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1.Introdução

O ar atmosférico é composto por diversificados gases que são indispensáveis pelos processos
vitais dos seres vivos, não só, mas também existem outros gases que compõe o ar atmosférico
que não são benéficos aos seres vivos. Um dos principais componentes do ar atmosférico é o gás
carbónico.

O gás carbónico é um dos componentes vitais nos processos metabólicos dos seres vivos, nos
animais faz parte dos gases expirados durante a respiração, nas plantas constituem um dos
compostos que participa na síntese de açúcares (fotossíntese). O gás carbónico encontra-se em
diferentes ciclos biológicos, em forma de energia orgânica e inorgânica vulgarmente
denominados de energia biomassa.

O estudo do comportamento do gás carbónico decorreu após a introdução da termodinâmica


clássica, que surgiu nas vésperas da primeira fase da revolução industrial, pois, naquela altura as
grandes máquinas criadas pelo homem, tal como a maquina a vapor libertavam grandes
quantidades do gás carbónico. Como forma de aproveitar este gás carbónico num trabalho útil,
houve a necessidade de fazer-se o estudo sistemático dos gases em geral, surgindo assim a
concepção do gás ideal ou perfeito, que é o modelo criado pelos físicos e químicos para melhor
compreensão e estudo dos gases.

Hoje em dia, o gás carbónico tem uma apreciação termodinâmica ao nível da química física, pois
a engenharia química é responsável pelo uso das leis da termodinâmica para explicar fenómenos
relacionados com a química física. Ao nível bioclimático, importa salientar que o dióxido de
carbono é um dos principais gases de estufa, despenhando um papel importante na atmosfera
quando este estiver em pequenas concentrações, e pode pode-se verificar com um autêntico
perigo bioclimático quando estiver em grandes concentrações, pois, é responsável pelas
mudanças climáticas e pelo aquecimento global.

É dentro deste contexto que na aula prática de laboratório II, realizou-se a experiencia que
concerne as propriedades do gás carbónico e do monóxido de carbono e da identificação do
dióxido de carbono. Na identificação do dióxido de carbono recorreu-se a três procedimentos que
guiaram a experiencia.
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Importa salientar que, a aula experimental foi mediada por um grupo que se responsabilizou pela
investigação e aprofundamento do tema, com vista a mediar o processo experimental. Este grupo
orientou desde o inicio até ao final da experiencia todos os procedimentos, os cuidados a
observar no manuseio dos reagentes, bem como dos matérias e equipamentos para garantir a
segurança no decurso da experiencia. O presente relatório tem como:

1.1.Objectivos

1.1.1.Geral

 Testar experimentalmente as propriedades do dióxido do carbono CO 2: identificação do


dióxido do carbono.

1.1.2.Específicos

 Mencionar as propriedades do dióxido do carbono (CO2);


 Explicar as propriedades anti-comburentes do dióxido do carbono (CO2);
 Identificar experimentalmente o dióxido do carbono (CO2).

1.1.3.Metodologias

Para a elaboração do presente relatório foi necessário a realização de uma experiencia


laboratorial, consulta em várias obras de vários autores, para complementar, os conhecimentos
sobre os dados da experiência, recorreu-se também a debates entre colegas e da disposição do
docente para esclarecer as dúvidas que foram surgindo durante o decurso da aula experimental.
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2.EXPERIENCIA IV

2.1.PROPRIEDADES DO CO2 E CO: IDENTIFICAÇÃO DO CO2

2.1.1.Propriedades do Dióxido de Carbono (CO2)

Segundo CHANG (2008: 498), o dióxido de carbono também conhecido como óxido de carbono
é um gás muito estável a temperatura ambiente, pouco solúvel em água. Em condições normais é
um gás incolor, não é tóxico (mesmo não sendo tóxico, altas concentrações podem causar
sufocamento), é aproximadamente 1,5 vezes mais denso do que o ar e que por isso pode ser
transvazado como um líquido de um recipiente para o outro. O gás pode ser liquefeito por
resfriamento usando também grandes pressões. Pode solidificar-se constituindo o chamado gelo
seco. Este gás aplica-se no processo de solvay na produção da soda e na obtenção de bebidas
gaseificadas, em extintores de incêndios, na preparação de carbonato de sódio, aplica-se para a
síntese da ureia.

O dióxido de carbono forma-se na natureza durante a oxidação de substâncias orgânicas


(putrefacção de resíduos vegetais e animais), respiração, combustão entre outros processos.
Desprende-se em grandes quantidades das fendas vulcânicas e das águas minerais. É também
libertado em grandes quantidades por uma variado número de indústrias principalmente de
produção de energia na base de combustíveis fósseis (FELTRE, 2008: 233).

