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Ministério da Educação

Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás
Câmpus Anápolis
Licenciatura em Química – Química dos Elementos

MOLÉCULAS DIATÔMICAS

Discente: Yara Soares Gomes

Docente: Dr. Lucas Hoffmann Greghi Kalinke

Anápolis – GO

2020
As moléculas diatômicas consistem em dois átomos ligados entre si. Se os átomos
são idênticos (como a molécula de H2) forma moléculas diatômicas homonucleares,
enquanto se os átomos são diferentes (como CO), forma moléculas diatômicas
heteronucleares.

Os seguintes cinco gases dos elementos são encontrados como moléculas diatômicas
à temperatura e pressão ambiente:

▪ Hidrogênio - H2
▪ Nitrogênio - N2
▪ Oxigênio - O2
▪ Flúor - F2
▪ Cloro - Cl2

O bromo e o iodo geralmente existem na forma líquida, mas também como gases
diatômicos a temperaturas ligeiramente mais altas, totalizando um total de 7 elementos
diatômicos:

▪ Bromo - Br2
▪ Iodo - I2

Todas as moléculas diatômicas são lineares, que é o arranjo espacial mais simples
de átomos.

Os elementos diatômicos, com exceção do oxigênio e do nitrogênio, são unidos por


uma ligação simples, e molécula de oxigênio tem seus dois átomos ligados por uma
ligação dupla e a do nitrogênio por uma ligação tripla.

As moléculas diatômicas formadas por elementos diferentes destes citados acima


não são muito estáveis, de modo que suas ligações são facilmente quebradas.

Hidrogênio

O Hidrogênio foi o primeiro elemento químico formado depois do Big Bang, evento
que marcou o início do universo, sendo o elemento mais abundante, constiuindo cerca de
75% da massa de toda a matéria visível, e de 0,9% da massa do nosso planeta.
Foi preparado pela primeira vez por Paracelsus, alquimista suíço do século XVI,
fazendo reagir certos ácidos com alguns metais já conhecidos. Somente em 1766 é que
Henry Cavendish, químico inglês, isolou o H2. Logo depois descobriu-se que o gás formava
água na combustão com o ar e foi dado o nome hidrogênio (“formador de água”).

Embora o hidrogênio tenha mesma configuração eletrônica de valência dos elementos


do grupo 1, ns1, e forme íons +1, ele tem pouca semelhança com os metais alcalinos. Esse
elemento se assemelha aos halogênios: ele só precisa de um elétron para completar sua
configuração de elétrons de valência e pode formar íons -1. Entretanto suas propriedades
químicas são muito diferentes das propriedades dos halogênios.

Existem três isótopos do hidrogênio: prótio (99,8% em abundância), deutério (0,014%)


e trítio (10-6%). A pequena abundância do trítio deve-se ao fato dele ser radioativo, com
uma meia vida de 12,4 anos.

O hidrogênio (H2) possui fracas forças intermoleculares. Apresenta uma alta energia
de ligação (435,9KJ.mol-1), logo, as reações com hidrogênio são lentas e é necessário um
catalisador.

A maior parte do hidrogênio na Terra está na forma de água, nos oceanos ou presa
no interior de minerais e argilas. O hidrogênio também é encontrado juntamente com os
hidrocarbonetos que formam os combustíveis fósseis: carvão, petróleo e gás natural.

O hidrogênio pode ser obtido de várias formas, como por exemplo:

➢ Eletrólise da água: O processo da eletrólise define-se como uma reação química


desencadeada a partir de uma fonte de energia externa ao sistema. O fornecimento da
tensão e da corrente contínua é efetuado entre os eletrodos, sendo os mesmos separados
por um eletrólito. A água é um eletrólito muito fraco e apesar de possuir íons, ela tem baixa
condutividade elétrica. Assim, para realizar sua eletrólise é necessário adicionar um
eletrólito com relativa condutividade iônica, um soluto iônico, que pode ser uma base, um
sal ou um ácido.

Somando todo o processo, chegamos a uma equação global:


➢ Reforma a vapor do gás natural: É provavelmente o método mais comum de produção
de H2 em indústrias químicas. Dentre todas as fontes de hidrogênio, o gás natural,
composto principalmente por metano, é abundante e tem relativa facilidade de conversão
em hidrogênio.

