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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC)

CENTRO TECNOLÓGICO (CTC)


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL (ECV)

Apostila da Disciplina:
ECV5255 – ESTRUTURAS METÁLICAS I

Prof. Leandro F. Fadel Miguel


Prof. Moacir H. Andrade Carqueja

5ª edição

Março de 2019
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................ 4
1.1 Processo Siderúrgico ............................................................................................................. 4
1.2 Considerações sobre a composição química ......................................................................... 6
1.3 Classificação dos aços estruturais ......................................................................................... 9
1.4 Produtos Siderúrgicos ......................................................................................................... 12
1.5 Propriedades Mecânicas ...................................................................................................... 21
1.5.1 Ensaios Mecânicos ....................................................................................................... 21
1.5.3 Fratura Frágil................................................................................................................ 26
1.5.4 Efeito de temperatura ................................................................................................... 27
1.5.5 Fadiga ........................................................................................................................... 28
1.5.6 Tensões Residuais ........................................................................................................ 28
2 AÇÕES E SEGURANÇA NAS ESTRUTURAS ................................................................................... 29
2.1 Método das Tensões Admissíveis ....................................................................................... 29
2.2 Método dos Estados Limites ............................................................................................... 30
2.2.1 Característica do Método dos Estados Limites ............................................................ 31
2.3 Ações e combinações de ações ........................................................................................... 36
2.3.1 Valores nominais e classificação ................................................................................. 36
2.3.2 Combinações de ações para os estados limites últimos ............................................... 38
2.3.3 Combinações de Ações para os Estados Limites de Serviço ....................................... 39
3 BARRAS TRACIONADAS ............................................................................................................. 41
3.1 Generalidades ...................................................................................................................... 41
3.2 Comportamento das peças de aço tracionadas .................................................................... 42
3.3 Estados Limites Últimos e Resistências de Projeto ............................................................ 43
3.3.1 Área líquida .................................................................................................................. 44
3.3.2 Área líquida efetiva ...................................................................................................... 46
3.3.2 Peças com Extremidades Rosqueadas.......................................................................... 50
3.3.3 Barras ligadas por pino ................................................................................................ 50
2.3 Estados Limites de Serviço ................................................................................................. 51
4 BARRAS COMPRIMIDAS ............................................................................................................. 53
4.1 Generalidades ...................................................................................................................... 53
4.2 Flambagem global ............................................................................................................... 53
4.2.1 Comportamento Ideal: Flambagem de Euler ............................................................... 54
4.2.2 O efeito das imperfeições geométricas ........................................................................ 57
4.2.3 O efeito das tensões residuais ...................................................................................... 60
4.2.4 Comprimento de Flambagem ....................................................................................... 62
4.2.5 Flambagem por Torção e Flexo-Torção....................................................................... 63
4.3 Flambagem local ................................................................................................................. 64
4.4 Abordagem da NBR 8800/08 .............................................................................................. 67
4.4.1 Resistência de cálculo segundo a NBR-8800 .............................................................. 68
5 BARRAS FLETIDAS ..................................................................................................................... 77
5.1 Generalidades ...................................................................................................................... 77
5.2 Efeito do Momento Fletor ................................................................................................... 79
5.2.1 Plastificação ................................................................................................................. 79
5.2.2 Flambagem local .......................................................................................................... 83
5.2.3 Flambagem lateral com torção ..................................................................................... 86
5.3 Resistência ao esforço cortante ........................................................................................... 90

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5.4 Estado limite de serviço: deslocamentos máximos ............................................................. 94
6 LIGAÇÕES COM PARAFUSOS...................................................................................................... 96
6.1 Generalidades ...................................................................................................................... 96
6.2 Resistência de cálculo nas ligações ..................................................................................... 98
6.2.1 Tração........................................................................................................................... 98
6.2.2 Cisalhamento................................................................................................................ 99
6.2.3 Pressão de contato em furos ....................................................................................... 101
6.2.4 Tração e corte combinados ........................................................................................ 102
6.2.5 Ligações por atrito ..................................................................................................... 102
6.3 Disposições construtivas ................................................................................................... 103
6.3.1 Distância entre furos .................................................................................................. 104
6.3.2 Distância furo-borda .................................................................................................. 104
6.4 Distribuição de esforços entre conectores ......................................................................... 105
6.4.1 Ligação excêntrica por corte ...................................................................................... 105
6.4.2 Ligação com corte e tração nos conectores ................................................................ 108
6.4.3 Efeito de alavanca ...................................................................................................... 110
7 LIGAÇÕES SOLDADAS .............................................................................................................. 114
7.1 Generalidades .................................................................................................................... 114
7.2 Classificação da Solda ...................................................................................................... 114
7.3 Tipos de Metal Solda ........................................................................................................ 116
7.4 Resistência de cálculo ....................................................................................................... 117
7.5 Disposições construtivas ................................................................................................... 120
7.6 Determinação dos esforços na solda ................................................................................. 122
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................. 127
Anexo A: Tabela de perfis ........................................................................................................ 128
Perfis laminados W e HP ........................................................................................................ 129
Perfis soldados série CS, CVS e VS ....................................................................................... 133
Série CS............................................................................................................................... 134
Série CVS ............................................................................................................................ 138
Série VS .............................................................................................................................. 143
Perfis I Série S......................................................................................................................... 149
Perfis cantoneira ...................................................................................................................... 151
Perfis U ................................................................................................................................... 155

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Processo Siderúrgico

O aço pode ser definido como uma liga metálica composta, principalmente, de ferro e pequenas
quantidades de carbono (entre 0,008 % e 2,11 %), possuindo propriedades mecânicas (resistência
mecânica e ductibilidade) muito importantes para sua aplicação como material estrutural na
engenharia civil.

As principais matérias primas para obtenção do aço são o carvão mineral e o minério de ferro
(hematita e limonita), que não são encontrados puros na natureza. Assim, esses materiais são
previamente preparados, a fim de reduzir o consumo de energia e aumentar a eficiência do
processo siderúrgico. Como resultado final, após uma série de etapas, o aço é moldado (e assim
comercializado para utilização estrutural) na forma de chapas, perfis ou bobinas.

O processo siderúrgico (Figura 1.1) pode ser dividido em 4 grandes partes:

a) Preparo das Matérias-Primas (Coqueria e Sintetização)

O carvão mineral deve fornecer a energia térmica necessária para ocorrer a redução do minério no
alto-forno (obtenção do ferro gusa) e deve assegurar uma permeabilidade adequada ao processo.
A eliminação de impurezas do carvão é feita em fornos denominados células de coqueificação. O
processo consiste na destilação do material em ausência de ar, liberando-se substâncias voláteis,
ocorrendo em temperaturas em torno de 1300 °C. O material resultante, o coque metalúrgico, é
poroso e constituído basicamente de carbono com alta resistência mecânica e alto ponto de fusão.

O minério de ferro também deve ser preparado. A granulometria da carga de minério é importante
para a combustão, uma vez que a velocidade com que o ar passa depende da permeabilidade do
meio. Assim, os finos são indesejáveis e devem ser aglutinados antes de carregados no alto-forno.
Aos finos são adicionados fundentes (finos de calcáreo, areia de sílica, e moinha de coque) e o
conjunto é aquecido para fusão da mistura e, após o resfriamento, britagem para atingir a
granulometria desejada. Dá-se ao processo o nome de sinterização e sínter é o material resultante.

b) Produção de Gusa (Alto-forno)

Na parte superior do alto-forno (Figura 1.2) são misturados o coque metalúrgico, o sínter e outros
fundentes (calcáreo) que, após uma injeção de ar na parte inferior, produzem uma reação
exotérmica pela combustão do carbono presente no coque, chegando a uma temperatura de
1500 ºC. O resultado desta reação é a produção do ferro gusa (material metálico líquido ainda rico
em carbono) e uma escória de alto-forno, que pode ser aproveitada na fabricação de cimento.

Após a reação, o ferro gusa na forma líquida é transportado nos carros-torpedos (vagões revestidos
com elemento refratário) para uma estação de dessulfuração, onde são reduzidos os teores de
enxofre a níveis aceitáveis. Também são feitas análises da composição química da liga (carbono,
silício, manganês, fósforo, enxofre) e a seguir o carro torpedo transporta o ferro gusa para a aciaria,
onde será transformado em aço.

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Figura 1.1: Processo siderúrgico (Adaptado de www.csn.com.br).

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c) Produção de Aço (Aciaria)

A aciaria tem por finalidade transformar o ferro gusa em aço injetando no seu interior oxigênio
puro sob alta pressão, dentro um conversor (Figura 1.3). O objetivo é a reação do oxigênio com o
carbono em excesso presente no ferro gusa, baixando a sua quantidade e, assim, transformando-o
em aço. Os materiais indesejáveis são eliminados sob forma de gases ou escória flutuante sobre o
banho. Quando o aço está na composição desejada é vazado para formas onde se solidifica na
forma de blocos chamados lingotes.

Figura 1.2: Esquema de um alto forno (Adaptado de www.csn.com.br).

d) Conformação Mecânica (Laminação)

Após a aciaria, o aço líquido é transportado para moldes, onde se solidificará. Este processo é
chamado de lingotamento contínuo (Figura 1.4), em que o veio metálico é continuamente extraído
por rolos e após resfriado, é transformado em placas através do corte com maçarico.

A etapa seguinte é a laminação (Figuras 1.5 e 1.6), que tem por objetivo a obtenção do produto na
sua forma final, podendo ser um processo a quente ou a frio. Na laminação a quente, muito
utilizada para a formação de chapas grossas e perfis (aços longos), os tarugos são reaquecidos e
conformados progressivamente por uma série de rolos, chegando, dessa forma, no seu formato
final. Para chapas muito finas a laminação é feita a frio, em que uma forte pressão nos rolos,
associada com tração na chapa, forçam a redução de espessura.

1.2 Considerações sobre a composição química

Como já foi definido anteriormente, o aço é definido com uma liga metálica contendo,
principalmente, ferro e pequenas quantidades de carbono. Entretanto, outros elementos também
aparecem na sua composição, quer seja decorrente do seu processo de produção ou sendo
propositalmente adicionados visando a alteração de alguma propriedade. Estas composições
químicas determinam muitas das principais características para aplicações estruturais dos aços.

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Figura 1.3: Conversor de aciaria (http://www.novomilenio.inf.br/cubatao/cubgeo32.htm).

Figura 1.4: Molde de lingotamento contínuo


(http://www.novomilenio.inf.br/cubatao/ch010b.htm).

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Figura 1.5: Processo de laminação (www.infomet.com.br).

Figura 1.6: Rolos de Laminação (www.infomet.com.br).

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O carbono é o principal elemento para o aumento de resistência dos aços estruturais. Em geral,
pode-se dizer que um aumento em 0,01 % no teor de carbono eleva o limite de escoamento em
torno de 3,5 Mpa. Entretanto, esse aumento também provoca uma redução de ductibilidade e
soldabilidade, tornando o material mais suscetível à fratura frágil e ao envelhecimento. Desta
forma, aços estruturais apresentam em sua composição um teor máximo de 0,30 % de carbono,
dependendo dos outros elementos presentes, assim como das propriedades desejadas
(soldabilidade, por exemplo).

Tabela 1.1: Elementos presentes nos aços estruturais


Elemento Efeitos principais
Encontra-se presente em todo aço estrutural, elevando a
Manganês resistência mecânica, a fadiga, a fratura frágil e a corrosão, além
(Mn) de impedir o envelhecimento. Entretanto reduz a soldabilidade
(menos que o carbono).
Eleva a resistência mecânica e a fratura frágil, reduzindo a
Silício (Si)
ductibilidade e a soldabilidade.
Eleva a resistência mecânica e a fadiga, mas diminui a
Fósforo (P)
ductibilidade e a soldabilidade.
Enxofre (S) Fragilidade à temperatura elevada.
Eleva a resistência à corrosão, a resistência mecânica e a
Cobre (Cu) resistência à fadiga, causando pouco efeito na soldabilidade
(pequena redução).
Molibdênio Eleva a resistência mecânica, dureza e resistência à corrosão.
(Mo)
Eleva a resistência mecânica e melhora o comportamento a
Vanádio (V)
fluência.
Eleva a resistência mecânica, sendo muito comum em aços de
Nióbio (Ni)
baixa liga.
Eleva a resistência mecânica e a resistência à corrosão, reduzindo
Cromo (Cr) a soldabilidade e a ductibilidade. Quando em uma porcentagem
de 11 %, o aço torna-se inoxidável.
Eleva a resistência mecânica e a resistência à corrosão, reduzindo
Níquel (Ni)
a soldabilidade e a ductibilidade.

Em virtude dos diferentes elementos presentes no aço, expressões que relacionam a influência da
composição química na soldabilidade, em termos de carbono equivalente, têm sido estudadas.
Uma destas vem sendo amplamente utilizada e é reproduzida abaixo (Eq. 1.1):

 Mn Cr + Mo + V Ni + Cu 
%C eq = % C + + +  (1.1)
 6 5 15 

Esta expressão diz que quanto maior for o carbono equivalente, menor é a soldabilidade do aço. O
ideal para estruturas soldadas é que este valor (o carbono equivalente) seja inferior à 0,45 %.

1.3 Classificação dos aços estruturais

Existe uma grande variedade de tipos de aços disponíveis no mercado, decorrente das diferentes
aplicações a que este material se aplica. Dentre estes, são denominados aços estruturais aqueles
que apresentam resistência, ductilidade e outras propriedades mecânicas tais que os tornam
adequados para suportar cargas. Eles são classificados, conforme a composição química,
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propriedades mecânicas e métodos de obtenção em três grupos: aços carbono, aços de alta
resistência e baixa liga e aços de alta resistência tratados termicamente.

Os aços, de forma geral, podem ser classificados de acordo com sua composição química. A
definição de aço proposta acima permite uma distinção entre os aços carbono comuns e os aços
ligados:

1. Aço-carbono são ligas de Ferro-Carbono contendo geralmente de 0,008 % até 2,11 %


de carbono, além de certos elementos residuais resultantes dos processos de fabricação;
2. Aço-liga são os aços carbono que contém outros elementos de liga, ou apresenta os
elementos residuais em teores acima dos que são considerados normais.

Os primeiros podem ser subdivididos em:

1. Aços de baixo teor de carbono, com C < 0,3 %, são aços que possuem grande
ductilidade, bons para o trabalho mecânico e soldagem (construção de pontes, edifícios,
navios, caldeiras e peças de grandes dimensões em geral). Estes aços não são temperáveis;
2. Aços de médio carbono, com 0,3 < C < 0,7 %, são aços utilizados em engrenagens,
bielas, etc.. São aços que, temperados e revenidos, atingem boa tenacidade e resistência;
3. Aços de alto teor de carbono, com C > 0,7 %. São aços de elevada dureza e resistência
após a tempera, e são comumente utilizados em molas, engrenagens, componentes
agrícolas sujeitos ao desgaste, pequenas ferramentas, etc.

Os aços-liga, por sua vez, podem ser subdivididos em dois grupos:

1. Aços de baixo teor de ligas, contendo menos de 8 % de elementos de liga;


2. Aços de alto teor de ligas, com elementos de liga acima de 8 %.

Os aços estruturais são, então, a partir desta classificação, aços carbono (com baixo teor de
carbono) ou aços de baixa liga (na verdade a adição de elementos de liga apresenta teores bem
inferiores a 8%).

1.3.1 Aços Carbono

De acordo com a classificação apresentada, os aços estruturais chamados de aço carbono são
aqueles que possuem em sua liga teores de carbono variando entre 0,15 % e 0,29 % e manganês
em porcentagem máxima de 1,65 %. Outros elementos também podem aparecer em função do
processo de produção (silício, cobre, enxofre, fósforo).

Em função deste percentual de carbono, eles são classificados como aços de baixo teor de carbono,
o que lhes garante boa ductilidade e soldagem. Para ser utilizado estruturalmente no Brasil, os aços
carbono deverão ser devidamente padronizados por normas brasileiras (ABNT) e estrangeiras
(ASTM), conforme recomendação da NBR 8800/2008.

Os aços carbono padronizados por norma brasileira são:

1. ABNT MR-250 (NBR 7007): aço utilizado para fabricação de perfis laminados;
2. ABNT CG-26 e ABNT CG 28 (NBR 6648): aço utilizado para a fabricação de chapas
grossas (dão origem aos perfis soldados);
3. ABNT CF-26, ABNT CF-28 e ABNT CF-30 (NBR 6650): aço utilizado para a
fabricação de chapas finas (dão origem aos perfis formados a frio);
4. ABNT B e ABNT C (NBR 8261): aço utilizado para a fabricação de perfis tubulares.
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Estes aços possuem um equivalente padronizado pela American Society for Testing and Materials
(ASTM):

1. ASTM A36: aço utilizado para fabricação de perfis laminados e chapas (finas e
grossas);
2. ASTM A500: aço utilizado para a fabricação de perfis tubulares.

Os aços carbono mais comuns empregados em perfis, chapas e tubos são apresentados na
Tabela 1.2, com suas resistências mecânicas.

Tabela 1.2: Propriedades Mecânicas dos Aços Carbono


ASTM
Produto Norma Classe fy (MPa) fu (MPa)
Equivalente
Perfis 7007 MR 250 250 400 A36
6648 CG-26 255 410
Chapa A36
6649/6650 CF-26 260 400
8261 B 290 400
8261 B 317 400
Tubos A500 GR-B
8261 C 317 427
8261 C 345 427

1.3.2 Aços de Alta Resistência e Baixa Liga

Adicionalmente ao carbono, manganês e os demais elementos que aparecem devido ao processo


de produção dos aços carbono, nos aços de alta resistência e baixa liga são adicionados
propositalmente alguns elementos (Nióbio, Cromo, Níquel, Molibdênio, etc) a fim de melhorar a
resistência mecânica e a resistência à corrosão.

Tais elementos adicionais proporcionam um aumento na resistência do aço, mantendo o teor de


carbono na ordem de 0,20 %, permitindo que eles sejam soldados sem precauções especiais. Os
aços de alta resistência e baixa liga possuem um patamar de escoamento bem definido, com limites
de escoamento iguais ou superiores a 290 MPa.

Existem aços de alta resistência e baixa-liga que apresentam elevada resistência à corrosão
atmosférica, a qual é obtida pela formação de uma película de corrosão superficial (pátina),
praticamente insolúvel, de coloração castanho-alaranjada. Estes aços podem ser pelo menos quatro
vezes mais resistentes à corrosão, sendo normalmente utilizados sem pintura, definindo-se uma
sobre-espessura, em função da vida útil da estrutura e da agressividade do ambiente, a qual deve
ser adicionada à espessura obtida no dimensionamento.

Os aços de alta resistência e baixa liga padronizados por norma brasileira são:

1. ABNT AR-350 (NBR 7007): aço utilizado para fabricação de perfis laminados;
2. ABNT AR-350-COR (NBR 7007): aço resistente à corrosão utilizado para fabricação
de perfis laminados;
3. ABNT AR-415 (NBR 7007): aço utilizado para fabricação de perfis laminados;
4. ABNT G-30, ABNT G 35, ABNT G 42 e ABNT G 45 (NBR 5000): aço utilizado para
a fabricação de chapas grossas (dão origem aos perfis soldados);
5. ABNT F-32/Q-32, ABNT F-35/Q35, ABNT Q-40, ABNT Q42, ABNT Q45 (NBR
5004): aço utilizado para a fabricação de chapas finas;

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6. ABNT CGR 400, ABNT CGR 500 e ABNT CGR 500A (NBR 5008): aço utilizado
para a fabricação de chapas grossas resistentes à corrosão atmosférica.
7. ABNT CFR 400 e ABNT CFR 500 (NBR 5920 / NBR 5921): aço utilizado para a
fabricação de chapas finas resistentes à corrosão atmosférica.

Estes aços possuem um equivalente padronizado pela American Society for Testing and Materials
(ASTM):

1. ASTM A572: aço utilizado para fabricação de perfis laminados e chapas (finas e
grossas);
2. ASTM A242: aço utilizado para fabricação de perfis laminados e chapas resistentes à
corrosão atmosférica.
3. ASTM A588: aço utilizado para fabricação de perfis laminados e chapas resistentes à
corrosão atmosférica.

As Companhias Siderúrgicas dispõem de aços resistentes à corrosão atmosférica, com


denominações comerciais registradas, que não estão normalizados, tais como USI-SAC
(Usiminas), CST-COR (Arcelor Mittal) e CSN COR (CSN), que podem ser encontrados nos seus
catálogos de produtos. Os aços de alta resistência e baixa liga mais comuns empregados em perfis,
chapas e tubos são apresentados na Tabela 1.3, com suas resistências mecânicas.

Tabela 1.3: Propriedades Mecânicas dos Aços Carbono


ASTM
Produto Norma Classe fy (MPa) fu (MPa)
Equivalente
7007 AR 345 350 450 A572 GR-50
Perfis 7007 AR 350 COR 350 485 A 242
7007 AR 415 415 520 A 572 GR-60
5000 G-30 300 415 A572 GR-42
5000 G-35 345 450 A572 GR-50
Chapa 5004 F-35/Q-35 340 450 A572 GR-50
5008 CGR 250-370 380-490 A 588
5920/5921 CFR 250-370 380-490 A 588

1.3.3 Aços de Alta Resistência Tratados Termicamente

Outra forma de se aumentar a resistência mecânica dos aços é através do tratamento térmico, que
pode ser realizado tanto nos aços carbono quanto nos aços de baixa liga. Após o aço passar pelo
tratamento térmico, o seu limite de escoamento é elevado para valores da ordem de 550 MPa a
760 MPa.

O tratamento térmico consiste em duas etapas seguidas: a têmpera e o revenimento. Na primeira


etapa (têmpera) o aço é aquecido até 900 ºC e resfriado rapidamente em água ou óleo para 200 ºC,
resultando em um material muito resistente, mas muito duro e frágil. Assim, na etapa seguinte
(revenimento) o aço é aquecido a uma temperatura entre 300 ºC e 700 ºC e resfriado ao ar,
reduzindo os efeitos nocivos da têmpera, aumentando a ductilidade. Como a soldagem de aços
com tratamento térmico é mais difícil, requerendo cuidados especiais, eles são normalmente os
materiais utilizados nos parafusos estruturais.

1.4 Produtos Siderúrgicos

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As usinas siderúrgicas produzem aços para utilização estrutural sob formas de chapas, barras,
perfis laminados, fios trefilados, cordoalhas e cabos. Estes produtos apresentam dimensões
padronizadas, logo, o engenheiro deve conhecer os catálogos de produtos siderúrgicos, para o
emprego em projetos.

1.4.1 Chapas

As chapas são elementos que possuem duas dimensões bem superiores à terceira (espessura),
sendo também chamadas pelas siderúrgicas de aços planos ao carbono. Elas são classificadas em
chapas finas (para espessura igual ou menor que 5 mm) ou chapas grossas (espessura superior a
5 mm), sendo produzidas em formas de placas ou bobinas, conforme mostram as Figura 1.7 e 1.8.

Figura 1.7: Chapas grossas (www.usiminas.com.br).

Figura 1.8: Tiras a frio (www.usiminas.com.br).

As chapas finas podem ser produzidas por laminação a frio ou a quente, sendo as primeiras mais
finas (0,30 mm ≤ t ≤ 2,65mm) e empregadas na forma de complemento como esquadrias, portas,
calhas, rufos, por exemplo. As chapas finas produzidas a quente, por sua vez,
(1,20 mm ≤ t ≤ 5,00mm) são normalmente empregadas na produção de perfis formados a frio (ver
item 1.4.7). As espessuras padrão das chapas finas a frio e a quente são mostradas na Tabelas 1.4a
e 1.4b. As larguras padrão das chapas finas (a quente e a frio) variam entre 1000 e 2000 mm, com
comprimentos entre 2000e 6000 mm.

Tabela 1.4: Espessuras padrão de Chapas Finas: (a) Formadas a Frio (b) Formadas a Quente
(a) (b)

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Espessura Massa Espessura Massa


(mm) Kg/m2 (mm) Kg/m2
0,30 2,36 1,20 9,4
0,38 2,98 1,50 11,8
0,45 3,53 2,00 15,7
0,60 4,71 2,25 17,7
0,75 5,89 2,65 20,8
0,85 6,67 3,00 23,6
0,90 7,06 3,35 26,3
1,06 8,32 3,75 29,4
1,20 9,42 4,25 33,4
1,50 11,78 4,50 35,3
1,70 13,35 4,75 37,3
1,90 14,92 5,00 39,2
2,25 17,66
2,65 20,80

As chapas grossas são produtos planos disponíveis nas espessuras de 6,3 mm a 102 mm (Tabela
1.5), com largura variando entre 900 e 3900 mm e comprimentos de 2.400 até 18000 mm. Nas
estruturas convencionais de aço, as chapas grossas são amplamente utilizadas tanto na formação
de perfis soldados (ver item 1.4.6) quanto como elementos de ligação entre componentes
estruturais ou como placas de base de pilares.

Tabela 1.5: Chapas Grossas


Espessura Massa
(mm) pol Kg/m2
6,35 1/4 49,80
7,94 5/16 62,25
9,53 3/8 74,76
12,70 1/2 99,59
15,88 5/8 124,49
19,05 3/4 149,39
22,23 7/8 174,29
25,40 1 199,19
31,75 1¼ 248,98
38,10 1½ 298,78
44,45 1¾ 348,58
50,80 2 398,37
63,50 2½ 494,55
76,20 3 588,75
101,60 4 785,00

Para maiores detalhes sobre as dimensões das chapas fornecidas no Brasil, recomenda-se uma
pesquisa na página da internet dos principais fornecedores do nosso país (Usiminas, Arcelor Mittal
Tubarão e Companhia Siderúrgica Nacional - CSN).

Normalmente utiliza-se o símbolo CH seguido da espessura em milímetros para se especificar uma


chapa (por exemplo, CH 12,7). Além das citadas acima, são produzidas no Brasil chapas finas
zincadas, que são utilizadas como elementos para telhas e tapamentos laterais, dutos de ar
condicionado, etc e chapas de piso, que não possuem superfícies lisas, para aumentar o atrito e
evitar escorregamento.
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1.4.2 Perfis Laminados

Os perfis laminados são elementos que possuem uma dimensão (comprimento) bem superior às
demais (seção transversal), sendo também chamados pelas siderúrgicas de aços longos ao carbono
(Figura 1.9). Ao contrário dos cilindros usados para a laminação de chapas, na produção dos perfis
eles apresentam canais usinados, por onde passa o aço, alterando gradualmente, a seção inicial
(por exemplo: quadrada) até o perfil final. Os perfis laminados produzidos atualmente no Brasil
possuem seções transversais em formato I, H, U e L.

Figura 1.9: Perfis laminados – aços longos (www.gerdau.com.br).

Os perfis laminados com formato I e H fabricados no Brasil seguem o padrão de nomenclatura e


dimensões adotados nos Estados Unidos:

Perfil I: Série chamada Standard Shape (S), possuindo superfícies internas das abas
(mesas) inclinadas e estreitas. Esta série é normalmente emprega em vigas.

Perfil W: Série chamada Wide Flange Shape, possuindo superfícies internas das abas
(mesas) paralelas e largas. Esta série é normalmente empregada em vigas ou
pilares.

Perfil HP: Série chamada H-Pile, possuindo superfícies internas das abas (mesas)
paralelas e largas. Esta série é normalmente empregada em vigas pesadas ou
pilares.

De forma geral, o perfil I (série S) possui altura variando entre 76 e 502 mm, sendo apropriados
para a utilização de peças fletidas em torno do eixo (x-x) que passa no seu centro de gravidade e é
paralelo às abas, visto que o seu momento de inércia em torno do eixo ortogonal (y-y) é reduzido
(possui abas estreitas). O perfil W possui altura variando entre 150 e 610 mm sendo apropriado
para a utilização em vigas ou colunas (aqueles que são especificados com uma letra H no nome
H). Pelo fato de apresentarem as superfícies internas das abas paralelas, as ligações, quando feita
nestes elementos, são simplificadas, dispensado a utilização de arruelas e cunhas, por exemplo,
configurando uma vantagem em relação aos perfis da série S. Finalmente, o perfil HP possui
variação de altura entre 200 e 310 mm. No Anexo A são apresentadas às tabelas dos perfis
mencionados acima.

Adicionalmente, os perfis I e H também podem ser encontrados de acordo com o padrão europeu.
Os perfis I são chamados IPE (ou IP), possuindo superfícies internas das abas (mesas) paralelas e
estreitas. Os perfis H, por sua vez, possuem superfícies internas das abas (mesas) paralelas e largas,
sendo fornecidos em três séries, HEA (ou HPL), HEB (ou HPM) e HEM (HPP), ou seja, perfis
leves, médios e pesados, conforme as espessuras das abas e da alma.

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16
Os perfis IPE têm altura variando entre 80 e 600 mm e os perfis HEA, HEB e HEM têm variação
de altura entre 100 e 600 mm. No Anexo A são apresentadas às tabelas dos perfis I e H com padrão
europeu. A Figura 1.10 mostra os diferentes perfis I e H usados em estruturas metálicas.

Figura 1.10: Perfis I e H padrão americano e europeu.

As cantoneiras, ou perfis L, podem apresentar abas iguais ou desiguais, embora estas últimas não
sejam produzidas no Brasil. Elas são normalmente empregadas como elementos de treliça,
contraventamento ou como elementos de união entre componentes da estrutura.
Comparativamente aos perfis I e H são consideradas peças pequenas e leves, sendo produzidas em
série métrica, com abas entre 40 e 100 mm, e série polegadas, com abas não excedendo 203 mm.
No Anexo A apresenta-se uma tabela com as propriedades geométricas dos perfis L.

Os perfis U apresentam altura em geral variando entre 76 e 381 mm tendo sua maior utilização
para elementos pouco solicitados como colunas pouco carregadas, terças, degraus de escada,
travessas de tapamento, etc. No Anexo A apresenta-se uma tabela com as propriedades
geométricas dos perfis U. A Figura 1.11 mostra os diferentes perfis L e U usados em estruturas
metálicas.

Especificam-se os perfis laminados através de seu símbolo (I, W, HP, U ou L) seguido de um


padrão. Por exemplo, para os perfis I, H e U designa-se a altura nominal (em mm) e a massa por
unidade de comprimento (kg/m). Por exemplo, o perfil designado como W 200 x 22,5 kg/m é um
perfil laminado com formato I de abas paralelas, com 200 mm de altura e massa por metro de
22,5 kg/m. As cantoneiras são especificadas pelo símbolo L, seguido do comprimento das duas
abas e da espessura, em milímetros. Por exemplo: A cantoneira L 40 x 40 3.0 é um perfil L com
40 mm de aba e 3.0 mm de espessura. Quando as cantoneiras têm abas iguais, é comum omitir
uma a repetição da aba (L 40 x 3.0).

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17

Figura 1.11: Perfis L e U.

Os principais produtores de aços longos (perfis laminados) no Brasil são a Gerdau Açominas e a
Arcelor Mittal (antiga Belgo-Mineira).

1.4.3 Barras

Assim como os perfis laminados, as barras são elementos que possuem o comprimento com
dimensão bem superior as demais (aços longos), sendo produzidas com seção transversal circular
(barras redondas), seção transversal quadrada (barras quadradas) ou seção transversal retangular
(barras chatas).

A Figura 1.12 mostra os formatos de barras produzidos, bem como a variação de dimensões
encontradas no mercado nacional.

2,50≤e≤50,8mm
6,35≤h≤50,8mm 6,35≤d≤103,2mm

9,53≤l≤152,4mm

Figura 1.12: Barras.

As barras redondas são utilizadas como tirantes ou pendurais para solicitações de tração, ao passo
que as barras quadradas ou chatas têm pouca aplicação em estruturas. No Anexo A apresentam-se
tabelas com as dimensões de barras fabricadas no Brasil.

A especificação destas barras é feita através do seu símbolo com um chanfro, seguido da
informação de dimensão. Por exemplo, o símbolo ∅ 12,7 representa uma barra circular com
diâmetro 12,7 mm.

Os principais produtores de aços longos do tipo barra, no Brasil, são a Gerdau Açominas e a
Arcelor Mittal (antiga Belgo-Mineira).

1.4.4 Tubos

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Os tubos laminados são elementos vazados (ocos) com seção transversal circular, retangular ou
quadrada, conforme Fig. 1.13 abaixo, sendo produzidos com a utilização de laminadores especiais.

Figura 1.13: Padrões dos tubos laminados.

Os tubos circulares possuem diâmetro (D) variando entre 26,7 e 355,6 mm, os tubos quadrados
são fabricados com lado (B) variando entre 50 e 90 mm, já os tubos retangulares possuem uma
variação do lado menor (B) entre 40 e 210 mm e do lado maior (H) entre 60 e 360 mm. Os tubos
são peças bastante eficientes para esforços axiais, peças fletidas, sob torção e feitos combinados,
resultando em elementos leves quando comparados aos perfis laminados mencionados
anteriormente, entretanto, devido à dificuldade na execução das ligações acabam não sendo tão
utilizados.

Dados de espessura de parede, assim como as propriedades geométricas da seção transversal,


encontram-se no Anexo A, em que se apresenta a tabela com os tubos laminados produzidos no
Brasil. O principal fabricante de tubos laminados do Brasil é a empresa V & M do Brasil
(Vallourec & Mannesmann Tubes).

1.4.5 Fios, Cordoalhas e Cabos

Os fios são barras circulares obtidas por trefilação a frio de barras laminadas (conforme item 1.4.3),
servindo como elemento básico para a formação de cordoalhas e cabos. As cordoalhas são
elementos formados por fios (3, 7, 19 e 37) em forma de hélice, possuindo um módulo de
elasticidade de 195 GPa, ou seja, quase igual ao de uma barra maciça de aço (200GPa). Elas são
muito utilizadas como estais para estruturas do tipo torre de telecomunições ou de linhas de
transmissão, como elementos de suportes de ponte (pontes pênseis ou estaiadas) e em
tensoestruturas.

Já os cabos são formados por feixes de fios entrelaçados entre si em formato helicoidal, possuindo
módulo de elasticidade da ordem de 50 % daquele obtido para uma barra maciça de aço. Podem
ser utilizados pontes (pênseis ou estaiadas), gruas, ou em sistemas de polias. A Figura 1.15 mostra
um padrão típico de cabo de aço.

A Figura 1.14 mostra os tipos de cordoalhas normalmente utilizadas na construção civil.

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(a)

(c) (d) (b)


Figura 1.14: Cordoalhas (a) 3 fios, (b) 7 fios, (c) 19 fios, (d) 37 fios.

Figura 1.15: Cabo de aço.

1.4.6 Perfis Soldados e Compostos

Perfis soldados e perfis compostos (Figura 1.16) são aqueles fabricados pela associação de dois ou
mais produtos siderúrgicos, como as chapas e os perfis laminados, através de uma ligação contínua
por solda elétrica. Em função da flexibilidade de produção (são obtidos pelo corte, composição e
soldagem de chapas planas e perfis de aço), os perfis soldados e compostos podem ser fabricados
com dimensões e formas variadas, resultando em um menor consumo de aço.

Figura 1.16: Perfil Soldado e Perfis Compostos.

Os perfis soldados mais utilizados são, sem dúvida, os perfis do tipo I e H, formados pela união
de três chapas. Devido a esta grande versatilidade de combinações, os perfis soldados com formato
I foram padronizados pela ABNT (NBR 5884/05: Perfil I estrutural de aço soldado por arco

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elétrico), a fim de facilitar o trabalho de fornecedores e engenheiros. Eles são divididos em três
séries (conforme Figura 1.17):

Série CS (Coluna Soldada): perfis para a utilização em pilares obedecendo a relação


d/bf = 1.
Série CVS (Coluna/Viga Soldada): perfis para a utilização em pilares obedecendo a
relação1 < d/bf ≤ 1,5.
Série VS (Viga Soldada): perfis para a utilização em vigas obedecendo a
relação1,5 < d/bf ≤ 4,0.

y tf

d h
tw x

bf
Figura 1.17: Perfil Soldado conforme NBR 5884/05

Além disso, podem ser utilizados perfis soldados que não apresentem dimensões especificadas na
NBR 5884/05, desde que sejam obedecidas as demais especificações da NBR 8800/08, conforme
será discutido no decorrer deste trabalho.

Os perfis soldados são designados pela sua série, seguido da sua altura (em milímetros) e de sua
massa por unidade de comprimento (em kg/m). Por exemplo, o perfil VS 400 x 58 representa um
perfil da série viga soldada com altura (d) igual a 400 mm e massa por metro equivalente a
50 kg/m.

Os perfis soldados são produzidos por empresas especializadas (Usiminas Mecânica, Metasa, etc)
que possuem os equipamentos adequados para a automatização do processo de soldagem,
conseguindo atingir uma produção em escala industrial.

1.4.7 Perfis de Chapa Fina Formados a Frio

Os perfis formados dobrando-se a frio chapas finas (entre 1,50 e 4,75 mm) têm sido chamados de
perfis de chapa dobrada ou perfis formados a frio. Em virtude do processo de fabricação, os perfis
laminados são formados por elementos espessos, fazendo com que o menor perfil de catálogo
sempre apresente excesso de resistência para casos de estruturas com pouco carregamento. Assim,
perfis de chapa dobrada têm como principal vantagem a obtenção de peças estruturais mais finas
e leves, levando a um dimensionamento mais econômico.

Por este motivo, os perfis de chapa dobrada vêm sendo empregados de forma crescente na
execução de estruturas metálicas leves, como coberturas, por exemplo, pois podem ser projetados
para cada aplicação específica. Em contrapartida, como são constituídos de elementos de chapas

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finas, os perfis de chapa dobrada são mais susceptíveis a fenômenos de instabilidade que não
ocorrem em perfis laminados, como a flambagem local e a flambagem por distorção.

Estes fenômenos requerem um tratamento matemático específico, não considerado nas estruturas
de aço formadas por perfis laminados e soldados. Desta forma, a NBR 8800/08, não atende os
requisitos de dimensionamento de estruturas formadas por perfis de chapa dobrada, sendo a
NBR 14762/11: Dimensionamento de Estruturas de Aço Constituídas por Perfis Formados a Frio
a norma responsável para este fim.

O dimensionamento de perfis de chapa dobrada não é o enfoque deste curso. A Figura 1.18 mostra
os perfis formados a frio utilizados com freqüência. Como pode ser visto, os cantos são sempre
arredondados, sendo o raio função da espessura da chapa e das propriedades mecânicas do aço
empregado.

Figura 1.18: Perfis de Chapa Dobrada

1.5 Propriedades Mecânicas

Como mencionado anteriormente, aços estruturais são aqueles que, em função de suas
propriedades mecânicas (principalmente resistência e ductilidade), são adequados para suportar
cargas.

A determinação das propriedades mecânicas dos aços estruturais é realizada através de ensaios,
como é descrito no item 1.5.1.

1.5.1 Ensaios Mecânicos

Dentre os diferentes ensaios mecânicos, sem dúvida, o mais importante para o projeto de estruturas
metálicas é o ensaio de tração, visto que fornece valiosas informações sobre as propriedades
mecânicas mais importantes dos aços estruturais. Ensaios de tração são feitos com corpos de prova
cilíndricos ou prismáticos, com a parte central possuindo dimensões menores a fim de evitar
ruptura na região das garras da máquina de ensaio. Além disto, devem ser feitos à temperatura
atmosférica e na ausência de tensões residuais (ver item 1.5.6). Diagramas tensão-deformação
típicos para os três tipos de aço estrutural discutidos anteriormente são mostrados na Figura 1.19.
Cabe salientar que, para os aços estruturais, o mesmo comportamento é obtido para cargas de
compressão, desde que seja evitada a possibilidade de ocorrência de flambagem.

As curvas tensão-deformação mostradas na Figura 1.20 são determinadas utilizando a tensão σ que
é obtida através da divisão da carga F aplicada pela área de seção transversal original A0 do corpo
de prova e a deformação ε, determinada como a variação de comprimento Δl dividida pelo
comprimento original l0 do corpo de prova. Por esse motivo, estas curvas são conhecidas como
diagramas tensão-deformação de engenharia, enquanto que no diagrama tensão-deformação
verdadeiro a tensão é obtida através da divisão da carga aplicada pela seção transversal instantânea
do corpo de prova (após a aplicação da carga anterior), mesmo após iniciar a estricção (redução
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brusca da seção transversal). Na prática, entretanto, é utilizado o diagrama tensão-deformação de
engenharia, pois os projetos são realizados com base nas dimensões iniciais.

σ (MPa)

800
A490

600

A572

400
A36

200

0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 ε


Figura 1.19: Diagrama típico tensão-deformação do aços estruturais.

F F

A0
l0 Δl
Figura 1.20: Corpo de Prova em tração.

Na Figura 1.19 pode ser visto que os aços A36 e A572 apresentam um comportamento semelhante
entre si, mas distintos do aço A490. Esta diferença esta relacionada à ausência de um patamar de
escoamento bem definido para este último. Para melhor entender o comportamento dos aços em
um diagrama tensão-deformação, eles serão apresentados com a escala das abcissas distorcida
(Figura 1.21).

Começado a análise pelo aço A36 (o A572 possui exatamente o mesmo comportamento), podem
ser identificadas três regiões distintas no diagrama.

A Fase Elástica é o trecho compreendido entre a origem O e o ponto A, ou seja, quando atinge-se
a tensão fp (tensão limite de proporcionalidade) que representa o ponto limite de proporcionalidade.
Este ponto coincide com o início de escoamento, ou com a tensão de escoamento fy, para a grande
parte dos aços estruturais (para aços com fy ≤ 450 MPa). Nesta região o material obedece a Lei de
Hooke, ou seja, existe uma relação linear entre tensões e deformações:

σ = Eε (1.2)

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σ (MPa)
fy0,2
A490

ε =0,2%

fu = 400Mpa
fu
D A36
fy = 250Mpa
B C E
fp A

ε (%)
O
0,12 0,20 1,40 20 35

Figura 1.21: Diagrama tensão-deformação dos aços A36 / MR250 e A490 com escala das
abcissas distorcida.

Em que a constante E é chamada Módulo de Elasticidade ou Módulo de Young, sendo obtida como
a tangente do ângulo α, ou seja, é uma medida de inclinação da reta OA. Como pode ser visto nas
Figuras 1.19 e 1.21, a inclinação é a mesma para todos os aços estruturais e, por conseqüência, o
módulo de elasticidade também. A NBR 8800/08 especifica o valor do Módulo de Elasticidade
como sendo 200000MPa para todos os aços estruturais.

Nessa região, caso ocorra um descarregamento, o diagrama percorre o mesmo caminho, apenas
com sentido inverso, voltando para a origem, ou seja, a deformação desaparece totalmente.

A Fase Plástica inicia no ponto A. Logo após, a tensão alterna entre um valor máximo e um valor
mínimo para, na seqüência, se estabilizar no valor da tensão de escoamento fy, mantendo-se
praticamente constante, ao passo que a deformação aumenta consideravelmente (até cerca de 2%
para o aço A36). Os valores máximos e mínimos de escoamento tem pouca importância prática,
sendo fortemente influenciados pela forma do ensaio (velocidade, corpo de prova, etc). Em
contrapartida, a tensão de escoamento fy é uma característica bastante estável. Este trecho com
tensão igual a tensão de escoamento recebe o nome de patamar de escoamento.

Nesta fase, se o corpo de prova for descarregado, o caminho será uma reta paralela ao trecho OA,
partindo do ponto de descarga, resultando em uma deformação permanente.

A Fase de Encruamento inicia para deformações superiores a 15 a 20 vezes do que a deformação


elástica máxima. Nesta etapa, chamada Encruamento, a tensão volta a aumentar, mas com uma
inclinação bem inferior àquela apresentada na fase elástica. De fato, a relação tensão-deformação
não é linear e a inclinação da curva varia a cada ponto. A região de encruamento não tem
importância prática para projeto, a não ser identificar qual o valor da tensão que leva o material a
ruptura, chamada fu. Após esse valor, uma rápida redução da seção transversal do corpo passa a
ser observada, em um fenômeno conhecido como Estricção, provocando uma queda na força de
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tração aplicada, até o rompimento do material. No diagrama, a estricção pode ser observada pela
queda no valor da tensão após atingir o seu ponto máximo. Na verdade, este fato tem apenas
significado matemático, ocorrendo porque a tensão é calculada dividindo-se a força pela área
original do corpo de prova. Caso fosse utilizada a área reduzida pela estricção, as tensões seriam
sempre crescentes.

Nesta fase, se o corpo de prova for descarregado, o comportamento é semelhante à fase plástica,
resultando em uma deformação permanente.

Voltando ao comportamento do gráfico da Figura 1.21, pode-se observar, como já foi mencionado,
que alguns tipos de aço (A 325 e A490, por exemplo) não apresentam um patamar de escoamento
bem definido. Nestes casos, define-se a tensão de escoamento como o valor correspondente a uma
deformação residual de 0,2 % após descarregamento. Tais aços também apresentam uma região
que pode ser chamada de fase plástica, entretanto, neste trecho, a tensão aumenta continuamente
com o aumento de deformação, diferente do que acontece nos aços abordados anteriormente, em
que a tensão permanece constante com o aumento de deformação.

