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Universidade Estadual de Londrina

CENTRO DE CIENCIAS EXATAS


DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
CURSO DE QUIMICA. LICENCIATURA.

Relatório de Química Inorgânica I

Determinação de Óxidos

Londrina
2006

1 . Introdução

O estudo dos óxidos, nos dias atuais, tem importância relevante na Química
do cotidiano. O conhecimento aprofundado sobre o assunto pode, desde evitar o
crescimento do número de casos de câncer(2) até salvar o planeta da total
destruição(4).
Um óxido é o composto químico formado por átomos de oxigênio com outros
elementos de menor eletronegatividade.(5)
A maioria dos elementos químicos pode formar óxidos, porém a classificação
periódica de cada ligante dá ao composto, características químicas diferentes.
Sendo assim, a ligação do oxigênio com os metais alcalinos e alcalinos terrosos
resulta em Óxidos Básicos; os não-metais nos fornecem os Óxidos Ácidos e os
elementos de transição produzem os Óxidos Anfóteros. Temos ainda os Óxidos
Duplos, Neutros e os Peróxidos que apresentam características especiais quanto a
ligação com o átomo de oxigênio e com a reação com outros compostos(5).

2. Objetivos:

Aprimorar o aprendizado teórico através da verificação das propriedades


químicas dos óxidos e suas classificações.

3. Materiais e Métodos:

a. Materiais e Reagentes:

• - Óxido de cálcio (CaO)


• - Água destilada
• - Fenolftaleína
• - Nitrato de prata (AgNO3)
• - Ácido clorídrico (HCl )
• - Dióxido de magnésio (MnO2) (encontrado na pilha )
• - Iodeto de potássio (KI)
• - Alaranjado de metila
• - Hidróxido de sódio (NaOH)
• -Ácido fórmico (HCOOH)
• - Ácido sulfúrico (H2SO4)
• - Ferrugem
• - Cloreto de bário (BaCl2)
• - Hexacianoferrato (III) de potássio (K3Fe(CN)6)
• - Tubos de ensaio
• - Pipetas graduadas
• - Papel de filtro
• - Bico de Bunsen
• - Béquer
• - Kitassato
• - Rolha adaptada para tubo de ensaio
• - Tubo de vidro em forma de L

b. Métodos

- Óxidos Básicos:
Reagimos óxido de cálcio (CaO) com água destilada, e testamos com papel
tornassol vermelho. Em seguida em um tubo de ensaio colocamos água destilada
com algumas gotas de HCL e fenolftaleína, logo após juntamos o óxido de cálcio até
a viragem do indicador, aplicamos gotas de nitrato de prata (AgNO3). Com o sal
formado, fizemos o teste de chama com o bico de bunsen. (1)
-Óxidos Ácidos:
Dissolvemos algumas gramas de óxido de cálcio em água destilada contida
num béquer, e em seguida, filtramos com papel de filtro, com esse filtrado
colocamos em um tubo de ensaio e através de um canudo sopramos até formação
de um precipitado branco. Filtramos o sistema e no precipitado adicionamos
algumas gotas de ácido clorídrico (HCl ) (5).

- Óxidos Anfóteros:
Colocamos em um kitassato uma pequena quantidade de dióxido de
manganês (MnO2) retirado de uma pilha comum e adicionamos ácido clorídrico (HCl)
concentrado, tampamos o kitassato com uma rolha adaptada com um tubo em L,
injetamos o gás liberado pela reação em béqueres contendo soluções de Iodeto de
potássio (KI) e nitrato de prata (AgNO3).(5)
-Óxidos Indiferentes:
Enumeramos três tubos de ensaio e colocamos 3 ml de água destilada em
cada um deles. No tubo 1 adicionamos alarajado de metila ( indicador com faixa de
viragem em torno de 4, ideal para identificar ácidos ), no tudo 2 foi e 3 adicionado 2
gotas de fenolftaleína ( indicador com faixa de viragem de aproximadamente 8,0,
ideal para idenficar bases ) e Ácido clorídrico ( HCl ). No tubo 3 colocamos 3 ml de
água destilada com gotas de hidróxido de sódio ( NaOH ) e alaranjado de metila.
Montamos um sistema gerador de Monóxido de Carbono (CO) apartir de 2
mL de ácido fórmico e 0,5 mL de ácido sulfúrico contidos em um tudo de ensaio
vedado com uma rolha adaptada impedindo o vazamento do gás que seria liberado
fazendo com que o mesmo passasse pela conexão da rolha. Aquecemos
suavemente o sistema, até a produção de CO. Coletamos o gás produzido e
injetamos nos tubos preparados anteriormente.

