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I N O R G Â N I C A II
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PARTE I
TEORIAS ÁCIDO-BASE.
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PARTE I
TEORIAS ÁCIDO-BASE
Existem várias teorias que tentam explicar o comportamento dos ácidos e das bases, baseando-
se em algum princípio geral. Entre elas, iremos considerar três que surgiram no século XX e,
cronologicamente, na seguinte ordem: teoria de Arrhenius (1887), de Brønsted-Lowry ou teoria
protônica (1923) e de Lewis ou teoria eletrônica (1923).
O químico sueco Svante August Arrhenius realizou experimentos que testavam a condutividade
elétrica em solução e verificou que determinadas substâncias sofriam ionização (reagiam com a água e
formavam íons) ou dissociação iônica (íons já existentes eram separados pela ação da água) e
conduziam corrente elétrica.
Ao analisar os tipos de íons que tais substâncias formavam em água, ele notou que algumas
produziam o mesmo tipo de cátion, outras produziam o mesmo tipo de ânion e, por essa razão,
possuíam propriedades muito parecidas, podendo ser agrupadas. Desse modo, surgiu o seu conceito
de ácido e base:
Ácido é toda substância que em água produz como cátion somente H+, e base é aquela que produz
como ânion somente OH–.
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Exemplos de ácidos de Arrhenius: Ácido + Água → Cátion + Ânion
- NaOH → Na + + OH-
- Ca(OH)2 → Ca2+ + 2 OH-
- Al(OH)3 → Al3+ + 3 OH-
A neutralização seria a reação entre essas duas espécies iônicas, produzindo água:
H+(aq) + OH–(aq) → H2O(ℓ)
No entanto, apesar de explicar inúmeros fenômenos e contribuir para várias linhas de pesquisa
da química, essa teoria apresentava algumas limitações. Por exemplo, ela estava restrita a soluções
aquosas, não considerava compostos sólidos nem outros solventes diferentes da água.
Foi proposta de forma independente por G. Lewis (EUA), por T. Lowry (Inglaterra) e por J.
Brønsted (Dinamarca). Mas foi Brønsted um dos que mais contribuiu para o seu desenvolvimento.
Essa teoria é chamada de teoria protônica porque se baseia na transferência de prótons,
iguais ao íon H+, o núcleo do hidrogênio, mas que ao ser chamado de próton, ajuda a diferenciar da
teoria de Arrhenius. Além disso, nessa teoria não há necessidade da presença de água, como
solvente.
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Segundo esses cientistas:
Ácido é toda espécie química, íon ou molécula capaz de doar um próton, enquanto a base é capaz de
receber um próton.
Observe que a amônia (NH3) é base porque ela recebe um próton (H+) do ácido clorídrico (HCℓ).
Nessa teoria, a reação de neutralização seria uma transferência de prótons entre um ácido e
uma base, como a reação explica acima.
Apesar de ser uma teoria que também permitiu o estudo e desenvolvimento de várias áreas e
de ser uma definição bastante utilizada e atual, ela também tinha uma limitação: não permitia prever o
caráter ácido ou o caráter básico de espécies químicas sem a presença de hidrogênio.
G. Lewis (EUA) propôs essa teoria juntamente à teoria protônica. Ela foi proposta a fim de
eliminar todas as limitações mencionadas, podendo se aplicar a qualquer espécie química, sem
exceção.
Ela é também denominada de teoria eletrônica porque envolve a transferência de pares de
elétrons.
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Segundo Lewis:
Ácido é toda espécie química, íon ou molécula que aceita receber um par de elétrons, enquanto a
base é capaz de oferecer um par de elétrons.
O par eletrônico é representado por “:”. De maneira geral, a reação de neutralização pode ser dada
por:
A + :B = A:B
O composto A:B recebe nomes diversos, tais como: aduto, sal, complexo, complexo ácido-base,
complexo doador-aceitador etc.
Veja um exemplo desse tipo de reação:
Observe que a amônia é base porque ela fornece o par de elétrons, e o trifluoreto de boro é o
ácido de Lewis porque ele recebe o par de elétrons. O composto formado por meio do
compartilhamento de elétrons é neutro, por isso, essa é uma reação de neutralização.
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PARTE II
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PARTE II
O Estudo Geral dos Metais
* INTRODUÇÃO
1. Metal: Os metais são os elementos químicos capazes de conduzir a eletricidade e o calor, que
apresentam um brilho característico e que, à exceção do mercúrio, são sólidos à temperatura normal.
Os metais, geralmente possuem cor a qual varia do branco ao cinzento. Fazem exceção o ouro,
que apresenta coloração amarela, e o cobre, que apresenta coloração avermelhada.
Quando puros, os metais apresentam um brilho típico chamado “brilho metálico”.
2.2. Dureza
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ESCALA MOHS, de Dureza.
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8 Topázio (capaz de arranhar o quartzo) Al2SiO4(OH-,F-)2
10 Diamante C
Os metais possuem dureza média, em torno de 5, na escala Mohs. O mais duro dos metais é o
cromo (dureza 7) e os mais brandos são os metais alcalinos (estes possuem aspecto de cera). A
cromação dos metais justifica maior dureza do cromo.
2.3. Densidade
Os metais de transição são bastante densos, tais como o ósmio - Os (d= 22,5 g/cm3), irídio - Ir
(d= 22,4 g/cm3), platina - Pt (d= 21,5 g/cm3), tungstênio – W (d=19,3 g/cm3), ouro – Au (d= 19 g/cm3).
Os metais alcalinos possuem baixa densidade, sendo menos densos que a água (o lítio é o menos
denso – d= 0,53 g/cm3).
Hg - 40 335
W 3.400 5.900
Os metais alcalinos são facilmente fusíveis, destacando-se o césio – Cs, cujo ponto de fusão é
0
28 C (no verão é líquido).
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2.5. Maleabilidade e Ductibilidade
Os metais são, também, bons condutores de calor, destacando-se: prata, ouro, cobre e
alumínio.
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3. Estrutura Cristalina dos Metais
Os materiais sólidos podem ser cristalinos ou amorfos. O conceito de estrutura cristalina está
relacionado à organização dos átomos de forma geométrica.
As estruturas cristalinas estão presentes em diversos materiais, em que os átomos distribuídos
dentro de sua estrutura formam uma rede chamada retículo cristalino. Possuem, portanto, estruturas
cristalinas os sais, metais e a maior parte dos minerais.
As moléculas das estruturas cristalinas podem possuir dois tipos de ligações, as direcionais, em
que se incluem as covalentes e dipolo-dipolo e as não-direcionais em que estão as ligações
metálica, iônica, van der Walls.
As estruturas cristalinas são formadas por células unitárias que são sua unidade básica, pois
constituem o menor conjunto de átomos associados encontrados numa estrutura cristalina.
Há sete tipos de sistemas cristalinos que abrangem as substâncias conhecidas pelo homem:
Para cada possível localização dos átomos, íons ou moléculas em determinados pontos, há uma
classificação das estruturas cristalinas em redes de Bravais. Assim, pode-se representar por uma tabela
com os dados de uma das sete classificações acima, de acordo com o material escolhido.
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Estrutura do diamante
É característica dos elementos metálicos a transformação de líquido para sólido, adquirindo
aspecto de estruturas densas, como a cúbica de corpo centrado.
A maior parte do conhecimento a respeito das estruturas cristalinas são adquiridas através de
técnicas de raio-x, possibilitando a obtenção de informações a respeito da localização correta de cada
átomo.
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Estrutura do grafite
As estruturas cristalinas possuem características como a piezoeletricidade, que é a capacidade
de gerar uma corrente elétrica se houver algum tipo de pressão mecânica; ferroeletricidade que,
embora não conduzam corrente elétrica, de acordo com a sua temperatura desenvolvem a polarização
espontânea, que pode ser invertida possibilitando a utilização de um campo elétrico externo; efeito
piroelétrico em que o aumento de temperatura causará a polarização espontânea, em que se poderá
utilizar o campo elétrico gerado na superfície do material e são semicondutores.
Em função destas propriedades, os materiais com estruturas cristalinas são amplamente usados
pela indústria na confecção de termômetros, transistores, máquinas fotográficas, relógios e balanças.