Em termos práticos é conveniente substituir os diagramas σ × ε reais por um modelo simplificado,


comumente chamado de diagrama ideal ou teórico, conforme Figura 1.22. No diagrama teórico
todas as fases mencionadas são representadas simplificadamente, se enfatizando apenas as
propriedades mecânicas que interessam ao cálculo estrutural.

σ
fu
C

A B
fy

ε (%)
O
Figura 1.22: Diagrama tensão-deformação simplificado de projeto

Assim como o ensaio de tração produz um diagrama σ × ε, quando um elemento de aço é


submetido a um estado de corte puro, diagramas de tensão de cisalhamento versus distorção (τ × γ)
podem ser elaborados, apresentando um comportamento bastante parecido. Um digrama típico
τ × γ é bastante similar ao diagrama σ × ε mostrado na figura anterior (Fig. 1.22), entretanto, neste
ensaio, a inclinação do segmento reto inicial é denominada Módulo de Elasticidade Transversal
(G).

Experimentalmente, a forma mais prática de se obter um diagrama (τ × γ) e, assim, determinar o


valor de G, é através do ensaio a torção de tubos. Nestes casos, além da ausência de tensões
normais, as paredes ficam submetidas a tensões de cisalhamento praticamente constantes ao longo
de sua espessura.

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Pode ser mostrado pela teoria da elasticidade que, para materiais isotrópicos e homogêneos em
regime elástico, como os aços estruturais, o módulo de elasticidade transversal (G) tem uma
relação direta com o módulo de elasticidade longitudinal (E) e o coeficiente de Poisson (νa):

E
G= (1.3)
2(1 + ν )

Para os aços estruturais, como νa = 0,3 e E = 21000 MPa, o módulo de elasticidade transversal
vale G = 77000 MPa.

Em função da consistente relação entre Módulo de Elasticidade Transversal, Coeficiente de


Poisson e Módulo de Elasticidade Longitudinal e, também, devido à dificuldade de se realizar
ensaios de torção precisos, estes não são realizados com freqüência.

Uma importante propriedade dos aços estruturais, que pode ser observada nos ensaios de tração, é
a ductilidade, que pode ser definida como a extensão na qual um material pode suportar
deformação plástica sem romper. Esta é uma das propriedades mais importantes dos aços
estruturais, pois materiais dúcteis, quando submetidos a elevadas tensões localizadas, sofrem
deformações plásticas permitindo a redistribuição de tensões, casos típicos de regiões com furos
ou outros tipos de descontinuidade. Materiais que suportam pouca ou nenhuma deformação de
ensaio de tração são considerados materiais frágeis.

Esta propriedade, em um teste de tração, é medida como o percentual de alongamento de um


segmento do corpo de prova até a ruptura ou através do percentual de redução de seção transversal.

As principais constantes físicas necessárias para o cálculo de estruturas metálicas, segundo a


norma brasileira NBR 8800/08, possuem os seguintes valores:

a) módulo de elasticidade tangente, E = 200000 MPa;


b) coeficiente de Poisson, νa = 0,3;
c) módulo de elasticidade transversal, G = 77000MPa
d) coeficiente de dilatação térmica, βa = 12 x 10-6 oC-1;
e) peso específico, γa = 77 kN/m3.

1.5.2 Escoamento para Estado Multiaxial de Tensões

Em estruturas reais, os elementos não estão submetidos a estados de tensão similares (uniaxiais)
aqueles reproduzidos nos ensaios mecânicos, assim, uma comparação direta com a tensão de
escoamento pode não conduzir a resultados corretos. Desta forma, para um estado multiaxial de
tensões, empregam-se teorias de resistência ou teorias de falha, que são equações de interação
entre as tensões atuantes.

Para estruturas metálicas, que possuem falha por cisalhamento, a teoria de resistência mais aceita
é a Teoria da Energia de Distorção (Huber – Von Mises – Hencky). Neste modelo, a tensão uniaxial
σy, que deve ser inferior a tensão de escoamento do material, pode ser escrita em função das tensões
principais σ1, σ2 e σ3:

σ y2 =
1
2
[
(σ 1 − σ 2 )2 + (σ 2 − σ 3 )2 + (σ 1 − σ 3 )2 ] (1.4)

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26
Na maioria das aplicações de projeto, pelo menos uma das tensões principais é zero, simplificando
a equação 1.4.

Um importante caso particular da aplicação da Teoria da Energia de Distorção é para a


determinação da tensão de escoamento ao cisalhamento, que também pode ser determinado através
de um ensaio de torção, conforme explicado anteriormente. O estado de tensões de cisalhamento
puro ocorre a 45° dos planos principais, ou seja, quando σ2 = - σ1. Substituindo σ2 na equação 1.4
por –σ1, e chamando τ = σ1, tem-se:

σy
τy = (1.5)
3

A relação mostra que o escoamento ao cisalhamento ocorre com cerca de 60% da tensão de
escoamento obtida em um ensaio à tração.

1.5.3 Fratura Frágil

Diante de algumas combinações adversas como, por exemplo, temperatura, estado de tensões, ou
descontinuidades, o aço tem um comportamento basicamente dúctil, pode tornar-se suscetível a
fratura frágil. A fratura frágil é um tipo de falha que ocorre por clivagem com pouca ou nenhuma
deformação plástica anterior, de forma extremamente rápida.

A propensão de um aço resistir à fratura frágil deve ser determinada por uma medida de tenacidade,
que é a energia total (elástica mais plástica), por unidade de volume, que o material pode absorver
até a sua ruptura. A tenacidade pode ser entendida como a habilidade do material em resistir a
fratura. Para estados uniaxiais de tensão, como os ensaios a tração, a tenacidade é calculada como
a área total do digrama tensão vs deformação.

Figura 1.23: Ensaio Charpy (www.metalab.com.br)

Como raramente o estado uniaxial existe em estruturas reais, normalmente adotam-se


procedimentos empíricos alternativos para avaliar a capacidade (tenacidade) de um aço de resistir
à fratura frágil. Dentre estes, um dos mais utilizados é o chamado Ensaio de Charpy com Entalhe
em V (Charpy V notch-test). Neste teste, uma barra padronizada com um entalhe em V, situado na
metade de seu comprimento, e simplesmente suportada nas suas extremidades, é fraturada pelo
golpe de um pêndulo (Figura 1.23). A energia absorvida é calculada a partir da altura que o pêndulo
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27
atinge após fraturar a barra. A quantidade de energia absorvida aumentará com o aumento da
temperatura na qual o teste é conduzido.

Os diferentes tipos de aço estrutural apresentam diferentes exigências de ductilidade, dependendo


do seu ambiente de serviço (temperatura, níveis de tensão e deformação, carregamento cíclico, por
exemplo). Para os aços estruturais em aplicações convencionais, em que temperaturas muito baixas
não são esperadas, usualmente fixa-se um valor arbitrário da energia de ruptura de 15 ft.lb, que
atende a níveis moderados de ductilidade.

Uma das principais aplicações do ensaio de Charpy consiste em determinar se o material apresenta
ou não transição dúctil-frágil com o decréscimo de temperatura. Para isso, determina-se a
quantidade de energia exigida para fraturar o corpo de prova em diferentes temperaturas para,
após, traçar um diagrama Energia Absorvida vs Temperatura, conforme mostra a Figura 1.24.

Figura 1.24: Diagrama energia absorvida vs temperatura

Em temperaturas mais elevadas, a energia absorvida é relativamente alta, mostrando um modo de


falha dúctil. Para temperaturas menores, a energia absorvida começa a diminuir até que se
estabiliza em um valor bem inferior, compatível com uma fratura frágil. Como a transição dúctil-
frágil ocorre em uma faixa de temperaturas, não existe um critério bem definido para se especificar
uma temperatura de referência. Normalmente pode-se estabelecer um ponto no qual a energia de
impacto atinge um determinado valor ou um ponto correspondente a um percentual de fratura
dúctil como, por exemplo, 50%.

1.5.4 Efeito de temperatura

Em elevadas temperaturas, o aço estrutural apresenta uma alteração de comportamento, levando a


uma redução do limite de escoamento, do limite de ruptura e do módulo de elasticidade. Em
contrapartida, o coeficiente de Poisson permanece com o mesmo valor.

A ductilidade dos aços estruturais inicialmente diminui com o aumento de temperatura até atingir
um valor mínimo para, então, começar a subir até um valor muito mais elevado do que o aço
possuía a temperatura ambiente. Sob carregamentos longos em temperaturas elevadas, os efeitos
da fluência devem ser considerados. Quando uma carga é aplicada em um elemento exposto a
temperatura elevada, ocorre uma parcela de deformação instantânea que cessa imediatamente e
outra que segue aumentando com o tempo a uma taxa muito mais baixa, fenômeno conhecido
como fluência.

Em termos práticos, o conhecimento do comportamento do aço em temperaturas elevadas é muito


importante para o caso de estruturas em situação de incêndio.

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28
1.5.5 Fadiga

O fenômeno responsável pela ruptura de uma peça de aço, quando submetida a um carregamento
cíclico de longa duração, sob um esforço inferior a sua capacidade de resistência é chamado de
Fadiga. A maneira mais utilizada para se avaliar a resistência de um aço estrutural a fadiga é através
de ensaios de laboratório, que tem como premissa submeter um elemento a uma oscilação de
tensão de um valor mínimo para um valor máximo até que ocorra a ruptura. Fazendo-se este
procedimento para diferentes valores de variação de tensão, pode-se traçar um diagrama chamado
de curva s-N.

Uma peça submetida a concentração de tensões torna-se muito mais suscetível a ocorrência de
fadiga. Na prática, o efeito da fadiga não pode ser desprezado no dimensionamento de peças
submetidas a carregamentos móveis.

1.5.6 Tensões Residuais

Tensões que permanecem nos elementos metálicos após a laminação são conhecidas como tensões
residuais. A magnitude destas tensões é usualmente determinada removendo uma seção
longitudinal do elemento e medindo sua deformação resultante. Obviamente, para atender as
condições de equilíbrio, a força axial e o momento resultante na seção transversal devem ser zero.

Nos perfis metálicos laminados a quente, as tensões residuais resultam do resfriamento desigual
da seção transversal, visto que as partes mais próximas das extremidades resfriam anteriormente
as partes mais centrais. Por exemplo, em um perfil I, a região central da alma resfria mais
lentamente, desenvolvendo tensões de tração que são equilibradas por tensões de compressão nas
regiões de extremidade.

A distribuição das tensões residuais na seção transversal do elemento é relativamente constante ao


longo do seu comprimento. Quando cargas são aplicadas a membros estruturais, a presença de
tensões residuais acelera o comportamento inelástico, isto é, tensões de escoamento ocorrem em
partes localizadas anteriormente as tensões nominais atingirem o patamar de escoamento. Em
função da ductilidade do aço, o efeito das tensões residuais em elementos tracionados usualmente
não é significante. Em elementos comprimidos, as tensões residuais provocam uma queda da carga
crítica teórica de Euler, para membros ideais ou perfeitos, por isso as normas normalmente utilizam
o conceito de curvas de flambagem. Nos elementos fletidos compactos, as tensões residuais não
tem nenhum efeito no momento resistente, diferentemente dos elementos fletidos esbeltos
(formados por paredes finas).

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2 AÇÕES E SEGURANÇA NAS ESTRUTURAS


Intuitivamente, podemos facilmente pensar que um projetista estrutural deve sempre buscar o
dimensionamento de uma estrutura tendo em mente dois aspectos: custos reduzidos e segurança
adequada. Esta segurança não deve estar relacionada somente ao fato do colapso ser evitado, mas
também se deve ter em mente que o bom desempenho estrutural é fundamental, evitando-se a
ocorrência de deslocamentos excessivos, vibrações, danos locais, etc.

Assim, fica claro que deve existir um critério padrão que estabeleça as bases de dimensionamento
para que diferentes profissionais possam usar como referência. Ao longo dos anos, o processo de
dimensionamento foi evoluindo e hoje temos diversas normas que nos fornecem as exigências
mínimas para o projeto de estruturas seguras. Normas são documentos oficiais que estabelecem
um conjunto de regras que devem ser seguidas por todos os engenheiros no cálculo e
dimensionamento de suas estruturas.

Em relação à segurança, as normas inicialmente utilizadas para estruturas metálicas eram baseadas
no Método das Tensões Admissíveis, passando gradativamente a adotar o Método dos Estados
Limites (Load and Resistance Factor Design). Este é o método adotado pela maioria das
recomendações internacionais, assim como pela norma brasileira para projeto de estruturas
metálicas NBR 8800 desde sua versão de 1986 (tendo sido mantida na nova norma divulgada em
2008). A norma americana ANSI/AISC 360-05, que foi publicada em 2005, apresenta os dois
métodos em seu texto.

Dessa forma, nos itens seguintes são abordadas as características das duas metodologias,
enfatizando-se o Método dos Estados Limites, não só por este ser mais racional, mas também por
ser o adotado nas normas brasileiras, como foi mencionado.

2.1 Método das Tensões Admissíveis

O primeiro critério adotado foi o de que em nenhum ponto da estrutura deveria ocorrer tensão
maior que um determinado valor da máxima tensão que o material suportaria. Surgia o método da
tensão característica, ou da máxima tensão normal. Para os elementos tracionados, a imposição de
uma tensão característica de cada material, que não fosse ultrapassada pelas tensões atuantes,
revelou-se um critério coerente e seguro.

Para os elementos comprimidos ou fletidos tal critério não se revelou suficiente, precisando
determinar não mais uma tensão do material, mas sim a carga que poderia levar a estrutura ao
colapso. Surgiam então os métodos da tensão característica e o do coeficiente externo.

Estes dois métodos foram reunidos em um, genericamente denominado de “Tensões Admissíveis”,
e que durante muito tempo embasou o dimensionamento das estruturas e as normas técnicas, para
todos os materiais estruturais. Este método admite o comportamento estrutural e as características
mecânicas e geométricas de uma estrutura como grandezas determinísticas.

No método das tensões admissíveis as máximas tensões que poderão ocorrer na estrutura não
devem ultrapassar o valor das tensões de escoamento dos materiais, divididas por um coeficiente
de segurança, γ, maior que a unidade. O quociente da tensão de escoamento do material pelo
coeficiente de segurança é denominado tensão admissível.

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30
f yk
σ máx < σ = (2.1)
γ

em que σ é a tensão admissível, fyk é a tensão de escoamento e γ é o coeficiente de segurança.

Este método se originou a partir do desenvolvimento da resistência dos materiais no regime


elástico e o coeficiente de segurança γ deve representar a existência de diversas fontes de incerteza
que podem estar relacionadas às cargas, resistências dos materiais, modelagem estrutural e às
imperfeições na execução da estrutura.

Algumas limitações deste método começaram a ser constatadas e, por isso, atualmente adota-se
normalmente o Método dos Estados Limites no projeto de estruturas metálicas. Entre as principais
carências desta metodologia, pode-se destacar a utilização de um coeficiente único de segurança
que expressa todas as incertezas, independente de sua origem e a não possibilidade de
considerações de reserva de segurança após a plastificação, visto que o método foi concebido para
a análise no regime elástico.

2.2 Método dos Estados Limites

Visando elaborar o projeto de forma mais racional, surgiu o Método dos Estados Limites. A base
deste método diz que, quando um sistema estrutural é submetido a um determinado carregamento,
a sua resposta dependerá do tipo e da magnitude das ações aplicadas e também da resistência e da
rigidez da estrutura. A resposta do sistema é considerada satisfatória quando determinados limites
de esforços, tensões, deformações ou deslocamentos não são ultrapassados. Tais limites são
conhecidos como estados limites da estrutura e são definidos por normas.

Segundo a norma brasileira NBR 8681/03, os estados limites de uma estrutura são aqueles a partir
dos quais a estrutura apresenta desempenho inadequado às finalidades do projeto. Isto significa
que os esforços, as deformações ou os deslocamentos devem ser inferiores a certos valores limites,
que dependem do material utilizado e do tipo de estrutura. Quando tais objetivos não são
alcançados, quer dizer que um ou mais estados limites foram excedidos.

Os estados limites são classificados em:

a) Estados Limites Últimos (ELU);


b) Estados Limites de Serviço (ELS).

Os ELU estão relacionados ao esgotamento da capacidade portante da estrutura, determinando a


interrupção do seu uso, no todo ou em parte. Os ELU estão associados a eventos extremos (cargas
excessivas) e, como conseqüência, ao colapso total ou parcial da estrutura. No caso de estruturas
de aço, os estados limites últimos podem ser originados por um ou mais dos seguintes fenômenos:

a) perda de equilíbrio estático da estrutura, ou de uma parte dela;


b) ruptura de uma ligação ou seção crítica;
c) instabilidade total ou parcial;
d) flambagem de barras como um todo;
e) flambagem local de elementos de barras.

Os ELS são aqueles que por sua ocorrência, repetição ou duração, provocam danos ou efeitos
incompatíveis com as condições especificadas para o uso normal da estrutura durante sua vida útil.
Os ELS estão associados a eventos freqüentes (cargas em serviço) e referem-se ao desempenho da
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estrutura, podendo impedir sua utilização para o fim ao qual se destina. Os estados limites de
serviço podem ser originados por um ou mais dos seguintes fenômenos:

a) danos ligeiros ou localizados que comprometam o aspecto estético ou a durabilidade da


estrutura;
b) deformações ou deslocamentos excessivos que afetam a utilização normal da estrutura;
c) vibrações excessivas que provocam desconforto ou afetam elementos não estruturais.

De acordo com a norma NBR 8800/08, o método dos estados limites, utilizado para o
dimensionamento dos componentes de uma estrutura de aço (barras, elementos e meios de
ligação), requer que nenhum estado limite aplicável seja excedido quando a estrutura for submetida
a todas as combinações apropriadas de ações.

O dimensionamento pelo método dos estados limites é um processo de três etapas:

1ª) identificação de todos os estados limites, ou seja, os modos de colapso e as maneiras


pelas quais a estrutura deixaria de preencher os requisitos para os quais foi projetada;
2ª) determinação de níveis aceitáveis de segurança contra a ocorrência de cada estado
limite;
3ª) consideração, pelo calculista da estrutura, dos estados limites significativos.

A 2ª etapa é baseada em métodos probabilísticos, que levam em consideração a variabilidade das


ações e das resistências. No entanto, no projeto de uma estrutura o calculista não lida diretamente
com probabilidades.

2.2.1 Característica do Método dos Estados Limites

A verificação da segurança e das boas condições de serviço no método dos estados limites tem um
caráter semi-probabilístico, o qual introduz um tratamento adequado às incertezas nas resistências,
nas ações e nos seus efeitos (solicitações), através da definição de valores característicos e de
cálculo.

O problema básico de segurança estrutural é assegurar que a resistência da estrutura seja suficiente
para suportar os efeitos (ou solicitações) da máxima ação ou combinação de ações que ela pode
estar exposta durante a sua vida útil. De fato, a determinação desses parâmetros (resistência e
solicitação atuante máxima) não é uma tarefa simples, sendo sempre necessárias para a solução a
adoção de estimativas e previsões. Assim, fica claro que resistências e solicitações não podem ser
determinadas precisamente, mas devem ser descritas como pertencentes a determinados intervalos,
podendo ser modeladas como variáveis aleatórias. Nestes termos, portanto, a confiabilidade de um
sistema pode ser mais realisticamente medida em termos probabilísticos.

Logo, as solicitações nominais (Sn) e as resistências nominais (Rn) são valores característicos
obtidos de curvas estatísticas, ou funções densidade de probabilidade (fdp). Em geral, são valores
característicos inferiores ou superiores, correspondentes a um determinado quantil da fdp, por
exemplo, 5% ou 95%, como ilustrado na Figura 2.1, em que fs(s) e fr(r) são as funções densidade
de probabilidades da solicitação e resistência, respectivamente.

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Probabilidade fs(s) ou fr(r)


Função Densidade de
5% da área 5% da área
(quantil de 5%) (quantil de 95%)

Valor Média Valor S, R


característico característico
inferior superior

Figura 2.1: Função densidade de probabilidade da solicitação S ou da resistência R com os


valores característicos.

O objetivo de uma análise de confiabilidade de estruturas é expressar a probabilidade de que o


evento (R > S) ocorra durante toda a vida útil da estrutura (ou um tempo especificado para um
sistema de engenharia). Isto somente é possível calculando a probabilidade P(R > S). Admitindo
que as distribuições de probabilidade de R e S são disponíveis, isto é, fs(s) e fr(r) são conhecidas,
e estas variáveis sejam contínuas e não correlacionadas, a probabilidade de falha depende da área
de sobreposição das duas fdp, conforme mostra a Figura 2.2:
Probabilidade fs(s) e fr(r)
Função Densidade de

fR(r)
fS(s)

Sm Rm
S, R

Figura 2.2: A probabilidade de falha P(R < S) depende da área de sobreposição das duas fdp

A área da região hachurada corresponde a probabilidade de falha, sendo calculado como:

∞ ∞
Pf = ∫∫f
− ∞− ∞
r (r ) f s ( s )drds (2.2)

No método dos estados limites, esta análise probabilística é dispensada através da adoção de
coeficientes de ponderação das ações e coeficientes de resistência, que são pré-determinados por
condições específicas baseadas em probabilidade. Assim, as ações nominais são majoradas pelos
coeficientes de ponderação apropriados e as resistências nominais são minoradas pelos
correspondentes coeficientes de resistência, sendo assegurada a segurança quando a resistência
“minorada” for maior ou igual às solicitações “majoradas”.

Para cobrir as incertezas existentes no cálculo estrutural, os valores nominais (ou característicos)
das resistências (Rk) e das solicitações (Sk) são transformados em valores de cálculo (ou de projeto)
das resistências (Rd) e das solicitações (Sd), através da aplicação de coeficientes de ponderação, os
quais usualmente minoram as resistências e majoram as ações ou seus efeitos (solicitações).
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De forma geral, os coeficientes de ponderação no método dos estados limites são:

• γf - coeficiente de majoração das ações ou dos seus efeitos (solicitações), aplicado da


seguinte forma:
Sd = γf . Sk → γf > 1
• γm - coeficiente de minoração das resistências, aplicado da seguinte forma:
Rd = Rk / γm → γm > 1

As condições de segurança de toda a estrutura, com referência aos ELU, segundo a NBR 8681/03
são expressas por:

f(Sd , Rd) → Função de estado limite (fel).


f(Sd , Rd) = 0 → significa que um determinado ELU é alcançado.
f(Sd , Rd) < 0 → significa que um determinado ELU é ultrapassado.

Quando a segurança é verificada isoladamente, em relação a cada um dos esforços atuantes, a


condição de segurança pode ser simplificada, ficando:

Sd ≤ Rd (2.3)

Os coeficientes de ponderação γf e γm são determinados por considerações probabilísticas para cada


tipo de estado limite, geralmente como o produto de coeficientes parciais, os quais têm por objetivo
quantificar separadamente as várias causas de incerteza. A resistência de cálculo (ou de projeto) é
dada pela Equação 2.3:

Rk
Rd = (2.4)
γm

em que Rk é o valor característico inferior da resistência e γm é o coeficiente de ponderação das


resistências, o qual pode ser escrito na forma:

γ m = γ m1 . γ m2 . γ m3 (2.5)

sendo que:
γm1 - leva em conta a variabilidade da resistência efetiva, transformando a resistência
característica num valor extremo de menor probabilidade de ocorrência;
γm2 - considera as diferenças entre a resistência efetiva do material da estrutura e a
resistência medida convencionalmente em corpos de prova padronizados;
γm3 - considera as incertezas existentes na determinação das solicitações resistentes,
seja em decorrência dos métodos construtivos ou em virtude do método de cálculo
empregado.

Os valores finais de γm são encontrados na Tabela 3 da NBR 8800/08. Para facilitar a consulta,
esta informação está reproduzida na Tabela 2.1 abaixo.

O coeficiente γf para as ações e seus efeitos (solicitações) é geralmente considerado como o


produto de três coeficientes parciais (válido para os ELU):

γ f = γ f1 . γ f2 . γ f3 (2.6)

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Em que:

γf1 - leva em conta a possibilidade de ocorrência de ações que se afastem do valor


característico;
γf2 - fator de combinação → leva em conta a probabilidade reduzida de várias ações
diferentes, atuando simultaneamente na estrutura, atingirem seus valores
característicos ao mesmo tempo. Este fator usualmente é identificado como ψ0;
γf3 - leva em conta a imprecisão na determinação das solicitações ou das tensões
(incerteza de modelo) e o efeito nas solicitações da variação das dimensões da
estrutura entre o projeto e a execução.

Tabela 2.1: Valores do coeficiente γm (NBR 8800/08)


Aço Estrutural1)
γa
Aço das
Escoamento, Concreto
Combinações Armaduras
flambagem e Ruptura γc
γS
instabilidade γa2
γa1
Normais 1,10 1,35 1,40 1,15
Especiais ou de construção 1,10 1,35 1,20 1,15
Excepcionais 1,00 1,15 1,20 1,00
1) Inclui o aço de fôrma incorporada, usado nas lajes mistas de aço e concreto, de pinos e parafusos

Na norma brasileira NBR 8800/08 os coeficientes para ações e seus efeitos são dados da seguinte
forma:

a) Estado Limite Último: O produto γf1γf3 é representado por γg ou γq e o coeficiente


γf2 é igual ao fator de combinação ψ0.

b) Estado Limite de Serviço: Em geral o valor de γf é igual a 1,0. Nas combinações de


ações de serviço são usados os fatores de redução ψ1 e ψ2,
para a obtenção de valores freqüentes e quase permanentes
das ações variáveis respectivamente.

Os valores finais de γg e γq são encontrados na Tabela 1 e os valores finais de ψ0, ψ1 e ψ2 são


encontrados na Tabela 2 da NBR 8800/2008. Para facilitar a consulta, estas informações estão
reproduzidas na Tabela 2.2 e 2.3 abaixo.

Para a determinação dos valores das solicitações, é necessário o conhecimento das ações atuantes
nas estruturas. O termo ação representa qualquer influência ou conjunto de influências capazes de
produzir estados de tensão, deformação ou movimento de corpo rígido em uma estrutura (cargas,
deformações impostas, variação de temperatura, recalque, etc).

Os valores das ações são determinados a partir de algum critério estatístico (ações que
correspondem a certa probabilidade de serem excedidos) ou simplesmente arbitrando algum valor
que produz alguma envoltória das solicitações.

As normas brasileiras que devem ser utilizadas para a determinação de ações em estruturas são:

NBR 6120 – Cargas para o cálculo de estruturas de edificações


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NBR 6123 – Forças devidas ao vento em edificações
NBR 7188 – Carga móvel em ponte rodoviária e passarela de pedestres

Tabela 2.2: Coeficientes de ponderação das ações


Ações permanentes (γg) 1) 3)
Diretas
Peso próprio de
estruturas
Peso próprio de
Combinações Peso moldadas no Peso próprio
elementos
Peso próprio próprio de local e de de elementos Indiretas
construtivos
de estruturas estruturas elementos construtivos
industrializados
metálicas pré- construtivos em geral e
com adições in
moldadas industrializados equipamentos
loco
e empuxos
permanentes
1,25 1,30 1,35 1,40 1,50 1,20
Normais
(1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (0)
Especiais ou 1,15 1,20 1,25 1,30 1,40 1,20
de construção (1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (0)
1,10 1,15 1,15 1,20 1,30 0
Excepcionais
(1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (0)
Ações variáveis (γq) 1) 4)
Demais ações variáveis,
Ações 5)
Efeito da temperatura 2) Ação do vento incluindo as decorrentes
Truncadas
do uso e ocupação
Normais 1,20 1,40 1,20 1,50
Especiais ou
1,00 1,20 1,10 1,30
de construção
Excepcionais 1,00 1,00 1,00 1,00
NOTAS
1) Os valores entre parênteses correspondem aos coeficientes para as ações permanentes favoráveis à segurança; ações
variáveis e excepcionais favoráveis à segurança não devem ser incluídas nas combinações.
2) O efeito de temperatura citado não inclui o gerado por equipamentos, o qual deve ser considerado como ação
decorrente do uso e ocupação da edificação.
3) Nas combinações normais, as ações permanentes diretas que não são favoráveis à segurança podem, opcionalmente,
ser consideradas todas agrupadas, com coeficiente de ponderação igual a 1,35 quando as ações variáveis decorrentes
do uso e ocupação forem iguais a 5 kN/m2, ou 1,40 quando isso não ocorrer. Nas combinações especiais ou de
construção, os coeficientes de ponderação são respectivamente 1,25 e 1,30, e nas combinações excepcionais, 1,15
e 1,20.
4) Nas combinações normais, se as ações permanentes diretas que não são favoráveis à segurança forem agrupadas,
as ações variáveis que não são favoráveis à segurança podem, opcionalmente, ser consideradas também todas
agrupadas, com coeficiente de ponderação igual a 1,50 quando as ações variáveis decorrentes do uso e ocupação
forem iguais ou superiores a 5 kN/m2, ou 1,40 quando isso não ocorrer (mesmo nesse caso, o efeito da temperatura
pode ser considerado isoladamente, com o seu próprio coeficiente de ponderação). Nas combinações especiais ou
de construção, os coeficientes de ponderação são respectivamente 1,30 e 1,20, e nas combinações excepcionais,
sempre 1,00.
5) Ações truncadas são consideradas ações variáveis cuja distribuição de máximos é truncada por um dispositivo
físico, de modo que o valor dessa ação não pode superar o limite correspondente. O coeficiente de ponderação
mostrado nesta tabela se aplica a esse valor limite.

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Tabela 2.3: Fatores de combinação e fatores de redução
γf2 1)
Ações
ψo ψ14) ψ25)
Locais em que não há predominância de pesos e de
equipamentos que permanecem fixos por longos
0,5 0,4 0,3
períodos de tempo, nem de elevadas concentrações de
pessoas 2)
Cargas
Locais em que há predominância de pesos e de
acidentais de
equipamentos que permanecem fixos por longos
edifícios 0,7 0,6 0,4
períodos de tempo, ou de elevadas concentrações de
pessoas 3)
Bibliotecas, arquivos, depósitos, oficinas e garagens e
0,8 0,7 0,6
sobrecargas em coberturas (ver B.5.1 da NBR 8800/08)
Vento Pressão dinâmica do vento nas estruturas em geral 0,6 0,3 0
Variações uniformes de temperatura em relação à média
Temperatura 0,6 0,5 0,3
anual local
Passarelas de pedestres 0,6 0,4 0,3
Cargas móveis e
Vigas de rolamento de pontes rolantes 1,0 0,8 0,5
seus efeitos
dinâmicos Pilares e outros elementos ou subestruturas que suportam
0,7 0,6 0,4
vigas de rolamento de pontes rolantes
1) Ver alínea c) de 4.7.5.3. da NBR 8800/08.
2) Edificações residenciais de acesso restrito.
3) Edificações comerciais, de escritórios e de acesso público.
4) Para estado-limite de fadiga (ver Anexo K), usar ψ1 igual a 1,0.
5) Para combinações excepcionais onde a ação principal for sismo, admite-se adotar para ψ2 o valor zero.

2.3 Ações e combinações de ações

2.3.1 Valores nominais e classificação

As ações a serem adotadas no projeto das estruturas e seus componentes são as estabelecidas pelas
normas brasileiras NBR 6120, NBR 6123 e NBR 7188, ou por outras normas aplicáveis, e também
no anexo B da NBR 8800. Estas ações devem ser tomadas como características e, para o
estabelecimento das regras de combinação das ações, devem ser classificadas segundo sua
variabilidade no tempo, conforme a NBR 8681, nas três categorias a seguir:

- Ações permanentes (FG): ações decorrentes do peso próprio da estrutura e de todos os


elementos componentes da construção (pisos, telhas, paredes permanentes, revestimentos e
acabamentos, instalações e equipamentos fixos, etc.), as quais são chamadas de ações
permanentes diretas, e decorrentes de efeitos de recalques de apoio, de fluência e retração
do concreto e de imperfeições geométricas. Os valores característicos, Fgk, devem ser
adotados iguais aos valores médios das respectivas distribuições de probabilidade;

- Ações variáveis (FQ): ações decorrentes do uso e ocupação da edificação (ações devidas a
sobrecargas em pisos e coberturas, equipamentos e divisórias móveis, etc), pressão
hidrostática, empuxo de terra, vento, variação de temperatura, etc. Os valores característicos
das ações variáveis, Fqk, são estabelecidos por consenso e indicados em normas específicas,
apresentando uma probabilidade prestabelecida de serem ultrapassados no sentido
desfavorável, durante um período de 50 anos;

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- Ações excepcionais (FQ,exc): ações decorrentes de incêndios, explosões, choques de
veículos, efeitos sísmicos, etc.

Para o cálculo das solicitações de projeto, as ações devem ser combinadas de forma a considerar
possíveis situações desfavoráveis de projeto que a estrutura possa estar submetida. Observando a
Figura 2.3, fica claro que se forem somados todos os valores extremos, teremos uma situação
conservadora, visto que a probabilidade para que todas as ações variáveis máximas ocorram
simultaneamente é muito pequena.

t(anos)
Q

t(anos)
V

t(anos)
Figura 2.3: Comportamento das ações no tempo.

Assim, o critério normalmente utilizado em normas de projeto (e também na NBR 8800) consiste
em considerar “n” combinações onde sempre uma das ações variáveis é considerada com seu valor
extremo e as outras são consideradas com valores correntes, se elas atuam no sentido desfavorável
(todas as ações variáveis que atuem no sentido favorável devem ser desconsideras na combinação).

Tome-se como exemplo uma edificação na qual podem atuar as ações variáveis: sobrecarga, vento
e variação de temperatura. A probabilidade de que todas as solicitações acima ocorram
simultaneamente com seus valores mais altos é muito pequena.

Este, por exemplo, seria o caso de um edifício com todos os seus ambientes (salas, corredores, etc)
carregados ao máximo ao mesmo tempo que estivesse submetido a um vento com intensidade
quase catastrófica, que é correspondente às cargas de vento para dimensionamento de estruturas e,
ainda, sob temperatura extrema, que seria um calor ou frio intenso. Torna-se lógico imaginar que,
quanto maior o número de ações variáveis diferentes, menor se torna a possibilidade de que elas
ocorram simultaneamente em seus valores máximos.

As combinações de ações partem da premissa que, em um determinado momento da vida útil da


estrutura, uma das ações variáveis ocorra em sua plenitude provável. Nesta condição ela é chamada
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pela NBR-8800 de ação variável principal. Supondo que tal ação seja a sobrecarga, para as demais
ações variáveis, vento e variação de temperatura, é suposto que apenas uma fração do esforço
ocorra concomitantemente, ou seja, atua a carga máxima multiplicada por um fator de combinação
redutor ψ. Para se obter a envoltória de esforços devem-se fazer todas as combinações possíveis
onde cada uma das ações variáveis deve ser testada como ação que atua plenamente (ação variável
principal), enquanto as demais atuam reduzidas, isto é, multiplicadas por ψ. Então, na segunda
combinação o vento será a ação plena, enquanto as demais aparecem reduzidas (multiplicadas por
ψ) na combinação, e na terceira combinação a variação de temperatura será a ação que atua plena.
Enfatizando, apenas a ação que atua plenamente (preponderante) não é multiplicada pelo
coeficiente de combinação ψ. O maior esforço assim obtido será o esforço de cálculo para o
dimensionamento.

Além das combinações últimas normais, especiais, de construção e excepcionais, devem ser
verificadas combinações em serviço, cuja finalidade é garantir um desempenho satisfatório quando
em uso. O termo em serviço caracteriza situação de combinação de cargas sem majoração, isto é,
cargas não são multiplicadas pelos coeficientes de ponderação.

A seguir reproduz-se o texto e a classificação da NBR 8800, com todos os casos de combinações,
adicionados com alguns comentários para melhor compreensão.

2.3.2 Combinações de ações para os estados limites últimos

As combinações de ações para os estados limites últimos, de acordo com a NBR 8800, são as
seguintes:

a) Combinações Últimas Normais:

Estas são as combinações que correspondem a maior parte das hipóteses de projeto, sendo
decorrentes do uso previsto para a edificação. Para o cálculo, devem ser consideradas tantas
combinações de ações quantas forem necessárias a fim de atender a todos os estados-limites
últimos aplicáveis.

Em cada combinação devem estar incluídas as ações permanentes e a ação variável principal, com
seus valores característicos e as demais ações variáveis, consideradas secundárias, com seus
valores reduzidos de combinação.

Para cada combinação, aplica-se a seguinte expressão:

m n
Fd = ∑ (γ gi FG i ,k ) + γ q1 FQ1,k + ∑ (γ qjψ oj FQj ,k ) (2.7)
i =1 j =2

Em que, FGi,k são os valores característicos das ações permanentes, FQ1,k é o valor característico da
ação variável principal para o efeito considerado, FQj,k são as demais ações variáveis que atuam
simultaneamente com a ação principal e γg, γq1, γqj, ψ0j são os coeficientes de ponderação das ações
variáveis, conforme Tabelas 2.2 e 2.3.

b) Combinações Últimas Especiais:

Podem ocorrer ações variáveis de natureza ou intensidade especiais cujos efeitos sejam mais
intensos do que os produzidos pelas ações consideradas nas combinações normais. Tais cargas são
de curta duração quando comparadas ao tempo de vida útil da estrutura.
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Para cada carregamento especial corresponde uma única combinação, com todas as ações
permanentes e todas as ações variáveis com seus valores reduzidos de combinação. Ações
especiais nunca são tratadas como secundárias. As combinações são obtidas com a equação:

m n
Fd = ∑ (γ gi FGi ) + γ q1 FQ1 + ∑ (γ qjψ oj ,ef FQj ) (2.8)
i =1 j =2

De forma análoga ao caso anterior, a ação especial será tomada como ação plena e as demais
variáveis com seus coeficientes de combinação ψ0j,ef. Todas as ações permanentes devem ser
levadas em conta.

Ainda, segundo a NBR 8800/08, os fatores ψ0j,ef são iguais aos fatores ψ0j adotados nas
combinações normais, salvo quando a ação variável especial FQ1 tiver um tempo de atuação muito
pequeno, caso em que ψ0j,ef podem ser tomados como os correspondentes fatores de reduçãoψ2j.

c) Combinações Últimas de Construção:

Pode acontecer de uma estrutura estar em situação de risco já durante a construção. Há obras em
particular que a combinação mais crítica ocorre durante a montagem, como costuma acontecer em
obras de pontes que são lançadas sobre o vão.

O projetista deverá considerar todos os estados limites últimos que se possam avaliar como de
ocorrência possível com as ações permanentes e todas suas variáveis, tomando uma delas de cada
vez como principal e as demais como secundárias. O que difere dos casos anteriores é a
transitoriedade das ações, tempo curtíssimo em relação à vida útil da estrutura, ocorrendo, apenas,
uma única vez. Para o cálculo, deve-se utilizar a mesma expressão e os coeficientes de ponderação
definidos paras as Combinações Últimas Especiais.

d) Combinações últimas excepcionais:

Ações excepcionais são aquelas que podem causar efeitos catastróficos. Nem todas as estruturas
necessitam ser dimensionadas para essas ações. Há, entretanto, casos em que sua consideração é
imprescindível, como em reatores nucleares, barragens, etc.

O carregamento excepcional é transitório e de duração extremamente curta. Usam-se os


coeficientes de combinação e aplica-se a equação:

m n
Fd = ∑ (γ gi FGi ,k ) + FQ ,exc + ∑ (γ qjψ oj ,ef FQj ,k ) (2.9)
i =1 j =1

Em que FQ,exc é a ação excepcional. Os demais parâmetros já foram definidos anteriormente.

2.3.3 Combinações de Ações para os Estados Limites de Serviço

Nas combinações de ações para os estados limites de serviço são consideradas todas as ações
permanentes, inclusive as deformações impostas permanentes, e as ações variáveis
correspondentes a cada um dos tipos de combinações, conforme indicado a seguir:

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a) Combinações quase-permanentes de serviço:

As combinações quase-permanentes de serviço são aquelas que podem atuar durante grande parte
do período de vida da estrutura, da ordem da metade deste período. Essas combinações são
utilizadas para os efeitos de longa duração e para a aparência da construção.

Nas combinações quase permanentes, todas as ações variáveis são consideradas com seus valores
quase permanentes ψ2FQj,k:

m n
Fser = ∑ FGi ,k + ∑ (ψ 2 j FQj ,k ) (2.10)
i =1 j =1

Esta combinação de carregamentos é pertinente à verificação de deformação lenta (fluência),


deformações de aparência que possam provocar trincas em paredes de alvenaria, flechas
excessivas e perceptíveis a vista desarmada.

b) Combinações frequentes de serviço:

As combinações frequentes de serviço são aquelas que se repetem muitas vezes durante o período
de vida da estrutura, da ordem de 105 vezes em 50 anos, ou que tenham duração total igual a uma
parte não desprezível desse período, da ordem de 5%. Essas combinações são utilizadas para os
estados limites reversíveis, isto é, que não causem danos permanentes à estrutura ou a outros
componentes da construção, incluindo os relacionados ao conforto dos usuários e ao
funcionamento de equipamentos, tais como vibrações excessivas, movimentos laterais excessivos
que comprometam a vedação, empoçamento em coberturas, etc.

Nestas combinações, a ação variável principal FQ1,k é tomada com seu valor frequente ψ1FQ1,k e
todas as demais ações variáveis são tomadas com seus valores quase permanentes ψ2FQj,k:

m n
Fser = ∑ FGi ,k + ψ 1 FQ1,k + ∑ (ψ 2 j FQj ,k ) (2.11)
i =1 j =2

c) Combinações raras de utilização:

As combinações raras são aquelas que podem atuar no máximo algumas horas durante o período
de vida da estrutura. Essas combinações são utilizadas para os estados limites irreversíveis, isto é,
que causam danos permanentes à estrutura ou a outros componentes da construção, e para aqueles
relacionados ao funcionamento adequado da estrutura, tais como formação de fissuras, danos aos
fechamentos, etc.

Nas combinações raras, a ação variável principal FQ1 é tomada com seu valor característico FQ1,k
e todas as demais ações variáveis são tomadas com seus valores freqüentes ψ1FQ1,k:

m n
Fserv = ∑ FGi ,k + FQ1,k + ∑ (ψ 1 j FQj ,k ) (2.12)
i =1 j =2

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3 BARRAS TRACIONADAS

3.1 Generalidades

O aço é um material de bom desempenho quando solicitado à tração, sendo, também, de fácil
emprego. O dimensionamento é teoricamente simples, mas são necessários conhecimentos sobre
o comportamento do material e como se distribuem as tensões nas barras, pois existe divergência
entre a realidade e a hipótese de que as tensões se distribuem uniformemente ao longo de uma
seção transversal genérica de uma haste tracionada.

De forma geral, as peças de aço tracionadas podem ser:


- cabos de aço,
- barras redondas rosqueadas,
- barras laminadas ou compostas.

Os cabos de aço são usados como estais ou cabos de suspensão de pontes, estaiamento de torres
ou suportes de cobertura. Sua eficiência é notável dado serem compostos de vários fios de pequeno
diâmetro, que são obtidos por trefilação, obtendo-se tensões de ruptura muito altas. Têm como
desvantagem não resistirem a esforços de compressão o que os torna inaplicáveis em muitas
situações. Hastes redondas rosqueadas são usadas como barras tracionadas de treliças, tanto de aço
como de madeira, e como tirantes e, geral. Barras tracionadas compostas de perfis laminados ou
compostos (Figura 3.2) são usadas em estruturas reticuladas (treliças) em todos os seus empregos
na engenharia.

Algumas aplicações de barras tracionadas são ilustradas na Figura 3.1.

Barra tracionada de uma


mão francesa

Barras tracionadas

Elementos tracionados
do contraventamento

Tirante

Figura 3.1: Barras tracionadas em estruturas de aço (Fonte: Pfeil e Pfeil, 2009).

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(a) (b) (c) (d)

Figura 3.2: Tipos de perfis utilizados em peças tracionadas: (a) barra redonda; (b) barra chata; (c)
perfil cantoneira laminado; (d) seções compostas de dois perfis cantoneira laminados (Fonte:
Pfeil e Pfeil, 2009).

A Figura 3.3 mostra o desenho de um nó de treliça, cujas barras são formadas pela associação de
duas cantoneiras. As barras são ligadas a uma chapa de nó, denominada gusset, cuja espessura t é
igual ao espaçamento entre as cantoneiras. As ligações das barras com a chapa gusset são feitas
por meio de furos e conectores (parafusos).

As ligações das extremidades das peças tracionadas com outras partes da estrutura podem ser feitas
por:
- Soldagem;
- Conectores (parafusos) aplicados em furos;
- Rosca e porca (caso de barras rosqueadas).

Figura 3.3: Nó de uma treliça metálica, com barras formadas por cantoneiras duplas ligadas a
uma chapa gusset (Fonte: Pfeil e Pfeil, 2009).

3.2 Comportamento das peças de aço tracionadas

Barras tracionadas de aço com seção transversal uniforme comportam-se de forma muito
semelhante ao modelo teórico, podendo-se geralmente admitir que as tensões se distribuam
uniformemente nas seções transversais. Neste caso, uma barra solicitada a tração pode ser
analisada como se faz com um corpo de prova no ensaio de tração. Enquanto as tensões não
atingem o limite de proporcionalidade (zona elástica) o material tem um comportamento
semelhante ao teórico elástico clássico da mecânica dos sólidos.

