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Relatório 3

Ciclo do Cobre

Gabriela de Angelo Gomes / RA: 201110768


Wiliam Batista / RA: 201110261

Disciplina: Laboratório de Química I


Período: 2020.2
Prof.: Marcelo Nalin
Turma: Engenharia de Bioprocesso e Biotecnologia - 08

São Paulo, 11 de dezembro de 2020


I. Introdução
No contexto de globalização atual, o cobre é um composto amplamente
utilizado industrialmente, principalmente no que diz respeito à construção civil,
onde é utilizado na fabricação de tubos e ligas em edificações, suportando
alterações vibracionais. [1]
Na indústria metalúrgica, o cobre ganha relevância apresentando elevada
eficiência enérgica, fornecendo também resistência mecânica aos processos
de corrosão. Freios, fios e radiados são alguns dos exemplos da utilização do
cobre na indústria automobilística [1].
Para tanto, é de suma importância os procedimentos industriais de reciclagem
do cobre, que suprem de maneira significativas demandas tanto regionais
quanto globais [2]. Neste âmbito, o conhecimento acerca do ciclo do cobre e de
métodos de purificação deste composto se mostram de suma importância
técnico-cientifica.
II. Objetivos
O objetivo da realização dos experimentos se fundamenta na análise do grau
de reatividade do cobre, quando comparado a outros elementos, e do modo
como esta característica dita o encaminhamento dos processos de oxido-
redução de uma reação de neutralização, tornando assim possível obter cobre
metálico a partir deste mesmo composto através de um ciclo experimental.

III. Procedimento Experimental

Vide roteiro laboratorial (NALIN; PEREIRA, 2020) feito e fornecido pelos


professores responsáveis por ministrar a matéria de modo remoto.

IV. Resultados e Discussão


A) A Dissociação do Cobre Metálico
A inicialização do experimento, que corresponde ao processo de dissolução do
cobre, consistiu em reagir certa concentração de ácido nítrico, HNO3, com uma
massa de 0,0180g de cobre metálico, até que o metal tenha reagido
completamente.
Foi possível assim observar a formação de um gás de coloração amarelada,
diferindo assim da solução inicial que antes se apresentava incolor.
Essa reação é composta por duas etapas: a primeira corresponde a reação
entre o ácido e o metal, formando um sal, o nitrato de cobre, água e óxido de
nitrogênio.
(I) 3Cu (s) + 8HNO3 (aq) > 3Cu(NO3)2 (aq) + 2NO (g) + 4H2O (l)
A segunda etapa corresponde ao encontro entre o oxido de nitrogênio e o
oxigênio atmosférico, produzindo assim dióxido de nitrogênio, e fazendo com
que a solução final apresente um gás com coloração esverdeada.
2NO (g) + O2 (g) > 2NO2 (g) [4]
(II) Cu (s) + 4HNO3 (aq) > Cu(NO3)2 (aq) + 2NO2 (g) + 2H2O (l) [4]
A fase aquosa da solução final, entretanto, passou a apresentar coloração
azulada, devido a presença de nitrato de cobre nesta mesma fase.
B) Reação com Hidróxido de Sódio
Em seguida, adicionou-se água destilada ao produto de fase aquosa da etapa
anterior, o Cu(NO3)2, fazendo com que a solução aquosa e gasosa adquirisse
coloração azulada. Posteriormente, o nitrato de cobre foi colocado em contato
com certa concentração de hidróxido de sódio, uma base, o que proporcionou a
formação de um precipitado gelatinoso de coloração azul-escuro. A equação
que expressa essa reação é dada por:
Cu(NO3)2 (aq) + 2NaOH (aq) > Cu(OH)2 (s) + 2NaNO3 (aq)
Esse precipitado corresponde ao hidróxido de cobre, de formula Cu(OH)2, que
possui caráter de pouca solubilidade em água.
C) Decomposição Térmica
Retirou-se então o nitrato de sódio, e o tubo de ensaio contendo agora
somente o hidróxido de cobre foi então colocado em contato com uma chama
fria até que o precipitado mudasse de cor.
Esse processo representa a decomposição térmica do cobre, presente no
hidróxido, quando atinge uma temperatura aproximada de 80ºC. Essa
decomposição faz com que o precipitado anterior se separe em duas diferentes
fases, uma sólida e uma líquida, de acordo com a seguinte reação de
decomposição:
Cu(OH)2 (s) > CuO (s) + H2O (l)
O óxido de cobre, CuO, corresponde ao novo precipitado formado e é
responsável pela mudança de coloração na solução, pois possui coloração
negra/escurecida.
D) Reação com Ácido Sulfúrico
Ao óxido de cobre obtido na etapa anterior foi adicionado certa concentração
de ácido sulfúrico até a dissolução completa do precipitado, onde observou-se
então mudança de coloração e formação de gases. A equação que representa
essa reação é tida por:
CuO (s) + H2SO4 (aq) > CuSO4 (aq) + H2O (l)
A equação corresponde a uma reação de neutralização entre um óxido básico
e um ácido, formando assim como produtos um sal, o sulfato de cobre, e água.
Para que isso ocorresse o oxido de cobre se dissociou nos íons Cu[+2] e O[-2]
e o ácido sulfúrico se dissociou nos íons 2H[+] e SO4[-2]. Assim sendo,
teremos;
Cu[+2] + SO4[-2] > CuSO4
A solução final é límpida e adquire coloração final azul-esverdeada. O íon
responsável por essa coloração é o SO4[-2], observado na seguinte reação
iônica:
CuO (s) + 2H[+] (aq) + SO4[-2] (aq) > Cu[+2] (aq) + SO4[-2] (aq) + H2O (l)

