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Cooperativa escola dos alunos do Centro do Cedup “Dario

Geraldo Salles – COOPERSALLES”

DISCIPLINA DE ACIONAMENTOS
ELÉTRICOS

- ACE -
MÓDULO: III
Curso Técnico em Eletromecânica.

Nome: __________________________ Turma: ______

Autores: Luiz Carlos O. da Silva, Tirson Soares e Ademir J. dos Santos


Joinville: Cedup, 2015/2.

Direitos autorais cedidos à Coopersalles, sendo que a elaboração da apostila é de inteira


responsabilidade dos autores e coautores.
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“DARIO GERALDO SALLES” – COOPERSALLES. 2
ITEM PÁGINA
SUMÁRIO/DESCRIÇÃO
1 MOTORES ELÉTRICOS....................................................................................................................... 3
1.1. Tipos e características de motores............................................................................................ 3
1.2. Ligação de motores................................................................................................................... 6
1.2.1. Motores monofásicos.............................................................................................. 6
1.2.2. Motores trifásicos................................................................................................... 7
1.2.3. Motores de doze bornes.......................................................................................... 10
2 11
DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO E COMANDO...............................................................................
2.1. Fusivel................................................................................................................................ 11
2.2. Rele Térmico..................................................................................................................... 13
2.3. Disjuntor-motor................................................................................................................ 14
2.4. Contator............................................................................................................................ 16
2.5. Temporizador eletrônico.................................................................................................. 22
2.6. Botoeiras, chaves manuais, chaves fim-de-curso e sinalizadores..................................... 23
3 26
SIMBOLOGIA.........................................................................................................................................
3.1. FUSÍVEL.............................................................................................................................. 27
3.2. RELÉ TÉRMICO.................................................................................................................... 27
3.3. DISJUNTOR-MOTOR............................................................................................................. 28
3.4. CONTATOR.......................................................................................................................... 28
3.5. TEMPORIZADOR.................................................................................................................. 28
3.6. BOTOEIRAS, CHAVES MANUAIS, CHAVES FIM-DE-CURSO E SINALIZADORES..................... 29
4 33
CHAVES DE PARTIDA.........................................................................................................................
4.1. CHAVE DE PARTIDA DIRETA................................................................................................ 33
4.2. CHAVE DE PARTIDA DIRETA COM REVERSÃO DE ROTAÇÃO................................................ 37
4.2.1.CHAVE DE PARTIDA DIRETA COM REVERSÃO DE ROTAÇÃO MOTOR MONOFÁSICO............. 41
4.3. CHAVE DE PARTIDA ESTRELA-TRIÂNGULO......................................................................... 43
4.4. CHAVE DE PARTIDA COMPENSADORA.......... ...................................................................... 48
4.5. PARTIDA DE MOTOR DE DUAS VELOCIDADES (DAHLANDER)............................................. 51
4.6. CHAVE DE PARTIDA ESTRELA-TRIÂNGULO COM REVERSÃO............................................... 53
4.7. SEQUENCIA PARA SEMAFARO............................................................................................. 55
4.8. CHAVE DE PARTIDA ELETRÔNICA (SOFTSTARTER)............................................................. 56
4.9 INVERSOR DE FREQUENCIA................................................................................................ 66
5 DIMENSIONAMENTO DE CHAVES DE PARTIDA......................................................................... 84
5.1. NOMENCLATURA UTILIZADA..............................................................................................
5.2. TABELA DE CARACTERÍSTICAS DE MOTORES...................................................................... 84
5.3. TABELA DE DISJUNTORES E RELÉS DE SOBRECARGA......................................................... 85
5.4. CURVA DE FUSÍVEIS............................................................................................................ 89
5.5. DIMENSIONAMENTO DA PARTIDA DIRETA..................................................................... .... 90
5.5.1. Corrente no trecho................................................................................. ................ 91
5.5.2. Dimensionamento do contator................................................................................ 91
5.5.3. Dimensionamento do relé térmico.......................................................................... 91
5.5.4. Dimensionamento de fusíveis de força................................................................... 92
5.5.5. Exemplo de dimensionamento................................................................................ 82
5.6. DIMENSIONAMENTO DA CHAVE DE PARTIDA ESTRELA-TRIÂNGULO................................. 92
5.6.1. Corrente nos trechos............................................................................................... 93
5.6.2. Dimensionamento dos contatores...................................................... .................... 94
5.6.3. Dimensionamento do relé térmico.......................................................................... 94
5.6.4. Dimensionamento de fusíveis................................................................................. 94
5.6.5. Exemplo de dimensionamento................................................................................ 95
5.7. DIMENSIONAMENTO DA CHAVE DE PARTIDA COMPENSADORA................................ ....... 95
5.7.1. Corrente nos trechos............................................................................................... 97
5.7.2. Dimensionamento dos contatores............................................................ ............. 97
5.7.3. Dimensionamento do relé térmico......................................................................... 98
5.7.4. Dimensionamento dos fusíveis de força................................................................. 98
5.7.5. Dimensionamento do autotransformador.............................................................. 98
5.7.6. Exemplo de dimensionamento............................................................................... 98
99
5.8. DEFEITOS EM CHAVES DE PARTIDA...................................................................... 100

6 EXERCÍCIOS........................................................................................................................................... 102
6.1. EXERCÍCIOS DE MOTORES ELÉTRICOS...................................................................................... 102
6.2. EXERCÍCIOS DE DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO E COMANDO..................................................... 103
6.3. EXERCÍCIOS DE SIMBOLOGIA................................................................................................... 105
6.4. EXERCÍCIOS DE CHAVES DE PARTIDA........................................................................................ 108
6.5. EXERCÍCIOS DE DIMENSIONAMENTO DE CHAVES DE PARTIDA............................................... 115
6.7. Teste de continuidade e polarização das bobinas de motores monásticos................................ 120
6.8. Teste de continuidade e polarização das bobinas de motores trifásicos................................. 121
7 122
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................................

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PROTEÇÃO E COMANDO

1. Motores elétricos

O motor elétrico é a máquina capaz de converter energia elétrica em energia mecânica,


através da interação entre os campos magnéticos gerados quando a corrente elétrica circula através de
seus enrolamentos.
Do ponto de vista elétrico, suas partes constitutivas são rotor, parte móvel, e estator, parte
fixa do motor.

1.1. Tipos e características de motores

A Figura 1.1 mostra como os motores são classificados.

Figura 1.1: tipos de motores elétricos

Os motores de corrente contínua são utilizados normalmente em pequenas aplicações. Na


indústria foram muito utilizados quando havia a necessidade de se variar sua rotação, que num motor
CC pode ser feito apenas variando-se a corrente de armadura. Mas a necessidade de converter a
corrente alternada em contínua, seu alto custo de fabricação e de manutenção, aliado ao advento dos
inversores de frequência, que possibilitam o controle preciso de rotação em máquinas de corrente
alternada, fez com que seu uso ficasse restrito em aplicações de pequeno porte.
Os motores monofásicos normalmente são de pequeno porte (até 5 CV) e necessitam de um
circuito auxiliar de partida.

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Os motores síncronos são motores extremamente caros, de difícil manutenção, mas possuem uma
característica peculiar, sua velocidade é sempre constante, invariável com a carga. Esta velocidade,
chamada de velocidade síncrona, é dada pela equação:

120 ⋅ f
nS = ,
p

Onde nS é a rotação síncrona em rpm, f é a frequência em Hz e p é o número de pólos do motor.


Estes motores só são utilizados em aplicações em que a velocidade deve ser extremamente
constante, como em geração de energia, ou conversão de frequência de pequena potência.
Os motores mais utilizados na indústria são os motores trifásicos assíncronos de rotor de
gaiola. Recebem este nome porque seu rotor é constituído de lâminas de material ferromagnético
entrepostas a uma armação de alumínio fundido que lembra uma gaiola. Isto proporciona um baixo
custo de fabricação, com pouca manutenção e um ótimo desempenho. A Figura 1.2 mostra as partes
constituintes de um motor de indução com rotor de gaiola.

Figura 1.2: partes de um motor de indução

A principal característica destes motores é que a velocidade varia com a carga aplicada.
Quanto maior a carga, mais devagar gira o motor. A velocidade é dada em termos da velocidade de um
motor síncrono de mesma frequência e número de pólos, ou seja, a velocidade síncrona. Com o motor
a vazio, teoricamente a velocidade seria igual à síncrona, mas se deve lembrar que o próprio rotor, eixo
e demais componentes girantes oferecem resistência ao motor, logo, sempre há uma perda de rotação.
Esta perda é chamada de escorregamento e ocorre por causa da interação entre a força gerada pelos
campos magnéticos e o conjugado resistente de carga. A expressão da velocidade de um motor
assíncrono é:

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120 ⋅ f  s 
n= ⋅ 1 − 
p  100 

Onde s é o escorregamento em porcentagem.


Podemos evidenciar a rotação síncrona nesta expressão:

 s 
n = nS ⋅ 1 − 
 100 

A expressão do escorregamento é:

s=
(nS − n) ⋅ 100
nS

Outra característica destes motores é a alta corrente de partida, ocasionada pela inércia do
motor e da carga e que pode alcançar de 6 a 9 vezes a corrente nominal. Vale lembrar que a corrente de
partida é dado de placa dos motores. Quando o motor parte a vazio, a corrente de partida é a mesma do
que se partisse a plena carga, porém o tempo de partida a vazio é bem menor. Os motores também
recebem classificações conforme a característica da sua curva de partida. Observe a Figura 1.3.

Figura 1.3: curvas de conjugado de motores

Os motores classe N são os mais comuns, porém possuem um menor conjugado de partida.
Os das classes H e D são utilizados quando há a necessidade de fazer a partida com mais carga ou
mesmo a plena carga. A Figura 1.4 mostra como a curva de conjugado é avaliada.

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Figura 1.4: Características de conjugado de um motor trifásico tipo N

O escorregamento também fica evidente neste gráfico, observando-se a região entre n e nS.
Outra característica importante dos motores elétricos é o tempo de rotor bloqueado, que
designa o tempo que o motor suporta sem queimar, estando com o rotor bloqueado. Na prática, implica
que o tempo de aceleração do motor não deve ser maior do que o tempo de rotor bloqueado.
Os motores assíncronos com rotor bobinado ou motor de anéis possuem, ao invés de um
rotor em gaiola, bobinas que são alimentadas através de escovas de carvão apoiadas sobre anéis
coletores. Devido à possibilidade de se fazer a partida com a inclusão de resistências rotóricas, estes
motores são largamente utilizados em sistemas com elevada inércia de partida. Além disso, em
partidas a vazio, a corrente não apresenta picos tão elevados. Porém o custo de manutenção é bastante
alto, devido aos anéis coletores e escovas.

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1.2. Ligação de motores

1.2.1. Motores monofásicos

Os motores monofásicos normalmente possuem dois enrolamentos principais e um circuito


auxiliar de partida, composto por chave centrífuga, enrolamento auxiliar e capacitor. A Figura 1.5
mostra a representação dos bornes dos motores monofásicos.

Figura 1.5: Bobinas de motor monofásico

Para fazer a ligação em 110 V, os enrolamentos principais são ligados em paralelo,


juntamente com o circuito auxiliar. Observe a Figura 1.6.

Figura 1.6: Ligação em paralelo de motor monofásico (110 V)

Em 220 V, os enrolamentos principais são ligados em série e o circuito auxiliar é ligado em


paralelo com um dos enrolamentos. A Figura 1.7 traz esta ligação.

Figura 1.7: Ligação em série de um motor monofásico (220 V)

Para fazer a inversão de um motor monofásico, basta inverter os pólos do circuito auxiliar
de partida, ou seja, trocar os bornes 5 e 8.

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1.2.2. Motores trifásicos

Os motores trifásicos não necessitam de circuito auxiliar de partida e normalmente possuem


um enrolamento por fase. A Figura 1.8 mostra a configuração dos bornes de um motor trifásico e as
numerações que normalmente são encontrados em motores trifásicos.

1 2 3 U1 V1 W1

R1 S1 T1 R2 S2 T2

4 5 6 U2 V2 W2
Figura 1.8: identificação de enrolamentos para motores trifásicos.

Existem duas formas básicas de ligação de um motor trifásico: estrela e triângulo. A Figura
1.9 traz a ligação estrela e a Figura 1.10 à ligação triângulo.

Figura 1.9: Ligação Estrela

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Figura 1.10: Ligação Triângulo

Na a ligação triângulo, a tensão sobre os enrolamentos é a mesma da tensão de rede,


enquanto que a corrente se divide. Para a ligação estrela, a tensão de rede é dividida entre os
enrolamentos enquanto a corrente é a mesma.
Observe a Figura 1.11.