Nas peças tracionadas as tensões normais σN, devidas ao esforço normal de tração N, são somadas
as tensões residuais σr, oriundas do processo de fabricação, e cuja resultante é nula em cada seção,
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43
como mostrado na Figura 3.4a para uma chapa laminada. Com o acréscimo da força de tração
ocorre a plastificação progressiva da seção, como ilustrado na Figura 3.4b.

A força de tração que provoca a plastificação total da seção Ny = fy.(b.t) não se altera com a
presença das tensões residuais σr.

(a) (b)

Figura 3.4: Tensões normais σN adicionadas as tensões residuais σr (Fonte: Pfeil e Pfeil, 2009).

Quando a seção transversal varia de forma brusca, as tensões podem ter distribuição bastante
variada. É comum a presença de furos nas ligações, que provocam concentração de tensões.
Observando a Figura 3.5 vemos uma peça submetida a tração e as tensões não se distribuem
uniformemente a volta do furo, onde se nota:

1) As tensões aumentam diretamente com as deformações (alongamento) enquanto


estiverem dentro do limite elástico e sua distribuição se dá de forma desuniforme, com
tensão maior nas fibras próximas ao furo;
2) Se o esforço de tração segue aumentando haverá um instante em que a fibra mais
solicitada alcança a tensão de escoamento (início do escoamento) e, a partir daí, ela
permanece sem aumento de tensão, mesmo crescendo seu alongamento, enquanto que
nas demais fibras as tensões vão aumentando até, também, atingirem a tensão de
escoamento, onde se estabilizam. O processo se repete, fibra por fibra, até que todas
as fibras estejam solicitadas na tensão de escoamento. É evidente que as seções
cortadas pelo furo atingem a plastificação antes das demais, contudo o alongamento
da peça, como conseqüência desta plastificação prematura, é desprezível e costuma ser
negligenciado.

fy fy fu

T T

a) Fase b) Início do c) Plastificação d) Limite de resistência


elástica escoamento da seção líquida da seção líquida

Figura 3.5: Distribuição de tenções em peça tracionada na seção do furo.

3.3 Estados Limites Últimos e Resistências de Projeto

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Segundo a NBR8800/08, a resistência de uma peça sujeita à tração axial possui dois estados limites
últimos:

a) Escoamento da seção bruta, isto é, o escoamento generalizado da peça ao longo de


seu comprimento;
b) Ruptura da seção líquida efetiva (seção com furos).

O escoamento da seção com furos (seção líquida) não constitui um estado limite último, pois
conduz a um pequeno alongamento da peça.

No estado limite último de escoamento da seção bruta supõe-se que toda a seção esteja
solicitada por tensões de escoamento. Chama-se de resistência de cálculo para escoamento da
seção bruta ao valor:

Ag f y
N t , Rd = (3.1)
γ a1

Em que Ag é a área bruta da seção (desprezar a presença de furos) e fy é a tensão de escoamento


do aço.

No estado limite último de ruptura da seção líquida efetiva considera-se que a ruptura deve
ocorrer na seção mais frágil da peça, presumivelmente a de menor seção transversal. Assim, os
furos têm que ser levados em conta:

Ae f u
N t , Rd = (3.2)
γ a2

Em que Ae é a área líquida efetiva e fu é a tensão de ruptura do aço.

Deve ficar claro que ambos estados limites últimos devem ser verificados e atendidos.

3.3.1 Área líquida

A ruptura de um elemento de aço, com vários furos, quando submetida à tração, pode ser difícil
de ser determinada teoricamente. Numa barra com furação reta (linha I da Figura 3.6), a área
líquida (An) é obtida subtraindo-se da área bruta (Ag) as áreas dos furos contidos em uma seção
reta da peça. Entretanto, no caso de uma furação enviesada é necessário avaliar diversos percursos
(linhas III e IV, por exemplo) para encontrar o menor valor de seção líquida, uma vez que a peça
pode romper segundo qualquer um desses percursos.

Há varias maneiras de se resolver este problema, entretanto deve-se ter em mente que um processo
para ser empregado no trabalho de escritório deve ser simples e confiável. Processos complicados
tornam o projeto caro, enquanto que processos muito simples podem conduzir a resultados pouco
confiáveis. Dessa forma, a NBR 8800/08 adota a fórmula de Cochrane para cálculo da área líquida,
para seções em zig-zag (ver Figura 3.6):

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45
I II III IV

T g T
g

s s s s s s

Figura 3.6: líquida de peças com furação reta e em ziguezague.

s2
bn = b − ∑ d f + ∑ (3.3)
4g

Em que bn é a largura líquida da seção, b é a largura bruta da seção, df é o diâmetro efetivo do furo,
s é a distância entre furos consecutivos medida na direção do esforço e g é a distância entre furos
consecutivos medida ortogonalmente ao esforço. Assim, a área líquida pode ser representada pela
equação:

An = bn ⋅ t (3.4)

É importante lembrar que o diâmetro do furo é obviamente maior do que o do parafuso e que o
processo mais comum de abrir furos é o puncionamento. Neste processo, o furo é obtido pelo
rasgamento da peça, acarretando um orifício de forma aproximadamente tronco-cônica, com
paredes de superfície irregular. O material que circunda as paredes do furo apresenta algumas
trincas, que faz com que seja desprezada sua contribuição na resistência a tração da peça. Assim,
calcula-se um diâmetro efetivo do furo, dado por:

df = d + p+ f (3.5)

Em que d é o diâmetro do parafuso, p é a espessura de parede danificada pela punção (tomar


2,0 mm para furos puncionados), f é a folga entre o parafuso e o furo (tomar 1,5 mm ou o valor de
projeto).

Caso o furo seja perfurado com brocas, pode-se adotar p = 0 e, para parafusos e furos ajustados,
isto é, parafusos usinados e furos perfurados por brocas, pode-se reduzir a folga (valor de projeto)
entre o furo e o fuste do conector.

Para cantoneiras é comum adotar a área bruta considerando que a seção transversal seja composta
de dois retângulos, de acordo com a Figura 3.7. A área bruta pode ser calculada por:

Ag = (b1 + b2 − t ).t (3.6)

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t t
b2 b2

t t
b1 b1

Figura 3.7: Área bruta de cantoneiras.

Assim, é possível rebater uma das abas e determinar as linhas de ruína através de um problema
plano.

3.3.2 Área líquida efetiva

Quando a ligação é feita por todos os segmentos de um perfil, a seção participa integralmente da
transferência do esforço de tração. Isto não acontece, por exemplo, nas ligações das cantoneiras
com a chapa de nó da Figura 3.3, nas quais a transferência dos esforços se dá através de uma aba
de cada cantoneira (Figura 3.8). Nesses casos as tensões se concentram no segmento ligado e não
mais se distribuem em toda a seção. A consideração deste efeito pode ser feita através de um
coeficiente Ct. Assim, a área líquida efetiva Ae é dada por:

Ae = Ct . An (3.7)

Em que Ct é um coeficiente que depende da forma como é feita a ligação, como segue:

Linhas de
tensões
Superfície de
ruptura

Figura 3.8: Efeito de tensões localizadas: Fluxo de tensões e superfície de ruptura nas abas de
uma cantoneira na zona de ligação.

A área líquida efetiva é considerada igual à área líquida quando uma barra tracionada é solicitada
na ligação em todos seus elementos (alma e mesas), pois se supõe que a tensão seja uniforme ao
longo da seção transversal, que na realidade é a tensão média. Em outras palavras, transmitindo-
se o esforço por todos os elementos da seção é razoável imaginar que ocorra uma distribuição
quase uniforme de tensões na seção transversal, caso contrário haverá pontos com tensão normal
acima da média. Sempre que se consegue distribuição uniforme (ou quase) de tensões na seção,
pode-se considerar que a área líquida seja igual à efetiva. Quando isso não acontece, isto é, quando
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47
o detalhe da ligação não é adequado para se obter distribuição uniforme, usa-se uma área efetiva
menor do que a líquida.

A NBR 8800/08 classifica o problema em função do detalhamento da ligação. A seguir apresenta-


se a abordagem sugerida:

a) supõe-se que a distribuição de tensões seja uniforme (Figura 3.9b) quando a força de tração for
transmitida diretamente para cada um dos elementos da seção transversal da barra, por soldas ou
parafusos:

Ct = 1,0

Neste caso a tensão máxima de tração se aproxima da tensão média na seção. Para todos ou demais
casos (Figura 3.9a) a tensão máxima diverge da média e é necessário que se calcule o coeficiente
Ct.

b) quando a força de tração for transmitida somente por soldas transversais:

Ac
Ct =
Ag

Em que Ac é a área da seção transversal dos elementos conectados e Ag é a área bruta da seção
transversal da barra, conforme mostra a Figura 3.10.

a) Tensões b) Tensões
distribuídas distribuídas
apenas nos uniformemente
flanges. em todos os
Ct < 1,0 elementos.
Ct = 1,0

Figura 3.9: Distribuição de tensões de tração em um perfil I: (a) apenas nas mesas, onde Ct<1,0,
(b) à direita em toda a seção, onde Ct=1,0.

Ac/2 P/2

P/2
Ag
Solda
P transversal

Figura 3.10: Ligação com soldas transversais

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c) nas barras com seções transversais abertas, quando a força de tração for transmitida somente
por parafusos ou somente por soldas longitudinais ou ainda por uma combinação de soldas
longitudinais e transversais para alguns dos elementos da seção transversal, mas não todos:

ec
Ct = 1 −
c

Deve-se adotar 0,90 como limite superior, e não são permitidos detalhes que conduzam a valores
inferiores a 0,60.

Em que ec é a excentricidade da ligação, igual à distância do centro geométrico da seção da barra,


G, ao plano de cisalhamento da ligação. No caso de perfis I ou U, ligados pelas mesas, que têm
simetria em relação a um plano paralelo ao das chapas de ligação, deve-se fazer uma conexão
simétrica e trata-se como duas barras fictícias tracionadas excentricamente de seção em forma de
T, também simétricas, cada uma correspondente a um dos planos de cisalhamento. O valor de ec
será a distância do centróide da seção T à face externa da mesa, isto é, ao plano de cisalhamento.
No caso de ligação pela alma os perfis I serão divididos em duas seções fictícias em forma de U e
Ct será a distância do centróide à superfície de cisalhamento. Alguns detalhes são mostrados na
Figura 3.11.

ec
ec ec
G de Ts

G de Ue G de Ud
G
ec
G de Ti
ec

Figura 3.11: Valores de ec em seções abertas.

Nas ligações soldadas ℓc é o comprimento da ligação, igual ao comprimento da solda e nas ligações
parafusadas é a distância do primeiro ao último parafuso da linha de furação com maior número
de parafusos, na direção da força axial;

d) nas chapas planas, quando a força de tração for transmitida somente por soldas longitudinais ao
longo de ambas suas bordas, conforme a Figura 3.12:

P
b

lw

Figura 3.12: Chapa plana com força de tração transmitida por solda longitudinal.

Ct=1,0 para lw≥2b


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Ct=0,87 para 2b> lw ≥1,5b
Ct=0,75 para 1,5b> lw ≥b

Em que lw é o comprimento dos cordões de solda e b é a largura da chapa (distância entre as soldas
situadas nas duas bordas).

e) nas barras com seções tubulares retangulares, quando a força de tração for transmitida por meio
de uma chapa de ligação concêntrica ou por chapas de ligação em dois lados opostos da seção,
desde que o comprimento da ligação, ℓc , não seja inferior a dimensão da seção na direção paralela
às chapas de ligação, o valor ec será a distância do centróide do U fictício até o plano de
cisalhamento, conforme mostrado na Figura 3.13.

ec
Ct = 1 −
c

b b

ec
G ec G
d d
G ec G
ec

Para t constante Para t constante

Figura 3.13: Valor ec em seção tubular retangular, para ℓc≥b.

f) nas barras com seções tubulares circulares, quando a força de tração for transmitida por meio de
uma chapa de ligação de eixo longitudinal concêntrico com o do tubo:

- se o comprimento da ligação, ℓc, for superior ou igual a 1,30 do diâmetro externo da barra;

Ct = 1,0

- se o comprimento da ligação for superior ou igual ao diâmetro externo da barra e menor que 1,30
vezes esse diâmetro, ec será a distância entre o centróide de cada uma das semi-sessões fictícias e
o plano de cisalhamento, conforme Figura 3.14.

ec
Ct = 1 −
c

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G ec
D
G ec

Figura 3.14: Valor ec em seção tubular circular.

Em todos os casos, quando as ligações forem parafusadas deve-se garantir que haja pelo menos
dois parafusos por linha de furação, na direção das tensões normais.

3.3.2 Peças com Extremidades Rosqueadas

As barras com extremidades rosqueadas, aqui consideradas, são barras com diâmetro igual ou
superior a 12 mm (1/2"), nas quais o diâmetro externo da rosca é igual ao diâmetro nominal da
barra.

Para os tipos de rosca utilizados na indústria, a relação entre a área efetiva à tração na rosca (Aef)
e a área bruta da barra redonda (Ag) varia dentro de uma faixa limitada (0,73 a 0,80). Assim, é
possível calcular a resistência das barras redondas tracionadas em função da área bruta Ag, com
um coeficiente médio de 0,75. Nessas condições, a resistência de projeto de barras rosqueadas
pode ser obtida pela expressão:

0,75 ⋅ Ag ⋅ f u Ag ⋅ f y
Rd = ≤ (3.8)
γ a2 γ a1

3.3.3 Barras ligadas por pino

Os pinos são conectores de grande diâmetro que trabalham isoladamente, sem comprimir
transversalmente as chapas. Os pinos são utilizados em estruturas fixas desmontáveis ou em
estruturas móveis.

No caso de chapas ligadas por pinos, a resistência de projeto à tração da chapa é determinada pelo
menor valor entre o escoamento da seção bruta, a ruptura da seção líquida efetiva e o rasgamento
da seção entre o furo e a borda da chapa.

- Ruptura da seção líquida por tração

2t.bef . f u
N t , Rd = (3.9)
γ a2

- Ruptura de seção líquida por cisalhamento

0,6. Asf . f u
N t , Rd = (3.10)
γ a2

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 dp 
Com Asf = 2t  a + 
 2 

Em que t é a espessura da chapa ligada pelo pino, bef é uma largura efetiva, igual a 2t + 16mm,
mas não mais que a distância entre a borda do furo e a borda da peça medida na direção
perpendicular à força axial atuante, a é a menor distância entre a borda do furo e a extremidade da
barra, medida na direção das tensões normais de tração atuantes, dpp é o diâmetro do pino; fu é a
resistência de ruptura do aço. A Figura 3.15 mostra uma ligação por pino.

t
A

b/2

dh dp
b
Nt,Sd N

b/2
45º

-Corte AA-
A
Figura 3.15: Ligação por pino.

É obrigatório que o furo do pino esteja igualmente distante das bordas da barra na direção
transversal ao esforço normal atuante, isto é, deve haver simetria na região da ligação.

Quando o pino tiver função permitir rotações relativas entre as partes conectadas o diâmetro do
furo dh pode ser, no máximo, 1,0mm maior que o do pino dp.

3.3 Estados Limites de Serviço

A NBR 8800/08 estabelece uma limitação de esbeltez (λ) das peças tracionadas, dado por:

 
λ = =
imin I min
Ag

Em que  é o comprimento destravado da barra (distância entre pontos de apoio lateral), imin é o
raio de giração mínimo da seção transversal, Imin é o momento de inércia mínimo da seção
transversal e Ag é a área bruta da seção.

Nas barras tracionadas, o índice de esbeltez não tem importância fundamental, uma vez que o
esforço de tração tende a retificar a barra, reduzindo excentricidades construtivas iniciais. Apesar

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disso, as normas fixam limites superiores do índice de esbeltez de peças tracionadas, com a
finalidade de reduzir efeitos vibratórios provocados por impactos, ventos, etc.

Na NBR 8800/08 é recomendado que o índice de esbeltez (λ) das barras tracionadas, excetuando-
se tirantes de barras redondas pré-tensionadas ou outras barras que tenham sido montadas com
pré-tensão, não supere 300 (λ ≤ 300).

Em peças tracionadas compostas por perfis justapostos com afastamento igual à espessura das
chapas espaçadoras, como ilustrado na Figura 3.15, o comprimento  entre pontos de apoio lateral
pode ser tomado igual à distância entre duas chapas espaçadoras. Dessa forma, a esbeltez máxima
de cada perfil isolado fica limitado a 300 (λ ≤ 300).

Figura 3.15: Barra composta tracionada (NBR 8800/2008).

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4 BARRAS COMPRIMIDAS

4.1 Generalidades

Conforme abordado no Capítulo 2, a verificação de segurança de uma estrutura é efetuada com


base no Método dos Estados Limites, estando associados a situações de colapso global ou local
(estados limites últimos) ou inadequação para a utilização (estados limites de serviço).
Obviamente, os fenômenos de instabilidade estrutural correspondem sempre a situação de estado
limite último.

Assim, o projeto de uma estrutura não pode basear-se unicamente em conceitos de segurança
relacionados com a resistência e deformabilidade dos seus elementos, especialmente no caso de
estruturas esbeltas submetidas à compressão. Desta forma, torna-se indispensável considerar
também os chamados fenômenos de instabilidade estrutural, muito embora a designação
“flambagem” seja usada habitualmente com o mesmo significado.

Apesar da utilização genérica do termo “flambagem”, normalmente adota-se designações


específicas para fenômenos de instabilidade particulares. Desta forma, divide-se o problema em
(i) flambagem global e (ii) flambagem local (ver Figura 4.1). A flambagem global trata-se do
problema tradicional de instabilidade de barras, e seu exemplo mais simples é a flambagem por
flexão, determinada pela carga de Euler. Em contrapartida, a flambagem local ocorre em elementos
constituído por chapas finas (i.e., placas carregadas no seu plano, portanto, em estado plano de
tensão), casos típicos dos elementos metálicos utilizados na engenharia estrutural, principalmente
os perfis soldados de grandes dimensões e os perfis formados a frio.

) (b)
Figura 4.1: (a) Flambagem global, (b) Flambagem local (Fonte: Reis e Camotin, 2001).

No próximo item será tratado o problema de flambagem de barras para, na sequência, se abordar
o problema de flambagem de placas. Mais detalhes podem ser encontrados em Silva e
Fruchtengarten (2011).

4.2 Flambagem global

Deve-se ao matemático suíço Leonhard Euler (1707-1783) a primeira formulação para o problema
de uma haste submetida à carga de compressão que contempla a possibilidade de instabilidade
geométrica. Entretanto, nestes trabalhos a premissa sempre de uma barra ideal, ou seja,
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perfeitamente reta, isenta de tensões residuais, com comportamento elástico linear e carga
perfeitamente centrada. A Figura 4.2 compara os resultados obtidos para uma barra com
comportamento ideal com aqueles considerando imperfeições, comportamento inelástico e tensões
residuais, ou seja, problemas típicos de barras reais.

Figura 4.2: Comportamento de colunas sob cargas crescentes de compressão (Fonte: Pfeil e Pfeil,
2009).

A partir do último século, numerosos estudos foram conduzidos a fim de determinar relações mais
precisas de cálculo, que levassem em consideração os itens mencionados. Estas pesquisas
incluíram um grande número de testes em colunas de tamanho real, levando a uma sistemática de
cálculo baseada em curvas de resistência, que são o enfoque da NBR 8800/08.

4.2.1 Comportamento Ideal: Flambagem de Euler

Seja uma haste reta, bi-rotulada, conforme a Figura 4.3, submetida a uma carga de compressão
axial P. Imaginando-se que haja uma deformação transversal da elástica de ordenadas y=y(x), tem-
se em cada seção o momento fletor M = P. y

P x

 y
M=Py

y
P DMF
(a) barra reta (b) deformação inicial (c) momentos fletores

Figura 4.3: Barra bi-rotulada submetida a esforço de compressão

A equação diferencial da linha elástica de acordo com a teoria da elasticidade (para pequenas
deformações) é dada por:

d2y M Py
2
=− =−
dx EI EI

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P
Fazendo k 2 = vem:
EI

d2y
+ k2y = 0
dx 2

que é a equação diferencial do problema, cuja solução geral é:

y = Asen(kx ) + B cos(kx )

Para determinação das constantes é necessário que sejam conhecidas as condições de contorno.
Sabe-se que a deformação y é nula nos apoios. Então, para x=0, tem-se y=0 e, conseqüentemente,
B=0. Analogamente, para x=, tem-se y=0 então A sen (k ) = 0 , que tem infinitas soluções.

Uma delas seria fazer A=0, que não teria o significado desejado, uma vez que acarretaria y=0 em
qualquer ponto da haste. Então, sen(k) = 0 , logo, k = πn.

P
A menor carga crítica ocorrerá para n =1. Então, substituindo em k 2 = , leva a
EI

π 2 EI
P = Pcrit = (4.1)
2

Pcrit é denominada carga crítica de flambagem e a equação acima é conhecida como fórmula de
Euler. A razão entre a carga crítica e a área da seção da haste fornece a tensão crítica de flambagem.
I
Lembrando que o raio de giração de uma superfície é definido por r = e o índice de esbeltez
A

λ =   , logo:
r

π 2 EI π 2 Er 2 π 2E
σ cr = = = (4.2)
2 A 2 λ2

Na Figura 4.4, é mostrado gráfico σcr x λ, conhecido como hipérbole de Euler. Em função da
hipótese de pequenos deslocamentos e rotações, a relação carga versus deslocamento fica
indeterminada para valores maiores que a carga crítica de Euler.

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σcr = Ncr/A

λ
Figura 4.4: Hipérbole de Euler (Fonte: Silva e Fruchtengarten, 2011).

Se tomarmos agora um material de comportamento elasto-plástico perfeito (ou ideal), apresentado


na Figura 4.5.

σ
fy

θ
εy ε
Figura 4.5: Diagrama tensão-deformação de um material elasto-plástico perfeito (Fonte: Silva e
Fruchtengarten, 2011)

A esbeltez limite entre regime elástico e plástico, λpi, pode ser determinada igualando-se a força
que provoca flambagem àquela que provoca escoamento, ou seja, Pcr = Ny = fy.A, levando a
𝜋𝜋 2 𝐸𝐸𝐸𝐸 𝜋𝜋 2 𝐸𝐸
𝜆𝜆2
= 𝑓𝑓𝑦𝑦 𝐴𝐴. Portanto, 𝜆𝜆𝑝𝑝𝑝𝑝 = � 𝑓𝑓𝑦𝑦

λ λ
Tomando-se λ0 = λ = , tem-se:
pi π2 E
� f
y

NR
λ ≤ λpi → λ0 ≤ 1 NR = Ny = fy A ∴ =1
Ny
π2 EI NR π2 E 1
λ > λpi → λ0 > 1 NR = Ncr = ∴ = λ2 f =
l2 Ny y λ0 2

Onde NR é a força normal resistente do material de comportamento elasto-plástico perfeito. A


relação entre NR/Ny x λ0 é apresentada na Figura 4.6.

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NR/Ny

1,0

λ0
1,0
Figura 4.6: Gráfico NR/Ny x λ0 para material elasto-plástico perfeito (Fonte: Silva e
Fruchtengarten, 2011)

Conforme mencionado, a abordagem de Euler apresenta uma série de restrições. As colunas reais
possuem imperfeições geométricas, tais como desvios de retilinidade, oriundas dos processos de
fabricação e nem sempre se pode garantir na prática a perfeita centralização do carregamento.
Neste caso o processo de flambagem ocorre com a flexão da barra desde o início do carregamento,
como indica a curva l da Figura 4.2.

Adicionalmente, as expressões de Euler para a carga crítica Pcr e para a tensão crítica σcr são válidas
dentro do regime elástico, isto é, para fcr < fy. Quando isto não acontece, ou seja, quando uma seção
da coluna começa a plastificar antes de atingir a carga de Euler, a coluna tem sua rigidez reduzida
devido à plastificação progressiva desta seção, atingindo a carga última Pc com um valor menor
do que Pcr (curva 2 da Figura 4.2).

Quando são consideradas as tensões residuais σr, como indicado na Figura 4.7 para um perfil I
soldado, a carga última Pc é reduzida ainda mais (curva 3 da Figura 4.2), já que nos pontos da
seção com tensão residual de compressão o início da plastificação ocorre precocemente.

Figura 4.7: Tensões residuais σr para um perfil I soldado (Fonte: Pfeil e Pfeil, 2009).

4.2.2 O efeito das imperfeições geométricas

Se tomarmos uma coluna simplesmente apoiada (Figura 4.8) com configuração inicial deformada
(para P=0) representada por y0(x), após a aplicação da carga P, a configuração deformadada coluna
aumentará de y(x), portanto, a deformada final será dada por y0(x)+ y(x):
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Figura 4.8: Coluna com configuração inicial deformada (Fonte: Reis e Camotin, 2001).

A equação diferencial, portanto, é alterada para levar em conta a configuração inicial já deformada:

d2y P( y + y 0 )
2
=− ⇔ EIy ' '+ Py = − Py 0
dx EI

Pode-se mostrar que o deslocamento total no meio do vão δt = δ0 + δ (ou, similarmente, yt = y0 +


y) de uma peça com curvatura inicial (imperfeição inicial no meio do vão δ0) submetida à
compressão (ver Figura 4.9) é dado por:

𝛿𝛿0
𝛿𝛿𝑡𝑡 = 𝛿𝛿0 + 𝛿𝛿 =
𝑁𝑁 (4.3)
(1 − 𝑁𝑁 )
𝑐𝑐𝑐𝑐

1
sendo N o fator de amplificação de flechas.
(1− )
Ncr

Figura 4.9: Coluna bi-rotulada com imperfeição geométrica (δ0) submetida à compressão axial
(Fonte: Pfeil e Pfeil, 2009).

Neste caso o processo de flambagem ocorre com a flexão da barra desde o início do carregamento,
sendo o momento fletor atuante uma função da excentricidade de aplicação de carregamento
(momento constante = N δt) ou de uma imperfeição devido à curvatura inicial do eixo da barra.

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Faz-se possível transformar-se o dimensionamento à flexão composta num dimensionamento à
compressão simples por meio de um fator de redução da capacidade resistente. Portanto, em
regime elástico, a tensão máxima ocorre na fibra mais comprimida da seção no meio do vão:

𝑁𝑁 𝑁𝑁 𝛿𝛿0
𝜎𝜎𝑚𝑚á𝑥𝑥 = +
𝐴𝐴 𝑊𝑊 (1 − 𝑁𝑁 )
𝑁𝑁𝑐𝑐𝑐𝑐
N
Denominando-se Af = 𝜒𝜒, σmáx = fy e sabendo-se que:
y

2 𝜒𝜒𝑙𝑙 2�
𝑁𝑁 𝜒𝜒𝐴𝐴𝑓𝑓𝑦𝑦 𝜒𝜒𝑙𝑙 𝑟𝑟 2 𝜆𝜆2
= = = = 𝜒𝜒 2 = 𝜒𝜒𝜆𝜆0 2
𝑁𝑁𝑐𝑐𝑟𝑟 𝜋𝜋 2 𝐸𝐸𝐸𝐸� 2 𝜋𝜋 2 𝐸𝐸� 𝐼𝐼� 2
𝜋𝜋 𝐸𝐸 𝜋𝜋 𝐸𝐸
𝑙𝑙 𝑓𝑓𝑦𝑦 𝐴𝐴 𝑓𝑓𝑦𝑦 𝑓𝑓𝑦𝑦

Substituindo e rearranjando, leva a:

Aδ0
𝜒𝜒 2 λ0 2 − 𝜒𝜒(1 + λ0 2 + )+1= 0
W

Resolvendo, tem-se:
2
𝛿𝛿0 𝐴𝐴 2 𝛿𝛿0 𝐴𝐴 2
�1 + + 𝜆𝜆 0 � − � �1 + + 𝜆𝜆 0 � − 4𝜆𝜆0 2
𝑊𝑊 𝑊𝑊 (4.4)
𝜒𝜒 =
2𝜆𝜆0 2

Que é conhecida como fórmula de Ayrton-Perry (1886) ou simplesmente fórmula de Perry, em


δ0 A
que W é um fator de imperfeição da barra (Silva e Fruchtengarten, 2011). Deve-se perceber que
a aplicação desta expressão corresponde a uma análise elástica limite da coluna, uma vez que a
reserva plástica é desconsiderada.

Para a aplicação prática da fórmula de Perry, deve-se conhecer o valor da imperfeição inicial no
meio do vão δ0. Robertson com base em resultados experimentais e medições de imperfeições em
colunas reais, percebeu que δ0 era proporcional a esbeltez do elemento, propondo:

𝛿𝛿0 𝐴𝐴
= 0,003λ
𝑊𝑊

A introdução deste valor na equação de Ayrton-Perry leva a expressão de Perry- Robertson (Figura
4.10), que ainda hoje serve de base para várias normas.

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Figura 4.10: Curva de Perry Robertson (Fonte: Reis e Camotin, 2001).

4.2.3 O efeito das tensões residuais

O diagrama tensão x deformação de uma peça com tensões residuais é apresentado na Figura 411.

Figura 4.11: Diagrama tensão-deformação para aço com tensão residual (Fonte: Pfeil e Pfeil,
2009).

Materiais com comportamento elasto-plástico não-ideal apresentam diagrama N/Ny x ε, conforme


Figura 4.12, surgindo uma região de transição entre no gráfico Nr/Ny ≤ N/Ny≤ 1,0.

σ
1,0
Nr/Ny

θ
ε
Figura 4.12: Gráfico N/Ny x ε para material elasto-plástico não-ideal

A esbeltez limite para aplicação da expressão de Euler, λr, pode ser determinada igualando-se a
força que provoca flambagem, Pcr, àquela que provoca a tensão correspondente ao limite de
proporcionalidade fp (Nr).

π2 EA
Assim, impondo-se Pcr = Nr tem-se = 𝑓𝑓𝑝𝑝 A então:
λr 2

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π2 E
λr = �
𝑓𝑓𝑝𝑝

Quando a peça for robusta, ou seja, λ ≤ λr, Engesser e Considére foram os primeiros a considerar,
separadamente, no século XIX, a utilização da carga crítica de Euler com a adoção de um módulo
de elasticidade reduzido, chamado de módulo de elasticidade tangente Et, como segue:

Et�
N𝑅𝑅 =
π2 𝐸𝐸𝑡𝑡 𝐴𝐴
= E Ny
λ2 λ0 2

O gráfico NR/Ny x λ0, ilustrado na Figura 4.13, teoricamente pode ser obtido tomando-se na Figura
Et�
N E
7, para cada N/Ny o valor de Et correspondente e calculando-se NR = :
y λ0 2

NR/Ny
1,

λ0
λr/λpi
Figura 4.13: Gráfico NR/Ny x λ0 para material com comportamento elasto-plástico não-ideal

No caso de tensões residuais, fp = fy - σr, sendo σr a tensão residual. A Figura 4.11 ilustra a
distribuição idealizada triangular de tensões residuais. Pode ser visto que para σmed < σp, todas as
fibras da seção se encontram no regime elástico, então:

𝑑𝑑𝜎𝜎𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚
𝑑𝑑𝑑𝑑 = 𝐴𝐴𝐴𝐴𝜎𝜎𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴 ⇒ = 𝐸𝐸
𝑑𝑑𝑑𝑑

Em contrapartida, quando σp ≤ σmed < σc, existem simultaneamente fibras da seção nos domínios
elástico e plástico. Deste modo, chamando Ae a área da seção no domínio elástico, tem-se:

𝑑𝑑𝜎𝜎𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 𝐴𝐴𝑒𝑒
𝑑𝑑𝑑𝑑 = 𝐴𝐴𝐴𝐴𝜎𝜎𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = 𝐴𝐴𝑒𝑒 𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸 ⇒ = 𝐸𝐸 = 𝜏𝜏𝜏𝜏 = 𝐸𝐸𝑡𝑡
𝑑𝑑𝑑𝑑 𝐴𝐴

Isto significa que o declive do diagrama Et é variável, representando a área da seção que ainda
permanece elástica. Assim, pode-se definir o parâmetro 𝜏𝜏 = 𝐴𝐴𝑒𝑒 ⁄𝐴𝐴, que representa a relação entre
a área elástica remanescente e a área da seção transversal.

Neste caso, então, representando a bifurcação do equilíbrio ocorrer acima de fp, para determinar a
carga crítica, pode-se definir outro parâmetro chamado de fator de redução plástica η, sendo dado
através da relação do momento de inércia da fase elástica (Ie) e o momento de inércia da seção
𝐼𝐼
transversal 𝜂𝜂 = 𝑒𝑒�𝐼𝐼 . Deste modo, a tensão crítica na coluna pode ser dada por:

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π2 𝐸𝐸𝐼𝐼𝑒𝑒 𝐼𝐼𝑒𝑒 π2 𝐸𝐸
σ𝑐𝑐𝑐𝑐 = = = 𝜂𝜂𝜎𝜎𝑒𝑒
Al2 𝐼𝐼 λ2

Se tomarmos uma distribuição de tensão residual de forma triangular, conforme Figura 4.12 (ver
Figura 4.14), tem-se:

𝐼𝐼𝑦𝑦𝑒𝑒 2𝑏𝑏𝑒𝑒 𝑡𝑡ℎ2 ⁄4 𝑏𝑏𝑒𝑒


𝜂𝜂𝑦𝑦 = ≈ = = 𝜏𝜏
𝐼𝐼𝑦𝑦 2𝑏𝑏𝑏𝑏ℎ2 ⁄4 𝑏𝑏

𝐼𝐼𝑧𝑧𝑒𝑒 2𝑏𝑏𝑒𝑒3 𝑡𝑡⁄12 𝑏𝑏𝑒𝑒 3


𝜂𝜂𝑧𝑧 = ≈ 3 = � � = 𝜏𝜏 3
𝐼𝐼𝑧𝑧 2𝑏𝑏 𝑡𝑡⁄12 𝑏𝑏

Figura 4.14: Efeito das tensões residuais (Fonte: Reis e Camotin, 2001).

Como se pode observar na Figura 4.14, para cada seção transversal deve haver duas curvas NR x λ0,
uma para a direção x-x e outra para y-y.

Por simplicidade, algumas normas adotam uma curva média. Esse é o caso da norma brasileira
NBR 8800:2008, que tem por base a norma norte-americana AISC (American Institute of Steel
Construction).

4.2.4 Comprimento de Flambagem

O comprimento de flambagem  f = K ⋅  de uma coluna é a distância entre os pontos de momento


nulo da barra comprimida, deformada lateralmente como indicado na Figura 4.15. Por exemplo,
para uma barra birrotulada o comprimento da flambagem é o próprio comprimento  da barra (K
= 1). Na Figura 4.15 estão indicados os valores teóricos do parâmetro de flambagem K para barras
com diferentes condições de vinculação. Os comprimentos de flambagem podem ser visualizados
pela forma da linha elástica da barra deformada, portanto por considerações puramente
geométricas. Eles podem também ser obtidos por processos analíticos.

Como nos pontos de inflexão da linha elástica o momento fletor é nulo, a carga crítica de uma
barra com qualquer tipo de vinculação é igual à carga crítica da mesma barra, birrotulada, com o
comprimento de flambagem  f = K ⋅  , onde K é o parâmetro de flambagem e  é o comprimento
real não contraventado (sem contenção lateral) da barra. Portanto, para uma barra qualquer com
comprimento real  a carga de flambagem, em regime elástico, dada pela Fórmula de Euler fica:

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π2 ⋅ E ⋅ I π2 ⋅ E ⋅ I
N cr = =
( )
f
2
( K ⋅  )2

Figura 4.15: Comprimentos de flambagem  f = K ⋅  (Fonte: Pfeil e Pfeil, 2009).

4.2.5 Flambagem por Torção e Flexo-Torção

Para algumas situações em que uma barra de seção aberta de paredes finas é submetida a uma
carga axial de compressão, ela poderá se instabilizar por torção, permanecendo com seu eixo
longitudinal reto. Este caso é típico de perfis em cruz, conforme mostra a Figura 4.16a.
Adicionalmente, uma combinação em flambagem por flexão e torção pode ocorrer, dando origem
a chamada flambagem por flexo torção. Este último caso pode ocorrer em seções perfis em que o
centro de gravidade não coincide com o centro de corte como, por exemplo, os perfis cantoneira,
conforme mostrado na Figura 4.16b.

(a (b)
Figura 4.16: (a) Flambagem por torção e (b) Flambagem por flexo-torção.

Analogamente a flambagem por flexão, a equação diferencial que rege o problema da flambagem
por torção pode ser determinada (Timoshenko, 1961):

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𝑑𝑑4 𝜙𝜙 𝑑𝑑 2 𝜙𝜙
𝐸𝐸𝐶𝐶𝑤𝑤 − �𝐺𝐺𝐺𝐺 − 𝜎𝜎 𝐼𝐼
𝑧𝑧 𝑝𝑝 � =0 (4.5)
𝑑𝑑𝑧𝑧 4 𝑑𝑑𝑧𝑧 2

Em que Ip é o momento polar de inércia. Esta equação é válida para seções transversais nas quais
o centro de corte é coincidente com o centro de gravidade. A solução leva a tensão crítica de
flambagem por torção:

1 𝜋𝜋 2 𝐸𝐸𝐶𝐶𝑤𝑤
𝜎𝜎𝑧𝑧 𝑐𝑐𝑐𝑐 = � 2 + 𝐺𝐺𝐺𝐺� (4.6)
𝐼𝐼𝑃𝑃 𝐿𝐿

Em que Cw é a constante de empenamento, G é o módulo de elasticidade transversal e J é o


momento de inércia a torção (torção de Saint-Venant).

Para cantoneiras, o centro de corte não coincide com o centro de gravidade, entretanto, a aplicação
da equação acima leva a aproximações razoáveis, pois a distância entre eles não é grande. De fato,
quando o centro de corte não é coincidente com o centro de gravidade, a flambagem ocorrerá
através de uma combinação entre flexão e torção. Nesta situação, três equações diferenciais (1)
flambagem por flexão em torno do eixo x, (2) flambagem por flexão em torno do eixo y e (3)
torção em relação ao centro de corte devem ser combinadas. Esta demonstração detalhada pode
ser encontrada em Timoshenko (1961).

4.3 Flambagem local

Conforme mencionado, a flambagem local é um fenômeno de instabilidade de placas. Ela ocorre


em elementos metálicos, pois estes são constituídos por chapas finas (i.e., placas carregadas no
seu plano, portanto, em estado plano de tensão), principalmente os perfis soldados de grandes
dimensões e os perfis formados a frio.

Ao serem carregadas, inicialmente, as placas sofrem um encurtamento devido à compressão axial


(trajetória carga-deslocamento de pré-flambagem) e, ao atingir a carga crítica, subitamente sofrem
translações normais ao seu plano médio, passando então a uma trajetória de pós-flambagem estável
(Figura 4.17).

Figura 4.17: Placa comprimida. Trajetórias de equilíbrio (Fonte: Reis e Camotin, 2001).

À medida que a placa evolui na trajetória de pós-flambagem, as deformações fazem surgir tensões
de tração de membrana que aumentam a rigidez da placa. Isto leva a que a placa resista ao aumento

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de carga para além da carga crítica. Como a trajetórias de pós-flambagem são relativamente
inclinadas, em alguns casos a carga de colapso pode chegar a valores três a quatro vezes superiores
à carga crítica (desde que a tensão de escoamento do material seja suficientemente elevada).
Assim, uma diferença fundamental entre os problemas de flambagem de barra e flambagem de
placa é o comportamento pós-flambagem. Considere-se o problema de uma placa retangular,
simplesmente apoiada, com dimensões axb (Figura 4.18).

Figura 4.18: Placa simplesmente apoiada sujeita a compressão (Fonte: Reis e Camotin, 2001).

Saint-Venánt, em 1883, estabeleceu a equação diferencial que traduz a superfície elástica de


flambagem de uma placa comprimida uniaxialmente:

𝜕𝜕 4 𝑤𝑤 𝜕𝜕 4 𝑤𝑤 𝜕𝜕 4 𝑤𝑤 𝜎𝜎𝜎𝜎 𝜕𝜕 2 𝑤𝑤
𝛻𝛻𝑤𝑤 ≡ + 2 + = −
𝜕𝜕𝑥𝑥 2 𝜕𝜕𝑥𝑥 2 𝜕𝜕𝑦𝑦 2 𝜕𝜕𝑦𝑦 2 𝐷𝐷 𝜕𝜕𝑥𝑥 2 (4.7)

𝐸𝐸𝑡𝑡 3
Em que D é a rigidez da placa e vale 𝐷𝐷 = 12(1−𝜈𝜈2), E é o módulo de elasticidade, ν é o Coeficiente
de Poisson, w(x, y) é o deslocamento transversal do plano média da placa, σ é a Tensão de
compressão aplicada e t é a espessura da placa.

Existem várias resoluções propostas para esta equação, cuja apresentação se considera fora do
âmbito deste trabalho, e que resultam na conhecida fórmula para o cálculo da tensão crítica de
flambagem da placa:

(𝑚𝑚𝑚𝑚) 𝜋𝜋 2 𝐸𝐸 𝑡𝑡 2
𝜎𝜎𝑏𝑏 = 𝐾𝐾𝑚𝑚𝑚𝑚 � � (4.8)
12(1 − 𝜈𝜈 2 ) 𝑏𝑏
2
𝑏𝑏 𝑛𝑛2 𝑎𝑎
Em que 𝐾𝐾𝑚𝑚𝑚𝑚 = �𝑚𝑚 𝑎𝑎 + 𝑚𝑚 𝑏𝑏� , sendo a o comprimento do bordo longitudinal não carregado da
placa, b comprimento do bordo transversal carregado, m o número de semi-comprimentos de onda
na instabilidade na direção longitudinal e n o número de semi-comprimentos de onda na
instabilidade na direção transversal.

Para se obter a tensão crítica, é necessário determinar a combinação de valores de m e n que


minimiza o valor de σb. Verifica-se que, independentemente do valor de m o mínimo de K se dá
para n = 1. Para o caso de placas longas, ou seja, com a > 4b, Km = 4 , o que significa que a placa
flamba com semi-comprimentos de onda longitudinais iguais à largura da placa. Assim, para
placas longas, vem:
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(𝑚𝑚𝑚𝑚) 𝜋𝜋 2 𝐸𝐸 𝑡𝑡 2
𝜎𝜎𝑏𝑏 = � � (4.9)
3(1 − 𝜈𝜈 2 ) 𝑏𝑏

Para outras condições de vínculo ao longo das bordas longitudinais, pode-se demonstrar que a
Equação 4.9 continua válida, mas com um coeficiente Kmn modificado, conforme mostra Tabela
1.

Tabela 4.1: Valores de K para distintas condições de contorno


Condições de vínculo Valor K
- 2 bordas engastadas 6,97
- 1 borda engastada, outra apoiada 5,42
- 2 bordas apoiadas 4,00
- 1 borda engastada, outra livre 1,28
- 1 borda apoiada, outra livre 0,425

Assim como para a flambagem global, desconsiderando a influência das tensões residuais e
supondo um diagrama elasto-plástico ideal, não haveria flambagem local em uma placa desde que:

𝜋𝜋 2 𝐷𝐷
𝜎𝜎𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 = 𝐾𝐾𝑚𝑚𝑚𝑚 ≥ 𝑓𝑓𝑦𝑦 (4.10)
𝑡𝑡𝑏𝑏 2

Substituindo o valor de D, obtém-se:

𝑏𝑏 𝐾𝐾𝑚𝑚𝑚𝑚 𝐸𝐸
≤� (4.11)
𝑡𝑡 1,106 𝑓𝑓𝑦𝑦

A fim de levar em conta a presença de tensões residuais e imperfeições geométricas, a


NBR 8800/08 reduz o valor encontrado na Equação (4.11), multiplicando por um coeficiente
empírico 0,7.

Conforme mencionado, placas apresentam um importante acréscimo de resistência após o


fenômeno de flambagem. Aumentando-se a força acima do valor que dá início a flambagem, a
região central não tem mais condições de suportar tensões adicionais, transferindo para as regiões
próximas dos apoios longitudinais, gerando uma tensão não uniforme na largura da placa,
conforme mostra Figura 4.19.

Na prática, seria incômodo trabalhar com o diagrama não uniforme real de tensões, por isso Von
Karman introduziu o conceito de larguras efetivas, que foi amplamente aceito em diferentes
normais internacionais. Assim, pode-se encontrar uma largura virtual (largura efetiva) denominada
be menor do que a largura real b, tal que:
𝑏𝑏
𝑏𝑏𝑒𝑒 𝑓𝑓𝑦𝑦 = � 𝜎𝜎𝜎𝜎𝜎𝜎
0

Logo, a carga que leva ao colapso pode ser determinada como 𝑁𝑁 = 𝑏𝑏𝑒𝑒𝑒𝑒 𝑡𝑡𝑓𝑓𝑦𝑦 . Cabe salientar que os
elementos com uma borda livre, como as abas de cantoneiras, possuem uma reserva pós-crítica
bem menor do que os elementos com duas bordas apoiadas.

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Figura 4.19: Flambagem de placas e comportamento pós-crítico (Fonte: Pfeil e Pfeil, 2009).