Informações Gerais
Sódio é um metal macio, prateado que flutua na água, decompondo-a com evolução de hidrogênio
e formação de hidróxido. É altamente reativo, por isso não ocorre livre na natureza, apenas na forma
combinada. Ele é o quarto elemento mais abundante na terra. É também, o metal mais abundante
entre os elementos do seu grupo – os metais alcalinos.
Em 1807, Humphrey Davy isolou o sódio pela eletrólise da soda cáustica, poucos dias depois de ter
descoberto o potássio (K).
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Ponto de Fusão (PF): 370,87 K
Ponto de Ebulição (PE): 1156,0 K
Ocorrência
a- No cloreto de sódio – NaCl, na água do mar e nas salgemas (denomina-se por salgema o cloreto de
sódio, acompanhado de cloreto de potássio e de cloreto de magnésio, que ocorre em jazidas na
superfície terrestre. Pertence ao grupo das rochas sedimentares, mais especificamente às rochas
sedimentares quimiogênicas, evaporitos, devido a ser formado por reações químicas).
jazida de salgema
c- Nos silicatos de sódio que ocorrem na crosta terrestre (são complexos e muito estáveis).
Origem do Nome
O nome sódio vem de soda. Seu símbolo Na, vem do nome latino natrium
Histórico
1807 – Seus compostos são conhecidos e usados há longo tempo e foi isolado pela primeira vez por
Davy pela eletrólise da soda cáustica.
Disponibilidade
Presença abundante no Sol e outras estrelas. As linhas do sódio estão entre as mais destacadas no
espectro solar.
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Participa com cerca de 2,6% da crosta terrestre e é o metal alcalino mais abundante ( segue os
elementos: O, Si, Al, Fe e Ca).
O mineral mais comum é o cloreto de sódio (sal de cozinha), mas existem outros como a criolita
(fluoreto de alumínio e sódio).
Produção
Aplicações
. Atividade biológica
Nos fluidos que envolvem a célula biológica, há concentração de íons sódio (Na +), os quais
desempenham funções vitais (uma destas funções é o controle da concentração muscular). Os íons de
potássio (K+) ocorrem no interior das células, principalmente nas células vegetais, o que explica a
importância dos adubos que possuem o potássio. Para nós, a do sal comum: NaCl.
A bomba de sódio e potássio é um tipo de transporte ativo que ocorre em todas as células do
corpo.
O processo ocorre devido às diferenças de concentrações dos íons sódio (Na +) e potássio (K+)
dentro e fora da célula.
Para manter a diferença de concentração dos dois íons no meio interno e externo da célula, é
preciso utilizar energia na forma de ATP. Assim, a bomba de sódio e potássio é um tipo de transporte
ativo (o transporte ativo é o nome dado ao tráfego de moléculas através da membrana plasmática,
contra o gradiente de concentração, mediado por proteínas específicas transportadores e com a
mobilização de energia celular geralmente resultante da hidrólise de ATP).
A bomba de sódio e potássio está diretamente relacionada com a transmissão de impulsos
nervosos e contração muscular.
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Entretanto, para realizar o seu metabolismo, a célula precisa manter as diferenças de
concentração entre os dois íons. Isso quer dizer que o Na + precisa se manter em baixa concentração
dentro da célula e o K+ em alta concentração.
O funcionamento da bomba de sódio e potássio é possível devido duas condições básicas:
(2) O gasto de ATP, já que a célula precisa manter a diferença de concentração entre os íons. Por isso,
a bomba de sódio e potássio é um tipo de Transporte Ativo.
As proteínas transmembranas expulsam o Na+ que entra na célula e buscam o K + que sai da
célula.
A cada acionamento da bomba de sódio e potássio, 3 Na + se ligam aos seus sítios específicos na
proteína. O ATP também liga-se à proteína e perde um radical fostato, transformando-se em ADP. Isso
provoca a alteração da conformação da proteína que libera os íons de Na + no meio extracelular.
No mesmo momento, os 2 K+ se ligam à proteína em seus sítios específicos. O fosfato é liberado
e a proteína retoma sua conformação original, liberando os íons de K + no interior da célula.
* COMPOSTOS DE SÓDIO
# O CLORETO DE SÓDIO (sal de cozinha) é o sal que utilizamos em nosso dia a dia para salgar alimentos
preparados de forma artesanal ou processados (industrializados). Trata-se de uma substância que está
presente também, em diversos alimentos naturais consumidos por nós no dia a dia, como frutas,
verduras, legumes, sementes etc.
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a) Definição
O cloreto de sódio pertence à função inorgânica dos sais e é composto pela associação do cátion sódio
(Na+) e o ânion cloreto (Cl-) por meio de uma ligação iônica.
b) Características químicas
O cloreto de sódio é formado por dois elementos químicos:
→ Sódio (Na):
pertence à família dos metais (capazes de formar cátions facilmente) alcalinos (IA);
apresenta um elétron na camada de valência;
possui número atômico igual a 11;
possui alta eletropositividade (capacidade de perder elétrons).
→ Cloro (Cl)
A estrutura química do cloreto de sódio é composta por um único ânion cloreto (esfera verde),
que interage com seis cátions sódio (esferas azuis), como podemos observar na estrutura abaixo:
Ponto de fusão:
O cloreto de sódio pode ser transformado do estado sólido para o estado líquido em uma temperatura
de 801 oC.
Ponto de ebulição:
O cloreto de sódio pode ser transformado do estado líquido para o estado gasoso em uma
temperatura de 1465 oC.
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Polaridade
Por se tratar de uma substância originada por ligação iônica, ou seja, por ser um composto iônico, o
cloreto de sódio é polar.
Solubilidade em água
Podemos dissolver em 1 L de água, a 25 oC, até 359 gramas de cloreto de sódio.
Densidade:
A densidade do cloreto de sódio é de 2,165 g/mL, sendo, portanto, mais denso que a água, que
apresenta densidade igual a 1 g/mL.
Condutibilidade elétrica:
Por se tratar de um composto iônico, o cloreto de sódio é capaz de conduzir corrente elétrica apenas
quando:
d) Formas de obtenção
Cristalização fracionada
O cloreto de sódio é obtido pela evaporação da água de oceanos.
Minas subterrâneas
É extraído em minas por meio de técnicas de mineração.
Depósitos subterrâneos
É extraído em depósitos subterrâneos profundos por meio da dissolução em água (dissolve-se o sal
presente no depósito) e posterior bombeamento.
Reação de síntese
A obtenção do cloreto de sódio pode ser realizada a partir da reação química de síntese (substâncias
simples origina uma substância composta) entre o gás cloro e o sódio metálico:
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e) Importância para o ser humano
O cloreto de sódio por si só não apresenta nenhuma função no organismo humano, mas quando ele se
dissocia nos cátions sódio (Na +) e ânions cloreto (Cl-), cada um desses dois íons apresenta diversas
funções importantes para o nosso organismo. Veja algumas dessas funções:
Destruição da vitamina E;
Diminuição da produção do iodo no organismo.
g) Outras aplicações
Além de ser utilizado para salgar os alimentos, o cloreto de sódio pode ser utilizado ainda nas
seguintes situações:
Produção de xampus;
Produção de papel;
Produção de Hidróxido de sódio (NaOH);
Produção de detergentes;
Produção de sabões;
Derretimento da neve em locais que sofrem com nevascas;
Produção de sódio metálico;
Produção de gás cloro;
Em isotônicos para reposição eletrolítica corporal;
Em soluções descongestionantes nasais;
Produção do soro fisiológico; entre outras aplicações.
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# O HIDRÓXIDO DE SÓDIO é uma base com a seguinte constituição: NaOH.
Essa base é comercializada e muito conhecida cotidianamente como soda cáustica, pois ela é
altamente corrosiva, causando queimaduras graves em todos os tecidos animais. Além de corrosivo, o
hidróxido de sódio também é bastante tóxico e muito solúvel em água, o que inclusive é uma
dissolução que libera grande quantidade de calor, sendo um processo exotérmico.
É um sólido branco, cristalino, com ponto de fusão igual a 318°C e que tem a propriedade de absorver
água do ar (higroscópico), tornando-se um líquido incolor quando exposto ao ambiente por um tempo.