Figura 1.11: Relação de tensão e corrente nas ligações estrela e triângulo

As relações entre as tensões e correntes de linha e sobre enrolamentos são:


• Para a ligação triângulo:

V L =V F

IL = 3 ⋅ I F
• Para a ligação estrela:

VL = 3 ⋅ VF
I L =I F
Assim, para ambos tipos de ligações, a potência será dada por:

P = 3 ⋅VL ⋅ I L ⋅ cos ,
onde cos φ é o fator de potência do motor.
Para o motor, o que é inalterável é a tensão sobre os enrolamentos, que é a mesma para
ambas ligações e a escolha vai depender de qual valor é a tensão da rede. Então, para um motor ligado
em triângulo com uma tensão de 220 V (que é a tensão sobre o enrolamento), para ser ligado em
estrela deverá ser ligado numa rede de 380 V, a fim de que se tenha os mesmos 220 V sobre os
enrolamentos, ou seja na rede com tensão menor ligamos em triangulo e na rede com tensão maior
ligamos em estrela.

1.2.3 Motores de doze bornes


Estes motores possuem dois enrolamentos por fase e podem ser ligados em quatro tensões
diferentes. Observe a Figura 1.12.

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Figura 1.12: Ligação do motor de 12 bornes


A ligação estrela série é usada apenas para fazer a partida série-paralelo, já que 760 V não é
uma tensão padrão de rede. Normalmente, a ligação ∆ série também tem esta finalidade.

1.2.4 Motor Dahlander


É um motor com enrolamento especial que pode receber dois fechamentos diferentes, de forma a
alterar a quantidade de pólos, proporcionando, assim, duas velocidades distintas, mas sempre com
relação 1:2. Exemplos: 4/2 pólos (1800/3600 rpm); 8/4 (900/1800 rpm)

Figura 1.13: Ligação e bobinas do motor de Dahlander

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2. Dispositivos de proteção e comando
A instalação de máquinas diversas requer uma grande gama de dispositivos que
possibilitem o perfeito funcionamento, de preferência o mais automatizado possível, com proteção em
caso de falhas. Os quadros de comando proporcionam essa confiabilidade, além de garantir uma maior
segurança ao operador da máquina, já que o mesmo não estará em contato direto com a alimentação de
força da máquina. O acionamento é remoto, através de chaves que se encontram fora do painel de
comando, não havendo necessidade de se abrir o painel para ligar ou desligar uma máquina. Além
disso, o equipamento fica protegido contra eventuais problemas causados por fatores diversos, como
sobrecarga, curto-circuito ou erro de operação.
Os painéis de comando baseiam-se na abertura e fechamento de chaves elétricas chamadas
de contatos. Estes contatos são comandados de diversas formas, manualmente, mecanicamente,
magneticamente etc. São formados por um contato móvel que faz a ligação entre dois contatos fixos,
que formam os bornes do contato.
Há três tipos de contatos: normalmente fechado (NF ou NC), normalmente aberto (NA ou
NO) e reversor. Possuem duas posições, de repouso ou acionados. A Tabela 2.1 faz um resumo dos
contatos e seus estados nas posições normais e atuado.

Posição Contato NA Contato NF Contato reversor

Normal
ou
repouso

Atuado

Tabela 2.1: Tipos de contatos

2.1. Fusível

O fusível é um dispositivo de proteção contra as correntes de curto-circuito. Sua atuação é


baseada no elemento fusível, que é um condutor geralmente de cobre, prata ou estanho, de pequena
seção que se funde ao ser atravessado por uma corrente de valor maior que a estipulada pela sua curva
de atuação.
Os fusíveis de uso industrial, para correntes maiores, são feitos de um corpo cerâmico
ladeado por placas metálicas, os contatos, que estão ligadas pelo elemento fusível. No interior do corpo
cerâmico há areia de quartzo envolvendo o elemento fusível, cuja função é de extinguir o arco elétrico
criado pela queima do fusível.
Também possuem uma chapa ou pino colorido, que indica quando o fusível atua.
Os fusíveis podem ser classificados:

• Quanto à capacidade de interrupção: em fusíveis retardados, para proteção de motores e máquinas


em geral, ou ultrarrápidos, para proteção de equipamentos eletrônicos sensíveis;
• Quanto ao nível de tensão: de baixa ou alta tensão;
• Quanto à forma construtiva: diazed (diametral) ou NH.
Os fusíveis de efeito retardado são fabricados para suportar uma corrente maior que sua
corrente nominal durante um certo tempo. Assim, durante a partida de um motor, em que a corrente

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alcança valores maiores do que as de trabalho, os fusíveis não queimam. Em outro tópico, vamos
aprender como usamos a curva dos fusíveis para dimensioná-los.
A Figura 2.1: mostra um fusível diazed, que são fabricados nos valores nominais de
corrente 2, 4, 6, 10, 16, 20, 25, 35, 50 e 63 A.

Figura 2.1 – conjunto com fusível diazed.


Os elementos que compõem o sistema de Fusível "D" são: Base (com fixação rápida ou por
parafusos), Anel de Proteção (ou alternativamente Capa de Proteção), Parafuso de Ajuste, Fusível e
Tampa.
No sistema "D" a troca de um fusível por outro de maior valor só é possível com a substituição
do parafuso de ajuste (exceção: para 2, 4 e 6A, quando o parafuso tem a mesma bitola, embora
diferenciado nas cores).
Os fusíveis NH são idênticos aos Diazed em funcionamento, porém seu formato é diferente, pois
são montados em bases com contatos tipo faca e devem ser removidos com o uso de sacadores
especiais. A Figura 2.2 mostra um fusível NH em corte.

Figura 2.2: Fusível NH

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Os fusíveis NH são fabricados de 4 até 630 A. Por questões econômicas, sempre que
possível, é preferível que se use fusíveis Diazed.

2.2 Relé térmico

Também chamado de relé de sobrecarga ou bimetálico, seu funcionamento baseia-se no


princípio da dilatação térmica dos metais. A cada fase é ligado um componente chamado bimetálico,
que consiste em duas lâminas de metais diferentes soldadas entre si. Quando a corrente percorre o relé
térmico, as lâminas, por efeito Joule aquecem e se dilatam. Como os metais são diferentes, a dilatação
também é diferente, fazendo com que as lâminas se enverguem. Como a temperatura é função direta da
intensidade de corrente que circula, pode-se fazer uma relação entre a corrente e o ângulo de desvio do
bimetálico.
Assim, através de um mecanismo de disparo, é possível fazer com que o relé térmico
desarme o circuito quando a corrente ultrapassar um determinado valor. Este valor é chamado de
corrente de sobrecarga, que é um fenômeno que ocorre em motores que trabalham em condições
anormais, como sobrecarga mecânica no eixo, tempo de partida muito alto, rotor bloqueado, falta de
fase e outros. O motor nestas condições tende a se aquecer em demasia, provocando degradação do
material isolante das bobinas e consequentemente a queima por curto-circuito.
A Figura 2.3 mostra um esquema dos componentes de um relé térmico trifásico.

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Figura 2.3: Esquema de um relé térmico


Quando a corrente que circula pelo bimetálico é a nominal do motor (abaixo do ajuste) os
bimetálicos sofrem uma deflexão, mas não suficiente para o desarme. Quando a corrente aumenta, a
deflexão também aumenta e o mecanismo de disparo é ativado, ocorrendo o desarme do relé. Esse
valor de corrente pode ser regulado através de um botão giratório.
Normalmente os relés térmicos possuem dois contatos, um aberto e um fechado, e possuem
a opção de rearme automático ou manual e botão de teste.

Figura 2.4- Relé de proteção térmica para motores

2,3 Disjuntor
.
Os disjuntores são dispositivos de seccionamento e proteção contra sobrecarga e curto-
circuito. O dispositivo de proteção contra sobrecarga consiste em bimetálicos, cujo funcionamento já
foi descrito na seção sobre os relés térmicos.

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O dispositivo contra curto-circuito consiste em uma bobina que, quando atravessada por
uma corrente de grande intensidade, gera um campo magnético que atrai uma peça magnética que
desarma o disjuntor. A Figura 2.4 mostra um esquema interno de um disjuntor monofásico.

Figura 2.4 disjuntores e acessórios para travamento manual


O disjuntor-motor possui as mesmas características básicas de um disjuntor
termomagnético convencional, juntamente com a característica de retardo dos fusíveis retardados e o
ajuste da corrente de desarme por sobrecarga.

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Normalmente, os disjuntores-motor possuem acionamento por alavanca rotativa e
indicação de disparo (TRIP). A Figura 2.5 mostra um disjuntor MPW25 da WEG, entre outros.

Figura 2.5- Disjuntor MPW da WEG, entre outros

O disjuntor-motor MPW é uma solução compacta para proteção do circuito elétrico e


partida/proteção de motores até 20cv, 380V/440V. Possui alta capacidade de interrupção, permitindo
sua utilização mesmo em instalações com elevado nível de corrente de curto-circuito.
Assegura total proteção ao circuito elétrico e ao motor através de seus disparadores térmico
(ajustável para proteção contra sobrecargas e dotado de mecanismo diferencial com sensibilidade a
faltas de fase) e magnético (calibrado em 12xIn para proteção contra curtos-circuitos).

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Seu acionamento é rotativo e possui indicação de disparo (TRIP), permitindo ao operador a
visualização do desligamento manual do disjuntor ou de seu disparo via mecanismo de proteção. A
manopla de acionamento pode ser bloqueada com cadeado ou similar na posição "desligado",
garantindo assim segurança em manutenções.

Figura 2.6 Componente e acessória para disjuntor motor

2.4 Contator
Por definição, o contator é uma chave de operação eletromagnética, com uma única posição
de repouso e é capaz de estabelecer, conduzir e interromper correntes em condições normais no

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circuito, inclusive sobrecargas no funcionamento. É o principal dispositivo de comando e o mais
utilizado.
Os principais elementos construtivos são contatos, núcleo, bobina, molas e carcaça. A
Figura 2.6 mostra um esquema interno do contator.
Carcaça plástica

Núcleo fixo

Contato fixo

Bobina Suporte do
eletromagnética contato
móvel

Núcleo móvel Contato móvel

Suporte do núcleo fixo

Figura 2.6: Esquema de um contator

Os contatos móveis estão apoiados sobre molas fixadas em uma estrutura chamada
cabeçote. Esta por sua vez é ligada rigidamente ao núcleo móvel, que se mantém separado do núcleo
fixo pela ação de molas de curso. Assim, na posição de repouso os contatos mantêm-se em sua posição
normal. Quando a bobina é atravessada por corrente elétrica, pela aplicação da tensão correspondente
em seus terminais, um campo magnético é gerado, forçando o núcleo móvel a se juntar ao fixo,
vencendo a força das molas, a fim de diminuir o entreferro (espaço vazio entre os núcleos). Assim, os
contatos movem-se, passando para o estado atuado (veja a Tabela 1). Se a bobina for desenergizada, o
campo magnético é extinto, fazendo com que o núcleo móvel, pela ação das molas, afaste-se do núcleo
fixo e os contatos voltem a sua posição normal.
Os contatos são divididos em contatos principais ou de força e contatos auxiliares ou de
comando. Os contatos principais têm a função de interromper ou estabelecer a corrente de carga, assim
suas dimensões acompanham a magnitude da corrente que são capazes de conduzir. Os contatos
auxiliares têm a função de implementar a lógica de comando, interrompendo ou estabelecendo a
corrente que vai alimentar os dispositivos que fazem a sequência lógica de operação da carga, muitas
vezes, alimentando a própria bobina do contator.
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Normalmente os contatores possuem apenas um ou nenhum contato auxiliar, mas outros
contatos podem ser adicionados através de encaixes específicos na superfície superior ou lateral do
contator. São os chamados blocos de contatos, que podem ser contatos individuais abertos ou fechados
ou contatos conjugados, um aberto e um fechado.
Há outros acessórios para contatores, como: bloco pneumático temporizado, que faz um
comando temporizado regulável; dispositivo de inter-travamento, que impede mecanicamente que dois
contatores sejam ligados ao mesmo tempo; bloco de retenção mecânica, que impede o contator de se
desligar em caso de queda brusca de tensão e outros.
Os contatores possuem características específicas para cada aplicação. Assim, um contator que
faz a partida de um motor de um torno pode não ser o mesmo que aciona o motor de uma esteira,
mesmo que os motores tenham características idênticas. Isto se deve ao fato dos contatores sofrerem
um desgaste dos seus contatos a cada acionamento. Logo, o tipo de carga e a frequência de manobras
influem diretamente sobre o desgaste dos contatos.
Este desgaste se dá pela ação dos arcos elétricos criados com o fechamento e principalmente
abertura dos contatos, provocando eletro-erosão do material da superfície dos contatos. Como a eletro-
erosão ocorre de maneira aleatória, a superfície dos contatos torna-se irregular, provocando aumento
da resistência elétrica nos contatos e aquecimento. Pode acontecer mesmo dos contatos atingirem
temperaturas tão altas que acabam se fundindo e soldando-se, impedindo a abertura do contator.

