HIDROGÊNIOS E OS GASES NOBRES

Alysson Pedro, Alexandre Travesedo, Arthur Vinícius, Bernardo Vanni, Marcella Mayara.
Instituto Federal do Rio de Janeiro – Campus Duque de Caxias
Matéria: Química Inorgânica

O hidrogênio e os gases nobres são elementos químicos que possuem propriedades únicas e diversas aplicações
nas áreas de química, física e engenharia. Neste artigo, exploraremos as características desses elementos, suas
interações e seu potencial em diferentes contextos científicos e tecnológicos.
Palavras-chave: gases nobres, hidrogênio, hélio, oganessônio, radônio, argônio, xenônio, neônio, criptônio, tabela periódica.

INTRODUÇÃO
O hidrogênio (H) e os gases nobres, como O hidrogênio, o elemento mais leve e mais
hélio (He), neônio (Ne), argônio (Ar), criptônio (Kr), abundante no universo, é frequentemente
xenônio (Xe) e radônio (Rn), oganessônio (Og), são considerado um "gás nobre atípico". Neste artigo,
elementos que pertencem à tabela periódica. Embora discutiremos as propriedades desses elementos e
apresentem algumas semelhanças, esses elementos examinaremos suas aplicações científicas e
diferem em termos de propriedades físicas e tecnológicas.
químicas, o que lhes confere características únicas.

HIDROGÊNIO conhecemos. (Afinal, como se formam os elementos

É o primeiro elemento da tabela periódica, químicos? CEFET-MG, Professor Márcio Basilio,

devido a sua constituição de apenas um próton e um 01/02/2021).

elétron. Devido a tal constituição o hidrogênio Apesar de possuir um próton, o que lhe garante

apresenta características bastante peculiares. Ele é o atração de elétrons, o hidrogênio possui apenas um

mais abundante elemento do universo seguido pelo próton em um orbital s, tal característica permite que

Hélio, pois o custo de energia para sua formação é seu elétron sofra maior atração por outros átomos aos

bastante baixo em relação aos demais elementos. quais se ligue, de tal forma que ele se torna capaz de

Segundo o estudo da gênese dos elementos químicos formar uma interação intermolecular dos mais fortes

o hidrogênio se formou no início da formação do conhecidos, a ligação de hidrogênio.

universo, a partir do momento em que os níveis de O hidrogênio começou a ter importância energética

energia permitiram a estabilização dos elétrons, os a partir do desenvolvimento de células de

primeiros átomos estáveis de hidrogênio e Hélio hidrogênio, células combustíveis que permitiram o

surgiram. programa espacial (a energia das espaçonaves era

A fusão de átomos de hidrogênio forma átomos de integralmente fornecida por esses equipamentos). É

hélio, a fusão de átomos de hélio forma átomos de uma forma "limpa" e renovável de produzir energia

carbono, as fusões nucleares ocorridas nas estrelas elétrica, tendo como produto da combustão a água.

