Você está na página 1de 24

Química Inorgânica

Teórica e Experimental
Material Teórico
Funções Inorgânicas

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Dr.ª Solange de Fátima Azevedo Dias

Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Funções Inorgânicas

• Introdução;
• Função: Óxido;
• Função Sal;
• Balanceamento de Reações
Químicas ou Estequiometria.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Identificar as funções inorgânicas;
• Conhecer as aplicabilidades de óxidos e sais;
• Entender as reações e fazer o balanceamento de equações químicas.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Funções Inorgânicas

Introdução
A ferrugem, que aparece em grades e postes de ferro, é uma reação típica do
ferro com o oxigênio na presença da umidade do ar. A cor acastanhada é a de
um composto químico conhecido como hidróxido de ferro. Em outros metais,
vemos a formação de uma camada de coloração diferente da do metal, típica dos
óxidos formados pela reação do metal com o oxigênio. Os exemplos: alumínio
(a), ferro (b) e cobre (c), como são ilustrados na Figura 1, constituem a resultante
de reações químicas ocorridas entre um metal, ou uma liga (mistura de metais)
com o ambiente. Nesse tipo de reação química, pode ocorrer, ou não, uma perda
de matéria metálica considerável. Esse processo é chamado de corrosão, em que
ocorre uma reação de oxidação do metal e uma reação de redução do oxigênio.
Portanto, a ferrugem é a camada que se forma sobre o ferro, ou seja, a degrada-
ção do ferro em forma de hidróxido.

Figura 1 – Exemplos de óxidos: (a) de alumínio, (b) de ferro e (c) de cobre


Fonte: iStock/Getty Images

Nem sempre temos de encarar a oxidação do metal como algo prejudicial ao ma-
terial, pois as camadas de óxidos formadas sobre a superfície do metal e das ligas,
como o aço, podem ser consideradas uma proteção do material. O Al2O3 (óxido de
alumínio, chamado de alumina) é um exemplo de óxido que protege o alumínio.

Outro exemplo é a prata (Agº), pois, quando sofre oxidação em decorrência do


ambiente estar em pH ácido (H+), ela fica com cor escura, enegrecida. Esse escu-
recimento é pelo AgO (óxido de prata) que se formou sobre ela. Nesse caso, ao se
retirar a parte escura do óxido, a perda de prata é quase insignificante e ela volta
a ter sua cor característica.

Função: Óxido
Um metal oxidado é um óxido do mesmo metal e pode ter colorações variadas,
como: avermelhada, preta, azulada, esverdeada, branca etc. Os metais, quando se
oxidam, podem mudar drasticamente de cor. Por exemplo, o cobre (Cu) oxida-se na
presença de nitrogênio e oxigênio do ar, formando o zinabre, um composto verde de
nitrato de cobre. Os metais estrôncio e o ferro ficam avermelhados.

8
O termo “oxidar” significa “reagir com oxigênio”, ou seja, entrar em combustão
ou sofrer uma reação de óxido-redução (assunto da próxima Unidade). O primeiro
caso pode ocorrer quando se leva um metal à chama. O magnésio (Mgº), quando
levado à chama, reage com o oxigênio e se transforma em um pó branco, liberando
uma fortíssima luz branca. Veja o vídeo a seguir:
Explor

Síntesis de óxido de magnesio, acesse em: https://youtu.be/Fihh0G8zomE.

O pó branco, quando é colocado no béquer e misturado com água, não fica to-
talmente solúvel, porém forma uma mistura esbranquiçada de óxido de magnésio.
A essa mistura é adicionada um indicador de pH, que imediatamente muda a cor da
solução para rosa, indicando que a mistura é básica.

Veja os perigos das reações químicas: no momento em que o magnésio está


se oxidando durante sua combustão, se quiséssemos apagar a chama, poderí-
amos colocá-lo na água, mas, surpreendentemente, ele continuaria queimando
dentro da água e, pior, reagiria com a água com a liberação de hidrogênio e
posterior explosão, o que poderia ter graves consequências. Tudo dependerá da
quantidade usada: se for muito pouca, será divertido; mas um pouco mais, um
acidente sério com riscos de morte poderá ocorrer.

Nas reações de óxido-redução ocorrem transferências de elétrons. Observe


a Figura 2.