A soda cáustica é comercializada para uso doméstico, porém seu manejo deve feito ser com luvas, pois ela é altamente corrosiva.
O hidróxido de sódio não existe na natureza, ele é produzido industrialmente por meio de
reações de eletrólise de soluções aquosas de cloreto de sódio (NaCl – salmoura), conforme pode ser
visto abaixo:
2 NaCl + 2 H2O →2 NaOH + H2↑ + Cl2↑
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# O CARBONATO DE SÓDIO (SODA OU BARRILHA)
É o principal componente de certos minérios ( calcário, calcita, aragonita, mármore, gesso cré)
e ainda de pérolas, cascas de moluscos, e ovos.Em sua forma natural, é o mais comum dos minerais
isentos de silício existentes na crosta terrestre.
Ocorre na natureza em duas formas cristalinas: a calcita e a aragonita; O “produto natural” que
em alguns calcários mais ricos chega a concentrações de 96 - 98% de carbonato de cálcio, tem várias
aplicações; O produto “carbonato de cálcio precipitado” devido a sua variedade de granulometrias, é
o material preferido para uso industrial, principalmente como carga suporte de vários produtos.
Histórico
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É encontrado comercialmente sob duas formas:
O “natural” (calcita, aragonita ou calcário ) é compacto, duro e pesado, com volume aparente
variando entre 1 e 1,3 g/cm3; seu teor de impurezas varia entre 0,5 e 4% de SiO 2 e, mesmo finamente
moído é arenoso ao tato.
O “precipitado” é leve, sedoso, com volume aparente entre 0,25 e 0,85 g/cm3 , é quimicamente
puro e o ” SiO2” não ultrapassa 0,05%; em sua forma mais fina é um pó praticamente impalpável,
produzindo misturas homogêneas.
Aplicações.
A adição de carbonato de cálcio precipitado influi nas seguintes características do produto final:
Plásticos
Tintas
Creme dental
Papel
Borracha
Tipos
Há cinco tipos de carbonato de cálcio: de alta abrasão, extraleve, leve, médio, e revestido. Com
exceção do revestido, eles apresentam a mesma constituição, variando apenas no tamanho médio das
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partículas e sua distribuição; Estas variações, são determinantes do poder de absorção, volume
aparente e fluidez do pó, o que faz com que cada um tenha sua aplicação definida.
Alta absorção
Devido ao pequeno diâmetro de suas partículas ( 0,5 a 2 mícron) este tipo possui elevado volume
aparente (3cm3/g) e alta capacidade de absorção de óleos, essências e líquidos em geral. É usado nas
indústrias de papel; sob a forma de suspensão; na fabricação de certos dentifrícios e cosméticos, bem
como na indústria farmacêutica e alimentícia. Sua aplicação é essencial onde se espera grande poder
de absorção e alta pureza.
Extraleve
Com granulometria maior, (diâmetro médio de partículas, variando de 0,5 a 3,5 mícron), possui
volume aparente de 2,5 cm3/g e consequentemente menor capacidade de absorção.É o tipo mais
utilizado, com aplicação na maioria das pastas dentifrícias, indústrias de papel, artigos de farmácia,
perfumaria e toucador e ainda, na manufatura der artigos plásticos ou de borracha.
Leve
Com tamanho médio de partículas entre 1 a 5,5 mícron, e volume aparente de 1,75 cm 3/g é um
produto intermediário entre o extraleve e o médio; É usado principalmente na indústria de plásticos e
da borracha como carga de matéria-prima a ser extrudada, pois confere à resina grande flexibilidade e
resistência ao desgaste, à tração e a torção. É usado, porém em menor escala na indústria
farmacêutica por fluir levemente nos aparelhos dosadores.
Médio
A aplicação na borracha é bastante econômica pelo baixo custo e facilidade de mistura na calandra,
podendo ser adicionado em grandes proporções, sem alterar as características do material. É
empregado em situações nas quais o volume aparente não tem importância decisiva, como na
fabricação de produtos químicos.
Revestido
É o tipo médio, com as partículas recobertas por revestimento orgânico. Surgiu quando os
fabricantes de artefatos de borracha notaram que o uso de carbonatos muito finos (estraleves)
dificultava sua mistura na massa de borracha; Na calandra, o carbonato migrava, além de reduzir a
velocidade das extrusoras por aumentar a viscosidade do material. A solução foi revestir as partículas
com substâncias orgânicas hidrófobas e de propriedades lubrificantes, como a ácido esteárico. O
processo de obtenção de carbonato revestido com ácido esteárico inicia-se com a tratamento em
misturador, do carbonato precipitado com ácido esteárico na proporção de 1,5 a 2,5%, seguido de
secagem e repulverização.
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O emprego de carbonato revestido traz como vantagens principais o aumento da produção de
extrusoras, calandras e injetoras, grande facilidade de incorporação à massa, baixo preço,
possibilidade de uso em grandes quantidades (até 100% do total da resina) sem aumento excessivo da
viscosidade da massa, além de conferir um acabamento superficial melhor. É também usado, com
excelentes resultados, como carga em tintas finas ou de impressão. Nestas últimas, principalmente,
aumenta a produção e facilita a limpeza das chapas dos clichês.
o processo do subproduto,
o processo do cloreto de cálcio
o processo da carbonatação
A matéria prima usada é o calcário, sob forma de calcita ( a mais usada por ocorrer com maior
abundância na natureza ) ou a aragonita.Todos os processos provocam a ligação entre os íons cálcio (
Ca 2 + ) e os íons carbonato ( CO3 2 - ), sob condições controladas, seguidos por separação, secagem e
moagem do carbonato de cálcio produzido.
Substâncias não participantes das reações, podem ser acrescentadas durante o processo a fim de
conferir características específicas ao produto final.
Processo do Subproduto
Após filtragem do efluente do reator , obtêm-se uma solução de soda cáustica como produto
principal, e um borra composta de carbonato de cálcio, hidróxido de cálcio e produtos secundários de
sódio. A borra é a matéria-prima para produção de carbonato de cálcio precipitado.
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Processo do Cloreto de Cálcio
Processo no qual o licor de cloreto de cálcio, subproduto industrial comum, é tratado com carbonato
de sódio ou solução de carbonato de amônio, precipitando o carbonato de cálcio.
Processo de carbonatação
Processo mais usado devido a boa qualidade do produto final, que permite amplas possibilidade de
controle de temperatura, concentração do reagente, taxa de adição e de mistura, fatores que influem
sensivelmente na qualidade do produto final e no tamanho das partículas. O processo utilizado nas
indústrias no Brasil, inicia-se pela calcinação de calcários selecionados com grau de pureza superior a
96%. ( calcário de Minas Gerais )
A calcinação ocorre em fornos verticais usando combustíveis tradicionais ( lenha, coque, óleo cru ,
gasogênio ou carvão vegetal ) em temperaturas a próximas de 9000C, sendo o processo controlado,
para que se obtenha um óxido perfeitamente calcinado, mas não requeimado. Na calcinação há
desprendimento de dióxido de carbono, que é utilizado para uma posterior carbonatação, depois de
devidamente tratado para purificação.
A cal virgem formada é enviada a tanques de hidratação, onde há adição de água obtendo-se
diluições de 70 a 80 gramas de CaO por litro.
A cal hidratada formada ( hidróxido de cálcio ), chamada de “leite de cal” é filtrada em peneira de
malha 320 para retirar grumos suscetíveis de interferência na reação de carbonatação e grãos de sílica
porventura existentes. O leite de cal é enviado aos carbonatadores, onde é introduzido o CO 2 gerado
na calcinação ( aprox. 30% ), precipitando o carbonato de cálcio. O processo é realizado em reatores
dotados de agitadores, onde o contato entre o gás e o líquido é feito pela pulverização contínua da
suspensão sob pressão atmosférica.
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A carbonatação não se completa dentro do reator, o produto é enviado a tanques de espera,
retornando depois, para uma torre de recarbonatação, onde a reação se completa. Esta operação é
conhecida como neutralização, sendo a seguir efetuadas as operações de separação da água,
secagem, moagem e classificação do carbonato de cálcio.