são a origem todos os elementos químicos que No entanto mesmo tendo se buscado desenvolver
catalisadores mais baratos, os capazes de trabalhar
com baixas temperaturas precisam ser de platina ou
de ligas de platina, encarecendo e inviabilizando o
uso geral desse tipo de tecnologia (Revista Brasileira
de Gestão e Engenharia – ISSN 2237-1664
Centro de Ensino Superior de São Gotardo - Número
I -Jan-jun. 2010 - Trabalho 05 - Páginas 47-62).
Hoje o mundo está voltado para a promessa
energética do hidrogênio verde, um hidrogênio
obtido de fontes renováveis e que possa ser utilizado
como gás combustível em substituição aos
hidrocarbonetos oriundos de fontes fósseis. Há duas
principais formas de produção industrial de
hidrogênio, a recuperação de metano, que extrai os
hidrogênios do gás metano e tem como subproduto o
gás carbônico poluente, e a eletrólise da água. A
eletrólise da água apresenta um custo energético alto
em relação a reforma a vapor de metano. Uma opção
estudada e em desenvolvimento hoje é a utilização
de células fotovoltaicas. A energia fotovoltaica para
alimentar uma produção eletrolítica de hidrogênio
apresenta algumas vantagens em relação a custos,
não precisa de um retificador (células fotovoltaicas
geram corrente contínua e células eletrolíticas
precisam de corrente contínua), a fonte principal é
barata e abundante (sol). A principal desvantagem é
a necessidade de um grande parque gerador e de o
máximo de insolação. Tais características se
encontram abundantes em nosso país, tendo o Brasil
hoje alguns projetos piloto em andamento,
principalmente na região nordeste (alta insolação).
O hidrogênio como gás combustível também tem
sido desenvolvido, tendo duas principais formas de
armazenamento e utilização, gás a alta pressão (340
bar) ou líquido em baixas temperaturas (-259°C).
HÉLIO
É o segundo mais abundante no universo,
mas não tão abundante na terra quanto o hidrogênio,
tendo cerca de 5ppm em nossa atmosfera. As
principais fontes de hélio são o gás natural e
decaimento de minerais radioativos.
O hélio possui dois prótons e dois neutros, além de
dois elétrons em um orbital s. Como esse orbital está
totalmente preenchido o hélio é um gás inerte,
estável e muito baixa reatividade. Como possui raio
atômico menor do que o do hidrogênio, seus pontos
de fusão e ebulição são menores do que deste último,
sendo -272,12 °C e -266,934°C respectivamente.
Apesar do hélio poder ser um produto de fusão do
hidrogênio na atmosfera solar, segundo estudos
realizados da gênese cósmica dos elementos, o hélio
se formou conjuntamente com o hidrogênio, sendo
que em menor proporção.
O hélio tem diversas aplicações em nossas
atividades, sendo as mais importantes hoje o seu uso
na criogenia proporcionando campos magnéticos
muito fortes para ressonância magnética, uso em
balões, cilindros de mergulho e tratamento de
doenças respiratórias.
NEÔNIO
Neônio, o quarto gás mais presente na
atmosfera, seu ponto de fusão é de -248,67 e sua
ebulição é de -246,05. Não conhecemos nenhum
composto estável desse elemento, por ele ser
extremamente estável. O néon (do grego néos =
novo) foi descoberto em 1898 pelos químicos
ingleses William Ramsay (1852-1916) e Morris
Travers (1872-1961) em Londres. Então quando
Ramsay fazia uma destilação fracionada sob
refrigeração de gases da atmosfera. Dessa forma, ele
observou o aparecimento de um líquido. No líquido
continham os gases criptônio, xenônio e o neônio.
quando ele está em um tubo à baixa pressão
e se passa por ele uma descarga elétrica, ele emite
uma luz laranja-avermelhada. Isso acontece porque
os elétrons recebem energia, ficando excitados e
passando para níveis com maior energia. Mas, dessa
forma, eles ficam instáveis e, por isso, voltam
rapidamente à órbita original, emitindo energia em
forma de luz visível. ao se misturar o neônio com
mercúrio, obtém-se a cor azul e quando se mistura
neônio com gás carbônico, a cor será violeta.
Portanto, nem toda luz de neon é constituída pelo gás
neônio.
Também é utilizado para fabricações de
