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Hidrogênio (H2)

O hidrogênio possui a estrutura atômica mais simples


que qualquer outro elemento químico, seu núcleo contem
um próton com carga +1, com um elétron circundante e
configuração eletrônica 1s¹. Os átomos de hidrogênio
podem obter estabilidade de três maneiras diferentes:
1. Formando uma ligação covalente (um par de elétrons)
com outros átomos;
2. Perdendo um elétron para formar H+;
3. Adquirindo elétrons e formando H-;

Posição na tabela periódica

O hidrogênio (H) é o primeiro elemento da Tabela Periódica e apresenta


características únicas. A estrutura eletrônica do átomo de hidrogênio se assemelha
com a dos metais alcalinos (Grupo 1) , com a dos halogênios e com os elementos
do Grupo 14. No caso da estrutura semelhante com metais alcalinos é devido à
tendência muito maior que hidrogênio apresenta de formar ligações covalentes. Já
os halogênios geralmente adquirem elétrons formando íons negativos X-. Não é
comum o hidrogênio formar um íon negativo, embora ele forme hidretos iônicos
M+H- com alguns metais altamente eletropositivos, justificando sua semelhança com
a estrutura eletrônica dos halogênios. Em alguns aspectos, a estrutura eletrônica do
hidrogênio também se parece com as dos elementos do Grupo 14, pois ambos
possuem o nível externo semi preenchido.

Abundância do hidrogênio

O hidrogênio é o elemento mais abundante do universo. Segundo avaliações, o


universo é constituído por 92% de hidrogênio e 7% de hélio, de modo que todos os
demais elementos juntos representam apenas 1%. Entretanto, a quantidade de H 2
na atmosfera terrestre é muito pequena, pois o campo gravitacional da terra é
pequeno demais para reter um elemento tão leve. Apesar disso, um pouco de H 2
é encontrado nos gases vulcânicos. Em contrapartida, o hidrogênio é o décimo
elemento mais abundante da crosta terrestre (1520 ppm ou 0,152 % em peso).
Também é encontrado em grandes quantidades na águas dos oceanos. Compostos
contendo hidrogênio são muito abundantes, sobretudo a água, organismos vivo
(carboidratos e proteínas), compostos orgânicos, combustíveis fósseis (carvão,
petróleo e gás natural), amônia e ácidos. De fato, o hidrogênio forma mais
compostos que qualquer outro elemento.

Propriedades do hidrogênio molecular

O hidrogênio é um gás muito leve por sua baixa densidade e é utilizado no


lugar do Hélio para inflar balões meteorológicos. É incolor, inodoro e quase
insolúvel em água.
O hidrogênio forma moléculas diatômica H 2, onde os dois átomos estão
unidos por uma ligação covalente muito forte.
Em condições normais, o hidrogênio não é muito reativo por causa da força
da ligação H-H. Em consequência, muitas reações são lentas, ou requerem
elevadas temperaturas ou catalisadores (frequentemente metais de transição).
A molécula de hidrogênio é muito estável e apresenta pouca tendência de se
dissociar a temperaturas normais, já que a reação
de dissociação é muito endotérmica. Porém, a altas
temperaturas, num arco elétrico ou sob irradiação
com luz ultravioleta, o H2 se dissocia.
O hidrogênio atômico é um forte agente
redutor, e é comumente preparado
em solução usando um par zinco-cobre ou
mercúrio-alumínio.
O hidrogênio reage diretamente com a
maioria dos elementos, nas condições apropriadas.
O hidrogênio reage com os halogênios.
Diversos metais reagem com H2, formando hidretos.
Grandes quantidades de H2 são utilizadas na produção industrial de
amônia.
O hidrogênio também é usado para reduzir nitrobenzeno à anilina (na
indústria de corantes), e na redução catalítica do benzeno com CO para formar
metanol.

Isótopos de hidrogênio

Isótopos são átomos de um mesmo elemento que possuem diferentes números de


massa. A diferença nos números de massa decorre da quantidade diferente de
nêutrons no núcleo. O hidrogênio encontrado na natureza é constituído por três
isótopos: prótio 11H ou H, o deutério 21H ou D, e o trítio 31H ou T. Esses isótopos
contem no núcleo 1 próton e zero, 1 ou 2 nêutrons, respectivamente.
O prótio é o mais abundante.

O hidrogênio encontrado na natureza contém 99,986% do isótopo 11H, 0,014% do


isótopo 21H e 7 x10-16 % do isótopo 31H,de modo que as propriedades do hidrogênio
são essencialmente devido ao isótopo mais leve.
Esses isótopos apresentam a mesma configuração eletrônica e essencialmente as
mesmas propriedades químicas. As únicas diferenças são encontradas nas
velocidades de reação e nas constantes de equilíbrio.
O íon hidrogênio

A energia de ionização trata-se de uma quantidade de energia muito grande.


Consequentemente, as ligações formadas pelo hidrogênio em fase gasosa são
geralmente covalentes, O fluoreto de hidrogênio é o composto que apresenta maior
probabilidade de conter um hidrogênio iônico (H+), dado que apresenta a maior
diferença de eletronegatividades. Mas mesmo nesse caso a ligação tem somente
45% de caráter iônico.

Oxigênio (O2)

Joseph Priestley, descobridor do oxigênio.

Durante muito tempo o ar foi considerado um elemento químico e só no final do


século XVIII reconheceu-se que ele era na verdade uma mistura, cujo constituinte
ativo é atualmente chamado oxigênio.
O oxigênio, elemento químico de símbolo O, pertencente ao grupo dos
calcogênios (VIa), foi descoberto por Priestley em 1722, por calcinação do nitrato de
potássio. A partir de 1775, Lavoisier estabeleceu suas propriedades, mostrou que
existia no ar e na água, e indicou seu papel fundamental nas combustões e na
respiração. Coube ao químico francês Antoine Lavoiser mostrar que a combustão, a
calcinação dos metais e a respiração são fenômenos relacionados entre si, pois são
todos processos de combinação com o oxigênio.
Propriedades físicas e químicas:

O oxigênio natural é um gás incolor e inodoro, com densidade 1,105, que só


liquefaz a -138º C, consiste numa mistura de três isótopos estáveis: o oxigênio 16
(99,758%), o oxigênio 17 (0,37%) e o oxigênio 18 (0,204%). Pouco solúvel em água,
forma bolhas que se desprendem facilmente por simples agitação. À temperatura
ambiente, a molécula de oxigênio é relativamente inerte, mas na presença de
substâncias catalisadoras ou ao ser aquecida, reage com a maioria dos elementos
para formar vários compostos.
Na baixa atmosfera e à temperatura ambiente, o oxigênio está presente na
principalmente na forma de moléculas diatômicas (O2) que constituem um gás
incolor, inodoro e insípido, essencial para os organismos vivos. Apresenta densidade
levemente superior à do ar e seus átomos são respectivamente pequenos, pois
possuem oito elétrons (partículas elementares de carga negativa). Muito
eletronegativo, une-se aos ametais (com exceção dos halogênios) e aos ametais,
salvo o ouro e a platina. Essas combinações, que em geral desprendem calor, são
chamadas “combustões” e podem ser vivas ou lentas. É o elemento mais abundante
do globo terrestre. Constitui aproximadamente um quinto do ar, oito nonos do peso
da água; figura na maioria dos constituintes do solo (silicatos, carbonatos) e das
substância orgânicas. Sua combustão fornece vapor de água e gás carbônico, mas,
se o oxigênio se encontra em quantidade insuficiente, o hidrogênio queima antes do
carbono, do qual uma parte torna a chama brilhante e aparece sob forma de negro-
de-fumo.

Descoberta e métodos de obtenção:

Embora o químico sueco Carl Wihelm Scheele tenha conseguido preparar uma
amostra de oxigênio em 1772, atribui-se tradicionalmente seu descobrimento ao
britânico Joseph Priestley, que sintetizou o gás em 1774 e publicou antes de
Scheele o resultado de suas experiências. O trabalho de Priestley, aperfeiçoado
depois por Lavoisieir (que criou o nome oxigênio), se baseava no aquecimento de
óxido de mercúrio, que produzia um gás puro, perfeitamente respirável, consumido
por completo em novas combustões.
Esse método, também aplicado aos óxidos de prata e de bário e a certa
variedade de sais, produz oxigênio de grandeza pura, ainda que em pequenas
quantidades. Outra fonte comum de síntese do oxigênio em laboratório é a
decomposição da água oxigenada. Na indústria, são mais utilizadas a eletrólise da
água, que resulta na separação de seus dois elementos constituintes, hidrogênio e
oxigênio; e a destilação fracionada do ar liquido. O primeiro processo consiste em
submeter à ação de corrente elétrica uma cuba eletrolítica cheia de água, à grave;
qual se adicionou uma substância condutora, como o ácido sulfúrico ou a soda
cáustica. A destilação fracionada do ar líquido, processo de maior rentabilidade
econômica para aplicação em grande escala, se baseia na diferença existente entre
os pontos de ebulição do nitrogênio e do oxigênio, componentes mais abundantes
na mistura.

Variedades alotrópicas:

O oxigênio apresentasse habitualmente na forma de moléculas diatômicas, mas


se altera sob a ação de fortes descargas elétricas ou na presença de substâncias
ionizadas que tenham perdido parte de sua carga eletrônica ou capturado partículas
do ambiente. Produz-se dessa maneira uma variedade alotrópica chamada ozônio,
de molécula O3. Essa substância, empregada industrialmente como descolorante,
esterilizador de líquidos e depurador de ambientes, está presente nas altas camadas
da atmosfera. Desempenha um papel fundamental na manutenção da vida sobre a
Terra ao proteger o planeta da radiação ultravioleta do Sol.

Compostos oxigenados:

A combinação do oxigênio com outros elementos forma óxidos, cuja reação


com a água produz oxiácidos e bases. A combinação dos quais existem numerosas
famílias e variedades, presentes na natureza na maioria dos fenômenos geológicos.
Inúmeras substâncias orgânicas, como álcoois, ésteres, aldeídos, cetonas, ácidos
carboxílicos e ésteres, também possuem átomos de oxigênio em sua estrutura.
Processos de oxidação:

A reação espontânea de qualquer substância com o oxigênio é denominada


oxidação (termo que também designa qualquer processo na qual uma substância
perde elétrons). Quando a reação é imediata e produz calor e luz, chama-se
combustão. São exemplos de processos de oxidação a corrosão do ferro e a
putrefação da madeira, que formam óxidos de ferro e de carbono, respectivamente.
A queima da madeira gera os mesmos produtos de sua putrefação: dióxido de
carbono e água. Os fenômenos de combustão podem ser espontâneos e, em
substâncias como o carvão betuminoso, provocar incêndios em virtude da reação
instantânea entre oxigênio, carbono e hidrogênio.

Aplicações:

São inúmeras as aplicações do oxigênio na indústria. Vários tipos de maçaricos


— como os oxiacetilênicos, produtores de feixes de grande conteúdo energético,
que soldam ou seccionam metais; os oxídricos, que fabricam delicados dispositivos
de quartzo e platina; e os de gás, úteis no tratamento de vidros — permitem a
realização de tarefas específicas de soldura nas indústrias de base e de construção.
O oxigênio líquido, misturado a outros combustíveis é utilizado como explosivo.