Processamento final
Para os três métodos de obtenção de carbonato de cálcio precipitado a secagem é feita através de
filtros a pressão ou rotativos a vácuo, quase sempre precedidos de uma centrifugação para separar a
água. Ao sair da filtragem o produto apresenta um teor de umidade entre 25 e 65%, conforme o
tamanho das partículas.
A secagem final é feita em secadores do tipo túnel, spray ou flash.Uma outra técnica de secagem
vale-se de secadores de tambor, aquecidos internamente com vapor ; Este equipamento dispensa
totalmente a centrifugação, a filtragem e os secadores de túnel, mas consome mais combustível.
Propriedades do Na2CO3
b- Sendo originário de base forte e ácido fraco, o carbonato de sódio hidrolisa-se, produzindo solução
básica (menos básica que a do NaOH).
Por este motivo, reage com ácidos fortes, resultando sais de sódio e desprendimento de gás
carbônico; reage, também, com outros sais, desde que se formem carbonatos insolúveis:
c- Com halogênios ( X2 = Cl2, Br2, I2), à frio, produz haletos e hipohalitos (XO) de sódio, e, à quente
produz haletos de halatos (XO3) de sódio; com cloro produz a chamada água de lavadeira, e, por este
motivo, o carbonato de sódio é também conhecido por “soda de lavadeira”.
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# O BICARBONATO DE SÓDIO
Aplicações
Usa-se como antiácido, para tratar a acidez do estômago porque ele tem o poder de neutralizar
os excessos do ácido clorídrico do suco gástrico. Em algumas formulações farmacêuticas, é misturado
aos ácidos cítrico e tartárico, ambos sólidos.
Devido à capacidade do bicarbonato de sódio libertar dióxido de carbono gasoso (CO2),
também é muito usado nas receitas de culinária como agente levedante ("fermentos químicos"), para
ser utilizado no crescimento das massas de pães, bolos e biscoitos durante o cozimento no forno, em
especial quando misturado ao ácido tartárico, e na produção de bebidas gasosas (refrigerantes).
Além do uso farmacêutico e culinário, o bicarbonato de sódio também é um ótimo auxiliar
na limpeza de ambientes e de roupas. O produto tem ação anti-mancha, anti-mofo e elimina o mau
cheiro.
Outras utilizações do bicarbonato de sódio são como reagente de laboratório, na
eletrodeposição de ouro e platina, em curtumes, no tratamento da lã e da seda, na nutrição de
animais, na cerâmica, para a preservação da manteiga e da madeira e é um dos componentes
dos talcos e desodorantes. A forma anidra do composto usa-se para absorver umidade e odores.
É utilizado na fabricação de extintores de incêndio com produção de espuma. No interior destes
extintores encontram-se NaHCO3 sólido mantido em compartimento separado de uma solução
de ácido sulfúrico(H2SO4). Quando estes extintores são virados, o que causa seu acionamento, o
NaHCO3 e o H2SO4 se misturam e reagem, com liberação de CO2, propiciando pressão dentro do vaso,
que causa sua ejeção e produzindo a espuma. Esses extintores são inadequados para uso em chamas
em equipamentos e instalações elétricas, pois seu meio aquoso e salino conduz corrente elétrica,
causando curtos-circuitos.
As reações envolvidas são:
2 NaHCO3 + H2SO4 → Na2SO4 + 2 H2CO3
H2CO3 → H2O + CO2(g)
É um dos componentes da droga chamada crack, onde entra como um aditivo à pasta
de cocaína. É utilizado no tratamento radiológico de contaminados por Urânio.
Também é utilizado nas fraudes na produção de leite, pois a substância tem a capacidade de
alcalinizar o leite observado quando inicia o processo de deterioração.
Reações Químicas
Quando o bicarbonato de sódio é misturado com um ácido, liberta dióxido de carbono e água.
Exemplos:
NaHCO3 + HCl → NaCl + H2O + CO2(g)
NaHCO3 + CH3COOH → CH3COONa + H2O + CO2(g)
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O Bicarbonato de sódio reage com bases tais como o hidróxido de sódio para
formar carbonatos:
NaHCO3 + NaOH → Na2CO3 + H2O
Quando aquecido, ao atingir a temperatura de 80 °C decompõe-se de acordo com a reação:
2 NaHCO3 → Na2CO3 + H2O + CO2
Também conhecido com salitre do Chile, o nitrato de sódio é um sal inorgânico representado
pela fórmula química NaNO3, em condições ambientes tem forma de pó ou cristais, inodoro, incolor ou
de cor branca; solúvel em água, álcool e amônia líquida, com densidade de 2,3 g/cm³, ponto de fusão
de 308°C e ponto de ebulição de 380°C.
Esse sal pode ser obtido artificialmente a partir da amônia ou da reação de ácido
nítrico com hidróxido de sódio. Normalmente é encontrado na natureza, sendo esta a mais importante
de suas fontes de comércio. Os territórios da Argentina, Bolívia, Chile e Peru possuem as principais
reservas naturais do nitrato de sódio.
Aplicações
O nitrato de sódio pode gerar riscos quando exposto a materiais combustíveis, substâncias
inflamáveis, alguns compostos orgânicos, agentes redutores e cianureto. Trata-se de um produto
oxidante, de baixa estabilidade e, comburente (ainda que não seja inflamável). Pode provocar alguns
efeitos adversos à saúde humana: se ingerido, pode provocar dores abdominais, cianose (coloração
azulada da pele), diarreia, tontura, convulsões, dificuldade de respiração e dores de cabeça; o contato
com pele e olhos causa irritação, vermelhidão e dor. Tem como produtos de decomposição óxidos de
nitrogênio, nitrito de sódio (NaNO2) e peróxido de sódio (Na2O2), que são substâncias de alto risco.
28
# O TIOSSULFATO DE SÓDIO
Tiossulfato de sódio, é frequente a grafia de tal sal como tiosulfato, também chamado
erradamente de hipossulfito de sódio (ver nota abaixo), que na forma anidra tem fórmula Na2S2O3,
tem aspecto sólido cristalino, de cor branca e é utilizado na indústria fotográfica (daí seu arcaico nome
de "hipo dos fotógrafos") na formulação de banhos fixadores. Também é utilizado em curtumes, nos
processos de curtidura ao cromo.
Ele também pode ser usado para remoção rápida de cloro da água a ser usada em aquários.
Nota: O verdadeiro hipossulfito de sódio é o composto químico de fórmula Na2S3O4, que é o sal sódico
do ácido hipossulfuroso (H2S3O4), mas comercialmente, para o produto de grau de pureza dito técnico,
amplamente utilizado na indústria, a nomenclatura antiga sobreviveu.
O ânion tiossulfato caracteristicamente reage com ácidos diluídos produzindo enxofre, dióxido de
enxofre e água:
S2O32−(aq) + 2H+(aq) → S(s) + SO2(g) + H2O(l)
Esta reação tem sido empregada para produzir enxofre coloidal. Quando a protonação é
conduzida a baixas temperaturas, H2S2O3 (ácido tiossulfúrico) pode ser obtido. Ele é um ácido forte de
pKa = 0,6 / 1,7.
29
Processamento fotográfico
O átomo terminal de enxofre em S2O32− liga-se a "metais macios" com alta afinidade. Então
dissolve haletos de prata, como o AgBr, o qual é um componente de emulsões fotográficas:
2 S2O32− + AgBr → [Ag(S2O3)2]3−) + Br-
Nesta aplicação em processamento fotográfico, descoberto por John Herschel e usado tanto
em processamento de película fotográfica quanto papel, o tiossulfato de sódio é conhecido como
um fixador fotográfico.
Extração de ouro
Tiossulfato de sódio é um componente de um lixiviante alternativo ao cianeto para extração
de ouro. Ele forma um complexo forte com íons ouro (I), [Au(S2O3)2]3−. A vantagem desta abordagem é
que o tiossulfato é essencialmente não tóxico e que certos tipos de minerais
são refratários à cianetação de ouro (como os carbonácios ou minérios do tipo Carlin) podendo ser
lixiviados por tiossulfato. Alguns problemas com este processo alternativo incluem o alto consumo de
tiossulfato, e a ausência de uma técnica de recuperação adequada, já que
[Au(S2O3)2]3− não adsorve a carvão ativado, a qual é a técnica padrão usada na cianetação de ouro para
separar o complexo de ouro da lama de minério.
