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Síntese Orgânica
Apostila de Química Orgânica 2
Na produção de:
Fármacos
Combustíveis
Explosivos
Polímeros
Tintas
Solventes
Cosméticos
Fertilizantes
Produtos de Limpeza
Sete Lagoas/MG.
Janeiro/2021.
CAPÍTULO 1 - REAÇÕES DE ALCANOS, ALQUENOS E ALQUINOS
1.1 A combustão
É uma reação em que os alcanos reagem com O2, produzindo CO2 e liberando grandes
quantidades de energia. Dependendo do aporte de O2, do tamanho da e de suas características
intrínsecas, a reação poderá ser completa, produzindo CO2 ou incompleta, gerando neste caso
CO (monóxido de carbono) e/ou C(s) que é a fuligem.
1.2 A halogenação
É uma reação que ocorre por um mecanismo via radicais livres em 03 etapas a saber: 1)
formação do radical livre inorgânico; 2) ataque do radical livre inorgânico ao hidrocarboneto com
consequente formação de ácido inorgânico e formação de um radical livre orgânico e; 3)
formação do composto organohalogenado.
A partir dos alquenos podemos derivar vários outros compostos e funções orgânicas
diferentes, possuem duplas ligações que são alvos fáceis de ataques eletrofílicos. Os alquenos
integram vários compostos, a exemplo os terpenos que é uma classe importante para os seres
vivos incluindo as plantas.
As principais reações desta classe de compostos são:
1) Combustão – uso de O2 e fonte de ignição.
2) Redução catalítica ou Hidrogenação – uso de H2/Catalisadores metálicos
3) Halogenação “anti” ou adição de halogênios – uso de X2
4) Adição de HX, x = F, Cl, Br e I
5) Hidratação ou Adição de H2O em meio H+
6) Teste de Bayer – uso de KMnO4/H2O
7) Ozonólise – uso de O3/Zn+2 e H2O
8) Formação de Halidrinas – uso de X2 em meio aquoso.
9) Polimerização – Uso de um monômero/temperatura
10) Oxidação a glicóis – Uso de OsO4
Se a quantidade de gás oxigênio for menor ainda, o produto será o carbono no lugar do monóxido
de carbono. Exemplos:
3) Adição de halogênios
A reação ocorre via carbocátions. A nuvem “p” polariza a ligação Br-Br, provocando a sua
Br- (uma base de Lewis) adiciona então ao carbocátion. A adição efetua-se do lado oposto
àquele a que se encontra o outro átomo de Br (adição anti), devido a razões estereoquímicas. No
caso do cloro a reação é menos estereoespecífica.
4) Adição de halogenetos de hidrogênio- HX, onde x = Flúor, cloro, bromo e iodo
A adição de halogenetos de hidrogénio progride por carbocátions, tal como a formação das
halidrinas (ver adiante). Nestes casos observa-se a regra de Markovnikov: quando um alceno
substituído assimetricamente reage com um halogeneto de hidrogénio, o hidrogénio liga-se ao
carbono que tem o maior número de hidrogénios, e o halogénio ao carbono com menos
hidrogénios.
No caso do HBr, a adição pode ocorrer ao contrário da regra de Markovnikov em
condições especiais. Isto ocorre quando se efectua a reação em presença de radicais (p. ex:
peróxidos). Nestes casos, o HBr é cindido homoliticamente pelos radicais presentes, dando
origem a dois radicais: H· e Br·. O radical Br· adicionará ao carbono com mais hidrogénios (por ter
mais espaço livre à sua volta) dando origem a um radical centrado no outro carbono da ligação.
Este radical reagirá então com H·, completando a reação.