2.1.2.Propriedades do Monóxido de Carbono (CO)

De acordo com KOTZ (2009: 322), é um gás incolor, insípido, muito pouco solúvel em água e
não reage com ela. É extremamente venenoso (bloqueia a fixação de oxigénio pela
hemoglobina), pode ainda causar envenenamento e até a morte. É um das principais poluentes do
ar atmosférico e é produzido por motores de automóveis. Se condensa no liquido a 192ºC e se
solidifica a 205ºC.
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2.1.3.Identificação do CO2

No laboratório a identificação do dióxido de carbono foi feito mediante a observação de três


processos distintos:

i. Identificação do CO2 a partir do teste de combustibilidade resultante da reacção do


carbonato de sódio (Na2CO3) e ácido clorídrico (HCl) (um pavio acesso apaga-se na
presença do dióxido de carbono).
ii. Um balão estoura quando este é enchido de CO2
iii. O hidróxido de bário (Ba (OH)2) na presença do dióxido de carbono (CO 2) precipita
uma solução de cor branca de carbonato de bário (BaCO3).
 Reagentes e materiais utilizados durante as experiencias de identificação do dióxido
de carbono (CO2)

Reagentes Materiais
Carbonato de sódio (NaCO3) Copo de bequer
Ácido clorídrico concentrado a 98% (HCl) Conta gota
Fósforo (P) Espátula
Casca de ovo (Carbonato de cálcio (BaCO3)) Garrafa de pete
Hidróxido de bário (Ba (OH)2) Balão
Água (H2O) Tubo de ensaio
Tubo colector
Almofariz
Pistilo
Fonte: Autor de relatório (2018)

2.1.3.1.Identificação do CO2 a partir do teste de combustibilidade resultante da reacção do


carbonato de sódio (Na2CO3) e ácido clorídrico (HCl) (um pavio acesso apaga-se na
presença do dióxido de carbono)

 Procedimentos
1. Com o auxílio de um copo de bequer, tira-se três espátulas de carbonato de sódio no
frasco e introduz-se no copo.
2. Como muito cuidado tira-se o ácido clorídrico concentrado com o auxílio de uma conta
gota e introduz-se no copo de bequer contendo o carbonato de sódio.
3. Depois de introduzir o ácido clorídrico concentrado no copo de bequer contendo o
carbonato de sódio dá-se o início ao processo reaccional libertando o gás carbónico.
4. Acende-se o fósforo e coloca-se na posição superior do copo de bequer.
 Observações
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Quando o ácido clorídrico entra em contacto com o carbonato de sódio verifica-se uma reacção
violenta e rápida.

O copo de bequer contendo os reagentes, aumenta a sua temperatura de forma espontânea, isto é,
aquece-se.

O pavio aceso de fósforo apagou-se quando a reacção libertava o gás carbónico.

O cloreto de sódio obtido na reacção entre o carbonato de sódio e ácido clorídrico encontrava-se
no estado aquoso em maior concentração.

Esboço esquemático dos materiais usados na experiencia

Materiais Aparelho

Fonte: Autor do relatório (2018)

 Discussão dos resultados

A reacção de identificação do dióxido de carbono com o auxílio do pavio aceso de fósforo pode
ser representada da seguinte forma:

Na2CO3 (s) + 2HCl (aq) 2NaCl (s) + H2O (l) + CO2 (g)

A violência e a rapidez que se verificou na reacção, deve-se ao estado da divisão de um dos


reagentes (ou maior superfície de contacto oferecido por esse reagente (Na 2CO3)). O carbonato
de sódio oferece maior superfície de contacto por que encontra-se em Pó, o que proporcionou
maior velocidade da reacção. Portanto, este fenómeno é explicado por ATKINS (2008: 422); a
superfície de contacto ou estado de divisão dos reagentes é um factor que influencia a velocidade
de uma reacção química, quanto maior for o estado de divisão dos reagentes maior será a
velocidade da reacção.
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O aquecimento verificado no copo de bequer deve-se a energia liberada na reacção, pois esta
energia é explicada pela presença de um dos reagentes que é um ácido forte, portanto, FELTRE
(2008: 356), afirma que os ácidos são isotérmicos, isto é, quando participam nas reacções
químicas tendem a libertar a energia do sistema, tal energia é explicado devido ao carácter
corrosivo que permite com que eles quebrem rapidamente as ligações de um dos participantes da
reacção de forma rápida e agressiva.