Medicina
É usado como um antídoto ao envenenamento por cianeto. Tiossulfato atua como um doador de
enxofre par a conversão de cianeto em tiocianato (o qual pode ser excretado com segurança na urina),
catalisado pela enzima rodonase.
É também usado como tratamento de calcifilaxia em pacientes de hemodiálise com estágio final de
doença renal.
É usado no controle de extravasamentos de urina durante quimioterapia. O tiossulfato de sódio
previne a alquilação e destruição de tecidos por prover um substrato para os agentes de alquilação
que tenham invadido os tecidos subcutâneos. A dose pode ser 2mL de 0,17 mol/L (uma solução de
4mL de tiossulfato de sódio a 10% e 6mL de água esterilizada por injeção). Pode ser instilado por via
subcutânea em locais múltiplos, utilizando uma agulha de calibre pequeno. Há dados limitados sobre
este método, com algumas recomendações.
Em banhos para os pés para a profilaxia de dermatofitose e como um agente antimicótico tópico
para a pitiríase versicolor.
Na medição do volume de fluidos extracelulares e da taxa de filtração glomerular renal.
Química Analítica
- Tiossulfato de sódio é também usado em química analítica. Podem quando aquecido com uma
amostra contendo cátion alumínio, produzir uma precipitação branca:
2 Al3+ + 3 S2O32− + 3 H2O → 3 SO2 + 3 S + 2 Al(OH)3
30
- Em química analítica, o mais importante uso advém do fato que o ânion tiossulfato
reage estequiometricamente com o iodo, reduzindo-o a iodeto como ele é oxidado a tetrationato:
2 S2O32−(aq) + I2(aq) → S4O62−(aq) + 2 I−(aq)
Outros usos
Tiossulfato de sódio é também usado:
31
# O CIANETO DE SÓDIO
Produção
É produzido a partir do cianato de sódio em reação com carvão ativado a altas temperaturas:
2 NaOCN + C (100 0C ) 2 NaCN + CO2
Reações Químicas
Dados Físico-Químicos
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Aplicações
O cianeto de sódio é utilizado, sobretudo, em mineração para extrair o ouro e a prata de seus
minérios, processo mais ecologicamente seguro que o por mercúrio.
Métodos de Análise
Com nitrato de prata forma-se um precipitado de cianeto de prata que se redissolve na presença
excessiva de cianeto.
Com uma pitada de sulfato de ferro (II) (FeSO4) se forma após acidificação, normalmente com ácido
sulfúrico) (CUIDADO - LIBERAÇÃO DE CIANETO DE HIDROGÊNIO ALTAMENTE TÓXICO) um precipitado
de cianeto de hidrogênio.
Com íons de cobre há precipitado de cianeto de cobre (I) e liberação de diciano (NC-CN) (CUIDADO -
TÓXICO)
O íon sódio pela cor amarela característica em chama (teste da chama).
É obtido pela reação de sulfato de sódio com carvão. É empregado como depilatório nos cortumes e
na obtenção de corantes.
Na2SO4 + C Na2S + CO
# O SILICATO DE SÓDIO
Silicato de sódio, também conhecido como vidro líquido e água de vidro, encontrável em solução
aquosa e na forma sólida, é um composto de fórmula Na2SiO3, utilizado em cimentos, proteção passiva
ao fogo, refratários, produção de têxteis e madeira.
Obtenção
Carbonato de sódio e dióxido de silício reagem quando fundidos para formar silicato de sódio
e dióxido de carbono.
Propriedades
Silicato de sódio é um sólido branco que é solúvel em água, produzindo uma solução alcalina.
Existem muitos tipos deste composto, incluindo ortossilicato de sódio, Na4SiO4; metassilicato de sódio,
Na2SiO3; polissilicato de sódio, (Na2SiO3)n; pirossilicato de sódio, Na6Si2O7, e outros. Todos são vítreos,
incolores e dissolvem-se em água.
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Silicato de sódio é estável em soluções neutras e alcalinas. Em soluções ácidas, o íon silicato reage com
íons hidrogênio para formar ácido silícico, o qual quando aquecido e calcinado forma sílica gel, uma
dura e vítrea substância.
Usos
Reparo de metais
Silicato de sódio é usado, juntamente com silicato de magnésio, em reparos e pastas adequadas
para surdinas de automóveis. Quando dissolvidas em água, tanto o silicato de sódio quanto o de
magnésio formam uma pasta espessa que é fácil de ser aplicada. Quando o sistema de exaustão de
um motor de combustão interna aquece-se a sua temperatura de operação, o calor remove o excesso
de água da pasta. Os compostos de silicato que restam tem propriedades próximas as do vidro,
produzindo um reparo permanente embora frágil.
Reparos em automóveis
Silicato de sódio pode ser usado para selar vazamentos nos furos das galerias de água do
cabeçote de um motor. Um uso comum é quando um cabeçote de motor a combustão fabricado com
liga de alumínio,magnésio e sílica é deixado fora de funcionamento por períodos prolongados ou o
fluido refrigerante não é mudado em intervalos apropriados, ocorrendo oxidação na interface entre o
cabeçote e a bloco do motor.
Um frasco de "vidro líquido" é derramado no radiador e permite-se que circule. O "vidro
líquido" é injetado através da água do radiador na região quente do motor. Esta técnica funciona
porque em 100 - 105 °C (210 - 220 °F) o silicato de sódio perde moléculas de água resultando um
vedador muito poderoso que não re-funde-se abaixo de 815 °C (1500 °F). Este tratamento é
frequentemente usado por vendedores de carros inescrupulosos para disfarçar uma cabeça
desgastada
Um reparo de silicato de sódio de uma gaxeta de cabeçote com vazamento pode prender-se por até
dois anos e mesmo mais em alguns casos. O efeito será quase imediato, e o vapor da água do radiador
parará de sair na exaustão dentro de minutos da aplicação. Este reparo funciona somente com água no
cilindro ou água para arejar aplicações e onde o silicato de sódio alcança a temperatura da "conversão"
de 100 - 105 °C (210 - 220 °F).
34
O POTÁSSIO - K
Ocorrência
Ocorre nos minérios: silvina – KCl ; carnalita – KMgCl3.6H2O (cloreto duplo de potássio e magnésio) e
na cinzas.
explosão
2 KNO3 + S + C K2S(s) + 3 CO2(g) + N2(g)
. Clorato de potássio – KClO3 : empregado na fabricação de palitos de fósfora, explosivos e gás oxigênio
(em laboratório).
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OS METAIS ALCALINOS TERROSOS – Grupo 2A
Propriedades
PROPRIEDADES Be Mg Ca Sr Ba Ra
Z 4 12 20 38 56 88
M (g/mol) 9 24 40 88 137 226
d (g/cm3) 1,85 1,74 1,55 2,6 3,4 5,0
PF (0C) 1.290 651 850 770 710 960
PE (0C) 2.970 1.103 1.440 1.380 1.500 1.140
Vol (cm3/mol) 5 14 26 34 38 45
Raio atômico (Å) 0,89 1,36 1,73 1,91 1,98 -
Raio iônico (Å) 0,31 0,65 0,99 1,31 1,35 -
EI (kcal/mol)
1ª EI 220 180 144 135 123 123
2ª EI 431 355 282 261 236 236
c (cal/g.0C) 0,47 0,25 0,18 - 0,068 -
Cor da chama nenhuma nenhuma vermelho-laranja vermelho verde -
carmesin claro
O CÁLCIO – Ca
Ocorrência
. CaCO3 : calcário, mármore, calcita, Espato da Islândia, estactites, estalactites, conchas, pérolas, casca
de ovo, creta, coral, etc. (variedades polimorfas).
O cálcio é o 5º elemento na natureza, contribuindo com 3,5%, após os elementos: O, Si, Al e Fe).
Preparação
fusão
CaCl2(s) Ca(s) + Cl2(g)
energia elétrica
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Propriedades e aplicações
1. O cálcio é um metal muito reativo, reagindo espontaneamente com água e com não-metais:
- Ca + H2O Ca(OH)2 + H2
O hidrogênio, assim obtido, é empregado para encher balões de observação atmosférica, inflar
botes salva-vidas, etc.