Uma pequena lâmina do metal zinco (Zn), de cor cinza, está mergulhada em
uma solução do sal sulfato de cobre (CuSO4) de cor azul. Com o passar do tempo,
o metal cobre (Cu) deposita-se na superfície do metal zinco (Zn).

Reação de óxido-redução:

Figura 2 – Reação de óxido-redução entre o Znº e o Cuº

9
9
UNIDADE Funções Inorgânicas

Na reação da Figura 2, ocorreu uma transferência de elétrons:

Znº(s) + CuSO4(aq) → Cuº(s) + ZnSO4(aq)

ou seja, o zinco (Zn) perde 2 elétrons



Znº(s) + Cu 2+
(aq)
+ SO42-
(aq)
→ Cuº(s) + Zn2+(aq) + SO42-(aq)

e o cobre (Cu) sofre uma redução, passando a cobre metálico (Cuº)

Zn(s) + Cu2+(aq) → Cuº(s) + Zn2+(aq)


claramento, o zinco (Zn) sofreu uma oxidação

Zn(s) → Zn2+(aq)

Cu2+(aq) → Cu(s)

Assista à vídeoaula sobre a reação de óxido-redução no link a seguir e observe a mudança de


Explor

cor do metal ferro (Feº) para acobreado após ser mergulhado em solução de sulfato de cobre
(CuSO4). Disponível em: https://youtu.be/WPzErdAYifo.

Os óxidos são compostos químicos inorgânicos com dois elementos, sendo um


deles o oxigênio (O).

Molecular (ametais) Iônico (metais)


S, C, N,CL →
YO
→ (Fe, Ni, AL, Zn, Si, ...)

Elemento + Oxigênio (O)

Os óxidos com dois elementos são chamados de binários. A maioria dos metais
têm tendência a liberar elétrons para se tornar estável. Dessa forma, reagem facil-
mente com o oxigênio, que é um agente oxidante. Isso pode causar perda de massa
do metal ou formar uma camada que serve como proteção anticorrosiva. Em algu-
mas situações, o óxido formado é utilizado em processos industriais. Veja algumas
reações e exemplos de utilização do óxido metálico na Tabela 1.

Você pode também assistir a um vídeo sobre a oxidação de metais por chama, ele é
Explor

rápido, veja: https://goo.gl/qYvAAn.

10
Tabela 1 – Reação de formação de óxidos e exemplos
Reação Nome
2 Fe + O2 2 FeO Processos catalíticos.
Óxido de ferro II ou óxido de ferro. Em reação com o carbono (C), é utilizado na fabricação do aço.
4 Fe + 3 O2 → 2 Fe2O3 Faz parte da composição, juntamente com o óxido de titânio, de
Óxido de ferro III ou trióxido de ferro compósitos dentários.
ou óxido férrico. Gravação magnética de discos rígidos.
2 FeO + 2Fe2O3 → 2Fe3O4
Pedra imã
Tetróxido de ferro (magnetita)
2 Mg + O2 → 2 MgO
Antiácido (leite de magnésia)
Óxido de magnésio
Zn + 1/2 O2 → ZnO
Creme dental
Óxido de zinco
Cal virgem, cimento e cerâmicas, tratamento de água e esgoto,
Ca + ½ O2 → CaO
inseticidas. Purificação de açúcares, óleos vegetais e sucos de frutas.
Óxido de cálcio
Produção de vidro.

Classificação de óxidos
• Óxidos ácidos: são os óxidos que podem reagir com água, formando um ácido;
• Óxidos básicos: reagem com água e formam bases;
• Óxidos neutros: não reagem nem com ácidos e nem com bases;
• Óxidos anfóteros: reagem com ácidos formando um óxido ácido. Quando
estão na presença de uma base, formam os óxidos básicos. Exemplo: óxido
de zinco (ZnO);
• Peróxidos: compostos que possuem em sua fórmula o grupo (O2)2- , como a
água oxigenada (H2O2). (BROWN, 2005)

Assista ao vídeo a seguir que poderá melhorar sua compreensão do conceito de óxido.
Explor

Disponível: https://youtu.be/PNwONerka5I.