Tubo 1 Tubo 2 Tubo 3

3 mL de H2O 3 mL de H2O 3 mL de H2O


gts. Alaranjado gts. gts. Alaranjado
de metila Fenolftaleína de metila
HCl NaOH

- Óxidos Duplos:
Em um (tubo de ensaio adicionamos uma pitada de ferrugem e ácido
sulfúrico (H2SO4)) concentrado, aquecemos por alguns minutos e deixamos esfriar,
juntamos 6 mL de água destilada e filtramos. Dividimos o filtrado em 3 partes: No
tubo ( 1 ) adicionamos algumas gotas de cloreto de bário ( BaCl2 ) , no tubo ( 2 )
adicionamos hexacianoferrato(III) de potássio ( K3Fe(CN)6 ) , e no tubo ( 3 )
adicionamos gotas de tiocianato de potássio ( KSCN ) .(1)

4. Resultados Obtidos:

Após feitos os procedimentos experimentais para a identificação dos óxidos


básicos obtivemos os seguintes resultados : No teste da reação de oxido de cálcio
com água destilada, testamos com o papel de tornassol vermelho ( que indica a
mudança do meio ácido para o meio básico ) , o resultado que obtivemos foi a
presença de excesso de OH- indicando um meio básico.(1)

Os metais alcalinos terrosos, como é o caso do Cálcio, ligados ao oxigênio


resultam em compostos que reage com a H2O produzindo uma base forte, o que
caracteriza um Óxido Básico. (1)

CaO + H2 O Ca(OH)2

Utilizamos o teste da chama para identificar íons Ca²+ através do


aparecimento de uma chama de coloração vermelho tijolo. Adicionamos gotas de
nitrato de prata (AgNO3) e obtivemos um precipitado branco de AgCl que nos revela
-
a presença do íon Cl proveniente do HCl adicionado anteriormente, conforme a
reação abaixo.

H+ + Cl - + AgNO3 AgCl ↓ + H+ + NO3-

Com relação aos óxidos ácidos obtivemos os seguintes resultados:


Observamos a formação de um composto branco “leitoso” de carbonato de cálcio
( CaCO3 ) formado segundo a reação :

CO2 ( g ) + Ca(OH)2 ( aq ) → CaCO3 ( aq ) + H2O ( l )

A reação do gás carbônico expirado com o hidróxido resultou em um sal


oxigenado e água, o que caracteriza um óxido ácido(5).

Filtramos o sistema e o precipitado foi recolhido em papel de filtro.


Adicionamos algumas gotas de ácido clorídrico ( HCl ) no precipitado e observamos
uma efervescência comprovando a presença de íons carbonato através da liberação
de CO2 conforme a reação :

CaCO3 + 2 HCl → CaCl2 + CO2 ↑ + H2O

No experimento sobre os óxidos anfóteros, utilizamos o dióxido de


manganês (MnO2), retirado de uma pilha usada, e colocamos em presença de ácido
clorídrico concentrado e observamos a liberação de gás cloro.

MnO2 + 4 HCl → MnCl4 + 2 H2O

MnCl4 → MnCl2 + Cl2 ↑

MnO2 + 4 HCl → MnCl2 + Cl2 ↑ + 2H2O

A reação do MnO2 com o HCl, que é um ácido forte, resultou em um sal


MnCl4 e água o que comprova a característica anfótera do óxido. (4)

O MnCl4 apresenta expansão do octeto tornando-o assim um composto


instável. A liberação do Cl2 minimiza a energia estabilizando o composto.