* COMPOSTOS DE CÁLCIO
A cal viva – CaO é uma das substâncias mais importantes para a indústria, sendo obtida por
decomposição térmica do calcário a 9000C:
a- Na obtenção do carbeto de cálcio (carbureto) – CaC2, através da reação entre a cal viva e o coque,
em forno elétrico a 3.000 0C:
CaO + 3 C CaC2 + CO
O carbeto de cálcio por sua vez, é utilizado na obtenção de gás acetileno – C2H2, por meio de
hidrólise:
O carbeto de cálcio também é usado 37A obtenção da cianamida – CaCN2 , por meio de ração com
o gás nitrogênio.
CaC2 + N2 CaCN2 + C
37
b- Participa da composição do cimento comum:
Cimento
CaO 63%
SiO2 22%
Al2O3 6%
Outros componentes 9%
Vidro plano
CaO 8%
SiO2 73%
Na2O 15%
Outros componentes 4%
. O vidro plano é a base para todos os outros vidros da construção civil. É a partir dele que são
produzidos os espelhos, os vidros de controle solar, autolimpante, etc. Além disso, ele poderá ser
beneficiado se transformando num vidro laminado, temperado, insulado ou até temperado-laminado.
d- Na obtenção da argamassa, inicialmente, a cal viva é tratada por água, resultando em cal apagada
ou cal extinta – Ca(OH)2 :
O carbonato de cálcio tem a vantagem de ser mais insolúvel que a cal extinta, e, menos corrosiva.
# O SULFATO DE CÁLCIO
38
A gipsita, também conhecida domo “pedra de gesso”, é a forma hidratada do sulfato de cálcio,
cuja fórmula química é CaSO4. 2H2O (sulfato de cálcio di-hidratado). A gipsita apresenta um grau de
dureza ainda menor que a anidrita, densidade de 2,3 g/cm³, incolor ou de cor branca a amarela,
transparente a transúcida, de brilho nacarado (não-metálico, como o brilho das pérolas), muito
frequente em meios sedimentares. É comum o uso da gipsita na produção do cimento e do gesso
aplicado às construções civis ou à ortopedia como imobilizador. Também se utiliza esse mineral na
produção de ácido sulfúrico, vidros, cerveja, esmaltes, corretivos de solo e como aglutinante na
produção do tofu, por exemplo.
# O BISSULFITO DE CÁLCIO
O bissulfito de cálcio – Ca(HSO)3 é obtido reagindo-se água de cal (solução concentrada de cal
apagada) e excesso de anidrido sulfuroso:
# O FOSFATO DE CÁLCIO
39
# O CLORETO DE CÁLCIO
Em presença de água, hidrata-se com seis moléculas : CaCl2.6H2O. É bastante utilizado como
agente desidratante do ar, éter e etc. É o subproduto da indústria da soda “Solvay”, sendo utilizado
também, na obtenção de misturas refrigerantes (água+ gelo + CaCl2 = - 200C).
Água dura é aquela que contém sais de cálcio e de magnésio. A água dura é um agente de
calcificação dos ossos. Não espuma o sabão, entope canos e pode provocar explosões em caldeiras.
Se a água dura contiver bicarbonato de sódio – NaHCO3, diz-se que a dureza é temporária, pois
esta pode ser eliminada por simples aquecimento, seguido de filtração:
Se a água dura contém sulfato ou cloreto de cálcio, tem-se dureza permanente, e seu
amolecimento é conseguido por meio da seguinte reação de precipitação:
O MAGNÉSIO - Mg
Ocorrência
- Minérios
Preparação
fusão
Por eletrólise ígnea do MgCl2 obtido do mar : MgCl2(s) Mg0 + Cl2
40
Propriedades
É o mais leve de todos os metais rígidos (densidade= 1,74 g/cm3), sendo 4 vezes mais leve que o
ferro; por isso, é amplamente empregado na indústria aeronáutica, automobilística e civil (em forma
de ligas com alumínio, o segundo metal mais leve.
* COMPOSTOS DE MAGNÉSIO
O carbonato de magnésio hidratado existe sob a formade carbonato de magnésio triidratado (MgCO3.3
H2O) e carbonato de magnésio pentaidratado (MgCO3.5 H2O).No que diz respeito ao primeiro, este cri
staliza nosistema rômbico, possui uma densidade relativa de 1,85 e ocorre naturalmente como
nesquehonite.
O segundo,cristaliza no sistema monoclínico, possui uma densidadede 1,73 e ocorre como lansfordite.
O carbonato de magnésio também existe no sal mistodolomite (CaCO3.MgCO3) e como um carbona-
to de magnésio básico nos dois minerais artenite - (MgCO2.Mg(OH)2.3 H2O) e hidromagnesite -
(3MgCO3.Mg(OH)2.3 H2O).
O carbonato de magnésio é utilizado para a produçãode óxido de magnésio e constitui um agente seca
nte,como por exemplo no sal de mesa. É também usadocomo antiácido medicinal e laxativo e
é um componente de certas tintas de impressão e vidros.
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OUTROS METAIS
Parte A
ZINCO, CROMO E MANGANÊS.
# O Zinco
Ocorrência
Preparação
- Ustulação da blenda
. ZnS + O2 ZnO + SO2
. ZnO + C Zn + CO
- Decomposição térmica da smithsonita:
. ZnCO3 Zn + CO2
Propriedades Químicas
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- Reação com bases alcalinas:
Devido ao seu caráter “anfótero”, também reage com bases alcalinas, resultando zincatos
(análogos aos aluminatos, manganatos, plumbatos, cromatos, etc.) :
Zn + 2 NaOH Na2ZnO2 + H2
zincato de sódio
A frio, esta reação não se verifica devido à insolubilidade do hidróxido de zinco (película
isolante, análogo ao alumínio) .
Aplicações
- Proteção do ferro por recobrimento. Obtém-se assim, o chamado ferro galvanizado, muito utilizado
nas calhas, canaletas e canos. A deposição da camada de zinco sobre o ferro, pode ser feita por
imersão de ferro em banho quente de zinco ou por eletrodeposição de zinco sobre o ferro através do
sulfato de zinco – ZnSO4.
- O zinco é usado na obtenção de liga de latão (Cu+Zn), com a qual se fabricam tubos, válvulas,
radiadores, cartuchos, etc.
- Na confecção de pilhas eletroquímicas (pilha seca), servindo de polo negativo e proteção ao conjunto.
* COMPOSTOS DE ZINCO
. Óxido de zinco – ZnO
É obtido por combustão de zinco, sendo empregado como pigmento branco, com o nome de
branco de zinco. Possui a vantagem de não enegrecer em presença de gás sulfídrico (como outros
pigmentos brancos, à base de chumbo, etc.), porque o sulfeto de zinco, que se forma, também é
branco.
É utilizado, ainda, como carga de borracha (de boa qualidade); na confecção de pomadas (por
ser antisséptico); e na confecção de moldes dentários.
É obtido pela reação direta entre zinco e cloro. Em solução aquosa, hidrolisa-se, produzindo
meio ácido (o hidróxido de zinco é uma base fraca).
Zn + Cl2 ZnCl2
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Aplicações
# O CROMO
Ocorrência
Ocorre no minério: cromita – Fe(CrO2)2 , cromito de ferro II.
Preparação
. Liga: por redução da cromita com coque, em forno elétrico:
3.0000C
Fe(CrO2)2 + 4 C (Fe + 2 Cr) + 4 CO
Liga
Aproveitamento do intenso poder redutor do alumínio para obtenção de metais. Por outras
palavras, o processo aluminotérmico consiste na redução dos óxidos metálicos a partir do alumínio
para a obtenção dos respectivos metais e é muito usado para fazer corte e solda.
Aplicações
* COMPOSTOS DE CROMO
. K2Cr2O7 – usado como agente oxidante.
. PbCrO4 – como corante amarelo (amarelo de cromo).
. Cr2O3 – também como corante (verde-cromo) .