Certos trabalhos que exigem a permanência do homem em ambientes hostis


demandam o transporte do oxigênio necessário à respiração. Submarinos, aviões,
naves espaciais, prospecções minerais e geológicas a grandes profundidades são
abastecidos com tanques e bombas de oxigênio quando não é possível empregar
dispositivos de injeção de ar a partir do exterior. Nos centros médicos é comum a
administração de oxigênio a pacientes asmáticos ou com problemas pulmonares.
Também é aconselhável em processos de envenenamento, nos quais é preciso
acelerar os mecanismos de oxidação do sangue.

Propriedades físicas e químicas do oxigênio:


Número atômico: 8
Peso atômico: 15,9994
Ponto de fusão: -218,4º C
Ponto de ebulição: -183,0º C
Densidade: 1,429g/l
Estados de oxidação: -2
Configuração eletrônica: 1s 2s22p4
2

Ozônio (O3)
Ozônio e Camada de Ozônio

Saiba o que é ozônio, definição, camada de ozônio, poluente, uso e


características

Camada de Ozônio: protegendo o planeta dos raios ultravioletas

Definição

Ozônio é um gás (composto molecular de fórmula O3 ), formado a partir do


rompimento das moléculas de oxigênio pela ação da radiação ultravioleta do Sol.
Nesta situação, os átomos separados combinam-se com outras moléculas de
oxigênio, formando assim o ozônio.

Características
O ozônio possui cor azulada e forma uma camada (ozonosfera) ao redor do planeta
Terra numa altitude de 16 a 30 km (na estratosfera). Esta camada de ozônio serve
para absorver a radiação ultraviolenta proveniente do Sol, protegendo, desta forma,
os seres vivos que habitam o planeta. Sem esta proteção, os raios solares seriam
extremamente nocivos aos seres humanos.

Buracos na camada de ozônio

Na década de 1980, surgiu no meio científico uma preocupação com buracos que
estavam se formando na camada de ozônio. Estes eram provocados,
principalmente, pelo uso em grande quantidade de produtos com CFCs
(clorofluorcarbonos). Estes gases eram muito utilizados em sprays e geladeiras.
Atualmente, a indústria química tem diminuído significativamente o uso de CFCs.

Uso

O gás ozônio é muito utilizado na indústria química. Como possui uma boa
capacidade oxidante, costuma ser misturado a outros gases. O ozônio também
possui ação germicida, logo é muito utilizado para tratamento de água (desinfecção
de água potável e manutenção de piscinas).

Ozônio e poluição

Na troposfera (camada mais próxima da superfície terrestre), o ozônio torna-se


poluente. Em grande quantidade, pode provocar problemas respiratórios nas
pessoas e danificar plantas. O ozônio é liberado, principalmente, por motores
movidos a combustíveis fósseis.

Nitrogênio (N)

O nitrogênio é um
elemento químico do grupo 15
(não-metais) que pertence ao
segundo período da tabela
periódica.

O nitrogênio possui cinco elétrons na camada de valência. O elemento exibe


uma grande variedade de estados de oxidação: (-III) na amônia, NH3; (-II) na
hidrazina, N2H4; (-I) na hidroxilamina, NH2OH; (0) no nitrogênio, N2; (+I) no óxido
nitroso, HNO2; (+IV) no dióxido de nitrogênio, NO 2; e (+V) no ácido nítrico, HNO 3. O
estado de oxidação negativo decorre do fato da eletronegatividade do hidrogênio
(2,1) ser menor que a do nitrogênio (3,0).
O gás nitrogênio é utilizado em grandes quantidades como atmosfera inerte. Isso
ocorre principalmente na indústria do ferro e do aço, em outras indústrias
metalúrgicas, nas refinarias de petróleo, na limpeza das tubulações e dos reatores
de craqueamento catalítico e reforma. O nitrogênio é usado também como agente
refrigerante. Grandes quantidades de N2 são consumidas na fabricação de amônia
e de cianamida de cálcio. O N2 é obtido em escala industrial, liquefazendo-se o ar
e então realizando-se a destilação fracionada do mesmo. O N2 tem ponto de
ebulição menor que o O2, saindo da coluna de destilação antes do O2. Seis gases
industriais são obtidos dessa maneira: N2, O2, Ne, Ar, Kr e Xe.
O nitrogênio é um constituinte essencial de proteínas e aminoácidos (a composição
média de uma proteína é C=50%, O=25%, N=17%, H=7%, S=0,5%, P=0,5%, em
peso). Nitrato e outros compostos de nitrogênio são muito utilizados como
fertilizantes e em explosivos. No início deste século, o NaNO 3foi muito importante
como fertilizante. O guano de morcego (fezes do mamífero) também foi muito
utilizado. Nos últimos 50 anos, essas fontes naturais foram substituídas por NH 3 e
NH4NO3, produzidos nas gigantescas indústrias de amônia e nitratos sintéticos.

Propriedades gerais e estrutura do elemento

O nitrogênio é um gás incolor, inodoro, insípido e diamagnético, sendo encontrado


na forma de moléculas diatômicas, N2. A molécula de N2 contém uma ligação tripla
N≡N curta, com comprimento de 1,9 Å. Portanto, o N2 é estável
à temperatura ambiente, embora reaja com o lítio formando o nitreto, Li 3N. O
nitrogênio pode ser ativado passando-se uma faísca elétrica através de N 2 gasoso, a
baixas pressões. Nessa condição forma-se nitrogênio atômico, estando o processo
associado a um brilho amarelo róseo. O nitrogênio atômico reage com diversos
elementos e muitas moléculas normalmente estáveis.

O ciclo do nitrogênio

Há uma troca contínua de nitrogênio entre a atmosfera, o solo, os oceanos e os


organismos vivos, cuja quantidade é estimada em 108 a 109 t/ano. Esse processo é
denominado ciclo do nitrogênio. Considere o nitrogênio combinado existente no
solo: ele está presente na forma de nitratos, nitritos e compostos de amônio.

1. As plantas absorvem esses compostos e os utilizam para formar o protoplasma


para crescer. As plantas podem servir de alimento a outros animais. Os
animais excretam compostos nitrogenados, geralmente uréia ou ácido úrico,
que são desenvolvidos no solo. A morte e decomposição fazem com que,
eventualmente, todo o nitrogênio retorne ao solo.

2. Um grupo de bactérias desnitrificantes, denominadas Denitrificans,


convertem nitratos nos gases N2 ou NH3, que escapam para a atmosfera (por
causa disso os estábulos exalam odor de amônia). O NH 3 é devolvido ao solo
pela primeira chuva, mas não o N2. Dentre as bactérias desnitrificantes podem
ser citadas as Pseudomonas e Achromobacter.
Nitratos → nitritos → NO2 → N2 → NH3
3. Ocorre uma perda global de compostos nitrogenados do solo devido ao arraste
dos mesmos pelas águas superficiais em direção aos mares. Esses compostos
nitrogenados sustentam a flora marinha.

4. Há uma pequena perda de NO e NO 2 para atmosfera na combustão de plantas


e do carvão; o mesmo ocorre nos gases de escape dos carros. Embora isso
tenha efeitos desagradáveis e produza “smog” localizado, as quantidades
envolvidas são pequenas e o nitrogênio é devolvido ao solo com a chuva.

5. Ocorre o aumento da quantidade de nitrogênio combinado no solo. Esse


aumento é causado principalmente pela fixação de N2 pelas bactérias
nitrificantes, que o convertem em nitratos ou sais de amônio. Isso corresponde
a mais de 60% do ganho de nitrogênio. Calcula-se que cerca de
175 milhões de toneladas de N2 são fixados pelas bactérias anualmente. O
gênero mais importante dessas bactérias é o Rhizobium. Elas vivem em
simbiose nos nódulos das raízes das plantas da família das leguminosas, por
exemplo, ervilhas, feijão, trevo e amieiro. Outras bactérias nitrificantes vivem
livres no solo, por exemplo as bactérias verde-azuladas Anabena e Nostoc, as
bactérias aeróbias, tais como Azobacter e Beijerinckia, e as bactérias
anaeróbicas, como Clostridium pastotianum. Essas bactérias necessitam de
pequenas quantidades de certos metais de transição, como Mo, Fe, Co e Cu, e
também de B do solo. A enzima fixadora de nitrogênio “nitrogenase” foi isolada
do Clostridium pastotianum em 1960. O mesmo sistema enzimático é
reponsável pela fixação de nitrogênio nas demais bactérias.

F erti l i zantes

1. Nitrogênio em uma forma combinada (geralmente nitrato de amônio, outros


sais de amônio ou nitratos, ou uréia). O nitrogênio é essencial para o
crescimento das plantas, principalmente das folhas, já que ele é um
constituinte de aminoácidos e das proteínas, que são necessárias para a
produção de novas células.

2. Fósforo para o crescimento das raízes, usualmente na forma de fosfato, tal


como “superfosfato” ou “superfosfato triplo” pouco solúvel. São obtidos a partir
de rochas fosfáticas, tais como a fluorapatita, extraída de jazidas minerais. A
escória básica, um subproduto da indústria siderúrgica, também
é empregada como fosfato para fertilizantes.

3. Íons potássio para a floração, geralmente fornecidos como K2SO4.

Peróxido de Hidrogênio (H2O2)


Peróxido de hidrogênio: usado como descolorante de cabelos

O composto Peróxido de Hidrogênio é conhecido popularmente como “água


oxigenada”, solução aquosa cuja fórmula é [H2O2 (aq)], e se classificam conforme a
concentração.

Nos rótulos, comercializados geralmente em farmácias, aparece a indicação


do tipo: 10 volumes, 20 volumes,... Sendo que, quanto maior o volume mais
concentrada será a solução. Quando a concentração de peróxido de hidrogênio é
muito alta (100 volumes), a solução apresenta aspecto viscoso.

Neste caso é usada em laboratório e indústrias. Se a concentração for de 10


volumes, é usada como agente bactericida dos ferimentos externos e em gargarejos,
por que possui ação anti-séptica. Também é utilizada como alvejante de tecidos, e
como descolorante de pêlos e cabelos.

Propriedades: O peroxido de hidrogênio é uma substancia composta por dois


átomos de hidrogênio e dois átomos de oxigênio, com fórmula molecular H 2O2.
Comercialmente conhecida como água oxigenada, que é uma solução de peróxido
de hidrogênio diluída.

O peróxido de hidrogênio, possui massa molecular de 34 gramas e densidade de


1,47 g\m2.

Seu ponto de fusão é de 1,7 ºC e o ponto de ebulição 151ºC.

Reatividade – O peróxido de hidrogênio é muito reativo. É um grande oxidante,


ataca compostos orgânicos introduzindo átomos de oxigênio na cadeia carbônica.

Ataca também os metais produzindo óxidos destes metais.


Ocorrência

É um composto instável portanto não é encontrada na natureza, devendo ser


preparada na hora de ser utilizada.

Utilização da água oxigenada:

 Como anti-séptico na desinfecção de ferimentos.


 Descolorir cabelos
 Oxidação de compostos orgânicos.
 Tratamento de água de piscina
 Clareamento de papel e celulose
 Como conservante em indústrias alimentícias;
 Como bactericida e fungicida de sementes na agricultura;
 Para restaurar pinturas à óleo, na restauração de cores brancas
escurecidas pela ação de alguns poluentes atmosféricos.

Na decomposição do peróxido de hidrogênio, há a formação de átomos de


oxigênio altamente reativos. Veja a equação:

H2O2 (aq) → H2O (l) + 1/2 + O2 (g)

Esta reação pode ser catalisada pelos íons de ferro do sangue, é por isto que a água
oxigenada “ ferve quando colocamos no machucado”.

A luz é um dos fatores responsáveis pela decomposição (fotólise) da água


oxigenada, por isso esta solução deve ser comercializada em frascos escuros ou em
plásticos opacos para não ocorrer a liberação de gás oxigênio.