5) Hidratação
Por hidratação, as olefinas originam alcoóis:
6) Teste de Bayer
Os alquenos reagem com uma solução de permanganato de potássio (KMnO4) em meio
básico, a frio, ocorrendo a oxidação branda do alqueno onde, logicamente, o Nox dos carbonos da
insaturação aumenta e há formação de um diol vicinal, um diálcool em que os grupos OH
encontram-se em carbonos vizinhos. Além disso, a solução que era violeta fica descorada e
aparece um precipitado castanho, que é o MnO2 (óxido de manganês IV).
Os ciclanos não reagem com o reagente de Baeyer, sendo que a solução permanece na
cor violeta. Assim, se quisermos identificar se determinada substância é um alceno ou um
cicloalcano, basta colocá-la para reagir com o permanganato
7) Reação de Ozonólise
O ozônio é um fortíssimo agente oxidante. A reação de um alqueno com ozônio, após tratamento
com ácido e zinco metálico, dá origem a dois compostos de aldeídos ou cetonas. A
8) Formação de halidrinas
Quando se faz um halogênio reagir com um alqueno em meio aquoso forma-se uma
halidrina: uma molécula com um átomo de halogênio e um grupo álcool.
9) Polimerização
Principais polímeros
PVC e derivados, polietileno, poliamida, polietilenotereftalado (pet), silicone,
metacrilatos, polipropileno, poliestireno, fórmica, polisulfona e outros.
A polimerização é uma reação radicalar. Pode ser convenientemente iniciada por cisão
fotolítica do peróxido de hidrogénio. Os radicais assim formados atacarão as ligações duplas,
originando novos radicais, que voltarão a atacar outras moléculas de monómero. A reação repetir-
se-á umas centenas de vezes, dando origem a misturas de polímeros de tamanhos variáveis. A
reação terminará quando dois radicais reagirem entre si, dando origem a uma ligação simples.
10 - Oxidação a glicóis
Por oxidação com KMnO4 ou OsO4 é possível preparar glicóis (1,2-dióis) a partir de
alquenos: Veja a equação química:
Reatividade de alquinos
A ligação tripla CΞC é, como a ligação dupla, alvo fácil de ataque eletrófilo. A adição a
alquinos é normalmente mais lenta do que a alquenos.
Metanol - Este é o álcool mais simples que existe, sendo que sua fórmula é H3C-OH.
O etanol (álcool etílico) pode ser obtido por hidratação do etileno em meio ácido:
Álcool amílico
Álcool isopropílico
CH3-HC-OHCH3
O álcool isopropílico pode ser utilizado para limpar componentes eletrônicos. É o mais
apropriado para este fim pois a porcentagem de água é menor do que 1%, e por isso a hipótese
de oxidação das peças é quase nula
Principais poliálcoois
Essa estrutura permite que as moléculas do glicerol fiquem aderidas umas às outras,
formando um líquido viscoso, como um xarope. É também incolor e adocicado. Além de se
interligarem fortemente, as moléculas do glicerol também estabelecem fortes ligações de
hidrogênio com a água e, por isso, ele é usado como emoliente (amaciante) em cosméticos e
doces, para evitar sua cristalização, como será mais falado à frente.
Ele é preparado através de uma saponificação dos ésteres que constituem óleos e
gorduras. Um exemplo é a reação de saponificação que produz os sabões:
Na produção do biodiesel também há a formação de glicerina, que é vendida para indústrias
de cosméticos e de produtos de limpeza.
1) Combustão
2) Oxidação
3) Desidratação
4) Adição de HX, onde x = F, Cl, Br e I
5) Conversão à alcóxidos: Com bases fortes, com hidretos metálicos e metais
6) Reações de preparação
2.1 Reação de combustão dos álcoois
Neste caso, a oxidação se divide em oxidação daqueles álcoois primários e dos álcoois
secundários, tendo em vista que os álcoois secundários são mais difíceis de serem oxidados por
questões energéticas.