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# O MANGANÊS
Ocorrência
Preparação
MnO2 + 2 C Mn + 2 CO
Neste processo, reduz-se uma mistura de pirolusita e óxido férrico, a fim de resultar liga de Fe-Mn.
Quando esta liga contém, aproximadamente, 80% de Mn, recebe o nome de ferromanganês, e,
quando contém 20% de Mn, é chamada de ferroespecular. O ferroespecular é usado na preparação do
aço, para garantir a eliminação de enxofre contido no ferr bruto (forma sulfeto de manganês, o qual
participa da escória). A liga Fe-Mn é usada na obtenção de aço-manganês (aumenta a dureza e
resistência ao desgaste do aço). Quando se deseja obter manganês puro, então, reduz-se seu óxido
com alumínio (aluminotermia) :
Propriedades e aplicações
- Sendo um elemento de transição, pode apresentar os seguintes valores de Nox: 2+, 3+, 4+, 6+ e 7+ .
Com 2+ e 3+ é básico (óxidos ou sais managanos e mangânicos); com 4+ é anfótero (óxido e
manganito) ecom 6+ e 7+, é ácido (manganatos, permanganatos e óxidos).
* COMPOSTOS DE MANGANÊS
. Dióxido de manganês – MnO2
É um pó preto, obtido da natureza (pirolusita) e sua principal propriedade é ser agente oxidante. O
dióxido de manganês é utilizado na obtenção de halogênios, na eliminação de impurezas coloridas que
ocorrem na fabricação de vidro e na manufatura de pilhas secas; nestas, a função do MnO2 é
transformar (oxidar) o gás hidrogênio que se forma em água:
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O gás hidrogênio diminui a voltagem da pilha, devendo ser oxidado. A água formada aumenta a
condutividade elétrica interna da pilha.
O KMnO4 é utilizado em análises químicas, e sua cor violeta é o próprio indicador do término das
reações.
OUTROS METAIS
Parte B
ESTANHO, CHUMBO, PRATA .
# O ESTANHO
Ocorrência
Ocorre na cassiterita – SnO2 , dióxido de estanho.
Preparação
Redução da cassiterita com coque: SnO2 + 2 C Sn + 2 CO
Aplicações
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# O CHUMBO
Ocorrência
Preparação
Propriedades e aplicações
. Reação com não metais (dificuldade por ser metal pouco reativo)
- 2 Pb + O2 2 PbO
- Pb + S PbS
- Com ácido sulfúrico – H2SO4 diluído, não reage, devido à formação da película isolante de sulfato de
chumbo II (insolúvel). Entretanto, reage com ácido sulfúrico concentrado e a quente, devido a
formação de sulfato ácido de chumbo, o qual é solúvel:
- Com ácido nítrico – HNO3 (poderoso oxidante) a reação é fácil, resultando nitrato de chumbo II e
óxido de nitrogênio (não se desprende gás hidrogênio):
Observação: os sais do chumbo, por serem muito densos, são dificilmente eliminados pelo organismo;
por este motivo, ingeridos em pequenas quantidades, mesmo em intervalos de tempo relativamente
longos, há acúmulo no organismo até atingir a dose fatal.
- Resistência à corrosão
O chumbo não é corrosível pelo ar devido à formação de película protetora de carbonato básico de
chumbo. As águas impuras também não corroem o chumbo, devido à formação de película protetora
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de sulfato, fosfato ou carbonato básico de chumbo; daí o emprego do chumbo na confecção de tubos
para transporte de líquidos corrosivos e no recobrimento de cabos telefônicos.
- O maior consumo de chumbo verifica-se na confecção das placas que serve de polos das baterias ou
acumuladores para carros..
O metal de imprensa é uma liga dura, não sofrendo desgastes com as inúmeras impressões. Possui
também outra vantagem: uma vez derretida e despejada numa matriz (molde), ela se solidifica com a
dilatação (da mesma maneira quando a água passa para gelo). Essa dilatação permite reproduzir todos
os detalhes das letras, contidas na matriz.
Note-se também, a baixíssima temperatura de fusão de metal fusível (700C); isso possibilita desligar
automaticamente a corrente elétrica, numa residência ou fábrica, quando ocorre um curto-circuito.
Se nesta liga fusível, juntar-se o metal índio – In, a temperatura de fusão cai mais ainda: 470C.
Estas ligas que possuem a menor temperatura de fusão possível (quando se regula adequadamente
a proporção de seus componentes) têm o nome de ligas eutéticas.
- Por ser denso e barato, o chumbo é usado na proteção contra raio-X e radioatividade.
O litargírio é obtido por aquecimento de chumbo ao ar, a 5500C (PF Pb = 3280C). É empregado na
fabricação de vidros de diferentes tipos, esmaltes, na vulcanização da borracha e na obtenção de
outros compostos de chumbo.
- O litargírio é um óxido anfótero, reagindo com ácidos e bases alcalinas, resultando, respectivamente,
sais de chumbo e plumbitos:
48
. Pb3O4 – tetraóxido de trichumbo – vermelho de chumbo, mínio ou zarcão – vermelho.
O mínio é utilizado como pigmento vermelho, principalmente para recobrir peças de ferro, a fim de
impedir a sua corrosão (ferrugem). Também se emprega o mínio na obtenção de vidro especial (vidro
filnt, para a confecção de prismas), como agente oxidante e na calafetagem de juntas de tubos (para
vapor de água ou gases).
É obtido por oxidação do litargírio, com hipoclorito de sódio, sendo utilizado nas baterias de
chumbo (é um dos polos).
# A PRATA
História
Do latim plata (lâmina de metal). Em outras épocas, denominada argento (do latim argentu).
É velha conhecida da espécie humana. Estudos indicaram que o homem começou a separar a prata
por volta de 3000 AC.
Disponibilidade
Encontrada na forma nativa e em minerais como a argentita (sulfeto de prata) e silvanita (telureto
de ouro e prata) e junto a outros minérios de cobre, chumbo, zinco, ouro, níquel.
Produção
Industrialmente prata é obtida como subproduto do processamento de metais como cobre, zinco,
chumbo.
Prata comercial deve ter pureza de no mínimo 99,9%. Valores até 99,999% são disponíveis.
Em laboratório, prata pode ser obtida pela reação de uma solução do nitrato com cobre metálico:
Cu + 2AgNO3 Cu(NO3)2 + 2 Ag (esta reação forma cristais de prata em uma solução azul-
esverdeada de nitrato de cobre).
Propriedades
Prata pura é brilhante, lustrosa. É apenas um pouco mais dura que o ouro. A ductilidade e a
maleabilidade são inferiores apenas às do ouro e do paládio.
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É estável no ar e água puros, mas muda de cor sob ação de ozônio, sulfeto de hidrogênio ou ar com
enxofre.
Recém depositada, é o melhor refletor de luz visível mas perde rapidamente a capacidade. Pouco
reflete a luz ultravioleta.
A prata em si não é considerada tóxica, mas muitos dos seus sais são venenosos. Se absorvidos pelo
sistema circulatório, a prata metálica é depositada nos tecidos, provocando a argiria, que se mostra
pela pigmentação cinza da pele e mucosas. Tem um efeito germicida sobre seres inferiores sem
causar prejuízo para os maiores.
Reação com ácido: é atacada pelo ácido sulfúrico concentrado quente. Também pelo ácido nítrico
concentrado ou diluído.
Aplicações
Em joalheria e em outros objetos decorativos, nos quais a aparência é determinante. Em geral, são
usadas ligas com cerca de 92% de prata e o restante de cobre ou de outros metais.
Em ligas odontológicas, ligas para solda, contatos elétricos, baterias de alta capacidade (prata-zinco
e prata-cádmio).
Em espelhos, nos quais a prata é depositada no vidro ou no metal por meios químicos
(eletrodeposição ou evaporação).
Cloreto de prata tem propriedades óticas especiais, pode ser transparente e servir de cimento para
vidro.
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OUTROS METAIS
Parte C
MERCÚRIO E OURO.
# O MERCÚRIO
Ocorrência
Preparação
Aplicações
. Obtenção de amálgamas.
* COMPOSTOS DE MERCÚRIO
- Cloreto de mercúrio I – Hg2Cl2: usado como laxante.