indicadores de alta tensão, tubos de televisão, tubos
de medidores de onde e para-raios
ARGÔNIO
Argônio é um gás nobre onde me condições
ambientes ele é encontrado em forma gasosa. É o gás
nobre mais abundante na atmosfera, visto que 0,93%
da composição do ar é feita de argônio
monoatômico. Seu nome tem origem grega, em que
“argós” significa “inativo”, pois ele quase não sofre
nenhum tipo de reação química.
Por volta de 1785, Henry Cavendish
suspeitou haver a presença de algum componente
inerte no ar atmosférico, porém só em 1894 que o
argônio foi isolado do ar pelos cientistas Lorde
Rayleigh e Sir William Ramsay. Por não reagir com
outros elementos químicos ele não é considerado
toxico
Tem como características: ser um gás
monoatômico, é inerte em diferentes condições
assim não forma compostos estáveis em temperatura
ambiente; não é toxico, inflamável e inodoro; seu
ponto de fusão é de -189,34 enquanto o de ebulição
é de -185,84 e possui nox igual a zero
Pode ser usado como conservante
(protegendo a superfície das peças impedindo-as de
reagir com o oxigênio) também utilizado na
soldagem pelo mesmo motivo; os airbags de carros
são preenchidos com ele; na preservação de vinhos
ele é usado para manter suas propriedades
CRIPTÔNIO
O criptônio, um gás nobre do grupo dos
elementos inertes, tem várias aplicações em
diferentes campos, como na utilização em estudos
hidrológicos, nas iluminações, lasers, isolamento
térmico, estudos de proteínas, calibração de
espectrômetros de massa, Testes de hermeticidade,
entre outros. Essas utilizações são específicas, que
necessitam de equipamentos e conhecimento prévio,
isso ocorre também pelo do criptônio ser um recurso
limitado e de baixa concentração na atmosfera, o que
pode influenciar seu uso em diversas aplicações.
O gás nobre também pode ser encontrado na
atmosfera por ser, em temperatura ambiente,
um gás. As regiões que podem ter uma concentração
alta de criptônio seriam as regiões vulcânicas. Suas
propriedades físicas consistem também em: gás
nobre incolor, inodoro e insípido. As propriedades
periódicas do criptônio consistem em seu símbolo
Kr, número atômico 36, massa atômica 83,3 u,
pertencente à família 18 ou 8 A.
Na aplicação na área de eletrônicos e iluminações, o
criptônio é empregado em lâmpadas de descarga de
alta intensidade, como as lâmpadas de criptônio e as
lâmpadas de iodetos metálicos. Nessas lâmpadas, o
criptônio é combinado com outros gases nobres,
como argônio ou xenônio, e uma pequena
quantidade de halogênios, como o iodo. Quando uma
corrente elétrica é aplicada ao gás, ocorre uma
descarga elétrica que excita os átomos de criptônio,
resultando na emissão de luz.
O criptônio também pode ser utilizado em estudos de
proteínas, especificamente em técnicas de
espectroscopia de ressonância magnética nuclear
(RMN). A técnica conhecida como espectroscopia
de RMN com criptônio (ou KRYPTON-19) tem sido
usada para obter informações estruturais e dinâmicas
de proteínas.
No estudo hidrológico, devido à sua estabilidade e à
sua baixa solubilidade, o criptônio pode ser injetado
em corpos de água, como rios ou aquíferos, para
acompanhar e estudar o movimento e o transporte de
água subterrânea. Isso é possível porque o criptônio
não é facilmente afetado por processos de absorção
ou reações químicas, o que o torna um marcador útil
para entender a dinâmica da água em sistemas
aquáticos.
E para finalizar os exemplos, o criptônio pode ser
utilizado como isolante térmico, devido à sua baixa
condutividade térmica, o criptônio é usado em
janelas de vidro isolantes para reduzir a transferência
de calor. O gás é preenchido entre as camadas de
vidro para melhorar a eficiência energética e o
isolamento térmico em edifícios e aparelhos.
Conclui-se que mesmo tendo diversas aplicações, o
gás nobre Kr, ainda há de notar que algumas
aplicações do criptônio estão limitadas a certos
setores e exigem conhecimento e equipamentos
especializados para sua utilização. Assim tornando
difícil um estudo completo e melhor para entender