Veja os exemplos na Tabela 2, que demostram: na 1ª coluna, as reações entre


óxidos e água; na 2ª coluna, o nome da substância formada; e na 3ª, a aplicação
das mesmas.
Tabela 2 – Reações químicas, classificação de óxidos
Óxido + água – a.1. Ácido Aplicações
SO3 (g) + H2O(l) → H2SO4 (aq)
Ácido sulfúrico Solução de bateria.
trióxido de enxofre
Gaseificação de águas e refrigerantes.
CO2 (g) + H2O(l) → H2CO3(aq)
Ácido carbônico Respiração.
dióxido de carbono
Fotossíntese.

11
11
UNIDADE Funções Inorgânicas

Óxido + H2O – a.2. Base Usos


1 Na2O(g) + 1 H2O(l) → 2 NaOH(aq)
Hidróxido de sódio Fabricação de sabões.
óxido de sódio
CaO (s) + 2 H2O (l) → Ca(OH)2
Hidróxido de cálcio Tratamento dentários.
óxido de cálcio
2 MgO (s) + 2 H2O (l) → 2 Mg(OH)2
Hidróxido de magnésio Fabricação de antiácido.
óxido de magnésio
Óxidos – a.3. Neutros Usos
N2O (g) → NÃO REAGE COM ÁGUA Anestésico; emissão em solos por bactérias.
-
Óxido nitroso Aumento de potência de motor.
CO (g) → NÃO REAGE COM ÁGUA Gás resultante da combustão incompleta
-
Monóxido de carbono de combustível, altamente venenoso.
Óxidos – a.4. Anfóteros -
Zn +2HCl (l) → ZnCl2 + H2 Aditivo alimentício.
Cloreto básico de zinco
Cloreto de zinco Processo galvânicos.
ZnO +2NaOH = Na2ZnO2 + H2O Zincato de sódio Banho em metais.
Uso medicinal para limpeza de ferimentos;
(H2O2) Água oxigenada
clareamento dental.
(Na2O2) Peróxido de sódio Usado como alvejante.
N 2O 5 Pentóxido de dinitrogênio Preparação de explosivos

Nomenclatura dos óxidos


Observe os elementos da TP das Famílias IA, IIA, IIIA e os elementos Zn e Ag,
sinalizados com a seta azul ( ):

Grupo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Periodo
1 2
1
H He
3 4 5 6 7 8 9 10
2
Li Be B C N O F Ne

11 12 13 14 15 16 17 18
3
Na Mg Al Si P S Cl Ar
19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
4
K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54
5
Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe

55 56 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86
6
Cs Ba Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tl Pb Bi Po At Rn

87 88 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118
7
Fr Ra Rf Db Sg Bh Hs Mt Ds Rg Cn Uut Fl Uup Lv Uus Uuo

57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71
Lantanideos La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu

89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103


Actinideos
Ac Th Pa U Np Pu Am Cm Bk Cf Es Fm Md No Lr
Figura 3 – Tabela periódica dos elementos
Fonte: Wikimedia Commons

12
Nomenclatura: óxido + de + nome do elemento:

Óxido de lítio- Li2O Óxido de sódio- Na2O Óxido de potássio- K2O


Óxido de magnésio-MgO Óxido de cálcio- CaO Óxido de alumínio- AL2O3
Óxido de bário- BaO Óxido de zinco- ZnO Óxido de prata- Ag2O

Nomenclatura dos demais óxidos:

Óxido + de + nome do elemento + nox do elemento em algarismo romano, ou


as terminações ICO ou OSO
• FeO = óxido de Ferro II ou óxido ferroso
• Fe2O3 = óxido de Ferro III ou férrico
• CO = monóxido de carbono
• CO2 = dióxido de carbono ou gás carbônico
• N2O = monóxido de nitrogênio ou óxido nitroso
• N2O3 = trióxido de dinitrogênio ou anidro nitroso
• NO = óxido nítrico

Formulação

Fe2O3
{ Óxido de Ferro (III)
Óxido de Férrico
Trióxido de diferro

• CaO – óxido de cálcio


Ca 2+
+ O 2-
→ Ca2O2 simplifica-se
→ CaO
• Al2O3 – Óxido de alumínio
Al 3+
+ O 2-
→ Al O a valência do O passa para
2 3
o AL e, do AL passa para o O.
• CO2 – dióxido de carbono ou gás carbônico
C + O2-
4+
→ C O simplifica-se
2 4 → CO
2

13
13
UNIDADE Funções Inorgânicas

Reações de formação de óxidos, não metálicos


• N2(g) + 2O2(g) → 2 NO2(g) → Dióxido de nitrogênio.
• N2(g) + O2(g) → 2 NO(g) → Monóxido de nitrogênio.
• S8(s) + 12 O2(g) → 8 SO3(g) → Trióxido de enxofre.
• S8(s) + 8 O2(g) → 8 SO2(g) → Dióxido de enxofre.