A oxidação de álcoois pode dar origem a um aldeído, uma cetona, ou um ácido carboxílico,
dependendo do álcool, do agente oxidante e das condições da reação. Normalmente usam-se
compostos de Cr (VI) como oxidantes. A reação de um álcool primário com ácido crómico
(preparado por acidificação de soluções de cromato, CrO42-, ou dicromato, Cr2O72-) dá origem
principalmente ao ácido carboxílico correspondente:
Para se oxidar um álcool primário apenas até ao estado de aldeído não se pode usar ácido
crómico, pois este é um oxidante muito forte. Em vez deste, usam-se outras espécies de Cr (VI)
(por exemplo clorocromato de piridínio - PCC - ou dicromato de piridínio - PDC) em solução anidra
ou CrO3 + piridina.
Os álcoois secundários são oxidados a cetonas pelos mesmos reagentes que oxidam os
álcoois primários ou seja: KMnO4, K2Cr2O7 ou mistura sulfocrômica (H2SO4 + K2Cr2O7)
Os álcoois terciários, por não possuírem hidrogénio ligado ao carbono hidroxilado, não são
facilmente oxidados.
Exercícios
Essa reação se processa apenas na presença de um catalisador que atua como desidratante, sendo que na
maioria das vezes é o ácido sulfúrico concentrado (H2SO4) e a temperatura deve estar em torno de 170ºC.
Exemplo:
Observe que saiu o grupo OH e no carbono vizinho saiu o hidrogênio, originando a água. Além disso, criou-
se a ligação dupla que originou o alceno.
2.5 Reação dos álcoois como ácidos: reação com Hidretos ou bases fortes, uma
conversão em alcóoxidos
Na presença de bases fortes, os álcoois atuam como doadores de prótons. Os álcoois são
geralmente ácidos ligeiramente mais fracos do que a água, com valores de pKa entre 16 e 18.
Esta reação é uma forma de eliminar-se o perigoso sódio metálico de forma segura, pois a
reação do sódio com etanol é muito menos vigorosa que a reação com água (a que resulta
diretamente em hidróxido de sódio). Igualmente, quando fragmentos de sódio são arremessados
acidentalmente sobre a pele do laboratorista, remove-se o sódio o máximo por meios mecânicos
(com uma espátula, por exemplo) e posteriormente, lava-se o local com etanol ("álcool 96°GL").
2.6.1 Redução de cetonas, aldeídos ou ácidos carboxílicos com H2/Pt (ou Ni ou Pd)
ou ainda utilizando-se NaBH4 – boridreto de sódio.
+H2 / Pt ou Ni →
CH3CHOHCH3
Um álcool secundário
A nomenclatura oficial para os Éteres segue uma regra fixa estabelecida pela União
Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC), mas em contrapartida existe a chamada regra
usual: mais conhecida e utilizada nos vestibulares. Observe a diferença entre elas:
Exemplo 1
Exemplo 2
Etoxietano ou dietiléter
Nota: o composto acima é popularmente conhecido como éter comum.
Exemplo 4
No caso dos compostos cíclicos, eles são denominados de epóxidos e alguns exemplos são
citados abaixo.
Exercícios - O MTBE (t- butil –metil éter), o ETBE (butil etil éter) , e o DIPE (diisopropil éter) são
antedetonantes para a gasolina em substituição ao antigo chumbo de tetraetila que foi
retirado do mercado por ser tóxico. Faça as respectivas estrututras para esses
compostos:
3.4 Reação de Clivagem dos éteres: com HX, onde x normalmente é Br, Cl ou Iodo
Nesta reação, para haver uma conversão total em haleto de alquila, o ácido deverá estar
em excesso, caso contrário irá formar um álcool e 01 haleto apenas. Na reação abaixo, formaram-
se dois haletos (2 mols).
3.5 Propriedades físicas dos éteres
Os fenóis são compostos orgânicos que possuem o grupo hidroxila (OH) ligado
diretamente a um carbono do anel aromático. O seu grupo funcional é também o seu composto
mais simples, isto é, o hidroxibenzeno, também chamado de “benzenol” e de fenol comum.