4.4 Abordagem da NBR 8800/08

Como já observado, devido aos efeitos de imperfeições geométricas e de tensões residuais, o


conjunto de valores de tensões últimas obtido em resultados experimentais tem a distribuição
ilustrada na Figura 4.20, estando abaixo da curva da coluna perfeita. Para colunas curtas os valores
experimentais de fc são maiores que fy devido ao encruamento do aço.

Figura 4.20: Variação da resistência de uma coluna birrotulada comprimida em função do índice
de esbeltez λ (Fonte: Pfeil e Pfeil, 2009).

A curva em linha cheia da Figura 4.20 (denominada curva de resistência à compressão com
flambagem, ou simplesmente curva de flambagem) representa o critério de resistência de uma
coluna, considerando os efeitos mencionados anteriormente. Nesta curva, podem ser observadas
três regiões:

• Colunas muito esbeltas (valores elevados de λ =  r ) onde ocorre flambagem em


regime elástico (fcr < fy) e onde fc ≅ fcr ;

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• Colunas de esbeltez intermediária, nas quais há maior influência das imperfeições
geométricas e das tensões residuais;
• Colunas curtas (valores baixos de λ =  r ), nas quais a tensão última fc, é tomada
igual à tensão de escoamento do aço fy.

Desta forma, as normas usualmente apresentam curvas de flambagem definidas com base em
resultados experimentais, evitando o trabalho de determinar a tensão no trecho inelástico.
Bjorhovde (1972) fez um amplo estudo de colunas submetidas a cargas centradas, cobrindo
diferentes formas, tipos de aço e processos de fabricação usados nos aços estruturais, o que levou
ao conceito de curvas múltiplas de flambagem, que era adotado na versão anterior na
NBR 8800/86.

Posteriormente, normas internacionais passaram a optar pela representação das diferentes


situações pela a adoção de uma curva única. A norma americana AISC e NBR 8800/08 adotaram
a curva chamada 2P definida pelo Structural Stability Research Council (SSRC), sendo descrita
pelo parâmetro adimensional χ:
2
(0,658𝜆𝜆0 )𝑓𝑓𝑦𝑦 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 𝜆𝜆0 ≤ 1,50
𝑓𝑓𝑐𝑐 = � 0,877
� 2 � 𝑓𝑓𝑦𝑦 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 𝜆𝜆0 > 1,50
𝜆𝜆0

𝑓𝑓
Em que 𝜒𝜒 = 𝑓𝑓𝑐𝑐 . A fim de permitir uma comparação entre as resistências de perfis com diferentes
𝑦𝑦
aços, a curva em linha cheia da Figura 4.20 é apresentada na norma Brasileira
ABNT NBR 8800:2008 com a relação fc/fy no eixo das ordenadas (eixo y), em função de um índice
de esbeltez normalizado ou reduzido ( λ0 ) no eixo das abscissas (eixo x):

λ K ⋅ r K ⋅ fy Ag ⋅ f y
λ0 = = = =
λ pl (π 2
⋅ E fy )
12
r π ⋅E
2
N cr

E que K é o coeficiente que define o comprimento efetivo de flambagem  f = K ⋅  e λ pl é o


valor do índice de esbeltez para o qual uma coluna perfeita flambaria ao atingir a tensão de
escoamento fy.

4.4.1 Resistência de cálculo segundo a NBR-8800

A força normal de compressão resistente de cálculo, Nc,Rd, de uma barra, considerando os estados
limites de flambagem por flexão, por torção ou flexo-torção e de flambagem local, deve ser
determinada pela expressão:

χ .Q. Ag . f y
N c , Rd = (4.12)
γ a1

Em que γa1 é o coeficiente de ponderação da resistência para compressão, igual a 1,10, χ é o fator
de redução associado à flambagem global, explicado no capítulo 2, Q é o coeficiente de flambagem
local, cujo valor deve ser obtido em 4.4.1c, Ag é a área bruta da seção transversal da barra e fy é a
resistência ao escoamento do aço.

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O fator de redução associado à resistência a compressão e deve ser determinado por

- para λ0 ≤ 1,5 : χ = 0,658 λ0


2

0,877
- para λ0 > 1,5 : χ =
λ20

O índice de esbeltez reduzido, λo, para barras comprimidas conforme explicado, é dado por:

Q Ag f y
λo = (4.13)
Ne

Em que Ne é a força normal de flambagem global elástica, obtida conforme 4.4.1a.

a) Força normal de flambagem global elástica (Ne)

Uma barra pode apresentar flambagem global por flexão, torção ou flexo-torção em virtude da
geometria de sua seção transversal, a saber:

a.1) Perfis com dupla simetria ou simétricos em relação a um ponto

A força normal de flambagem elástica, Ne, de um perfil com dupla simetria ou simétrico em relação
a um ponto é dada pelo menor entre os três:

- Flambagem por flexão em relação ao eixo principal de inércia x:

π 2E Ix
N ex = (4.14)
( K x Lx ) 2

- Flambagem por flexão em relação ao eixo principal de inércia y:

π 2E I y
N ey = (4.15)
(K y Ly ) 2

- Flambagem por torção em relação ao eixo logitudinal z:

1  π 2 E Cw 
N ez = 2  2
+ GJ  (4.16)
ro  ( K z Lz ) 

Em que KxLx é o comprimento de flambagem por flexão em relação ao eixo x, Ix é o momento de


inércia da seção transversal em relação ao eixo x, KyLy é o comprimento de flambagem por flexão
em relação ao eixo y, Iy é o momento de inércia da seção transversal em relação ao eixo y, KzLz é
o comprimento de flambagem por torção, E é o módulo de elasticidade do aço, Cw é a constante
de empenamento da seção, G é o módulo de elasticidade transversal do aço e IT é o momento de
inércia à torção uniforme.

O raio de giração polar da seção bruta em relação ao centro de torção, ro, é dado por:

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ro = (rx2 + ry2 + xo2 + y o2 ) (4.17)

Em que xo e yo são as coordenadas do centro de torção na direção dos eixos principais x e y,


respectivamente, em relação ao centróide da seção e rx e ry são os raios de giração em relação aos
eixos principais de inércia.

a.2) Perfis monossimétricos

A força normal de flambagem elástica, Ne, de um perfil com seção monossimétrica, cujo eixo y é
o eixo de simetria, é dada por:

- Flambagem elástica por flexão em relação ao eixo x:

π 2E Ix
N ex = (4.18)
( K x Lx ) 2

- Flambagem elástica por flexo-torção:

N ey + N ez  4 N ey N ez [1 − ( yo / ro ) 2 ] 
N eyz = 1 − 1 −  (4.19)
2[1 − ( y o / ro ) 2 ]  ( N ey + N ez ) 2 

onde Ney e Nez são as forças normais de flambagem elástica conforme item anterior. Caso o eixo
x seja o eixo de simetria, basta substituir x por y em a) e y por x e yo por xo em b).

a.3) Perfis assimétricos

A força normal de flambagem elástica, Ne, de um perfil com seção assimétrica (sem nenhum eixo
de simetria) é dada pela menor das raízes da seguinte equação cúbica:
2 2
  y 
(N e − N ex )(N e − N ey )(N e − N ez ) − N (N e − N ey ) xo
2
e
 − N e2 (N e − N ex ) o  = 0 (4.20)
 ro   ro 

Em que Nex, Ney, Nez, xo, yo e ro são definidos anteriormente.

a.3) Cantorneiras simples ligadas por uma aba

Os efeitos da excentricidade da força de compressão atuante em uma cantoneira simples podem


ser considerados por meio de um comprimento de flambagem equivalente, desde que essa
cantoneira:

a) seja carregada nas extremidades através da mesma aba;


b) seja conectada por solda ou por pelo menos dois parafusos na direção da solicitação,
e;
c) não esteja solicitada por ações transversais intermediárias.

Nesse caso, a força axial de flambagem elástica da cantoneira, Ne, é dada por:

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π 2 E I x1
N ex = (4.21)
( K x1 Lx1 ) 2

Em que Ix1 é o momento de inércia da seção transversal em relação ao eixo que passa pelo centro
geométrico e é paralelo à aba conectada e Kx1Lx1 é o comprimento de flambagem equivalente, dado
para os casos aplicáveis, como abaixo:

- Para cantoneiras de abas iguais ou de abas desiguais conectadas pela aba de maior largura, que
são barras individuais ou diagonais ou montantes de treliças planas com as barras adjacentes
conectadas do mesmo lado das chapas de nó ou das cordas:

• 0 ≤ Lx1/rx1 ≤ 80: Kx1Lx1 = 72rx1 + 0,75Lx1


• Lx1/rx1 > 80: Kx1Lx1 = 32rx1 +1,25Lx1 ≤ 200rx1

Em que Lx1 é o comprimento da cantoneira, tomado entre os pontos de trabalho situados nos eixos
longitudinais das cordas da treliça, rx1 é o raio de giração da seção transversal em relação ao eixo
que passa pelo centro geométrico e é paralelo à aba conectada.

Nas cantoneiras de abas desiguais com relação entre as larguras das abas de até 1,7 e conectadas
na menor aba, o produto Kx1Lx1 não pode ser tomado inferior ao valor:

𝑟𝑟
- 0,95𝐿𝐿𝑥𝑥1 �𝑟𝑟 𝑥𝑥1 �
𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚
𝑏𝑏 2
- dado nas alíneas anteriores, aumentado de 4 ��𝑏𝑏𝑒𝑒� − 1� 𝑟𝑟𝑥𝑥1
𝑠𝑠

Em que rmin é o raio de giração mínimo da cantoneira, be é a largura da maior aba da cantoneira e
bs é a largura da menor aba da cantoneira.

- Para cantoneiras de abas iguais ou de abas desiguais conectadas pela aba de maior largura, que
são diagonais ou montantes de treliças espaciais com as barras adjacentes conectadas do mesmo
lado das chapas de nó ou das cordas:

• 0 ≤ Lx1/rx1 ≤ 75: Kx1Lx1 = 60rx1 + 0,80Lx1


• Lx1/rx1 > 80: Kx1Lx1 = 45rx1 + Lx1 ≤ 200rx1

Nas cantoneiras de abas desiguais com relação entre as larguras das abas de até 1,7 e conectadas
na menor aba, o produto Kx1Lx1 não pode ser tomado inferior ao valor:

𝑟𝑟
- 0,82𝐿𝐿𝑥𝑥1 �𝑟𝑟 𝑥𝑥1 �
𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚
𝑏𝑏 2
- dado nas alíneas anteriores, aumentado de 6 ��𝑏𝑏𝑒𝑒� − 1� 𝑟𝑟𝑥𝑥1
𝑠𝑠

- Cantoneiras simples com ligações diferentes das descritas acima, com relação entre as larguras
das abas maior que 1,7 ou com forças transversais, devem ser tratadas como barras submetidas à
combinação de força axial e momentos fletores.

b) Valores do coeficiente de flambagem

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A Tabela 4.2 fornece os valores recomendados para o coeficiente de flambagem por flexão (Kx ou
Ky). O coeficiente de flambagem por torção, Kz, deve ser determinado por análise estrutural, ou,
simplificadamente, tomado igual a:

- 1,00, quando ambas as extremidades da barra possuírem rotação em torno do eixo longitudinal
impedida e empenamento livre;
- 2,00, quando uma das extremidades da barra possuir rotação em torno do eixo longitudinal e
empenamento livres e, a outra extremidade, rotação e empenamento impedidos.

c) Fator de flambagem local Q

A NBR 8800/08 classifica os elementos das seções transversais, excetuando-se as tubulares, em:

- AA - duas bordas longitudinais vinculadas (apoiadas), sendo também chamados de


elementos enrijecidos;
- AL - uma borda longitudinal vinculada e outra livre, sendo também chamados de
elementos não enrijecidos.

Se houver apenas elementos AL, Q = Qs; se houver apenas AA, Q = Qa. Define-se borda não
vinculada, ou não enrijecida, o elemento (mesa, aba ou qualquer chapa que a componha) que tenha
extremidade livre paralela ao esforço.

O tratamento dado pela norma é calcular um coeficiente Q≤1,0 que será tanto menor quanto mais
a seção for propensa a flambar localmente. Quando a relação de esbeltez dos elementos da seção
b b
  não superar os valores   dados na Tabela 4.3, considera-se a seção livre de flambagem
t  t  lim
b b
local. Quando >   deve-se calcular Q, que é dado por:
t  t  lim

Q = Qs .Qa (4.22)

Em que Qs é o fator de redução que leva em conta a flambagem local dos elementos AL e Qa é o
fator de redução que leva em conta a flambagem local dos elementos AA.

Tabela 4.2: Coeficiente de flambagem por flexão de elementos isolados


(a) (b) (c) (d) (e) (f)

A linha tracejada indica a


linha elástica de flambagem

Valores teóricos de K 0,5 0,7 1,0 1,0 2,0 2,0


Valores recomendados 0,65 0,80 1,2 1,0 2,1 2,0

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Rotação e translação impedidas


Rotação livre, translação impedida
Código para condição de apoio
Rotação impedida, translação livre
Rotação e translação livres

c.1) Elementos comprimidos AL

Os valores de Qs a serem usados são a seguir. Se existirem dois ou mais elementos AL com fatores
de redução Qs diferentes, deve-se adotar o menor destes fatores.

- elementos do grupo 3 da Tabela 4.3:

b fy E b E
Qs = 1,340 − 0,76 , para 0,45 < ≤ 0,91
t E fy t fy

0,53 E b E
Qs = 2
, para > 0,91
b t fy
fy 
t

- elementos do grupo 4 da Tabela 4.3:

b fy E b E
Qs = 1,415 − 0,74 , para 0,56 < ≤ 1,03
t E fy t fy

0,69 E b E
Qs = 2
, para > 1,03
b t fy
fy 
t

- elementos do grupo 5 da Tabela 4.3, projetados de perfis soldados:

b fy E b E
Qs = 1,415 − 0,65 , para 0,64 < ≤ 1,17
t E fy t fy

0,90 E k c b E
Qs = 2
, para > 1,17
b t fy
fy 
t

Com o coeficiente kc é dado por:

4
kc = , sendo 0,35 ≤ k c ≤ 0,763
h tw

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Em que, h é a altura da alma e tw é a espessura da alma.

- elementos do grupo 6 da Tabela 4.3:

b fy E b E
Qs = 1,908 − 1,22 , para 0,75 < ≤ 1,03
t E fy t fy

0,69 E b E
Qs = 2
, para > 1,03
b t fy
fy 
t

Em que b e t são a largura e a espessura do elemento, respectivamente (ver Tabela 4.3). Se


existirem dois ou mais elementos AL com fatores de redução Qs diferentes, deve-se adotar o menor
destes fatores.

c.2) Elementos comprimidos AA

Quando a relação largura/espessura de um elemento comprimido AA ultrapassa os valores


indicados na Tabela 4.3, deve ser determinada uma largura efetiva bef para esse elemento, como
indicado a seguir:
 
E  c E
bef = 1,92t 1 − a ≤b (4.23)
σ  b σ 
  t  
 

Em que, ca é um coeficiente, igual a 0,38 para mesas ou almas de seções tubulares retangulares e
0,34 para todos os outros elementos e σ é a tensão que pode atuar no elemento analisado, tomada
igual a:

σ = χf y (4.24)

Em que χ é obtido a partir da flambagem global, considerando Q = 1,0. Opcionalmente, de forma


conservadora, pode-se escolher σ = f y , b e t são respectivamente a largura e a espessura de um
elemento comprimido AA, conforme Tabela 4.3, e bef é a largura efetiva.

Determinadas as larguras efetivas de todos os elementos AA da seção, o valor Qa é definido pela


relação entre a área efetiva Aef e a área bruta Ag de toda a seção da barra:

Aef
Qa = (4.25)
Ag

Em que Aef = Ag − ∑ (b − bef )t , com o somatório estendendo-se a todos os elementos AA.

c.3) Paredes de seções tubulares circulares

Nas seções tubulares circulares, o coeficiente de flambagem local da parede é dado por:

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D E
- Q = 1,00 para ≤ 0,11
t fy

0,038 E 2 E D E
- Q= + para 0,11 < ≤ 0,45
D t fy 3 fy t fy

Em quem D é o diâmetro externo e t é a espessura da parede. Não é recomendada a utilização de


E
seções circulares com D/t superior a 0,45 .
fy

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Tabela 4.3: Valores de λ
Valores de λ
Elementos

Grupo
Descrição dos Exemplos com indicação de
(b/t)lim
Elementos bet

 Mesas ou almas de seções


tubulares retangulares E
1  Lamelas e chapas de 1,40
fy
diafragmas entre linhas de
parafusos ou soldas
AA

 Almas de seções I, H, ou
U
 Mesas ou almas de seção E
2 caixão 1,49
fy
 Todos os demais
elementos que não
integram o Grupo 1
 Abas de cantoneiras
simples ou múltiplas E
3 0,45
providas de chapas de fy
travejamento

 Mesas de seções I, H, T ou
U laminadas
 Abas de cantoneiras
ligadas continuamente ou
projetadas de seções I, H T E
4 0,56
ou U laminadas ou fy
soldadas
 Chapas projetadas de
AL

seções I, H, T ou U
laminadas ou soldadas

E
 Mesas de seções I, H T ou 0,64
5  fy 
U soldadas  
 kc 

E
6  Almas de seções T 0,75
fy

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5 BARRAS FLETIDAS

5.1 Generalidades

Denominam-se barras fletidas (flexão simples) as barras submetidas a cargas transversais ao seu
eixo longitudinal, sujeitas a momento fletor e esforço cortante. Uma barra fletida na horizontal é
denominada viga.

As barras fletidas (flexão simples) são encontradas nas estruturas de aço principalmente em vigas
dos sistemas contraventados de edifícios com ligações rotuladas. Nos pórticos de edifícios com
ligações rígidas as vigas podem estar submetidas a esforços normais, junto com momento fletor,
caracterizando a flexotração ou a flexocompressão.

Os tipos de seções transversais mais adequados para o trabalho à flexão são aqueles com maior
inércia no plano da flexão, isto é, com as áreas mais afastadas da linha neutra (eixo x). O ideal,
portanto, é concentrar as áreas em duas chapas, uma superior e uma inferior, ligando-as por uma
chapa fina. Assim, pode-se concluir que as vigas em forma de I (Figura 5.1) são as mais funcionais,
devendo, entretanto, seu emprego obedecer às limitações de flambagem. As vigas com muita área
próxima ao eixo neutro, como, por exemplo, peças maciças de seção quadrada ou circular,
trabalham com menor eficiência na flexão, isto é, para o mesmo peso de viga, têm menor
capacidade de carga.

bf

(a) (b)

Figura 5.1: Perfil série I simétrica: (a) laminado; (b) soldado.

A resistência à flexão das vigas pode ser afetada pela flambagem local da mesa (FLM), pela
flambagem local da alma (FLA) e pela flambagem lateral com torção (FLT).

A flambagem local é a perda de estabilidade das chapas comprimidas componentes do perfil


(Figura 5.2a), a qual reduz o momento resistente da seção.

Na flambagem lateral com torção a viga perde seu equilíbrio no plano de flexão (normalmente o
plano vertical) e passa a apresentar deslocamentos laterais e rotações de torção (Figura 5.2b). Para
evitar a flambagem de uma viga I, cuja rigidez à torção é muito pequena, é preciso prover
contenção lateral à viga.

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Flambagem por flexão da coluna


comprimida

Flambagem
local

Flambagem lateral com torção da viga

(a)
Empenamento da
seção do apoio

(b)

Figura 5.2: Flambagem de uma viga biapoiada fletida, formada por perfil I: (a) flambagem local;
(b) flambagem lateral com torção (Fonte: Pfeil e Pfeil, 2009).

A resistência ao esforço cortante de uma viga pode ser reduzida pela ocorrência de flambagem da
chapa de alma sujeita às tensões cisalhantes.

Na Figura 5.3 são apresentados os tipos de perfis mais utilizados para vigas. Os perfis da Figura
5.3a, 5.3c e 5.3d são laminados. Os perfis W, de abas com espessura constante (Figura 5.3d), são
fabricados no Brasil com alturas até 610 mm.

Figura 5.3: Tipos usuais de perfis para vigas (Fonte: Pfeil e Pfeil, 2009).

As Figuras 5.3b, 5.3e e 5.3f mostram seções de vigas formadas por associação de perfis laminados
simples. A Figura 5.3g mostra um perfil I formado por chapas soldadas.

Para obras com grandes vãos usam-se vigas de alma cheia, fabricadas em seção I ou caixão. Até a
metade do século XX as vigas fabricadas eram rebitadas, ou seja, a ligação da alma com as mesas
era feita através de cantoneiras e rebites. Com o desenvolvimento da solda, as vigas rebitadas
tornaram-se antieconômicas, caindo em obsolescência.

As vigas têm por finalidade suportar cargas normais ao seu eixo longitudinal e os perfis mais
utilizados para vigas são os de seção I ou H (laminados ou soldados). Na maioria dos casos as
cargas são aplicadas no plano da alma do perfil, produzindo assim flexão em relação ao eixo de
maior momento de inércia do perfil (eixo x).

No dimensionamento de vigas devem ser verificados os seguintes estados limites:


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• Estados limites últimos (ELU):
a) Resistência ao momento fletor;
b) Resistência ao esforço cortante (cisalhamento);
c) Flambagem local da mesa comprimida (FLM);
d) Flambagem local da alma (FLA);
e) Flambagem lateral com torção (FLT).

• Estados limites de serviço (ELS):


a) Deformações máximas;
b) Vibrações excessivas.

Na verificação dos estados limites últimos (ELU) de vigas sujeitas à flexão simples devem ser
determinadas a resistência de projeto ao momento fletor (Rdm) e a resistência de projeto ao esforço
cortante (Rdv) para compará-las com as respectivas solicitações de projeto nas seções críticas (Sdm
e Sdv), além da verificação da flambagem local (FLA e FLM) e da flambagem lateral com torção
(FLT).

Na prática, a maior parte das vigas são contidas lateralmente, pela laje ou outros dispositivos
(contenção lateral contínua). Neste caso, o estado limite da flambagem lateral com torção (FLT)
não precisa ser verificado.

Para os estados limites de serviço (ELS) de vigas sujeitas à flexão simples devem ser verificados
os deslocamentos máximos das vigas.

5.2 Efeito do Momento Fletor

5.2.1 Plastificação

Na Figura 5.4 é mostrado o comportamento de uma viga de aço biapoiada sob carga distribuída
crescente, através da relação momento x curvatura da seção mais solicitada e dos diagramas de
tensões normais nesta seção.

σmax = fy

σmax = fy

σmax < fy

Figura 5.4: Viga biapoiada submetida a um carregamento crescente (Fonte: Pfeil e Pfeil, 2009).

Admitindo que não há flambagem local (FLA e FLM) ou flambagem lateral com torção (FLT) da
viga, o comportamento será linear enquanto a tensão máxima for menor que a tensão de
escoamento do aço. A teoria de vigas (Euler-Bernoulli) postula que para uma barra de seção reta
com dois eixos de simetria (Figura 5.5 e 5.6), em regime elástico, submetida a momento fletor
atuante em um plano paralelo ao eixo longitudinal que contenha um dos eixos de simetria da seção,
as tensões normais podem ser calculadas por:

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M M
σ= y ⇒ σ max = < fy
I W

Em que σ é a tensão normal num ponto P, M é o momento fletor atuante na seção, y é a distância
do ponto P ao eixo x, ymax é a distância do centro de gravidade da seção transversal até a fibra
extrema (ymax = d/2), I é o momento de inércia da seção em torno do eixo de flexão e W = I/ymax é
o módulo elástico da seção, em torno do eixo de flexão.

Então, o momento que leva a peça ao limiar do escoamento (limite elástico) é dado por:

M y = W. f y (5.1)

σc

b
σP
P
x σc
d y
σP
P
y
M d

σt σt
Figura 5.5: Tensões normais em uma seção submetida a momento fletor.

εc = εy fy

L z
d
d
d 3
2 T
d
fy 6
b εt = εy

(a) seção (b) deformações (c) tensões

Figura 5.6: Limite elástico a flexão de uma seção retangular.

Note que agora foi utilizado o sub-índice y denotando escoamento (yield). O momento My
caracteriza o limite do comportamento elástico da peça, isto é, qualquer incremento no valor do
momento fletor vai provocar incremento não linear nas tensões. Para momentos atuantes de valores
iguais ou menores do que My as deformações são reversíveis, isto é, todas as fibras submetidas a
tensões maiores do que o limite elástico apresentarão deformações residuais uma vez cessada a
solicitação. Para momentos atuantes maiores do que My as deformações não desaparecem
totalmente após a descarga.

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A Equação 5.1 mostra que uma seção submetida ao momento My tem, atuando em sua fibra mais
solicitada, a tensão de escoamento, ou seja, o alongamento dessa fibra é o alongamento εy. Se,
agora, é dado um incremento de deformação (giro) na seção, mais fibras vão atingir ou ultrapassar
o alongamento εy nas quais as tensões permanecem constantes no valor fy, de acordo com o
diagrama tensão-deformação idealizado, mostrado na Figura 5.7. Diz-se, então, que a seção está
se plastificando, pois as deformações das fibras que ultrapassam o limite de proporcionalidade não
são mais reversíveis.

σ
fy

εy ε
Figura 5.7: Diagrama tensão/deformação de material elasto-plástico ideal.

Como pode se perceber, o momento My não representa a capacidade resistente da viga à flexão, já
que é possível continuar aumentando carga, e consequentemente o momento da seção. À medida
que a deformação (giro da seção) aumenta, maior fica o patamar de tensões constantes (Figura
5.8c). No limite, quando as deformações longitudinais tendem a infinito, obtém-se um diagrama
de tensões como o da Figura 5.8d, dizendo-se que a seção está totalmente plastificada.

εc

εy Rc
LN zc
d
zt

Rt
εt
b fy fy

(a) seção (b) deformações (c) parcial (d) total


Figura 5.8: Plastificação total de uma seção retangular.

Sendo A = Ac+At a área da seção transversal retangular, a força resultante de tração vale Rt = Atfy
e a força resultante de compressão é igual a Rc = Acfy. Assim, fazendo o equilíbrio à translação:

Rc − Rt = 0 ⇒ Ac f y = At f y ∴ Ac = At = A / 2

Esta condição leva a conclusão de que a linha neutra plástica (LNP) é a linha que divide a seção
transversal em duas áreas iguais. Vale lembrar que a linha neutra elástica (LNE) é no centro de

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gravidade da seção transversal, ou seja, para seções duplamente simétricas, LNP e LNE são
coincidentes (na metade da altura).

Do equilíbrio a rotação:

M pl = Rc .z c + Rt .z t = f y ( A 2 z c + A 2 z t )

Em que zc e zt são os braços de alavanca internos. Notando que o termo entre paretênses é uma
propriedade geométrica da seção transversal, pode-se agrupar:

M pl = Z . f y (5.2)

Em quem Z é o módulo plástico da seção.

A relação entre os módulos plástico e elástico é denominada de coeficiente de forma da seção, e


pode representar a resistência adicional que a seção possui após o início do escoamento. Para
algumas das seções mais usuais, esta relação vale:

Seções circulares: Z/W = 1,70


Seções retangulares: Z/W = 1,50
Seções “I” (duplamente simétrica): Z/W ≅1,12

Uma vez atingido o momento plástico Mpl, a seção não mais oferece resistência à rotação,
comportando-se como uma rótula, condição conhecida como rótula plástica. Em uma viga
simplesmente apoiada, a rótula plástica coloca a viga numa situação de instabilidade, conhecida
como mecanismo de colapso (Figura 5.9).

Figura 5.9: Formação da rótula plástica (Fonte: Pfeil e Pfeil, 2009).

A adoção de um diagrama elásto-plástico ideal para o aço é uma aproximação. Para deformações
de valores até não muito maiores do que os da deformação de escoamento a aproximação é
adequada. Em determinados casos, a deformação das fibras mais afastadas pode ser muito grande,
acarretando a ruptura do material antes da plastificação total da seção. Por isso, a NBR 8800/08
limita o valor da relação entre o módulo plástico e o módulo elástico em 1,5.

Adicionalmente, considerando que as tensões residuais estão sempre presentes nos perfis
metálicos, causada, por exemplo, pelo resfriamento desuniforme das vigas laminadas ou soldadas,
o início do escoamento se dará em um valor inferior do que My, como pode ser visto na Figura
5.10. Pode ser visto que as tensões residuais antecipam o início do escoamento, entretanto, não
afetam o momento último da seção Mpl.

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Mpl = Z.fy

My = W.fy Sem efeito de σr


Mr = W(fy-σr)
Com efeito de σr

φ
εy
Figura 5.10: Diagrama momento/rotação de uma seção de viga.

O momento residual é o momento que leva a fibra mais solicitada ao limite elástico, isto é, quando
a máxima tensão de compressão atinge o valor fy. É definido como:

M r = W .( f y − σ r ) (5.3)

A NBR-8800 estabelece que a tensão residual seja adotada σr = 0,3.fy que leva ao momento
residual:

M r = W .0,7. f y

5.2.2 Flambagem local

Nem todas as seções são capazes de desenvolver tensões e deformações tais que atinjam o estado
de plastificação (Mpl), devido ao fenômeno de flambagem local. Seções de paredes grossas têm
bom desempenho, chegando à plastificação, enquanto que vigas de paredes finas podem sofrer
instabilidade local para baixas tensões normais de compressão na flexão.

Para prevenir a ocorrência da flambagem local deve-se limitar a relação largura/espessura


(λ = b/t) da mesa comprimida e da alma do perfil da viga (Figura 5.12). A NBR 8800/2008
estabelece as relações largura/espessura limites para seções compactas (λp) e semicompactas (λr).
As seções que não são classificadas como compactas nem semicompactas são consideradas
esbeltas (ver Figura 5.11). A saber:

• Seção compacta (λ ≤ λp): quando a seção pode atingir a plastificação total antes de
qualquer outra instabilidade, ou seja, alcançar o momento de plastificação Mpl , além
de exibir suficiente capacidade de rotação inelástica para configurar uma rótula
plástica;
• Seção semicompacta (λp < λ ≤ λr): quando a flambagem local ocorre após a seção ter
desenvolvido plastificação parcial, isto é, com um momento maior do que My, mas sem
apresentar significativa rotação;
• Seção esbelta (λr < λ): quando a flambagem local ocorre antes que seja atingido o
momento de início de plastificação My na seção.

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Mn Seção compacta
Seção semi-
esbelta

Mpl
Seção
Mr esbelta

λ
0 λp λr
Figura 5.11: Momento resistente em função da esbeltez

Figura 5.12: Notações utilizadas para efeito de flambagem local sobre a resistência à flexão de
vigas I ou H com um ou dois eixos de simetria: (a) perfil laminado; (b) perfil soldado (Fonte:
Pfeil e Pfeil, 2009).

Os elementos comprimidos de um perfil podem estar em diferentes classes. O perfil como um todo
é classificado pelo caso mais desfavorável.

O problema de flambagem local na flexão também deve ser tratado como um problema de
flambagem de placa. As mesas dos perfis de seção abertas podem ser assimiladas a chapas com
uma borda apoiada e a outra livre e, as almas e as mesas de perfis caixão se assimilam a chapas
com as duas bordas apoiadas, definindo comportamentos diferentes, limitados pelos estados
limites de Flambagem local da mesa (FLM) e a Flambagem local da alma (FLA), respectivamente.
Diferentemente da compressão, na flexão uma parte da seção fica tracionada, o que garante maior
estabilidade na seção e permite determinar os parâmetros referentes à flambagem com menos rigor
do que foi considerado, não necessitando da análise particular introduzida com os efeitos devidos
à pequena espessura das chapas, fatores Qs e Qa.

As mesas dos perfis abertos, na flexão, são submetidas a tensões de compressão que se distribuem
ao longo da largura da chapa, uniformemente no inicio do carregamento e, com a continuação e
aumento do carregamento as tensões alteram a sua distribuição, concentrando-se próximo da
ligação com a alma, que é a região da seção com maior resistência à deformações.

O valor teórico do coeficiente K, para este caso, é 0,425, entretanto, as especificações costumam
adotar valores maiores, confirmados em ensaios. A NBR 8800/08 adota 0,76 a fim de levar em
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conta a contribuição da alma à rigidez da mesa, conduzindo para a tensão crítica de flambagem
elástica da mesa:

𝐸𝐸
𝜎𝜎𝑐𝑐𝑐𝑐 = 0,69 (5.4)
𝜆𝜆2

Igualando esta expressão à tensão de proporcionalidade, encontra-se a expressão para a esbeltez


da chapa no limite de aplicação da flambagem elástica:

𝐸𝐸
𝜆𝜆𝑟𝑟 = 0,83� (5.5)
𝑓𝑓𝑦𝑦 − 𝜎𝜎𝑟𝑟

A esbeltez para que não ocorra flambagem, é determinada considerando a chapa com o coeficiente
teórico, pois próximo da plastificação a contribuição da alma deve ser desprezada.

𝐸𝐸
𝜆𝜆𝑝𝑝 = 0,38� (5.6)
𝑓𝑓𝑦𝑦

As almas dos perfis metálicos são assumidas como chapas engastadas em suas bordas e submetidas
a tensões contidas no seu plano, com variação linear ao longo da altura, tracionando e comprimindo
metades alternadas da altura da chapa. Para esta situação de carregamento os valores para as
esbeltez limites entre a plastificação e a flambagem inelástica são determinados por meio da
mesma expressão de flambagem elástica de chapas. Os valores para o coeficiente k consideram o
engastamento das bordas da chapa e a influência das tensões residuais é desconsiderada. Para os
perfis laminados, são fornecidas:

𝐸𝐸 𝐸𝐸
𝜆𝜆𝑝𝑝 = 3,76�𝑓𝑓 e 𝜆𝜆𝑅𝑅 = 5,7�𝑓𝑓 (5.7)
𝑦𝑦 𝑦𝑦

Entretanto, para as almas não é considerada a flambagem elástica, pois quando ocorre o valor de
λ maiores que λr a viga é classificada como esbelta e o dimensionamento é particularizado. O
Anexo H da NBR 8800/08 é exclusivamente dedicado a este problema. Pode ser observado que as
seções esbeltas praticamente não ocorrem nos perfis laminados ou soldados fabricados em série e,
mesmo nos perfis soldados projetados, sua ocorrência não é comum.

Concluindo, o perfil apresentará flambagem local elástica quando (λ > λ r ) , sendo Mn=Mcr. Para
(λ ≤ λ p ) ocorrerá plastificação e Mn=Mpl=Zfy. Por fim, ocorrerá flambagem inelástica para valores
de λ, intermediários entre λp e λr e os valores do momento resistente são obtidos por interpolação
linear:

𝜆𝜆 − 𝜆𝜆𝑝𝑝
𝑀𝑀𝑛𝑛 = �𝑀𝑀𝑝𝑝𝑝𝑝 − �𝑀𝑀𝑝𝑝𝑝𝑝 − 𝑀𝑀𝑟𝑟 � � (5.8)
𝜆𝜆𝑟𝑟 − 𝜆𝜆𝑝𝑝

Cabe salientar que a MRd, que é definido como o momento resistente de projeto, pode ser obtido
dividindo-se Mn pelo coeficiente de resistência MRd = Mn/γa1.

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A norma NBR 8800/08 fornece os demais valores dos limites e das resistências para todas as
seções aplicáveis.

5.2.3 Flambagem lateral com torção

Uma barra reta submetida a momentos iguais (e positivos) em suas extremidades tem a parte,
acima do plano neutro, comprimida e a parte abaixo tracionada. As tensões de compressão variam
com a distância à linha neutra e têm uma resultante que atua a partir das seções onde estão
aplicados os momentos, comprimindo a parte superior da viga, da mesma maneira que uma coluna
sob a ação de uma força R. Esta força pode levar o talão comprimido a instabilidade geométrica
(flambagem) tal como ocorre em uma coluna, conforme mostrado na Figura 5.14.

Figura 5.13: Flambagem lateral com torção (Fonte: Unesp)

Se o plano do momento fletor coincidir com o eixo de menor inércia da seção transversal da peça,
pode ocorrer flambagem em torno deste eixo, fazendo-se analogia com o comportamento de peças
sob compressão. Por outro lado, a parte inferior da viga é tracionada e tende a manter a linha reta.
Como as partes tracionada e comprimida são continuamente ligadas através da alma, o efeito
estabilizador oriundo da região tracionada faz com que a instabilidade seja caracterizada por um
deslocamento lateral acrescido de uma rotação. Este fenômeno é chamado de flambagem lateral
com torção, mostrado nas Figuras 5.13 e 5.14.

A flambagem lateral pode ser restritiva à resistência da haste. Pode ocorrer antes da ruína por
plastificação ou por flambagem local, fenômenos já estudados. O comportamento de uma viga
quanto à flambagem lateral depende de vários fatores:

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• Esbeltez transversal da mesa comprimida: o momento de inércia da mesa, em relação ao eixo
paralelo ao do plano do momento (eixo vertical ou eixo lateral) tem grande importância, pois
quanto maior o momento de inércia transversal, maior a resistência à flambagem lateral. É
importante saber que não há flambagem lateral em vigas fletidas em torno de seu eixo de menor
inércia.

carga na
viga

a) b)
Figura 5.14: Flambagem lateral: (a) posição inicial antes da flambagem, (b) posição deslocada
após a flambagem.

• Comprimento não contraventado: Para que haja flambagem lateral é necessário que a mesa possa
se deslocar transversalmente e girar em torno de seu eixo longitudinal. Peças com
contraventamento contínuo não estão sujeitas à flambagem lateral, como é o caso das vigas que
suportam lajes de concreto, ou qualquer piso ligado continuamente como chapas de aço, etc.

• Rigidez à torção da seção: Seções com grande rigidez à torção têm, obviamente, melhor
comportamento quanto à flambagem lateral.

A determinação da carga crítica de flambagem lateral com torção é feita estabelecendo o equilíbro
na configuração deformada para um par de momento atuando nas extremidades de uma viga
biaopiada (momento uniforme).

Figura 5.15: Flambagem lateral: equilíbrio na configuração deformada (Fonte: Sáles, 2009).

Observando na Figura 5.15 que as coordenadas globais X, Y, Z, são fixas no espaço, as


coordenadas locais x, y, z acompanham a seção da viga nos deslocamentos e os deslocamentos u,
v, φ e α representam translação em x, translação em y, rotação em φ e rotação em α,
respectivamente, pode-se determinar as solicitações na seção transversal para a configuração
deformada:

𝑀𝑀𝑥𝑥 = 𝑀𝑀 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝛼𝛼 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 ∅

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𝑀𝑀𝑦𝑦 = 𝑀𝑀 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝛼𝛼 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 ∅
𝑀𝑀𝑧𝑧 = 𝑀𝑀 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝛼𝛼
𝑑𝑑𝑑𝑑
Admitindo ser válido cos ∅ ≅ cos α ≅ 1,0, 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 ∅ ≅ 𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 ∅ ≅ ∅ e 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝛼𝛼 ≅ 𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 𝛼𝛼 ≅ 𝑑𝑑𝑑𝑑
, tem-se que
𝑑𝑑𝑑𝑑
𝑀𝑀𝑥𝑥 ≅ 𝑀𝑀 (flexão em x), 𝑀𝑀𝑦𝑦 ≅ 𝑀𝑀∅ (flexão em y) e 𝑀𝑀𝑧𝑧 ≅ 𝑀𝑀 𝑑𝑑𝑑𝑑 (torção em z).

Lembrando as teorias de flexão e flexo-torção, tem-se:

𝑑𝑑2 𝑣𝑣 𝑀𝑀𝑥𝑥 𝑀𝑀
2
=− =− (5.9)
𝑑𝑑𝑧𝑧 𝐸𝐸𝐼𝐼𝑥𝑥 𝐸𝐸𝐼𝐼𝑥𝑥

𝑑𝑑2 𝑢𝑢 𝑀𝑀𝑦𝑦 𝑀𝑀∅


= − = − (5.10)
𝑑𝑑𝑧𝑧 2 𝐸𝐸𝐼𝐼𝑦𝑦 𝐸𝐸𝐼𝐼𝑦𝑦

𝑑𝑑∅ 𝑑𝑑3 ∅ 𝑑𝑑𝑑𝑑


𝐺𝐺𝐼𝐼𝑡𝑡 − 𝐸𝐸𝐶𝐶𝑤𝑤 3 = 𝑀𝑀𝑧𝑧 = 𝑀𝑀 (5.11)
𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑑𝑑𝑧𝑧 𝑑𝑑𝑑𝑑

Derivando a última expressão uma vez em relação a z, obtém-se GIt ∅′′ − ECw ∅iv = Mu′′.
Substituindo:

𝑑𝑑4 ∅ 𝑑𝑑 2 ∅ 𝑀𝑀2 ∅
𝐸𝐸𝐶𝐶𝑤𝑤 − 𝐺𝐺𝐼𝐼𝑡𝑡 − =0 (5.12)
𝑑𝑑𝑧𝑧 4 𝑑𝑑𝑧𝑧 2 𝐸𝐸𝐼𝐼𝑦𝑦

Esta é a equação diferencial do problema de flambagem lateral com torção. A solução desta
equação é:

𝜋𝜋 𝜋𝜋 2
𝑀𝑀𝑐𝑐𝑐𝑐 = �𝐺𝐺𝐼𝐼𝑡𝑡 𝐸𝐸𝐼𝐼𝑦𝑦 + 𝐸𝐸𝐼𝐼𝑦𝑦 𝐸𝐸𝐶𝐶𝑤𝑤 � � (5.13)
𝐿𝐿𝑏𝑏 𝐿𝐿𝑏𝑏

𝜋𝜋𝜋𝜋𝐼𝐼𝑦𝑦
Eliminado os termos semelhantes, retirando da raiz a relação �𝐿𝐿 , substituindo G = 0,385E e
𝑏𝑏
simplificando para melhorar a apresentação, a equação pode ser reescrita na forma:

2
𝜋𝜋 2 𝐸𝐸𝐼𝐼𝑦𝑦 𝐶𝐶𝑤𝑤 𝐼𝐼𝑡𝑡 𝐿𝐿2𝑏𝑏
𝑀𝑀𝑐𝑐𝑐𝑐 = � �1 + 0,039 �
𝐿𝐿2𝑏𝑏 𝐼𝐼𝑦𝑦 𝐶𝐶𝑤𝑤

Em que Lb é o comprimento não contraventado da viga. Para se levar em conta situações em que
a viga possua momento fletor variável, a NBR 8800/08 introduz um fator de correção Cb:
ñ𝑢𝑢𝑢𝑢 𝑢𝑢𝑢𝑢
𝑀𝑀𝑐𝑐𝑐𝑐 = 𝐶𝐶𝑏𝑏 𝑀𝑀𝑐𝑐𝑐𝑐 (5.14)

Para a determinação do valor deste coeficiente foram desenvolvidas e aplicadas diversas fórmulas,
ajustadas por ensaios e muitas consagradas pelo uso, por este motivo, as normas técnicas
recomendam equações diferentes, mas que costumam conduzir a resultados bem semelhantes.

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As equações deduzidas neste item são válidas para o trecho onde ocorre a flambagem elástica e
que é delimitado pelo parâmetro de esbeltez λr. Para valores de esbeltez menores que este limite
ocorre a flambagem inelástica, e o momento resistente pode ser calculado por interpolação linear.

Similarmente à flambagem local, pode-se dividir o comportamento de uma viga destravada


lateralmente em três regiões, conforme a Figura 5.16. Chamando-se de Lb ao comprimento não
L
contraventado e de λ = b , o parâmetro de esbeltez, sendo y o eixo lateral, tem-se:
ry
• Vigas curtas (λ ≤ λ p ): não há flambagem lateral. Ocorre a plastificação total da seção
sem que ocorra flambagem lateral.
• Vigas longas (λ > λr ) : ocorre flambagem lateral antes que as fibras mais solicitadas
atinjam a tensão de escoamento. O momento resistente nominal Mn será o valor
denominado momento crítico Mcr que deve ser calculado.
• Vigas intermediárias (λ p < λ ≤ λ r ) : o limite de resistência destas vigas é a
flambagem lateral inelástica, isto é, a flambagem lateral ocorre simultaneamente ao
escoamento de algumas fibras da seção.

