Em Química orgânica são conhecidas muitas funções. Dentre Elas destacam-se as
funções de hidrocarboneto, Álcool, fenol, Ésteres, Aldeídos, Cetonas, Ácidos Carboxílicos, Esteres, Amidas, proteínas, Cabo-Hidratos. Hidrocarbonetos São compostos que apresentam apenas átomos de carbono e de hidrogénio na sua composição. Hidrocarbonetos Alifáticos São compostos orgânicos que consistem em átomos de carbono e hidrogénio ligado em cadeias abertas, lineares ou ramificadas. Classificação Hidrocarbonetos Alcanos São compostos formados apenas por ligações simples de carbono-carbono e carbono-hidrogénio. Eles não possuem ligações duplas ou triplas. Formula Geral: CnH2n+2 Hidrocarbonetos Alcenos São compostos que possuem pelo menos uma ligação dupla e tripla de carbono- carbono em sua cadeia. Formula Geral: CnH2n Hidrocarbonetos Alcinos São compostos que possuem pelo menos uma ligação tripla entre dois átomos de carbono em sua cadeia. Formula Geral: CnH2-2 Hidrocarbonetos Aromáticos São uma classe especifica de composto orgânicos que possuem uma estrutura cíclica, muitas vezes de forma de anel, com ligações duplas conjugadas entre átomos de carbono. Ex: Nomenclatura A nomenclatura dos segue as regras específicas estabelecidas pela IUPAC para garantir uma forma sistemática e consistente de nomear os compostos orgânicos. Hidrocarbonetos Alcano Prefixo + terminação ‘ano’ Identifique a cadeia mais longa de carbono na molécula Identifique o grupo alquila (ramificações) ligados a cadeia principal. Numere a cadeia principal de modo que as ramificações tenham os números de carbono mais baixos possível Nomeie cada ramificação usando o prefixo apropriado (metil, etil, propil, e.t.c) e indique a posição de cada ramificação com um número. Coloque os nomes da ramificação em ordem alfabética antes do nome da cadeia principal. Use os prefixos numéricos (di, tri, tetra, e.t.c) para indicar múltiplas copias de uma mesma ramificação. Hidrocarbonetos Alcenos Prefixo + terminação ‘eno’ Para nomear os alcenos seguimos as mesmas regras básicas para alcanos, mas mude o sufixo ‘ano’ para ‘eno’ Identifique a posição da ligação dupla e indique-a com um número Hidrocarbonetos Alcinos Prefixo + terminação ‘ino’ Para nomear os alcinos seguimos as mesmas regras básicas para alcanos, mas mude o sufixo ‘ano’ para ‘ino’. Identifique a posição da ligação tripla e indique-a com um número. Isomeria de Hidrocarbonetos Alifáticos A isomeria de hidrocarbonetos alifáticos refere-se à existência de compostos com a mesma fórmula molecular, mas diferentes arranjos espaciais dos átomos. Existem dois tipos de isomeria em hidrocarbonetos alifáticos: Isomeria de cadeia e Isomeria de Posição Isomeria de cadeia Neste tipo de isómeros possuem diferentes arranjos de átomos de carbonos na cadeia principal. Existem 3 subtipos principais de isomeria de cadeia: Isomeria de Cadeia Normal e Ramificada: Um isómero tem uma cadeia principal linear enquanto o outro isómero tem cadeia laterias ou ramificações Isomeria de Cadeia de Posição: O isómero tem a mesma cadeia principal, mas as ramificações estão localizadas em posições diferentes. Isomeria de Cadeia de cadeia múltipla: quando há uma dupla ou tripla ligação, a posição da ligação também pode variar, levando a diferentes isómeros. Isomeria de Cadeia Estrutural: é aquela em que se imagina que a observação da substancia e é feita considerando a como se estivesse no espaço tridimensional. Ex: Butano e metilpropano são isómeros de cadeia normal e ramificada But-1-eno e but-2-eno são isómeros de cadeia de cadeia múltipla Isomeria de posição Neste tipo de isomeria, o isómero tem a mesma cadeia principal e as mesmas ramificações, mas as ligações duplas, triplas ou outros grupos formados funcionais estão localizados em posições diferentes. Ex: Pentano e 2-metilbutano são isómeros de posição (a posição da ramificação muda). ` Pent-1-eno e pente-2-eno são isómeros