Figura 2.7 - Contator e acessórios.


Assim, é importante aplicar cada tipo de contator corretamente, conforme sua categoria de emprego.
Para cargas menores, podem ser utilizados os mini contator, que é um dispositivo similar a um
contator comum, porém é utilizado no chaveamento de cargas mais baixas. Já é conhecido que relés e
contatores são dispositivos praticamente idênticos em seu funcionamento, variando apenas no tipo de
carga que são utilizados para chavear.

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Figura 2.8 - mini contator e mini contator para reversão.


Também pode ser utilizados os relés auxiliar, também conhecido como mini relé ou micro relé,
pois devido ao seu baixo custo muitos montadores de painéis e fabricantes de maquinas tendem a
utiliza-lo em seus projetos. A principal vantagem dos relés em relação aos mini contatores, é que os
relés na maioria das aplicações industriais possuem base (soquete), o que facilita em muito sua
manutenção, gerando economia de espaço em máquinas e painéis elétricos, esse relés são do ponto de
vista de funcionamento e desempenho, idênticos aos relés industriais de tamanho normal e operam nas
mesmas condições de corrente e tensão de alimentação.

Figura 2.9 - relé auxiliar.

Em outras situações, como por exemplo,


acionamentos de cargas resistivas elevadas
podem ser utilizados contatores que utilizam o
principio SSR, também conhecidos por relé de
estado sólido, eles apresentam uma vida útil
elevada, além da ausência de aro elétrico, estes
componentes são muito utilizados para
alimentação de resistências de aquecimento,
devido a quantidade de manobras (ligar e
desligar) que são exigidos.

Figura 2.10 - relé auxiliar SSR.


Os contatores WEG CWM25C, CWM32C, CWM50C e CWM65C foram desenvolvidos
especialmente para manobra de capacitores para correção de fator de potência (categoria de emprego
AC-6b). Sua utilização possibilita o desempenho necessário para este tipo de aplicação.

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Baixo custo, Alta confiabilidade, Dimensões reduzidas, Fixação do tipo rápida através de
parafusos ou trilhos de 35 mm (DIN), Incorporam resistores de pré-carga, Especificação técnica
conforme ICE 947-4 e VDE 0660.
Na ligação dos contatores especiais CWM25C, CWM32C, CWM50C e CWM65C o capacitor
WEG é pré-carregado através de resistores que reduzem o pico de corrente, (filtros)
Após a pré-carga, os contatos principais se fecham, permitindo a passagem da corrente nomina.
Para potências reativas maiores que 12,5 kVAr (220V) e 25 kVAr (380V/440), recomenda-se
subdividir o banco de capacitores em módulos menores e chaveá-los com os contatores CWM25C,
CWM32C, CWM50C e CWM65C

Figura 2.11 - contatores CWM com dissipadores com capacitores(filtros)


Relés Protetores RPW
Os Relés RPW WEG são dispositivos eletrônicos que protegem os sistemas trifásicos contra falta
de fase ou falta de neutro (selecionável) (RPW FF), inversão da sequência de fase (RPW SF) ou ambas
as funções integradas em um mesmo produto (RPW FSF). Sempre que houver uma anomalia no
sistema o relé comutará sua saída para interromper a operação do motor ou processo a ser protegido.
Projetado de acordo com normas internacionais, o RPW constitui uma solução compacta e segura, em
caixas com 22,5mm de largura para montagem em trilho DIN 35mm.

Figura 2.12 - Relé falta de fase

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2.5 Relé temporizador eletrônico

Comandos temporizados são realizados através de dispositivos chamados relés de tempo ou


simplesmente temporizadores. O tipo mais utilizado é o relé de tempo eletrônico, baseado em um
circuito RC. Outros tipos são os temporizadores pneumáticos e motorizados.
Os Relés temporizadores WEG RTW são dispositivos eletrônicos que permitem, em função de
tempos ajustados, comutar um sinal de saída de acordo com a sua função. Muito utilizados em
automação de máquinas e processos industriais como partidas de motores, quadros de comando, fornos
industriais, injetoras, entre outros.
Possui eletrônica digital que proporciona elevada precisão, repetibilidade e imunidade a ruídos.
Projetado de acordo com normas internacionais, o RTW constitui uma solução compacta e
segura, em caixas com 22,5mm de largura para montagem em trilho DIN 35mm, nas configurações
com 1 ou 2 saídas NANF
Com relação ao acionamento de contatos, os relés podem ser com retardo na energização,
com retardo na desenergização ou estrela-triângulo. Este último é específico para partida estrela-
triângulo de motores e será estudado mais para frente. Há ainda temporizadores comuns, que mantém
seus contatos acionados durante o tempo selecionado, após serem alimentados. Normalmente, os
contatos dos temporizadores são do tipo reversor. Alguns possuem dois contatos reversores.

Figura 2.13 - Relé temporizador


Observe o diagrama da Figura 2.14.

Figura 2.14.1: Diagrama de tempo de um relé comum

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Os temporizadores com retardo na energização são os mais comuns e seus contatos
são acionados depois de decorrido o tempo selecionado, contado a partir do momento em que o relé é
energizado. Observe a Figura 2.9.

Figura 2.14.2: Diagrama de tempo de um relé com retardo na energização

Os temporizadores com retardo na desenergização têm seus contatos acionados após ser
retirada a energia e mantêm-se durante o tempo selecionado. Observe a Figura 2.10.

Figura 2.14.3: Diagrama de tempo de um relé com retardo na desenergização

2.6 ·Botoeiras chaves manuais, chaves fim-de-curso e sinalizadores


Para ligar ou desligar motores, selecionar modos de funcionamento ou realizar qualquer
operação manualmente, é necessário que existam dispositivos comandados pelo operador.
As botoeiras são dispositivas de comando manual que possuem uma única posição de repouso,
ou seja, depois de terem sido acionados voltam à sua posição normal pela força de molas. Ficam
afixadas nas portas dos painéis, de forma que o operador tenha acesso rápido. Possuem encaixe
universal, normalmente três, para blocos de contatos NA ou NF. Alguns modelos possuem superfície
translúcida para o encaixe de soquetes de lâmpadas, integrando a função de sinalizador. Outros tipos
possuem uma trava para que permaneçam acionados, sendo necessário girar o botão para que se solte e
volte à posição normal. É o caso de botões de emergência do tipo cogumelo. A Figura 2.15 mostra
alguns tipos de botoeiras.

Figura 2.15: Botoeiras pulsantes


Os seletores são chaves de acionamento giratório que possuem duas ou mais posições de
repouso. São utilizados para selecionar operações ou fazer comando liga e desliga de máquinas ou
processos. São mais comumente chamados de knob. Observe a Figura 2.12.

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Figura 2.16:botão comutadores ou Knobs.

Os sinalizadores indicam situações específicas, como energização, defeitos ou operações


transitórias. A Figura 2.13 mostra alguns tipos de sinalizadores, que podem funcionar junto com
alarmes sonoros.

Figura 2.17: Sinaleiras


Os As chaves fim-de-curso são dispositivos de acionamento mecânico que indicam
posicionamento ou posição de curso de peças de máquinas. Possuem um acionador ou rolete que, ao
ser empurrado aciona mecanicamente seus contatos. Normalmente possuem dois contatos, um NA e
um NF, ou então um contato reversor, também são chamados de interruptores, chaves interruptores,
micro interruptores, micro fim de curso, etc.. A Figura 2.14 mostra alguns tipos de chaves fim-de-
curso.

Figura 2.18: Chaves fim-de-curso

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A Tabela 2.3 e 2.4 indicam respectivamente, o significado usual, definido segundo a IEC 73 3
VDE 0199, das cores de botões e sinalizadores
Cores Significado Aplicações típicas
• Parada de um ou mais motores
• Parada de unidades de uma máquina
• Parar, desligar
Vermelho • Parada de ciclo de operação
• Emergência
• Parada em caso de emergência
• Desligar em caso de sobreaquecimento perigoso
• Partida de um ou mais motores
Verde ou • Partir unidades de uma máquina
• Partir, ligar, pulsar
Preto • Operação por pulsos
• Energizar circuitos de comando
• Retrocesso
Amarelo • Intervenção
• Interromper condições anormais
• Reset de relés térmicos
Azul ou • Qualquer função,
• Comando de funções auxiliares que não tenham correlação
Branco exceto as acima
direta com o ciclo de operação da máquina
Tabela 2.3 significado das cores do botões

Cores Significado Aplicações típicas


• Condições anormais, • Temperatura excede os limites de segurança
Vermelho
perigo ou alarme • Aviso de paralisação (Ex.: sobrecarga)
Amarelo • Atenção, cuidado • O valor de uma grandeza aproxima-se de seu limite
• Condição de serviço
Verde • Indicação de que a máquina está pronta para operar
segura
• Circuitos sob tensão,
Branco funcionamento • Máquina em movimento
normal
• Informações speciais, • Sinalização de comando remoto
Azul
exceto as acima • Sinalização de preparação da máquina
Tabela 2.4 significado das cores dos sinalizadores

3 - Simbologia

Os circuitos elétricos de comandos são representados através de diagramas esquemáticos,


em que a posição dos elementos de circuito evidencia seu funcionamento e não sua posição no painel.
Logo, deve-se ter um cuidado extra na interpretação dos diagramas, pois elementos que estão lado a
lado no diagrama podem estar bem distantes dentro do painel.
Para diferenciar os diversos tipos de elementos, cada dispositivo recebe uma designação
própria, segundo norma, e os elementos do mesmo dispositivo recebem nomenclatura de bornes
diferenciada. Para facilitar, ainda, divide-se o diagrama em diagrama de força, que mostra a ligação de
alimentação das diversas máquinas, e diagrama de comando, que mostra os elementos de comando e
sinalização.

Os contatos, por serem elementos muito frequentes em diagramas elétricos, recebem nomenclaturas
especiais. Os contatos de força de dispositivos trifásicos recebem os números de 1 a 6, sendo que os
números ímpares representam a entrada dos contatos e os pares as saídas. As entradas ainda recebem a
letra L e as saídas a letra T. E as fases recebem os números 1, 2 e 3. Observe e Figura 3.1.

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Figura 3.1: Simbologia geral de bornes de força

Os contatos de comando recebem dois números: o primeiro dígito sempre é o número de


sequência e o segundo é o número de função.
O número de sequência diferencia os contatos de um mesmo dispositivo, em ordem
crescente e os bornes de entrada e saída dos contatos devem receber o mesmo número de sequência.
O número de função é sempre o mesmo para o mesmo tipo de contato, sendo que há um
número para borne de entrada (sempre ímpar) e um para o borne de saída (sempre par). Os contatos de
ação imediata, como de relés, chaves fim-de-curso e contatores recebem os números 1-2 para contatos
fechados, 3-4 para contatos abertos e 1-2-4 para contatos reversores. Observe a Figura 3.2.

Figura 3.2: Simbologia geral de contatos de ação imediata

Os contatos com retardo por efeito térmico, pneumático ou acionamento eletrônico recebem
os números 5-6 para contatos fechados, 7-8 para contatos fechados e 5-6-8 para contatos reversores.
Observe a Figura 3.3.

Figura 3.3: Simbologia geral de contatos com retardo

3.1 Fusível

Os fusíveis são designados pela letra F e seus bornes não recebem nomenclatura. Os
símbolos de fusíveis de força e comando são mostrados na Figura 3.4.

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Figura 3.4: Simbologia de fusíveis (a) usual e (b) com indicação do lado energizado

3.2 Relé térmico

Os relés térmicos são designados como FT ou KF (normalmente dispositivos de proteção


são designados pela letra F) e os bornes de força e comando seguem o padrão já apresentado. Mas os
contatos levam o número 9 como número de sequência. Observe a Figura 3.5.

Figura 3.5: Simbologia de relés térmicos


O contato fechado do relé é utilizado como proteção, colocado em série com o circuito de
comando, como veremos mais a frente. Já o contato aberto é utilizado como alarme, acionando um
sinalizador luminoso ou sonoro.