Determinação do volume da água oxigenada

As concentrações das soluções de peróxido de hidrogênio são determinadas


em função do volume de O2 (g) liberado por unidade de volume da solução. Sendo
assim, uma água oxigenada de concentração 10 volumes libera 10 litros de O 2 (g)
por litro de solução.

Preparação:

No laboratório  Reagindo um peróxido metálico com água.

Na2O2 + 2H20 → 2NaOH + H2O2 (g)

Na Indústria  Reagindo um peróxido metálico com ácido, produzindo sal e


peroxido.

BaO2 + H2SO4 → BaSO4 + H2O2

Amônia ( NH3 )

Descrição

A amônia, à temperatura ambiente e pressão atmosférica, é uma gás tóxico,


corrosivo na presença da umidade, inflamável, incolor, com odor muito irritante e
altamente solúvel em água. É envasada e transportada em cilindros de aço como
um gás liquefeito sob sua própria pressão de vapor, 7,87 bar a 21.1ºC.

Amônia é um composto químico constituída por um átomo de nitrogênio e 3 átomos


de hidrogênio de fórmula NH3 e massa atômica 17.

É um gás incolor muito tóxico e irritante se inalado ou ingerido causa grande irritação
nas vias respiratórias.

Ocorrência:
A amônia não se encontra livre na natureza.

Obtenção na Indústria

Atualmente o processo de Haber é o mais importante método de obtenção da


amônia. Neste processo os gases de nitrogênio e hidrogênio são combinados
diretamente a uma pressão de 20Mpa e temperatura de 500ºC, utilizando o ferro
como catalizador.

Fe

N2 + 3H2  2NH3

Obtenção no Laboratório

Pode ser preparado em laboratório, aquecendo-se um sal de amônio com hidróxido


de sódio.

NH4Cl + NaOH  NaCl + H2O + NH3

Propriedades Físicas
Calor latente de fusão a -77,7ºC. 5,655 kJ/mol; 1351,6 cal/mol.
Calor molar especifico, gás a 101,325 kPa e 36,953 kJ/ (kmol x K);
46,8ºC pressão constante. 8,832 cal/ (mol x ºC).
Calor molar especifico, gás a 101,325 kPa e 28,28 kJ/ (kmol x k);
46,8ºC a volume constante. 6,76 cal/ (mol x ºC).
73,136 KJ/ (kmol x K);
Calor molar específico, liquido saturado a -77,7ºC.
17,48 cal/ (mol x ºC).
0,02218 W/ (m x K);
Condutividade térmica, gás a 101,325 kPa e 0ºC.
53 x 10-6 cal x cm/ (s x cm2 x ºC).
0,5017 W/ (M x K);
Condutividade térmica, liquido a 10ºC. 11,99 x 10-6 cal x cm/
(sxcm2xºC).
Densidade absoluta, gás a 101,325 kPa e 25ºC. 0,7067 kg/m3
Densidade crítica 0,235 Kg/dm3
Densidade, líquido na pressão de saturação
0,6828 kg/L
a -33,7 ºC.
Densidade relativa, gás a 101,325 kPa e 25ºC
0,597
(ar=1).
Fator crítico de compressibilidade. 0,242
Fórmula. NH3
Limite de inflamabilidade no ar. 15 – 28% (por volume).
Momento de dipolo, gás. 4,9 x 10-30 C x m; 1,47 D
Massa Molecular 17,0305
Ponto de ebulição a 101,325 kPa. 239,72 K; -33,4ºC; -28,2ºF
Pressão critica.. 11277 kPa; 112,77 bar; 111,3 atm.
Pressão a vapor a 21,1ºC.. 888 kPa; 8,88 bar; 128,8 psia;
6,077 kPa; 60,77 mbar,
Pressão no ponto triplo.
45,58 mmHg.
Razão do calor especifico, gás a 101,325 kPa e
1,307
46,8ºC, Cp/Cv.
Sinônimo. Amônia anidra
Solubilidade em água a 101,325 kPa e 20ºC. 34,6 Kg NH3 / 100 Kg de soluçao3
Temperatura crítica. 405,55 K; 132,4ºC; 270,3ºF.
Temperatura de auto-ignição. 924 K; 651ºC.
Temperatura no ponto triplo. 195,41 K; -77,7ºC; -107,9ºF.
Tensão superficial a -40ºC. 44,55 mN/m; 44,55 dyn/cm.
Viscosidade, gás a 101,325 kPa e 20ºC. 0,00982 cP; 0,00982 mN x s/ m2
Viscosidade, liquido a -33,5ºC. 0,255 cP; 0,255 mN x s/m2
Volume crítico. 4,251 dm3/kg
Volume específico a 21,1ºC e 101,325 kPa. 1410,9 dm3/kg; 22,6 ft3/Ib
Aplicações:

Amônia é um produto muito versátil e possui uma grande quantidade de aplicações,


a seguir apresentaremos algumas das mais importantes:

Amônia é muito utilizada, como agente refrigerante, em unidades de refrigeração


industrial; na preparação de fertilizantes como nitrato de amônia, sais de amônia e
ureia, além de fertilizantes contendo superfosfato e nitrogerantes que são soluções
de amônia e nitrato de amônia.

A indústria petroquímica utiliza amônia anidra para neutralização de ácidos


constituintes de óleo cru para proteger da corrosão equipamentos tais como:
borbulhadores, pratos de torres de destilação, trocadores de calor, condensadores e
tanques de armazenamento. A amônia é usada na extração de metais como cobre,
níquel e molibdênio de seus minérios.

Um dos processos de fabricação de acido nítrico, é a oxidação de amônia para óxido


nítrico o qual posteriormente, é convertido em dióxido de nitrogênio para finalmente
fornecer acido nítrico (Processo Otswald); A amônia é utilizada como fonte de
nitrogênio na fabricação de explosivos tanto industriais como militares.

Pequenas quantidades de amônia são utilizadas na preparação de misturas padrão


para calibração e ajuste de instrumentos de medição para controle ambiental.
Efeitos sobre o homem e toxicidade

A amônia é um gás tóxico e corrosivo na presença de umidade, agindo


principalmente ao sistema respiratório, exercendo uma ação corrosiva e causando
grande irritação. Sua inalação causa tosse, dificuldades respiratórias, inflamação
aguda do sistema respiratório, edema pulmonar, formação de catarro, secreção de
saliva e retenção de urina. Sua presença no ar causa irritação nos olhos
imediatamente.

No Brasil o anexo número 11 da Norma Regulamentadora 15 (NR 15) determina que


no ambiente de trabalho a concentração máxima para uma exposição semanal de
até 48 horas é de 20 ppm e na caracterização desta situação o ambiente é
considerado medianamente insalubre.

A inalação de amônia em altas concentrações produz um acesso de tosse violento


devido a sua ação nas vias respiratórias. Se não for possível escapar rapidamente
do local, a vítima sofrerá forte irritação dos pulmões, edema pulmonar e até mesmo
a morte.

Caso amônia liquida seja engolida, ela causará uma corrosão severa da boca,
garganta e estômago.

A exposição às altas concentrações do gás pode causar queimadura nos olhos e


cegueira temporária. O contato direto dos olhos com amônia liquida causará
queimaduras muito sérias nos olhos. O contato da amônia com a pele, dependendo
da intensidade, poderá causar irritação ou queimaduras.

Primeiros Socorros

Remova a vítima imediatamente para um lugar descontaminado de preferência ao ar


livre. Caso a pessoa esteja apresentando dificuldades respiratórias pode ser
administrado oxigênio. Caso a pessoa apresente perda de consciência e parada
respiratória, é necessário fazer respiração artificial (boca a boca) seguida de
administração de oxigênio. Caso haja parada cardíaca, massagem cardíaca
simultaneamente a respiração artificial será necessária, fazendo-se 5 massagens
cardíacas e uma respiração alternadamente. Em qualquer caso chame
imediatamente um medico ou socorro especializado.

Caso as roupas da pessoa não estejam contaminadas com amônia, elas devem ser
removidas imediatamente e todas as áreas da pele afetadas devem ser lavadas com
água em abundância. Se existirem chuveiros de emergência na área, a vítima deve
ser colocada sob o mesmo e as áreas afetadas lavadas com água em abundância.
Em caso de contato dos olhos com amônia liquida ou vapor, os mesmos devem ser
lavados com água em abundância por pelo menos 15 minutos, caso a pessoa utilize
lentes de contato, as mesmas devem ser removidas para garantir que a água
consiga lavar o local atingido. Caso seja notado que a irritação dos olhos persiste os
mesmos devem ser lavados por um segundo período de 15 minutos e a pessoa
encaminhada a um oftalmologista imediatamente.
Caso haja suspeita que a pessoa tenha engolido amônia, ela deve beber grandes
quantidades de limonada e ser imediatamente encaminhada ao médico

Precauções no manuseio e na estocagem

Os cilindros de amônia devem ser estocados em área bem ventilada, longe de calor
e de todos os tipos de chamas abertas ou faíscas. Não use amônia nas
proximidades de motores, instalações elétricas abertas ou de quaisquer outros
equipamentos que possam produzir faíscas.

Não estoque cilindros de amônia com cilindros contendo oxigênio, cloro, quaisquer
outros oxidantes ou juntamente a outros materiais inflamáveis. Prenda
adequadamente os cilindros para evitar queda. Caso seja necessário ter instalações
elétricas na área de estocagem, como por exemplo: iluminação, esta deve ser à
prova de explosão, somente um especialista pode montá-la de forma segura.

Todas as pessoas envolvidas no manuseio de amônia, devem dispor de


equipamentos de proteção individual (EPI´s), tais como: máscaras panorâmicas
contra vapores alcalinos, máscara de fuga, luvas de borracha ou plástico, óculos de
segurança para produtos químicos, aventais de borracha ou plástico e sapatos
compatíveis com o produto. Por se tratar de um produto inflamável, todas as
tubulações e equipamentos devem ser aterrados.

Os equipamentos devem ainda ser providos de válvulas unidirecionais para prevenir


o retorno de líquidos pela tubulação e a possibilidade de reações violentas com o
produto dentro do cilindro. Não se pode esquecer que amônia é corrosiva em
presença de umidade, podendo na eventualidade de uma entrada de água dentro
dos cilindros corroer os mesmos e comprometer sua resistência estrutural.

Na área de manuseio do produto, devem ser instalados “lava olhos” e chuveiros de


emergência. Os cilindros de amônia nunca devem ser diretamente aquecidos por
chamas ou vapor. O aquecimento sem controle do cilindro pode causar uma
expansão do liquido e dependendo das condições a explosão do mesmo.

Caso seja necessário a utilização de amônia em ambiente confinado, o cilindro deve


ser instalado dentro de uma cabina especial com um sistema de exaustão, purga
com nitrogênio e de neutralização dos gases residuais. Maiores informações sobre
este assunto podem ser obtidas junto ao departamento técnico da Gama Gases.
Informações para transporte

Dados os riscos envolvidos e a complexidade das exigências de segurança legais e


normativas para o transporte terrestre de produtos perigosos em geral, e
especificamente da amônia, sugerimos que os clientes não transportem gases a
granel ou em cilindros, a menos que estejam altamente familiarizados com as
exigências mencionadas e possuam os equipamentos e recursos necessários. As
informações que se seguem têm caráter puramente ilustrativo e não estão
completas. Recomendamos enfaticamente que quando o transporte seja
indispensável para a operação de um determinado cliente, este, adquira a versão
mais atualizada do “Manual de Autoproteção – Produtos Perigosos – Manuseio e
transporte rodoviário” publicado pela Indax Advertising Comunicação Ltda. ou então
da coletânea de decretos lei e normas pertinentes da ABNT.