Mn Plastificação
Interpolar
entre Mpl e Mr

Mpl
Momento
Mr crítico

λ
0 λp λr
Figura 5.16: Relação esbeltez vs flambagem lateral com torção

Nesta expressão, Mr representa o momento residual, assim denominado por ser determinado como
o produto da tensão residual pelo módulo de resistência elástico à flexão do perfil, ou seja:

Mr = Wx(fy - σr)

Como a norma estabelece o valor das tensões residuais em 30% da tensão de escoamento, a
equação anterior pode ser simplificada para:

Mr = 0,7fyWx

Os valor de λr pode ser determinado igualando o momento crítico ao momento Mr. Por exemplo,
para determinar a expressão de λr em vigas de seção aberta e bi-simétricas:

𝐶𝐶𝑏𝑏 𝜋𝜋 1 𝜋𝜋 2 𝐸𝐸 𝐴𝐴�𝑑𝑑 − 𝑡𝑡𝑓𝑓 2 �


𝑀𝑀𝑟𝑟 = 𝑊𝑊𝑥𝑥 �𝑓𝑓𝑦𝑦 − 𝜎𝜎𝑟𝑟 � = 𝑀𝑀𝑐𝑐𝑐𝑐 = �𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐼𝐼𝑡𝑡 � 1 +
𝜆𝜆 𝜆𝜆2 4𝐺𝐺 𝐼𝐼𝑡𝑡

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Obtém-se:

1,38�𝐼𝐼𝑦𝑦 𝐼𝐼𝑡𝑡 27𝐶𝐶𝑤𝑤 𝛽𝛽1


𝜆𝜆 = 𝜆𝜆𝑟𝑟 = �1 + �1 +
𝑟𝑟𝑦𝑦 𝐼𝐼𝑡𝑡 𝛽𝛽1 𝐼𝐼𝑦𝑦

�𝑓𝑓𝑦𝑦 −𝜎𝜎𝑟𝑟 �𝑊𝑊


Como consta da norma, mas incluída a relação: 𝛽𝛽1 = . Os valores de λp, são obtidos
𝐸𝐸𝐼𝐼𝑡𝑡
considerando a viga como coluna curta, ou seja, para perfis I e “U”:

𝜆𝜆𝑝𝑝 = 1,76�𝐸𝐸 ⁄𝑓𝑓𝑦𝑦 (5.15)

Concluindo, similarmente a flambagem local, o perfil apresentará flambagem elástica quando


(λ > λr ) , sendo Mn=Mcr. Para (λ ≤ λ p ) ocorrerá plastificação e Mn=Mpl=Zfy. Por fim, ocorrerá
flambagem inelástica para valores de λ, intermediários entre λp e λr e os valores do momento
resistente são obtidos por interpolação linear:

𝜆𝜆 − 𝜆𝜆𝑝𝑝
𝑀𝑀𝑛𝑛 = �𝑀𝑀𝑝𝑝𝑝𝑝 − �𝑀𝑀𝑝𝑝𝑝𝑝 − 𝑀𝑀𝑟𝑟 � � (5.16)
𝜆𝜆𝑟𝑟 − 𝜆𝜆𝑝𝑝

Cabe salientar que a MRd, que é definido como o momento resistente de projeto, pode ser obtido
dividindo-se Mn pelo coeficiente de resistência MRd = Mn/γa1.

5.3 Resistência ao esforço cortante

A teoria técnica de vigas fornece a seguinte expressão para determinar a tensão de cisalhamento
desenvolvida na flexão:

𝑉𝑉𝑄𝑄𝑠𝑠
𝜏𝜏 = (5.17)
𝑏𝑏𝑏𝑏

Em que V é o esforço cortante, Qs é o momento estático da área acima da linha em estudo, em


relação a linha neutra da seção, b é a largura (ou espessura) da seção na linha de estudo e I é o
momento de inércia da seção em relação ao eixo de flexão.

Para um Perfil I, as tensões de cisalhamento são praticamente absorvidas pela alma, em função da
2
significativa espessura inferior. Então, simplificadamente, pode-se fazer 𝐼𝐼 ≅ 2𝐴𝐴𝑓𝑓 (ℎ⁄2) =
𝐴𝐴𝑓𝑓 ℎ2 ⁄2 e 𝑀𝑀𝑠𝑠 ≅ 𝐴𝐴𝑓𝑓 ℎ⁄2 resultando:

𝑉𝑉𝐴𝐴𝑓𝑓 ℎ⁄2 𝑉𝑉 𝑉𝑉
𝜏𝜏 ≅ = = (5.18)
𝑡𝑡𝑤𝑤 𝐴𝐴𝑓𝑓 ℎ2 ⁄2 ℎ𝑡𝑡𝑤𝑤 𝐴𝐴𝑤𝑤

Portanto a tensão de cisalhamento pode ser assumida como atuando apenas na alma, com
distribuição uniforme ao longo da altura. A Figura 5.17 ilustra a distribuição da tensão de
cisalhamento em um viga I. As tensões na mesa podem ser explicadas através do conceito de fluxo
de cisalhamento em elementos formados por seções abertas de paredes finas, tratado em cursos de

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resistência dos materiais. Entretanto, estas tensões são secundárias, não sendo consideradas para o
dimensionamento de estruturas metálicas.

y
tf

P t

y
d x

P’
b Diagrama de tensões
cisalhantes na alma

Diagrama de tensões
cisalhantes na mesa
Figura 5.17: Tensões de cisalhamento em um perfil I na mesa e na alma.

Adicionalmente a falha por plastificação, em elementos de pequena espessura, as tensões de


cisalhamento podem provocar problemas de instabilidade da alma. Novamente, aparece um
problema de flambagem de placa de deve ser considerado. Assim, as chapas (alma) submetidas ao
cisalhamento puro apresentam flambagem elástica quando 𝜏𝜏 ≥ 𝜎𝜎𝑏𝑏 sendo σb a tensão crítica de
flambagem de placa:

𝜋𝜋 2 𝐸𝐸 𝑡𝑡 2
𝜎𝜎𝑏𝑏 = 𝑘𝑘𝑣𝑣 � �
12(1 − 𝜈𝜈 2 ) 𝑏𝑏

Lembrando que o coeficiente K leva em consideração as condições de contorno e carregamento


(agora para um estado de cisalhamento). Assim, em função do índice de esbeltez λ=h/tw (ver
Figura 5.18), mais uma vez, divide-se o problema em três regiões:

𝜆𝜆 ≤ 𝜆𝜆𝑝𝑝 → 𝑉𝑉𝑛𝑛 = 𝑉𝑉𝑝𝑝𝑝𝑝 = 0,6𝐴𝐴𝑤𝑤 𝑓𝑓𝑦𝑦


𝜆𝜆𝑝𝑝
𝜆𝜆𝑝𝑝 < 𝜆𝜆 ≤ 𝜆𝜆𝑟𝑟 → 𝑉𝑉𝑛𝑛 = 𝑉𝑉
𝜆𝜆 𝑝𝑝𝑝𝑝
2
𝜆𝜆𝑝𝑝
𝜆𝜆 > 𝜆𝜆𝑟𝑟 → 𝑉𝑉𝑛𝑛 = 1,24 � � 𝑉𝑉𝑝𝑝𝑝𝑝
𝜆𝜆

Nestas equações, Vpl é o esforço cortante de plastificação, definido como Vpl = Awfvy. Lembrando
que, para cisalhamento puro, o critério da energia de distorção (ou de Von Mises) estabelece que
fvy = 0,6fy, logo Vpl = 0,6Awfy.

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h d h d
tw

(a) Perfil I laminado (b) Perfil I soldado


Figura 5.18: Índice de esbeltez: (a) perfis laminados e (b) perfis soldados

Para ocorrer flambagem elástica quando a tensão de escoamento não for ultrapassada pela soma
da tensão crítica com a tensão residual. Definindo a tensão limite de proporcionalidade como fvp =
fvy − fvr ≅ 0,8fvy :

𝜋𝜋 2 𝑘𝑘𝑘𝑘 𝑘𝑘𝑣𝑣 𝐸𝐸
𝜆𝜆𝑟𝑟 = � ≅ 1,37�
12(1 − 0,32 )0,8(𝑓𝑓𝑦𝑦 /�3) 𝑓𝑓𝑦𝑦

Para λ<λr ocorre flambagem inelástica da placa. A tensão crítica neste intervalo, estabelecida
inelastico
experimentalmente é fv,cr ≅ �0,8fvy 𝑓𝑓𝑐𝑐𝑐𝑐𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 . Substituindo, encontra-se:

𝑘𝑘𝑣𝑣 𝐸𝐸
𝜆𝜆𝑝𝑝 ≅ 1,10�
𝑓𝑓𝑦𝑦

A Figura 5.19 ilustra o problema de cisalhamento da alma mostrado anteriormente.

Vn Plastificação

Flambagem
Inelástica
Vpl

0,8Vpl
Flambagem
Elástica

λ
0 λp λr
Figura 5.19: Flambagem de placa por cisalhamento.

O valor de kv das equações acima pode ser encontrado como, em que a é a distância entre
enrijecedores de alma, mostrada na Figura 5.20:

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93
k v = 5,0 quando a/h < 3,0
k v = 5 + 5,0/(a⁄h)2 para os demais casos.

4tw a 6tw

Enrijecedor a
Figura 5.20: Enrijecedores de alma.

Os enrijecedores de alma atenuam a flambagem da alma, isolando-as em painéis, conforme


mostrado na Figura 5.20. O seu projeto deve seguir algumas recomendações, a fim de garantir que
eles tenham uma rigidez mínima para não flambar junto com a chapa da alma. Eles devem, ser
soldados à alma e às mesas, permitindo-se que não sejam soldados à mesa tracionada, desde que
mantenham uma distância do ponto mais próximo da solda com a alma até o da solda da mesa
deve-se entre 4tw e 6tw. A relação entre a largura b e a espessura t do enrijecedor deve atender:

b E
≤ 0,56
t fy

O momento de inércia de um enrijecedor singelo ou do par (quando houver um da cada lado da


alma) em relação ao eixo do plano médio da alma (zz), conforme Figura 5.21, deverá atender a

I zz ≥ a.t w3 . j

Com

2,5
j= − 2 ≥ 0,5
(a / h )2

bs
z z
Izz=2(bs+tw)3/12

Figura 5.21: Rigidez dos enrijecedores de alma.


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94

5.4 Estado limite de serviço: deslocamentos máximos

As condições usuais referentes ao estado limite de serviço (ELS) de deslocamento máximo das
vigas de edifícios são expressas por:

δ ser ≤ δ lim (5.19)

Em que δser representa os valores dos deslocamentos obtidos com base nas combinações de serviço
de ações e δlim representa os valores limites adotados, fornecidos na Tabela 5.1 abaixo.

Esses limites devem estar de acordo com a função prevista para a estrutura. Os limites são dados
normalmente como um percentual do vão da viga.

Tabela 5.1: Valores limites de deslocamentos

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95
Algumas fórmulas para o cálculo da deformação máxima em vigas simplesmente apoiadas são
mostradas na Figura 5.21.

P
L/2

P P
a a

a P b

Figura 5.21: Fórmulas para o cálculo de deslocamentos máximos em vigas simplesmente


apoiadas.

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96

6 LIGAÇÕES COM PARAFUSOS

6.1 Generalidades

Os parafusos estruturais são compostos de uma haste rosqueada tendo de um lado uma cabeça
hexagonal ou quadrada e do outro uma porca, e, ainda, uma ou duas arruelas que podem ser de
formas variadas (Figura 6.1).

A fabricação de parafusos estruturais é feita a partir de barra redonda, cortada em segmentos de


comprimentos preestabelecidos, obtendo-se, assim, cilindros nos quais são moldadas as cabeças
por processo que tanto pode ser a frio como a quente. Após isso, na haste do parafuso é feita a
construção das roscas através de várias passadas das ferramentas que abrem e aprofundam os
sulcos.

Cabeça
Arruela
Porca
Corpo

Pega Roscas
Figura 6.1: Componentes de parafuso estrutural com cabeça e porca hexagonais

O comprimento nominal de um parafuso é a medida de sua haste, desprezando a cabeça; é a soma


dos comprimentos rosqueados mais a parte lisa. Define-se pega (grip) ao comprimento da haste
não rosqueada ou, também, à espessura total das partes ligadas.

Sob o ponto de vista da resistência mecânica, os parafusos podem ser classificados em comuns,
regidos pelas normas ASTM A307 ou ISO 898-1 classe 4.6, ou de alta resistência, regidos pelas
normas ASTM A 325, ASTM A 490, ISO 4016 Classe 8.8 e ISO 4016 Classe 10.9. Na Tabela 6.1
são fornecidos os valores mínimos da resistência ao escoamento e da resistência à ruptura de
parafusos, de acordo com suas respectivas normas ou especificações, bem como os diâmetros nos
quais os mesmos podem ser encontrados.

Adicionalmente aos maiores valores de resistência mecânica, outra diferença importante entre os
parafusos comuns e de alta resistência, diz respeito ao procedimento de instalação. A instalação
de parafusos comuns não requer cuidados especiais. O instalador aperta o conector até sentir que
as partes conectadas estejam firmemente ligadas. Não há especificação de torque ou de esforço a
serem aplicados. Em contrapartida, os parafusos de alta resistência podem ser protendidos, isto é,
podem estar solicitados por um esforço de tração igual a 70% da resistência nominal à tração.

Nas estruturas metálicas em geral permite-se aperto normal, exceto nas seguintes situações:

a) emendas de pilares nas estruturas de andares múltiplos com mais de 40 m de altura;


b) ligações de vigas com pilares e com quaisquer outras vigas das quais depende o
sistema de contraventamento, nas estruturas com mais de 40 m de altura;
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97
c) ligações e emendas de treliças de cobertura, ligações de treliças com pilares,
emendas de pilares, ligações de contraventamentos de pilares, ligações de mãos
francesas ou mísulas usadas para reforço de pórticos e ligações de peças suportes de
pontes rolantes, nas estruturas com pontes rolantes de capacidade superior a 50 kN;
d) ligações de peças sujeitas a ações que produzam impactos ou tensões reversas.
e) parafusos ASTM A490 sujeitos à tração ou tração e corte;
f) parafusos ASTM A325 sujeitos à tração ou tração e corte, quando o afrouxamento
ou a fadiga devidos à vibração ou flutuações de solicitação precisarem ser
considerados no projeto.

Para os casos não citados acima, as ligações podem ser feitas com parafusos de alta resistência
sem protensão inicial ou com parafusos comuns.

Tabela 6.1: Materiais usados em parafusos


Resistência ao Resistência à Diâmetro db
Especificação escoamento - fyb ruptura - fub
(MPa) (MPa) (mm) Pol

ASTM A307 - 415 - ½ ≤ db ≤ 4

ISO 898-1 classe 4.6 235 400 12 ≤ db ≤ 36 -

635 825 16 ≤ d ≤ 24 ½ ≤ db ≤ 1
ASTM A325
560 725 24 < d ≤ 36 1 < db ≤ 1 ½
ISO 4016 Classe 8.8 640 800 12 ≤ db ≤ 36 -

ASTM A490 895 1035 16 ≤ db ≤ 36 ½ ≤ db ≤ 1 ½

ISO 4016 Classe 10.9 900 1000 12 ≤ db ≤ 36 -

O aperto normal pode ser obtido por alguns impactos de uma chave de impacto ou pelo esforço
máximo de um operário usando uma chave normal, garantindo sempre firme contato entre as partes
ligadas. Parafusos montados sem controle de protensão inicial devem ser claramente indicados nos
desenhos de projeto, fabricação e montagem.

Quando o aperto normal não for permitido, os parafusos devem ser montados de forma a
desenvolver uma força de protensão mínima (70% da força de ruptura à tração), adequada a cada
diâmetro e tipo de parafuso usado, como indicado na Tabela 2. O aperto deve ser aplicado,
basicamente, por uma chave de impacto ou uma chave manual. Adicionalmente, o controle do
torque deve ser feito através de torquímetro ou pelo método da rotação da porca.

Quando for usado o método de aperto pela rotação da porca para aplicar a força de protensão
mínima especificada na Tabela 6.2, deve haver número suficiente de parafusos na condição de pré-
torque, de forma a garantir que as partes estejam em pleno contato. A condição de pré-torque é
definida como o aperto obtido após poucos impactos aplicados por uma chave de impacto, ou pelo
esforço máximo aplicado por um operário usando uma chave normal. Após esta operação inicial,
devem ser colocados parafusos nos furos restantes e tais parafusos também levados a condição de
pré-torque. Todos os parafusos da ligação deverão então receber um aperto adicional, através da
rotação aplicável da porca, como indicado na Tabela 6.3, devendo esta operação começar na parte
mais rígida da ligação e prosseguir em direção às bordas livres. Durante essa operação, a parte
oposta àquela em que se aplica a rotação não pode girar.

Tabela 6.2: Força de protensão mínima em parafusos, dada em quilonewton (A)


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Diâmetro do parafuso ASTM
em polegadas A325 A490
1/2" 53 66
5/8" 85 106
3/4" 125 156
7/8" 173 216
1" 227 283
1 1/8" 250 357
1 1/4" 317 453
1 1/2" 460 659
(A) Igual a 70% da resistência mínima à tração especificada para o parafuso =
0,70 Apfup (Ap e fup conforme 6.3.2.2 e anexo A (item A.5), respectivamente).

Tabela 6.3. Rotação da porca a partir da posição de pré-torque


Disposição das faces externas das partes parafusadas
Comprimento do Ambas as faces
parafuso (medido da Uma das faces normal
inclinadas em relação
parte inferior da Ambas as faces ao eixo do parafuso e a
ao plano normal ao
cabeça à normais ao eixo do outra face inclinada
eixo do parafuso não
extremidade) parafuso não mais que 1: 20
mais que 1:20 (sem
(sem arruela biselada)
arruelas biseladas)
Inferior ou igual a 4
1/3 de volta 1/2 volta 2/3 de volta
diâmetros
Acima de 4 diâmetros
até no máximo 8 1/2 volta 2/3 de volta 5/6 de volta
diâmetros, inclusive
Acima de 8 diâmetros
até no máximo 12 2/3 de volta 5/6 de volta 1 volta
diâmetros(B)
(A) A rotação da porca é considerada em relação ao parafuso, sem levar em conta o elemento que está sendo
girado (porca ou parafuso). Para parafusos instalados com 1/2 volta ou menos, a tolerância na rotação é de mais
ou menos 30º, para parafusos instalados com 2/3 de volta ou mais, a tolerância na rotação é de mais ou menos
45º.
(B) Nenhuma pesquisa foi feita para estabelecer o procedimento a ser usado para aperto pelo método da rotação
da porca, para comprimentos de parafusos superiores a 12 diâmetros. Portanto, a rotação necessária deverá ser
determinada por ensaios em um dispositivo adequado que meça a tração, simulando as condições reais.

6.2 Resistência de cálculo nas ligações

6.2.1 Tração

A resistência de cálculo de uma barra tracionada com extremidade rosqueada é o menor dos valores
obtidos com base no estado limite de escoamento da seção bruta e no estado limite de ruptura da
parte rosqueada. A resistência de cálculo para esse último estado limite, aplicável também a
parafusos tracionados, é:

Abe ⋅ f ub
Ft , Rd = (6.1)
γ a2

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Em que, fub é a resistência à ruptura do material do parafuso ou barra rosqueada especificada na
Tabela 1, Abe é a área bruta, baseada no diâmetro nominal, db, do parafuso ou barra rosqueada,
γ a 2 = 1,35 e a área efetiva pode ser tomada aproximadamente por Abe = 0,75 ⋅ Ab em que
πd b2
Ab = .
4

Torna-se prático elaborar tabelas de resistência para os vários diâmetros e especificações mais
comuns. Aplicando-se as equações apresentadas acima se obtêm a resistência à tração para os
parafusos ASTM A307, ASTM A325 e A490 nas Tabelas 6.4, 6.5 e 6.6.

Tabela 6.4: Parafusos ASTM A307 – Resistência à tração.


Diâmetro Diâmetro Ab Abe Ft,Rn Ft,Rd
Pol. cm cm2 cm2 kN kN
1/2” 1,27 1,27 0,95 39,41 29,19
5/8” 1,59 1,98 1,49 61,77 45,76
3/4” 1,91 2,86 2,15 89,13 66,03
7/8” 2,22 3,87 2,90 120,42 89,20
1 2,54 5,06 3,80 157,63 116,76
1 1/8” 2,86 6,42 4,82 199,85 148,04
1 1/4” 3,18 7,94 5,95 247,08 183,02
1 3/8” 3,49 9,56 7,17 297,60 220,44
1 1/2” 3,81 11,40 8,55 354,67 262,72
1 3/4” 4,45 15,54 11,66 483,84 358,40
2” 5,08 20,26 15,19 630,53 467,06

Tabela 6.5: Parafusos ASTM A325 – Resistência à tração.


Diâmetro Diâmetro Ab Abe Ft,Rn Ft,Rd
Pol. cm cm2 cm2 kN kN
1/2” 1,27 1,27 0,95 78,34 58,03
5/8” 1,59 1,98 1,49 122,79 90,96
3/4” 1,91 2,86 2,15 177,20 131,26
7/8” 2,22 3,87 2,90 239,38 177,32
1 2,54 5,06 3,80 313,37 232,12
1 1/8” 2,86 6,42 4,82 349,14 258,62
1 1/4” 3,18 7,94 5,95 431,64 319,73
1 3/8” 3,49 9,56 7,17 519,90 385,11
1 1/2” 3,81 11,40 8,55 619,61 458,97
1 3/4” 4,45 15,54 11,66 845,26 626,12
2” 5,08 20,26 15,19 1101,53 815,95

Tabela 6.6: Parafusos ASTM A490 - Resistência à tração.


Diâmetro Diâmetro Ab Abe Ft,Rn Ft,Rd
Pol. cm cm2 cm2 kN kN
1/2” 1,27 1,27 0,95 98,28 72,80
5/8” 1,59 1,98 1,49 154,05 114,11
3/4” 1,91 2,86 2,15 222,30 164,67
7/8” 2,22 3,87 2,90 300,32 222,46
1 2,54 5,06 3,80 393,13 291,21
1 1/8” 2,86 6,42 4,82 498,43 369,21
1 1/4” 3,18 7,94 5,95 616,21 456,45
1 3/8” 3,49 9,56 7,17 742,20 549,78
1 1/2” 3,81 11,40 8,55 884,55 655,22
1 3/4” 4,45 15,54 11,66 1206,68 893,84
2” 5,08 20,26 15,19 1572,53 1164,84

6.2.2 Cisalhamento

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100
A ação de força cortante em conectores se dá concomitantemente com flexão. A flexão no conector
é conseqüência da excentricidade das ações nas partes ligadas, conforme pode ser visto na Figura
6.2 e seu efeito pode ser negligenciado. Duas verificações devem ser feitas:

• resistência ao corte do conector;


• resistência à pressão de contato do conector e as paredes dos furos.

Excentricidade
Superfície de
Pressão de contato
corte
na parede
Figura 6.2: Esforços de corte no conector.

Em ligações feitas com parafusos de alta resistência, caso não seja especificado o contrário, supõe-
se que o corte sempre se dê na região das roscas. Parafusos comuns não podem ser dimensionados
considerando-se que o corte se dê fora das roscas. A resistência de cálculo ao corte de um conector,
com corte nas roscas é dada por:

0,4 Ab f ub
Fv , Rd = (6.2)
γ a2

Em ligações com parafusos A325 e A490 quando se garantir que o plano de corte não passa pelas
roscas:

0,5 Ab f ub
Fv , Rd = (6.3)
γ a2

Cabe salientar que os valores das resistências características apresentados referem-se a apenas um
plano de corte. Da mesma forma, são construídas as Tabela 6.7, 6.8 e 6.9.

Tabela 6.7: Parafusos ASTM A307 - Resistência ao corte simples.


Diâmetro Diâmetro Ap Fv,Rn Fv,Rd
Pol. cm cm2 kN kN
1/2” 1,27 1,27 21,02 15,57
5/8” 1,59 1,98 32,94 24,40
3/4” 1,91 2,86 47,54 35,21
7/8” 2,22 3,87 64,22 47,57
1 2,54 5,06 84,07 62,27
1 1/8” 2,86 6,42 106,59 78,95
1 1/4” 3,18 7,94 131,77 97,61
1 3/8” 3,49 9,56 158,72 117,57
1 1/2” 3,81 11,40 189,16 140,12
1 3/4” 4,45 15,54 258,05 191,15
2” 5,08 20,26 336,28 249,10

Tabela 6.8: Parafusos ASTM A325 - Resistência ao corte simples. Plano de corte através das
roscas.
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Diâmetro Diâmetro Ap Fv,Rn Fv,Rd
Pol. cm cm2 kN kN
1/2” 1,27 1,27 41,78 30,95
5/8” 1,59 1,98 65,49 48,51
3/4” 1,91 2,86 94,50 70,00
7/8” 2,22 3,87 127,67 94,57
1 2,54 5,06 167,13 123,80
1 1/8” 2,86 6,42 186,21 137,93
1 1/4” 3,18 7,94 230,21 170,53
1 3/8” 3,49 9,56 277,28 205,39
1 1/2” 3,81 11,40 330,46 244,78
1 3/4” 4,45 15,54 450,80 333,93
2” 5,08 20,26 587,48 435,17

Tabela 6.9: Parafusos ASTM A490 - Resistência ao corte simples. Plano de corte através das
roscas.
Diâmetro Diâmetro Ap Fv,Rn Fv,Rd
Pol. cm cm2 kN kN
1/2” 1,27 1,27 52,42 38,83
5/8” 1,59 1,98 82,16 60,86
3/4” 1,91 2,86 118,56 87,82
7/8” 2,22 3,87 160,17 118,64
1 2,54 5,06 209,67 155,31
1 1/8” 2,86 6,42 265,83 196,91
1 1/4” 3,18 7,94 328,64 243,44
1 3/8” 3,49 9,56 395,84 293,22
1 1/2” 3,81 11,40 471,76 349,45
1 3/4” 4,45 15,54 643,56 476,71
2” 5,08 20,26 838,68 621,25

6.2.3 Pressão de contato em furos

Para a verificação da pressão de contato entre parafuso e chapa metálica toma-se,


simplificadamente, uma pressão média obtida dividindo-se a força aplicada pela área que é a
projeção do conector na chapa ( d × t ), conforme se vê na Figura 6.3.

Tensões Parafuso
convencionais de
contato

db

t
t

Figura 6.3: Pressão de contato na parede do furo.

A pressão de contato dos conectores com as paredes dos furos pode levar ao esmagamento do furo
ou do conector, ou ao rasgamento de uma das partes conectadas, caso o furo esteja muito próximo
de sua borda. Além disso, a NBR-8800 considera dois casos, quando a deformação do furo para
ações de serviço forem limitantes no projeto ou não.

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102
Para o caso de deformação no furo ser limitante a resistência de projeto é o menor dos dois valores:

1,2 f tf u 2,4d b⋅ tf u
Fc , Rd = ≤ (6.4)
γ a2 γ a2

Em que a primeira equação corresponde à resistência ao rasgamento e a segunda a resistência ao


esmagamento e  f é a distância entre a borda de furos consecutivos ou da borda furo à borda da
parte ligada, medido na direção do esforço e de borda de furo a borda de furo ou de borda de furo
a extremidade da chapa.

Caso a deformação do furo não seja limitante:

1,5 f tf u 3,0d b⋅ tf u
Fc , Rd = ≤ (6.5)
γ a2 γ a2

No caso de uso de furos muito alongados na direção da força a resistência de cálculo será:

1,0 f tf u 2,0d b⋅ tf u
Fc , Rd = ≤ (6.6)
γ a2 γ a2

Para furos alargados e furos pouco ou muito alongados na direção da força, o Estado Limite Último
é dado por ligações por atrito, explicado a seguir. Adicionalmente, a resistência total de uma
ligação é igual à soma das resistências à pressão de contato calculadas para todos os furos.

6.2.4 Tração e corte combinados

Quando um parafuso ou barra rosqueada estiver sujeito à ação simultânea de tração e cisalhamento,
além das verificações para os dois esforços isolados, deverá ser atendida a equação de interação
abaixo ou, alternativamente, podem ser aplicadas as equações mostradas na Tabela 6.10.
2 2
 Ft , Sd   Fv , Sd 
  +  ≤ 1,0 (6.7)
F  F 
 t , Rd   v , Rd 

6.2.5 Ligações por atrito

Os parafusos de alta resistência, em função da protensão mínima, podem ser empregados de forma
a tirar proveito da força de atrito que se desenvolve entre as partes conectadas. Como as condições
de superfície variam pouco para as estruturas metálicas correntes, a NBR8800/08 oferece valores
de coeficiente de atrito padronizados.

Nas ligações com furos alargados e furos pouco alongados ou muito alongados com alongamentos
paralelos à direção da força aplicada, o deslizamento deve ser considerado estado-limite último.
Nas ligações com furos-padrão e furos pouco alongados ou muito alongados com alongamentos
transversais à direção da força aplicada, o deslizamento deve ser considerado estado-limite de
serviço

Tabela 6.10: Tração e força cortante combinadas

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103

Limitação adicional do valor da resistência de


Meio de ligação
cálculo à tração por parafuso ou barra rosqueada
Ab . f ub
Parafusos Comuns Ft , Sd ≤ − 1,9 ⋅ Fv , Sd
γ a2
Ab . f ub
Ft , Sd ≤ − 1,9 ⋅ Fv , Sd (nota 1)

Parafusos de Alta γ a2
Resistência Ab . f ub
Ft , Sd ≤ − 1,5 ⋅ Fv , Sd (nota 2)
γ a2
Barras rosqueadas em Ab . f ub
Ft , Sd ≤ − 1,9 ⋅ Fv , Sd
geral γ a2
Notas: (1) Plano de corte passa pela rosca.
(2) Plano de corte não passa pela rosca.

Nas situações em que o deslizamento é um estado-limite último, a força resistente de cálculo de


um parafuso ao deslizamento, FRd,f, deve ser igual ou superior à força cortante solicitante de cálculo
no parafuso, calculada com as combinações últimas de ações. A resistência nominal é
numericamente igual à de cálculo e é dada por:

1,13 ⋅ µ ⋅ C h ⋅ FTbη s  FSd ,t 


FRd , f = 1 −  (6.8)
γe  1,13 ⋅ FTb 

Em que FTb é a força de protensão no parafuso, Ft , Sd é a força de tração solicitante de cálculo no


parafuso, η s é o número de planos de cisalhamento, µ é o coeficiente de atrito e C h é um fator
devido ao tipo de furo.

Os valores do coeficiente de atrito são µ = 0,35 para superfícies laminadas, limpas, isentas de
óleos ou graxas. Sem pintura e para superfícies galvanizadas a quente com rugosidade aumentada
manualmente por meio de escova de aço, µ = 0,5 para superfícies jateadas sem pintura ou µ = 0,2
para superfícies galvanizadas a quente.

O fator C h devido ao tipo de furo é C h = 1,0 para furos padrão, C h = 0,85 para furos alargados
ou pouco alongados ou C h = 0,70 para furos muito alongados.

Nas situações em que o deslizamento é um estado-limite de serviço, a força resistente nominal de


um parafuso ao deslizamento, FRk,f, deve ser igual ou superior à força cortante solicitante
característica, calculada com as combinações de ações raras de serviço, ou, simplificadamente,
tomada igual a 70% da força cortante solicitante de cálculo. O valor da força resistente nominal
é dado por:

0,80 ⋅ µ ⋅ C h ⋅ FTbη s  FSk ,t 


FRd , f = 1 −  (6.9)
γe  0,80 ⋅ FTb 

6.3 Disposições construtivas

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104
6.3.1 Distância entre furos

A distância entre centros de furos padrão, alargados ou alongados, não pode ser inferior a 2,7db,
de preferência 3db, sendo db o diâmetro nominal do parafuso ou barra rosqueada.

Além desse requisito, a distância livre entre as bordas de dois furos consecutivos não pode ser
inferior a db.

O espaçamento máximo entre parafusos que ligam uma chapa a um perfil ou a outra chapa, em
contato contínuo, deve ser determinado como a seguir.

a) em elementos não sujeitos a corrosão, pintados ou não, o espaçamento não pode exceder
24 vezes a espessura da parte ligada menos espessa, nem 300 mm;
b) para elementos de aço resistente à corrosão atmosférica, não pintados, o espaçamento não
pode exceder 14 vezes a espessura da parte ligada menos espessa, nem 180 mm.

6.3.2 Distância furo-borda

A distância do centro de um furo padrão a qualquer borda de uma parte ligada não pode ser inferior
ao valor indicado na Tabela 6.11, na qual db é o diâmetro do parafuso ou barra rosqueada.

Tabela 6.11: Distância mínima do centro de um furo padrão à borda


Diâmetro dd Borda cortada com Borda laminada ou
serra ou tesoura cortada a maçarico
Polegadas mm (mm) (mm)
M 12 21 18
1/2" 22 19
5/8" M 16 29 22
3/4" 32 26
M 20 35 27
7/8" M 22 38 29
M 24 42 31
1" 44 32
1 1/8" M 27 50 38
M30 53 39
1 1/4" 57 42
M36 64 46
> 1 1/4" > M36 1,75dd 1,25dd

Para furo alargado ou alongado, a distância do centro de um furo a qualquer borda de uma parte
ligada não pode ser inferior ao valor indicado para furos padrão, dado na Tabela 11, acrescido de
βdd sendo dd o diâmetro do parafuso e β definido como a seguir:

- β = 0 para furos alongados na direção paralela à borda considerada;


- β = 0,12 para furos alargados;
- β = 0,20 para furos pouco alongados na direção perpendicular à borda considerada;
- β = 0,75 para furos muito alongados na direção perpendicular à borda.

Para qualquer borda de uma parte ligada, a distância do centro do parafuso (ou barra rosqueada)
mais próximo até essa borda não pode exceder 12 vezes a espessura da parte ligada considerada,
nem 150 mm.

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105

6.4 Distribuição de esforços entre conectores

6.4.1 Ligação excêntrica por corte

Quando uma carga, que produz apenas corte nos conectores, é aplicada excentricamente na ligação
torna-se necessário estudar a distribuição das ações nos vários conectores. Para isso, será estudada
uma ligação com 3 parafusos, cujo resultado poderá ser facilmente expandido para um número
maior, com as hipóteses que:

• as partes ligadas são rígidas;


• os conectores são todos iguais e perfeitamente elásticos.

Para determinação do esforço de cisalhamento em um parafuso genérico de uma ligação solicitada


com carga excêntrica, deve-se decompor o problema em dois: uma carga aplicada diretamente no
c.g. e um momento, conforme pode ser visto na Figura 6.4.

P
Y e P/3 Y Y
C P P/3 C A
A
C A
X
= X
+ X
P/3 M=P.e
B B B

a) ligação com b) ligação com c) ligação com


carga excêntrica. carga centrada. momento no C.G.
Figura 6.4: Decomposição de uma carga excêntrica numa ligação em uma carga centrada e um
momento aplicado no centro de gravidade

Como as partes ligadas são rígidas, a carga centrada será igualmente suportada por todos os
parafusos da ligação e os esforços terão direções paralelas à da carga P, conforme Figura 6.5. No
conector A (em todos os demais) tem-se o esforço

P
PA =
n

sendo n o número de parafusos na ligação.

Pode-se decompor a carga P em componentes cartesianas, o mesmo acontecendo para os esforços


em cada parafuso:

Px = P.senα
Py = P. cos α

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Y
P PA
α
Py PA
C
Px PAx A
X

B
Figura 6.5: Decomposição da carga centrada em componentes ortogonais.

O momento puro deforma a ligação provocando uma rotação em torno do centro de gravidade.
Como supõe-se que as chapas sejam rígidas, cada furo será deslocado de um valor proporcional
ao seu raio vetor que é a deformação do conector, uma vez que os ângulos percorridos pelos raios
vetores são iguais, conforme Figura 6.6. Sendo linear a relação entre as deformações e os esforços,
tem-se que:

fA fB fC
= =
a b c

fC A
c a
C fA
b X
M
fB
B
Figura 6.6: Esforços nos parafusos para ação de momento puro.

As forças são ortogonais aos raios vetores e, então, o produto de cada força por seu respectivo raio
vetor é momento da força em relação ao c.g. Observando-se que a soma dos momentos dos
esforços atuantes nos parafusos deve ser igual ao momento M, tem-se:

M = f A .a + f B .b + f C .c

tem-se:

f A .b
fB =
a
f A .c
fC =
a

Substituindo vem:

M =
(
f A a2 + b2 + c2 )
a

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107
Definindo-se como momento de inércia polar:

I p = a 2 + b 2 + c 2 + ....

M .a
fA =
Ip

Y
A
fA
a fAy

ay fAx
ax X
Figura 6.7: Componentes cartesianas no parafuso A.

Da Figura 6.7, tem-se:

a 2 = a x2 + a y2

e analogamente,

b 2 = bx2 + b y2
c 2 = c x2 + c y2

Somando ambos os membros:

I p = a 2 + b 2 + c 2 = a x2 + bx2 + c x2 + a y2 + b y2 + c y2

Com a definição:

I x = a y2 + b y2 + c y2 = ∑ yi2
I y = a x2 + bx2 + c x2 = ∑ xi2

Vem que

I p = Ix + Iy

Observando-se que os triângulos retângulos da Figura 6.7 são semelhantes, tem-se:

f A f Ax f Ay
= =
a ay ax

Substituindo em (24), vem:

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M .a y M .a x
FAx = e FAy = (6.10)
Ip Ip

A determinação do valor final é uma soma vetorial dos esforços.

6.4.2 Ligação com corte e tração nos conectores

Quando o esforço de tração no conector é conseqüência da ação de momento na ligação deve-se


adotar um procedimento mais específico, conforme Figura 6.8.

σt

p
L.N.
M
d p M

σc
b b be = 2b

a) Solicitação na ligação. b) Duas cantoneiras. c) Seção d) Diagrama de


equivalente. tensões.
Figura 6.8: Ligação com conectores tracionados sem descolamento entre as partes ligadas.
Parafusos de alta resistência.

A ação do momento provoca tração nos conectores situados na parte superior da ligação e
comprime as partes conectadas na parte inferior, mas não exerce, obviamente, ação de compressão
nos parafusos. Dois enfoques distintos são possíveis aqui. Para o caso dos parafusos de alta
resistência, a tração de instalação (protensão) de 70% da resistência nominal de ruptura,
praticamente garante que as partes ligadas não podem ser separadas, pois o esforço a ser aplicado
no parafuso será supostamente menor do que o esforço de protensão. Assim sendo, pode-se
imaginar que se está diante de uma situação de flexão composta onde o esforço normal é a
resultante das cargas de protensão dos conectores, onde não pode haver tração pela condição
acima. Então, tratando-se o problema de forma linear, como uma viga de seção retangular igual à
área da seção de contato entre as partes ligadas, tem-se:

- módulo resistente da seção

be .d 2
W=
6

e a tensão máxima de tração entre as superfícies na borda, vale:

M 6.M
σt = =
W be .d 2

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109

Na verdade, não existe tal tensão, pois as superfícies não estão coladas. Todas as tensões são
suportadas pelos conectores. Então, os parafusos mais afastados da L.N. são os mais solicitados e
pode-se determinar o esforço de tração em cada um deles com a hipótese simplificadora de que a
tensão seja uniforme e igual ao valor máximo atuando em uma área da qual o conector seja o centro
de gravidade, conforme se vê na Figura 8c. A resultante das tensões na área marcada é

Ft = (be . p )
6.M
be .d 2

e sendo duas filas de parafusos, o esforço em cada um deles será

Ft 3.M . p
T= =
2 d2

Equação semelhante pode ser determinada para mais filas de parafusos. Generalizando para n filas,
tem-se:

6.M . p
T= (6.11)
n.d 2

O outro enfoque para o problema supõe que a ação sobre o conector supere o esforço de protensão
inicial e ocorra um descolamento entre as superfícies, caso atribuído a ligações com parafusos
comuns. Assim, tem-se que acima da L.N. há um descolamento onde os parafusos são o elemento
de ligação e abaixo existe um contato total entre as superfícies das partes conectadas, conforme
Figura 6.9.

σt
Região
a tracionada
c
p h
p
L N L N
c1
σc
be be be Região
comprimida
a) seção de b) seção após c) substituição d) diagrama de
projeto descolamento. dos parafusos. tensões normais.
Figura 6.9: Ligação com conectores tracionados com descolamento entre as partes conectadas.

Havendo descolamento entre as partes acima da LN, tem-se como seção efetiva a seção dos
parafusos, conforme a Figura 6.9b. Pode-se substituir as várias seções de parafusos por uma única
seção equivalente de forma retangular. Sendo p o passo entre parafusos de uma mesma fila,
determina-se a largura a do retângulo equivalente fazendo com que a área n.A b de uma mesma
linha de parafusos seja igual à área de uma parte do retângulo total, que é outro retângulo de altura
p e largura a. Assim, tem-se a largura do retângulo:
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110

n. Ab
a=
p

A LN tem que passar pelo c.g. da seção, o que significa que os momentos estáticos dos retângulos,
acima e abaixo da LN, tem que ser iguais. Com isso e a partir da condição geométrica de que a
soma das alturas igual à altura total, tem-se:

a.c = be .c1
d = c + c1

A partir das equações acima determina-se a posição da LN e pode-se calcular o valor do momento
de inércia, lembrando que é a soma dos momentos de inércia de dois retângulos em relação a eixo
que passa pela base:

a.c 3 be .c13
I= +
3 3

A tensão na borda superior é dada por:

M
σt = c
I

Uma vez obtida a tensão na borda, pode-se usar de raciocínio semelhante ao caso anterior,
tomando-se a tensão como uniforme e igual à máxima atuando em toda a área do retângulo
equivalente que tem o conector no seu c.g. Mais ainda, observando-se que tal área é igual à área
dos parafusos pode-se aplicar a tensão diretamente ao conector obtendo-se o esforço de tração.

M
T = σ t . Ab = c. Ab (6.12)
I

A experiência mostra que na prática o valor de c1 varia entre 1/6 e 1/7 da altura. Então, pode-se
simplificar os cálculos adotando-se para c1 um valor igual a 1/7 da altura d, conforme sugere o
manual de detalhamento do AISC, segundo o qual, o erro cometido com este procedimento é
pequeno.

6.4.3 Efeito de alavanca

Nas ligações com conectores tracionados pode ocorrer acréscimo no esforço de tração aplicado ao
parafuso, por efeito de alavanca (prying action). Este efeito resulta da maneira como a chapa
conectada transfere o esforço ao parafuso. Inversamente, o esforço de tração no parafuso provoca
na chapa uma flexão que tende a deformá-la com uma configuração de balanços com cargas
concentradas (Figura 6.10a). Para chapas com pouca flexibilidade (espessas) a deformação será
pequena e nenhum efeito de alavanca será notado (Figura 6.10b).

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2T 2T

T T T T
(a) (b)
Figura 6.10: Efeito de alavanca: (a) Flexão da chapa pela ação do parafuso tracionado e (b)
Chapa grossa.

Sob a ação de cargas de tração no conector a chapa se deforma apoiando-se na borda, formando
uma alavanca, daí o nome do efeito, e aumenta o esforço aplicado no parafuso, conforme pode ser
observado pelo equilíbrio de forças na Figura 6.11.

2T

Q Q
T+Q T+Q

Figura 6.11: forças com efeito de alavanca.

Uma abordagem do problema é mostrada a seguir. Chamando de p (Figura 6.12) a largura tributária
de cada parafuso, tem-se:

Largura efetiva em vão interno:


 e1

i =  2 (o menor valor)
b + d
 2

Largura efetiva em vão externo:


e 2

e =  d (o menor valor)
 b+
 2

A largura p será a soma das larguras efetivas  de cada lado do parafuso. Na seção II-II, que é a
seção de engaste da chapa, tem-se:

p.t 2
Z=
4

p.t 2
W=
6

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2T
b’ a’
a b
II I

Q Q

Q+T Q+T
b a Q
e2
II I
e1 Q+T
p
e1 MII
DMF
e2

a+b MI
Figura 6.12: Momentos nas chapas provocados por efeito de alavanca.

Limitando Z ≤ 1,25. W , então, a resistência ao momento será:

p.t 2 . f y p.t 2 . f y
M RII = M pl = 0,9 × 1,25 × =
6 5.33

A seção I-I situa-se num plano que passa pela face do parafuso, isto é, desloca-se d / 2 em direção
à seção II-II. A resistência de cálculo ao momento fletor da seção será:

( p − d ').t 2 . f y
M RI =
5,33

sendo d' o diâmetro do furo.

Tem-se, então:

M RI p − d'
= =δ
M RII p

ou

M RI = δ .M RII

A ruína será atingida quando se formarem rótulas plásticas em ambas as seções. O diagrama de
momentos fletores correspondente a esta configuração está apresentado na Figura 6.12. O valor
máximo para a carga Q depende do momento na seção I-I, isto é, o momento de cálculo

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M dI = Q. a ' não pode ser maior do que o momento resistente. Então a condição de equilíbrio
impõe:

M dI ≤ δ .M RII

Definindo-se

M dI
q=
δ .M RII

ou seja, q ≤ 1,0

Tem-se que

M dII = (T + Q ).b'−Q.(a ′ − b ′) = T .b ′ − Q.a ′


M dI = Q.a ′ = T .b ′ − M dII

Fazendo-se M dII = M RII , que é a condição limite, pode-se obter o valor de q:

T .b ′ − M RII
q= ≤ 1,0 (6.13)
δ .M RII

Discussão dos valores de q:

• Para q ≤ 0 não há efeito de alavanca, isto é, o dimensionamento é governado pelos


parafusos, estando a chapa folgada.
• Para q ≥ 1,0 existe o efeito de alavanca, mas a espessura da chapa é insuficiente, pois
a condição de equilíbrio não está atendida.
• Para 0 < q ≤ 1,0 existe o efeito de alavanca. Esta é a faixa usual de emprego das
T .b ′ − M RII
chapas e o acréscimo de carga de tração nos conectores é dado por Q =
a′

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114

7 LIGAÇÕES SOLDADAS

7.1 Generalidades

A soldagem é o processo de união entre dois ou mais elementos metálicos, em que as propriedades
físicas e químicas são mantidas. Nesta operação, torna-se necessário adicionar um material à junta
para completar a união, sendo chamado material de adição ou metal solda.