E) Regeneração do Cobre Metálico


A solução da parte anterior foi colocada em contato com fitas de magnésio
metálico, e agitada até que a solução final ficasse incolor e com presença de
um precipitado, na forma de pó, de coloração preta, que também se encontrava
presente revestindo a superfície da fita de magnésio. Observou-se também a
liberação de gás hidrogênio, chamada de liberação lenta.
Essa reação representa uma reação de oxido-redução, onde o cobre está
sendo reduzido e o magnésio, oxidado. A equação é descrita por:
CuSO4 (aq) + Mg (s) > Cu (s) + MgSO4 (aq)

Estes dois processos ocorres simultaneamente desta maneira devido a


diferença nos potenciais de redução dos dois metais. Com base na tabela a
seguir, sabe-se que o cobre possui maior potencial de redução, e logo, irá
reduzir. Já o magnésio possui o menor potencial de redução entre os dois
metais analisados, e, portanto, irá oxidar.

As semirreações que acontecem na solução são:


 Cu[+2] (aq) + 2e[-] > Cu[0] (s) – (1) Redução
 Mg[0] (s) > Mg[+2] (aq) + 2e[-] – (2) Oxidação
Sabe-se também que um dos compostos da solução inicial é a água destilada,
H2O, em estado líquido. Esse composto então também irá sofrer uma segunda
reação de oxido-redução; desta vez, com os íons H[+] e OH[-].
Tendo novamente como base os diferentes potenciais de redução, percebe-se
que a redução ocorrerá nos íons H[+], pois estes possuem maior potencial de
redução. Já a oxidação ocorrerá nos íons OH[-], com menor potencial de
redução entre os dois íons analisados.
As semirreações que acontecem na solução são:
 2H[+] (aq) + 2e[-] > H2 (g) – (3) Redução
 H2 + 2OH[-] (aq) > 2H2O (l) + 2e[-] – (4) Oxidação
A equação (1) evidencia o reaparecimento do cobre metálico na solução final, e
a equação (3) corresponde à evolução do gás hidrogênio, ou seja, da
observação de um processo de efervescência na solução final.
Ocorre também deposição do cobre metálico obtido em (1) na superfície da fita
de magnésio, responsável assim pelo acumulo de pó na fita. [5]
Ao final do experimento, e depois da posterior deposição do cobre metálico,
obteve-se uma solução incolor com deposição de um sólido no fundo do franco.
V. Conclusão
A partir dos dados experimentais obtidos com base nas etapas realizadas,
denota-se que nas reações de neutralização por oxido-redução a comparação
entre os potencias de redução dos compostos que participam como reagentes
ditarão qual dentre eles sofrerá redução e qual sofrerá oxidação.
Para tanto, compostos com maior potencial de redução, quando comparados
entre si, irão corresponder ao papel de agente oxidante, provocando assim o
processo de oxidação no composto alheio.
Logo, assume-se que o composto com menor potencial de redução irá
corresponder ao papel de agente redutor da reação, provocando o processo de
redução no composto alheio.
Observa-se também que as semirreações, de redução e oxidação, ocorrem
simultaneamente, e possuem forma característica, expostas a seguir:
Redução: X[+A] + Ae[-] > X[0]
Oxidação: Y[0] > Y[+B] + Be[-]
Para a reação de redução, o nox do elemento diminui se compararmos o
número de elétrons do composto no reagente e no produto formado. Já na
reação de oxidação, o nox do elemento aumenta, e a quantidade de elétrons
também varia do reagente para o produto.
Quando apenas se conhece a semirreação de redução (ou oxidação) de um
elemento ou composto, é possível obter a reação contrária apenas invertendo a
semirreação que se tem em mãos.
Com a análise dos dados fornecidos pela tabela, torna-se viável perceber qual,
dentre dois elementos, irá oxidar ou reduzir.
Analisando-se agora está relação, entre elementos e seus respectivos
potencias de redução, percebe-se que em qualquer reação entre cobre e os
elementos com potencial de redução de -3,05<E<+0,13, o cobre será o
elemento a ser reduzido. Já para reações com os elementos que possuem
potencial de redução na faixa 0,15<E<2,87, o cobre irá se oxidar.

[6]
VI. Referências
[1] MICROFUND. O uso do cobre. Disponível em:
http://www.microfund.com.br/blog/post/artigos/o-uso-do-cobre. Acesso em: 11
dez. 2020.
[2] MARIOTECA SUSTENTÁVEL. Cobre. UFSC. Disponível em:
https://materioteca.paginas.ufsc.br/cobre. Acesso em: 11 dez. 2020.

[3] NALIN, M; MELO, J. Roteiro laboratorial, laboratório de química geral.


São Paulo: Instituto de Química, Unesp, 2020.

[4] NASCIMENTO, L.; MELNYK, A. Obtenção do nitrato de cobre (II) através


da reação química do cobre com ácido nítrico. Disponível em:
https://revistaanalytica.com.br/. Acesso em: 11 dez. 2020.
[5] FOGAÇA, J; Reações de oxirredução. Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/quimica/reacoes-oxirreducao.htm. Acesso em:
11 dez. 2020.
[6] COSTA, V. Eletroquímica. Disponível em: http://www.cmr.poli.usp.br/
Acesso em: 11 dez. 2020.

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