De acordo com MYERS (2003: 132), o pavio aceso do fósforo, apaga-se devido a maior
concentração do gás carbónico libertado pelo sistema reaccional. Se a concentração do gás
carbónico estiver em menor percentagem em relação a chama, ele alimenta a combustão porque
quebra-se as ligações do gás carbónico formando o carbono e o gás oxigénio que é um gás
comburente. Em maior concentração o gás carbónico extingue a chama porque a chama não terá
a capacidade de quebrar as ligações do gás carbónico em maior concentração, ou seja, a energia
da chama será insuficiente para quebrar as ligações do CO2.

A maior concentração do cloreto de sódio nos produtos da reacção deve-se a poucos átomos de
hidrogénio no ácido clorídrico para interagirem com o oxigénio do carbonato de sódio para a
formação da água, isto é, forma se uma quantidade menor da água em relação ao sal (Autor do
relatório, 2018).

2.1.3.2.Um balão estoura quando este é enchido de CO2

 Procedimentos
1. Com o auxílio de um pistilo e um almofariz tritura-se a casca de ovo que é composta por
carbonato de cálcio (CaCO3)
2. Depois de triturada a casca de ovo introduz-se na garrafa de pete
3. Com o auxílio de uma conta gota, tira-se o ácido clorídrico do frasco e introduz-se na
garrafa de pete contento o carbonato de cálcio na forma de casca de ovo triturada, dando
o início reaccional
4. Introduz-se a parte superior da garrafa de pete no balão firmemente sem deixar escapar o
gás libertado.
 Observações
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A medida em que o processo reaccional decorria o gás carbónico se libertava para o balão, este
por sua vez aumentava o seu volume e tempo depois o balão estourou-se

A garrafa de pete onde decorria a reacção, aquecia de forma gradual e espontaneamente no


processo reaccional do ácido clorídrico e carbonato de cálcio.

Esboço esquemático dos materiais usados na experiencia

Materiais Aparelho

Fonte: Autor do relatório (2018)

 Discussão de resultados

A reacção de identificação do dióxido de carbono na interacção do ácido clorídrico com a casca


de ovo (CaCO3) triturado pode ser representada da seguinte forma:

CaCO3 (s) + 2HCl (l) CaCl2 (s) + H2O (l) + CO2 (g)

O aquecimento verificado na garrafa pete deve-se a energia liberada na reacção, pois esta energia
é explicada pela presença de um dos reagentes que é um ácido forte. Os ácidos são isotérmicos,
isto é, quando participam nas reacções químicas tendem a libertar a energia do sistema, tal
energia é explicado devido ao carácter corrosivo que permite com que eles quebrem rapidamente
as ligações de um dos participantes da reacção de forma rápida e agressiva (FARIA, 2001: 356).

O balão estoura devido ao aumento irregular e espontâneo do gás carbónico, onde, o sistema
liberta grandes quantidades do gás carbónico proporcionando o aumento do volume do balão e o
estouramento quando o volume máximo do balão é atingido e ultrapassado pelo gás no decurso
da expansão (Autor do relatório, 2018).
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2.1.3.3.O hidróxido de bário (Ba (OH)2) na presença do dióxido de carbono (CO2) precipita
uma solução de cor branca de carbonato de bário (BaCO3)

 Procedimentos
1. Tira-se 20 ml de hidróxido de bário (Ba (OH) 2) com a seringa e introduz-se no tubo de
ensaio, com a mesma seringa tira-se 10 ml de água.
2. Com o auxílio da seringa e copo de bequer dilui-se 10ml de água (H 2O) com 20 ml do
hidróxido de bário (Ba (OH)2).
3. Depois de diluída, introduz-se o tubo colector e fecha-se a parte superior do tubo de
ensaio com a mão, sopra-se a extremidade não imersa no hidróxido de bário do tubo
colector, dando o início do processo reaccional.
 Observações

Quando sopra-se a extremidade do tubo colector imerso no tubo de ensaio contendo hidróxido de
bário verifica-se um borbulhamento no tubo de ensaio anunciando a presença do gás carbónico,
uma vez que ele pouco solúvel em água.

Depois de 20 segundos, começou a verificar-se umas partículas sólidas dentro do tubo de ensaio
contendo o hidróxido de bário diluído e a mudança gradual do líquido tornando-se turva e denso.

As partículas sólidas verificadas no tubo de ensaio contendo o hidróxido de bário diluído,


depositavam-se no fundo do tubo de ensaio no decurso da reacção.

Durante o processo reaccional, o sistema não demostrou nenhuma mudança de temperatura.