Para os aços estruturais, o processo de soldagem mais aplicado é a chamada solda elétrica por arco
voltaico. Neste procedimento, a ação de um arco elétrico mantido entre a extremidade de um
eletrodo metálico revestido (metal solda) e a peça de trabalho produz uma grande concentração de
calor em um espaço muito concentrado fundindo o metal, a alma do eletrodo e seu revestimento
de fluxo, conforme Figura 7.1.

Figura 7.1: Soldagem por arco voltaico (Fonte: http://sitedasoldagem.com.br/ e


http://pt.wikipedia.org).

Existem diferentes tipos de soldagem por arco voltaico, como, por exemplo, a soldagem por
eletrodo revestido, arco submerso ou com proteção gasosa.

No processo de soldagem a eletrodo revestido, o eletrodo (metal solda), que é o responsável pela
manutenção do arco elétrico e pelo material de adição, possui um revestimento que ao queimar
produz uma atmosfera protetora que tem as funções de isolamento elétrico, isolamento térmico,
direcionamento do arco, ionização e proteção do metal fundido. O revestimento pode ainda
fornecer elementos de liga que podem ser úteis no processo de soldagem ou entrar na composição
química da junta.

7.2 Classificação da Solda

Existem três tipos básicos de solda, definidos conforme a posição do material de solda em relação
ao material a soldar (metal base), são eles: entalhe, filete e tampão. A solda de filete representa
cerca de 80% das soldas utilizadas em estruturas metálicas.

- Solda de Entalhe: O principal uso é para conectar elementos que estão alinhados no mesmo plano,
conforme Figura 7.2. Quando a solda preenche completamente a espessura das partes que estão

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115
sendo ligadas, costuma ser chamada de solda de entalhe de penetração total (Figura 7.2a), caso
contrário é chamada solda de entalhe de penetração parcial (Figura 7.2b).

Figura 7.2: Solda Tipo Entalhe em (a) com penetração total e em (b) com penetração parcial.

As soldas de entalhe necessitam um preparo específico do chanfro, recebendo nomes específicos,


de acordo com o seu formato. A Figura 7.3 mostra vários tipos de soldas de entalhe.

a) Sem chanfro b) V-simples c) V-duplo

d) Bisel simples e) Bisel duplo f) U simples

g) U duplo h) J simples i) J duplo


Figura 7.3: Tipos de solda de filete.

- Solda de Filete: Este tipo de soldagem (Figura 7.4) exige normalmente menor precisão, em
função da sobreposição das peças a serem ligadas, por isso são de mais fácil execução, econômicas
e adaptáveis. Estas razões fazem com que seja o tipo de solda mais frequente em estruturas
metálicas.

Figura 7.4: Solda de Filete.

- Solda de tampão: A principal aplicação deste tipo de solda (Figura 7.5) se dá quando a dimensão
da conexão limita o comprimento necessário para soldas de filete, por exemplo. Os diâmetros e
dimensões da solda podem ser variados.

Figura 7.5: Solda de tampão circular (plug weld) e alongado (slot weld).

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116
7.3 Tipos de Metal Solda

Os eletrodos são varas de aço-carbono ou aço de baixa liga, sendo o elemento que define a
resistência da solda. Os eletrodos com revestimento são designados por expressões do tipo E70XY,
que utiliza o seguinte critério de nomenclatura:

E – eletrodo
70 – indica resistência à ruptura da solda (em ksi)
X – posição de soldagem
Y – corrente do eletrodo e tipo de revestimento.

As posições de soldagem são identificadas comercialmente por números (ver Figura 7.6):

Posição 1: o eletrodo se presta para soldas em qualquer posição (todas)


Posição 2: o eletrodo se presta para soldas planas e horizontais.
Posição 3: o eletrodo se presta apenas para soldas na posição plana.

Figura 7.6: Posições de soldagem (Fonte: Sáles, 2009).

Os revestimentos mais empregados são:


3 - rutílico (com potássio)
8 - básico (com pó de ferro)

Eletrodos sem revestimentos (usados em soldas com arco submerso) recebem convenções
numéricas convencionais indicativas de resistência e outras propriedades, iniciadas pela letra F.

De acordo com a NBR 8800, são disponíveis três tipos de metal de solda, conforme a Tabela 7.1
abaixo.

Tabela 7.1: Resistência mínima à tração do metal da solda Metal da solda (MPa)
Metal da solda f w (MPa)

Todos os eletrodos com classe de resistência 6 ou 60


415
(E60XX; F6X-EXXX; E6XT-X)

Todos os eletrodos com classe de resistência 7 ou 70


485
E70XX; F7X-EXXX; ER70S-X; E7XT-X

Todos os eletrodos com classe de resistência 8 ou 80


550
E80XX; F8X-EXXX; ER80S-X; E8XT-X

A resistência de uma ligação soldada deve ser maior do que seria se o material fosse contínuo com
a mesma área efetiva, isto é, o metal da solda deve ser mais resistente do que o metal base. Com

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117
esse princípio a NBR 8800 estabelece quais devem ser os metais de solda para cada aço
normalmente empregado na construção metálica.

7.4 Resistência de cálculo

A resistência de cálculo, FRd, dada pela relação entre a resistência característica FRk e o coeficiente
de ponderação da resistência γ, dos diversos tipos de solda, está indicada na Tabela 7.2. Nesta
tabela, AMB é a área do metal base (produto do comprimento da solda pela espessura do metal base
menos espesso), Aw é a área efetiva da solda, fy é a menor resistência ao escoamento entre os metais
base da junta e fw a resistência mínima à tração do metal da solda, obtida da Tabela 1.

Como pode ser observado, dispensa-se a verificação da resistência da solda em alguns casos de
carregamento. Estes casos são mostrados na Figura 7.7.

a) Esforço paralelo à b) Esforço c) Soldas de filete em


solda perpendicular à solda perfil soldado

Figura 7.7: Verificações da resistência da solda dispensada segundo a NBR8800/08

A Figura 7.7c ilustra o caso de perfis soldados. Nesta situação, as soldas ligando os elementos
componentes dos perfis (mesas e almas), podem ser calculadas sem considerar as tensões de tração
ou de compressão nesses elementos, paralelas ao eixo da solda; devendo ser consideradas,
entretanto, as tensões de cisalhamento causadas pelas forças cortantes e os efeitos locais.

A área efetiva das soldas Aw deve ser calculada como o produto do comprimento efetivo da solda
pela espessura da garganta efetiva tw. A abordagem difere entre soldas de entalhe e filete.

Aw = t w . (7.1)

Para soldas de entalhe de penetração total e parcial, o comprimento efetivo da solda é igual ao seu
comprimento real, o qual deve ser igual à largura da parte ligada. A espessura da garganta efetiva
de uma solda de penetração total deve ser tomada igual à menor das espessuras das partes soldadas.
A espessura da garganta efetiva de uma solda de penetração parcial está indicada na Tabela 7.3.

Em soldas de filete, a determinação da resistência é feita através da premissa de que todas as


solicitações se comportem como cisalhamento, independentemente da direção atuante, isto é, a
resistência é dada pelo produto da área efetiva Aw pela tensão de escoamento no cisalhamento. A
razão de tal procedimento é a constatação de que o cisalhamento puro é o estado mais crítico sob
o ponto de vista da resistência da solda, conforme Figura 7.8.

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118

P
Área efetiva

tw
d

Tensões na solda
P
Figura 7.8: Seção crítica da solda de filete

A Figura 7.9 mostra as dimensões da seção transversal do filete e da garganta, que é o menor
apótema do triângulo (altura). Para o caso mais comum em que as dimensões d1 e d2 são iguais,
pode-se aproximar para o valor t w = 0,7.d , que pode ser facilmente obtido. Assim, para solda de
filete, a área de solda Aw será o retângulo cujo comprimento é o comprimento do filete e a altura o
valor da garganta.

Segundo o critério de resistência de von Mises, a tensão de escoamento de cisalhamento é:

fy
τy = = 0,58. f y
3

que a NBR 8800 próxima para 0,6.

O valor d normalmente é chamado de perna da solda, enquanto tw é chamado de garganta da


solda.

tw d
d1
d
d2

d1

d2
Figura 7.9: Perna d e garganta tw da solda.

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119
Tabela 7.2: Resistências de cálculo FRd de soldas
Tipo de solda Tipo de solicitação e orientação Resistências de cálculo1) 2) 4)
Tração ou compressão paralelas ao eixo da solda Não precisa ser considerado

Penetração total7) Tração ou compressão normal à seção efetiva da solda Fw. Rd = AMB ⋅ f y γ a1 5) 6) 9)

Cisalhamento (soma vetorial) na seção efetiva Fw. Rd = 0,6 ⋅ AMB ⋅ f y γ a1 9)


Tração ou compressão paralelas ao eixo da solda3) Não precisa ser considerado
a) Metal base
Fw. Rd = AMB ⋅ f y γ a1 9)
Tração normal à seção efetiva da solda
b) Metal da solda
Penetração parcial 7) Fw. Rd = 0,6 ⋅ Aw ⋅ f w γ w1
a) Metal Base
FRd = 0,6 ⋅ f y ⋅ AMB γ a1
Cisalhamento paralelo ao eixo da solda, na seção efetiva
b) Metal da solda
Fw. Rd = 0,6 ⋅ Aw ⋅ f w γ w 2
Tração ou compressão paralelas ao eixo da solda3) Não precisa ser considerado
a) Metal Base
Soldas de filete Cisalhamento na seção efetiva (a solicitação de cálculo é
igual à resultante vetorial de todas as forças de cálculo na FRd = 0,6 ⋅ f y ⋅ AMB γ a1
junta que produzam tensões normais ou de cisalhamento b) Metal da solda
na superfície de contato das partes ligadas) F
w. Rd = 0,6 ⋅ A ⋅ f
w w γ w2
a) Metal Base
Soldas de tampão em Cisalhamento paralelo às superfícies em contato, na seção FRd = 0,6 ⋅ f y ⋅ AMB γ a1
furos ou rasgos efetiva b) Metal da solda (F)
Fw. Rd = 0,6 ⋅ Aw ⋅ f w γ w 2
(A) Para definição de áreas efetivas de soldas ver 6.2.2.
(B) O metal da solda a ser usado para cada metal base é dado na tabela 7.
(C) Soldas de filete e soldas de entalhe de penetração parcial, ligando os elementos componentes de perfis soldados
(mesas e almas), podem ser calculadas sem considerar as tensões de tração ou de compressão nesses elementos,
paralelas ao eixo da solda; deverão ser considerados, entretanto, tensões de cisalhamento causadas pelas forças
cortantes e os efeitos locais.
(D) Em soldas sujeitas a tensões não uniformes, a solicitação de cálculo e a resistência de cálculo serão determinadas
com base em comprimentos efetivos unitários.
(E) Neste caso, quando houver duas classes de resistência de metal da solda na tabela 7, só pode ser usada a classe
de maior resistência.
(F) Para juntas de canto e em T, com chapa de espera não retirada do local da solda, o metal da solda deve ter uma
tenacidade mínima de 27 J a 4°C, no ensaio de Charpy com entalhe em V. Pode-se dispensar esta exigência de
tenacidade desde que a junta seja dimensionada usando-se o coeficiente de ponderação da resistência e a resistência
característica de uma solda de penetração parcial. A mesma exigência de tenacidade é aplicável a emendas soldadas
de perfis soldados com espessura de mesa e/ou alma superior a 50 mm (neste caso não há alternativa para dispensar
tal exigência).
(G) Em emendas soldadas de perfis soldados com espessura de mesa e/ou alma superior a 50 mm, deve ser aplicado
um pré-aquecimento igual ou superior a 175° C.
(H) Ver também 6.2.5.2.
(I) O valor de γa1 é dado em 4.8.2.
(J) O valor de γw1 é igual a 1,25 para combinações normais, especiais ou de construção e igual a 1,05 para
combinações excepcionais.
(K) O valor de γw2 é igual a 1,35 para combinações normais, especiais ou de construção e igual a 1,15 para
combinações excepcionais.

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120
Tabela 7.3: Espessura da garganta efetiva de soldas de entalhe de penetração parcial
Posição de Espessura da garganta
Processo de soldagem Tipo de chanfro
soldagem efetiva
Arco elétrico com
eletrodo revestido Todas
1)
(SMAW)
Arco elétrico com
Chanfro em J, U ou V
Proteção gasosa
com ângulo de 60º
(GMAW)2)
Todas
Arco elétrico com fluxo
no núcleo
Profundidade do
(FCAW)3)
chanfro
Arco submerso (SAW)4) Chanfro em J, U, V ou
P
bisel com ângulo de 60º
Arco elétrico com
Proteção gasosa
(GMAW)2)
P, H Bisel com ângulo de 45º
Arco elétrico com fluxo
no núcleo
(FCAW)3)
Arco elétrico com
eletrodo revestido Todas Bisel com ângulo de 45º
(SMAW)1)
Arco elétrico com
Profundidade do
Proteção gasosa
chanfro menos 3 mm
(GMAW)2)
V, S Bisel com ângulo de 45º
Arco elétrico com fluxo
no núcleo
(FCAW)3)
1) SMAW - Shielded Metal Arc Welding
2) GMAW - Gas Metal Arc Welding
3) FCAW – Flux Cored Arc Welding
4) SAW - Submerged Arc Welding
5) P- Plana; H – Horizontal; V – Vertical; S – Sobrecabeça
6) Ângulo do chanfro é o ângulo entre as faces de fusão

7.5 Disposições construtivas

As espessuras mínimas de gargantas efetivas de soldas de entalhe de penetração parcial estão


indicadas na Tabela 7.4. A dimensão da solda deve ser estabelecida em função da parte mais
espessa soldada, exceto que tal dimensão não necessita ultrapassar a espessura da parte menos
espessa, desde que seja obtida a resistência de cálculo necessária. Não podem ser usadas soldas de
penetração parcial em emendas de peças fletidas.

A dimensão nominal (dimensão da perna) mínima de uma solda de filete é dada na Tabela 7.5, em
função da parte mais espessa soldada, exceto que, no caso de ligações entre mesa e alma de perfis
soldados e situações similares, tal dimensão não precisa ultrapassar a necessária para desenvolver
a resistência de cálculo da alma.

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Tabela 7.4: Espessura mínima da garganta efetiva de uma solda de entalhe de penetração parcial
Menor espessura do metal base na Espessura mínima da garganta
junta (mm) efetiva (mm)
Abaixo de 6,35 e até 6,35 3
Acima de 6,35 até 12,5 5
Acima de 12,5 até 19 6
Acima de 19 até 37,5 8
Acima de 37,5 até 57 10
Acima de 57 até 152 13
Acima de 152 16

Tabela 7.5: Dimensão mínima de uma solda de filete


Menor espessura do metal base na Dimensão nominal mínima da
junta (mm) solda de filete(*) (mm)
Abaixo de 6,35 e até 6,35 3
Acima de 6,35 até 12,5 5
Acima de 12,5 até 19 6
Acima de 19 8
(*)
Executadas somente com um passe

A dimensão nominal (dimensão da perna) máxima de uma solda de filete que pode ser usada ao
longo de bordas de partes soldadas é a seguinte (Figura 7.10):

a) ao longo de bordas de material com espessura inferior a 6,35 mm, não mais do que a
espessura do material;

b) ao longo de bordas de material com espessura igual ou superior a 6,35 mm, não mais do
que a espessura do material subtraída de 1,5 mm, a não ser que nos desenhos essa solda seja
indicada como reforçada durante a execução, de modo a obter a espessura total desejada da
garganta.

t1
t d
d
t2
Caso a) Caso b)
d sem limites

Figura 7.10: Dimensões máximas da solda de filete

Atenção também deve ser dada aos comprimentos dos cordões, que não podem ser inferiores a
quatro vezes a dimensão da perna ou 40 mm. Caso isso não seja atendido o comprimento efetivo
para efeito de determinação da resistência de cálculo será 25% do comprimento executado (ou
projetado).

No caso de serem executados apenas filetes longitudinais em ligações de extremidades, os seus


comprimentos não podem ser menores do que a distância transversal entre eles (Figura 7.11).
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Filete longitudinal

Figura 7.11: Dimensões mínima para solda de filete longitudinal

Podem ser usadas soldas intermitentes de filete, dimensionadas para transmitir solicitações de
cálculo, quando a resistência de cálculo exigida for inferior a de uma solda contínua da menor
dimensão nominal permitida, e também para ligar elementos de barras compostas. O comprimento
efetivo de qualquer segmento de solda intermitente de filete não pode ser menor que 4 vezes a
dimensão nominal, nem menor que 40 mm. O uso de soldas intermitentes requer cuidados
especiais com flambagens locais e com corrosão.

O cobrimento mínimo, em ligações por superposição, deve ser igual a 5 vezes a espessura da parte
ligada menos espessa e não inferior a 25 mm. Chapas ou barras, ligadas por superposição apenas
com filetes transversais e sujeitas a solicitação axial, devem ter soldas de filete ao longo das
extremidades de ambas as partes, exceto quando a deformação das partes sobrepostas for
suficientemente contida de modo a evitar abertura da ligação por efeito das solicitações de cálculo.

7.6 Determinação dos esforços na solda

Para solução do problema de carga excêntrica na ligação (Figura 7.12), supõe-se que as peças
ligadas sejam rígidas e que as soldas sejam elásticas. Uma carga excêntrica pode ser decomposta
em uma carga no c.g. da ligação e um momento que pode ser decomposto em um momento fletor
e um momento de torção.

ex ez
y
P

c.g. da solda
Figura 7.12: Ligação soldada em filetes com carga excêntrica.

Se o comprimento total da solda for  , a carga P aplicada no c.g., vai produzir uma taxa de força
cortante

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P
qP = (7.1)

O momento em torno do eixo x (fletor) produz tensões normais e é sempre calculado a partir da
distância da carga ao plano da solda (excentricidade ez). O esforço P não é necessariamente
paralelo a um dos eixos principais de inércia da ligação, mas qualquer que seja sua direção ele
pode ser decomposto em duas forças paralelas aos eixos e superpor os efeitos. Obtém-se,
analogamente ao esforço cortante, uma taxa de força normal em um ponto genérico da solda:

M
qM = c (7.2)
I

Em que I é o momento de inércia do cordão de solda em relação ao eixo ortogonal a P (eixo de


flexão) e c é a distância do ponto da solda ao eixo.

O momento de inércia I pode ser obtido para uma espessura unitária do cordão de solda. Dessa
forma, qp e qm possuem unidade de força por unidade de distância e devem ser somadas
vetorialmente. A espessura da solda, então, é determinada como o mínimo valor que gera uma
resistência superior a este valor resultante.

O momento de torção é obtido a partir da distância da força P ao eixo normal ao plano da solda
que passa pelo c.g. (no caso da figura é a excentricidade ex). A tensão de cisalhamento devida ao
momento de torção (Figura 7.13) em um ponto genérico do cordão é:

T
qT = r (7.3)
Ip

Em que T é o momento de torção (T = Pex), Ip é o momento de inércia polar do cordão em relação


ao c.g. (Ip = Ix+Iy) e r é o raio vetor do ponto da solda.

y
p
α
α r qT
x

Figura 7.13: Taxa de carga no cordão para ação de momento de torção.

A tensão de cisalhamento qt pode ser decomposta em componentes paralelas aos eixos


coordenados:

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T T .y
qTx = r. cos α =
Ip Ip
(7.4)
T T .x
qTy = r.senα =
Ip Ip

Da mesma forma, o momento polar de inércia Ip pode ser obtido para uma espessura unitária do
cordão de solda. Assim, qp e qT possuem unidade de força por unidade de distância e devem ser
somadas vetorialmente. A espessura da solda, então, é determinada como o mínimo valor que gera
uma resistência superior a este valor resultante.

Para os casos mais comuns de cordão de solda é comum o uso de tabelas (Tabela 7.6), que
apresenta o momento de inércia polar em relação ao centro de gravidade.

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Tabela 7.6: Propriedades geométricas de cordões de soldas de largura unitária.

Forma da seção Módulo resistente Momento de inércia polar


em rel. ao c.g.

b
x
y
d

b
x

y
d
b

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8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Callister, W. (2010). Ciência e engenharia de materiais: Uma introdução. 5ª Edição. Livros


Técnicos e Científicos (LTC).

Pfeil, M. e Pfeil, W. (2009). Estruturas de aço – Dimensionamento prático. 8ª Edição. Livros


Técnicos e Científicos (LTC).

Reis, A. e Camotim, D. (2001). Estabilidade estrutural. MacGraw-Hill.

Sáles, J. J. (2009). Elementos de Estruturas de aço. Apostila. USP – São Carlos.

Silva, V. P e Fruchtengarten, J. (2011). Estruturas metálicas e de madeira. Apostila. USP. São


Paulo.

Timoshenko, S. P. e Gere, J. (1961). Theory of elastic stability. 2ª Edição. McGraw-Hill. Londres.

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Anexo A: Tabela de perfis

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Perfis laminados W e HP

y
tf

d d’
tw x

bf

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Massa ESPESSURA EIXO X - X EIXO Y - Y Esbeltez
BITOLA d bf h d' Área rt It Cw
Alma -
Linear tw tf Ix Wx rx Zx Iy Wy ry Zy Aba - λ f
λw
mm x kg/m Kg/m mm mm mm mm mm mm cm2 cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm3 cm cm3 cm cm4 bf/2tf d'/tw cm6
W 150 x 13,0 13,0 148 100 4,3 4,9 138 118 16,6 635 85,8 6,18 96,4 82 16,4 2,22 25,5 2,60 1,72 10,20 27,49 4.181
W 150 x 18,0 18,0 153 102 5,8 7,1 139 119 23,4 939 122,8 6,34 139,4 126 24,7 2,32 38,5 2,69 4,34 7,18 20,48 6.683
W 150 x 22,5 (H) 22,5 152 152 5,8 6,6 139 119 29,0 1229 161,7 6,51 179,6 387 50,9 3,65 77,9 4,10 4,75 11,52 20,48 20.417
W 150 x 24,0 24,0 160 102 6,6 10,3 139 115 31,5 1384 173,0 6,63 197,6 183 35,9 2,41 55,8 2,73 11,08 4,95 17,48 10.206
W 150 x 29,8 (H) 29,8 157 153 6,6 9,3 138 118 38,5 1739 221,5 6,72 247,5 556 72,6 3,80 110,8 4,18 10,95 8,23 17,94 30.227
W 150 x 37,1 (H) 37,1 162 154 8,1 11,6 139 119 47,8 2244 277,0 6,85 313,5 707 91,8 3,84 140,4 4,22 20,58 6,64 14,67 39.93
W 200 x 15,0 15,0 200 100 4,3 5,2 190 170 19,4 1305 130,5 8,2 147,9 87 17,4 2,12 27,3 2,55 2,05 9,62 39,44 8.222
W 200 x 19,3 19,3 203 102 5,8 6,5 190 170 25,1 1686 166,1 8,19 190,6 116 22,7 2,14 35,9 2,59 4,02 7,85 29,31 11.098
W 200 x 22,5 22,5 206 102 6,2 8,0 190 170 29,0 2029 197,0 8,37 225,5 142 27,9 2,22 43,9 2,63 6,18 6,38 27,42 13.868
W 200 x 26,6 26,6 207 133 5,8 8,4 190 170 34,2 2611 252,3 8,73 282,3 330 49,6 3,10 76,3 3,54 7,65 7,92 29,34 32.477
W 200 x 31,3 31,3 210 134 6,4 10,2 190 170 40,3 3168 301,7 8,86 338,6 410 61,2 3,19 94,0 3,60 12,59 6,57 26,50 40.822
W 200 x 35,9 (H) 35,9 201 165 6,2 10,2 181 161 45,7 3437 342,0 8,67 379,2 764 92,6 4,09 141,0 4,50 14,51 8,09 25,90 69.502

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W 200 x 41,7 (H) 41,7 205 166 7,2 11,8 181 157 53,5 4114 401,4 8,77 448,6 901 108,5 4,10 165,7 4,53 23,19 7,03 21,86 83.948
W 200 x 46,1 (H) 46,1 203 203 7,2 11,0 181 161 58,6 4543 447,6 8,81 495,3 1535 151,2 5,12 229,5 5,58 22,01 9,23 22,36 141.342
W 200 x 52,0 (H) 52,0 206 204 7,9 12,6 181 157 66,9 5298 514,4 8,90 572,5 1784 174,9 5,16 265,8 5,61 33,34 8,10 19,85 166.71
HP 200 x 53,0 (H) 53,0 204 207 11,3 11,3 181 161 68,1 4977 488,0 8,55 551,3 1673 161,7 4,96 248,6 5,57 31,93 9,16 14,28 155.075
W 200 x 59,0 (H) 59,0 210 205 9,1 14,2 182 158 76,0 6140 584,8 8,99 655,9 2041 199,1 5,18 303,0 5,64 47,69 7,22 17,32 195.418
W 200 x 71,0 (H) 71,0 216 206 10,2 17,4 181 161 91,0 7660 709,2 9,17 803,2 2537 246,3 5,28 374,5 5,70 81,66 5,92 15,80 249.976
W 200 x 86,0 (H) 86,0 222 209 13,0 20,6 181 157 110,9 9498 855,7 9,26 984,2 3139 300,4 5,32 458,7 5,77 142,19 5,07 12,06 317.844

Profs. Leandro Fleck Fadel Miguel e Moacir H. Andrade Carqueja


W 250 x 17,9 17,9 251 101 4,8 5,3 240 220 23,1 2291 182,6 9,96 211,0 91 18,1 1,99 28,8 2,48 2,54 9,53 45,92 13.735
W 250 x 22,3 22,3 254 102 5,8 6,9 240 220 28,9 2939 231,4 10,09 267,7 123 24,1 2,06 38,4 2,54 4,77 7,39 37,97 18.629
W 250 x 25,3 25,3 257 102 6,1 8,4 240 220 32,6 3473 270,2 10,31 311,1 149 29,3 2,14 46,4 2,58 7,06 6,07 36,10 22.955
W 250 x 28,4 28,4 260 102 6,4 10,0 240 220 36,6 4046 311,2 10,51 357,3 178 34,8 2,20 54,9 2,62 10,34 5,10 34,38 27.636
W 250 x 32,7 32,7 258 146 6,1 9,1 240 220 42,1 4937 382,7 10,83 428,5 473 64,8 3,35 99,7 3,86 10,44 8,02 36,03 73.104
W 250 x 38,5 38,5 262 147 6,6 11,2 240 220 49,6 6057 462,4 11,05 517,8 594 80,8 3,46 124,1 3,93 17,63 6,56 33,27 93.242
W 250 x 44,8 44,8 266 148 7,6 13,0 240 220 57,6 7158 538,2 11,15 606,3 704 95,1 3,50 146,4 3,96 27,14 5,69 29,95 112.398
HP 250 x 62,0 (H) 62,0 246 256 10,5 10,7 225 201 79,6 8728 709,6 10,47 790,5 2995 234,0 6,13 357,8 6,89 33,46 11,96 19,10 414.13
W 250 x 73,0 (H) 73,0 253 254 8,6 14,2 225 201 92,7 11257 889,9 11,02 983,3 3880 305,5 6,47 463,1 7,01 56,94 8,94 23,33 552.9
W 250 x 80,0 (H) 80,0 256 255 9,4 15,6 225 201 101,9 12550 980,5 11,10 1088,7 4313 338,3 6,51 513,1 7,04 75,02 8,17 21,36 622.878
HP 250 x 85,0 (H) 85,0 254 260 14,4 14,4 225 201 108,5 12280 966,9 10,64 1093,2 4225 325,0 6,24 499,6 7,00 82,07 9,03 13,97 605.403
W 250 x 89,0 (H) 89,0 260 265 10,7 17,3 225 201 113,9 14237 1095,1 11,18 1224,4 4841 378,2 6,52 574,3 7,06 102,81 7,40 18,82 712.351
130
Massa ESPESSURA EIXO X - X EIXO Y - Y Esbeltez
BITOLA d bf h d' Área rt It Cw
Alma -
Linear tw tf Ix Wx rx Zx Iy Wy ry Zy Aba - λ f
λw
mm x kg/m Kg/m mm mm cm cm3 mm mm cm2 cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm3 cm cm3 cm cm4 bf/2tf d'/tw cm6
4 3 4 3
W 250 x 101,0 (H) 101,0 cm cm 11,9 19,6 cm cm cm 16352 1238,8 11,27 1395,0 5549 431,8 6,57 656,3 7,10 147,70 6,56 16,87 828.031
W 250 x 115,0 (H) 115,0 269 259 13,5 22,1 225 201 146,1 18920 1406,7 11,38 1597,4 6405 494,6 6,62 752,7 7,16 212,00 5,86 14,87 975.265
W 310 x 21,0 21,0 303 101 5,1 5,7 292 272 27,2 3776 249,2 11,77 291,9 98 19,5 1,90 31,4 2,42 3,27 8,86 53,25 21.628
W 310 x 23,8 23,8 305 101 5,6 6,7 292 272 30,7 4346 285,0 11,89 333,2 116 22,9 1,94 36,9 2,45 4,65 7,54 48,50 25.594
W 310 x 28,3 28,3 309 102 6,0 8,9 291 271 36,5 5500 356,0 12,28 412,0 158 31,0 2,08 49,4 2,55 8,14 5,73 45,20 35.441
W 310 x 32,7 32,7 313 102 6,6 10,8 291 271 42,1 6570 419,8 12,49 485,3 192 37,6 2,13 59,8 2,58 12,91 4,72 41,12 43.612
W 310 x 38,7 38,7 310 165 5,8 9,7 291 271 49,7 8581 553,6 13,14 615,4 727 88,1 3,82 134,9 4,38 13,20 8,51 46,66 163.728
W 310 x 44,5 44,5 313 166 6,6 11,2 291 271 57,2 9997 638,8 13,22 712,8 855 103,0 3,87 158,0 4,41 19,90 7,41 41,00 194.433
W 310 x 52,0 52,0 317 167 7,6 13,2 291 271 67,0 11909 751,4 13,33 842,5 1026 122,9 3,91 188,8 4,45 31,81 6,33 35,61 236.422
HP 310 x 79,0 (H) 79,0 299 306 11,0 11,0 277 245 100,0 16316 1091,3 12,77 1210,1 5258 343,7 7,25 525,4 8,20 46,72 13,91 22,27 1.089.258
HP 310 x 93,0 (H) 93,0 303 308 13,1 13,1 277 245 119,2 19682 1299,1 12,85 1450,3 6387 414,7 7,32 635,5 8,26 77,33 11,76 18,69 1.340.320
W 310 x 97,0 (H) 97,0 308 305 9,9 15,4 277 245 123,6 22284 1447,0 13,43 1594,2 7286 477,8 7,68 725,0 8,38 92,12 9,90 24,77 1.558.682

ECV 5255 – Estruturas Metálicas I (ECV/UFSC)


W 310 x 107,0 (H) 107,0 311 306 10,9 17,0 277 245 136,4 24839 1597,3 13,49 1768,2 8123 530,9 7,72 806,1 8,41 122,86 9,00 22,48 1.754.271
HP 310 x 110,0 (H) 110,0 308 310 15,4 15,5 277 245 141,0 23703 1539,1 12,97 1730,6 7707 497,3 7,39 763,7 8,33 125,66 10,00 15,91 1.646.104
W 310 x 117,0 (H) 117,0 314 307 11,9 18,7 277 245 149,9 27563 1755,6 13,56 1952,6 9024 587,9 7,76 893,1 8,44 161,61 8,21 20,55 1.965.950
HP 310 x 125,0 (H) 125,0 312 312 17,4 17,4 277 245 159,0 27076 1735,6 13,05 1963,3 8823 565,6 7,45 870,6 8,38 177,98 8,97 14,09 1.911.029
W 360 x 32,9 32,9 349 127 5,8 8,5 332 308 42,1 8358 479,0 14,09 547,6 291 45,9 2,63 72,0 3,20 9,15 7,47 53,10 84.111
W 360 x 39,0 39,0 353 128 6,5 10,7 332 308 50,2 10331 585,3 14,35 667,7 375 58,6 2,73 91,9 3,27 15,83 5,98 47,32 109.551
W 360 x 44,0 44,0 352 171 6,9 9,8 332 308 57,7 12258 696,5 14,58 784,3 818 95,7 3,77 148,0 4,43 16,7 8,72 44,7 239.091

Profs. Leandro Fleck Fadel Miguel e Moacir H. Andrade Carqueja


W 360 x 51,0 51,0 355 171 7,2 11,6 332 308 64,8 14222 801,2 14,81 899,5 968 113,3 3,87 174,7 4,49 24,65 7,37 42,75 284.994
W 360 x 57,8 57,8 358 172 7,9 13,1 332 308 72,5 16143 901,8 14,92 1014,8 1113 129,4 3,92 199,8 4,53 34,45 6,56 38,96 330.394
W 360 x 64,0 64,0 347 203 7,7 13,5 320 288 81,7 17890 1031,1 14,80 1145,5 1885 185,7 4,80 284,5 5,44 44,57 7,52 37,40 523.362
W 360 x 72,0 72,0 350 204 8,6 15,1 320 288 91,3 20169 1152,5 14,86 1285,9 2140 209,8 4,84 321,8 5,47 61,18 6,75 33,47 599.082
W 360 x 79,0 79,0 354 205 9,4 16,8 320 288 101,2 22713 1283,2 14,98 1437,0 2416 235,7 4,89 361,9 5,51 82,41 6,10 30,68 685.701
W 360 x 91,0 (H) 91,0 353 254 9,5 16,4 320 288 115,9 26755 1515,9 15,19 1680,1 4483 353,0 6,22 538,1 6,90 92,61 7,74 30,34 1.268.709
W 360 x 101,0 (H) 101,0 357 255 10,5 18,3 320 286 129,5 30279 1696,3 14,29 1888,9 5063 397,1 6,25 606,1 6,93 128,47 6,97 27,28 1.450.410
W 360 x 110,0 (H) 110,0 360 256 11,4 19,9 320 288 140,6 33155 1841,9 15,36 2059,3 5570 435,2 6,29 664,5 6,96 161,93 6,43 25,28 1.609.070
W 360 x 122,0 (H) 122,0 363 257 13,0 21,7 320 288 155,3 36599 2016,5 15,35 2269,8 6147 478,4 6,29 732,4 6,98 212,7 5,92 22,12 1.787.806
W 410 x 38,8 38,8 399 140 6,4 8,8 381 357 50,3 12777 640,5 15,94 736,8 404 57,7 2,83 90,9 3,49 11,69 7,95 55,84 153.19
W 410 x 46,1 46,1 403 140 7,0 11,2 381 357 59,2 15690 778,7 16,27 891,1 514 73,4 2,95 115,2 3,55 20,06 6,25 50,94 196.571
W 410 x 53,0 53,0 403 177 7,5 10,9 381 357 68,4 18734 929,7 16,55 1052,2 1009 114,0 3,84 176,9 4,56 23,38 8,12 47,63 387.194
131
Massa ESPESSURA EIXO X - X EIXO Y - Y Esbeltez
BITOLA d bf h d' Área rt It Cw
Alma -
Linear tw tf Ix Wx rx Zx Iy Wy ry Zy Aba - λ f
λw
mm x kg/m mm mm mm mm cm2 cm cm4 cm6
W 410 x 60,0 60,0 407 178 7,7 12,8 381 357 76,2 21707 1066,7 16,88 1201,5 1205 135,4 3,98 209,2 4,65 33,78 6,95 46,72 467.404
W 410 x 67,0 67,0 410 179 8,8 14,4 381 357 86,3 24678 1203,8 16,91 1362,7 1379 154,1 4,00 239,0 4,67 48,11 6,22 40,59 538.546
W 410 x 75,0 75,0 413 180 9,7 16,0 381 357 95,8 27616 1337,3 16,98 1518,6 1559 173,2 4,03 269,1 4,70 65,21 5,63 36,80 612.784
W 410 x 85,0 85,0 417 181 10,9 18,2 381 357 108,6 31658 1518,4 17,07 1731,7 1804 199,3 4,08 310,4 4,74 94,48 4,97 32,72 715.165
W 460 x 52,0 52,0 450 152 7,6 10,8 428 404 66,6 21370 949,8 17,91 1095,9 634 83,5 3,09 131,7 3,79 21,79 7,04 53,21 304.837
W 460 x 60,0 60,0 455 153 8,0 13,3 428 404 76,2 25652 1127,6 18,35 1292,1 796 104,1 3,23 163,4 3,89 34,60 5,75 50,55 387.23
W 460 x 68,0 68,0 459 154 9,1 15,4 428 404 87,6 29851 1300,7 18,46 1495,4 941 122,2 3,28 192,4 3,93 52,29 5,00 44,42 461.163
W 460 x 74,0 74,0 457 190 9,0 14,5 428 404 94,9 33415 1462,4 18,77 1657,4 1661 174,8 4,18 271,3 4,93 52,97 6,55 44,89 811.417
W 460 x 82,0 82,0 460 191 9,9 16,0 428 404 104,7 37157 1615,5 18,84 1836,4 1862 195,0 4,22 303,3 4,96 70,62 5,97 40,81 915.745
W 460 x 89,0 89,0 463 192 10,5 17,7 428 404 114,1 41105 1775,6 18,98 2019,4 2093 218,0 4,28 339,0 5,01 92,49 5,42 38,44 1.035.073
W 460 x 97,0 97,0 466 193 11,4 19,0 428 404 123,4 44658 1916,7 19,03 2187,4 2283 236,6 4,30 368,8 5,03 115,05 5,08 35,44 1.137.180
W 460 x 106,0 106,0 469 194 12,6 20,6 428 404 135,1 48978 2088,6 19,04 2394,6 2515 259,3 4,32 405,7 5,05 148,19 4,71 32,05 1.260.063

ECV 5255 – Estruturas Metálicas I (ECV/UFSC)


W 530 x 66,0 66,0 525 165 8,9 11,4 502 478 83,6 34971 1332,2 20,46 1558,0 857 103,9 3,20 166,0 4,02 31,52 7,24 53,73 562.854
W 530 x 72,0 72,0 524 207 9,0 10,9 502 478 91,6 39969 1525,5 20,89 1755,9 1615 156,0 4,20 244,6 5,16 33,41 9,50 53,13 1.060.548
W 530 x 74,0 74,0 529 166 9,7 13,6 502 478 95,1 40969 1548,9 20,76 1804,9 1041 125,5 3,31 200,1 4,10 47,39 6,10 49,26 688.558
W 530 x 82,0 82,0 528 209 9,5 13,3 501 477 104,5 47569 1801,8 21,34 2058,5 2028 194,1 4,41 302,7 5,31 51,23 7,86 50,25 1.340.255
W 530 x 85,0 85,0 535 166 10,3 16,5 502 478 107,7 48453 1811,3 21,21 2099,8 1263 152,2 3,42 241,6 4,17 72,93 5,03 46,41 845.463
W 530 x 92,0 92,0 533 209 10,2 15,6 502 478 117,6 55157 2069,7 21,65 2359,8 2379 227,6 4,50 354,7 5,36 75,50 6,70 46,84 1.588.565
W 530 x 101,0 101,0 537 210 10,9 17,4 502 470 130,0 62198 2316,5 21,87 2640,4 2693 256,5 4,55 400,6 5,40 106,04 6,03 43,14 1.812.734

Profs. Leandro Fleck Fadel Miguel e Moacir H. Andrade Carqueja


W 530 x 109,0 109,0 539 211 11,6 18,8 501 469 139,7 67226 2494,5 21,94 2847,0 2952 279,8 4,60 437,4 5,44 131,38 5,61 40,47 1.991.291
W 610 x 101,0 101,0 603 228 10,5 14,9 573 541 130,3 77003 2554,0 24,31 2922,7 2951 258,8 4,76 405,0 5,76 81,68 7,65 51,54 2.544.966
W 610 x 113,0 113,0 608 228 11,2 17,3 573 541 145,3 88196 2901,2 24,64 3312,9 3426 300,5 4,86 469,7 5,82 116,50 6,59 48,34 2.981.078
W 610 x 125,0 125,0 612 229 11,9 19,6 573 541 160,1 99184 3241,3 24,89 3697,3 3933 343,5 4,96 536,3 5,89 159,50 5,84 45,45 3.441.766
W 610 x 140,0 140,0 617 230 13,1 22,2 573 541 179,3 112619 3650,5 25,06 4173,1 4515 392,6 5,02 614,0 5,94 255,01 5,18 41,27 3.981.687
W 610 x 155,0 155,0 611 324 12,7 19,0 573 541 198,1 129583 4241,7 25,58 4749,1 10783 665,6 7,38 1022,6 8,53 200,77 8,53 42,60 9.436.714
W 610 x 174,0 174,0 616 325 14,0 21,6 573 541 222,8 147754 4797,2 25,75 5383,3 12374 761,5 7,45 1171,1 8,58 286,88 7,52 38,63 10.915.665
132
133

Perfis soldados série CS, CVS e VS

y tf

d h
tw x

bf

ECV 5255 – Estruturas Metálicas I (ECV/UFSC)


Profs. Leandro Fleck Fadel Miguel e Moacir H. Andrade Carqueja
BITOLA Massa EIXO X - X EIXO Y - Y Esbeltez λr
Área d tw h tf bf It Cw
mm x kg/m Linear Ix Wx rx Zx Iy Wy ry Zy Alma - Aba - MR250 AR350
λw λf Série CS
Kg/m cm2 mm mm mm mm mm cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm6 d'/tw bf/2tf
150 x 25 25,4 32,4 150 6,3 134 8,0 150 1337 178 6,42 199 450 60 3,73 91 6 22685 21 9,4 194 162
150 x 29 28,9 36,8 150 6,3 131 9,5 150 1527 204 6,44 227 535 71 3,81 108 10 26372 21 7,9 217 181
150 x 31 30,6 39,0 150 8 131 9,5 150 1559 208 6,32 235 535 71 3,7 109 11 26372 16 7,9 232 193
150 x 37 37,3 47,5 150 8 125 12,5 150 1908 254 6,34 289 704 94 3,85 143 22 33234 16 6 288 240
150 x 45 45,1 57,4 150 8 118 16,0 150 2274 303 6,29 349 901 120 3,96 182 43 40401 15 4,7 369 307
200 x 39 38,8 49,4 200 6,3 181 9,5 200 3762 376 8,73 414 1267 127 5,06 192 13 114919 29 10,5 172 143
200 x 41 41,2 52,5 200 8 181 9,5 200 3846 385 8,56 427 1267 127 4,91 193 15 114919 23 10,5 180 150
200 x 50 50,2 64,0 200 8 175 12,5 200 4758 476 8,62 530 1667 167 5,1 253 29 146484 22 8 213 178
200 x 61 60,8 77,4 200 8 168 16,0 200 5747 575 8,62 645 2134 213 5,25 323 58 180565 21 6,3 265 221
250 x 43 42,9 54,7 250 6,3 234 8,0 250 6531 522 10,93 570 2084 167 6,17 252 11 305021 37 15,6 144 120
250 x 49 48,7 62,1 250 6,3 231 9,5 250 7519 602 11 655 2474 198 6,31 299 16 357736 37 13,2 150 125
250 x 52 51,8 66,0 250 8 231 9,5 250 7694 616 10,8 678 2475 198 6,12 301 18 357736 29 13,2 157 131

ECV 5255 – Estruturas Metálicas I (ECV/UFSC)


250 x 63 63,2 80,5 250 8 225 12,5 250 9581 766 10,91 843 3256 260 6,36 394 37 459035 28 10 177 148
250 x 66 65,9 83,9 250 9,5 225 12,5 250 9723 778 10,77 862 3257 261 6,23 396 39 459035 24 10 183 152
250 x 76 76,5 97,4 250 8 218 16,0 250 11659 933 10,94 1031 4168 333 6,54 503 72 570375 27 7,8 211 176
250 x 79 79,0 100,7 250 9,5 218 16,0 250 11788 943 10,82 1049 4168 333 6,43 505 75 570375 23 7,8 216 180
250 x 84 84,2 107,3 250 12,5 218 16,0 250 12047 964 10,6 1085 4170 334 6,23 509 84 570375 17 7,8 228 190
250 x 90 90,4 115,1 250 9,5 212 19,0 250 13456 1076 10,81 1204 4949 396 6,56 599 121 660064 22 6,6 251 209
250 x 95 95,4 121,5 250 12,5 212 19,0 250 13694 1096 10,62 1238 4951 396 6,38 602 129 660064 17 6,6 261 218