A primeira é a reação de reforma, seguida da reação de deslocamento:

900°C
Reação de reforma: CH4 + H2O CO + 3H2
400°C
Reação de deslocamento: CO + H2O CO2 + H2

No entanto, devido a necessidade do desenvolvimento de rotas alternativas


empregando fontes renováveis na produção de hidrogênio, o etanol apresenta-se como
sendo uma boa opção, pois é menos tóxico que outros combustíveis líquidos e é abundante
em países como o Brasil.

C2H5OH + 3H2O 2CO2 + 6H2

➢ Reação de ácidos diluídos com metais: É preparado no laboratório em pequenas


quantidades, pela redução dos íons hidrogênio de um ácido forte (como ácido clorídrico) e
por metais com potencial padrão negativo, como o zinco:

Zn + 2HCl ZnCl2 + H2

➢ Reação de hidretos salinos com água: são fontes transportáveis de hidrogênio


combustível em potencial. Como o metal sódio, os íons hidretos reduzem a água ao entrar
em contato:

Na + H2O NaOH + H2

Grandes quantidades são necessárias para a produção industrial da amônia,


fabricação do metanol e na hidrogenação de óleos vegetais para a fabricação de gorduras
sólidas. Outros usos incluem, combustível para foguetes, redução de minerais metálicos,
produção do ácido clorídrico e soldagem.

A célula combustível de hidrogênio é uma tecnologia em desenvolvimento, que


permitirá toda um economia baseada no hidrogênio gerado por energia solar e nuclear.
Sem poluição o hidrogênio pode substituir o gás natural, a gasolina e sevir de agente
redutor na metalurgica.

O hidrogênio líquido é utilizado em processos que necessitem de temperaturas muito


baixas; como no estudo da supercondutividade.

O isótopo deutério é usado como solvente na espectroscopia de ressonância


magnética nuclear (RMN) e em estudos cinéticos de reação envolvendo ligações de H. Já
o trítio é produzido em reatores nucleares por bombardeamento de núcleos de 6Li com
nêutrons.

Halogênios
Os elementos flúor, cloro, bromo, iodo e astato são chamados coletivamente de
halogênios, que vem do grego e significa formador de sal. Todos os elementos desse grupo
reagem diretamente com os metais formando sais e também são muito reativos frente a
não-metais, sendo o flúor mais reativo.

Suas características são bem similares no grupo, a principal diferença é que o flúor
possui uma afinidade eletrônica menor do que a do cloro. Intuitivamente, essa característica
parece estar em conflito com a eletronegatividade elevada do flúor, mas ela deriva da
repulsão intereletrônica maior no átomo de flúor compacto (menor raio) quando comparada
com aos demais átomos do grupo que possuem uma menor sobreposição dos orbitais.

Como o flúor é o mais eletronegativo de todos os elementos, ele nunca é encontrado


em um estado de oxidação positivo (exceto na espécie transiente em fase gasosa F2+).
Com a possível exceção do astato, os outros halogênios ocorrem com número de oxidação
entre -1 e +7. A carência de informação química dos astato deriva da sua falta de isótopos
estáveis e do tempo de vida relativamente curto (8,3h) de seu isótopo de vida mais longa.
Por causa desse tempo de vida curto, as soluções de astato são intensamente radioativas
e podem ser estudadas somente em alta diluição.

Flúor

Flúor, do latim fluere, “fluir”, deriva do fato dele ser encontrado no mineral fluorespato,
que é basicamente o fluoreto de cálcio (CaF2). Os primeiros químicos estavam cientes de
que fluoretos de metal continha um elemento não identificado semelhante ao cloro, mas
eles não poderiam isolá-lo.

O elemento é altamente reativo e várias experiências para isolá-lo resultaram em


acidentes. O químico britânico George Gore em 1869 passou uma corrente elétrica através
do ácido fluorídrico (HF) líquido, mas descobriu que o gás que foi libertado reagiu
violentamente com o seu aparelho. Ele pensou que era flúor, mas foi incapaz de coletá-lo
e prová-lo.

Somente em 1866, foi isolado pela eletrólise de bifluoreto de potássio (KHF2)


dissolvido em HF líquido, por Henri Moissan, químico francês, após 74 anos de tentativas
de outros pesquisadores. Por isso, Moissan recebeu o prêmio Nobel de química em 1906.

Na Natureza, encontra-se em diversos minerais como a fluorita (CaF2), a criolita


(fluoreto de sódio e alumínio Na3AlF6) e a fluorapatita ([Ca5(PO4)3F]).