melhor como aplicar em outros setores
RADÔNIO
Antes de ser classificado como um
elemento, o radônio era considerado um fenômeno
químico denominado “emanação de rádio”. Esse
termo foi usado por muito tempo e a sua
nomenclatura correta só foi consolidada depois de
muitas descobertas e avanços feitos por grandes
nomes da química. A primeira vez que o radônio
entrou em cena, foi com os estudos e análises da
radiação, feitos por Marrie e Pierre Currie, onde
ambos puderam notar que o ar que circundava os sais
de rádio nas experiências também se tornava
radioativo.
Eventualmente, em 1901, Rutherford e
Hattie Brooks, conseguiram comprovar e tatear
(figurativamente falando) a chamada “emanação de
rádio” através de vários experimentos com a
radiação. Mesmo tendo encontrado valores muito
longe do campo real em suas experiências, os
químicos deduziram que o fenômeno veio de uma
possível transmutação da matéria causada pela
emissão radioativa, levando a suposição de que o
átomo era divisível (o que até então era impensável).
Esse experimento também pode ser considerado o
primeiro isolamento bem-sucedido do radônio
(emanação de rádio), por isso, é mais correto dar os
créditos aos químicos pela descoberta do elemento.
William Ramsay (1852-1916) e Robert
Whytlaw-Gray (1887-1958) verificaram que a
“emanação de rádio” possuía comportamos e
semelhanças com os elementos químicos argônio
(Ar), criptônio (Kr) e xenônio (Xe) e por isso
consideraram que a “emanação de rádio” se tratava
de um novo gás nobre. Este era o gás mais denso
conhecido até então, e as estimativas apontavam uma
massa molar em torno de 222,5 g/mol.
Em 1923, a União Internacional de Química
Pura e Aplicada (IUPAC) adotou a seguinte
denominação para a “emanação do rádio”: radônio
(do latim radonium, derivado do rádio, símbolo Rn).
O termo “emanação” ainda foi bastante usado até a
década de 1960.
O radônio é um gás insípido, inodoro e
incolor à temperatura ambiente, mas quando
resfriado abaixo do ponto de fusão, exibe uma
fosforescência brilhante que se torna avermelhada a
cerca de -180 ºC. Sua densidade é cerca de oito vezes
a do ar (1,217 g/L a 1 atm e 0 o C), sendo um dos
gases mais densos conhecidos. Seus pontos de fusão
e de ebulição são muito baixos frente a compostos de
massa molar similar. É pouco solúvel em água, mas
é o mais solúvel dentre todos os gases nobres.
A solubilidade em solventes orgânicos é
maior do que em água. Embora pouco reativo, sua
primeira energia de ionização (1037 kJ/mol) é baixa
o bastante para reagir com flúor, como ocorre com o
xenônio e o criptônio. Em 1962, foi sintetizado o
primeiro composto, fluoreto de radônio
(presumivelmente RnF2). Contudo, dada a meia-
vida muito curta de seus isótopos, é difícil preparar
e estudar em detalhe a química dos compostos de
radônio, mas se pressupõe que os tipos de compostos
formados sejam os mesmos que o xenônio produz.
Estima-se sua abundância na atmosfera da
Terra em uma parte em 1021 (uma parte por
sextilhão). Muitas águas minerais e termais contêm
radônio, e as águas subterrâneas contêm mais
radônio do que as superficiais devido à reposição
constante, principalmente pelo decaimento do rádio.
O radônio aparece também em alguns petróleos,
concentrando-se especialmente nas linhas de
produção do propano (pontos de ebulição próximos).
Segundo a Comissão Internacional de Proteção
Radiológica (ICRP), cerca de 55% da radiação
incidente sobre o ser humano provém do radônio e
de seus produtos de decaimento, mas a concentração
desse gás no ar varia muito de lugar para lugar
devido à variabilidade da composição do solo e das
rochas.
O risco do radônio se deve à inalação.
Embora as partículas alfa tenham pouco poder de
penetração, elas são altamente ionizantes. Nos
pulmões, além de liberar toda a energia contida
durante a desintegração atômica, provocando lesões
cuja gravidade varia conforme a quantidade inalada
do gás, os produtos dessa desintegração – sólidos:
polônio, chumbo etc. – são altamente tóxicos tanto