Esse fenol é líquido e incolor em temperatura ambiente, porém, a maioria dos fenóis é sólida.
A principal propriedade dos fenóis é que a grande maioria desses compostos possui
propriedades antibacterianas e fungicidas, sendo, muitas vezes, usados em produtos como
desinfetantes. Por exemplo, o primeiro antisséptico comercializado, que foi usado principalmente
em hospitais, foi o fenol comum. Seu uso diminuiu em muito o número de mortes por infecção
hospitalar.
No entanto, outra propriedade desses compostos é que muitos deles são tóxicos e
corrosivos. Isso inclui o hidroxibenzeno e, por isso, ele deixou de ser usado como antisséptico.
Atualmente, outros fenóis são usados em desinfetantes, como os cresóis (compostos de fórmula
molecular C7H8O, obtidos do alcatrão de hulha e que são menos tóxicos que o fenol comum). Por
exemplo, a creolina é um desinfetante usado em indústrias e em lugares em que se faz a ordenha
de vacas, sendo composta por uma mistura de orto-metilfenol, meta-metilfenol e para-metilfenol:
O fenol comum é também chamado de ácido fênico e sua solução diluída, que era usada
como antisséptico, era conhecida como ácido carbólico. Esses nomes vêm de outra propriedade
importante dos fenóis: eles possuem um fraco caráter ácido. Seu carácter é mais ácido que o
dos álcoois. Isso significa que os fenóis podem sofrer ionização em água, liberando o cátion
H3O+(aq), conforme mostrado abaixo:
Graças ao carácter ácido dos fenóis, a substituição do grupo OH é bem mais fácil do que
nos álcoois; assim, eles realizam reações de substituição. Além disso, eles também reagem
com bases fortes, como o NaOH e o KOH, formando sal e água como produtos. Essa reação
pode ser realizada em laboratório para diferenciar os fenóis dos álcoois, pois os álcoois não
reagem e não formam o sal.
Os monofenóis (fenóis que possuem somente um grupo OH) possuem as suas moléculas
polares, pois o oxigênio é o átomo mais eletronegativo da molécula.
O ião nitrónio (NO2+) não existe em concentrações apreciáveis no ácido nítrico. A adição de
ácido sulfúrico provoca a sua rápida formação:
Quando se aquece ácido sulfúrico, liberta-se trióxido de enxofre, que ataca o anel
benzênico.
Alquilação
O electrófilo na alquilação de um anel benzénico é um carbocátion formado pela reação de
um haleto de alquilo com o cloreto de alumínio, que actua como catalizador:
O carbocátion assim formado reage com o benzeno da mesma forma que os outros
electrófilos.
Acilação de aromáticos
A acilação realiza-se de forma semelhante, mas usando um haleto de acilo em vez
de um
haleto de alquila.
5.4 Reação de Halogenação – uso de F, Cl, Br, obs: o iodo é pouco reativo neste caso
Por exemplo, o cloro na presença de AlCl3 como catalisador promoverá uma reação de
substituição com o benzeno, sendo que o iodo não reage com esse hidrocarboneto.
Exemplo
CAPÍTULO 6: ALDEÍDOS E CETONAS xxxxxxxx
Estrutura do etanal
Esse aldeído pode apresentar-se na forma líquida ou gasosa, pois seu ponto
de ebulição é igual a 21ºC. Por isso, seu estado físico dependerá da temperatura
ambiente. O etanal é usado na síntese de compostos orgânicos, como no preparo
de etanol, de ácido acético, do cloral, que é usado como hipnótico e que leva à
formação do clorofórmio, que é um anestésico; e do inseticida DDT. Esse aldeído
também é usado como redutor de sais de prata na fabricação de espelhos (reativo
de Tollens) e na obtenção de resinas.