de posição (a posição da ligação dupla muda) Propriedades Físicas e Químicas As propriedades físicas e químicas dos hidrocarbonetos alifáticos (alcanos, Alcenos e alcinos) variam de acordo com o tipo de hidrocarboneto e sua estrutura molecular. Físicas Os alcenos de 1 á 4 carbonos são gasosos; alcenos de 5 á 17 são líquidos e os de 18 carbonos são sólidos Ponto de fusão e ebulição: O ponto de fusão e ebulição aumenta com o aumento do tamanho da cadeia nos alcanos devido ao aumento da forca de Van de Waals entre as moléculas. Alcenos e Alcinos geralmente tem pontos de fusão e ebulição mais baixos que os alcanos de cadeia similar, devido á presença de ligações duplas e triplas que interrompem a simetria das moléculas. Densidade: A densidade é geralmente menor do que a da água, o que os torna insolúveis ou pouco solúveis em água. Solubilidade: alcanos são apolares e são solúveis em água, mas são solúveis em solventes apolares, como éter e benzeno. Alcenos e alcinos são mais reativos e podem formar ligações com outros compostos, afetando sua solubilidade. Condutividade Elétrica: Eles são maus condutores de eletricidade em estado puro, pois não contem iões ou cargas móveis. Químicas Reatividade: Alcanos são relativamente inertes devido as ligações simples e falta de centros reativos. Alcenos e alcinos são mais reativos devido as suas ligações duplas e triplas, que podem passar por reações de adição. Ex:C2H4 + H2 = C2H6 Combustibilidade: Eles são combustíveis, queimando em presença de oxigénio para formar dióxido de carbono e água. A reação e exotérmica. Ex: CH4 + 2O2 = CO2 + 2H2O Halogenação: Alcanos passam por reações de substituição com halogéneos sob condições adequadas. Alcenos também reagem com halogéneos por adição, formando di-halogenetos. Ex: CH4 + Cl2 = CH3Cl + HCl Acido Sulfúrico Concentrado: Hidrocarbonetos alifáticos podem ser desidratados na presença de acido sulfúrico concentrado para formar alquenos. Ex: CH3CHO = C2H2 + H2O Radical Livre: alcanos podem sofrer reações de substituição radicalar em presença de luz ultravioleta, onde um hidrogénio e substituído por um radical Ex: C2H2 + Cl2 = C2H2Cl2 Polimerização: Alcenos podem passar por polimerização em presença de catalisadores para formar polímeros de plástico. Ex: (C2H4) n = Polietileno Reação de Oxidação: Alcenos e alcinos podem ser oxidados para formar álcoois, cetonas ou ácidos carboxílicos, dependendo das condições. Obtenção e Aplicação Ele tem diversas aplicações industriais e comercias devido as suas propriedades químicas e físicas. Obtenção Para Alcanos: Craqueamento: C8H18 = C4H10 + C4H8 Hidrogenação: C2H4 + H2 = C2H6 Para Alcenos: Eliminação: CH3CH2CH2OH = CH2 = CHCH3 + H2O Desidratação: (CH3)2CHOH = CH2 = CHCH3 + H2O Para Alcinos: Eliminação: CH3CH2CH2BR + CH =- + HBr Desidratação: (CH3)2CHOH = HC =- CCH3 + H2O Petróleo Bruto: Eles são uma parte significativa, que é a principal fonte de obtenção desses compostos. O processo de destilação fracionada do petróleo separa os hidrocarbonetos em diferentes faixas de temperatura, resultando na obtenção de alcanos, alcenos e alcinos. Gás Natural: É uma fonte rica em hidrocarbonetos alifáticos, especialmente alcanos de cadeia curta. Obtenção a partir de plantas e Biomassa: Os biocombustíveis alifáticos, como o etanol obtido na cana-de-açúcar. Aplicação Combustíveis: os alcanos são utilizados como combustíveis, seja como gasolina, diesel ou querosene. Eles são fontes de energia amplamente utilizadas em motores de combustão interna Indústria Petroquímica: Alcenos são matérias-primas fundamentais na produção de plásticos, como o polietileno e o polipropileno Solventes: Eles são usados como solventes em processos industriais e produtos de limpeza Produtos Químicos: Alcenos e alcinos podem ser transformados em uma variedade de produtos químicos, incluindo produtos farmacêuticos, produtos químicos agrícolas e produtos de limpeza