3.3 Disjuntor-motor

Os disjuntores são designados pela


letra Q e normalmente não possuem contatos
auxiliares. Alguns modelos possuem blocos de
contato, mas estes seguem o mesmo padrão de
contatos de contatores. Veja a Figura 3.6.

Figura 3.6: Simbologia de disjuntores-motor


3.4 Contator
Os contatores, por norma são designados pela letra K, assim como os relés e outras chaves
eletromagnéticas, mas é muito comum encontrar projetos em que os contatores são designados pela
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letra C. Os bornes dos contatos auxiliares seguem número de sequência e normalmente são
numerados de forma que o primeiro contato seja NA, depois vêm todos os contatos NF e por último os
contatos NA restantes. Observe a Figura 3.7.

Figura 3.7: Simbologia de contatores


O símbolo em forma de retângulo é a bobina do contator.
3.4 Temporizador

Os temporizadores recebem a designação KT e cada tipo de acionamento temporizado


recebe um símbolo diferente de bobina. Observe a Figura 3.8.

Figura 3.8: Simbologia de relés de tempo com retardo na energização

3.5 Botoeiras, chaves manuais, chaves fim-de-curso e sinalizadores

As chaves de comando manual e de acionamento mecânico e sensores normalmente levam


a designação S ou SW ou B para botoeiras. Geralmente são contatos comuns com a indicação do tipo
de acionamento e os números dos bornes levam a mesma nomenclatura dos contatos de contatores.
Sinalizadores são chamados de H e seus bornes são numerados como X1 e X2. Observe a
Figura 3.9.

Figura 3.9: Simbologia de (a) botoeiras pulsantes, (b) knobs, (c) fins-de-curso e (d) sinaleiras

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A Tabela 3.1 apresenta os símbolos gráficos conforme Norma NBR/IEC/DIN.

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Tabela 3.1: símbolos gráficos segundo Norma

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4 Chaves de partida

Chave de partida é um equipamento que tem por função fazer a partida, desligamento,
operação e proteção de motores elétricos. Inicialmente eram chaves manuais, em que o operador
realizava a operação.
As chaves de partida magnéticas surgiram em substituição às chaves de partida manuais,
fazendo manobras que poderiam se feitas de maneira errada, prejudicar o desempenho das máquinas e
ainda colocando-se em risco. Sua função é ligar, desligar, fazer manobras e frenagem em motores de
corrente contínua ou alternada, mono ou trifásicos, além de garantir ao operador uma maior segurança
e simplicidade de comando, além de prover maior confiabilidade ao sistema.
Existem inúmeros tipos de chaves de partida, fabricadas às vezes de formas diferentes, mas
o princípio de funcionamento de todas é idêntico.

4.1 Chave de partida direta

É constituída de um único contator para ligar e desligar o motor, além de fusíveis e relé
térmico, ou disjuntor-motor para proteção.
Do ponto de vista do motor, esta é a melhor chave, pois o motor parte com valores de
tensão e conjugado nominais, mas por norma só pode ser usada para partir motores até 5 CV, pois a
alta corrente de partida dos motores de indução pode causar danos à rede elétrica, como já foi visto.

Push botton ou
botão de impulso

Contato de selo

Figura 4.1Esquema Elétrico do Comando “Partida Direta”.


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Figura 4.2- Esquema Elétrico da Força ou Potência “Partida Direta”


Montagem
1 - Sai da fase vai para o fusível;
2 - Sai do fusível vai para o contato fechado (95) do rele de Sobrecarga (FT);
3 - Sai do contato fechado (96) do rele de sobrecarga (FT) vai para o contato fechado (1) do botão de
impulso (B0);
4 - Sai do contato fechado (2) do botão de impulso(B0) vai para o contato aberto do botão de impulso
(B1);
5 - Sai do contato aberto (4)do botão de impulso (B1)vai para a entrada da bobina (A1) do contator
(K1);
6 - Sai da bobina (A2) do contator (K1) vai para o neutro;
7 - Sai do contato aberto (3) do botão de impulso (B1) vai para o contato aberto (13) do contator (K1);
8 - Sai do contato aberto (14) do contator (K) vai para a entrada da bobina (A1) do contator (K1).
Esquema de Montagem do Motor
1 - Sai das fases, R / S / T vai para os fusíveis F1, F2, F3;
2 - Sai dos fusíveis F1, F2, F3 vai para o contator (K1) (1,3,5);
3 - Sai do rele de sobrecarga FT (2,4,6) vai para o motor.

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A figura a seguir é a situação prática de como ficará dispostos os conjuntos e cabos para a
montagem do comando.

Figura 4.3 - Montagem Prática do Comando no Painel

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A figura à seguir demostra como serão dispostos os componentes e os cabos para montagem do
diagrama de comando e potência juntos.

Figura 4.4 - Montagem Prática da Força e Comando no Painel

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4.2 Chave de partida direta com reversão de rotação

Para fazer a reversão do sentido de giro de um motor trifásico, basta fazer a inversão de
duas fases. Mas, para evitar a ligação simultânea dos dois contatores, que estão ligados em paralelo
com fases trocadas, é necessário utilizar contatos fechados para fazer o inter-travamento.
Para este comando é necessário acionar o botão de desligamento de um giro para pós
acionar o botão que fará com que o motor gire no sentido inverso.

Figura 4.5 - Diagrama de comando para partida direta com reversão simples.

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Figura 4.6 - Montagem Prática do Comando no Painel

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Figura 4.7 - Esquema Elétrico da Força para Partida Direta com Reversão de motor trifásico

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Figura 4.8 Montagem Prática da Força de motor trifásico no Painel

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Figura 4.9 - Esquema Elétrico da Força Partida Direta com Reversão de motor monofásico

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4.2.1 Chave de partida direta com reversão de rotação semiautomático

Para este diagrama, não é necessário desligar o motor antes de se fazer a reversão. Com a
inclusão de contatos fechados das botoeiras em série com os contatos aberto de partida, porém
cruzados, é possível fazer a reversão de forma direta, caso não haja carga e a potencia não seja muito
elevada, lembrando que isto causa sobreaquecimento no motor.

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Figura 4.10- Esquema Elétrico do Comando Partida Direta com Reversão semiautomático
4.3 Chave de partida estrela-triângulo

A fim de reduzir a corrente de partida do motor, utilizam-se chaves de partida que reduzem
a tensão na partida, resultando em uma diminuição da corrente e consequentemente do torque. Uma
dessas chaves é a chave estrela-triângulo, que parte o motor em ligação estrela, alimentado com tensão
de triângulo, para depois de acelerado, mudar a ligação para triângulo, com tensão nominal.
Logo, não é a tensão de rede que muda, mas sim a forma de ligação. Assim, durante a
partida, o motor recebe apenas 58% de sua tensão nominal, havendo uma redução da corrente de
partida para 33% da corrente em partida direta. A Figura 4.1 mostra claramente a redução da tensão na
partida em estrela.

Figura 4.1: Tensão nas bobinas na partida estrela-triângulo


É necessário que o motor tenha possibilidade de dupla ligação, em estrela e em triângulo.
São motores 220/380 V (para ligação em redes trifásicas de 220 V), 380/660 V (redes de 380 V) e
440/760 V (redes de 440 V), onde a menor tensão é a tensão em triângulo.
Com a redução da corrente para 33% de seu valor normal na partida, o conjugado do motor
também é reduzido para 33%, logo, este tipo de chave somente pode ser utilizado para partidas com o
motor praticamente a vazio.
O tempo que o motor se mantém em ligação triângulo deve ser estimado conforme o tempo
de partida. É recomendável que a comutação de estrela para triângulo só aconteça com o motor a pelo
menos 90% de sua rotação nominal, pois durante a comutação, o motor é desligado por um tempo
pequeno, mas grande o suficiente para provocar um trancamento do motor em caso de sobrecarga
excessiva.

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Figura 4.11 - Esquema Elétrico da Força partida estrela triângulo

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Figura 4.12 - Esquema Elétrico do Comando para partida estrela triângulo

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Figura 4.13 - Montagem Prática do Comando no Painel

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Figura4.14 - Montagem Prática da Força no Painel


Outro esquema bastante comum é o esquema de comando com temporizador estrela-
triângulo. Este temporizador possui dois contatos, um de ação imediata e que se desliga depois do
tempo selecionado e outro com retardo, que aciona 100 ms depois do desligamento do primeiro
contato. Observe o diagrama da Figura 4.2.

Figura 4.15: Diagrama de tempo do relé Y∆

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No espaço à baixo desenhe o diagrama de comando da chave de partida estrela-triângulo


com temporizador Y-∆.

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4.4 Chave de partida compensadora

Este tipo de chave de partida parte o motor com tensão reduzida, assim como a chave
estrela-triângulo, porém utiliza um autotransformador em série com o motor para fazer a redução. É
utilizada quando o motor parte com carga e a chave estrela-triângulo não atende as necessidades.
Os autotransformadores de partida possuem três TAP’s de saída, em 80, 65 e 50%. No TAP
de 80%, a corrente é reduzida para 64% de seu valor normal, em 65%, é reduzida para 42%, e em
50%, para 25%. No TAP de 50%, as características de partida são semelhantes às da chave estrela-
triângulo, por isso este TAP é pouco usado, apenas quando se deseja partir o motor sem carga.
Também é possível mudar o TAP quando há variação de carga, com a inclusão de uma chave seletora
trifásica.
Atualmente, estas chaves vêm sendo cada vez menos utilizadas, pois o seu custo é muito
alto, devido ao autotransformador e ao tamanho do painel necessário para acomodá-lo. No lugar da
compensadora, está sendo utilizada a partida eletrônica, com soft-start.

4.16 - Esquema Elétrico da Força Partida Compensadora;

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Figura 4.17Esquema Elétrico da Força Partida Compensadora

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O contato TºC que aparece no esquema de comando é de um permissor, que protege o


autotransformador de queima por sobreaquecimento. Durante a partida, o autotransformador sofre uma
elevação de temperatura que é característica de seu funcionamento. Quando há diversas partidas
sucessivas, a temperatura sobe a valores inadmissíveis e o termistor atua, inibindo o funcionamento do
motor.
A Tabela 4.1 faz um comparativo entre as chaves de partida estrela-triângulo e
compensadora.

Estrela-triângulo Compensadora
Custo menor Custo maior
Maiores dimensões, devido
Menores dimensões
autotransformador
Admite partidas com carga (pode variar o
Deve partir praticamente a vazio
TAP conforme exigência de carga)
Corrente de partida reduzida:
Corrente de partida reduzida para 33% • No TAP 80% para 64%;
• No TAP 65% para 42%.
Tabela 4.1: Comparação entre partida estrela-triângulo e partida compensadora

A Tabela 4.2 mostra a escolha do tipo de motor conforme a chave de partida.

Motor Tipo de chave de partida


Execução dos Número Tensão da Estrela-
Direta Compensadora
enrolamentos de cabos rede triângulo
220 3 220 X X
380 3 380 X X
440 3 440 X X
220/380 6 220 X X X
380 X X
220/440 6 220 X X
440 X X
380/660 6 380 X X X
380/760 6 380 X X
440/760 6 440 X X X
220/380/440/660 9/12 220 X X X
380 X X X
440 X X
220/380/440/760 9/12 220 X X X
380 X X
440 X X X
Tabela 4.2: Tabela de possibilidades de ligação de motores

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4.5. Partida de motor de duas velocidades (Dahlander)

Os motores Dahlander são motores que podem funcionar em duas velocidades, bastando
mudar o tipo de ligação. Em baixa rotação, o motor é ligado em ∆ e em alta, em YY.

Figura 4.18 - Esquema Elétrico da Força de motor Dahlander

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Figura 4.19 - Esquema Elétrico da Comando de motor Dahlander

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4.6. Chave de partida estrela-triângulo com reversão

Figura 4.20 - Diagrama de potência da Chave de partida estrela-triângulo com reversão

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Figura 4.21 - Esquema Elétrico de Comando Estrela Triangulo com reversão

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Figura 4.22 Esquema Elétrico sequenciador (semáforo)

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4.8.Chave de partida eletrônica (Soft-starter)
O Soft-starter é uma chave de partida que utiliza chaves eletrônicas chamadas tiristores que
permitem que se controle a abertura ou o fechamento da chave através de pulsos de corrente. Essas
chaves recortam a forma de onda de tensão da entrada a cada ciclo, jogando para o motor uma tensão
eficaz menor do que a nominal durante a partida, aumentando gradativamente até atingir tensão
nominal. Observe a Figura 4.3.

Figura 4.23 formas de onda de entrada e saída de cada fase da Soft-Starter

Os tiristores atuam de forma unidirecional, ou seja, só conduzem corrente em um sentido.