Cetonas
Acetofenona: é a cetona aromática mais simples sendo incolor e de alta viscosidade. É utilizada
como precursor na preparação de diversas resinas e fragrâncias (principalmente como aroma
artificial de amêndoa, cereja, jasmim e morango, sendo também o precursor acadêmico clássico
para o estireno.
Estrutura:
baseados em hidretos metálicos. Os reagentes mais comuns são o boroidreto de sódio (NaBH4) e
o LiAlH4.
presente no equilíbrio é muito variável, e é normalmente muito maior para os aldeídos do que para
as cetonas. A posição do equilíbrio depende de factores electrónicos e de factores estéricos
(relacionados com o volume). Substituintes que libertam densidade electrónica (por exemplo,
grupos metilo) estabilizam o grupo carbonilo e diminuem a extensão da hidratação. Da mesma
forma, substituintes que instabilizam o carbonilo favorecem a formação do hidrato. Factores
estéricos: No hidrato, o carbono central está muito mais “apertado” do que no aldeído ou cetona
inicial. Quanto maiores forem R1 e R2, maior será a instabilização da forma hidratada, e portanto a
quantidade de hidrato presente no equilíbrio será menor. A hidratação dos aldeídos e cetonas
pode ser catalisada por ácidos ou por bases.
Catálise alcalina
Catálise ácida
Este carbocátion é estabilizado por ressonância, devido à presença dos pares de elétrons
não-ligantes do oxigénio:
A enolização pode ser catalisada por uma base forte, como o aniôn hidróxido. A base retira
um hidrogénio a, dando origem ao enolato correspondente. O enolato é uma espécie estabilizada
por ressonância:
Esta ressonância é a razão da elevada acidez dos hidrogénios a dos aldeídos e cetonas,
uma vez que o ânion enolato é mais estabilizado do que o composto carbonílico original.
5.2.5 Reação de Condensação aldólica
O aldeído pode ser parcialmente convertido em enolato por catálise alcalina. O enolato
assim formado pode atacar outra molécula de aldeído dando origem a um aldol (uma molécula
com um grupo aldeído e um grupo álcool). Apresenta-se a seguir o mecanismo desta reação
(adição aldólica)
moléculas mais pequenas numa reação que é o inverso da adição aldólica. Uma reação deste tipo
é a quebra de frutose-1,6-bisfosfato em dihidroxiacetona fosfatada e gliceraldeído-3-fosfato, que
ocorre na glicólise. Por aquecimento, estes compostos desidratam, dando origem a uma ligação
dupla carbono-carbono conjugada com o aldeído. A desidratação ocorre sempre na direção em
que se formam ligações conjugadas C=C-C=O.
CAPÍTULO 7 - ÁCIDOS CARBOXÍLICOS E SEUS DERIVADOS
1- Reação de dissociação
2- Reação de esterificação – reação com álcool
7- Reação de preparação
Os ácidos carboxílicos são ácidos fracos. Mesmo assim, estão entre os compostos
orgânicos mais ácidos: apresentam tipicamente pKa entre 4 e 6 (comparado com 16-20 para
álcoois, aldeídos e cetonas e 25 para os prótons acetilênicos). A razão desta elevada acidez
encontra-se mais uma vez na ressonância: o aniôn carboxilato originado pela desprotonação do
ácido é fortemente estabilizado por ressonância. O ácido terá portanto grande tendência a perder
o próton, a fim de originar esta espécie muito estável:
1) Reação de dissociação
Possibilidades de reação dos ácidos carboxílicos
Perceba que o ácido pode sofrer um ataque nucleofílico, eletrofílico ou de uma base. No
caso de um reagente nucleofílico (:Nu), o ácido reage preferencialmente através do carbono da
dupla, que é muito polarizado e, portanto, tem uma carga parcial positiva, o que permite a entrada
do nucleófilo. Se for um reagente eletrofílico (E+), o ácido reage preferencialmente através do
oxigênio da hidroxila, que coordena um de seus pares de elétrons livres para o eletrófilo.