É obtido pela hidrólise de uma mistura de KF dissolvido em HF:

KF(aq) + HF(g) KHF2(l)

2KHF2(l) H2(g) + KF(l) + F2(g)

Não havia produção comercial de flúor até a Segunda Guerra Mundial, quando o
desenvolvimento da bomba atômica, e outros projetos de energia nuclear, tornou
necessária a produção de grandes quantidades.

O elemento é usado para fazer hexafluoreto de urânio (UF 6), necessário para a
indústria de energia nuclear para separar isótopos de urânio. É também usado para fazer
o hexafluoreto de enxofre, o gás isolante para transformadores de energia elétrica de alta
potência.

Os compostos inorgânicos de flúor são usados na produção de herbicidas, produtos


farmacêuticos, gasolina de alta octanagem, plásticos, componentes elétricos, lâmpadas
fluorescentes, alumínio, vidro e aço. Os fluoretos (fluoreto de sódio, o ácido fluorsilícico e o
hexafluorsilicato de sódio) são adicionados intencionalmente à água de abastecimento para
a fluoretação.
É utilizado na fabricação de polímeros como o conhecido Teflon, que possui grande
resistência química e baixo coeficiente de atrito, é por isso que as panelas feitas deste
material são antiaderentes.

Gases fluorados são utilizados em refrigeradores e ares-condicionados; com o


problema destes compostos terem a participação como gás de efeito estufa, e na forma
clorada afetam camada de ozônio.

Cloro

Em 1774 o cloro foi obtido puro pelo químico sueco Carl Wilhelm Scheele, através de
um experimento que se resume imergir o minério MnO 2 (dióxido de manganês) em HCl.
Nesse caso resulta a seguinte reação:

MnO2(s) + 4HCl(aq) MnCl2(aq) + Cl2(g) + 2H2O(l)

No início, ele pensou que o gás liberado fosse o oxigênio (O 2), mas pelo fato do gás
ser esverdeado, ter um odor diferente e por queimar a pele, chegou à conclusão que não
era o O2. Devido sua coloração, ele chamou esse novo gás de cloro, do latim clorum, verde.

O cloro, nas suas mais variadas formas de apresentação, é um elemento bastante


abundante na litosfera, equivalendo em massa 0,045% . Em virtude de sua elevada
reatividade ocorre no estado livre apenas em uma parcela ínfima de gases vulcânicos
provenientes da decomposição de sais marinhos. Geralmente é encontrado na natureza
sob a forma de cloretos e cloratos, sobretudo como cloreto de sódio (NaCl) na água do mar,
estando presente em depósitos naturais, como minerais, por exemplo, a silvita (KCl) e a
carnalita (KMgCl3.6H2O).

O primeiro método de extração do cloro em larga escala foi a eletrólise com célula de
amálgama de mercúrio, método que consiste na dissociação do sal em Na+ e Cl -. Nesse
processo, íons de cloro passam pelo ânodo (eram feitos de carvão, posteriormente feitos
de aço), recebem elétrons e saem como cloro molecular em estado gasoso.

Esse tipo de eletrólise entrou em desuso por não ter o reaproveitamento total do
mercúrio, produzindo assim resíduos tóxicos e bioacumulativos, que são um problema
ambiental.
Atualmente, o cloro é obtido industrialmente através da eletrólise de cloreto de sódio
(NaCl) fundido ou em solução aquosa:

NaCl Na + 1/2Cl2

2Na+ + 2Cl- + 2H2O Cl2 + H2 + 2NaOH

O gás cloro (Cl2) é tóxico e irritante, tal condição fez com que fosse a primeira
substância química utilizada intencionalmente como arma química. O cloro e o cloreto de
carbonila, COCl2, conhecido como fosgênio, foram usados na Primeira Guerra Mundial, o
gás provoca irritação no trato respiratório e na pele, retenção de água nos pulmões,
lacrimejamento e quando inalado em grande quantidade pode levar até a morte.

O cloro e suas diversas combinações moleculares podem ser aplicados


comercialmente em diferentes produtos. O mais comum é o uso do cloro como desinfetante,
bactericida e clareador. Um exemplo clássico é o hipoclorito de sódio de uso doméstico,
que é amplamente usado para limpeza em geral e como alvejante para roupas, pisos e
objetos amarelados. Na produção do papel, o cloro também é empregado no
branqueamento da polpa, apesar de estar sendo substituído pelo dióxido de cloro, ClO 2.