Profs. Leandro Fleck Fadel Miguel e Moacir H. Andrade Carqueja


250 x 108 108,0 137,6 250 12,5 205 22,4 250 15501 1240 10,61 1406 5837 467 6,51 708 202 755442 16 5,6 304 253
300 x 62 62,4 79,5 300 8 281 9,5 300 13509 901 13,04 986 4276 285 7,33 432 22 901921 35 15,8 144 120
300 x 76 76,1 97,0 300 8 275 12,5 300 16894 1126 13,2 1229 5626 375 7,62 567 44 1162354 34 12 157 131
300 x 92 92,2 117,4 300 8 268 16,0 300 20661 1377 13,27 1507 7201 480 7,83 724 87 1451808 34 9,4 180 150
300 x 95 95,4 121,5 300 9,5 268 16,0 300 20902 1393 13,12 1534 7202 480 7,7 726 90 1451808 28 9,4 184 153
300 x 102 101,7 129,5 300 12,5 268 16,0 300 21383 1426 12,85 1588 7204 480 7,46 730 100 1451808 21 9,4 194 161
300 x 109 109,0 138,9 300 9,5 262 19,0 300 23962 1597 13,13 1765 8552 570 7,85 861 145 1687791 28 7,9 209 174
300 x 115 115,2 146,8 300 12,5 262 19,0 300 24412 1627 12,9 1816 8554 570 7,63 865 156 1687791 21 7,9 217 181
300 x 122 122,4 155,9 300 16 262 19,0 300 24936 1662 12,65 1876 8559 571 7,41 872 176 1687791 16 7,9 231 193
300 x 131 130,5 166,3 300 12,5 255 22,4 300 27774 1852 12,92 2069 10084 672 7,79 1.018 243 1941956 20 6,7 249 207
300 x 138 137,5 175,2 300 16 255 22,4 300 28257 1884 12,7 2126 10089 673 7,59 1.024 263 1941956 16 6,7 260 217
134

300 x 149 149,2 190,0 300 16 250 25,0 300 30521 2035 12,67 2313 11259 751 7,7 1.141 350 2126953 16 6 287 239
BITOLA Massa EIXO X - X EIXO Y - Y Esbeltez λr
Área d tw h tf bf It Cw
mm x kg/m Linear Ix Wx rx Zx Iy Wy ry Zy Alma - Aba - MR250 AR350
λw λf

Kg/m cm2 mm mm mm mm mm cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm6 d'/tw bf/2tf
350 x 89 89,1 113,5 350 8 325 12,5 350 27217 1555 15,49 1688 8934 511 8,87 771 51 2543610 41 14 146 121
350 x 93 92,9 118,4 350 9,5 325 12,5 350 27646 1580 15,28 1727 8935 511 8,69 773 55 2543610 34 14 149 124
350 x 108 107,9 137,4 350 8 318 16,0 350 33403 1909 15,59 2073 11435 653 9,12 985 101 3188642 40 10,9 162 135
350 x 112 111,6 142,2 350 9,5 318 16,0 350 33805 1932 15,42 2111 11436 653 8,97 987 105 3188642 33 10,9 164 137
350 x 119 119,2 151,8 350 12,5 318 16,0 350 34609 1978 15,1 2186 11439 654 8,68 992 117 3188642 25 10,9 172 144
350 x 128 127,6 162,6 350 9,5 312 19,0 350 38873 2221 15,46 2432 13579 776 9,14 1.171 170 3718797 33 9,2 183 152
350 x 135 135,0 172,0 350 12,5 312 19,0 350 39633 2265 15,18 2505 13582 776 8,89 1.176 182 3718797 25 9,2 189 158
350 x 144 143,6 182,9 350 16 312 19,0 350 40519 2315 14,88 2591 13588 776 8,62 1.184 205 3718797 20 9,2 201 167
350 x 153 153,0 194,9 350 12,5 305 22,4 350 45254 2586 15,24 2859 16012 915 9,06 1.384 284 4294659 24 7,8 213 178
350 x 161 161,4 205,6 350 16 305 22,4 350 46082 2633 14,97 2940 16017 915 8,83 1.392 307 4294659 19 7,8 222 185
350 x 175 175,1 223,0 350 16 300 25,0 350 49902 2852 14,96 3204 17875 1021 8,95 1.55 409 4717367 19 7 244 203
350 x 182 182,1 232,0 350 19 300 25,0 350 50577 2890 14,76 3271 17882 1022 8,78 1.558 439 4717367 16 7 253 211

ECV 5255 – Estruturas Metálicas I (ECV/UFSC)


350 x 216 215,9 275,0 350 19 287 31,5 350 59845 3420 14,75 3903 22526 1287 9,05 1.955 802 5708504 15 5,6 310 258
400 x 106 106,4 135,6 400 9,5 375 12,5 400 41727 2086 17,54 2271 13336 667 9,92 1.008 63 5005208 39 16 141 118
400 x 128 128,0 163,0 400 9,5 368 16,0 400 51159 2558 17,72 2779 17069 853 10,23 1.288 120 6291456 39 12,5 152 127
400 x 137 136,6 174,0 400 12,5 368 16,0 400 52404 2620 17,35 2881 17073 854 9,91 1.294 134 6291456 29 12,5 159 132
400 x 146 146,3 186,4 400 9,5 362 19,0 400 58962 2948 17,79 3207 20269 1013 10,43 1.528 194 7354824 38 10,5 166 138
400 x 155 154,9 197,3 400 12,5 362 19,0 400 60148 3007 17,46 3305 20273 1014 10,14 1.534 208 7354824 29 10,5 171 143
400 x 165 164,8 209,9 400 16 362 19,0 400 61532 3077 17,12 3420 20279 1014 9,83 1.543 235 7354824 23 10,5 180 150

Profs. Leandro Fleck Fadel Miguel e Moacir H. Andrade Carqueja


400 x 176 175,5 223,6 400 12,5 355 22,4 400 68864 3443 17,55 3777 23899 1195 10,34 1.806 324 8516884 28 8,9 189 158
400 x 185 185,3 236,0 400 16 355 22,4 400 70169 3508 17,24 3887 23905 1195 10,06 1.815 351 8516884 22 8,9 197 164
400 x 201 201,0 256,0 400 16 350 25,0 400 76133 3807 17,25 4240 26679 1334 10,21 2.022 468 9375000 22 8 213 178
400 x 209 209,2 266,5 400 19 350 25,0 400 77205 3860 17,02 4332 26687 1334 10,01 2.032 502 9375000 18 8 221 185
400 x 248 248,1 316,0 400 19 337 31,5 400 91817 4591 17,05 5183 33619 1681 10,31 2.55 918 11406549 18 6,3 267 223
450 x 144 144,2 183,7 450 9,5 418 16,0 450 73621 3272 20,02 3540 24303 1080 11,5 1.629 135 11442627 44 14,1 144 120
450 x 154 154,1 196,3 450 12,5 418 16,0 450 75447 3353 19,6 3671 24307 1080 11,13 1.636 151 11442627 33 14,1 150 125
450 x 165 164,9 210,1 450 9,5 412 19,0 450 85001 3778 20,11 4088 28859 1283 11,72 1.933 218 13400915 43 11,8 154 128
450 x 175 174,7 222,5 450 12,5 412 19,0 450 86749 3856 19,75 4216 28863 1283 11,39 1.94 234 13400915 33 11,8 159 132
450 x 188 188,5 240,1 450 9,5 405 22,4 450 97865 4350 20,19 4700 34023 1512 11,9 2.277 349 15550692 43 10 168 140
450 x 198 198,0 252,2 450 12,5 405 22,4 450 99526 4423 19,87 4823 34027 1512 11,62 2.284 365 15550692 32 10 173 144
135

450 x 209 209,1 266,4 450 16 405 22,4 450 101463 4509 19,52 4966 34034 1513 11,3 2.294 396 15550692 25 10 179 149
BITOLA Massa EIXO X - X EIXO Y - Y Esbeltez λr
Área d tw h tf bf It Cw
mm x kg/m Linear Ix Wx rx Zx Iy Wy ry Zy Alma - Aba - MR250 AR350
λw λf

Kg/m cm2 mm mm mm mm mm cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm6 d'/tw bf/2tf
450 x 216 215,9 275,0 450 12,5 400 25,0 450 108385 4817 19,85 5281 37975 1688 11,75 2.547 496 17145264 32 9 186 155
450 x 227 226,9 289,0 450 16 400 25,0 450 110252 4900 19,53 5421 37982 1688 11,46 2.557 527 17145264 25 9 192 160
450 x 236 236,3 301,0 450 19 400 25,0 450 111852 4971 19,28 5541 37992 1689 11,23 2.567 566 17145264 21 9 199 166
450 x 280 280,2 357,0 450 19 387 31,5 450 133544 5935 19,34 6644 47863 2127 11,58 3.224 1033 20947287 20 7,1 236 197
450 x 291 290,6 370,2 450 22,4 387 31,5 450 135186 6008 19,11 6771 47877 2128 11,37 3.238 1095 20947287 17 7,1 244 203
450 x 321 320,9 408,8 450 19 375 37,5 450 152314 6770 19,3 7629 56975 2532 11,81 3.831 1676 24227325 20 6 277 231
450 x 331 330,9 421,5 450 22,4 375 37,5 450 153809 6836 19,1 7748 56988 2533 11,63 3.844 1737 24227325 17 6 284 236
500 x 172 171,5 218,5 500 12,5 468 16,0 500 104414 4177 21,86 4556 33341 1334 12,35 2.018 168 19521333 37 15,6 143 119
500 x 195 194,5 247,8 500 12,5 462 19,0 500 120226 4809 22,03 5237 39591 1584 12,64 2.393 260 22895099 37 13,2 150 125
500 x 207 207,2 263,9 500 16 462 19,0 500 123102 4924 21,6 5423 39599 1584 12,25 2.405 294 22895099 29 13,2 157 131
500 x 221 220,5 280,9 500 12,5 455 22,4 500 138161 5526 22,18 5996 46674 1867 12,89 2.818 406 26611872 36 11,2 161 134
500 x 233 233,0 296,8 500 16 455 22,4 500 140908 5636 21,79 6177 46682 1867 12,54 2.829 440 26611872 28 11,2 167 139

ECV 5255 – Estruturas Metálicas I (ECV/UFSC)


500 x 253 252,8 322,0 500 16 450 25,0 500 153296 6132 21,82 6748 52099 2084 12,72 3.154 586 29378255 28 10 177 147
500 x 263 263,4 335,5 500 19 450 25,0 500 155574 6223 21,53 6899 52109 2084 12,46 3.166 629 29378255 24 10 183 152
500 x 312 312,4 398,0 500 19 437 31,5 500 186324 7453 21,64 8286 65650 2626 12,84 3.977 1149 36010447 23 7,9 213 178
500 x 324 324,1 412,9 500 22,4 437 31,5 500 188689 7548 21,38 8448 65666 2627 12,61 3.992 1217 36010447 20 7,9 220 183
500 x 333 333,1 424,3 500 25 437 31,5 500 190497 7620 21,19 8572 65682 2627 12,44 4.006 1286 36010447 17 7,9 226 188
500 x 369 369,1 470,2 500 22,4 425 37,5 500 215306 8612 21,4 9683 78165 3127 12,89 4.741 1931 41778564 19 6,7 253 211
500 x 378 377,8 481,3 500 25 425 37,5 500 216969 8679 21,23 9801 78180 3127 12,75 4.754 1999 41778564 17 6,7 258 215

Profs. Leandro Fleck Fadel Miguel e Moacir H. Andrade Carqueja


550 x 228 228,4 290,9 550 16 512 19,0 550 165283 6010 23,84 6598 52703 1916 13,46 2.907 324 37138082 32 14,5 150 125
550 x 257 256,9 327,2 550 16 505 22,4 550 189447 6889 24,06 7520 62131 2259 13,78 3.42 484 43224942 32 12,3 157 131
550 x 269 268,8 342,4 550 19 505 22,4 550 192667 7006 23,72 7711 62142 2260 13,47 3.434 533 43224942 27 12,3 163 136
550 x 279 278,7 355,0 550 16 500 25,0 550 206302 7502 24,11 8219 69340 2521 13,98 3.813 645 47767822 31 11 166 138
550 x 290 290,5 370,0 550 19 500 25,0 550 209427 7616 23,79 8406 69351 2522 13,69 3.826 693 47767822 26 11 171 142
550 x 345 344,6 439,0 550 19 487 31,5 550 251459 9144 23,93 10110 87375 3177 14,11 4.808 1265 58706326 26 8,7 195 163
550 x 358 357,6 455,6 550 22,4 487 31,5 550 254731 9263 23,65 10311 87392 3178 13,85 4.825 1340 58706326 22 8,7 201 168
550 x 368 367,6 468,3 550 25 487 31,5 550 257234 9354 23,44 10465 87410 3179 13,66 4.84 1416 58706326 19 8,7 207 172
550 x 395 394,7 502,8 550 19 475 37,5 550 288317 10484 23,95 11642 104012 3782 14,38 5.715 2051 68280365 25 7,3 225 187
550 x 407 407,3 518,9 550 22,4 475 37,5 550 291353 10595 23,7 11834 104029 3783 14,16 5.731 2126 68280365 21 7,3 230 191
550 x 417 417,1 531,3 550 25 475 37,5 550 293675 10679 23,51 11980 104046 3783 13,99 5.746 2201 68280365 19 7,3 234 195
136

550 x 441 441,2 562,1 550 31,5 475 37,5 550 299480 10890 23,08 12347 104108 3786 13,61 5.79 2468 68280365 15 7,3 249 207
BITOLA Massa EIXO X - X EIXO Y - Y Esbeltez λr
Área d tw h tf bf It Cw
mm x kg/m Linear Ix Wx rx Zx Iy Wy ry Zy Alma - Aba - MR250 AR350
λw λf

Kg/m cm2 mm mm mm mm mm cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm6 d'/tw bf/2tf
550 x 498 498,2 634,7 550 31,5 461 44,5 550 339231 12336 23,12 14046 123515 4491 13,95 6.845 3758 78827755 15 6,2 284 237
600 x 250 249,6 317,9 600 16 562 19,0 600 216146 7205 26,08 7887 68419 2281 14,67 3.456 354 57722931 35 15,8 144 120
600 x 281 280,7 357,6 600 16 555 22,4 600 248024 8267 26,34 8995 80659 2689 15,02 4.068 528 67258147 35 13,4 150 125
600 x 294 293,8 374,3 600 19 555 22,4 600 252298 8410 25,96 9226 80672 2689 14,68 4.082 582 67258147 29 13,4 155 129
600 x 305 304,6 388,0 600 16 550 25,0 600 270308 9010 26,39 9835 90019 3001 15,23 4.535 704 74390625 34 12 157 131
600 x 318 317,5 404,5 600 19 550 25,0 600 274468 9149 26,05 10062 90031 3001 14,92 4.55 757 74390625 29 12 162 135
600 x 332 332,2 423,2 600 22,4 550 25,0 600 279182 9306 25,68 10319 90052 3002 14,59 4.569 840 74390625 25 12 168 140
600 x 377 376,8 480,0 600 19 537 31,5 600 330248 11008 26,23 12114 113431 3781 15,37 5.718 1380 91625003 28 9,5 182 152
600 x 391 391,2 498,3 600 22,4 537 31,5 600 334635 11155 25,91 12360 113450 3782 15,09 5.737 1463 91625003 24 9,5 187 156
600 x 402 402,2 512,3 600 25 537 31,5 600 337991 11266 25,69 12547 113470 3782 14,88 5.754 1546 91625003 21 9,5 192 160
600 x 432 431,6 549,8 600 19 525 37,5 600 379396 12647 26,27 13965 135030 4501 15,67 6.797 2238 106787109 28 8 207 172
600 x 446 445,6 567,6 600 22,4 525 37,5 600 383496 12783 25,99 14200 135049 4502 15,42 6.816 2320 106787109 23 8 211 176

ECV 5255 – Estruturas Metálicas I (ECV/UFSC)


600 x 456 456,3 581,3 600 25 525 37,5 600 386631 12888 25,79 14379 135068 4502 15,24 6.832 2402 106787109 21 8 215 179
600 x 483 483,1 615,4 600 31,5 525 37,5 600 394469 13149 25,32 14827 135137 4505 14,82 6.88 2695 106787109 17 8 228 190
600 x 546 545,6 695,0 600 31,5 511 44,5 600 447862 14929 25,39 16888 160333 5344 15,19 8.137 4104 123586390 16 6,7 259 215
650 x 305 304,6 388,0 650 16 605 22,4 650 317584 9772 28,61 10602 102547 3155 16,26 4.771 573 100958460 38 14,5 145 121
650 x 319 318,9 406,2 650 19 605 22,4 650 323120 9942 28,2 10876 102561 3156 15,89 4.787 631 100958460 32 14,5 149 125
650 x 330 330,5 421,0 650 16 600 25,0 650 346352 10657 28,68 11596 114448 3521 16,49 5.32 762 111745199 38 13 151 125
650 x 345 344,6 439,0 650 19 600 25,0 650 351752 10823 28,31 11866 114461 3522 16,15 5.335 820 111745199 32 13 155 129

Profs. Leandro Fleck Fadel Miguel e Moacir H. Andrade Carqueja


650 x 361 360,6 459,4 650 22,4 600 25,0 650 357872 11011 27,91 12172 114483 3523 15,79 5.357 911 111745199 27 13 160 133
650 x 395 395,2 503,4 650 16 587 31,5 650 418935 12890 28,85 14042 144198 4437 16,92 6.692 1439 137885561 37 10,3 168 140
650 x 409 409,0 521,0 650 19 587 31,5 650 423991 13046 28,53 14300 144212 4437 16,64 6.707 1496 137885561 31 10,3 171 143
650 x 425 424,7 541,0 650 22,4 587 31,5 650 429722 13222 28,18 14593 144233 4438 16,33 6.728 1586 137885561 26 10,3 176 147
650 x 437 436,7 556,3 650 25 587 31,5 650 434104 13357 27,93 14817 144255 4439 16,1 6.746 1677 137885561 23 10,3 180 150
650 x 468 468,5 596,8 650 19 575 37,5 650 487894 15012 28,59 16500 171673 5282 16,96 7.974 2425 160980133 30 8,7 193 160
650 x 484 483,8 616,3 650 22,4 575 37,5 650 493280 15178 28,29 16781 171694 5283 16,69 7.994 2515 160980133 26 8,7 196 164
650 x 496 495,6 631,3 650 25 575 37,5 650 497399 15305 28,07 16996 171715 5284 16,49 8.012 2604 160980133 23 8,7 200 167
650 x 525 524,9 668,6 650 31,5 575 37,5 650 507697 15621 27,56 17533 171790 5286 16,03 8.065 2923 160980133 18 8,7 212 176
650 x 593 592,8 755,2 650 31,5 561 44,5 650 577540 17770 27,65 19993 203826 6272 16,43 9.54 4449 186688314 18 7,3 238 198
550 x 498 498,2 634,7 550 31,5 461 44,5 550 339231 12336 23,12 14046 123515 4491 13,95 6.845 3758 78827755 15 6,2 284 237
137
BITOLA Massa EIXO X - X EIXO Y - Y Esbeltez λr
Área d tw h tf bf It Cw
mm x kg/m Linear Ix Wx rx Zx Iy Wy ry Zy Alma - Aba - MR250 AR350
λw λf Série CVS
Kg/m cm2 mm mm mm mm mm cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm6 d'/tw bf/2tf
150 x 22 21,7 27,6 150 6,3 134 8 120 1095 146 6,3 165 231 39 2,89 59 5,3 11614 21 7,5 200 167
150 x 24 24,4 31,1 150 6,3 131 9,5 120 1245 166 6,33 187 274 46 2,97 70 8 13502 21 6,3 222 185
200 x 21 20,8 26,5 200 4,75 187 6,3 140 1963 196 8,61 212 288 41 3,3 63 3 27025 39 11,1 144 120
200 x 24 24,4 31,1 200 4,75 184 8 140 2312 231 8,62 255 366 52 3,43 79 5,5 33718 39 8,8 157 131
200 x 28 27,6 35,2 200 4,75 181 9,5 140 2650 265 8,68 292 435 62 3,52 94 8,7 39417 38 7,4 170 141
200 x 27 26,7 34 200 6,3 184 8 140 2393 239 8,39 268 366 52 3,28 80 6,4 33718 29 8,8 166 138
200 x 30 29,8 38 200 6,3 181 9,5 140 2727 273 8,47 305 435 62 3,38 95 9,6 39417 29 7,4 178 148
200 x 36 36,1 46 200 6,3 175 12,5 140 3362 336 8,55 376 572 82 3,53 124 19,8 50244 28 5,6 212 176
200 x 38 38,5 49 200 8 175 12,5 140 3438 344 8,38 389 572 82 3,42 125 21,4 50244 22 5,6 221 184
200 x 46 45,7 58,2 200 8 168 16 140 4118 412 8,41 469 732 105 3,55 159 41,4 61934 21 4,4 271 226
250 x 30 30,1 38,3 250 4,75 234 8 170 4491 359 10,83 394 655 77 4,14 117 6,7 95908 49 10,6 143 119
250 x 33 32,9 41,9 250 6,3 234 8 170 4656 372 10,54 415 656 77 3,96 118 7,8 95908 37 10,6 149 125

ECV 5255 – Estruturas Metálicas I (ECV/UFSC)


250 x 40 39,9 50,8 250 8 231 9,5 170 5495 440 10,4 495 779 92 3,92 141 13,8 112484 29 8,9 165 137
250 x 47 47,5 60,5 250 8 225 12,5 170 6758 541 10,57 606 1025 121 4,12 184 26,2 144335 28 6,8 183 153
250 x 56 56,4 71,8 250 8 218 16 170 8149 652 10,65 732 1311 154 4,27 235 50,4 179344 27 5,3 217 181
250 x 64 64,1 81,7 250 12,5 218 16 170 8538 683 10,22 785 1314 155 4,01 240 61,7 179344 17 5,3 241 201
250 x 72 71,5 91,1 250 12,5 212 19 170 9630 770 10,28 887 1559 183 4,14 283 92,8 207545 17 4,5 272 227
300 x 47 47,5 60,5 300 8 281 9,5 200 9499 633 12,53 710 1268 127 4,58 194 16,4 267236 35 10,5 152 126
300 x 57 56,5 72 300 8 275 12,5 200 11725 782 12,76 870 1668 167 4,81 254 30,9 344401 34 8 163 136

Profs. Leandro Fleck Fadel Miguel e Moacir H. Andrade Carqueja


300 x 67 67 85,4 300 8 268 16 200 14202 947 12,9 1052 2134 213 5 324 59,5 430165 34 6,3 185 154
300 x 70 70,3 89,5 300 9,5 268 16 200 14442 963 12,7 1079 2135 214 4,88 326 62,7 430165 28 6,3 191 159
300 x 79 79,2 100,9 300 9,5 262 19 200 16449 1097 12,77 1231 2535 254 5,01 386 99,5 500086 28 5,3 215 179
300 x 85 85,4 108,8 300 12,5 262 19 200 16899 1127 12,46 1282 2538 254 4,83 390 109,7 500086 21 5,3 227 189
300 x 95 95,4 121,5 300 12,5 255 22,4 200 19092 1273 12,54 1447 2991 299 4,96 458 167,9 575394 20 4,5 257 214
300 x 55 55 70 300 8 281 9,5 250 11504 767 12,82 848 2475 198 5,95 301 19,2 521945 35 13,2 147 123
300 x 66 66,3 84,5 300 8 275 12,5 250 14310 954 13,01 1050 3256 260 6,21 395 37,5 672658 34 10 160 133
300 x 80 79,6 101,4 300 8 268 16 250 17432 1162 13,11 1280 4168 333 6,41 504 73,1 840167 34 7,8 182 152
300 x 83 82,8 105,5 300 9,5 268 16 250 17672 1178 12,94 1307 4169 334 6,29 506 76,4 840167 28 7,8 187 155
300 x 94 94,1 119,9 300 9,5 262 19 250 20206 1347 12,98 1498 4950 396 6,43 600 122,3 976731 28 6,6 211 176
300 x 100 100,3 127,8 300 12,5 262 19 250 20655 1377 12,71 1549 4952 396 6,22 604 132,6 976731 21 6,6 221 184
138

300 x 113 113 143,9 300 12,5 255 22,4 250 23433 1562 12,76 1758 5837 467 6,37 710 205,4 1123817 20 5,6 252 210
BITOLA Massa EIXO X - X EIXO Y - Y Esbeltez λr
Área d tw h tf bf It Cw
mm x kg/m Linear Ix Wx rx Zx Iy Wy ry Zy Alma - Aba - MR250 AR350
λw λf

Kg/m cm2 mm mm mm mm mm cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm6 d'/tw bf/2tf
350 x 73 73,3 93,4 350 9,5 325 12,5 250 20524 1173 14,82 1306 3258 261 5,91 398 42,2 926971 34 10 155 129
350 x 87 86,5 110,2 350 9,5 318 16 250 24874 1421 15,02 1576 4169 334 6,15 507 77,8 1162042 33 7,8 169 141
350 x 98 97,8 124,6 350 9,5 312 19 250 28454 1626 15,11 1803 4950 396 6,3 601 123,8 1355247 33 6,6 187 156
350 x 105 105,2 134 350 12,5 312 19 250 29213 1669 14,77 1876 4953 396 6,08 606 135,9 1355247 25 6,6 196 163
350 x 118 117,8 150,1 350 12,5 305 22,4 250 33169 1895 14,87 2125 5838 467 6,24 712 208,7 1565109 24 5,6 219 182
350 x 128 127,6 162,5 350 12,5 300 25 250 35885 2051 14,86 2313 6515 521 6,33 793 281,6 1719157 24 5 240 200
350 x 136 135,8 173 350 16 300 25 250 36673 2096 14,56 2391 6521 522 6,14 800 304,8 1719157 19 5 252 210
400 x 82 82,4 105 400 8 375 12,5 300 31680 1584 17,37 1734 5627 375 7,32 569 45,7 2111572 47 12 142 118
400 x 87 86,8 110,6 400 9,5 375 12,5 300 32339 1617 17,1 1787 5628 375 7,13 571 50,1 2111572 39 12 146 121
400 x 103 102,8 131 400 9,5 368 16 300 39355 1968 17,33 2165 7203 480 7,42 728 92,9 2654208 39 9,4 156 130
400 x 116 116,5 148,4 400 9,5 362 19 300 45161 2258 17,44 2483 8553 570 7,59 863 148,1 3102816 38 7,9 169 141
400 x 125 125,1 159,3 400 12,5 362 19 300 46347 2317 17,06 2581 8556 570 7,33 869 162 3102816 29 7,9 176 147

ECV 5255 – Estruturas Metálicas I (ECV/UFSC)


400 x 140 140,4 178,8 400 12,5 355 22,4 300 52813 2641 17,19 2931 10086 672 7,51 1022 249,4 3593060 28 6,7 193 161
400 x 152 152,1 193,8 400 12,5 350 25 300 57279 2864 17,19 3195 11256 750 7,62 1139 336,9 3955078 28 6 210 175
400 x 162 161,7 206 400 16 350 25 300 58529 2926 16,86 3303 11262 751 7,39 1147 363,7 3955078 22 6 220 183
450 x 116 116,4 148,3 450 12,5 418 16 300 52834 2348 18,87 2629 7207 480 6,97 736 110,2 3390408 33 9,4 157 131
450 x 130 129,9 165,5 450 12,5 412 19 300 60261 2678 19,08 2987 8557 570 7,19 871 165,2 3970641 33 7,9 165 138
450 x 141 141,2 179,9 450 16 412 19 300 62301 2769 18,61 3136 8564 571 6,9 881 196 3970641 26 7,9 176 147
450 x 156 156,4 199,2 450 16 405 22,4 300 70595 3138 18,83 3530 10094 673 7,12 1034 283,2 4607612 25 6,7 188 156

Profs. Leandro Fleck Fadel Miguel e Moacir H. Andrade Carqueja


450 x 168 168 214 450 16 400 25 300 76346 3393 18,89 3828 11264 751 7,26 1151 370,5 5080078 25 6 200 167
450 x 177 177,4 226 450 19 400 25 300 77946 3464 18,57 3948 11273 752 7,06 1161 409,7 5080078 21 6 210 175
450 x 188 188,1 239,6 450 22,4 400 25 300 79759 3545 18,25 4084 11287 752 6,86 1175 471,7 5080078 18 6 224 186
450 x 206 206,1 262,5 450 19 387 31,5 300 92088 4093 18,73 4666 14197 946 7,35 1452 720,8 6206603 20 4,8 245 204
450 x 216 216,4 275,7 450 22,4 387 31,5 300 93730 4166 18,44 4794 14211 947 7,18 1466 781,9 6206603 17 4,8 256 213
500 x 123 122,9 156,5 500 9,5 468 16 350 73730 2949 21,71 3231 11437 654 8,55 991 109,4 6695817 49 10,9 142 119
500 x 134 133,8 170,5 500 12,5 468 16 350 76293 3052 21,15 3395 11441 654 8,19 998 127,1 6695817 37 10,9 149 124
500 x 150 149,8 190,8 500 12,5 462 19 350 87240 3490 21,38 3866 13585 776 8,44 1182 191,4 7853019 37 9,2 155 129
500 x 162 162,4 206,9 500 16 462 19 350 90116 3605 20,87 4052 13593 777 8,11 1193 225,7 7853019 29 9,2 164 137
500 x 180 180,2 229,6 500 16 455 22,4 350 102403 4096 21,12 4572 16022 916 8,35 1401 327,5 9127872 28 7,8 173 144
500 x 194 193,9 247 500 16 450 25 350 110952 4438 21,19 4966 17880 1022 8,51 1560 429,4 10076742 28 7 183 152
139

500 x 204 204,5 260,5 500 19 450 25 350 113230 4529 20,85 5118 17890 1022 8,29 1572 473,2 10076742 24 7 191 159
BITOLA Massa EIXO X - X EIXO Y - Y Esbeltez λr
Área d tw h tf bf It Cw
mm x kg/m Linear Ix Wx rx Zx Iy Wy ry Zy Alma - Aba - MR250 AR350
λw λf

Kg/m cm2 mm mm mm mm mm cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm6 d'/tw bf/2tf
500 x 217 216,5 275,8 500 22,4 450 25 350 115812 4632 20,49 5290 17907 1023 8,06 1588 542,5 10076742 20 7 202 169
500 x 238 238,2 303,5 500 19 437 31,5 350 134391 5376 21,04 6072 22534 1288 8,62 1969 836,4 12351583 23 5,6 220 183
500 x 250 249,9 318,4 500 22,4 437 31,5 350 136755 5470 20,72 6235 22550 1289 8,42 1984 904,8 12351583 20 5,6 229 191
500 x 259 258,9 329,8 500 25 437 31,5 350 138564 5543 20,5 6359 22566 1289 8,27 1998 973,3 12351583 17 5,6 238 198
500 x 281 280,8 357,7 500 22,4 425 37,5 350 155013 6201 20,82 7082 26837 1534 8,66 2350 1403,7 14330048 19 4,7 261 218
500 x 317 316,8 403,6 500 22,4 411 44,5 350 175049 7002 20,83 8040 31837 1819 8,88 2777 2226,8 16494140 18 3,9 306 255
550 x 184 183,6 233,9 550 16 512 19 400 125087 4549 23,13 5084 20284 1014 9,31 1553 255,4 14286024 32 10,5 156 130
550 x 204 204,1 260 550 16 505 22,4 400 142463 5180 23,41 5747 23911 1196 9,59 1824 371,8 16627476 32 8,9 163 135
550 x 220 219,8 280 550 16 500 25 400 154583 5621 23,5 6250 26684 1334 9,76 2032 488,3 18375000 31 8 171 142
550 x 232 231,6 295 550 19 500 25 400 157708 5735 23,12 6438 26695 1335 9,51 2045 536,7 18375000 26 8 177 148
550 x 245 244,9 312 550 22,4 500 25 400 161250 5864 22,73 6650 26713 1336 9,25 2063 613,4 18375000 22 8 187 156
550 x 270 270,4 344,5 550 19 487 31,5 400 187867 6832 23,35 7660 33628 1681 9,88 2564 952 22582749 26 6,3 201 167

ECV 5255 – Estruturas Metálicas I (ECV/UFSC)


550 x 283 283,5 361,1 550 22,4 487 31,5 400 191139 6951 23,01 7861 33646 1682 9,65 2581 1027,7 22582749 22 6,3 209 174
550 x 293 293,4 373,8 550 25 487 31,5 400 193642 7042 22,76 8015 33663 1683 9,49 2596 1103,5 22582749 19 6,3 216 180
550 x 319 319 406,4 550 22,4 475 37,5 400 217349 7904 23,13 8951 40044 2002 9,93 3060 1598,3 26265625 21 5,3 236 197
550 x 329 328,8 418,8 550 25 475 37,5 400 219671 7988 22,9 9098 40062 2003 9,78 3074 1673,2 26265625 19 5,3 242 202
550 x 361 360,6 459,3 550 22,4 461 44,5 400 246298 8956 23,16 10188 47510 2376 10,17 3618 2539,3 30322923 21 4,5 274 229
550 x 370 370 471,3 550 25 461 44,5 400 248420 9033 22,96 10326 47527 2376 10,04 3632 2613,2 30322923 18 4,5 279 233
600 x 156 156,2 199 600 12,5 568 16 400 128254 4275 25,39 4746 17076 854 9,26 1302 147,2 14551723 45 12,5 141 118

Profs. Leandro Fleck Fadel Miguel e Moacir H. Andrade Carqueja


600 x 190 189,9 241,9 600 16 562 19 400 151986 5066 25,07 5679 20286 1014 9,16 1556 262,2 17103091 35 10,5 152 126
600 x 210 210,4 268 600 16 555 22,4 400 172948 5765 25,4 6407 23912 1196 9,45 1828 378,6 19928340 35 8,9 157 131
600 x 226 226,1 288 600 16 550 25 400 187600 6253 25,52 6960 26685 1334 9,63 2035 495,2 22041667 34 8 163 136
600 x 239 239 304,5 600 19 550 25 400 191759 6392 25,09 7187 26698 1335 9,36 2050 548,1 22041667 29 8 169 141
600 x 278 277,9 354 600 19 537 31,5 400 228338 7611 25,4 8533 33631 1682 9,75 2568 963,5 27148149 28 6,3 189 157
600 x 292 292,3 372,3 600 22,4 537 31,5 400 232726 7758 25 8778 33650 1683 9,51 2587 1046,5 27148149 24 6,3 196 163
600 x 328 327,8 417,6 600 22,4 525 37,5 400 264668 8822 25,18 9981 40049 2002 9,79 3066 1617 31640625 23 5,3 219 182
600 x 339 338,6 431,3 600 25 525 37,5 400 267803 8927 24,92 10160 40068 2003 9,64 3082 1699,2 31640625 21 5,3 225 187
600 x 369 369,3 470,5 600 22,4 511 44,5 400 300131 10004 25,26 11350 47515 2376 10,05 3624 2558 36618190 23 4,5 252 210
650 x 211 211,1 268,9 650 16 612 19 450 200828 6179 27,33 6893 28877 1283 10,36 1963 291,9 28723583 38 11,8 147 122
650 x 234 234,2 298,4 650 16 605 22,4 450 228951 7045 27,7 7790 34041 1513 10,68 2307 422,9 33499644 38 10 150 125
140

650 x 252 252 321 650 16 600 25 450 248644 7651 27,83 8471 37989 1688 10,88 2570 554,1 37078857 38 9 156 130
BITOLA Massa EIXO X - X EIXO Y - Y Esbeltez λr
Área d tw h tf bf It Cw
mm x kg/m Linear Ix Wx rx Zx Iy Wy ry Zy Alma - Aba - MR250 AR350
λw λf

Kg/m cm2 mm mm mm mm mm cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm6 d'/tw bf/2tf
650 x 266 266,1 339 650 19 600 25 450 254044 7817 27,38 8741 38003 1689 10,59 2585 611,6 37078857 32 9 161 134
650 x 282 282,1 359,4 650 22,4 600 25 450 260164 8005 26,91 9047 38025 1690 10,29 2607 702,9 37078857 27 9 169 141
650 x 310 310,1 395 650 19 587 31,5 450 303386 9335 27,71 10404 47874 2128 11,01 3242 1079,1 45752651 31 7,1 177 147
650 x 326 325,8 415 650 22,4 587 31,5 450 309117 9511 27,29 10697 47896 2129 10,74 3263 1169,4 45752651 26 7,1 183 153
650 x 351 350,7 446,8 650 19 575 37,5 450 347034 10678 27,87 11906 56986 2533 11,29 3849 1722,1 53415802 30 6 197 165
650 x 366 366 466,3 650 22,4 575 37,5 450 352421 10844 27,49 12187 57007 2534 11,06 3869 1811,5 53415802 26 6 203 169
650 x 413 413,1 526,2 650 22,4 561 44,5 450 400707 12329 27,6 13888 67637 3006 11,34 4576 2870,5 61946191 25 5,1 231 193
650 x 461 461,2 587,5 650 25 550 50 450 440599 13557 27,39 15391 76009 3378 11,37 5148 4062,5 68343750 22 4,5 260 217
700 x 214 214,1 272,8 700 12,5 662 19 500 250564 7159 30,31 7839 39594 1584 12,05 2401 273 45893016 53 13,2 137 114
700 x 232 232,3 295,9 700 16 662 19 500 259026 7401 29,59 8222 39606 1584 11,57 2417 321,6 45893016 41 13,2 143 119
700 x 278 277,9 354 700 16 650 25 500 321513 9186 30,14 10128 52106 2084 12,13 3167 613 59326172 41 10 150 125
700 x 293 293,2 373,5 700 19 650 25 500 328378 9382 29,65 10444 52120 2085 11,81 3184 675,2 59326172 34 10 155 129

ECV 5255 – Estruturas Metálicas I (ECV/UFSC)


700 x 327 327,3 416,9 700 16 637 31,5 500 386651 11047 30,45 12152 65647 2626 12,55 3978 1133,1 73318260 40 7,9 164 137
700 x 342 342,3 436 700 19 637 31,5 500 393113 11232 30,03 12456 65661 2626 12,27 3995 1194,7 73318260 34 7,9 168 140
750 x 284 284,2 362 750 16 700 25 500 374379 9983 32,16 11023 52107 2084 12 3170 619,8 68440755 44 10 147 122
750 x 301 300,7 383 750 19 700 25 500 382954 10212 31,62 11390 52123 2085 11,67 3188 686,6 68440755 37 10 151 126
750 x 334 333,5 424,9 750 16 687 31,5 500 450034 12001 32,54 13204 65648 2626 12,43 3981 1140 84695994 43 7,9 158 132
750 x 350 349,7 445,5 750 19 687 31,5 500 458140 12217 32,07 13558 65664 2627 12,14 4000 1206,1 84695994 36 7,9 162 135
800 x 288 288,3 367,2 800 16 755 22,4 550 431525 10788 34,28 11860 62139 2260 13,01 3436 518,3 93893894 47 12,3 140 117

Profs. Leandro Fleck Fadel Miguel e Moacir H. Andrade Carqueja


800 x 310 310,1 395 800 16 750 25 550 469323 11733 34,47 12906 69349 2522 13,25 3829 678,7 104092692 47 11 143 119
800 x 328 327,7 417,5 800 19 750 25 550 479870 11997 33,9 13328 69366 2522 12,89 3849 750,1 104092692 39 11 147 122
800 x 365 364,6 464,4 800 16 737 31,5 550 565262 14132 34,89 15487 87372 3177 13,72 4812 1251 128965969 46 8,7 152 127
800 x 382 381,9 486,5 800 19 737 31,5 550 575270 14382 34,39 15894 87389 3178 13,4 4831 1321,8 128965969 39 8,7 156 130
850 x 336 336 428 850 16 800 25 600 578892 13621 36,78 14935 90027 3001 14,5 4551 737,6 153140625 50 12 140 116
850 x 355 354,8 452 850 19 800 25 600 591692 13922 36,18 15415 90046 3002 14,11 4572 813,6 153140625 42 12 144 120
850 x 396 395,6 503,9 850 16 787 31,5 600 698400 16433 37,23 17947 11342 3781 15 5720 1362 189928628 49 9,5 148 123
7
850 x 414 414,1 527,5 850 19 787 31,5 600 710587 16720 36,7 18412 11344 3782 14,66 5741 1437,4 189928628 41 9,5 151 126
5
900 x 342 342,3 436 900 16 850 25 600 656258 14584 38,8 16015 90029 3001 14,37 4554 744,5 172265625 53 12 138 115
900 x 362 362,3 461,5 900 19 850 25 600 671611 14925 38,15 16557 90049 3002 13,97 4577 825,1 172265625 45 12 142 118
900 x 402 401,8 511,9 900 16 837 31,5 600 791302 17584 39,32 19217 11342 3781 14,89 5724 1368,8 213841853 52 9,5 145 121
141

9
900 x 422 421,5 537 900 19 837 31,5 600 805962 17910 38,74 19742 11344 3782 14,53 5746 1448,8 213841853 44 9,5 148 124
8
BITOLA Massa EIXO X - X EIXO Y - Y Esbeltez λr
Área d tw h tf bf It Cw
mm x kg/m Linear Ix Wx rx Zx Iy Wy ry Zy Alma - Aba - MR250 AR350
λw λf

Kg/m cm2 mm mm mm mm mm cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm6 d'/tw bf/2tf
950 x 368 368,2 469 950 16 900 25 650 792565 16686 41,11 18271 114458 3522 15,62 5339 803,4 244766683 56 13 136 113
950 x 389 389,4 496 950 19 900 25 650 810790 17069 40,43 18879 114479 3522 15,19 5362 888,6 244766683 47 13 139 116
950 x 433 432,8 551,4 950 16 887 31,5 650 957066 20149 41,66 21953 144208 4437 16,17 6711 1479,8 304086894 55 10,3 142 118
950 x 454 453,7 578 950 19 887 31,5 650 974513 20516 41,06 22543 144229 4438 15,8 6734 1564,4 304086894 47 10,3 145 121
1000 x 394 394,1 502 1000 16 950 25 700 946296 18926 43,42 20673 142949 4084 16,87 6186 862,3 339650391 59 14 134 112
1000 x 416 416,4 530,5 1000 19 950 25 700 967730 19355 42,71 21349 142971 4085 16,42 6211 952,1 339650391 50 14 137 114
1000 x 464 463,9 590,9 1000 16 937 31,5 700 1.00E+06 22884 44 24867 180107 5146 17,46 7777 1590,8 422272386 59 11,1 139 116
1000 x 486 485,9 619 1000 19 937 31,5 700 1.00E+06 23295 43,38 25526 180129 5147 17,06 7802 1680 422272386 49 11,1 142 118

ECV 5255 – Estruturas Metálicas I (ECV/UFSC)


Profs. Leandro Fleck Fadel Miguel e Moacir H. Andrade Carqueja
142
BITOLA Massa EIXO X - X EIXO Y - Y Esbeltez λr
Área d tw h tf bf It Cw
mm x kg/m Linear Ix Wx rx Zx Iy Wy ry Zy Alma - Aba - MR250 AR350
λw λf Série VS
Kg/m cm2 mm mm mm mm mm cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm6 d'/tw bf/2tf
150 x 15 15 19,1 150 4,75 137 6,3 100 771 103 6,35 113 105 21 2,34 32 2,2 5421 35 7,9 167 139
150 x 18 17,6 22,4 150 4,75 134 8 100 903 120 6,35 135 133 27 2,44 41 3,9 6721 36 6,3 190 159
150 x 20 19,8 25,2 150 4,75 131 9,5 100 1028 137 6,39 154 158 32 2,5 48 6,2 7814 37 5,3 215 179
150 x 19 19,2 24,4 150 6,3 134 8 100 934 125 6,19 142 134 27 2,34 41 4,6 6721 38 6,3 204 170
150 x 21 21,4 27,3 150 6,3 131 9,5 100 1057 141 6,22 161 159 32 2,41 49 6,9 7814 39 5,3 228 190
200 x 19 18,8 24 200 4,75 187 6,3 120 1720 172 8,47 188 182 30 2,75 46 2,7 17019 39 9,5 147 123
200 x 22 21,9 27,9 200 4,75 184 8 120 2017 202 8,5 225 231 39 2,88 59 4,8 21234 39 7,5 159 132
200 x 25 24,6 31,4 200 4,75 181 9,5 120 2305 231 8,57 256 274 46 2,95 69 7,5 24823 38 6,3 171 143
200 x 20 19,9 25,3 200 4,75 187 6,3 130 1841 184 8,53 200 231 36 3,02 54 2,9 21638 39 10,3 146 122
200 x 23 23,2 29,5 200 4,75 184 8 130 2165 217 8,57 240 293 45 3,15 69 5,1 26997 39 8,1 157 131
200 x 26 26,1 33,3 200 4,75 181 9,5 130 2477 248 8,62 274 348 54 3,23 81 8,1 31560 38 6,8 171 142
250 x 21 20,7 26,4 250 4,75 237 6,3 120 2840 227 10,37 251 182 30 2,63 47 2,9 26939 50 9,5 142 118

ECV 5255 – Estruturas Metálicas I (ECV/UFSC)


250 x 24 23,8 30,3 250 4,75 234 8 120 3319 266 10,47 297 231 39 2,76 59 5 33733 49 7,5 148 123
250 x 27 26,5 33,8 250 4,75 231 9,5 120 3787 303 10,58 338 274 46 2,85 70 7,7 39563 49 6,3 154 128
250 x 23 22,7 28,9 250 4,75 237 6,3 140 3225 258 10,56 282 288 41 3,16 63 3,2 42778 50 11,1 139 116
250 x 26 26,3 33,5 250 4,75 234 8 140 3788 303 10,63 336 366 52 3,31 80 5,6 53567 49 8,8 145 121
250 x 30 29,5 37,6 250 4,75 231 9,5 140 4336 347 10,74 383 435 62 3,4 94 8,9 62824 49 7,4 152 127
250 x 25 24,6 31,4 250 4,75 237 6,3 160 3611 289 10,72 312 430 54 3,7 82 3,5 63856 50 12,7 136 114
250 x 29 28,8 36,7 250 4,75 234 8 160 4257 341 10,77 375 546 68 3,86 104 6,3 79959 49 10 143 119