Finalmente, o reagente pode ser uma base, que então vai atuar capturando um próton do ácido,
seja da hidroxila (que é liberado mais facilmente) ou, dependendo da força dessa base e das
condições da reação, do “carbono alfa” (carbono ligado ao grupo COOH).
Uma das reações mais importantes dos ácidos é a esterificação, ou seja, a formação de
ésteres. Reage-se o ácido com um álcool, a frio, em presença de H2SO4 concentrado. Trata-se da
formação de um éster pela união de um álcool e um ácido, através de uma reação que é lenta a
temperatura ambiente, reversível, e que libera água. É uma desidratação, na qual o ácido atua
como catalisador e desidratante.
Pode-se obter haletos de ácidos pela reação de um ácido com haleto de fósforo,
especialmente, os cloretos. Veja:
Com cloreto de tionila, os ácidos carboxílicos formam cloretos de acila (cloretos de ácido):
Os ácidos carboxílicos, quando reagidos com bases inorgânicas resultam sais, através de
uma simples reação de salificação ou neutralização:
7- Reações de preparação
Anidrido Butanoico
A reação mais importante dos derivados dos ácidos carboxílicos é a substituição nucleófila.
Um exemplo é a hidrólise dos cloretos de ácido:
Esta reação é extremamente rápida por causa do efeito indutor do cloro, que torna o
carbonílico bastante eletrofílico (ver acima).
1) Reações de preparações
A reação de esterificação
Métodos alternativos
Nesta, já utilizamos outros métodos para esterificação. Abaixo encontram-se alguns dos vários
métodos para a formação de ésteres.
6. Transesterificação
Esquema geral
Exemplo:
8. Aminólise – produção de amidas
Nesta reação, o éster reage com uma solução de hidróxido de amônio/amônia para produzir
sob condições adequadas, a respectiva amida e o respectivo álcool primário.
9. Hidrólise de ésteres
Os ésteres podem ser hidrolisados por catálise ácida. Neste caso, o mecanismo é
exatamente o oposto da esterificação. A reação é por isso reversível. Quando se pretende
sintetizar o éster, remove-se a água da mistura reacional a fim de deslocar o equilíbrio no sentido
da formação do éster. Pelo contrário, quando se pretende hidrolisar o éster, realiza-se a reação na
presença de um grande excesso de água.
A hidrólise do éster em solução básica é, no entanto, irreversível pelo que o seu estudo
mais detalhado se justifica. Neste caso, a hidrólise não é realizada pela água, mas pelo aniôn
hidróxido:
O último passo da reação é irreversível: o carboxilato (uma base fraca) não tem nenhuma
tendência a retirar o protão do álcool (um ácido muito fraco).
Lista de exercícios sobre ácidos e derivados
a) 1
b) menor que 1
c) maior que 1
d) -1 CONH2
COO
COCl
Questão 5) Com relação aos derivados dos ácidos carboxilícos, marque a alternativa incorreta
a) As amidas são consideradas os compostos nitrogenados de maior importância dentre os
derivados.
b) Os anidridos de ácido são compostos menos oxigenados quando comparados com os ésteres.
c) Os sais de ácidos carboxilícos são produzidos pela reação entre um ácido orgânico e uma
base ou entre um éster e uma base.
d) Os halogênios dos haletos de ácido são: o cloreto, o brometo, o iodeto e o fluoreto.
O
c Cl
cloreto de propanoila
O
c O CH3
Questão 8) Esquematize a reação de ESTERIFICAÇÃO entre o ácido esteárico (um ácido graxo
saturado com 16 átomos de carbono) e o álcool etílico.
Questão 9) Cite um anidrido aromático e outro saturado e a seguir dê o nome IUPAC PARA
CADA UM DELES.
Questão 10) Cite 01 éster, fale sobre ele, descreva sua estrutura e cite também o seu nome
IUPAC.