do ponto de vista químico como radiológico. A
Agência Norte-Americana de Proteção ao Meio
Ambiente (US EPA) calcula que o radônio é a
segunda causa de morte de câncer pulmonar nos
Estados Unidos (21 mil mortes/ano), perdendo
apenas para o cigarro.
Essa substância é agente cancerígeno classe
I para o homem segundo a Agência Internacional de
Pesquisa em Câncer (IARC). Existem registros sobre
a saúde de mineiros que trabalhavam em minas
contendo materiais radioativos muito antes de se
descrever a radioatividade. Por volta de 1400,
começou a extração de minérios em regiões da
Europa Central – Schneeberg (Saxônia) e
Joachimsthal – cujos mineiros morriam
precocemente, geralmente de problemas
respiratórios (a chamada “doença da montanha”). Na
exploração das minas de urânio, o material é britado
e pulverizado. No mineral bruto, o gás dificilmente
escapa, pois fica enclausurado na estrutura da rocha,
mas a britagem e a pulverização facilitam
sobremaneira a liberação do radônio. Como ele é
mais denso que o ar, ele tende a se difundir pelas
camadas baixas da atmosfera, depositando seus
produtos de desintegração sobre a vegetação, cursos
d’água e solo.
Em 1879, relacionaram-se tais mortes ou
estados de invalidez a cânceres pulmonares. As
suspeitas sobre o radônio surgiram pela primeira vez
em 1921, sendo confirmadas na década seguinte. Em
1926, os governos da então Tchecoslováquia e da
Alemanha reconheceram que a doença que afetava
os mineiros era o câncer pulmonar. Seis anos depois,
era considerada doença ocupacional passível de
aposentadoria por invalidez. A partir desses estudos,
passou-se a ventilar as minas e a realizar exames
periódicos nos mineiros. Curioso é que Georgius
Agrícola (1494-1555) já recomendava a ventilação
das minas em pleno século XVI! Esses estudos se
aprofundaram à medida que a exploração das minas
de urânio se intensificava ao longo das décadas de
1940 a 1970 por conta da Guerra Fria e do
desenvolvimento da energia nuclear. Nos anos 1980,
nos Estados Unidos, surgiu uma nova preocupação
envolvendo o radônio: o acúmulo (“build up”) em
áreas habitadas.
O radônio difunde-se e acumula-se em
ambientes com pouca ventilação (como cavernas e
minas), mas também foram detectadas altas
concentrações em residências (áreas confinadas e
próximo ao chão), dependendo da composição do
solo sobre o qual se acha o prédio e do uso de
materiais de construção e decoração contendo
elementos radioativos. Isso levou ao
desenvolvimento de instrumentos de coleta e
medição desse gás para uso doméstico. A
Organização Mundial de Saúde admite uma
concentração máxima de radônio no ar equivalente a
100 Bq/m3 (Bq = Becquerel, uma desintegração por
segundo) e sugere medidas de precaução se a
radioatividade devida ao radônio exceder 0,1 Bq/L
na água potável.
No Brasil, as pesquisas envolvendo o
radônio são relativamente recentes, mas são bastante
numerosas: foram pesquisadas as concentrações
desse elemento em águas subterrâneas dos estados
do Paraná e São Paulo e até mesmo no Rio de Janeiro
(complexo lagunar da Região dos Lagos). A
Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)
vem desenvolvendo metodologias de coleta e análise
do radônio, sendo aplicadas na mineração de jazidas
brasileiras de urânio.
O Instituto de Pesquisas Energéticas e
Nucleares (IPEN) estima que a concentração de
radônio na atmosfera no Brasil varie entre 0,6 e 28
Bq/m3. Não existe uma legislação específica para o
radônio, mas o Ministério da Saúde recomenda um
valor limite de radiação alfa de 0,1 Bq/m3 (incluindo
o isótopo 226Ra, precursor do 222Rn) e 1 Bq/m3
para a radiação beta.
O radônio é ainda empregado no tratamento
de alguns tipos de câncer (braquiterapia), no qual
fontes (de ouro) seladas contendo o gás são
colocadas a pequena distância do tumor que se quer
irradiar. Por ser liberado das rochas que o contêm,
ele serve como indicador da ocorrência possível de
falhas geológicas e de terremotos (sismógrafos).
Encontra uso ocasional como indicador de fuga de