Profs. Leandro Fleck Fadel Miguel e Moacir H. Andrade Carqueja


250 x 32 32,5 41,4 250 4,75 231 9,5 160 4886 391 10,86 429 649 81 3,96 123 10 93778 49 8,4 150 125
300 x 23 22,6 28,8 300 4,75 287 6,3 120 4296 286 12,21 320 182 30 2,51 47 3 39127 60 9,5 140 117
300 x 26 25,7 32,7 300 4,75 284 8 120 5000 333 12,37 376 231 39 2,66 59 5,1 49112 60 7,5 143 119
300 x 28 28,3 36,1 300 4,75 281 9,5 120 5690 379 12,55 425 274 46 2,76 70 7,9 57723 59 6,3 146 122
300 x 25 24,6 31,3 300 4,75 287 6,3 140 4856 324 12,46 357 288 41 3,03 63 3,4 62133 60 11,1 137 114
300 x 28 28,2 35,9 300 4,75 284 8 140 5683 379 12,58 423 366 52 3,19 80 5,8 77988 60 8,8 140 117
300 x 31 31,3 39,9 300 4,75 281 9,5 140 6492 433 12,76 480 435 62 3,3 95 9 91662 59 7,4 144 120
300 x 27 26,5 33,8 300 4,75 287 6,3 160 5416 361 12,66 394 430 54 3,57 82 3,7 92746 60 12,7 135 112
300 x 31 30,7 39,1 300 4,75 284 8 160 6365 424 12,76 470 546 68 3,74 104 6,5 116414 60 10 138 115
300 x 34 34,3 43,7 300 4,75 281 9,5 160 7294 486 12,92 535 649 81 3,85 123 10,2 136825 59 8,4 142 119
300 x 33 33,2 42,3 300 4,75 284 8 180 7047 470 12,91 516 778 86 4,29 131 7,2 165753 60 11,3 137 114
143

300 x 37 37,3 47,5 300 4,75 281 9,5 180 8096 540 13,06 591 924 103 4,41 155 11,3 194815 59 9,5 141 117
BITOLA Massa EIXO X - X EIXO Y - Y Esbeltez λr
Área d tw h tf bf It Cw
mm x kg/m Linear Ix Wx rx Zx Iy Wy ry Zy Alma - Aba - MR250 AR350
λw λf

Kg/m cm2 mm mm mm mm mm cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm6 d'/tw bf/2tf
300 x 46 45,6 58,1 300 4,75 275 12,5 180 10128 675 13,2 737 1215 135 4,57 204 24,5 251068 58 7,2 154 129
350 x 26 26,4 33,6 350 4,75 337 6,3 140 6884 393 14,31 438 288 41 2,93 64 3,6 85089 71 11,1 137 114
350 x 30 30,1 38,3 350 4,75 334 8 140 8026 459 14,48 516 366 52 3,09 80 6 106983 70 8,8 138 115
350 x 33 33,2 42,3 350 4,75 331 9,5 140 9148 523 14,71 583 435 62 3,21 95 9,2 125930 70 7,4 140 116
350 x 28 28,4 36,2 350 4,75 337 6,3 160 7651 437 14,54 481 430 54 3,45 83 3,9 127013 71 12,7 134 112
350 x 33 32,6 41,5 350 4,75 334 8 160 8962 512 14,7 570 546 68 3,63 104 6,7 159695 70 10 136 113
350 x 36 36,2 46,1 350 4,75 331 9,5 160 10249 586 14,91 648 649 81 3,75 123 10,4 187978 70 8,4 138 115
350 x 30 30,4 38,7 350 4,75 337 6,3 180 8418 481 14,75 525 613 68 3,98 104 4,2 180845 71 14,3 132 110
350 x 35 35,1 44,7 350 4,75 334 8 180 9898 566 14,88 625 778 86 4,17 131 7,4 227378 70 11,3 134 112
350 x 39 39,2 49,9 350 4,75 331 9,5 180 11351 649 15,08 712 924 103 4,3 156 11,5 267648 70 9,5 136 114
350 x 38 37,6 47,9 350 4,75 334 8 200 10834 619 15,04 680 1067 107 4,72 162 8 311904 70 12,5 133 111
350 x 42 42,2 53,7 350 4,75 331 9,5 200 12453 712 15,23 777 1267 127 4,86 192 12,6 367144 70 10,5 135 112

ECV 5255 – Estruturas Metálicas I (ECV/UFSC)


350 x 51 51,3 65,4 350 4,75 325 12,5 200 15604 892 15,45 969 1667 167 5,05 252 27,2 474609 68 8 144 120
400 x 28 28,3 36 400 4,75 387 6,3 140 9340 467 16,11 525 288 41 2,83 64 3,7 111646 81 11,1 137 114
400 x 32 31,9 40,6 400 4,75 384 8 140 10848 542 16,35 614 366 52 3 81 6,2 140551 81 8,8 138 115
400 x 35 35,1 44,7 400 4,75 381 9,5 140 12332 617 16,61 692 435 62 3,12 95 9,4 165630 80 7,4 138 115
400 x 30 30,2 38,5 400 4,75 387 6,3 160 10347 517 16,39 575 430 54 3,34 83 4,1 166656 81 12,7 135 112
400 x 34 34,4 43,8 400 4,75 384 8 160 12077 604 16,61 677 546 68 3,53 105 6,9 209803 81 10 135 113
400 x 38 38,1 48,5 400 4,75 381 9,5 160 13781 689 16,86 766 649 81 3,66 124 10,5 247238 80 8,4 136 113

Profs. Leandro Fleck Fadel Miguel e Moacir H. Andrade Carqueja


400 x 32 32,3 41,1 400 4,75 387 6,3 180 11353 568 16,62 624 613 68 3,86 104 4,4 237289 81 14,3 133 111
400 x 37 36,9 47 400 4,75 384 8 180 13307 665 16,83 740 778 86 4,07 132 7,5 298723 81 11,3 133 111
400 x 41 41,1 52,3 400 4,75 381 9,5 180 15230 762 17,06 840 924 103 4,2 156 11,7 352024 80 9,5 134 112
400 x 39 39,4 50,2 400 4,75 384 8 200 14536 727 17,02 802 1067 107 4,61 162 8,2 409771 81 12,5 132 110
400 x 44 44 56,1 400 4,75 381 9,5 200 16679 834 17,24 914 1267 127 4,75 192 12,8 482886 80 10,5 133 111
400 x 53 53,2 67,8 400 4,75 375 12,5 200 20863 1043 17,54 1136 1667 167 4,96 252 27,4 625651 79 8 138 115
450 x 51 51,2 65,2 450 6,3 431 9,5 200 22640 1006 18,63 1130 1268 127 4,41 194 15,1 614461 68 10,5 137 114
450 x 60 60,3 76,8 450 6,3 425 12,5 200 27962 1243 19,08 1378 1668 167 4,66 254 29,7 797526 67 8 139 116
450 x 71 70,9 90,3 450 6,3 418 16 200 33985 1510 19,4 1664 2134 213 4,86 324 58,2 1004565 66 6,3 147 122
450 x 80 80,1 102 450 6,3 412 19 200 38989 1733 19,55 1905 2534 253 4,98 384 95 1176486 65 5,3 157 130
450 x 59 58,6 74,7 450 6,3 431 9,5 250 27249 1211 19,1 1339 2475 198 5,76 301 18 1200119 68 13,2 133 111
144

450 x 70 70,1 89,3 450 6,3 425 12,5 250 33946 1509 19,5 1652 3256 260 6,04 395 36,2 1557668 67 10 136 114
BITOLA Massa EIXO X - X EIXO Y - Y Esbeltez λr
Área d tw h tf bf It Cw
mm x kg/m Linear Ix Wx rx Zx Iy Wy ry Zy Alma - Aba - MR250 AR350
λw λf

Kg/m cm2 mm mm mm mm mm cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm6 d'/tw bf/2tf
450 x 83 83,4 106,3 450 6,3 418 16 250 41523 1845 19,76 2011 4168 333 6,26 504 71,9 1962042 66 7,8 144 120
450 x 95 95 121 450 6,3 412 19 250 47818 2125 19,88 2315 4949 396 6,4 598 117,9 2297825 65 6,6 154 129
500 x 61 61,1 77,8 500 6,3 481 9,5 250 34416 1377 21,03 1529 2475 198 5,64 302 18,4 1488026 76 13,2 133 111
500 x 73 72,5 92,4 500 6,3 475 12,5 250 42768 1711 21,51 1879 3256 260 5,94 395 36,6 1934052 75 10 134 112
500 x 86 86 109,5 500 6,3 468 16 250 52250 2090 21,84 2281 4168 333 6,17 505 72,3 2440167 74 7,8 140 117
500 x 97 97,4 124,1 500 6,3 462 19 250 60154 2406 22,02 2621 4949 396 6,31 598 118,3 2861887 73 6,6 147 123
550 x 64 63,6 81 550 6,3 531 9,5 250 42556 1547 22,92 1728 2475 198 5,53 302 18,8 1806857 84 13,2 133 111
550 x 75 75 95,6 550 6,3 525 12,5 250 52747 1918 23,49 2114 3256 260 5,84 396 37 2351125 83 10 133 111
550 x 88 88,4 112,6 550 6,3 518 16 250 64345 2340 23,9 2559 4168 333 6,08 505 72,7 2970375 82 7,8 137 114
550 x 100 99,9 127,3 550 6,3 512 19 250 74041 2692 24,12 2935 4949 396 6,24 599 118,7 3487799 81 6,6 142 119
600 x 81 81,2 103,5 600 8 581 9,5 300 62768 2092 24,63 2358 4277 285 6,43 437 27,2 3726627 73 15,8 135 112
600 x 95 95 121 600 8 575 12,5 300 77401 2580 25,29 2864 5627 375 6,82 572 49,1 4853760 72 12 134 112

ECV 5255 – Estruturas Metálicas I (ECV/UFSC)


600 x 111 111 141,4 600 8 568 16 300 94091 3136 25,8 3448 7202 480 7,14 729 91,9 6139008 71 9,4 136 113
600 x 125 124,8 159 600 8 562 19 300 108073 3602 26,07 3943 8552 570 7,33 864 147,1 7215366 70 7,9 140 117
600 x 140 140,4 178,8 600 8 555 22,4 300 124012 4134 26,34 4498 10082 672 7,51 1017 234,6 8407268 69 6,7 147 122
600 x 152 152,3 194 600 8 550 25 300 135154 4505 26,39 4918 11252 750 7,62 1134 322,3 9298828 69 6 154 128
650 x 84 84,4 107,5 650 8 631 9,5 300 75213 2314 26,45 2622 4278 285 6,31 438 28,1 4384443 79 15,8 135 113
650 x 98 98,1 125 650 8 625 12,5 300 92487 2846 27,2 3172 5628 375 6,71 573 49,9 5715088 78 12 134 111
650 x 114 114,1 145,4 650 8 618 16 300 112225 3453 27,78 3807 7203 480 7,04 730 92,7 7235208 77 9,4 135 112

Profs. Leandro Fleck Fadel Miguel e Moacir H. Andrade Carqueja


650 x 128 128 163 650 8 612 19 300 128792 3963 28,11 4346 8553 570 7,24 865 147,9 8510691 77 7,9 138 115
650 x 143 143,5 182,8 650 8 605 22,4 300 147713 4545 28,43 4950 10083 672 7,43 1018 235,5 9925820 76 6,7 143 119
650 x 155 155,4 198 650 8 600 25 300 160963 4953 28,51 5408 11253 750 7,54 1135 323,2 10986328 75 6 148 124
700 x 105 105,2 134 700 8 675 12,5 320 115045 3287 29,3 3661 6830 427 7,14 651 53,4 8066667 84 12,8 133 111
700 x 122 122,3 155,8 700 8 668 16 320 139665 3990 29,94 4395 8741 546 7,49 830 99,1 10220470 84 10 133 111
700 x 137 137,1 174,6 700 8 662 19 320 160361 4582 30,31 5017 10379 649 7,71 983 157,9 12030579 83 8,4 135 113
700 x 154 153,7 195,8 700 8 655 22,4 320 184037 5258 30,66 5715 12236 765 7,91 1157 251,3 14042147 82 7,1 139 116
700 x 166 166,4 212 700 8 650 25 320 200642 5733 30,76 6245 13656 854 8,03 1290 344,9 15552000 81 6,4 144 120
750 x 108 108,3 138 750 8 725 12,5 320 134197 3579 31,18 4001 6830 427 7,04 652 54,3 9282667 91 12,8 133 111
750 x 125 125,4 159,8 750 8 718 16 320 162620 4337 31,9 4789 8741 546 7,4 831 99,9 11769304 90 10 132 110
750 x 140 140,2 178,6 750 8 712 19 320 186545 4975 32,32 5458 10380 649 7,62 984 158,8 13862037 89 8,4 134 112
145

750 x 157 156,8 199,8 750 8 705 22,4 320 213953 5705 32,72 6209 12236 765 7,83 1158 252,2 16190941 88 7,1 137 114
BITOLA Massa EIXO X - X EIXO Y - Y Esbeltez λr
Área d tw h tf bf It Cw
mm x kg/m Linear Ix Wx rx Zx Iy Wy ry Zy Alma - Aba - MR250 AR350
λw λf

Kg/m cm2 mm mm mm mm mm cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm6 d'/tw bf/2tf
750 x 170 169,6 216 750 8 700 25 320 233200 6219 32,86 6780 13656 854 7,95 1291 345,7 17941333 88 6,4 141 117
800 x 111 111,5 142 800 8 775 12,5 320 155074 3877 33,05 4351 6830 427 6,94 652 55,1 10584000 97 12,8 133 111
800 x 129 128,6 163,8 800 8 768 16 320 187573 4689 33,84 5194 8741 546 7,31 831 100,8 13427365 96 10 132 110
800 x 143 143,3 182,6 800 8 762 19 320 214961 5374 34,31 5910 10380 649 7,54 985 159,7 15823202 95 8,4 133 111
800 x 160 160 203,8 800 8 755 22,4 320 246374 6159 34,77 6714 12237 765 7,75 1159 253 18492653 94 7,1 135 113
800 x 173 172,7 220 800 8 750 25 320 268458 6711 34,93 7325 13657 854 7,88 1292 346,6 20501333 94 6,4 139 115
850 x 120 120,5 153,5 850 8 825 12,5 350 190878 4491 35,26 5025 8936 511 7,63 779 59,9 15662913 103 14 132 110
850 x 139 139,3 177,4 850 8 818 16 350 231269 5442 36,11 6009 11437 654 8,03 993 109,8 19881309 102 10,9 131 109
850 x 155 155,4 198 850 8 812 19 350 265344 6243 36,61 6845 13581 776 8,28 1177 174,2 23439511 102 9,2 131 110
850 x 174 173,6 221,2 850 8 805 22,4 350 304467 7164 37,1 7784 16010 915 8,51 1385 276,4 27408286 101 7,8 133 111
850 x 188 187,6 239 850 8 800 25 350 331998 7812 37,27 8499 17868 1021 8,65 1544 378,7 30397705 100 7 136 113
900 x 124 123,6 157,5 900 8 875 12,5 350 216973 4822 37,12 5414 8936 511 7,53 780 60,7 17588938 109 14 132 110

ECV 5255 – Estruturas Metálicas I (ECV/UFSC)


900 x 142 142,4 181,4 900 8 868 16 350 262430 5832 38,04 6457 11437 654 7,94 994 110,7 22336617 109 10,9 131 109
900 x 159 158,6 202 900 8 862 19 350 300814 6685 38,59 7345 13581 776 8,2 1178 175,1 26345006 108 9,2 131 109
900 x 177 176,8 225,2 900 8 855 22,4 350 344925 7665 39,14 8342 16010 915 8,43 1386 277,2 30820107 107 7,8 132 110
900 x 191 190,8 243 900 8 850 25 350 375994 8355 39,34 9101 17868 1021 8,58 1545 379,5 34193929 106 7 134 112
950 x 127 126,8 161,5 950 8 925 12,5 350 245036 5159 38,95 5813 8936 511 7,44 780 61,6 19626617 116 14 132 110
950 x 146 145,5 185,4 950 8 918 16 350 295858 6229 39,95 6916 11437 654 7,85 995 111,5 24934842 115 10,9 131 109
950 x 162 161,7 206 950 8 912 19 350 338808 7133 40,55 7855 13581 776 8,12 1178 175,9 29420216 114 9,2 131 109

Profs. Leandro Fleck Fadel Miguel e Moacir H. Andrade Carqueja


950 x 180 179,9 229,2 950 8 905 22,4 350 388207 8173 41,16 8910 16011 915 8,36 1386 278,1 34432011 113 7,8 131 110
950 x 194 193,9 247 950 8 900 25 350 423027 8906 41,38 9714 17868 1021 8,51 1546 380,4 38213460 113 7 133 111
1000 x 140 139,7 178 1000 8 975 12,5 400 305593 6112 41,43 6839 13337 667 8,66 1016 68,9 32505208 122 16 131 109
1000 x 161 161,2 205,4 1000 8 968 16 400 370339 7407 42,46 8172 17071 854 9,12 1295 126 41312256 121 12,5 129 108
1000 x 180 179,8 229 1000 8 962 19 400 425095 8502 43,08 9306 20271 1014 9,41 1535 199,6 48759624 120 10,5 129 107
1000 x 201 200,6 255,6 1000 8 955 22,4 400 488119 9762 43,7 10583 23897 1195 9,67 1807 316,4 57087252 119 8,9 129 108
1000 x 217 216,7 276 1000 8 950 25 400 532575 10652 43,93 11555 26671 1334 9,83 2015 433,3 63375000 119 8 131 109
1100 x 159 158,6 202,1 1100 9,5 1075 12,5 400 394026 7164 44,15 8182 13341 667 8,12 1024 83,2 39421875 113 16 135 112
1100 x 180 180,2 229,5 1100 9,5 1068 16 400 472485 8591 45,37 9647 17074 854 8,63 1304 140,2 50135723 112 12,5 132 110
1100 x 199 198,5 252,9 1100 9,5 1062 19 400 538922 9799 46,16 10894 20274 1014 8,95 1544 213,8 59207091 112 10,5 131 109
1100 x 219 219,3 279,4 1100 9,5 1055 22,4 400 615490 11191 46,94 12299 23901 1195 9,25 1816 330,5 69363646 111 8,9 131 109
146

1100 x 235 235,3 299,8 1100 9,5 1050 25 400 669562 12174 47,26 13368 26674 1334 9,43 2024 447,4 77041667 111 8 132 110
BITOLA Massa EIXO X - X EIXO Y - Y Esbeltez λr
Área d tw h tf bf It Cw
mm x kg/m Linear Ix Wx rx Zx Iy Wy ry Zy Alma - Aba - MR250 AR350
λw λf

Kg/m cm2 mm mm mm mm mm cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm6 d'/tw bf/2tf
1200 x 200 200,2 255 1200 9,5 1168 16 450 630844 10514 49,74 11765 24308 1080 9,76 1646 156,7 85162752 123 14,1 131 109
1200 x 221 220,9 281,4 1200 9,5 1162 19 450 720523 12009 50,6 13304 28865 1283 10,13 1950 239,5 100618930 122 11,8 130 108
1200 x 244 244,4 311,3 1200 9,5 1155 22,4 450 823984 13733 51,45 15039 34028 1512 10,46 2294 370,8 117942387 122 10 129 108
1200 x 262 262,4 334,3 1200 9,5 1150 25 450 897121 14952 51,8 16360 37977 1688 10,66 2557 502,3 131051514 121 9 130 108
1200 x 307 307,3 391,5 1200 9,5 1137 31,5 450 1084322 18072 52,63 19634 47849 2127 11,06 3215 971,1 163303047 120 7,1 132 110
1300 x 237 237,5 302,5 1300 12,5 1268 16 450 805914 12399 51,62 14269 24321 1081 8,97 1670 206,5 100155852 101 14,1 137 114
1300 x 258 258,1 328,8 1300 12,5 1262 19 450 910929 14014 52,64 15930 28877 1283 9,37 1973 289,2 118379952 101 11,8 135 113
1300 x 281 281,4 358,5 1300 12,5 1255 22,4 450 1032190 15880 53,66 17800 34040 1513 9,74 2317 420,4 138823863 100 10 134 111
1300 x 299 299,3 381,3 1300 12,5 1250 25 450 1117982 17200 54,15 19227 37989 1688 9,98 2580 551,8 154307373 100 9 134 111
1300 x 344 343,9 438,1 1300 12,5 1237 31,5 450 1337847 20582 55,26 22763 47861 2127 10,45 3238 1020,3 192449947 99 7,1 135 112
1400 x 260 259,8 331 1400 12,5 1368 16 500 1032894 14756 55,86 16920 33356 1334 10,04 2053 226,6 159621333 109 15,6 136 113
1400 x 283 282,8 360,3 1400 12,5 1362 19 500 1169143 16702 56,96 18917 39606 1584 10,48 2428 318,5 188729474 109 13,2 134 112

ECV 5255 – Estruturas Metálicas I (ECV/UFSC)


1400 x 309 308,8 393,4 1400 12,5 1355 22,4 500 1326589 18951 58,07 21167 46689 1868 10,89 2853 464,3 221407872 108 11,2 132 110
1400 x 329 328,8 418,8 1400 12,5 1350 25 500 1438060 20544 58,6 22883 52105 2084 11,15 3178 610,4 246175130 108 10 132 110
1400 x 378 378,4 482,1 1400 12,5 1337 31,5 500 1724041 24629 59,8 27140 65647 2626 11,67 3990 1131 307254979 107 7,9 132 110
1400 x 424 424,4 540,6 1400 12,5 1325 37,5 500 1983133 28330 60,57 31033 78147 3126 12,02 4739 1846,5 362579346 106 6,7 135 112
1400 x 478 478 608,9 1400 12,5 1311 44,5 500 2279533 32565 61,19 35531 92730 3709 12,34 5614 3025,6 425851152 105 5,6 139 116
1500 x 270 269,6 343,5 1500 12,5 1468 16 500 1210476 16140 59,36 18606 33357 1334 9,85 2057 233,1 183521333 117 15,6 137 114
1500 x 293 292,6 372,8 1500 12,5 1462 19 500 1367419 18232 60,56 20749 39607 1584 10,31 2432 325,1 217051349 117 13,2 134 112

Profs. Leandro Fleck Fadel Miguel e Moacir H. Andrade Carqueja


1500 x 319 318,6 405,9 1500 12,5 1455 22,4 500 1548898 20652 61,77 23165 46690 1868 10,73 2857 470,8 254718539 116 11,2 133 110
1500 x 339 338,6 431,3 1500 12,5 1450 25 500 1677461 22366 62,36 25008 52107 2084 10,99 3182 616,9 283284505 116 10 132 110
1500 x 388 388,3 494,6 1500 12,5 1437 31,5 500 2007598 26768 63,71 29582 65648 2626 11,52 3994 1137,5 353799510 115 7,9 132 110
1500 x 434 434,2 553,1 1500 12,5 1425 37,5 500 2307085 30761 64,58 33768 78148 3126 11,89 4743 1853 417755127 114 6,7 133 111
1500 x 488 487,8 621,4 1500 12,5 1411 44,5 500 2650168 35336 65,31 38607 92731 3709 12,22 5618 3032,1 491001933 113 5,6 137 114
1600 x 328 328,4 418,4 1600 12,5 1555 22,4 500 1791549 22394 65,44 25225 46692 1868 10,56 2861 477,4 290362539 124 11,2 133 111
1600 x 348 348,4 443,8 1600 12,5 1550 25 500 1938424 24230 66,09 27195 52109 2084 10,84 3186 623,4 322998047 124 10 132 110
1600 x 398 398,1 507,1 1600 12,5 1537 31,5 500 2315887 28949 67,58 32086 65650 2626 11,38 3998 1144 403625291 123 7,9 132 110
1600 x 444 444 565,6 1600 12,5 1525 37,5 500 2658693 33234 68,56 36564 78150 3126 11,75 4747 1859,5 476837158 122 6,7 133 111
1600 x 498 497,6 633,9 1600 12,5 1511 44,5 500 3051871 38148 69,39 41745 92733 3709 12,1 5622 3038,6 560788131 121 5,6 135 113
1700 x 338 338,3 430,9 1700 12,5 1655 22,4 500 2055170 24178 69,06 27349 46694 1868 10,41 2865 483,9 328339872 132 11,2 134 111
147

1700 x 358 358,2 456,3 1700 12,5 1650 25 500 2221576 26136 69,78 29445 52110 2084 10,69 3189 629,9 365315755 132 10 133 111
BITOLA Massa EIXO X - X EIXO Y - Y Esbeltez λr
Área d tw h tf bf It Cw
mm x kg/m Linear Ix Wx rx Zx Iy Wy ry Zy Alma - Aba - MR250 AR350
λw λf

Kg/m cm2 mm mm mm mm mm cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm3 cm cm3 cm4 cm6 d'/tw bf/2tf
1700 x 408 407,9 519,6 1700 12,5 1637 31,5 500 2649532 31171 71,41 34653 65652 2626 11,24 4001 1150,5 456732322 131 7,9 132 110
1700 x 454 453,8 578,1 1700 12,5 1625 37,5 500 3038582 35748 72,5 39424 78151 3126 11,63 4751 1866 539825439 130 6,7 132 110
1700 x 507 507,4 646,4 1700 12,5 1611 44,5 500 3485268 41003 73,43 44945 92735 3709 11,98 5625 3045,2 635209745 129 5,6 134 112
1800 x 348 348,1 443,4 1800 12,5 1755 22,4 500 2340384 26004 72,65 29534 46695 1868 10,26 2869 490,4 368650539 140 11,2 134 112
1800 x 368 368 468,8 1800 12,5 1750 25 500 2527539 28084 73,43 31758 52112 2084 10,54 3193 636,4 410237630 140 10 133 111
1800 x 418 417,7 532,1 1800 12,5 1737 31,5 500 3009158 33435 75,2 37283 65653 2626 11,11 4005 1157 513120604 139 7,9 132 110
1800 x 464 463,6 590,6 1800 12,5 1725 37,5 500 3447378 38304 76,4 42346 78153 3126 11,5 4755 1872,6 606719971 138 6,7 132 110
1800 x 517 517,2 658,9 1800 12,5 1711 44,5 500 3950984 43900 77,44 48208 92736 3709 11,86 5629 3051,7 714266777 137 5,6 133 111
1800 x 465 465,4 592,9 1800 16 1737 31,5 500 3162016 35134 73,03 39923 65684 2627 10,53 4049 1283,3 513120604 109 7,9 136 113
1800 x 511 511 651 1800 16 1725 37,5 500 3597089 39968 74,33 44949 78184 3127 10,96 4798 1998,5 606719971 108 6,7 136 113
1800 x 564 564,3 718,8 1800 16 1711 44,5 500 4097080 45523 75,5 50770 92767 3711 11,36 5672 3177,1 714266777 107 5,6 137 114
1900 x 429 428,6 546 1900 16 1850 25 500 3041613 32017 74,64 37128 52146 2086 9,77 3243 776,8 457763672 116 10 138 115

ECV 5255 – Estruturas Metálicas I (ECV/UFSC)


1900 x 478 478 608,9 1900 16 1837 31,5 500 3576198 37644 76,64 42927 65688 2628 10,39 4055 1297 572790135 115 7,9 136 113
1900 x 524 523,6 667 1900 16 1825 37,5 500 4062991 42768 78,05 48244 78187 3127 10,83 4804 2012,1 677520752 114 6,7 135 113
1900 x 577 576,8 734,8 1900 16 1811 44,5 500 4622882 48662 79,32 54404 92770 3711 11,24 5678 3190,7 797959225 113 5,6 136 113
2000 x 461 460,8 587 2000 16 1950 25 550 3670473 36705 79,08 42366 69389 2523 10,87 3906 842,6 676006755 122 11 137 114
2000 x 515 515,3 656,4 2000 16 1937 31,5 550 4326007 43260 81,18 49112 87413 3179 11,54 4888 1414,8 846171159 121 8,7 135 112
2000 x 566 565,6 720,5 2000 16 1925 37,5 550 4923357 49234 82,66 55299 104050 3784 12,02 5795 2201,5 1001215179 120 7,3 134 112
2000 x 624 624,3 795,3 2000 16 1911 44,5 550 5610913 56109 83,99 62469 123460 4489 12,46 6853 3498,1 1179648116 119 6,2 134 112

Profs. Leandro Fleck Fadel Miguel e Moacir H. Andrade Carqueja


148
149

Perfis I Série S

y tf

h
x
tw

bf

ECV 5255 – Estruturas Metálicas I (ECV/UFSC)


Profs. Leandro Fleck Fadel Miguel e Moacir H. Andrade Carqueja
150

Dimensões (mm) A EIXO X-X EIXO Y-Y


Perfil
h bf tf tw d cm2 Ix Wx rx Zx Iy W y ry Zy
3"x8.5 76.2 59.2 6.6 4.3 63 10.8 105 27.6 3.1 32 18.9 6.4 1.3 11
3"x9.7 76.2 61.2 6.6 6.4 63 12.3 112 29.6 3 . 21.3 7 1.3 .
3"x11.2 76.2 63.7 6.6 8.9 63 14.2 121 32 2.9 38.7 24.4 7.7 1.3 14
4"x11.4 102 67.6 7.4 4.8 86.8 14.5 252 49.7 4.2 . 31.7 9.4 1.5 .
4"x12.7 102 69.2 7.4 6.4 86.6 16.1 266 52.4 4.1 . 34.3 9.9 1.5 .
4"x14.1 102 71 7.4 8.3 86.8 18 283 55.6 4 . 37.6 11 1.5 .
4"x15.6 102 72.9 7.4 10 86.8 19.9 299 58.9 3.9 . 41.2 11 1.4 .
5"x14.8 127 76.2 8.3 5.3 110 18.8 511 80.4 5.2 92.9 50.2 13 1.6 23
5"x18.2 127 79.7 8.3 8.8 110 23.2 570 89.8 5 . 58.6 15 1.6 .
5"x22.0 127 83.4 8.3 13 110 28 634 99.8 4.8 122 69.1 17 1.6 31
6"x18.5 152 84.6 9.1 5.8 134 23.6 919 121 6.2 139 75.7 18 1.8 30
6"x22.0 152 87.5 9.1 8.7 134 28 1003 132 6 . 84.9 19 1.7 .
6"x25.7 152 90.6 9.1 12 134 32.7 1095 144 5.8 174 96.2 21 1.7 39
8"x27.3 203 102 11 6.9 182 34.8 2400 236 8.3 270 155 31 2.1 52
8"x30.5 203 104 11 8.9 182 38.9 2540 250 8.1 . 166 32 2.1 .
8"x34.3 203 106 11 11 182 43.7 2700 266 7.9 316 179 34 2 60
8"x38.0 203 108 11 14 182 48.3 2860 282 7.7 . 194 36 2 .
10"x37.7 254 118 13 7.9 229 48.1 5140 405 10 465 282 48 2.4 81
10"x44.7 254 122 13 11 229 56.9 5610 442 9.9 . 312 51 2.3 .
10"x52.1 254 126 13 15 229 66.4 6120 482 9.6 580 348 55 2.3 102
10"x59.6 254 129 13 19 229 75.9 6630 522 9.4 . 389 60 2.3 .
12"x60.6 305 133 17 12 271 77.3 11330 743 12 870 563 85 2.7 145
12"x67.0 305 136 17 14 271 85.4 11960 785 12 . 603 89 2.7 .
12"x74.4 305 139 17 17 271 94.8 12690 833 12 1003 654 94 2.6 169
12"x81.9 305 142 17 21 271 104 13430 881 11 . 709 100 2.6 .

ECV 5255 – Estruturas Metálicas I (ECV/UFSC)


Profs. Leandro Fleck Fadel Miguel e Moacir H. Andrade Carqueja
151

Perfis cantoneira

xg

h
to
x yg

min

ECV 5255 – Estruturas Metálicas I (ECV/UFSC)


Profs. Leandro Fleck Fadel Miguel e Moacir H. Andrade Carqueja
152

Série Polegada
Peso rz
h h t t Área Ix=Iy Wx=Wy rx=ry xg
Nominal mín.
pol mm kg/m pol mm cm² cm4 cm³ cm cm cm
1/2” 12,70 0,55 1/8” 3,18 0,70 0,10 0,11 0,37 0,25 0,43
5/8” 15,88 0,71 1/8” 3,18 0,90 0,20 0,19 0,47 0,32 0,51
3/4” 19,05 0,87 1/8” 3,18 1,11 0,36 0,27 0,57 0,38 0,59
7/8” 22,20 1,04 1/8” 3,18 1,32 0,58 0,38 0,66 0,46 0,66
1” 25,40 1,19 1/8” 3,18 1,48 0,83 0,49 0,79 0,48 0,76
1,73 3/16” 4,76 2,19 1,25 0,66 0,76 0,48 0,81
2,22 1/4” 6,35 2,84 1,66 0,98 0,76 0,48 0,86
1.1/4” 31,75 1,50 1/8” 3,18 1,93 1,67 0,82 0,97 0,64 0,89
2,20 3/16” 4,76 2,77 2,50 1,15 0,97 0,61 0,97
2,86 1/4” 6,35 3,62 3,33 1,47 0,94 0,61 1,02
1.1/2” 38,10 1,83 1/8” 3,18 2,32 3,33 1,15 1,17 0,76 1,07
2,68 3/16” 4,76 3,42 4,58 1,64 1,17 0,74 1,12
3,48 1/4” 6,35 4,45 5,83 2,13 1,15 0,74 1,19
1.3/4” 44,45 2,14 1/8” 3,18 2,71 5,41 1,64 1,40 0,89 1,22
3,15 3/16” 4,76 4,00 7,50 2,30 1,37 0,89 1,30
4,12 1/4” 6,35 5,22 9,57 3,13 1,35 0,86 1,35
2” 50,80 2,46 1/8” 3,18 3,10 7,91 2,13 1,60 1,02 1,40
3,63 3/16” 4,76 4,58 11,70 3,13 1,58 1,02 1,45
4,74 1/4” 6,35 6,06 14,60 4,10 1,55 0,99 1,50
5,83 5/16” 7,94 7,42 17,50 4,91 1,53 0,99 1,55
6,99 3/8” 9,52 8,76 20,00 5,73 1,50 0,99 1,63
2.1/2” 63,50 4,57 3/16” 4,76 5,80 23,00 4,91 1,98 1,24 1,75
6,10 1/4” 6,35 7,67 29,00 6,40 1,96 1,24 1,83
7,44 5/16” 7,94 9,48 35,00 7,87 1,93 1,24 1,88
8,78 3/8” 9,52 11,16 41,00 9,35 1,91 1,22 1,93
3” 76,20 5,52 3/16” 4,76 7,03 40,00 7,21 2,39 1,50 2,08
7,29 1/4” 6,35 9,29 50,00 9,50 2,36 1,50 2,13
9,07 5/16” 7,94 11,48 62,00 11,60 2,34 1,50 2,21
10,71 3/8” 9,52 13,61 75,00 13,60 2,31 1,47 2,26
14,00 1/2” 2,70 17,74 91,00 18,00 2,29 1,47 2,36
3.1/2” 88,90 8,56 1/4” 6,35 10,90 83,70 13,00 2,77 1,76 2,46
10,59 5/16” 7,94 13,50 102,00 16,00 2,75 1,75 2,52
12,58 3/8” 9,52 16,00 121,00 19,20 2,75 1,75 2,58
4” 101,60 9,81 1/4” 6,35 12,51 125,00 16,40 3,17 2,00 2,77
12,19 5/16” 7,94 15,48 154,00 21,30 3,15 2,00 2,84
14,57 3/8” 9,52 18,45 183,00 24,60 3,12 2,00 2,90
16,80 7/16” 11,11 21,35 208,00 29,50 3,12 1,98 2,95
19,03 1/2” 12,70 24,19 233,00 32,80 3,10 1,98 3,00
5” 127,00 12,34 1/4” 6,35 15,73 251,63 27,09 4,00 2,53 3,41
15,31 5/16” 7,94 19,50 308,00 33,40 3,97 2,53 3,47
18,30 3/8” 9,52 23,29 362,00 39,50 3,94 2,51 3,53
24,10 1/2” 1,27 30,64 470,00 52,50 3,91 2,49 3,63
29,80 5/8” 15,88 37,80 566,00 64,00 3,86 2,46 3,76
23,52 7/16” 11,11 26,96 416,68 45,71 3,93 2,50 3,58

ECV 5255 – Estruturas Metálicas I (ECV/UFSC)


Profs. Leandro Fleck Fadel Miguel e Moacir H. Andrade Carqueja
153

Série Polegada (continuação)


Peso rz
h (pol) h (mm) t t Área Ix=Iy Wx=Wy rx=ry xg
Nominal mín.
pol mm kg/m pol mm cm² cm4 cm³ cm cm cm
6” 152,40 22,20 3/8” 9,52 28,10 641,00 57,40 4,78 3,02 4,17
29,20 1/2” 12,70 37,09 828,00 75,40 4,72 3,00 4,27
36,00 5/8” 15,88 45,86 1007,00 93,50 4,67 2,97 4,39
42,70 3/4” 19,05 54,44 1173,00 109,90 4,65 2,97 4,52
8” 203,20 48,70 5/8” 15,88 62,90 2472,40 168,90 6,31 4,01 5,66
57,90 3/4” 19,05 73,81 2901,10 199,90 6,27 3,99 5,79

ECV 5255 – Estruturas Metálicas I (ECV/UFSC)


Profs. Leandro Fleck Fadel Miguel e Moacir H. Andrade Carqueja
154

Série Métrica

b Peso Nominal t Área Ix=Iy Wx=Wy rx=ry rz min x


mm kg/m mm cm2 cm4 cm3 cm cm cm
40 1,87 3,00 2,31 3,58 1,24 1,24 0,79 1,11
2,42 4,00 3,08 4,47 1,55 1,22 0,79 1,15
3,00 5,00 3,75 5,56 1,97 1,22 0,79 1,18
45 2,12 3,00 2,61 5,16 1,58 1,41 0,89 1,23
2,77 4,00 3,44 6,67 2,07 1,39 0,89 1,28
3,38 5,00 4,3 7,84 2,43 1,35 0,87 1,40
50 2,36 3,00 2,91 7,15 1,96 1,57 0,99 1,35
3,09 4,00 3,84 9,26 2,57 1,55 0,99 1,40
3,77 5,00 4,8 11,00 3,05 1,54 0,97 1,42
4,47 6,00 5,69 12,80 3,72 1,51 0,97 1,56
60 3,64 4,00 4,64 16,31 3,75 1,88 1,19 1,65
4,57 5,00 5,82 19,40 4,45 1,82 1,17 1,64
5,42 6,00 6,91 22,80 5,29 1,82 1,17 1,82
65 3,96 4,00 5,04 20,90 4,42 2,03 1,29 1,77
4,98 5,00 6,34 24,70 5,20 2,01 1,28 1,77
5,91 6,00 7,44 30,00 6,44 2,01 1,28 1,84
75 5,71 5,00 7,27 38,70 7,06 2,31 1,48 2,02
6,87 6,00 8,72 45,70 8,40 2,30 1,48 2,05
7,92 7,00 10,1 52,60 9,73 2,28 1,46 2,09
8,95 8,00 11,4 59,00 11,00 2,28 1,45 2,14
10,03 9,00 12,7 66,40 12,60 2,29 1,48 2,23
11,06 10,00 14 72,50 13,80 2,28 1,48 2,25
76 5,84 5,00 7,35 41,50 7,52 2,38 1,50 2,08
80 6,08 5,00 7,75 48,60 8,35 2,50 1,59 2,18
7,25 6,00 9,24 57,30 9,91 2,49 1,58 2,22
8,49 7,00 10,8 64,20 11,10 2,44 1,57 2,21
9,66 8,00 12,3 72,30 12,60 2,42 1,55 2,26
10,74 9,00 13,6 81,50 14,40 2,45 1,58 2,34
11,85 10,00 15 89,00 15,80 2,44 1,58 2,37
14,01 12,00 17,8 103,00 18,50 2,41 1,58 2,43
90 8,30 6,00 10,6 80,30 12,20 2,76 1,78 2,41
9,50 7,00 12,1 94,80 14,60 2,80 1,78 2,51
10,90 8,00 13,9 104,00 16,10 2,74 1,76 2,50
100 9,14 6,00 11,64 114,40 15,70 3,13 1,99 2,72
10,70 7,00 13,7 128,00 17,50 3,06 1,97 2,69
12,20 8,00 15,5 145,00 19,90 3,06 1,96 2,74
13,50 9,00 17,2 164,30 22,90 3,09 1,97 2,83

ECV 5255 – Estruturas Metálicas I (ECV/UFSC)


Profs. Leandro Fleck Fadel Miguel e Moacir H. Andrade Carqueja
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Perfis U

h
x
to

tf
xg

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Profs. Leandro Fleck Fadel Miguel e Moacir H. Andrade Carqueja
156

h to b Área Ix Wx ix Iy Wy iy xg
Perfil
mm mm mm cm² cm4 cm² cm cm4 cm³ cm cm
3"x 6,1 76,2 4,32 35,8 7,78 68,9 18,1 2,98 8,2 3,32 1,03 1,11
3"x 7,4 76,2 6,55 38,0 9,48 77,2 20,3 2,85 10,3 3,82 1,04 1,11
3"x 8,9 76,2 0,04 40,5 11,4 86,3 22,7 2,75 12,7 4,39 1,06 1,16
4"x 8,0 101,6 4,57 40,1 10,1 159,5 31,4 3,97 13,1 4,61 1,14 1,16
4"x 9,3 101,6 6,27 41,8 11,9 174,4 34,3 3,84 15,5 5,10 1,14 1,15
4"x 10,8 101,6 8,13 43,7 13,7 190,6 37,5 3,73 18,0 5,61 1,15 1,17
6"x 12,2 152,4 5,08 48,8 15,5 546 71,7 5,94 28,8 8,06 1,36 1,30
6"x 15,6 152,4 7,98 51,7 19,9 632 82,9 5,63 36,0 9,24 1,34 1,27
6"x 19,4 152,4 11,1 54,8 24,7 724 95,0 5,42 43,9 10,5 1,33 1,31
6"x 23,1 152,4 14,2 57,9 29,4 815 107,0 5,27 52,4 11,9 1,33 1,38
8"x 17,1 203,2 5,59 57,4 21,8 1356 133,4 7,89 54,9 12,8 1,59 1,45
8"x 20,5 203,2 7,70 59,5 26,1 1503 147,9 7,60 63,6 14,0 1,56 1,41
8"x 24,2 203,2 10,0 61,8 30,8 1667 164,0 7,35 72,9 15,3 1,54 1,40
8"x 27,9 203,2 12,4 64,2 35,6 1830 180,1 7,17 82,5 16,6 1,52 1,44
8"x 31,6 203,2 14,7 66,5 40,3 1990 196,2 7,03 92,6 17,9 1,52 1,49
10"x 22,7 254,0 6,10 66,0 29,0 2800 221 9,84 95,1 19,0 1,81 1,61
10"x 29,8 254,0 9,63 69,6 37,9 3290 259 9,31 117,0 21,6 1,76 1,54
10"x 37,2 254,0 13,4 73,3 47,4 3800 299 8,95 139,7 24,3 1,72 1,57
10"x 44,7 254,0 17,1 77,0 56,9 4310 339 8,70 164,2 27,1 1,70 1,65
10"x 52,1 254,0 20,8 80,8 66,4 4820 379 8,52 191,7 30,4 1,70 1,76
12"x 30,7 304,8 7,11 74,7 39,1 5370 352 11,7 161,1 28,3 2,03 1,77
12"x 37,2 302,8 9,83 77,4 47,4 6010 394 11,3 186,1 30,9 1,98 1,71
12"x 44,7 304,8 13,0 80,5 56,9 6750 443 10,9 214 33,7 1,94 1,71
12"x 52,1 304,8 16,1 83,6 66,4 7480 491 10,6 242 36,7 1,91 1,76
12"x 59,6 304,8 19,2 86,7 75,9 8210 539 10,4 273 39,8 1,90 1,83
15"x 50,4 381,0 10,2 86,4 64,2 13100 688 14,3 338 51,0 2,30 2,00
15"x 52,1 381,0 10,7 86,9 66,4 13360 701 14,2 347 51,8 2,29 1,99
15"x 59,5 381,0 13,2 89,4 75,8 14510 762 13,8 387 55,2 2,25 1,98
15"x 67,0 381,0 15,7 91,9 85,3 15650 822 13,5 421 58,5 2,22 1,99
15"x 74,4 381,0 18,2 94,4 94,8 16800 882 13,3 460 62,0 2,20 2,03
15"x 81,9 381,0 20,7 96,9 104,3 17950 942 13,1 498 66,5 2,18 2,21

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