O transporte da amônia em cilindros deve ser feito em caminhão equipado com


carroçaria metálica aberta, que possua condições de transportá-los em posição
vertical e que esteja devidamente sinalizado e equipado com o kit de emergência
apropriado ao produto ou produtos que esteja transportando. O motorista deve
possuir habilitação compatível como tipo e porte de veículo utilizado e ter participado
com aproveitamento de curso de “transporte de produtos perigosos” ministrado por
estabelecimento de ensino reconhecido.

Em toda operação de transporte os seguintes documentos são de porte obrigatório:


habilitação do motorista, certificado de conclusão do curso de transporte de produtos
perigosos, envelope de transporte contendo: notas fiscais dos produtos
transportados e suas fichas de emergência.

Normalmente o kit de emergência para o transporte de gases é constituído de: 10


cones de sinalização, 4 placas auto portantes com inscrição “Perigo Afaste-se” com
dimensões mínimas de 340 x 470 mm, 100 metros de fita zebrada com largura
mínima de 70 mm, 06 suportes para sustentação da fita zebrada, 02 calços de
madeira de 150 x 150 x 200 mm, 01 caixa com jogo de ferramentas, 01 lanterna
grande com pilhas novas carregadas, isto alem de EPI´s como óculos de segurança,
pares de luvas de raspa de couro, capacete, etc. em perfeitas condições e em
quantidades suficientes para o motorista e demais ocupante do veiculo de
transporte. Isto sem falar em extintores de incêndio e demais item de segurança do
veiculo. No caso especifico da amônia as leis e normas vigentes devem ser
consultadas para verificar se existem requisitos adicionais.

Além das sinalizações regulares como faixas refletivas na carroçaria e pára-


choques, as unidades de transporte devem estar instaladas com rótulos de risco,
além de painéis de segurança. Como os regulamentos normativos para sinalização
do veículo são muito complexos nos limitamos a informar abaixo somente os dados
principais que devem definir a sinalização da amônia e recomendamos que seja
consultada a coletânea de normas ABNT para o transporte terrestre de produtos
perigosos.
» Produto: Amônia, anidra
» Número da ONU: 1005
» Classe de risco: 2.3 – gases tóxicos
» Risco subsidiário: 8 – substância corrosiva.
» Número de risco: 268

Detecção de Vazamentos

Devido à toxicidade e corrosividade da amônia, todos os equipamentos:

Válvulas, reguladores de pressão, conexões, tubulações, etc. que se destinem à


com ele ser utilizados devem ser devidamente testados e condicionais antes do uso.
Três métodos de teste que podem ser utilizados estão listados abaixo em ordem de
preferência:

1. Pressurizar o sistema com hélio industrial e testar todas as conexões com


um detector de vazamento de hélio, normalmente um espectrômetro de
massa. Este teste necessita ser realizado por um especialista, porém, dá
excelentes resultados e o sistema se torna altamente confiável.

2. Pressurizar o sistema com uma mistura de no máximo 5% de Hidrogênio


em Nitrogênio e testar todas as conexões com um detector de condutividade
térmica. Este teste necessita ser realizado por uma pessoa adequadamente
treinada, dá resultados muito satisfatórios e o sistema se torna confiável.

3. Pressurizar o sistema com nitrogênio e testar todas as conexões e pontos


suspeitos com uma mistura de água e detergente. Este teste pode ser feito
por quase qualquer pessoa, porém os resultados podem não ser os mais
seguros e pequenos vazamentos podem não ser detectados. Por se tratar de
equipamento que será utilizado com gás tóxico e corrosivo na presença de
umidade este método não é o mais recomendado. Após a detecção e
correção dos vazamentos, é imprescindível a secagem dos equipamentos
através da passagem de nitrogênio seco por seu interior, ate haver plena
certeza que toda a umidade residual tenha sido eliminada.
Simulação de Vazamento e Contenção de Amônia NH3

O que é amônia (NH3)?

A amônia é um produto básico na indústria química e tem aplicações domésticas e


industriais.
Na indústria, a amônia é usada no refino de petróleo, como insumo na fabricação de
produtos farmacêuticos e como gás refrigerante nos processos de resfriamento de
câmaras frigoríficas e ar condicionado industrial. Na agricultura, a amônia pode ser
usada na fabricação de fertilizantes, e no tratamento antifúngico para os citrinos.
A amônia também pode ser produzida naturalmente quando os
materiais armazenados como esterco, compostagem e outros materiais orgânicos se
decompõem.
Quadro Informativo - Amônia

A amônia pode ser misturada com água e vendida como hidróxido de amônio.

Riscos da Amônia

Os trabalhadores em todas as indústrias devem saber que, apesar de seu uso


comum, a amônia representa riscos à saúde e, esses riscos exigem uso
adequado de equipamentos de proteção individual (EPI) e procedimentos de
segurança e manuseio bem elaborados.

A amônia é considerada um produto químico perigoso, corrosivo para a pele, olhos,


vias aéreas superiores e pulmões.

A amônia tem um cheiro característico e, é irritante quando inalada, e o nariz é


geralmente o primeiro a sentir os sintomas da exposição. Caso seja inalada, pode
causar tosse, chiado no peito, falta de ar, asfixiar e queimar as vias
aéreas superiores.

Para evitar à superexposição a amônia é importante conhecer os limites de


exposição, as concentrações e propriedades dos materiais que podem reagir com o
NH3 em seu ambiente de trabalho. É importante alojar e armazenar esses materiais
em um local fresco, seco e longe de materiais incompatíveis, tais como cloro, ácido,
oxidante e metais. Caso vá utilizar algum produto que contenha NH3 em sua fórmula,
faça isso em áreas bem ventiladas e com facilidade de acesso a saída e próxima a
torneiras onde possa se lavar em caso de exposição. Nunca misture amônia
com cloro (alvejante) porque a combinação cria cloraminas, um gás extremamente
tóxico e irritante. No ambiente de trabalho, use os EPIs adequados para as tarefas
de trabalho onde haja presença de NH3, elabore estudo sobre as condições, riscos e
planos de emergência para esse produto.

Limites de Exposição

NR15 - 20 ppm
ACGIH (2010) - 25 ppm
IDLH - 300 ppm (IPVS)
Ácido Sulfúrico

Descrição:
É o principal ácido usado na indústria e no laboratório.

Ele é tão importante, que a quantidade de ácido sulfúrico produzido ou consumido


por um país e um indicador de seu desenvolvimento econômico.

É um ácido de grande poder desidratante. Ele carboniza o papel, tecido, açúcar e


amidos. A carbonização é devido a retirada da molécula de agua.

Ele tem ação corrosiva para a pele e o tecido do corpo humano, animais e vegetais.

Preparação na Indústria:

S + O2  SO3
SO2 + 1/2O2  SO3
SO3 + H2O  H2SO4

Aplicações

Da indústria química pesada ao seu automóvel:

O maior consumo do H2SO4 é na fabricação de fertilizantes, como os superfosfatos e


o sulfato de amônio. É o ácido usado em baterias. È consumido em grandes
quantidades em inúmeros processos industriais como petroquímicas, fabricação de
papel, desidratação do álcool.

Fertilizantes

Aproximadamente 60 % do total mundial produzido de ácido sulfúrico é usado na


produção por via úmida de ácido fosfórico destinado a produção de fertilizantes
fosfatados e de trifosfato de sódio, componente de detergentes. Os fertilizantes a
base de fósforo são obtidos a partir de rochas fosfáticas, principalmente as apatitas-
hidroxiapatita, Ca5(PO4)3OH, e fluoroapatita, Ca5(PO4)3F, pelo tratamento com ácido
sulfúrico.

Fertilizante fosfatado (static.howstuffworks.com).

Reação com a fluoroapatita

Embora possa apresentar variação de composição, a fluoroapatita é a matéria prima


utilizada na reação a seguir, onde tal mineral é tratado com ácido sulfúrico na
concentração aproximada de 93 %, formando primeiramente sulfato de cálcio,
fluoreto de hidrogênio (HF) e ácido fosfórico. Remove-se o HF como ácido
fluorossilícico, representando-se a globalidade das reações envolvidas como:

Ca5(PO4)3F + 5 H2SO4 + 10 H2O → 5 CaSO4. 2H2O + HF + 3 H3PO4

O ácido fluorossilícico (H2SiF6) é um subproduto, o qual forma-se pela reação com


minerais silicosos, pela seguinte reação:

SiO2 + 6HF → H2SiF6 + 2H2O

Processo de produção de ácido fosfórico a úmido

O ácido fosfórico é um ácido industrial importante usado também na produção de


fertilizantes e é também usado na produção de alimentos.

Rocha fosfática na forma de fluoroapatita é alimentada em uma série de reatores


com ácido fosfórico reciclado do processo. A lama ácido fosfórico-fluoroapatita é
misturada com ácido sulfúrico o qual é adicionado a série de reatores com um
agende de lixiviação. Após completar-se a série de reatores, a corrente do processo
é lavada com condensado de evaporador ao ser forçada através de um filtro. O
“bolo” de filtragem é composto principalmente de gesso (carbonato de cálcio
hidratado, CaSO4.2H2O). O produto ácido é concentrado a 75-100% por uma séries
de evaporadores e então esfriado antes de seu armazenamento.

Reações do processo:

Ca3(PO4)2 + 4H3PO4 → 3Ca(H2PO4)2

3Ca(H2PO4)2 + 3H2SO4 + 6H2O → 3CaSO4 6H2O + 6H3PO4


As temperaturas da reação situam-se na faixa de 40°C (105 0F) a 80°C (175 0F),
aproximadamente, decrescendo durante o processo.

Método de produção de lantanídeos tem sido desenvolvido a partir deste processo.

A lixiviação também possibilita a recuperação do urânio através da extração líquido-


líquido.
2. Sulfato de amônio

Determinados fertilizantes ditos sulfatados, como o sulfato de amônio, são


produzidos com o ácido sulfúrico como matéria prima, mas em quantidades menores
que os fosfatados.

Pode-se produzir o sulfato de amônio pela reação de ácido sulfúrico com o


amoníaco (hidróxido de amônio), que é a solução aquosa de amônia, resultando no
hidróxido de amônio:

H2SO4 + 2NH4OH → (NH4)2SO4 + 2 H2O

3. Sulfato de alumínio

O sulfato de alumínio é outro importante derivado do ácido sulfúrico. Este sal é


usado na produção de papel, reagindo com pequenas quantidades de sabão em
fibras de polpa de papel resultando em carboxilados de alumínio gelatinosos,
auxiliando na coagulação das fibras formando o propriamente dito papel. O sulfato
de alumínio encontra aplicação na produção de hidróxido de alumínio, utilizado para
tratamento de água para a coagulação de impurezas. Obtém-se o sulfato de
alumínio pelo tratamento do óxido de alumínio na forma do minério bauxita pelo
ácido sulfúrico:

Al2O3 + 3 H2SO4 → Al2(SO4)3 + 3 H2O

Baterias

As baterias, ou acumuladores, de chumbo-ácido presente em veículos são


recarregáveis e contêm como eletrólito o ácido sulfúrico. Baterias deste tipo são
compostas de células com placas de chumbo-ácido. Cada célula da bateria produz 2
volts, e são usuais baterias de 6 células, correspondentes a 12 volts, e 12 células,
correspondentes a 24 volts.
Decapagem de metais

O ácido sulfúrico possui ainda grande aplicação no tratamento de superfícies de


metais, em metalurgia. Na decapagem de metais, mais e mais tem sido substituído
pelo ácido clorídrico. Antes de 1963, quase todo o aço era decapado com ácido
sulfúrico.