Processos Químicos Indústrias: Alcinos podem ser usados como reagentes em diversos processos químicos industriais Cosméticos e Cuidados Pessoais: Alcanos e alcenos são encontrados em produtos cosméticos, como cremes, loções e batões Produção de energia: O gás natural, composto principalmente dos alcanos, é usado como fonte de energia para produção de eletricidade e aquecimento. Nomenclatura de Hidrocarbonetos Aromáticos Nomenclatura dos hidrocarbonetos aromáticos segue as mesmas regras gerais de nomenclatura da IUPAC, para compostos orgânicos. No entanto, os hidrocarbonetos aromáticos, como o benzeno e seus derivados, têm nomenclatura específica devido à sua estrutura cíclica e propriedades aromáticas. Abaixo iremos apresentar algumas regras para nomear os Hidrocarbonetos aromáticos: Nome Base: O nome base é sempre ‘benzeno’ para o anel aromático e seis carbonos Substituintes: Grupos funcionais ou substituintes ligados ao anel benzénico são nomeados como prefixos. Eles são indicados antes do nome base ‘benzeno’. Posicionamento: Os substituintes são numerados para dar os menores numero aos grupos em substituição. A numeração começa de um dos carbonos e segue na direção que proporciona os carbonos e segue na direção que proporciona os menores números para os substituintes. Prefixos de posição: Para indicar a posição do substituinte no anel, usam-se os prefixos orto(o), meta(m), e para(p), quando necessário. Os carbonos que se seguem ao radical, nos 2 lados, são orto, 2 seguintes ao orto são chamados meta, e oque esta oposto ao radical chama-se para. Nomeação do grupo Benzénico substituído: Em composto com grupos substituintes, o nome do substituinte é geralmente seguido pelo termo ‘benzeno’. Prioridade: Substituintes comuns (por exemplo, metil, etil) recebem precedência sobre grupos funcionais. A ordem alfabética também é usada para determinar a ordem dos nomes dos substituintes. Isomeria de Hidrocarbonetos aromáticos A isomeria nos hidrocarbonetos aromáticos refere-se à existência de compostos com a mesma fórmula molecular, mas diferentes arranjos ou conectividades de átomos, resultando em diferentes estruturas e propriedades. Isomeria de Cadeia Os isômeros de cadeia diferem na ordem em que os átomos de carbono estão ligados. No entanto, devido à natureza rígida dos anéis aromáticos, a isomeria de cadeia é menos comum nos hidrocarbonetos aromáticos em comparação com os hidrocarbonetos alifáticos. Isomeria de Grupo Funcional: Envolve a presença de diferentes grupos funcionais na mesma fórmula molecular. Por exemplo, um composto pode ter uma cadeia alifática ligada ao anel aromático, resultando em diferentes propriedades e reatividade. Isomeria Posicional: Isômeros posicionais possuem a mesma cadeia de átomos, mas os grupos funcionais estão em diferentes posições na estrutura. Isso é mais relevante em derivados do benzeno com substituintes em posições diferentes no anel. Isomeria de Anel: Nos hidrocarbonetos aromáticos, a isomeria de anel é particularmente importante devido à possibilidade de diferentes arranjos de ligações duplas (resonância) no anel benzénico. Isomeria Ortómeta-Para (O-M-P): Ela ocorre em compostos com dois substituintes no anel. Os isômeros orto, meta e para referem-se às posições relativas dos substituintes. Exemplo: C6H4(CH3)2 Ortodimetilbenzeno (1,2-dimetilbenzeno) Metadimetilbenzeno (1,3-dimetilbenzeno) Paradimetilbenzeno (1,4-dimetilbenzeno) Isomeria de Arranjo de Ligação Dupla (Ressonância) Devido à estrutura planar e à deslocalização de eletrões do anel benzénico, os hidrocarbonetos aromáticos não possuem isômeros de arranjo de ligação dupla tradicionais. Em vez disso, eles têm várias formas de ressonância que contribuem para as propriedades aromáticas únicas do anel benzénico. Propriedades Físicas e Químicas As propriedades físicas e químicas dos hidrocarbonetos aromáticos, como o benzeno e seus derivados, são