Esse elemento também está presente na produção de cloreto de vinila, composto


orgânico usado como matéria-prima para a obtenção de policloreto de vinila, conhecido
como PVC, nos processos de fabricação de borrachas sintéticas, plásticos, inseticidas e
pesticidas, produtos veterinários, solventes para processos analíticos e no tratamento de
água.

Bromo

Derivado do grego “bromos”, que significa mau cheiro, o Bromo foi descoberto em
1825 por dois estudiosos, mas enquanto um deles, Carl Jacob Löwig, isolava um pouco
mais dessa nova substância, Antoine-Jérôme Balard anunciou a descoberta primeiro.

Esse elemento foi obtido através de experimentos baseados na “passagem” de gás


cloro (Cl2) em uma salmoura. Depois, o líquido foi tratado com éter etílico, e após a
evaporação deste, uma substância vermelha foi isolada.
O bromo é um dos cinco da tabela periódica que se encontra em estado líquido a
temperatura ambiente. É marrom-avermelhado, o vapor é vermelho e o sólido é marrom.
Quimicamente, o bromo se assemelha bastante ao cloro, embora seja menos reativo. Esse
elemento é pouco solúvel em água e dissolve-se melhor em solventes não polares, como
dissulfeto de carbono (CS2) ou o tetracloreto de carbono (CCl4). Combina-se facilmente
com outros elementos e tem uma ação branqueadora.

O bromo é altamente tóxico: corrói a pele, provoca queimaduras, ataca as mucosas e


o vapor é perigoso mesmo sob elevadas diluições. Não tem função biológica essencial em
mamíferos, mas participa do metabolismo de algas marinhas.

É o 47º elemento mais abundante na crosta terrestre. As rochas vulcânicas podem


ter até 500 mg kg-1. A concentração de bromo na atmosfera não passa de algumas partes
por trilhão (ng m-3). A água do mar contém cerca de 65 mg L-1 do elemento na forma de íon
brometo (Br-). As águas do Mar Morto (entre Israel e a Jordânia) e alguns depósitos de sal
oriundos da evaporação de antigos mares podem conter de 2 a 10g kg -1 de íon Br-.

Estados Unidos são o maior produtor, seguido de Israel, China, Japão e Jordânia. O
Brasil não produz bromo, tendo que o importar para suprir suas necessidades internas.
Mundialmente são produzidos aproximadamente 500 milhões de kg por ano.

O bromo possui 40 isótopos, mas só dois naturais estáveis (79Br e 81Br), com
abundâncias quase iguais, o que é bastante incomum, respectivamente 51 % e 49 %.

É obtido industrialmente pela oxidação em meio ácido do íon brometo das águas do
mar, utilizando-se cloro como agente oxidante:

Br-(aq) + Cl2 Br2(l) + Cl(aq)

Em laboratório, é possível obter bromo pela reação entre ácido sulfúrico, manganês
ou brometo de potássio:

MnO(s) + 2Br(aq) + 4H+(aq) Br2(l) + Mn2+(aq) + 2H2O(l)

Da combinação com outros elementos, surgem compostos importantes, como o


brometo de hidrogênio (ácido bromídrico HBr), o brometo de sódio (NaBr), o brometo de
cálcio (CaBr2), o bromato de potássio (KBrO3), entre outros.
Bromo é usado em muitas áreas, tais como produtos químicos agrícolas, inseticidas,
corantes, na indústria farmacêutica como sedativos e produtos químicos intermediários.
Alguns usos estão sendo eliminados por razões ambientais, mas novos usos continuam a
ser encontrado. Brometo de prata é um produto químico usado no filme de fotografias.

Compostos de bromo podem ser utilizados como retardadores de chama. Eles são
adicionados à espuma de móveis, embalagens de plástico para produtos eletrônicos e
têxteis para torná-los menos inflamável. No entanto, a utilização de bromo como um
retardador de chama tem sido eliminada nos EUA devido a preocupações de toxicidade.

Iodo

Do grego iodes, que significa violeta o nome iodo é uma alusão aos vapores do
elemento. Foi descoberto em 1811 por Bernard Courtois ao tratar a solução de cinza de
algas marinhas com mais ácido sulfúrico (H2SO4) do que das outras vezes.