5.1. Questões práticas

As decapagens recomendadas com ácido sulfúrico são:

Para aço carbono: ácido sulfúrico em concentrações entre 10 e 20% em água e o


tempo de decapagem depende da espessura da carepa ou ferrugem. O ácido
sulfúrico é usado sob aquecimento. Possui as vantagens de ser mais econômico em
seu consumo, ser de processo mais simples de regeneração, produzir menos
vapores e odores e ser armazenável em tambores de ferro.

A decapagem por ácido sulfúrico é utilizada principalmente para pré-decapagem de


peças que contêm carepa ou pontos de solda. A concentração utilizada geralmente
é de 20 a 30% a temperatura do banho de 50˚C para aceleração da reação. Para o
caso de decapagens posteriores ao desengraxamento eletrolítico utilizam-se
soluções diluídas de ácido sulfúrico (10-20%). Esta estapa de tratamento é
recomendada ser a última e destina-se a verificar a qualidade do desengraxamento.

Seu custo é decisivo em sua escolha, e porque é vendido em soluções mais


concentradas que o ácido clorídrico (faixas de 90 contra 30%), embora exija tempos
de operação maiores (estes tempos são relacionados à quantidade de ferrugem ou
carepa a serem removidas).

Para o ferro fundido é recomendado o ácido sulfúrico diluído com acréscimo de


aditivos.

O zinco é tratado à temperatura ambiente com ácido sulfúrico (ou clorídrico) em


concentração de 3 a 10% acrescido de aditivos. Já para ligas de zinco contendo
cobre e alumínio usa-se decapagem preliminar em mistura de ácido crômico e
clorídrico e uma decapagem final em solução com alto teor de ácido crômico.
Decapagem e anodização com ácido sulfúrico
(www.lagalvanizing.com e www.arsenia.fr).

Outras aplicações
Ainda podem-se citar as seguintes aplicações massivas do ácido sulfúrico:

No refino de petróleo. Como catalisador na reação do isobutano com isobutileno,


resultando em iso-octano, um composto utilizado no aumento da octanagem da
gasolina.

Em diversas sulfonações específicas na indústria de derivados orgânicos.

Na fabricação do ácido clorídrico, em reação com o cloreto de sódio.

Como acidificante em banhos de galvanoplastia.

Na fabricação do nylon.

Na elaboração de matérias primas para detergentes.

Na fabricação de explosivos nitrados, como o trinitrotolueno.

Para mais informações, veja nosso artigo: Ácido Nítrico – Aplicações

Na fabricação de vários pigmentos e corantes, como na produção de dióxido de


titânio a partir da ilmenita

Como catalisador ácido comum na conversão de ciclohexanona oxima em


caprolactama.

Pode-se ainda citar que o ácido sulfúrico também é um ingrediente principal de


alguns tipos de composições desentupidoras de encanamentos destinados
especificamente a remover derivados de celulose, como papel, pedaços de tecido e
outros materiais que não são atacados por soluções cáusticas, normalmente de
hidróxido de sódio.

Desenvolve-se, pela reversibilidade da reação do trióxido de enxofre com a água,


resultando no ácido sulfúrico, a produção de hidrogênio por meio de aquecimento
por reator nuclear, sem a produção de dióxido de carbono.

Um esquema do equipamento é mostrado abaixo:

Reator para a produção nuclear de hidrogênio a partir do ácido sulfúrico.

(segundo ”jolisfukyu.tokai-sc.jaea.go.jp“)

O ácido sulfúrico também entra em processos de tratamento de efluentes e resíduos


industriais e de produtos de consumo, especialmente se contendo metais pesados,
como as sucatas eletrônicas.

Como reagente analítico, em inúmeras análises qualitativas e quantitativas, incluindo


titrações (volumetrias) específicas.
Curva de titração com ácido sulfúrico (www.titrations.info).

Ácido Clorídrico
Do sal marinho aos mais complexos compostos

Neste artigo, aos moldes do que realizei para o ácido sulfúrico, compilarei o máximo
possível de informações, dados técnicos, bibliografia, referências confiáveis na Web
e artigos técnico-científicos recentes sobre o ácido clorídrico e o cloreto de
hidrogênio.

Uma nota inicial: Sendo o ácido clorídrico uma solução de cloreto de


hidrogênio em água, este artigo tratará tanto da substância pura, cloreto de
hidrogênio, quanto de sua solução, popularmente conhecida e de grande
comercialização e número de aplicações.

1.Definições Gerais

O ácido clorídrico é a solução de cloreto de hidrogênio, um composto químico de


fórmula HCl, em água. Concentrado, ele tem um odor acre e picante, é higroscópico
e libera vapores visíveis em contato com o ar úmido.

A solução é um ácido mineral definido como forte, pois possui alta dissociação
iônica, independentemente de ser uma substância altamente reativa, como já o é o
gás cloreto de hidrogênio.

O cloreto de hidrogênio, a temperatura ambiente, é um gás incolor que forma fumos


de ácido clorídrico em contato com a umidade atmosférica.
Embora seja o cloreto de hidrogênio que tenha a fórmula química HCl, esta fórmula
é usada normalmente para referir-se, embora erroneamente, ao ácido clorídrico.

Cilindros de cloreto de hidrogênio (www.made-in-china.com).

2.Sinônimos, Nomenclatura, Classificações

Para o cloreto de hidrogênio, tem-se o raramente utilizado termo "clorano"


(similarmente ao metano, composto de hidrogênio com um átomo de carbono).

Para o ácido clorídrico propriamente dito, tem-se o ácido muriático, nome ainda
usado no comércio, em especial, relacionado à construção civil e ferragens.

O cloreto de hidrogênio é classificado com o Número CAS 7647-01-0 e


Número EC 231-595-7.
O ácido clorídrico é classificado com o Número CAS 231-595-7.

Classificado como CES n° 017-002-01-X (conc. > 25%) e 017-002-02-7 (10% <
conc. < 25%).

Ambas as apresentações do cloreto de hidrogênio, gás e solução, são classificados


com o Número RTECS MW4025000.

3.Estrutura e Composição Química da Substância Pura

Tendo fórmula química HCl, observa-se que o cloreto de hidrogênio é composto de


hidrogênio (H) e cloro (Cl), formando moléculas diatômicas nas quais os átomos são
ligados por uma ligação covalente simples. O cloro e o hidrogênio encontram-se nas
seguintes proporções em unidades de massa atômica:

Hidrogênio: 1 átomo x 1,00794 ua = 1,00794 ua correspondendo a aproximadamente


2,7644 % do total.

Cloro: 1 átomo x 35,453 ua = 35,453 ua correspondendo a aproximadamente 97,2355 %


do total.

Totalizando uma massa molecular de 35,453 ua.

Modelo espacial da molécula de HCl (raesystems.eu).


Modelo "bolas e varetas" da molécula de HCl (de.academic.ru).

Para um estudo mais completo de como se comporta esta molécula e suas


características, ver nosso artigo:
Espectro infravermelho do cloreto de hidrogênio

4.Propriedades Físicas

4.1.Do cloreto de hidrogênio

Massa molar: 36.46 g/mol (HCl)


Densidade: 1,477 g/L, (25 °C)
Solubilidade em água: 72 g/100 ml (20 °C).
Ponto de fusão: -114.2 °C (158.8 K)
Ponto de ebulição: -85.1 °C (187.9 K)
Constante de acidez (pKa): -7

4.2.Do ácido clorídrico


Primeiramente, citemos algumas propriedades gerais úteis.

Densidade: de 1,01 a 1,21 conforme as concentrações em HCl, 1,18 g/cm 3 (da


solução de HCl a 38% em água)

Ponto de fusão: −27.32 °C (247 K) da solução de HCl a 38% em água (citado


também na literatura como-25,4oC para esta concentração).

Ponto de ebulição: 110 °C (383 K), solução de HCl a 20.2% em água; 48 °C


(321 K), da solução de HCl a 38% em água.

Solubilidade em água: as soluções de HCl em água, ao limite de 72 g/100 ml


(20 °C), são solúveis em todas a proporções, ou ditas miscíveis.

Solubilidade em outros produtos: solúvel no álcool, no éter, no benzeno, na


acetona, no ácido acético, no clorofórmio, etc.

Constante de acidez (pKa): −8.0

Viscosidade: 1.9 mPa·s a 25 °C, da solução de HCl a 31,5%% em água.

As propriedades físicas do ácido clorídrico, tais como seus pontos de ebulição e


fusão, densidade e pH dependem da concentração ou molaridade do HCl na
solução ácida. Elas variam desde concentrações muito baixas, próximas de 0% de
HCl a valores para o ácido clorídrico fumegante a mais de 40% de HCl

Densidade em função da concentração do ácido clorídrico (us.mt.com).


Ácido clorídrico
Concentração vs. densidade (20°C)
% ácido em peso Densidade [g/cm3]
0,50 1,0007
1,00 1,0031
1,50 1,0056
2,00 1,0081
2,50 1,0105
3,00 1,0130
3,50 1,0154
4,00 1,0179
4,50 1,0204
5,00 1,0228
5,50 1,0253
6,00 1,0278
6,50 1,0302
7,00 1,0327
7,50 1,0352
8,00 1,0377
8,50 1,0401
9,00 1,0426
9,50 1,0451
10,00 1,0476
11,00 1,0526
12,00 1,0576
13,00 1,0626
14,00 1,0676
15,00 1,0726
16,00 1,0777
17,00 1,0828
18,00 1,0878
19,00 1,0929
20,00 1,0980
22,00 1,1083
24,00 1,1185
26,00 1,1288
28,00 1,1391
30,00 1,1492
32,00 1,1594
34,00 1,1693
36,00 1,1791
38,00 1,1886
40,00 1,1977

São citadas as seguintes tensões de vapores por temperatura para concentração de


37-38%
Tensão de vapor (HCl gás)

°C mbars
0 26
20 43
40 64

Pressão de vapor em função da temperatura - editado de Air Liquid

As pressões de vapor e composições dos vapores de soluções aquosas insaturadas


de ácido clorídrico tem sido correlacionadas. Os equilíbrios de vapor-líquido para o
sistema água-cloreto de hidrogênio a pressões acima de 1632 kPa (222 psig) e a
temperaturas de -10°C a +70°C tem sido medidos.

Ácido clorídrico como a mistura binária (de dois componentes) de HCl e H2O tem um
ponto de ebulição constante como azeótropo a 20.2% HCl e 108.6 °C (227 °F).
Técnicas de obtenção e uso desta composição são descritas na literatura de
química analítica.

Propriedades de Ácido Clorídrico de Ponto de Ebulição Constante


Pressão, Densidade
P.E. °C HCl % em peso
kPa* a 25°C *1,013×105 Pa = 1 atm
6,7 48,724 1,1118 23,42
Medições: sobre as
33 81,205 1,1042 21,883 concentrações de HCl de
66 97,578 1,0993 20,916 0,00555 m a 11,1 m e sobre
uma faixa de temperatura de
93 106,424 1,0966 20,360 25°C a 80°C foram feitas e os
97 1,0963 20,293 coeficientes de atividade
também determinados.
101 108,584 1,0959 20,222
104 20,173
106 110,007 1,0955 20,155
133 116,185 1,0933 19,734

Correlações excelentes entre os padrões calorimétricos e eletroquímicos de calor de


de dissolução foram encontrados.