Assim, é necessário ter dois tiristores em anti-paralelo para conduzir a corrente nos dois semi-ciclos.
Na figura, o tiristor de baixo conduz a corrente no semi-ciclo positivo, a partir do ponto mostrado no
gráfico de Uo. Antes disso, o tiristor está bloqueado e a tensão de entrada Ui não passa para a carga. No
semi-ciclo negativo, é o tiristor de cima que conduz, já que a corrente flui da carga para a rede, mas
também apenas uma parte do tempo. Dessa forma, é visível que a tensão eficaz que passa para a carga
é menor do que a tensão eficaz de entrada.
Para partir o motor, a Soft-starter gera uma rampa de tensão, aplicando uma tensão inicial e
aumentando-a gradativamente (diminuindo o tempo de disparo dos tiristores no semi-ciclo) até chegar
à tensão nominal. A Figura 4.4 mostra a rampa de tensão da chave de partida eletrônica.

Figura 4.24: rampa de tensão da Soft-Starter


Para gerar as três tensões do motor trifásico, são necessários seis tiristores, dois para cada
fase (um para o semi-ciclo positivo e outro para o negativo).
A Figura 4.5 mostra a IHM de parametrização da Soft-starter SSW-04 da WEG.

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Figura 4.25: IHM da SSW-04

A Figura 4.6 mostra o diagrama de ligação da Soft-starter.

Figura 4.26: Ligação da parte de força da SSW-04

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A Figura 4.7 mostra as ligações da placa de controle da Soft-starter.

Figura 4.27: Ligação da parte de comando da SSW-04

Os parâmetros da Soft-starter SSW-04 WEG estão listados na Tabela 4.3.

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Tabela 4.3: Parâmetros da SSW-04

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Soft Starter da marca Allen Bradley (manual do fabricante)

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Exemplo de comando simples para comando e partida de soft-starter

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4.9. Inversor de frequência

Os inversores de frequência são equipamentos destinados a fazer o controle da velocidade


de rotação de motores de corrente alternada. A facilidade do controle combinada com o baixo custo de
manutenção permitiu que uma grande gama de aplicações, antes relegadas ao uso de motores CC,
pudesse ser implementada através de inversores de frequência.
Assim, cada vez mais as máquinas que exigem controle de velocidade terão seu custo e seu
tempo de manutenção diminuídos.
O funcionamento do inversor está baseado nas chaves eletrônicas chamadas tiristores.
Como sabemos, a velocidade de rotação de um motor assíncrono é dada pela expressão:

120 ⋅ f  s 
n= ⋅ 1 − 
p  100 

Analisando a equação, vemos que existem três formas de se variar a rotação de um motor:
através da frequência f, do número de pólos p e do escorregamento s. O número de pólos de um motor
é fixo, mesmo para aqueles que, devido a mudanças na ligação podem girar a mais de uma velocidade.
E mesmo que pudéssemos variar o número de pólos, ainda assim estaríamos restritos aos números
pares e inteiros, permitindo apenas algumas velocidades específicas. O escorregamento varia
realmente, mas apenas 2 ou 3%, além de ser muito difícil controlar o valor exato do escorregamento, já
que ele depende da carga aplicada ao eixo.
Assim, a única saída prática para variar a rotação de um motor CA é a variando a
frequência. Mas, para manter o fluxo magnético do motor constante em praticamente toda a faixa de
velocidade, deve-se variar a tensão aplicada ao motor na mesma proporção da frequência. Em outras
palavras, se diminuirmos pela metade a frequência, a tensão também deverá cair pela metade. Isso vale
para a faixa de frequência que vai de 0 até a frequência nominal, já que a partir daí, não é mais
possível aumentar a tensão, que deverá se manter no valor da tensão nominal. A Figura 4.8 mostra
como é feita a variação da tensão e da frequência.

Figura 4.28: Relação de V/f do inversor de frequência

Na prática, em rotações muito baixas existe perda de conjugado, que pode ser compensada
pelo aumento da relação entre a tensão e a frequência, além de um aquecimento excessivo do motor
pela diminuição do fluxo de ar que envolve a carcaça, devido à baixa velocidade de rotação do
ventilador de refrigeração. Pode-se resolver este problema utilizando ventilação forçada, ou seja,
desacoplando o ventilador do eixo do motor e lhe aplicando alimentação independente.
Acima da frequência nominal (60 Hz), a tensão é mantida constante (UN) enquanto a
frequência aumenta. Isso provoca diminuição do fluxo magnético e perda de conjugado. Estas perdas
devem ser levadas em conta no projeto quando a faixa de frequência da aplicação compreender valores
muito baixos ou acima da frequência nominal. Observe a Figura 4.9.

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Figura 4.29: Gráfico de conjugado x frequência

Para gerar uma forma de onda com tensão e frequência variáveis, o inversor de frequência
faz duas conversões. Primeiramente, a tensão da rede, com tensão e frequência constantes, é convertida
em corrente contínua através de um retificador. Nesta parte, um banco de capacitores filtra a tensão,
mantendo-a o mais constante possível. Então, a corrente contínua é transformada em alternada através
de um circuito conversor de frequência, gerando um sinal onde a frequência e a tensão podem ser
controladas conforme a necessidade. Observe a Figura 4.10.

Figura 4.30: Partes constituintes de inversores de frequência

Mas o sinal gerado não se parece em nada com o que nós conhecemos por corrente
alternada, já que para construir o sinal com frequência variável, a onda é recortada em picos cuja
frequência real varia de 5 a 20 kHz e apenas o contorno ou valor médio dessa onda é que possui a
frequência e tensão requeridos. Observe a Figura 4.11.

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Figura 4.31: Tensão gerada na saída do inversor

Por isso, deve-se cuidar muito ao


efetuar medições de tensão ou corrente na saída
de um inversor de frequência, já que a presença
dessas variações bruscas de tensão e corrente
podem provocar a queima ou desregularem de
um equipamento que não seja apropriado para
esse tipo de medição, os chamados true-rms.
A Figura 4.12 mostra a IHM do
inversor de frequência CFW-08 da WEG.

Figura 4.32: IHM do CFW-08

A ligação da parte de força do inversor consiste em alimentar as entradas na rede mono ou


trifásica e conectar o motor às saídas. A Figura 4.13 mostra as ligações das entradas da placa de
controle do modelo CFW-08 Plus WEG.

Inversor de frequência Allen Bradley (manual do fabricante)

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Figura 4.13: ligações da parte de comando da CFW-08 Plus

A Tabela 4.4 lista os parâmetros do inversor de frequência CFW-08 WEG.

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Tabela 4.4: Parâmetros do CFW-08 Plus

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5. Dimensionamento de chaves de partida
Os critérios práticos de dimensionamento apresentados baseiam-se:
• Nas características dos componentes das chaves;
• Nas seguintes condições de serviço:
1. Regime de serviço contínuo: para outros serviços, consultar o fabricante;
2. Fator de serviço (FS) unitário (1): caso seja necessário utilizar um FS maior do que 1,
este deverá ser considerado também no dimensionamento dos componentes de força e dos
cabos de alimentação do motor;
3. Fator de segurança: deve ser considerado um fator de segurança no dimensionamento dos
componentes básicos da chave para assegurar seu bom desempenho e vida útil, que podem
ser prejudicados por oscilações na rede, altas correntes de partida ou tempo de partida
muito longos.

Obs.: muitas vezes, no dimensionamento dos componentes básicos de uma chave, depara-se
com questões ligadas ao fator custo x benefício, fazendo com que se opte por uma composição mais
econômica e consequentemente prejudicando o chamado fator de segurança.

5.1. Nomenclatura utilizada

• In – corrente nominal do motor;


• Ie – capacidade do contator, conforme categoria de emprego;
• Ip – corrente de partida do motor;
• Ip/In – fator para obtenção de Ip;
• IF – corrente nominal do fusível;
• IFmax – fusível máximo para contatores e relés;
• Tp – tempo de partida;
• IL – corrente de linha;
• Z – Impedância do rotor;
• I∆ – corrente de fase em triângulo;
• IY – corrente de fase em estrela;
• Vn – tensão nominal de rede;
• IK1 – corrente no contator K1;
• IK2 – corrente no contator K2;
• IK3 – corrente no contator K3;
• IK4 – corrente no contator K4;
• K – fator de redução de tensão;
• IS – corrente no secundário do autotransformador;
• IPR – corrente no primário do autotransformador;
• Zeq – impedância equivalente;
• IR – corrente reduzida para ligação série.

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5.2.Tabela de características de motores

As tabelas 5.1 a 5.4 referem-se a motores de indução trifásicos WEG, com rotor de gaiola,
IP 54 e IP 55, 220 V, 60 Hz, II, IV, VI e VIII pólos respectivamente.

Potência Corrente nominal (A) em 220 V Ip/In


CV KW
3600 rpm – 60 Hz – II pólos
0,16 0,12 0,77 5,3
0,25 0,18 1,02 4,7
0,33 0,25 1,34 5,0
0,50 0,37 1,71 5,5
0,75 0,55 2,39 6,2
1,00 0,75 3,01 7,2
1,50 1,10 4,28 7,5
2,00 1,50 5,46 7,5
3,00 2,20 8,43 7,8
4,00 3,00 11,0 7,9
5,00 3,70 12,9 8,0
6,00 4,50 15,8 7,5
7,50 5,50 19,1 8,0
10,0 7,50 25,5 7,0
12,5 9,20 31,4 7,8
15,0 11,0 36,9 8,5
20,0 15,0 50,3 7,8
25,0 18,5 61,6 8,0
30,0 22,0 72,1 8,5
40,0 30,0 99,0 7,2
50,0 37,0 120 7,5
60,0 45,0 143 8,0
75,0 55,0 174 8,0
100 75,0 233 8,2
125 90,0 289 8,5
150 110 344 7,8
175 132 412 7,9
200 150 465 8,2
250 185 573 8,1
250* 185 567 7,5
300 220 662 7,2
350 260 781 7,6
Tabela 5.1: Motores de II pólos, 3600 rpm

Obs.: para obter a corrente nominal em rede de 380 V, basta multiplicar por 0,577 e em 440
V, por 0,5.

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Potência Corrente nominal (A) em 220 V Ip/In


CV KW
1800 rpm – 60 Hz – IV pólos
0,16 0,12 0,89 4,5
0,25 0,18 1,14 4,5
0,33 0,25 1,44 4,5
0,50 0,37 2,07 5,0
0,75 0,55 2,90 5,5
1,00 0,75 3,02 7,2
1,50 1,10 4,43 7,8
2,00 1,50 6,12 6,4
3,00 2,20 8,70 6,8
4,00 3,00 11,9 7,8
5,00 3,70 14,0 7,6
6,00 4,50 16,4 8,0
7,50 5,50 20,0 7,0
10,0 7,50 26,6 8,0
12,5 9,20 33,3 8,7
15,0 11,0 39,3 8,3
20,0 15,0 52,6 6,3
25,0 18,5 64,3 6,5
30,0 22,0 75,5 7,5
40,0 30,0 101 6,6
50,0 37,0 122 6,6
60,0 45,0 146 7,2
75,0 55,0 176 7,4
100 75,0 243 8,8
125 90,0 295 7,3
150 110 355 8,3
175 132 433 7,5
200 150 484 7,5
250 185 597 8,3
250* 185 584 6,8
300 220 691 7,0
350 260 815 7,3
400 300 939 6,6
450 330 1030 7,1
500 370 1160 6,6
Tabela 5.2: Motores de IV pólos, 1800 rpm

Obs.: para obter a corrente nominal em rede de 380 V, basta multiplicar por 0,577 e em 440
V, por 0,5.

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Potência Corrente nominal (A) em 220 V Ip/In


CV KW
1200 rpm – 60 Hz – VI pólos
0,16 0,12 1,17 3,3
0,25 0,18 1,35 3,0
0,33 0,25 1,85 3,3
0,50 0,37 2,51 4,3
0,75 0,55 3,49 4,9
1,00 0,75 3,77 5,3
1,50 1,10 5,50 5,3
2,00 1,50 7,21 5,8
3,00 2,20 10,2 5,5
4,00 3,00 12,8 5,8
5,00 3,70 15,4 6,8
6,00 4,50 18,7 6,7
7,50 5,50 22,1 7,0
10,0 7,50 30,4 6,5
12,5 9,20 33,5 6,0
15,0 11,0 40,3 6,5
20,0 15,0 56,4 7,5
25,0 18,5 59,8 7,9
30,0 22,0 74,6 6,0
40,0 30,0 102 6,0
50,0 37,0 126 8,4
60,0 45,0 148 7,8
75,0 55,0 183 7,6
100 75,0 255 6,5
125 90,0 302 6,0
150 110 370 8,0
175 132 449 7,0
200 150 516 7,6
200* 150 523 6,5
250 185 638 6,2
300 220 754 6,9
350 260 877 6,5
400 300 1010 6,5
450 330 1130 6,2
Tabela 5.3: Motores de VI pólos, 1200 rpm

Obs.: para obter a corrente nominal em rede de 380 V, basta multiplicar por 0,577 e em 440
V, por 0,5.