Esboço esquemático dos materiais usados na experiencia

Materiais Aparelho

Fonte: Autor do relatório (2018)

 Discussão de resultados
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O processo reaccional do hidróxido de bário diluído com o gás carbónico, pode ser expressa da
seguinte forma:

Ba (OH)2 (aq) + CO2 (g) BaCO3 (s) + H2O (l)

Precipitado branco insolúvel em água

De acordo com FERNANDO (2003: 242), no tubo de ensaio contendo o hidróxido de bário
formou – se um precipitado porque o carbonato de bário é insolúvel em água e a solução do
hidróxido de bário torna – se turva, ao deixar passar o dióxido de carbono através dela.

O processo reaccional levou 20 segundo para dar o início da formação do carbonato de cálcio,
porque o hidróxido de bário estava diluído, tendo reduzindo a sua concentração e a velocidade
reaccional. O precipitado verificado, no fundo de tubo de ensaio de carbonato de bário, é devido
as propriedades que um dos componentes apresenta nesta ligação, pois é uma das exigências das
propriedades do bário, por ser um metal insolúvel em água. As partículas sólidas (BaCO 3) se
depositavam no fundo do tubo de ensaio por ser mais denso em relação a água formada nos
produtos (Autor do relatório, 2018).

Esta análise é feita por BARROS (2010:156), quando afirma que os metais que apresentam
menor solubilidade em água ou ainda mesmo os não solúveis, esses elementos formam sais que
precipitam quando são submetidas em uma dada solução. Os metais com maior densidade
electrónica apresentam menor solubilidade em água.
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3.Conclusão

O dióxido de carbono é um gás muito estável a temperatura ambiente, pouco solúvel em água;
em condições normais é um gás incolor, não é tóxico (mesmo não sendo tóxico, altas
concentrações podem causar sufocamento), é aproximadamente 1,5 vezes mais denso do que o ar
e que por isso pode ser transvazado como um líquido de um recipiente para o outro. O gás pode
ser liquefeito por resfriamento usando também grandes pressões. Pode solidificar-se constituindo
o chamado gelo seco.

O dióxido do carbono é um gás anti-comburente quando estiver em maior concentrações do que


a chama, assim sendo, a energia gerada pela chama torna-se insuficiente para quebrar as ligações
do dióxido de carbono para a alimentação da sua combustão.

O dióxido de carbono foi identificado no laboratório baseando-se em três processos, nos quais
apagou a chama, estourou um balão e formou um precipitado branco insolúvel em água.
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4.Referencia bibliográfica

1. ATKINS, P & De PAULA, J. Físico-química. 8ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008.

2. BARROS, J. António, Química inorgânica I. ed. Maputo: Texto editora. 2010.

3. CHANG Raymond, Química Contemporaneous, 11ª edição, New York City, Port, 2008.

4. FARIA, A.J. The changing nature of business: A brief history. Vol. 32. 2aed. Sao
Paulo. 2001.
5. FELTRE, Recardo. Físico-química. 7ª ed. São Paulo: Moderna. 2008.

6. FERNANDO Vilarejo, Química no Laboratório, 5ª edição, Brasília, Brasil 2003.

7. KOTZ, Jonh. C. at al. Química Geral e reacções químicas. 6ª ed. Vol. 2. São Paulo:
Cengage learning. 2009.
8. MYERS, Mahan. Química: um curso universitário. 4ª ed. São Paulo: Edgard Blucher,
2003.
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Índice Pág.

1.Introdução.....................................................................................................................................4

1.1.Objectivos..................................................................................................................................5

1.1.1.Geral.......................................................................................................................................5

1.1.2.Específicos..............................................................................................................................5

1.1.3.Metodologias..........................................................................................................................5

2.EXPERIENCIA IV.......................................................................................................................6

2.1.PROPRIEDADES DO CO2 E CO: IDENTIFICAÇÃO DO CO2..............................................6

2.1.1.Propriedades do Dióxido de Carbono (CO2)..........................................................................6

2.1.2.Propriedades do Monóxido de Carbono (CO)........................................................................6

2.1.3.Identificação do CO2...............................................................................................................6

2.1.3.1.Identificação do CO2 a partir do teste de combustibilidade resultante da reacção do


carbonato de sódio (Na2CO3) e ácido clorídrico (HCl) (um pavio acesso apaga-se na presença do
dióxido de carbono).........................................................................................................................7

2.1.3.2.Um balão estoura quando este é enchido de CO2................................................................9

2.1.3.3.O hidróxido de bário (Ba (OH)2) na presença do dióxido de carbono (CO2) precipita uma
solução de cor branca de carbonato de bário (BaCO3)..................................................................10

3.Conclusão...................................................................................................................................13

4.Referencia bibliográfica..............................................................................................................14

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