Existem quatro pontos eutéticos de cristalização para o ácido clorídrico. Em outras


palavras, o cloreto de hidrogênio forma quatro hidratos.Entre a forma cristalina
de HCl·H2O (68% HCl), HCl·2H2O (51% HCl), HCl·3H2O (41% HCl), HCl·6H2O (25%
HCl), e gelo (0% HCl). Existe também um ponto eutético metaestável a 24.8% entre
gelo e a cristalização da espécie HCl·3H2O.

O dihidrato é formado quando uma solução é esfriada a pressão atmosférica.


Dissocia-se a -18,3°C em vasos abertos e tem um ponto de fusão de -17,7°C em
tubos selados. É mostrado por análise por raios X como sendo (H 2O)2H+Cl-. O
monohidrato tem um ponto de fusão de -24,9°C. Um hexahidrato muito instável tem
um ponto de fusão de -70°C. Iniciando com água pura, a adição de cloreto de
hidrogênio baixa o ponto de congelamento até uma temperatura eutética de
aproximadamente -85°C que é alcançada a 25% de HCl, uma concentração que
corresponde aproximadamente à composiçãop do hexahidrato. Na continuação da
adição do HCl desce o ponto de congelamento primeiro para aquele do trihidrato e
subsequentemente para aquele do dihidrato.

A dendidade do vapor para o HCl desprendido pelas soluções concentradas


("fumegantes") de HCl é citada como sendo: (ar = 1) (HCl gás):1,268

Uma equação de estado para o vapor de ácido clorídrico concentrado e diluído para
frações molares de HCl até 0,23 em temperaturas até 780 K e pressões até 15,0
MPa (150 bar) tem sido desenvolvida. Uma equação Redlich-Kworg simplificada

PV=R.T+Bp,
foi encontrada para dar um melhor ajuste que uma equação de van der Waals para
os dados. Nesta equação,B=b-aR-1.T1,5. Para esta equação,

a/(cm6.Pa.K0,5.mol2)=3283 - 4035xHCl

b/(mol.cm³)=139,8-218,4xHCl

O valor da constante R é dado como 8,3143 MPa.cm³/(mol.K)

A linha de saturação é definida pela equação:

log10P(K.Pa)=3,515-2056K/T+xHCL(2,064-988K/T)

4.3.Aparência

O cloreto de hidrogênio a temperatura e pressão ambiente apresentam-se como um


gás incolor.

O ácido clorídrico em diversas concentrações apresenta-se como líquido claro e


incolor a levemente amarelado, especialmente quando contaminado com ferro.

4.4.Propriedades termoquímicas
.
Entalpia de formação:
ΔfH0gasoso: -92,31±0,10 kJ·mol-1 (298,15 K) (gás)
ΔfH0líquido: ? kJ/mol
0
ΔfH sólido: ? kJ/mol
.
Entropia molar:

S0gasoso, 1 bar: 186,902±0,005 J·mol-1·K-1 (298,15 K) (gás)


S0líquido, 1 bar: ? J/mol·K
S0sólido, 1 bar: ? J/mol·K
.
Entalpia de formação:

ΔfH0gasoso: 8,640±0,001 kJ·mol-1 (298,15 K) (gás)


ΔfH0líquido: ? kJ/mol
0
ΔfH sólido: ? kJ/mol

4.5.Polaridade e condutividade

Condutividade de soluções aquosas de HCl em determinadas concentrações:

Concentração HCl Condutividade(µS


(ppm ou mg/L) at 25°C)
10 116
30 340
100 1140
300 3390
1000 11100
3000 32200
10000 103000

Já o cloreto de hidrogênio apresenta uma condutividade de 0,01 (µS/cm) ou 0,0254


(µS/in) a -96 °C ou -140 °F.

Pesquisa-se a condutividade das soluções de ácido clorídrico a alta temperatura e


alta pressão.

4.6.Viscosidade
A viscosidade de soluções de ácido clorídrico decai levemente com o aumento da
concentração e é relacionada com a concentração molar c pela seguinte equação:

(n-n0)n0 = 0,0030 + 00620c0,5 + 0,0008c

onde n0 é a viscosidade da água (0,8904 mPa.s (=cP) a 25°C). A tensão superficial


das soluções de ácido clorídrico são levemente menores que as da água (71,97
mN/m (=dyn/cm) a 25°C), declinando lentamente quando a concentração é elevada.

5.Propriedades químicas

5.1.Dissociação

Devido ao átomo de cloro ser muito mais eletronegativo que os átomo de


hidrogênio, a ligação covalente entre os dois é completamente polar.
Consequentemente, a molécula tem um um momento dipolar com uma carga parcial
negativa δ- no átomo de cloro e uma carga parcial positiva δ+ no átomo de
hidrogênio. Em parte devido a esta alta polaridade, o HCl é muito solúvel em água e
em outros solventes polares.

Cloreto de hidrogênio é um ácido monoprótico, o que significa que ele pode


dissociar-se (i.e., ionizar-se) somente uma vez resultando em um íon H+ (um
único próton). No ácido clorídrico (solução aquosa), o íon H +junta-se a uma
molécula de água para formar um íon hidrônio, H3O+ ,por uma reação reversível:

HCl(l) + H2O(l) ⇌ H3O+(aq) + Cl−(aq)


O cloreto de hidrogênio é um ácido muito mais forte que a água e o equilíbrio tende
predominantemente para a direita, tanto que o ácdo clorídrico é um exemplo de um
ácido mineral forte. A água aceita um próton para formar [H 3O]+ e então torna-se
uma base de Brønsted. Na direção inversa, [H3O]+ atua como um ácido fraco e Cl-
como uma base fraca, aqui são, respectivamente, o ácido conjugado e a base
conjugada de H2O e HCl.
Além do [H3O]+ , outro íon formado é Cl−, o íon cloreto. O ácido clorídrico pode
portanto ser usado para preparar os sais chamados cloretos, tais como o cloreto de
sódio. O ácido clorídrico é um ácido forte, já que essencialmente se dissocia
completamente em água. Em outras palavras, o cloreto de hidrogênio é virtualmente
completamente ionizado em soluções aquosas de todas menos nas mais altas
concentrações.

Funções termodinâmicas tem sido determinadas eletroquimicamente para os


processos:
HCl(g) ⇌ H+(aq) + Cl−(aq) (Processo 1)

HCl(l) ⇌ H+(aq) + Cl−(aq) (Processo 2)

Os valores a uma diluição infinita, a 25°C e 101,3 Kpa (1 atm) são relacionados na
tabela abaixo:

Propriedade* Valor
Processo 1 Processo 2

ΔH0 kJ/mol -74,852 -57,32

ΔG0 kJ/mol -35,961 -39,7

ΔS0 J/(mol.K) -130,33 -56,53

*Para a concersão de J para kcal, dividir por 4,184.

Ácidos monopróticos tem uma constante de dissociação ácida, Ka, a qual indica o
nível de dissociação em água. Para um ácido forte como o HCl, Ka, é grande.
Tentativas teóricas de determinar a Ka ao HCl tem sido feitas. Quando sais cloretos
tais como o NaCl são adicionados ao HCl eles praticamente não afetam o pH,
indicando que o íon Cl− é uma base conjugada excessivamente fraca e esse HCl é
separado inteiramente na solução aquosa. Por intermediar as soluções fortes de
ácido clorídrico, a suposição que a molaridade de H+ iguala-se à molaridade de HCl
é excelente concordando em até quatro dígitos significativos.

Quando da ausência de água, o cloreto de hidrogênio pode ainda atuar como um


ácido. Por exemplo, o cloreto de hidrogênio pode dissolver-se em outros soventes
tais como o metanol, protonando moléculas ou íons, e serve como um catalisador
ácido para reações químicas onde condições anidras (isentas de água) são
desejadas:

HCl + CH3OH → CH3O+H2 + Cl−


Por causa desta natureza ácida, o cloreto de hidrogênio é um gás corrosivo,
particularmente na presença de qualquer umidade.

5.2.Ácido clorídrico como um ácido forte


Dos sete ácidos minerais fortes comuns em química, o ácido clorídrico é o ácido
monoprótico menos provável submeter-se a uma reação de oxidação-redução. É um
dos ácidos fortes menos perigosos de manipular-se, a despeito de sua acidez, ele
consiste de um não reativo e não tóxico íon cloreto (apesar de tal questão ter outros
fatores a serem analisados e considerados, como vê-se em 8.Segurança e
9.Questões Ambientais). Ácido clorídrico de concentrações
intermediárias é bastante estável em estocagem, mantendo suas concentração ao
longo do tempo. Estes atributos, somados ao fato que é disponível como um
reagente puro, significam que o ácido clorídrico resulta em um excelente agente
acidificante.

5.3.Ácido clorídrico, um azeótropo e reagente analítico

Ácido clorídrico é o ácido preferido em titração para a determinação de bases.


Ácidos fortes titritantes dão resultados mais precisos devido a um mais distinguível
ponto final. Ácido clorídrico azeotrópico ou "de ebulição constante" (em torno
de 20.2%, como já citado) pode ser usado como um padrão primário em análise
química quantitativa, embora sua concentração exata dependa da pressão
atmosférica quando é preparado.

Ácido clorídrico é é frequentemente usado em análises químicas para preparar


(digerir) amostras para análises. Ácido clorídrico concentrado dissolve muitos metais
e forma cloretos do metal oxidado e gás hidrogênio, e estes reagem com compostos
básicos tais como o carbonato de cálcio ou o óxido de cobre II, formando o cloreto
dissolvido que pode ser analisado.

5.4.Reações Químicas

5.4.1.Reações com metais

Metais de reação imediata

O ácido clorídrico reage com um grande número de metais formando cloreto e


liberando hidrogênio gasoso em reações de deslocamento. O magnésio reage
imediata e bastante vigorosamente, O zinco reage um pouco menos vigorosamente
que o magnésio.

Mg(s) + 2 HCl → MgCl2 + H2(g) ↑

Zn(s) + 2 HCl → ZnCl2 + H2(g) ↑


Metais passivados por camadas de óxido

O alumínio, que está entre o magnésio e o zinco na série eletroquímica, também


reagirá vigorosamente, mas somente após um certo tempo (o alumínio metálico é
normalmente recoberto com um filme protetor de óxido de alumínio, resultante da
reação do alumínio com o oxigênio do ar e a demora na reação do alumínio com o
ácido deve-se ao tempo que leva para o ácido reagir com este filme de óxido, assim
removendo-o e posteriormente entrando em contato com o metal).

Al(s) + 3 HCl → AlCl3 + 3/2 H2(g) ↑


O ferro reagirá bem mais lentamente com o ácido clorídrico. Assim, somente depois
de um certo tempo é que algumas bolhas de hidrogênio se tornarão visíveis,
juntamente com uma coloração amarela decorrente da formação do íon ferro (III),
Fe3+.

Fe2O3 + Fe + 6 HCl → 3 FeCl2 + 3 H2O

Fe(s) + 2 HCl → FeCl2 + H2(g) ↑


No caso do estanho, qualquer reação será visível na forma de pequenas bolhas de
hidrogênio na superfície do metal, mas somente depois de 10 minutos a 15 minutos.

2 Sn(s) + 2HCl(l)  SnCl2(aq) + H2(g) ↑

Metais resistentes ao ácido clorídrico

O cobre não reage, embora uma leve coloração amarela possa ser observada em
soluções de ácido clorídrico em contato com o metal, em decorrência da formação
do íon complexo CuCl42-(aq) resultante da reação do ácido com o fino filme de óxido
que recobre o cobre. O comportamento do cobre pode ser previsto com base na fila
eletroquímica, pois ela indica que o hidrogênio tem maior tendência a se oxidar que
o cobre.
Corrosão de metais e ligas pelo HCl - editado de www.tantaline.com.