A caracterização do Cl2 foi comprovada através de reação com solução de KI


e aparecimento de uma coloração amarelada de Iodo oxidado (reação A) e reação
com o AgNO3 resultando em um precipitado branco de AgCl ( reação B )

Cl2 + 2 KI (aq) → 2 KCl (aq) + I2 ↓ (A)

Cl2 + 2 AgNO3 (aq) → 2AgCl ↓ + 2 NO3 -(aq) (B)

Óxidos indiferentes

Constatamos que o monóxido de carbono, produzido pela reação do ácido


fórmico com o ácido sulfúrico sob aquecimento (A), não apresentou reação com a
água do tubo 1, com o HCl do tubo 2 e nem com o NaOH do tubo 3, pois não houve
variação do pH através de mudança de coloração do indicador, caracterizando assim
o CO como óxido neutro ou indiferente(5).
HCOOH (l) CO ↑ (g) + H2O(l) (A)

Óxidos duplos

A reação do Fe3O4 com o ácido sulfúrico sob aquecimento provoca a quebra


da ferrugem em FeO e Fe2O3. através da reação:

Fe2O3 + 3 H2SO4 Fe2(SO4)3 + 3H2O

FeO + H2SO4 FeSO4 + H2O

Fe3O4 + 4H2SO4 Fe2(SO4)3 + FeSO4 + 4H2O

A reação de 1/3 do filtrado contendo os produtos da reação acima com o


cloreto de bário apresentou a formação de um precipitado branco de sulfato de
bário como mostra a reação (A) indicando a presença do íon sulfato(1).

Fe2( SO4)3 + 3 BaCl2 2 FeCl3 + 3 BaSO4 ↓ (A)

Em outro tubo contendo mais um 1/3 do filtrado adicionamos


hexacianoferrato (III) de potássio (K3Fe(CN)6 ), e observamos a mudança de
coloração da solução para um azul intenso evidenciando a presença de Fe² + através
da formação do complexo ( KFe²Fe³(CN)6 ) conforme a reação (B).

Fe SO4 + [ K3Fe(CN)6 ] KFe²[ Fe³(CN)6 ] + K2SO4 (B)

Complexo Azul de Turnbull

E finalmente no terceiro tubo contendo o restante da amostra adicionamos


tiocianato de potássio ( KSCN ) e obtivemos coloração vermelho sangue , indicando
a presença de íons Fé³+ na formação do complexo Fe( SCN ) 3 na solução através
da reação (C).

Fe2 ( SO4 )3 + 6 KSCN 2Fe( SCN )3 + 3K2SO4 (C)

Complexo de cor vermelha


5. Conclusão

De acordo com os resultados obtidos, pode-se concluir que o elemento


ligante de cada óxido determina as características químicas dos compostos
resultantes. Estas características classificam os óxidos entre neutros, básicos,
ácidos, duplos e anfóteros e são fundamentais na identificação de cada um deles,
por possuírem propriedades químicas muito distintas.

6. Bibliografia

01. J. D. Lee, Química Inorgânica não tão concisa, 5ª edição, São Paulo, Editora
Edigard Blücher Ltda. 2003, 527 p.

02. CAGERANA, F. A.P. Estudo exploratório da influência da poluicäo do ar na


incidência de câncer nos distritos do município de Säo Paulo / Exploratory study of
the influence of air pollution on cancer incidence in the districts of city of São Paulo.
2000. 110 p. Tese; Faculdade de Saúde Pública. Departamento de Saúde Ambienta
Universidade de São Paulo

03. JUNGER, W. L..; LEON, A. P. Associação entre mortalidade diária por câncer de
pulmão e poluição do ar no município do Rio de Janeiro: um estudo ecológico de
séries temporais. Revista Brasileira de Cancerologia; Rio de Janeiro, 51(2): 111-115, maio
2005

04. AFONSO, C. J.; BARANDAS, G. M. A. P.; SILVA, P. A. G.; FONSECA, G. S.,


Processamento da pasta eletrolítica de pilhas usadas, Química Nova, São Paulo, v. 26 n. 4; p.
573-577, jul./ago. 2003
05. BORSATO, D. ÓXIDOS, Notas de aulas, março, 2006.

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