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Potência Corrente nominal (A) em 220 V Ip/In


CV KW
900 rpm – 60 Hz – VIII pólos
0,16 0,12 1,16 2,5
0,25 0,18 1,87 3,2
0,33 0,25 2,34 3,5
0,50 0,37 2,51 3,8
0,75 0,55 3,39 3,6
1,00 0,75 4,39 3,6
1,50 1,10 6,33 4,2
2,00 1,50 7,55 5,0
3,00 2,20 9,75 6,0
4,00 3,00 13,4 7,3
5,00 3,70 16,1 6,9
5,00 3,70 16,0 7,3
6,00 4,50 19,4 5,2
7,50 5,50 23,6 5,2
10,0 7,50 31,2 5,3
12,5 9,20 33,5 7,6
15,0 11,0 39,3 7,9
20,0 15,0 53,0 7,6
25,0 18,5 73,7 4,8
30,0 22,0 77,1 8,0
40,0 30,0 103 7,7
50,0 37,0 129 8,6
60,0 45,0 158 8,0
75,0 55,0 194 7,6
100 75,0 278 8,3
125 90,0 323 8,3
150 110 395 8,4
175 132 456 6,3
200 150 534 7,0
250 185 654 7,0
300 220 768 7,0
350 260 901 6,0
Tabela 5.4: Motores de VIII pólos, 900 rpm

Obs.: para obter a corrente nominal em rede de 380 V, basta multiplicar por 0,577 e em 440
V, por 0,5.

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5.3. Tabela de disjuntores e relés de sobrecarga

As Tabelas 5.5 e 5.6 mostram as características de disjuntores e relés de sobrecarga WEG.

Contator Ie máximo em AC-3 Ie máximo em AC-4 IFmax


CWM9 9 5 25
CWM12 12 7 25
CWM18 18 8 35
CWM25 25 12 50
CWM32 32 16 63
CWM40 40 18,5 63
CWM50 50 23 100
CWM65 65 30 125
CWM80 80 37 125
CWM95 95 44 200
CWM105 105 50 200
CWM112 112 63 225
CWM180 180 73 250
CWM250 250 110 355
CW297 300 145 425
CW330 400 175 630
CW334 490 180 630
Tabela 5.5: Tabela de contatores WEG

Relé Faixa de ajuste IFmax Contator


0,28...0,4 2
5,6...8 20
0,4...0,63 2 CWM9
7...10 25
0,56...0,8 2 CWM12
8...12,5 25
0,8...1,2 4
RW27D 1,2...1,8
10...15
6
35 CWM18
11...17 35 CWM25
1,8...2,8 6
15...23 50
2,8...4 10 CWM32
22...32 63
4...6,3 16
CWM40
25...40 50...63 80 100
CWM50
RW67D 32...50 57...70 100 125
40...57 63...80 100 125 CWM65
CWM80
63...80 200 CWM95
RW117.1D
75...97 225 CWM105
RW117.2D 90...112 250 CWM112
CWM180
100...150 200...310 315 500 CWM250
RW317D 140...215 275...420 355 710 CW297
CW330
400...600 1000
RW407D 560...840 1250
CW334
Tabela 5.6: Tabela de relés térmicos WEG

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5.4.Curva de fusíveis

As Figuras 5.1 e 5.2 mostram as curvas para levantamento do tempo virtual de fusão de
fusíveis Diazed e NH, respectivamente.

Figura 5.1: Curvas de fusíveis Diazed

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Figura 5.2: Curvas de fusíveis NH

5.5.Dimensionamento da partida direta

5.5.1. Corrente no trecho

A Figura 5.3 mostra o circuito de corrente do diagrama de força da chave de partida direta,
que pode ser usado para a partida reversora.

Figura 5.3: Corrente no trecho da partida direta

A partir das Tabelas 5.1 a 5.4, determina-se, dados a potência, velocidade e tensão de
alimentação do motor, a corrente nominal e corrente de partida. Se o fator de serviço (FS) for diferente
de 1, deve ser multiplicado pela corrente nominal, obtendo-se nova corrente In’.

I n' = FS ⋅ Fseg ⋅ In
I p = (I p I n )⋅ I n'

5.5.2Dimensionamento do contator

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A corrente máxima admissível Ie do contator para a categoria de emprego desejada
deve ser maior que a corrente nominal In’.

I e≥ I n '

5.5.2. Dimensionamento do relé térmico

A corrente nominal In’ deve se situar dentro da faixa de ajuste do relé, de preferência num
valor intermediário ou mais próximo do valor máximo de sobrecarga.

I SC min ≤ I n ' ≤ I SC max

ISCmin é o limite mínimo da faixa de ajuste do relé e ISCmax é o valor máximo.

5.5.3. Dimensionamento de fusíveis de força

Para determinar quais fusíveis serão usados para proteger o motor, deve-se fazer o
cruzamento na curva apropriada (inicie com a curva de fusíveis Diazed) do valor da corrente de partida
no eixo horizontal com o tempo de partida especificado no eixo vertical. O fusível correto será aquele
cuja curva está imediatamente à direita do ponto encontrado pelo cruzamento.
A corrente nominal do fusível deve ser pelo menos 20% maior do que o valor da corrente
nominal.

I F ≥1,20⋅ In'

Determinado os fusíveis (IF), resta saber se o valor máximo de fusível para o contator e para
o relé térmico é menor do que o valor do fusível encontrado.

I F≤ I F max (contator )
I F≤ I F max (relé térmico)

5.5.4. Exemplo de dimensionamento

Dimensionar uma chave de partida direta para um motor de 5 CV, IV pólos, 60 Hz,
alimentado em 380 V, cuja partida demora cerca de 4 s.

Solução: inicialmente, consideraremos um fator de serviço FS unitário, assim como o fator de


segurança. O regime é normal, ou seja, categoria de emprego AC-3.

• Pela Tabela 5.2, chegamos aos seguintes valores:

I n' =1⋅1⋅ 0,577⋅14,0= 8,08A


I p I n = 7,6 ⇒ I p = 7,6⋅ 8,08= 61,4 A ≈ 61 A

• Para determinarmos o contator, utilizamos a Tabela 5.5:

I e ≥ 8,08 ⇒ I e máximo= 9 A

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O contator utilizado será CWM9, cuja corrente máxima admissível é de 9 A. A bobina pode
ser 220 V/60 Hz e há a necessidade de um contato auxiliar aberto. Logo, com o auxílio de um
catálogo, pode-se especificar o contator.

CWM9.10 220V/60Hz

• Pela Tabela 5.6, determinamos o relé térmico:

I SCmin ≤ 8,08≤ I SCmax ⇒ Faixade ajuste= 7...10A

Neste caso, poderia ser utilizado o relé térmico com faixa de 5,6...8 A, já que a corrente
nominal é praticamente a mesma do ajuste máximo. O relé térmico será, então:

RW27D 7...10 A

• Com o tempo de 4 s no eixo vertical e 61 A no eixo horizontal, levanta-se o valor nominal dos
fusíveis de força. Observe a Figura 5.4:

Figura 5.4: Dimensionamento de fusíveis de força

Assim, o fusível escolhido é de 20 A. Mas é necessário verificar se este valor de fusível é


pelo menos 20% maior do que a corrente nominal.

I F ≥ 1,20 ⋅ 8,08 ⇒ 20 ≥ 9,70

Esta condição é satisfeita, mas deve-se verificar se o fusível máximo do disjuntor e do relé
térmico é maior do que o fusível selecionado. Pelas Tabelas 5.5 e 5.6, chega-se a:

20≤ I Fmax(contator) ⇒ 20≤ 25


20≤ I Fmax(relétérmico) ⇒ 20≤ 25

Estas condições também são satisfeitas. Assim, os fusíveis de força a serem utilizados são:

3 – fusíveis Diazed 20 A

5.6.Dimensionamento da chave de partida estrela-triângulo

5.6.1. Corrente nos trechos

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A Figura 5.5 mostra as correntes nos trechos do diagrama de força da chave de partida
estrela-triângulo.

Figura 5.5: Correntes nos trechos da partida estrela-triângulo

A partir das Tabelas 5.1 a 5.4 determina-se a corrente nominal do motor In e o fator da
corrente de partida. Aplicando-se o FS e o Fseg, determina-se a corrente nominal de projeto In’,
exatamente como na partida direta.
Em ligação nominal, triângulo, a corrente do motor é IL e a corrente que circula pelos
contatores K1 e K2 é dada pela relação entre correntes da ligação triângulo.

In'
I ∆=
√3

Na partida, em ligação triângulo, a corrente que circula pelo contator K3 é um terço da


corrente nominal do motor.

I n'
IY=
3
5.6.2. Dimensionamento dos contatores

Para os contatores K1 e K2, temos que:

I e (K1 )≥ I ∆
I e (K2 )≥ I ∆

Para o contator K3, a corrente máxima admissível será:

I e (K3 )≥ I Y

5.6.3. Dimensionamento do relé térmico

Como o relé térmico é ligado em série com o contator K1, temos que:
I SCmin ≤ I ∆ ≤ ISCmax
5.6.4. Dimensionamento de fusíveis

A corrente de partida será um terço da corrente nominal do motor. Assim:

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I pIn ⋅ In
Ip =
3

Aplicando este valor no eixo horizontal do gráfico de fusíveis apropriado, juntamente com
o tempo de partida no eixo vertical e fazendo o cruzamento, obtém-se o valor nominal dos fusíveis de
força.
Deve-se verificar se o valor nominal dos fusíveis é pelo menos 20% superior ao valor de
corrente nominal do motor.

I F ≥1,20⋅ In

Também deve-se verificar se o fusível máximo para o contator K1 e para o relé térmico é
maior do que o valor dimensionado para os fusíveis.

I F ≤ I F max (contator K1 )
I F≤ I F max (relétérmico )

Não é necessário verificar para K2, pois se a condição for válida para K1, também o será
para K2.

5.6.5. Exemplo de dimensionamento

Dimensionar uma chave de partida estrela-triângulo para um motor de 30 CV, IV pólos, 60


Hz, alimentado em uma rede de 380 V (motor 380/660 V), que parte em cerca de 10 s.

Solução: Consideraremos o FS e o Fseg unitários e categoria de emprego AC-3.

• Pela Tabela 5.2, chegamos aos dados do motor:

In =1⋅1⋅ 0,577⋅ 75,5= 43,56 A


I p I n = 7,5
Calcula-se, agora, as correntes nos trechos:

43 , 56
I ∆= = 25 , 15 A
√3
43 , 56
IY= = 14 , 52 A
3

Utilizando a Tabela 5.5, chega-se aos contatores:

K1:

I e (K1 )≥ 25 , 15 ⇒ I e máximo (K1)= 32 A

O contator será: CWM32.20 220V/60Hz.


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K2:

I e (K2) ≥ 25,15 ⇒ Ie máximo


(K2) = 32 A
O contator será: CWM32.01 220V/60Hz, para temporizador com retardo, ou CWM32.12
220V/60Hz, para temporizador estrela-triângulo.
Os contatores K1 e K2 poderiam ter sido escolhidos os CWM25, já que a corrente no
trecho é praticamente igual a Ie máximo destes contatores.

K3:
I e (K3) ≥ 14,52 ⇒ I e máximo(K3) =18 A

O contator será: CWM18.11 220V/60Hz.

• Para dimensionar o relé térmico, utiliza-se a corrente que circula por K1:

I SCmin ≤ 25,15 ≤ I SCmax ⇒ 22 ≤ 25,15 ≤ 32 A

Assim, o relé utilizado será o RW27D 22...32 A.

• Para dimensionar os fusíveis de força, devemos primeiramente encontrar o valor da corrente de


partida:

7,5⋅43 , 56
I p= = 108,9 A≈ 110 A
3

Cruzando este valor com o tempo de partida de 10 s, chegamos ao provável valor nominal
dos fusíveis de força. Observe a Figura 5.6.

Figura 5.6: Dimensionamento de fusíveis de força

Assim, o valor nominal dos fusíveis de força deverá ser de 35 A. Mas é necessário verificar
se o valor dos fusíveis é ao menos 20% maior do que a corrente nominal do motor.