5.4.2.Outras reações

Comportando-se como um ácido, reage com a maioria das bases resultando no


cloreto correspondente. Um exemplo é a reação com o hidróxido de lítio:

LiOH(aq) + HCl(aq) → LiCl(aq) + H2O(l)

Similarmente, reage com óxidos básicos e anfotéricos, dando o cloreto


correspondente:

ZnO + 2 HCl → ZnCl2 + H2O

Desloca o íon carbonato, em reação com carbonatos alcalinos e alcalino terrosos,


como por exemplo, com o carbonato de cálcio:

CaCO3(s) + 2 HCl → CaCl2(aq) + H2O(l) + CO2(g)

O cloreto de hidrogênio, assim como vapores de ácido clorídrico, reage com a


amônia produzindo fumos brancos de cloreto de amônio muito característicos:

NH3 + HCl → NH4Cl


6. Aplicações

O ácido clorídrico sendo um ácido forte, assim como o cloreto de hidrogênio, sendo
um reagente enérgico, possui muitos usos industriais em diversos processos e em
diversos campos das atividades humanas. A aplicação frequentemente determina a
qualidade requerida do produto.
Suas aplicações vão desde aplicações domésticas a industriais, em técnicas de
limpeza específicas, como a remoção de incrustrações de cálcio e carbonatos
alcalinos-terrosos. Na indústria de alimentos, diretamente e sem modificações. Na
própria produção de determinados alimentos, como da gelatina. É usado
massivamente na produção de diversos aditivos alimentares (além do próprio uso
como acidificante), fármacos e produtos químicos finos. Possui aplicações no
curtimento de couro.
Uma distribuição percentual das aplicações do HCl (www.reagentchemical.com).

Para mais informações sobre as aplicações do ácido clorídrico e do cloreto de


hidrogênio, consulte nosso artigo anexo:

Ácido Clorídrico - Aplicações

Da indústria metalúrgica à limpeza doméstica

7.Apresentações comerciais e usuais e seus fins

7.1.Concentração

O ácido clorídrico é apresentado em diversas concentrações em solução aquosa,


seja apenas de cloreto de hidrogênio, seja acrescida de outros produtos
químicos, de acordo com a finalidade de seu uso.
Ácido Clorídrico Técnico ou Ácido Muriático
Especificações Técnicas
Concentração 33 % Mínimo
Densidade 1,165 g/ cm3
Ferro 0,0005 %
Cloro Livre 0,0005 %
Sulfatos 0,0005 %
Residuos após evaporação 0,030 %

Aspecto Límpido transparente

Concentrações em graus Baumé, densidades e % de HCl de algumas


apresentações comerciais do ácido clorídrico.

Concentração
Densidade % HCl
°Be
18° 1,142 27,9%
20° 1,160 31,5%
22° 1,179 35,2%

O ácido clorídrico é produzido em soluções de HCl até 38% (grau concentrado).


Mais altas concentrações até 40% são quimicamente possíveis, mas a taxa de
evaporação é então tão alta que a estocagem e manuseio necessita precauções
extras, tais como pressão e baixa temperatura. O grau industrial ou técnico é
consequentemente de 30% a 34%, otimizado para transporte efetivo e perda
limitada do produto por vapores de HCl. Soluções para uso doméstico,
principalmente limpeza, são tipicamente de 10% a 12% (como nos EUA), com
recomendações de diluição antes do uso. No Reino Unido, onde é vendido pelo
nome de "Spirits of Salt" também para limpeza doméstica, a concentração é a
mesma do grau industrial nos EUA.

7.2.Pureza

Quanto a sua pureza, o ácido clorídrico também é encontrado em diversos graus. O


HCl técnico é impuro e frequentemente colorido, especialmente por presença de
ferro.

O ácido clorídrico é comercializado também com o acréscimo de ácido fluorídrico,


procurando evitar seu uso para o refino ilegal de cocaína.

O ácido clorídrico de grau farmacêutico ou para síntese é usado para produzir


fármacos, determinados corantes e pigmentos.

Quando no grau analítico, chamado também de grau ACS (de American Chemical
Society - ACS) apresenta-se com concentração entre 36,5 - 38,0 %, mas com as
seguintes especificações:

Cor (APHA) 10
Densidade (g/ml à 25ºC) 1,18

Máximo de Impurezas:

Resíduo após ignição 0,0005%


Brometos (Br) 0,005%
Sulfatos (SO4) 0,0001%
Sulfitos (SO3) 0,0001%
Cloro Livre (Cl) 0,0001%
Amônio (NH4) 0,0003%
Arsênico (As) 0,000001%
Metais pesados (Pb) 0,0001%
Ferro (Fe) 0,00002%
Subst. Orgânicas Extraíveis 0,0005%

7.3.Ácido Clorídrico Fumegante

No caso de ácido clorídrico apresentar altas concentrações de HCl, ocorre


a liberação na forma de vapores ("fumos") de HCl, inclusive com a geração de
pressão dentro dos vasilhames para as concentrações acima, aproximadamente, de
20% (ver propriedades físicas). Daí o termo "fumegante" para o ácido clorídrico
destas concentrações (normalmente, 38%, como os concentrados usados em
química analítica,).

8.Segurança
Noções Gerais

O ácido clorídrico concentrado (fumegante) forma névoas ácidas. Tanto as névoas


quanto a solução tem um efeito corrosivo sobre tecidos humanos, com o potencial
de causar danos em órgãos respiratórios, olhos, pele e intestinos. Pelo contato do
ácido clorídrico com compostos químicos oxidantes comuns, tais como o hipoclorito
de sódio (alvejante, NaClO) ou permanganados (como o de potássio, KMnO 4), o gás
tóxico cloro é produzido. Equipamento de proteção individual (EPI) tais como luvas
de borracha ou PVC, óculos de proteção impermeáveis a vapores e roupas e
calçados resistentes são usados para minimizar riscos na manipulação de ácido
clorídrico.
Os perigos relacionados às soluções de ácido clorídrico dependem de sua
concentração. A tabela seguinte lista a classificação da União Européia (Diretiva
67/548/EEC) do ácido clorídrico e suas soluções:

Concentração em Frases de
Classificação
peso risco
10–25% Irritante (Xi) R36/37/38
> 25% Corrosivo (C) R34 R37

8.1.Exposição

Valores limites autorizados:


TLVC: (USA – ACGIH – 1992): 7,5 mg/m³ (HCI gás).

Legislação brasileira: 5,5 mg/m³ - valor teto (HCl gás).


8.2.Inalação

A inalação dos vapores causa irritação intensa do nariz, dos olhos e da garganta.
Tosse intermitente, respiração difícil e irregular, com risco de bronco-pneumonia
química e edema pulmonar agudo. Em caso de exposições repetidas ou
prolongadas: dor de garganta , sangramento do nariz, bronquite crônica e erosão do
esmalte dos dentes.

8.3.Contato com os olhos

Os vapores causam irritação intensa, lacrimejamento. O líquido causa irritação


dolorosa, vermelhidão dos olhos , inchaço das pálpebras. Risco de queimadura e
sequelas graves (perda da visão).

8.4.Contado com a pele

O contato com a pele pelo líquido causa:


Irritação, vermelhidão, risco de queimadura.
Em caso de projeção abundante, risco de estado de choque (dor)..
Em contatos prolongados ou repetidos: risco de dermatose.

8.5.Ingestão

A ingestão do líquido causa:

Irritação intensa e risco de queimadura muito grave da boca, da garganta, do


esôfago e do estômago.
Náuseas e vômitos escurecidos (com sangue), cãibras abdominais.
Risco de estado de choque (palidez das faces, tendência à síncope, pulso fraco e
irregular), de hemorragia digestiva e de perfurações digestivas.
Risco de bronco-pneumonia química ou de edema pulmonar.

8.6.Riscos de incêndio

O produto dos vapores do ácido clorídrico não é inflamável nem explosivo. Em


presença de água ou umidade, reage com a maioria dos metais provocando a
liberação de hidrogênio, muito inflamável (limite inferior de inflamabilidade: 4% v /
v no ar, limite superior de inflamabilidade > 75% no ar).

8.7.Incompatibilidades químicas

Reage com alcalis e bases fortes (desprendimento de Cl 2), aminas, carbonatos,


óxidos metálicos, ácido sulfúrico, ácido clorossulfônico, anidrido acético, flúor, os
carburetos, os sulfetos, o acetato de vinila, sulfato de mercúrio, fosfeto de cálcio,
propriolactona. Com o aldeído fórmico (formol ou formaldeído) há formação de
vapores muito tóxicos de clorometiléter.

9. Questões ambientais

A United States Environmental Protection Agency classifica e regulamenta o ácido


clorídrico como uma substância tóxica.

O HCl é letal para peixes a partir de 25 mg/l. É tóxico para organismos aquáticos
devido à alteração de pH.

A reação de Hargreaves, vista na produção de ácido clorídrico e HCl gasoso tem


relacionamento com a emissão de HCl por parte de incineradores de lixo. A queima
do PVC e de determinados refugos de combustíveis produz cloreto de hidrogênio,
assim como, consequentemente, as queima de lixo urbano.

Esta questão levou ao crescente desenvolvimento de metodologias e processos de


absorção e neutralização do HCl produzido. Os processos eletrolíticos de produção
de HCl são mais analisados em termos de um tratamento de dejetos
ambientalmente aceitáveis para as companhias produtoras.

Cloreto de hidrogênio é um dos subprodutos da queima do combustível sólido dos


ônibus espaciais e outros foguetes movidos a percloratos.

Os processos eletrolíticos de produção de HCl são mais analisados em termos de


um tratamento de dejetos ambientalmente aceitaveis para as companhias
produtoras.

10. Produção

O ácido clorídrico é preparado dissolvendo-se cloreto de hidrogênio em água. O


cloreto de hidrogênio, por sua vez, pode ser gerado de muitas maneiras, e assim
diversos precursores do ácido clorídrico existem. A produção em larga escala de
ácido clorídrico é quase sempre integrada com a produção de outros compostos
químicos em escala industrial.

São quatro as fontes principais do HCl:

como subproduto da cloração de aromáticos e alifáticos


a partir da reação do cloreto de sódio (NaCl) e do ácido sulfúrico (H2SO4)
pela combustão do hidrogênio no cloro (o hidrogênio comporta-se aqui como
combustível e o cloro como comburente)
pela reação do tipo Hargreaves.

Para um quadro mais detalhado da produção do cloreto de hidrogênio e do ácido


clorídrico, veja nosso artigo

Ácido Clorídrico - Produção

Como é produzido o cloreto de hidrogênio e sua solução

11.Economia e Mercado

O ácido clorídrico, embora não seja fabricado nas enormes quantidades do ácido
sulfúrico, é um produto químico da indústria pesada de igual importância. Os
maiores usuários do ácido clorídrico são as indústrias metalúrgica, química de
alimentos e de petróleo. As indústrias de metais consomem 47% do total produzido,
a indústria química e farmacêutica 33%, a indústria de alimentos 7%, a acidificação
de petróleo cru 6% e outros fins mais 7%.
Os principais produtores mundiais incluem Dow Chemical Company com 2 milhões
de toneladas métricas anualmente (2 Mt/ano), calculadas como gás HCl, e Formosa
Plastics (FMC), Georgia Gulf Corporation, Tosoh Corporation, Akzo Nobel,
e Tessenderlo em 0,5 to 1,5 Mt/ano cada. A produção total mundial, para propósitos
de comparação expressa como HCl, é estimada em 20 Mt/ano, com 3 Mt/ano de
síntese direta, e o restante como produto secundário de compostos orgânicos e
sínteses similares. Portanto, a maioria do ácido clorídrico é consumido cativamente
pelos produtores. O tamanho do mercado mundial aberto é estimado em 5 Mt/ano.