O iodo é um sólido de cor escura e lustrosa, e possui ainda um brilho quando posto
em lugares expostos. Ele já é perceptivelmente volátil a temperatura ambiente. Se aquecido
rapidamente, acaba por sublimar a pressão atmosférica, propriedade essa compartilhada
por poucas substâncias. Para obter iodo na fase líquida (coloração preta), é preciso aquecer
lentamente o sólido.

O iodo é pouco solúvel em água, mas forma uma solução aquosa marrom. Tem
solubilidade melhor em solventes orgânicos, que se tiverem baixa polaridade, formam
soluções violetas.

Dentre os halogênios, o iodo é o menos abundante depois do astato. Apresentando-


se na crosta terrestre com uma concentração de 0,14ppm e cerca de 0,052ppm de
abundância na água do mar, na forma de iodeto de sódio (NaI), também presente em
campos petrolíferos, na forma de iodeto de potássio (KI). Mas é abundante nas algas
marinhas, concentradoras de iodo.

O corpo humano contém iodo no composto tiroxina, que é produzido na glândula


tireoide. O iodo é essencial para o ser humano, que necessita de uma ingestão diária de
cerca de 0,1mg de iodeto, por isso é adicionado ao sal de cozinha (NaCl).
Ele é obtido das águas-mães do processamento do Salitre do Chile, as quais contêm
iodato (IO3-), estes de reduzem a iodetos, e os iodetos obtidos reagem com o restante dos
iodatos, produzindo o iodo:

IO3- + 5I- + 6H+ 3I2 + 3H2O

Sua obtenção também é feita a partir dos iodetos das cinzas de algas marinhas, estes
se oxidam com cloro, e o iodo obtido é separado por filtração.

O Brasil não produz iodo, importando-o principalmente do Chile para suprir suas
necessidades internas.

O iodo passou a ser utilizado na fotografia e, até os dias atuais, é utilizado na forma
de iodeto de potássio (KI). Outra aplicação do iodo é em um teste chamado de índice de
iodo, que é exatamente uma reação de halogenação para verificar se houve adulterações
em óleos vegetais e gorduras. Também se utiliza iodo (I2) como gás inerte em lâmpadas de
filamento de tungstênio para aumentar a sua vida útil.

A tintura de iodo é uma solução de iodo e KI em álcool, em água ou numa mistura de


ambos, que tem propriedades antissépticas.

Os isótopos radioativos 123I e 131I são usados na medicina nuclear para estudar a
tireoide. Além disso, o 131I também é usado no tratamento de câncer de tireoide, pois, por
acumular-se nesse órgão, suas radiações gama destroem as células cancerígenas.

Oxigênio

O crédito pela descoberta desse elemento foi dado a três químicos: Joseph Priestley,
no qual foi o primeiro a publicar um relato de oxigênio em 1774, Carl Wilhelm Scheele, que
produziu o oxigênio em 1771, mas seu relato foi publicado somente em 1777, e Antoine
Lavoisier, que inclusive foi quem propôs o nome oxigênio, do grego “oxi”, que significa ácido
e “genes”, de gerador. Na época acreditava-se que todos os ácidos continham oxigênio.

O oxigênio é o elemento mais abundante na superfície da Terra, como elemento livre


ele constitui cerca de 23% de atmosfera, em massa, e 46% da litosfera, e mais do que 85%
da hidrosfera. Sua abundância cósmica é, no entanto, nitidamente inferior à de outros
elementos mais leves, como o hidrogênio e o hélio.
É um gás incolor, insípido e inodoro, essencial para os organismos vivos. Tem uma
energia de dissociação de 489KJ.mol-1 e se condensa em um líquido azul pálido a -183oC.
Embora o O2 tenha um número par de elétrons, dois deles não estão emparelhados, o que
torna a molécula paramagnética.

Na estratosfera, o oxigênio (O2) pode se ligar a outros dois átomos (O), por conta da
radiação ultravioleta emitida pelo sol, e formar o alótropo ozônio (O3).

O + O2 O3

Sua abundância total na atmosfera é equivalente a uma camada que, em temperatura


e pressão normais, cobriria a superfície da Terra com uma espessura de 3mm. O ozônio
pode ser fabricado no laboratório pela passagem de uma descarga elétrica através do
oxigênio.

Os átomos de oxigênio são produzidos pela decomposição fotoquímica de NO2, um


produto de emissão dos motores de automóveis.

