


Bastão de vidro
Béquer 100mL
Bico de Bunsen
Espátula de aço
Papel filtro
Papel tornassol azul
Pinça de madeira
Pipeta pasteur
Tubo de ensaio

2.2 REAGENTES UTILIZADOS


AgNO3 – 0,5M
FeS
H2SO4 – 0,75M
HCl – 0,1M
HCl – 0,1M
MnO2
Na2S2O3 – 0,05M
Pb(C2H3O2)2 ‫ –ؘ‬1M

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3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

3.1 PREPARAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE SULFETO DE HIDROGÊNIO (H 2S)


1. Colocou-se em um tubo de ensaio um pedaço de sulfeto de ferro II.
2. Adicionou-se 2mL de ácido clorídrico 0,1M e aqueceu-se lentamente no bico de
Bunsen.
3. Umedeceu-se o papel de tornassol e colocou-se sobre a boca do tubo de ensaio.
4. Observou-se o desprendimento de gás e a variação da coloração do papel de
tornassol.
5. Umedeceu-se um papel filtro em solução de acetato de chumbo.
6. Colocou-se o papel filtro aberto na boca do tubo de ensaio e aqueceu-se a
solução.
7. Observou-se a mudança na coloração do papel. Anotou-se os resultados.

3.2 FORMAÇÃO DE ENXOFRE E DIÓXIDO DE ENXOFRE (S E SO2)


1. Adicionou-se 3mL de solução de tiossulfato de sódio a 0,05M e 1mL de solução
de ácido sulfúrico a 0,75M em um tudo de ensaio.
2. Agitou-se a solução e posteriormente aqueceu-se brevemente.
3. Observou-se o desprendimento de gás e a mudança da coloração e anotou-se os
resultados.

3.3 OBTENÇÃO DE CLORO (Cl2)


1. Colocou-se em um tubo de ensaio 0,1g de dióxido de manganês.
2. Em capela, adicionou-se 2mL de ácido clorídrico concentrado.
3. Umedeceu-se o papel de tornassol e colocou-se na boca do tubo de ensaio.
4. Observou-se a mudança na coloração do papel e anotou-se os resultados.
5. Com o bastão de vidro, mergulhou-se o mesmo em solução de nitrato de prata.
6. Colocou-se o bastão no tudo de ensaio com solução utilizada anteriormente.
7. Observou-se o borbulhamento, formação de precipitado e anotou-se os
resultados.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 RESULTADOS
Conforme foi seguido o procedimento experimental, observou-se e anotou-se
alguns acontecimentos em cada etapa do experimento em questão, sendo elas
descritas abaixo.

4.1.1 Preparação e identificação do sulfeto de hidrogênio.


Após seguir o procedimento, houve a reação do sulfeto de ferro II com ácido
clorídrico no qual há liberação do ácido sulfídrico conforme a equação abaixo.

1 FeS + 2 HCl → 1 H2S + 1 FeCl2

Em seguida, após ter colocado o papel tornassol azul na saída do gás,


observou-se que o mesmo foi ficando com a tonalidade rósea, conforme mostra
figura a seguir.

Figura 1: papel tornassol azul. Figura 2: papel tornassol com liberação do H2S.

Fonte: arquivo pessoal. Fonte: arquivo pessoal.

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Figura 3: papel tornassol após o contato com o gás H2S.

Fonte: arquivo pessoal.


E por fim, após colocar o papel filtro umedecido com acetato de chumbo em
contato com o gás liberado, observou-se a formação de uma coloração escura no
papel filtro. A reação é demonstrada conforme a equação a seguir.

1 H2S + 1 Pb(CH3COO)2 → 2 CH3COOH + 1 PbS

A formação da coloração escura no papel filtro pode ser observada na figura


abaixo.

Figura 4: papel filtro com a formação de PbS.

Fonte: arquivo pessoal.

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4.1.2 Formação de enxofre e dióxido de enxofre a partir do tiossulfato.
Após a reação do tiossulfato de sódio com o ácido sulfúrico, há a formação do
ácido tiossulfúrico (H2S2O3), porém por ele ser um composto instável logo se
decompõe, conforme reações a seguir.

I) Na2S2O3 + H2SO4 → Na2SO4 + H2S2O3


II) H2S2O3 → SO2 + H2O + S

A imagem a seguir retrata a formação do enxofre pela coloração amarelada


no tubo de ensaio.

Figura 5: reação do tiossulfato de sódio com ácido sulfúrico.

Fonte: arquivo pessoal.

4.1.3 Obtenção do cloro (Cl2)


Conforme a reação do dióxido de manganês com o ácido clorídrico, houve a
formação de gás cloro conforme a reação a seguir.

MnO2 + 4 HCl → Cl2 + 2 H2O + MnCl2

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Em seguida, ao colocar o papel tornassol azul umedecido em água no tubo de
ensaio, observou-se que o mesmo foi tornando-se róseo.
Por fim, após a reação do nitrato de prata com o gás cloro, observou-se a
formação de um precipitado na parede do tubo. Segue abaixo a equação
demonstrando a reação ocorrida.