35≥ 1,20⋅43 ,56 ⇒ 35≥ 52 , 27 A

Esta condição não é satisfeita, logo deve-se aumentar o valor dos fusíveis. O primeiro valor
de fusível que é maior do que 52,27 A é 63 A. Também poderia ser usado 50 A, já que está sendo
usado um fator de 20% para os fusíveis.

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Deve-se verificar também se o fusível máximo do contator K1 e do relé térmico é
maior do que o valor nominal dos fusíveis.

63 A ≤ I Fmax(contatorK1) ⇒ 63≤ 63 A
63 A ≤ I Fmax(relétérmico) ⇒ 63≤ 63 A

Outra solução seria colocar seis fusíveis de 50 A, de forma que os mesmos fiquem dentro
do triângulo do motor. O custo aumenta, porém a segurança é maior.

5.7.Dimensionamento da chave de partida compensadora

5.7.1. Corrente nos trechos

A Figura 5.7 mostra as correntes nos trechos do diagrama de força da chave de partida
compensadora.

Figura 5.7: Correntes nos trechos da partida compensadora


Através das Tabelas 5.1 a 5.4 encontra-se a corrente nominal e de fator de partida para o
motor, aplicando-se FS e Fseg. Assim, obtemos as correntes para os contatores:

IK1 = In'
I K2 = K 2 ⋅ I n '
(
I K3 = K − K 2 ⋅ I n' )

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A Tabela 5.7 mostra os valores do fator de redução K para os diversos TAP’s.

Autotrafo com TAP’s em Fator de redução IK2 IK3


função de Vn (K)
85 0,85 0,72⋅I n ' 0,13⋅I n '
80 0,80 0,64⋅I n ' 0,16⋅I n '
65 0,65 0,42⋅I n ' 0,23⋅I n '
50 0,50 0,25⋅I n ' 0,25⋅I n '
Tabela 5.7: Fator de redução de corrente para partida compensadora

Obs.: deve-se sempre considerar o pior caso dentre os TAP’s utilizados, com relação à redução de
corrente. Normalmente será de 0,64 para IK2 e 0,16 para IK3.

5.7.2. Dimensionamento dos contatores

Para encontrar os contatores, basta que se faça:

I e máximo (K1)≥ I K1
I e máximo (K2 )≥ I K2
I e máximo (K3)≥ I K3

5.7.3. Dimensionamento do relé térmico

Para determinar o relé térmico, faz-se:

I SC min ≤ I K1 ≤ I SC max

5.7.4. Dimensionamento dos fusíveis de força

A corrente de partida será dada por:

I p = I p I n ⋅ I K2

Com Ip e Tp obtém-se os fusíveis de força, utilizando as curvas dos fusíveis. As verificações


que devem ser feitas são as seguintes:

IF ≥1,20⋅ In'
I F ≤ I F max (contator K1 )
I F≤ I F max (relé térmico)

5.7.5. Dimensionamento do autotransformador

O autotransformador de partida deverá ser dimensionado levando em consideração


potência, tensão e frequência do motor e o número de partidas por hora.

5.7.6. Exemplo de dimensionamento

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Dimensionar uma chave de partida compensadora para um motor de 75 CV, IV pólos,
60 Hz, ligado numa rede de 380 V, com tempo de partida de 15 s.

Solução: vamos considerar FS e Fseg unitários e regime de serviço suave e contínuo, categoria AC-3.

• Da Tabela 5.2, obtém-se:

I n' =1⋅1⋅ 0,577⋅176 ⇒ In' =101,5A


I p I n = 7,4

As correntes nos trechos serão:

I K1 = 101,5 A
I K2 = 0,64 ⋅ 101,5 = 65,0 A
I K3 = 0,16⋅101,5=16,2A

• Para dimensionar os contatores, basta aplicar as correntes nos trechos:

Ie (K1) ≥101,5 ⇒ Iemáximo(K1) =105A


Ie (K2) ≥ 65,0 ⇒ Iemáximo
(K2) = 80 A
Ie (K3) ≥16,2 ⇒ Iemáximo
(K3) =18 A
Assim os contatores serão:

K1: CWM105.12 220V/60Hz

K2: CWM80.20 220V/60Hz

K3: CWM18.11 220V/60Hz

• Para dimensionar o relé térmico, basta fazer:

I SCmin ≤101,5≤ ISCmax ⇒ 90≤101,5≤112A

O relé térmico será: RW117.1D 90...112 A.

• Para dimensionar os fusíveis de força precisamos calcular a corrente de partida.

I p = 7,4⋅ 65,0= 481 ⇒ I p ≈ 480 A

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Aplicando este valor e o tempo de partida de 15 s às curvas de fusíveis, verificamos
que não poderemos utilizar fusíveis Diazed, pois é maior do que 63 A. Utilizaremos então a curva do
NH. Observe a Figura 5.8.

Figura 5.8: Dimensionamento de fusíveis de força

Assim, IF será 160 A. Mas deve-se verificar se é 20% maior do que a corrente nominal e
menor do que os fusíveis máximos para o contator K1 e o relé térmico.

I F ≥ 1,20⋅101,5 ⇒ 160≥ 121,8 A


160 A≤ I F max (contator K1 ) ⇒ 160≤ 200 A
160 A≤ I F max (relé térmico ) ⇒ 160≤ 250 A

Com todas as condições satisfeitas, sabemos que os fusíveis de força serão 3 fusíveis NH
160 A.

5.8.Defeitos em chaves de partida

A lista abaixo mostra os principais defeitos em chaves de partida e suas prováveis causas.

Contator não liga:


• Fusível de comando queimado;
• Relé térmico desarmado;
• Comando interrompido;
• Bobina queimada:
- Por sobre tensão;
- Ligada em tensão errada;
- Queda de tensão (principalmente CC);
- Corpo estranho no entreferro.

Contator não desliga:


• Linhas de comando longas (efeito de “colamento” capacitivo);
• Contatos soldados:
- Correntes de ligação elevadas (por exemplo, comutação de transformadores a
vazio);
- Comando oscilante;
- Ligação em curto-circuito;
- Comutação Y∆ defeituosa.

Contator desliga involuntariamente:


• Quedas de tensão fortes por oscilações da rede ou devido a operações de religadores.

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Faíscamento excessivo:
• Instabilidade da tensão de comando:
- Regulação pobre da fonte;
- Linhas extensas e de pequena seção;
- Correntes de partida muito altas;
- Subdimensionamento do transformador de comando com diversos contatores
operando simultaneamente.

Fornecimento irregular de comando:


• Botoeiras com defeito;
• Fins-de-curso com defeito.

Contator zumbe (ruído):


• Corpo estranho no entreferro;
• Anel de curto-circuito quebrado;
• Bobina com tensão ou frequência errada;
• Superfície dos núcleos, móvel e fixo, sujas ou oxidadas, especialmente após longas paradas;
• Oscilações de tensão ou frequência no circuito de comando;
• Quedas de tensão durante a partida de motores.

Relé atuou:
• Relé inadequado ou mal regulado;
• Tempo de partida muito longo;
• Frequência de ligações muito alta;
• Sobrecarga no eixo;
• Falta de fase;
• Rotor bloqueado ou travado.

Bimetais azulados, recozidos ou resistência de aquecimento queimada:


• Sobrecarga muito elevada;
• Fusíveis superdimensionados;
• Queda de uma fase (motor zumbe);
• Elevado torque resistente (motor bloqueia);
• Curto-circuito.

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6. Exercícios

6.1. Exercícios de motores elétricos

1 – Defina motor elétrico.

2 – Quais são as características do motor de corrente contínua, com relação à velocidade?

3 – Por que os motores de corrente contínua deixaram de ser utilizados em aplicações de grande
potência para variação da velocidade de rotação?

4 – O que são motores síncronos?

5 – O que é gaiola de esquilo?

6 – Por que os motores de indução com rotor de gaiola são os mais utilizados na indústria?

7 – O que é escorregamento?

8 – Calcule a rotação de um motor síncrono de VI pólos, 50 Hz.

9 – Calcule a rotação síncrona de um motor de VIII pólos, 60 Hz.

10 – Calcule a rotação de um motor assíncrono de II pólos, 60 Hz, com 3% de escorregamento.

11 – Calcule a rotação de um motor de IV pólos, 50 Hz, com 3,2% de escorregamento.

12 – De quanto é o escorregamento nominal de um motor assíncrono IV pólos, 50 HZ, cuja rotação


nominal é 1450 rpm?

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13 – De quanto é o escorregamento de um motor de VI pólos, 60 Hz, cuja rotação nominal é de
1160 rpm?

14 – Represente a ligação estrela de um motor trifásico, colocando os números dos fios do motor.

15 – Represente a ligação triângulo de um motor trifásico, colocando os números dos fios do motor.

16 – Represente o diagrama de ligação de placa de um motor ligado em estrela e em triângulo.

6.2. Exercícios de dispositivos de proteção e comando

1 – Para que servem os fusíveis?

2 – Como os fusíveis são classificados com relação à capacidade de interrupção?

3 – Por que os fusíveis utilizados para partida de motores são do tipo retardado?

4 – Qual é a diferença entre os fusíveis Diazed e NH?

5 – Qual é a faixa de corrente de atuação de fusíveis Diazed e NH?

6 – O que é sobrecarga?

7 – Explique o funcionamento de um relé térmico.

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8 – Para que serve a faixa de ajuste de um relé térmico?

9 – Normalmente, que tipos de contato os relés térmicos possuem?

10 – Como o relé térmico atua quando a sobrecarga é detectada?

11 – Assinale V (verdadeiro) ou F (falso).

a. ( ) Os fusíveis têm como função proteger apenas o motor contra sobrecargas de natureza violenta
(curto-circuito);
b. ( ) A vida elétrica dos contatores é avaliada de acordo com a corrente interrompida por estes;
c. ( ) A função do anel de curto-circuito nos contatores é a eliminação do magnetismo
remanescente e das correntes parasitas;
d. ( ) O funcionamento dos relés de sobrecarga baseia-se no fenômeno da dilatação de um
material com coeficiente de dilatação diferente.

12 – Quais são as três funções agregadas de um disjuntor-motor?

13 – Que componentes o disjuntor-motor pode substituir?

14 – O que é um contator?

15 – Explique o funcionamento de um contator.

16 – Como são chamados os contatos do contator que ligam o motor e os contatos que são usados para
implementar a lógica de comando?

17 – Qual a diferença fundamental das categorias de emprego do contatores AC-3 e AC-4?

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18 – São exemplos de manobras em AC-4.

a. ( ) Acionamento de motores de anéis;


b. ( ) Acionamento de motores com rotor de gaiola com reversão a plena marcha;
c. ( ) Circuitos de comando em corrente alternada;
d. ( ) Comando pulsatório e paradas por contracorrente;
e. ( ) Acionamento de cargas ôhmicas e pouco indutivas.

19 – Para que servem os relés temporizadores?

20 – Explique com suas palavras como os contatos do relé temporizador com retardo na energização
atuam após a bobina ser energizada.

21 – Qual é a diferença fundamental entre as botoeiras pulsantes e os knobs?

22 – Para que servem os sinalizadores luminosos?

23 – Que cor de sinalizador poderia ser utilizada para indicar uma sobrecarga no motor?

6.3. Exercícios de simbologia

1 – O que é borne?

2 – Qual é o símbolo e o número de função dos bornes de contatos aberto, fechado e reversor de
contatos imediatos?

3 – Qual é o símbolo e o número de função dos bornes de contatos aberto, fechado e reversor de
contatos retardados?

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4 – O que significa o retângulo escuro em um dos lados do símbolo de fusíveis?

5 – Correlacione as colunas dos símbolos com seus significados.

Símbolo Significado
a ( ) Contato fechado de relé térmico
b ( ) Fusível

c ( ) Bobina de contator

d ( ) Contato aberto de botoeira


e ( ) Contato aberto de contator

f ( ) Bobina de temporizador

g ( ) Sinalizador luminoso

h ( ) Dispositivo bimetálico
i ( ) Contato fechado de contator

6 – Enumere os bornes do contator da Figura.

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7 – Enumere os bornes do relé térmico da Figura.

8 – Relacione a designação com cada um dos dispositivos.

K ( ) Botoeira
Ft ( ) Disjuntor
Kt ( ) Fusível
F ( ) Relé térmico
Q ( ) Sinalizador
Sw ( ) Contator
H ( ) Temporizador

9 – Diga o significado de cada símbolo abaixo:

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6.4.Exercícios de chaves de partida

1 – Para que servem as chaves de partida?