Nos EUA o HCl apresenta produção de 3,30 milhões de toneladas curtas (a dados
de 1995), sendo 0,4 milhões (12,3 % da produção) e 2,9 milhões respectivamente
do cloro e hidrogênio e como subproduto.

12.História

Historicamente chamado '''ácido muriático''' ou '''espírito do sal''', o ácido clorídrico


foi primeiramente descoberto e descrito em torno do ano 800 DC pelo alquimista
islâmico Jabir ibn Hayyan (Geber) a partir da mistura do do ácido sulfúrico (chamado
então vitríolo) e cloreto de sódio, o sal de cozinha comum. É citada também a
descrição independentemente de Geber no século XV por Basilius Valentinius.[

Cloreto de hidrogênio bruto foi indubitavelmente preparado pelos primeiros


alquimistas em estudos do refino e purificação dos metais. Entre os ácidos minerais
mais antigos quanto à descoberta (os outros são o ácido sulfúrico e o ácido nítrico),
o ácido clorídrico foi o último a ser descoberto, pois seus vapores não podem ser
condensados, e sim, absorvidos em água.

Jabir descobriu muitos compostos químicos importante, e registrou suas


descobertas em mais de 20 livros, os quais levaram seu conhecimento do ácido
clorídrico e outros compostos químicos básicos por centenas de anos. A invenção
de Jabir da "água régia", consistindo de ácido clorídrico e ácido nítrico, foi de grande
interesse dos alquimistas na procura pela "Pedra Filosofal"

Durante a Idade Média, o ácido clorídrico era conhecido dos alquimistas europeus
como "espírito de sal" ou "acidum salis". Ele é ainda conhecido como "Spirits of Salt"
("espírito de sal") quando vendido para propósitos de limpeza doméstica no Reino
Unido. O HCl gasoso foi chamado "ar ácido marinho". O antigo nome pré-
sistemático "ácido muriático" tem a mesma origem ("muriático" significa "pertencer à
salmoura ou ao sal"), e este nome é ainda algumas vezes usado. A nomenclatura
ácido muriático é atribuida como proposta por Lavoisier em 1789, era baseada no
termo muriato, indicando a presença de cloro num composto inorgânico.

Notável produção foi registrada por Basilius Valentinus, o cônego alquimista do


priorado beneditino de Sankt Peter em Erfurt, Alemanha, no século XV. No século
XVII, Johann Rudolf Glauber de Karlstadt am Main, Alemanha, por volta de 1648,
usou cloreto de sódio e ácido sulfúrico para a preparação de sulfato de sódio no
processo Mannheim, liberando gás cloreto de hidrogênio. Joseph Priestley de
Leeds, Inglaterra, preparou cloreto de hidrogênio puro em 1772, e em 1818
Humphry Davy, de Penzance, Inglaterra, provou que a composição química incluia
hidrogênio e cloro, e o nome ácido clorídrico passou a ser de uso geral.

Durante a Revolução Industrial, na Europa, a demanda por substâncias alcalinas


cresceu. Um novo processo industrial de Nicolas Leblanc (de Issoundun, França)
permitiu a produção de baixo custo em larga escala de carbonato de sódio (barrilha).
Neste processo Leblanc, sal comum é convertido a barrilha, usando ácido sulfúrico
(de maneira idêntica no primeiro passo ao processo descoberto por Glauber),
calcário e carvão, liberando cloreto de hidrogênio como um subproduto. Este
processo foi primeiramente introduzido na Inglaterra em 1823.

Até o "Alkali Act 1863" ("Ato dos Álcalis de 1863") britânico e legislação similar em
outros países, o HCl excedente era liberado para a atmosfera. Determinava
originalmente que não mais que 5% do HCl poderia escapar para a atmosfera. O
limite posterior foi modificado para 300 ppm no ar efluente..Após a aprovação do
ato, os produtores de barrilha foram obrigados a absorver o gás residual, produzindo
ácido clorídrico em escala industrial.

No século XX, o processo Leblanc foi efetivamente substituído pelo processo Solvay
sem o ácido clorídrico como subproduto. O desenvolvimento subsequente do
processo de Weldon e Deacon para a conversão do cloreto de hidrogênio em cloro
promoveu o primeiro uso industrial massivo do HCl.

Desde que ácido clorídrico já estabeleceu-se largamente como um composto


químico importante em numerosas aplicações, o interesse comercial deu partida a
outros métodos de produção, alguns dos quais são usados ainda hoje. Após 2000, o
ácido clorídrico é principalmente fabricado pela absorção de cloreto de hidrogênio
que seja subproduto da produção industrial de compostos orgânicos.
Com o crescimento da indústria química, o ácido clorídrico (assim como o cloreto de
hidrogênio na sua forma gasosa) passou a ser utilizado na indústria química como
um reagente na produção em larga escala de diversos produtos químicos,
posteriormente culminando com a produção do monômero cloreto de vinila, matéria
prima (monômero) do polímero cloreto de polivinila, PVC (de seu nome em
inglês polyvinyl chloride). Também passou a ser utilizado em larga escala na
produção do diisocianato de metileno difenila, MDI (de seu nome em
inglês methylene diphenyl diisocyanate) e diisocianato de tolueno, TDI (de seu nome
em inglês toluene diisocyanate), para a produção de poliuretano.

Sua produção chegou a tal nível de escala obtido que possui aplicações domésticas
(ao ponto de poder ser comprado em qualquer estabelecimento de ferragens e até
supermercados); e na pureza do produto, sendo aplicado na indústria de alimentos e
fármacos, diretamente.

Desde 1988, o ácido clorídrico tem sido listado como um precursor "Table II" (tabel
II) sob a United Nations Convention Against Illicit Traffic in Narcotic Drugs and
Psychotropic Substances de 1988 (Convenção da Nações Unidas Contra o Tráfico
Ilícito em Drogas Narcóticas e Substâncias Psicotrópicas) por causa de seu uso na
produção de heroína, cocaína e metanfetamina.

13.Biologia, Geologia e Astrofísica

13.1.Na biologia

O ácido clorídrico é encontrado naturalmente no suco gástrico (uma das secreções


do estômago), inclusive no humano, onde acidifica o conteudo estomacal em um pH
de 1 a 2. A mucosa gástrica que reveste o estômago humano produz 1,5 L por dia
de sucos gástricos, de concentração normal ácida que varia de 0,05 a 0,1 N. A
deficiência de ácido clorídrico impede o processo digestivo, particularmente de
carboidratos e proteínas, um excesso causa úlceras gástricas.

Os íons cloreto (Cl−) e hidrogênio (H+) são secretados separadamente na região


do fundus do estômago e ao topo do estômago pelas células parietais da mucosa
gástrica em uma rede secretória chamada canaliculi(conjunto de canaliculus) antes
dele se incorporado a o lumen do estômago.

O ácido gástrico atua como uma barreira contra microorganismos prevenindo


infecções e é importante na digestão dos alimentos. Seu baixo pH desnatura as
proteínas e desse modo as faz suscetíveis a degradação por enzimas digestivas tais
como a pepsina. O baixo pH também ativa o precursor enzimático pepsinogênio na
enzima ativa pepsina por autoclivagem. Após deixar o estômago, o ácido clorídrico
do quimo é neutralizado no duodeno pelo bicarbonato de sódio.

O estômago em si é protegido da ação do ácido pela secreção de uma espessa


camada de muco protetivo, e por tamponação induzida pela secretina com
bicarbonato de sódio. A pirose (popularmente azia) ou úlceras pépticas podem
desenvolver-se quando este mecanismo falha. Drogas das classes dos
antihistamínicos e inibidores da "bomba de prótons" (como o omeprazole) podem
inibir a produção de ácido no estômago, e anti-ácidos (tal como o bicarbonato de
sódio e o óxido de magnésio) são usados para neutralizar o ácido existente.

Esta presença de ácido clorídrico no estômago levava ao teste-padrão de refluxo


ácido, desenvolvido em 1958 por Tuttle, Grossman e Bettarello. Consiste na
introdução de um eletrodo para determinação do pH intra-esofágico, pouco acima do
esfíncter inferior do esôfago, seguido da introdução de 300 ml de ácido clorídrico 0,1
N no estômago e realização de quatro manobras (movimentos, no caso inspiração
profunda, de Valsalva, tosse e inspiração forçada contra a glote fechada) repetidas
em quatro diferentes posições do corpo (decúbito dorsal, decúbito lateral direito e
esquerdo e com a cabeça inclinada a 20 graus). É considerado como um refluxo
anormal quando o pH intra-esofágico diminui para 4 em pelo menos três
ocasiões. Devido a ser incômodo para o paciente e muito demorado é pouco usado
hoje, apesar de ser de boa sensibilidade e especificidade.

13.2.Na geologia

Os gases emitidos por vulcões podem conter cloreto de hidrogênio e com presença
de água, também ácido clorídrico, tanto pela decomposição de cloretos a
temperatura elevada (900°C) quanto pela reação catalítica do basalto fundido com a
água do mar.

Quantidades consideráveis de ácido clorídrico ocorrem em gases emitidos de


vulcões especialmente do México e America do Sul. A formação é atribuida a reação
à alta temperatura com os sais encontrados na água do mar, um processo reverso
pelo qual eles foram formados.

Nuvens de HCl formando-se no encontro da lava com o mar, no


Hawaii.

A erupção do vulcão mexicano El Chicón, em 1982, caracterizou-se por emitir uma


grande quantidade de cloreto de hidrogênio.

Vapores de HCl elevando-se do lago na cratera do vulcão Copahue, na


Argentina.

A atmosfera original da Terra é considerada como tendo sido composta de H 2O,


CO2 e HCl numa taxa de 20:3:1, dando um oceano primitivo de aproximadamente 1
N de HCl. Este ácido dissolveu minerais da crosta produzindo a salinidade dos
oceanos. HCl é também detectado na atmosfera de vênus, e a dissociação de HCl é
considerada a fonte de cloro detectado no espectro de estrelas distantes.

13.3.Em outros planetas

13.3.1.Em Vênus

A literatura aponta a presença de traços de cloreto de hidrogênio na atmosfera de


Vênus. Tem sido determinada por espectroscopia de infravermelho (comprimento de
onda de 1.7 μm) como de 0,6 a 0,74 ppm a taxa de HCl na atmosfera de Vênus. A
fotoabsorção de HCl e DCl (cloreto de deutério) no espectro de 135–232 nm é
usada para calcular a taxa de fotodissociação de HCl e DCl na atmosfera de Vênus,
buscando se entender a considerada excepcionalmente alta razão [D]/[H] nesta
atmosfera.
Imagem por radar da superfície de Vênus (zuserver2.star.ucl.ac.uk).

13.3.2.Em Júpiter e Saturno

Detecções tem sido realizadas em Júpiter e Saturno apontando para a escala de


ppb para o HCl, juntamente com outros haletos de hidrogênio.

13.3.3.Como solvente para exobiologias

A existência de formas de vida com bioquímicas diversas da nossa usando o HCl


como solvente tem sido sugerida pela comunidade científica.

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