A molécula de oxigênio possui uma ligação dupla, já o ozônio não pode ser descrito
simplesmente na estrutura de Lewis, pode-se descrever a molécula O3 como uma mistura
de estruturas de ressonância, que é o mesmo que descrever uma cor de tinta como uma
mistura de cores primárias:

Para obtenção do oxigênio na indústria, são mais utilizadas a eletrólise da água, que
resulta na separação de seus dois elementos constituintes, hidrogênio e oxigênio e a
destilação fracionada do ar líquido. A destilação fracionada do ar líquido, processo de maior
rentabilidade econômica para aplicação em grande escala, se baseia na diferença existente
entre os pontos de ebulição do nitrogênio e do oxigênio, componentes mais abundantes na
mistura.

A maior utilização comercial do gás oxigênio é na indústria siderúrgica, para oxidar as


eventuais impurezas, e para soldadura nas mais diferentes áreas, como a montagem de
eletrodomésticos e automóveis. O O2 contribui para a combustão dos gases combustíveis
utilizados no processo.

Além disso, por ser indispensável para a vida humana, a indústria hospitalar produz
os cilindros de oxigênio, que são reservatórios da substância pura em estado gasoso
utilizados no tratamento de oxigenoterapia.

O oxigênio líquido também é utilizado na tecnologia astronáutica para a propulsão de


foguetes.

Já a indústria química faz uso do oxigênio reagindo O2 e etileno, obtém-se o óxido de


etileno. Esse, por sua vez, é convertido em etilenoglicol, material utilizado como base na
fabricação de anticongelantes e polímeros de poliéster, importante para a indústria têxtil.

Também, o oxigênio compõe a molécula de peróxido de hidrogênio (H2O2),


popularmente conhecida como água oxigenada. Ela é utilizada para esterilização de feridas
na pele, ajudando em sua cicatrização. Além disso, o composto é utilizado como clareador
de pelos e cabelos. As indústrias de papel e de tecido também fazem uso da propriedade
descolorante em seus produtos.

Nitrogênio

A descoberta do nitrogênio foi anunciada na tese de doutorado de Daniel Rutherford,


em 1772, mas Henry Cavendish, Joseph Priestle, Carl W. Scheele e vários outros também
estudaram praticamente na mesma época esse gás.

O nome foi dado por Jean-Antoine-Claude Chaptal em 1790, quando se percebeu que
o gás era um constituinte do ácido nítrico e dos nitratos (vem do grego, gênio, “formador
de” e nitron, de “nitratos”). Lavoisier preferia chama-lo de azoto (do grego azoti, “não vida”).

Apesar de ser o elemento químico mais abundante na atmosfera terrestre, cerca de


78% em volume, ele é raro na crosta terrestre na ordem de 19ppm (o que significa que em
cada tonelada há 19g).

As moléculas diatômicas de gás nitrogênio presentes no ar, possuem uma ligação


tripla, no qual compartilham três pares de elétrons e possui uma alta energia de dissociação
(954KJ.mol-1), isso torna o nitrogênio praticamente inerte.
Ele é obtido através da destilação fracionada do ar líquido, isto é feito submetendo o
ar a sucessivas compressões e resfriamentos até que ele chegue ao estado líquido.

Já que o gás é pouco reativo e as plantas necessitam do nitrogênio para crescer, para
ser usado pelos organismos, ele tem que primeiro ser combinado com outros elementos
para formar compostos mais úteis, essa propriedade é explorada e aplicada quando se
deseja uma atmosfera inerte, mas isso vem sendo substituído pelo argônio que é mais
inerte.

Industrialmente, a principal aplicação desse gás é na obtenção de amônia (NH3), pelo


processo de Haber.

N2(g) + 3H2(g) 2NH3(g)

Milhões de toneladas da amônia, são produzidas a cada ano; grande parte dela é
usada na produção de ácido nítrico (HNO3), ureia e de outros compostos do nitrogênio.

Grande parte do aumento na produção de N2 deve-se ao crescimento da demanda do


coproduto deste processo, o oxigênio, cujo consumo na produção de aços tem aumentado
bastante nos últimos anos. O Brasil produz nitrogênio.

O nitrogênio líquido é um refrigerador barato, utilizado tanto para o congelamento de


produtos alimentícios como para o transporte de alimento, também é usado como meio de
resfriamento no transporte de órgãos para transplante e na conservação de sêmen para
inseminação artificial do gado, já que garante uma temperatura de 190ºC abaixo de zero.
Referências Bibliográficas

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