Função Sal
Uma substância é definida como sal quando, em solução aquosa (água), produz
um cátion diferente do H+ e um ânion diferente do OH-. Ou seja, não pode apre-
sentar na molécula o H e nem o OH.
Na Tabela 3, estão representados sais de diferentes substâncias e a aplicabilidade
dos mesmos na vida cotidiana.
Tabela 3 – Exemplos de sais e aplicação
Sulfato de cálcio (gesso) (a) Bicarbonato de sódio (b) Cloreto de sódio

Figura 4 Figura 5 Figura 6


Fonte: iStock/Getty Images Fonte: iStock/Getty Images Fonte: iStock/Getty Images
CaSO4 (c)
(a) Carbonato de cálcio (antiácido).
Fluoreto de sódio (NaF) (b) Composição da casca de ovo.
Composição de creme dental (c) Medicamentos.
CaCO3

Figura 7 Figura 8
Fonte: iStock/Getty Images Fonte: iStock/Getty Images

14
Hipoclorito de sódio (NaClO) Nitrato de sódio – fertilizantes
Processo de tratamento de água NaNO3

Figura 9 Figura 10
Fonte: iStock/Getty Images Fonte: iStock/Getty Images

Exemplos de sais:
• NaCl(s) → Na+(aq) + Cl-(aq) (CLORETO DE SÓDIO);
• CaSO4(s) → Ca2+(aq) + SO42-(aq) (SULFATO DE CÁLCIO);
• Ca3(PO4)2(s) → 3 Ca2+(aq) + 2 PO43-(aq) (FOSFATO DE CÁLCIO);
• (NH4)3PO4(s) → 3 NH4+(aq) + 1 PO43-(aq) (FOSFATO DE AMÔNIO);
• Mg3(BO3)2(s) → 3 Mg 2+(aq) + 2 BO33-(aq) (BORATO DE MAGNÉSIO).

Os sais podem ser obtidos pela reação entre um ácido e uma base, chamada de
reação de neutralização total. Observe que as reações resultam sempre em SAL
e ÁGUA. Os sais podem ser encontrados dissolvidos na água do mar, observe a
Figura 11.

Figura 11 – Biota marinha


Fonte: iStock/Getty Images

15
15
UNIDADE Funções Inorgânicas

Exemplos de reações de neutralização total:


Tabela 4
Ácido + Base → Sal + Água
a. HNO3(aq) + KOH(aq) → KNO3(aq) + H2O(l)
(Nitrato de potássio)
b. 2 HCl(aq) + Ca(OH)2(aq) → CaCl2(aq) + 2 H2O(l)
(Cloreto de cálcio)
c. H2SO4(aq) + 2 NaOH(aq) → Na2SO4(aq) + 2 H2O(l)
(Sulfato de sódio)
d. H2SO4(aq) + Mg(OH)2(aq) → MgSO4(aq) + 2 H2O(l)
(Sulfato de magnésio)
e. 2 H3PO4(aq) + 3 Ba(OH)2(aq) → Ba3(PO4)2(aq) + 6 H2O(l)
(Fosfato de bário)

Para facilitar a formulação da reação, observe uma forma genérica de formação


de compostos inorgânicos salinos:
cátion ânion sal
(A)X+ + (B)Y- → AYBX
Al3+ + Cl 1- → AlCl3

Nomenclatura de sais
Como os sais são derivados da reação de neutralização total entre um ácido e
uma base, a nomenclatura de sais vai depender do nome do ácido:
Tabela 5
Ácido (terminação) Sal Exemplo- ácido Exemplo de sal
Ídrico eto ácido clorídrico cloreto de _______
Ico ato ácido carbônico carbonato de _____
Oso ito ácido nítroso nitrito de _______

