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DETERMINAÇÃO SIMPLES DE OXIGÊNIO DISSSOLVIDO EM ÁGUA

RESUMO
O presente experimento visa à determinação simples de oxigênio dissolvido em água.
Para isso, se fará uso de três garrafas PET, água de três fontes distintas de coleta e a
substância Ferro (palha de aço). Na aplicação dessa atividade se recorrerá aos conhecimentos
teóricos de reações de óxido-redução, para a determinação de oxigênio dissolvido (OD) em
água.
PALAVRAS-CHAVE: oxigênio dissolvido em água, qualidade da água, formação ferrugem.

INTRODUÇÃO
O ferro, assim como o aço, não é resistente ao ambiente, mas ainda é o metal mais
usado por causa das suas qualidades mecânicas e de seu preço baixo. Na presença de
umidade, os átomos de ferro cedem dois elétrons para duas moléculas de água.
Dois átomos de hidrogênio, um de cada molécula (H2O), recebem esses elétrons e se
transformam em gás hidrogênio (H2).
O restante da molécula de água forma íons OH-. Os íons de ferro ainda sofrem mais
uma oxidação pelo oxigênio do ar e se transformam na substância castanha [Fe 2O3.xH2O],
conhecida como ferrugem.
A corrosão é a palavra geralmente usada para designarmos a deterioração de metais
através de um processo eletroquímico. Encontramos à nossa volta muitos exemplos de
corrosão – ferrugem, escurecimento de prata, película verde formada sobre o cobre e o
bronze.
Os fenômenos de corrosão são conhecidos não só pela sua importância econômica e
técnica como também pela sua complexidade. O Exemplo mais familiar de corrosão é sem
dúvida o da formação de ferrugem sobre o ferro. Para que o ferro enferruje é necessária a
presença de oxigênio gasoso e água.
Uma região da superfície do metal funciona como eletrodo negativo – ânodo – onde
ocorre a oxidação:
Fe(s) → Fe2+
aq
¿¿
+ 2e-
Os elétrons que se formam fluem através do metal para uma região que funciona como
eletrodo positivo – cátodo – onde se dá a redução do oxigênio atmosférico à água:
+¿¿
O2(g) + 4 H(aq) + 4e- → 2H2O(l)
a reação redox global é:
+¿¿ 2+¿ ¿
2Fe(s) + O2(g) + 4 H (aq) → 2 Fe(aq) + 2H2O(l)
Os íons Fe2+ formados no ânodo são oxidados pelo oxigênio o hidrato de oxido de
ferro (III) por reação química direta quando migram para a superfície da água, onde existe
oxigênio disponível.
2+¿ ¿ +¿¿
2 Fe(aq) + O2(g) + (4 + 2x) H2O(l) → 2Fe2O3.xH2O(s) + 8 H (aq)
ferrugem

A composição da ferrugem obtida vai depender não só da composição da atmosfera


como também da própria composição do material metálico. Deste modo de entre os vários
elementos conhecidos que são comuns ao material ferroso como o fósforo, o silício, carbono,
enxofre têm efeito ativo na composição da ferrugem.
Assim, quando o fenômeno de corrosão é eminente, isto é, no inicio do processo,
apenas a composição da atmosfera é significativa para avaliar a velocidade de corrosão.
Porém à medida que o processo se desenrola e se forma a ferrugem, o material passa então a
se corroer seguindo uma velocidade que vai depender da composição do material metálico.
Contudo verifica-se que a corrosão perante condições de oxigênio livre é lenta por duas
razões. Primeiro, a redução do H2O é lento; segundo, a formação de uma camada de Fe(OH)2
a partir dos produtos da reação de transferência de elétrons inibe reações posteriores.
Se ambos, o oxigênio e a água estão presentes, a química da corrosão do ferro é algo
diferente e a reação de corrosão é cerca de 100 vezes mais rápida do que sem oxigênio.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Materiais e reagentes
 3 garrafas PET de refrigerante de 2 L
 3 pedaços de palha-de-aço usada em limpeza doméstica
 Água de torneira
 Papel de filtro
 03 placas de petri
 Bastão de vidro
 Estufa
 Balança analítica
Procedimento
Primeiro identificou-se as garrafas PET com as letras A, B e C (Fig. 1 em anexo), a
seguir introduziu-se palha de aço na garrafa A, em seguida foi coletada água da torneira
próxima ao laboratório de Química Geral da UEAP, adicionando lentamente a água na
garrafa, tendo-se o cuidado de manter esta levemente inclinada, visando evitar a oxigenação
da água nessa etapa. Posteriormente repetiu-se o procedimento para as amostras B e C
coletadas da torneira próxima a lanchonete da UEAP e da torneira da Escola Estadual Modelo
Guanabara respectivamente.
Após as coletas as garrafas permaneceram abertas por quinze minutos e em seguida
fechadas, permanecendo assim por aproximadamente seis dias (Fig. 3 em anexo). Decorrido
esse tempo foi dado prosseguimento ao experimento, onde por primeiro foram filtradas as
massas de óxido de ferro produzidas e posteriormente fazendo uso da estufa eliminou-se o
excesso de água. A seguir foi então medida a massa de óxido de ferro produzida. A partir daí
passou-se a efetuar os cálculos, visando determinar a quantidade de oxigênio consumido na
reação.