gases de reservatórios e na medida da velocidade de
escoamento de fluidos (traçador radioativo).
OGANESSÔNIO
O oganessônio, símbolo Og, número
atômico 118, é o elemento químico de maior número
atômico existente na Tabela Periódica até agora. Não
pode ser encontrado na natureza, e sua produção é
artificial, sendo então considerado um elemento
sintético. Mesmo assim, sua produção é muito
difícil, e ele é considerado um elemento muito raro,
tendo sido sintetizado pouquíssimas vezes.
Apesar de estar no mesmo grupo dos gases
nobres, o oganessônio não apresenta muitas
características que remetam a esses elementos,
conforme os cálculos matemáticos demonstram, por
consequência dos efeitos relativísticos que os
elementos superpesados sofrem.
O elemento 118 foi sintetizado pela
primeira vez em 2002, por meio da reação de íons
48Ca com átomos de 249Cf. Seu nome é uma
homenagem ao cientista russo Yuri Oganessian, um
dos mais respeitados e reconhecidos na área de
elementos superpesados.
XENÔNIO
A tabela periódica é um tesouro de
conhecimentos sobre os elementos químicos,
revelando suas propriedades e relações. Um grupo
em particular, os gases nobres, apresenta
características únicas e fascinantes. Neste artigo,
vamos explorar o xenônio, um elemento do grupo 18
da tabela periódica, e mergulhar em suas
características físicas, químicas e suas
periodicidades.
O xenônio (Xe), com número atômico 54, é
um gás nobre que pertence à família dos elementos
inertes. Possui uma configuração eletrônica
admirável, representada por [Kr] 5s^2 4d^10 5p^6.
Essa configuração completa de sua camada de
valência confere ao xenônio uma estabilidade
extraordinária, característica compartilhada com os
outros gases nobres.
 O xenônio é um gás incolor, inodoro e
insípido. Sua densidade surpreende, sendo
aproximadamente cinco vezes maior que a do ar.
Com um ponto de fusão de -111,8°C e um ponto de
ebulição de -108,1°C, o xenônio permanece no
estado gasoso em condições ambientes.
Uma das características mais notáveis do
xenônio é sua baixa reatividade química. Devido à
sua configuração eletrônica completa, ele não tem a
necessidade de ganhar ou perder elétrons para atingir
a estabilidade. Assim, o xenônio é considerado um
gás nobre inerte. A eletronegatividade extremamente
baixa reflete sua falta de tendência em atrair elétrons
quando participa de ligações químicas.
As propriedades singulares do xenônio o
tornam um elemento valioso em diversas aplicações.
Na indústria da iluminação, as lâmpadas de xenônio
são amplamente utilizadas em projetores e faróis
automotivos, devido à sua alta intensidade luminosa.
Os detectores de radiação e as câmaras de ionização
também se beneficiam do xenônio, graças à sua
capacidade de interagir com partículas carregadas.
Além disso, o xenônio encontra aplicação em
equipamentos de imagem médica e em lasers de alta
potência.
O xenônio exibe diversas periodicidades
em suas propriedades. Assim como outros elementos
na tabela periódica, o xenônio segue a tendência de
diminuição do raio atômico ao longo de um período
e aumento ao descer em um grupo. Sua energia de
ionização também segue essa tendência, aumentando
ao longo de um período e diminuindo ao descer em
um grupo.
O xenônio possui nove isótopos estáveis,
sendo o xenônio-129 o mais abundante. Além disso,
apresenta vários isótopos radioativos com diferentes
meias-vidas. Essa diversidade de isótopos permite
estudos sobre radioatividade e aplicações médicas e
científicas.
O xenônio, um gás nobre com
características notáveis, cativa nossa curiosidade
científica. Sua configuração eletrônica completa,
baixa reatividade e propriedades físicas
impressionantes fazem dele um elemento valioso em
diversas aplicações. Através do estudo das
periodicidades do xenônio, podemos aprofundar
nossa compreensão sobre os padrões da tabela
periódica e a riqueza dos elementos químicos que
nos cercam. O xenônio é um lembrete de que mesmo
os elementos mais inertes podem esconder segredos
fascinantes quando investigados de perto.
CONCLUSÃO
Conclui-se que