2 – Cite três componentes das chaves de partida.

3 – Qual é a principal vantagem da chave de partida direta do ponto de vista do motor?

4 – Por que a chave de partida direta só é recomendada para partir motores de pequena potência?

5 – Como se faz a reversão de um motor trifásico?

6 – Como é chamado o contato auxiliar aberto do contator na chave de partida direta?

7 – Para que servem os contatos fechados dos contatores na chave de partida direta com reversão de
rotação?

8 – Qual é o objetivo de se colocar contatos fechados das botoeiras em série com as bobinas dos
contatores na chave de partida direta com reversão de rotação?

9 – Qual é o objetivo da chave de partida estrela-triângulo?

10 – Explique como se dá a redução de tensão na partida da chave estrela-triângulo.

11 – Qual é a limitação de partida da chave estrela-triângulo?

12 – Que tipo de motor, com relação aos enrolamentos, deverá ser usado para uma chave de partida
estrela-triângulo numa rede de 220 V?

13 – Quais contatores ficam ligados durante a partida da chave estrela-triângulo, quando o motor está
ligado em estrela?

14 – Como se dá a redução de tensão da chave de partida compensadora?

15 – Qual é a principal vantagem da chave compensadora em relação à estrela-triângulo?

16 – E quais são as desvantagens?

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17 – Como é chamada a chave eletrônica que faz o controle da tensão aplicada ao motor na Soft-
starter?

18 – Para que serve o parâmetro P02 da Soft-Starter SSw-04?

19 – O que o parâmetro P072 da Soft-Starter SSW-04 mostra?

20 – Como funciona o relé RL1 quando ajustado P51 em 2?

21 – Como é feito o controle da velocidade com inversor de frequência?

22 – O que acontece com o conjugado do motor quando a frequência aplicada com o inversor é
superior à frequência nominal?

23 – Que valor deve ser colocado no parâmetro P000 do inversor CFW-08 para que os outros
parâmetros sejam liberados para alteração?

24 – Para que serve o parâmetro P133 do inversor CFW-08, frequência mínima?

25 – Descreva a sequência de ligação da chave de partida direta.

26 – Descreva a sequência de funcionamento da chave de partida direta.

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27 – Descreva a sequência de ligação da chave de partida reversora.

28 – Descreva a sequência de funcionamento da chave de partida reversora.

29 – Descreva a sequência de ligação da chave de partida estrela-triângulo.

30 – Descreva a sequência de funcionamento da chave de partida estrela-triângulo.

31 – Enumere os bornes dos esquemas de força e comando mostrados na apostila.

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32 – Complete o esquema da partida estrela-triângulo.

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33 – Corrija o esquema de comando da chave de partida reversora abaixo.

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34 – Complete o esquema da chave de partida compensadora abaixo.

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35 – Elabore um esquema de comando para partir dois motores, cada um com uma botoeira, de
forma que o segundo motor só possa partir se o primeiro já estiver ligado.

36 – Elabore um esquema de comando para partir um motor e, depois de contado um tempo, desligá-lo
automaticamente.

37 – Elabore um esquema de comando que, ao ser acionada uma botoeira, um motor será ligado e após
decorridos alguns segundos outro seja ligado automaticamente.

38 – Elabore um esquema de comando idêntico ao anterior, porém faça com que o primeiro motor seja
desligado quando o segundo for ligado.

39 – Elabore um esquema de comando que faça partir três motores em sequência, de forma que o
segundo parta alguns segundos depois do primeiro e o terceiro alguns segundos depois do segundo.
Todos são desligados por uma única botoeira.

40 – Elabore um esquema de comando que faça com que um motor fique ligado em um sentido de giro
durante alguns segundos, então automaticamente reverta o sentido, depois de alguns segundos então
novamente reverta o sentido e assim sucessivamente.

41 – Elabore um esquema de comando que faça com que três contatores sejam ligados em sequência,
um de cada vez, comandados por temporizadores, de forma que a sequência se mantenha até que a
botoeira de desliga seja acionada.

42 – Elabore um esquema de comando para comandar um semáforo de pedestres, da seguinte forma:


quando o esquema for energizado, as lâmpadas vermelha de pedestres e verde de automóveis estejam
acesas. Quando um botão for apertado, a lâmpada verde de automóveis deverá ser desligada e a
amarela deverá ser acesa, ficando acesa por 3 segundos. Findo este tempo, as lâmpadas amarela de
automóveis e vermelha de pedestres deverão ser apagadas e as lâmpadas vermelha de automóveis e
verde de pedestres deverão ser acesas, ficando assim por 10 segundos, quando então deverão ser
apagadas e a o esquema voltará à condição inicial.

43 – Elabore um esquema de comando para comandar um semáforo de cruzamento simples. Utilize


apenas quatro contatores e quatro temporizadores.

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6.5. Exercícios de dimensionamento de chaves de partida

1 – Dimensione as chaves de partida direta para as seguintes condições:

a) Motor trifásico de 3 CV, II pólos, 220 V, 60 Hz, com tempo de partida de 2 s.

b) Motor trifásico de 5 CV, VI pólos, 380 V, 60 Hz, com tempo de partida de 3 s.

c) Motor trifásico de 10 CV, VIII pólos, 220 V, 60 Hz, com tempo de partida de 6 s.

d) Motor trifásico de 25 CV, IV pólos, 380 V, 60 Hz, com tempo de partida de 12 s.

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e) Motor trifásico de 100 CV, IV pólos, 440 V, 60 Hz, com tempo de partida de 20 s.

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2 – Dimensione as chaves de partida estrela-triângulo para as seguintes condições:

a) Motor trifásico de 10 CV, II pólos, 220 V, 60 Hz, com tempo de partida de 5 s.

b) Motor trifásico de 15 CV, VI pólos, 380 V, 60 Hz, com tempo de partida de 6 s.

c) Motor trifásico de 25 CV, VIII pólos, 220 V, 60 Hz, com tempo de partida de 10 s.

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d) Motor trifásico de 50 CV, IV pólos, 380 V, 60 Hz, com tempo de partida de 16 s.

e) Motor trifásico de 100 CV, IV pólos, 440 V, 60 Hz, com tempo de partida de 20 s.

3 – Dimensione as chaves de partida estrela-triângulo para as seguintes condições:

a) Motor trifásico de 20 CV, II pólos, 220 V, 60 Hz, com tempo de partida de 7 s.

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b) Motor trifásico de 30 CV, VI pólos, 380 V, 60 Hz, com tempo de partida de 10 s.

c) Motor trifásico de 50 CV, VIII pólos, 220 V, 60 Hz, com tempo de partida de 15 s.

d) Motor trifásico de 75 CV, IV pólos, 380 V, 60 Hz, com tempo de partida de 25 s.

e) Motor trifásico de 125 CV, IV pólos, 440 V, 60 Hz, com tempo de partida de 35 s.

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6.7) Teste de continuidade e polarização das bobinas de motores monofásicos:
Introdução:
Os motores monofásicos apresentam certo número de terminais para se efetuar as ligações
necessárias para o seu funcionamento. Quando esses motores são novos, adquiridos portanto da
fábrica, ou através de revendedores, seus terminais já vem identificados com números ou letras, da
seguinte forma:
Motores monofásicos: (1,3); (2,4) e (5.6) ou (1,2); (3,4) e (5,6).
Ocorre que em certos casos devido ao manuseio constante, ou seja, em casos de limpeza,
manutenção preventiva das ligações, etc., as identificações acabam se desprendendo de seus
respectivos terminais.
Uma vez constatada a falta de identificação não podemos efetuar as ligações aleatoriamente sem
corrermos o risco de danificar o motor. Portanto, é necessário conhecer a identificação exata de
cada uma das bobinas (ou enrolamentos) bem como a polarização das mesmas.
Para identificação e polarização das bobinas (ou enrolamentos), basta seguir o processo abaixo:
Individualização das bobinas.
a) Liga-se os condutores com pino banana aos bornes do instrumento para verificação de
continuidade;
b) Liga-se uma das pontas a uma das seis pontas (terminais) do motor;
c) Com a outra ponta, procura-se entre as outras pontas (terminais) do motor, qual delas
dá sequência a passagem de corrente. Definiu-se a primeira bobina. Marca-se com 1 e 2 do motor
monofásico.
d) Repete-se a operação até definirem-se as três bobinas.

Processo para determinar a bobina auxiliar do motor monofásico:


Medição da Resistência:
Com o auxilio de um multiteste, verifica-se o valor da resistência de cada uma das bobinas, aquela
que apresentar maior valor de resistência é a bobina auxiliar.

Polarização das bobinas principais do motor monofásico.


a) liga-se as duas bobinas de trabalho em série e aplica-se aos terminais da associação a
tensão nominal de uma delas, mede-se a corrente (figuras abaixo);
b) inverte-se a ligação acima e mede-se a corrente;
c) a associação que acusar a menor corrente, deve-se marcar com os números 1 – 2 – 3 –
4.

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6.8) Teste de continuidade e polarização das bobinas de motores trifásicos.
Introdução:
Os motores trifásicos apresentam certo número de terminais para se efetuar as ligações necessárias
para o seu funcionamento. Quando esses motores são novos, adquiridos, portanto da fábrica, ou
através de revendedores, seus terminais já vem identificados com números ou letras, da seguinte
forma:
Motores trifásicos: (1,4); (2,5) e (3,6) ou (U,X); (V,Y) e W,Z).
Ocorre que em certos casos devido ao manuseio constante, ou seja, em casos de limpeza,
manutenção preventiva das ligações, etc., as identificações acabam se desprendendo de seus
respectivos terminais.
Uma vez constatada a falta de identificação não podemos efetuar as ligações aleatoriamente sem
corrermos o risco de danificar o motor. Portanto, é necessário conhecer a identificação exata de
cada uma das bobinas (ou enrolamentos) bem como a polarização das mesmas.
Para identificação e polarização das bobinas (ou enrolamentos), basta seguir o processo abaixo:
Individualização das bobinas.
a) Liga-se uma das pontas do multímetro a uma das seis pontas (terminais) do motor;
b) Com a outra ponta do multímetro, procura-se entre as outras pontas (terminais) do
motor, qual delas dá sequencia a passagem de corrente. Definiu-se a primeira bobina.
Marca-se com 1 e 4 do motor trifásico.
c) Repete-se a operação até definir-se as três bobinas.

Polarização das bobinas do motor trifásico.


1. Polarização das bobinas 1 e 2 – fonte 380 volts.
a) Liga-se as pontas ou terminais 4 com 5;
b) Liga-se os terminais 1 e 2 a fonte;
c) Conectar um multímetro (escala em tensão alternada) aos terminais 3 e 6, medir a tensão e
anotar seu valor;
d) Inverter as pontas ou terminais 1 com 4;
e) Medir a tensão nos terminais 3 e 6 e anotar seu valor;
f) Se o primeiro valor medido de tensão for menor que o segundo, a bobina 1 estará polarizada
corretamente;
g) Se o primeiro valor medido de tensão for maior que o segundo, a bobina 1 estará com a
polarização invertida, neste caso trocar 4 com 1 na marcação das bobinas.

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2. Polarização da bobina 3 – fonte 380 volts.
h) Liga-se as pontas ou terminais 6 com 5;
i) Liga-se os terminais 3 e 2 a fonte;
j) Conectar um multímetro (escala em tensão alternada) aos terminais 1 e 4, medir a tensão e
anotar seu valor;
k) Inverter as pontas ou terminais 3 com 6;
l) Medir a tensão nos terminais 1 e 4 e anotar seu valor;
m) Se o primeiro valor medido de tensão for menor que o segundo, a bobina 3 estará polarizada
corretamente;
n) Se o primeiro valor medido de tensão for maior que o segundo, a bobina 3 estará com a
polarização invertida, neste caso trocar 3 com 6 na marcação das bobinas.

Observação: Não se deve, durante as operações, permanecer com o motor ligado mais tempo que o
necessário.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Catálogo WEG – Botões e Sinaleiros;


2. Catálogo WEG – Contatores e Relés de Sobrecarga;
3. Catálogo WEG – Fusíveis D e NH;
4. Catálogo WEG – Disjuntor-motor MPW25;
5. Catálogo WEG – Temporizadores e Protetores Eletrônicos;
6. Catálogo WEG – Catálogo Geral de Motores Elétricos;
7. Apostila WEG – Comando e Proteção.
8. Manual WEG – Inversor de Frequência CFW-08
9. Manual WEG – Soft-Starter SSW-04
10. Guia de Aplicação de Inversores de Frequência WEG
11. Guia de Aplicação de Soft-Starters WEG

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