RESULTADOS E DISCUSSÔES
Foi observada a variação de coloração da água de incolor para tonalidades de marrom,
cor de ferrugem, como demonstra a Figura 1.

Figura 1-Formação da Ferrugem

A formação de ferrugem ocorre em meio aeróbico e o ferro contido na palha-de-aço


pode ser completa-mente convertido em óxido de ferro hidratado (chamado de ferrugem).
Embora sua fórmula seja indefinida, pode ser escrita como Fe 2O3.nH2O,onde n depende das
condições deformação do óxido.
Os valores quantitativos determinados nesta experiência são apresentados na Tabela 1.
Tabela 1- Dados quantitativos das massas das Amostras

Substâncias Massa da palha-de- Massa do papel Massa ferrugem (g)


aço (g) filtro (g)
Amostra A 1,65 1,12 0,53
Amostra B 1,60 1,11 1,13
Amostra C 1,56 1,13 0,43

A reação global do processo é exposto na Equação 1.

2 Fe(s) + 3/2O2(g) + nH2O(l) →Fe2O3.nH2O(s) Equação

A reação global do processo é exposta na Equação 1 ocorre em várias etapas (Kotz


aput Ferreira, 2004). Essas etapas envolvem semi-reações redox e reações de precipitação e
de formação da ferrugem.

Na reação de redução tem-se a Equação 2.

O2(g) + 2H2O(l) + 4e- → 4-OH(aq) Equação 2.

Nas reações de redução tem-se:

Nas reações de oxidação têm-se as Equações 3 e Equação 4.

Fe(s) → Fe2+(aq) + 2e– Equação 3.

Fe2+(aq) → Fe3+(aq) + e– Equação 4.

Os íons Fe 3+ formados na Equação 4 reagem com os –OH formados na Equação 2,


tendo precipitado o Hidróxido de Ferro III, Fe(OH) 3(s), sendo a sua formação demonstra na
Equação 5.

Fe3+(aq) + 3-OH(aq) → Fe(OH)3(s) Equação 5.

A formação da ferrugem é demonstrada na Equação 6.

2Fe(OH)3(s) + (n-3)H2O(l) →Fe2O3.nH2O(s) Equação 6.

A partir da Equação 1 pode-se obter a quantidade de oxigênio dissolvido de acordo


com a Fórmula 1 decorrente da relação estequiométrica entre O2 e Fe2O3 da Equação 1.

24,00 . m(Fe2 O3 )
mOD=
159,69
Onde:

mOD: massa oxigênio dissolvido.

m(Fe2O3): massa da ferrugem.

Para amostra A tem-se:

24,00 . m(Fe2 O3 ) 24,00 . 0,53


mOD= → mOD= → mOD=0,080∴ mOD=80 mg
159,69 159,69

Para amostra B tem-se:

24,00 . m( Fe2 O3 ) 24,00 . 0,49


mOD= → mOD= → mOD=0,074 ∴mOD=74 mg
159,69 159,69

Para amostra C tem-se:

24,00 . m( Fe2 O3 ) 24,00 . 0,43


mOD= → mOD= → mOD=0,065∴ mOD=65 mg
159,69 159,69

CONCLUSÃO
A realização deste trabalho experimental pode ser considerada como bem sucedida,
haja vista, que os objetivos pretendidos com o experimento foram alcançados, pois, o que
pode ser comprovado nos resultados e discussões apresentados. Foi comprovado o consumo
de oxigênio no processo de formação do óxido de ferro, quando a substância é colocada na
presença de água.
Assim, analisando os resultados obtidos para a reação do ferro com as amostras de
água coletadas, constatou-se que o ferro foi oxidado quando em contato com as três distintas
amostras. Oxidação esta que era de se esperar, pois, a mesma é produto da reação química do
ferro com a água e o oxigênio originando o óxido de ferro hidratado (ferrugem).
Por outro lado, verificou-se que a corrosão sofrida pelo ferro é também conseqüência
da presença de íons cloreto.

REFERÊNCIAS
 FERREIRA, L. H. et al. Determinação Simples de Oxigênio Dissolvido em Água.
Química Nova na Escola, n° 19, maio 2004, pg. 32 a 35.
 VOGEL; A. I. Química analítica qualitativa. 5ª ed., São Paulo: Mestre Jou, 1981.
 SKOOK. et al. Fundamentos de Química Analítica. 1ª ed., São Paulo: Cengage
Learning, 2008.

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