influenciadas pela estrutura cíclica e pela presença do sistema de anel benzénico. Físicas Ponto de Ebulição e Fusão: Os hidrocarbonetos aromáticos geralmente têm pontos de ebulição e fusão mais altos em comparação com hidrocarbonetos alifáticos de massa molar semelhante. Isso ocorre devido à força das interações de Van der Waals entre as moléculas. Solubilidade: Hidrocarbonetos aromáticos são insolúveis em água devido à natureza apolar de suas ligações carbono-hidrogênio. No entanto, eles são solúveis em solventes orgânicos apolares. Condução de Eletricidade: Hidrocarbonetos aromáticos são maus condutores de eletricidade, tanto no estado sólido como no líquido, porque não possuem íões móveis ou cargas elétricas livres. Químicas Substituição Eletrofílica Aromática: Uma das propriedades mais marcantes dos hidrocarbonetos aromáticos é sua reatividade em substituições eletrofílicas, onde um grupo funcional é introduzido no anel aromático. Nitração: O grupo nitro (-NO2) é adicionado ao anel benzénico em condições ácidas Ex: C6H6 + HNO3 / H2SO4 → C6H5NO2 + H2O Halogenação: Átomos de halogênio (Cl2, Br2) são adicionados ao anel benzênico sob a influência de um catalisador de Lewis, como o AlCl3. Ex: C6H6 + Cl2 / AlCl3 → C6H5Cl + HCl Oxidação: Os hidrocarbonetos aromáticos podem passar por reações de oxidação para formar produtos como ácidos carboxílicos ou álcoois, embora essas reações sejam menos comuns devido à estabilidade do anel aromático Ex: C6H5CH3 + 2 [O] → C6H5COOH + H2O Obtenção e Aplicação de Hidrocarbonetos Aromáticos Obtenção Síntese de Friedel-Crafts A reação de Friedel-Crafts é uma das formas mais comuns de introduzir grupos alquil (alquilos) ou acil (acila) em um anel aromático. A reação ocorre em presença de um catalisador de Lewis, como o cloreto de alumínio (AlCl3). C6H6 + CH3CH2Cl → C6H5CH2CH3 + HCl Nitração Aromática: A nitração aromática é uma reação onde um grupo nitro (-NO2) é introduzido em um anel aromático. A reação é realizada em ácido nítrico concentrado e ácido sulfúrico. C6H6 + HNO3 → C6H5NO2 + H2O Halogenação Aromática: A halogenação aromática é uma reação onde um ou mais átomos de hidrogênio no anel aromático são substituídos por átomos de halogênio (F, Cl, Br, I) C6H6 + Cl2 → C6H5Cl + HCl Alquilação de Friedel-Crafts: Na alquilação de Friedel-Crafts, um grupo alquil é adicionado ao anel aromático. É semelhante à síntese de Friedel-Crafts, mas usa um composto alquil halogenado como reagente. C6H6 + CH3CH2Br → C6H5CH2CH3 + HBr Redução de Birch: A redução de Birch é uma reação que converte compostos aromáticos em hidrocarbonetos com ligações duplas conjugadas. É geralmente realizado com uma solução de sódio (Na) em amônia líquida (NH3). C6H6 + 3 Na / NH3 → C6H8 + 3 NaNH2 + NH3 Aplicação Indústria Química: Os hidrocarbonetos aromáticos têm um papel fundamental na indústria química como matéria-prima para a produção de uma ampla variedade de produtos químicos, como plásticos, solventes, resinas, corantes, detergentes e produtos farmacêuticos. Produtos Farmacêuticos: Hidrocarbonetos aromáticos são precursores para a síntese de muitos produtos farmacêuticos, incluindo analgésicos, anti-inflamatórios e medicamentos antivirais. Fabricação de Corantes: Hidrocarbonetos aromáticos são usados na produção de corantes e pigmentos para tintas, têxteis e produtos químicos. Aromas e Fragrâncias: Muitos compostos aromáticos são usados na indústria de perfumes, sabonetes e produtos de cuidados pessoais para criar aromas e fragrâncias agradáveis. Combustíveis: Enquanto hidrocarbonetos aromáticos não são tipicamente usados como combustíveis, eles podem ser componentes de combustíveis derivados de petróleo. Produtos Químicos Especiais: Hidrocarbonetos aromáticos são usados na fabricação de uma variedade de produtos químicos especializados, como produtos químicos para fotografia, produtos químicos para eletrônica e muito mais.