2 AgNO3 + Cl2 → 2 AgCl + 2 NO3

A imagem a seguir retrata o precipitado na parede do tubo de ensaio após a


reação citada anteriormente.

Figura 6: formação do precipitado na parede do tubo de ensaio.

Fonte: arquivo pessoal.

4.2 DISCUSSÕES

Foi discutido cada etapa do experimento, sendo separadas cada uma delas,
conforme a seguir.

4.2.1 Preparação e identificação do sulfeto de hidrogênio.


Na parte de preparação e identificação do sulfeto de hidrogênio, este que
encontramos como consequência da reação entre sulfeto de ferro II e ácido
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clorídrico, não tivemos dificuldades na realização dos procedimentos, tivemos
apenas que tomar cuidado para não inalar muito o gás sulfídrico. Foi identificado um
odor semelhante a ovo podre, o que é característico do ácido sulfídrico, gás
extremamente tóxico, que ao entrar em contato com o papel tornassol azul o fez
mudar para uma coloração rósea. Após isso expomos um papel de filtro umedecido
em acetato de chumbo ao gás sulfídrico que estava sendo liberado, e foi possível
observar o papel mudar sua coloração do branco para uma cor bem escura, próxima
ao preto, devido a formação do sulfeto de chumbo II.

4.2.2 Formação de enxofre e dióxido de enxofre a partir do tiossulfato.


No procedimento de formação de enxofre e dióxido de enxofre a partir do
tiossulfato de sódio com o ácido sulfúrico, obtivemos a coloração amarela
característica do enxofre, não houve dificuldades durante os procedimentos, foi uma
etapa bem rápida. Além disso, como se obteve o gás dióxido de enxofre,
identificamos o odor característico comparado com o de ovo podre.

4.4.3 Obtenção do cloro (Cl2)


Na etapa de obtenção de cloro, chegamos a ele através da reação de dióxido
de manganês e ácido clorídrico, após isso, um papel tornassol azul umedecido em
água foi exposto ao gás que estava sendo liberado da reação, o que fez com que ele
mudasse sua coloração para um tom rósea. Isso ocorre pois há uma reação entre
Cl2 formado e H2O do papel tornassol formando ácido clorídrico e ácido hipocloroso,
por isso a mudança na coloração do tornassol. A equação a seguir demonstra essa
reação.

Cl2 + H2O → HCl + HClO

Logo em seguida é feita a reação entre nitrato de prata e o gás cloro, onde
podemos observar a formação de um precipitado nas paredes do tudo de ensaio. O
precipitado em questão é o cloreto de prata por ser um sal pouco solúvel. A
formação deste sal se dá devido a afinidade da prata com o cloro que é maior do
que a afinidade que tem com o nitrato, logo ocorre a reação de simples troca dando
origem ao cloreto de prata. Não houve complicações, apenas foi preciso tomar

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cuidado com o gás que estava sendo liberado, por isso essa reação teve de ser feita
dentro da capela.

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5. CONCLUSÕES

Observando os fenômenos presenciados e comparando-os com os resultados


previstos com base nas consultas bibliográficas e conteúdos estudados na sala de
aula, pôde-se considerar o procedimento experimental bem-sucedido, pois a análise
das propriedades físico-químicas dos compostos de enxofre e de alguns halogênios.
Verificaram-se experimentalmente propriedades diferenciais de tais
compostos, tais como suas tendências oxidativas e acidificantes, que confirmam o
estudo teórico. Notaram-se também as precauções a serem tomadas com o
manuseio desses elementos devido a suas toxicidades.
Em suma, considerou-se o procedimento exitoso, dada a precisão dos
resultados obtidos e a constatação prática de elementos conceituais.

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6. ANEXOS

Segue abaixo algumas imagens dos materiais utilizados no experimento.

Figura 7: papel tornassol azul. Figura 8: vidrarias utilizadas.

Fonte: acervo pessoal. Fonte: acervo pessoal.

Figura 9: acetato de chumbo. Figura 10: tiossulfato de sódio

Fonte: acervo pessoal. Fonte: acervo pessoal.


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Figura 11: ácido sulfúrico. Figura 12: ácido clorídrico.

Fonte: acervo pessoal. Fonte: acervo pessoal.

Figura 13: nitrato de prata. Figura 14: sulfeto de ferro II.

Fonte: acervo pessoal. Fonte: acervo pessoal.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PEIXOTO, Eduardo Motta Alves. Enxofre. São Paulo, 16 nov. 2002. Disponível em:
http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc16/v16_A12.pdf. Acesso em: 27 mar. 2019;

PEIXOTO, Eduardo Motta Alves. Cloro. São Paulo, 17 maio 2003. Disponível em:
http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc17/a13.pdf. Acesso em: 27 mar. 2019.

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