Exemplos:

Reação de neutralização total com o respectivo nome do sal


•2 HNO3 + Mg(OH)2 → Mg(NO3)2 + 2 H2O
ácido nítrICO nitrATO de magnésio
•H3PO4 + NaOH → H2O + Na3PO4
Ácido fosfórICO fosfATO de sódio

•1 HBr + 1 KOH → 1 KBr + 1 H2O de potássio


Ácido bromÍDRICO bromETO de potássio
•3 H2SO3 + 2 Al(OH)3 → 1 Al2(SO3)3 + 6 H2O
ácido sufurOSO sulfITO de alumínio

16
Assista ao vídeo do link a seguir que poderá elucidar algumas dúvidas sobre reações de
Explor

neutralização total: https://youtu.be/WvLaX5xP_EM.

Você Sabia? Importante!

As estalactites e as estalagmites que são observadas na Figura 12 são sais de cálcio


(carbonato de cálcio – CaCO3). As formações rochosas sedimentares do teto da gruta
são chamadas de estalactites. As que crescem no solo em direção ao teto são chama-
das de estalagmites.
Esse é um fenômeno ocasionado por águas de chuvas ou de rios, que atravessam os
espaços das estruturas da gruta, carregando o calcário, que é insolúvel em água em pH
ácido. Essa mistura água + calcário goteja do teto da gruta, formando as estalactites,
que são fragmentos do mineral, pois a água é proveniente de pingos da mistura que
caem no solo durante um período de milhares de anos.

Figura 12 – Gruta azul – Bonito – Mato Grosso do Sul


Fonte: iStock/Getty Images

Balanceamento de Reações
Químicas ou Estequiometria
A Lei de Lavoisier, também chamada de Lei da Conservação das Massas, diz:
“Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”; ou, tecni-
camente falando, a soma das massas dos reagentes é igual a soma das massas
dos produtos. Dessa forma, em uma reação química, os produtos são formados a
partir de reagentes e os átomos de elementos presentes nos reagentes aparece-
rão na mesma quantidade nos produtos formados.

17
17
UNIDADE Funções Inorgânicas

Veja:

1A + 1B → 2C

• Os números antes das letras são chamados de coeficientes estequiométricos; e


• As letras antes da seta são dos reagentes (A e B) e o(s) produto(s) (C) aparece(m)
após a seta.

Observe a queima do etanol (álcool etílico):


1. C2H6O + O2 → CO2 + H2O

O etanol tem: C2H6O



Reagente:


C = 2 átomos H = 6 átomos e O= 1 átomo

Os produtos têm: CO2 e H2O




C = 2 H = 2 O = 2 do CO2 + 3 do H2O

A maior fórmula é o C2H6O (possui nove átomos). Por isso, ela recebe o
coeficiente 1.

1 C2H6O + O2 → CO2 + H2O

Como há dois átomos de carbono nos reagentes, iguala-se a quantidade de


átomos de carbono nos produtos. Assim, coloca-se o coeficiente 2 na fórmula
do CO2, produto.

1 C2H6O + O2 → 2 CO2 + H2O

O n.º 1 não precisa ser colocado.

Agora, é fácil igualar a quantidade de hidrogênios, pois existem 6 átomos


nos reagentes e devem estar os mesmos átomos nos produtos. Como o único
produto que possui hidrogênio é a água, precisamos do coeficiente 3.

1 C2H6O + O2 → 2 CO2 + 3H2O

Para finalizar, há 7 átomos de oxigênio nos produtos, faltando um coeficiente


3 em frente da molécula de oxigênio nos reagentes. Consequentemente:

1 C2H6O + 3O2 → 2 CO2 + 3H2O

18
2. Veja o caso de formação de uma molécula de H2O:

H2 + O2 → H2O 2

Forma de leitura: uma molécula de hidrogênio reage com uma molécula de


oxigênio e produz água.
A reação de formação da água não está balanceada, ou seja, tem-se:
2 átomos de H:

2 átomos de O REAGENTES
2 átomos de H

1 átomo de O+2H PRODUTOS

Como reagentes e produtos devem, teoricamente, ter a mesma quantidade


de átomos, nota-se que:

Reagentes Produtos
H=2 H=2
O=2 O=1
Precisamos acertar os coeficientes estequiométricos, começando pelo oxigênio,
pois usaremos a regra:
• 1º. Faça o balanceamento dos elementos que aparecem em menor número
nas fórmulas químicas de cada lado da equação. No caso, na água, existe
apenas um átomo de oxigênio, porém, no lado dos reagentes, existem
2 átomos desse elemento. Experimentemos colocar um coeficiente 2 na
frente da fórmula da água:

H2 + O2 → 2 H2O

Agora, os átomos de oxigênio estão balanceados, porém, há 4 átomos de


hidrogênio no lado dos produtos e apenas 2 átomos desse elemento do lado
dos reagentes. Logo, falta um coeficiente 2 à frente da molécula de hidrogênio:

Tabela 6
Reagentes (R) Produtos
2H 2 + O2 → 2H2O
SO2 (g) + H2O (l) → H2SO3 (aq) (balanceada)
SO2 (g) + ½ O2 (g) → SO3 (g) (balanceada)
SO3 (g) + H2O (l) → H2SO4 (aq) (balanceada)
CO2(g) + H2O (l) → H2CO3 (l) (balanceada)

19
19
UNIDADE Funções Inorgânicas

A Figura 13 ilustra a cidade de São Paulo com a atmosfera poluída por gases
que reagem com a água da chuva, formando, como produtos, ácidos. Quando
ocorre uma alta concentração de gases como o CO2, naturalmente, produzidos da
respiração dos seres vivos, queima de óxidos de enxofre (SOX) e óxidos de nitrogê-
nio (NOX) contidos na atmosfera reagem com o hidrogênio contido na molécula de
água, formando ácidos, que retornam ao solo como chuva ácida.

Essas águas ácidas podem prejudicar a saúde de seres vivos, como o sistema
respiratório ou causar problemas oculares (conjuntivites). É um dos fatores de de-
sestabilidade de ecossistemas, afetando o solo, plantações e pastagens. A chuva
ácida também danifica monumentos, pinturas de prédios e veículos, aumentando
a oxidação de metais.

Obs.: o “x” ligado ao oxigênio (Ox) das moléculas dos gases citados no texto
são as variações de n.º de oxidação dos óxidos. Exemplo, NO2, NO, SO, SO2, que
ficam na atmosfera poluída.

Figura 13 – A atmosfera poluída da cidade de São Paulo


Fonte: iStock/Getty Images

20
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
Química geral: conceitos essenciais
CHANG, R. Química geral: conceitos essenciais. 4. ed. Porto Alegre: Grupo A
Editorial, 2010. (e-book)
Química geral
CHRISTOFF, P. Química geral. Curitiba: Editora Intersaberes, 2015. (e-book)
Química inorgânica
HOUSECROFT, C. E.; SHARPE, A. G. Química inorgânica. 4. ed. Rio de Janeiro:
Grupo GEN, 2013, v.1. (e-book)
Reações de oxi-redução e suas diferentes abordagens
KLEIN, Sabrina G.; BRAIBANTE, Mara E. F. Reações de oxi-redução e suas dife-
rentes abordagens. Quím. nova esc., São Paulo, v. 39, n.° 1, p. 35-45, fev. 2017.
Química Geral
ROSENBERG, J. L.; EPSTEIN, L. M.; KRIEGER, P. J. Química Geral. Porto Alegre:
Grupo A, 2013. (Coleção Schaum; e-book)

21
21
UNIDADE Funções Inorgânicas

Referências
BROWN, T. L.; LEMAY JUNIOR, H. E.; BURSTEN, B. E. Química: a ciência
Central. 9. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. (e-book)

GARRITZ RUIZ, A.; CHAMIZO GUERRERO, J. A. Química. São Paulo: Pearson


Education do Brasil, 2003. (e-book)

KOTZ, J. C.; WEAVER, G. C.; TREICHEL JUNIOR, P. M. Química Geral e


Reações Químicas. 5. ed. São Paulo: Thomson Learning, 2006. (e-book)

LEE, J. D. Química inorgânica não tão concisa. 5. ed. São Paulo: Blucher,
2011. (e-book)

22

Você também pode gostar