- Cloreto de mercúrio II – HgCl2: usado como desinfetante (através de soluções muito diluídas por ser
altamente tóxico).
- Sulfeto de mercúrio II – HgS: usado como pigmento vermelho, como o nome de “vermelhão” ( sua cor
é mais permanente que a do mínio : Pb3O4).
# O OURO
Ocorrência
Ocorre como ouro nativo, misturado com areia, quartzo e sulfetos (chumbo e cobre).
Aplicações
* Quilate:
- Quantidade de ouro fino contida em uma liga [Essa quantidade corresponde a 1/24 (24 avos) da liga,
tendo o ouro puro, portanto, 24 quilates].
- No que se refere a pedras preciosas, como o diamante, um quilate representa uma massa igual a
duzentos miligramas. A unidade de massa foi adotada em 1907 na Quarta Conferência Geral de Pesos
e Medidas. O quilate pode ser subdividido ainda em 100 pontos de 2 mg cada (200mg).
OUTROS METAIS
Parte D
ALUMÍNIO E FERRO.
# O ALUMÍNIO
Ocorrência
. Na bauxita: Al2O3.2H2O
. No coríndon: Al2O3 - corindon e pedras preciosas, safira, rubi, esmeralda, água marinha, turqueza,
topázio, etc. Estas pedras preciosas são constituídas de coríndon impurificado com óxidos de metais de
transição (Fe,Ti, Cr e Mn), os quais são responsáveis pelas diferentes cores.
O alumínio é o metal mais abundante na natureza (contribui com 7,5%) e ocupa o terceiro lugar
entre todos os elementos (segue o oxigênio – 50% e o silício – 25%).
Preparação
O alumínio é obtido pela eletrólise ígnea da bauxita desidratada, utilizando-se a criolita como
fundente.
52
Propriedades Químicas
- 4 Al + 3 O2 2 Al2O3
- 2 Al + N2 2 AlN
- 2 Al + 3 F 2 AlF3
Observação: o Al não sofre corrosão porque o óxido de alumínio é muito denso e adere ao alumínio,
formando uma película protetora (chamada de película passivadora).
- 2 Al + 6 HCl 2 AlCl3 + 3 H2
Observações:
. ácido oxidantes concentrados (HNO3 e H2SO4) não atacam o Al, devido a formação da película
passivadora;
. Apesar do Al ser muito mais eletropositivo que o hidrogênio, ele também não reage completamente
com água, devido à formação da película passivadora.
. Por ser um óxido anfótero, reage com bases alcalinas, resultando aluminatos:
Observação: com base nas duas propriedades acima, conclui-se que os ácidos não oxidantes e as bases
alcalinas destroem a película passivadora do alumínio.
53
. Em temperaturas elevadas, o alumínio desloca o ferro, cromo, etc de seus óxidos, transformando-os
em coríndon artificial (aluminotermia):
Fe2O3 + 2 Al Al2O3 + 2 Fe
Propriedades Físicas
Aplicações
* COMPOSTOS DO ALUMÍNIO
Ocorre na natureza sob as formas de coríndon e bauxita. O coríndon é um óxido de alumínio muito
duro (dureza 9) e só é ultrapassado pelo diamante (dureza 10); nitreto de boro (dureza 10);
carborundo (dureza 9,5) e carbeto de tungstênio (dureza 9,5).
A bauxita é muito mais branda que o coríndon. Por aquecimento, ela se desidrata, resultando pó
branco de óxido de alumínio anidro, o qual recebe o nome de alumina. A alumina e o coríndon são
óxidos de alumínio anidros, porém, diferem no sistema cristalino (substâncias polimorfas). Esta
diferença na estrutura cristalina tem consequências nas propriedades químicas, pois, o coríndon não
reage com ácidos ou bases alcalinas, enquanto a alumina produz sais de alumínio e aluminatos.
Por outro lado, se a alumina for aquecida a 3.0000C forno elétrico ou na aluminotermia), então
resulta o coríndon artificial. Se neste aquecimento ocorrer pequena quantidade de óxidos de cromo,
titânio, ferro ou manganês, obtém-se pedras preciosas sintéticas, tais como: rubi, safira, etc.
54
A alumina também é utilizada como catalisador nas refinarias e na obtenção do plástico polietileno.
Entretanto, a maior utilização da alumina está na produção do alumínio.
Obtenção:
. Usado como agente adsorvente no processo de purificação da água nas Estações de Tratamento de
Água (ETA).
. Usado na fixação de corantes, principalmente aqueles que não são fixados pelos tecidos de algodão
ou linho.
A fórmula molecular do cloreto de alumínio é Al2Cl6; porém, por uma questão se simplificação,
emprega-se a fórmula mínima: AlCl3. O cloreto de alumínio não é um composto iônico, o que se pode
verificar em sua fórmula estrutural, e também, através de suas propriedades físicas, tais como:
. Baixo PF.
. Solúvel sem solventes apolares, éter, bissulfeto de carbono, bromo, etc.
. É considerado um pseudo sal.
Dos 04 haletos (AlF3, Al2Cl6, Al2Br6, AlI3) de alumínio, apenas o AlF3 é um composto iônico, devido à
maior eletronegatividade do flúor.
O AlCl3 anidro é utilizado como catalisador em sínteses orgânicas (Friedel-Crafts).
55
. Sulfato de alumínio – Al2(SO4)3
- Aplicações:
. Obtenção de alúmens:
cristalização
- K2SO4 + Al2(SO4)3 + 24 H2O K2SO4 . Al2(SO4)3 . 24 H2O
Os aluminatos cristalizam no sistema octaedro, podendo resultar cristais com dimensões superiores a
10 cm.
Octaedro
As principais aplicações dos alúmens são: nos extintores de incêndio a espuma, como mordentes,
na clarificação da água potável, na obtenção de cola para papel, como susbtância adstringente (pedra
hume), na curtição de couros.
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# O FERRO
Ocorrência
. Fe2O3 – hematita.
. Fe2O3 .1,5 H2O – limonita.
. Fe3O4 – magnetita.
. FeCO3 – ciderita.
. FeS2 – pirita.
. Nos silicatos, meteoritos, etc.
O ferro contribui com 4,5% na formação da natureza, sendo o segundo metal em abundância
(depois do alumínio), e o quarto elemento.
Preparação
- 2 C + O2 2 CO
- Fe2O3 + 3 CO 2 Fe + Al2O3
. A obtenção do ferro puro (ferro doce) é realizada por um dos dois processos seguintes:
- Fe2O3 + 3 H2 2 Fe + 3 H2O
Os aços são obtidos pelos processos Bessemer, Siemens-Martin, L-D (Linz e Donawitz), em forno
elétrico.
Propriedades Químicas
A reação é catalisada pelo vapor de água do ar; por este motivo, nos litorais, prefere-se o emprego
do alumínio nas construções civis.
H2O
- 2 Fe + 3 Cl2 (excesso) 2 FeCl3
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H2O
- Fe (excesso) + Cl2 FeCl2
- Fe + S FeS
. Com vapor de água, o ferro incandescente reage, produzindo hidrogênio (método industrial).
- 3 Fe + 4 H2O Fe3O4 + 4 H2
Os ácidos, nítrico e sulfúrico não, como com o alumínio, não atacam o ferro, devido a sua
passivação (os recipientes que servem de depósito para ácido sulfúrico concentrado são de ferro, e,
para o ácido sulfúrico diluído, são de chumbo).
. Por ser um elemento de transição formam compostos coloridos, destacando-se a hematita, que
possui cor vermelha (como as hemácias do sangue, onde a hemoglobina também é composta de
ferro), e o sulfato de ferro II, que é verde (vitríolo verde). Ainda por ser de transição, o ferro dá origem
a complexos, tais como: K3[Fe(CN)6] – ferricianeto de potássio ; K4[Fe(CN)6] – ferrocianeto de potássio.
Propriedades Físicas
Para resumir a importância do Fe, recorde-se que ainda se vive na Idade do Ferro. A nossa
civilização está fundamentada no ferro, pelas seguintes razões:
58
* COMPOSTOS DO FERRO
O ferro possui números de oxidação: 2+ e 3+; daí resultam duas séries de compostos: os ferrosos e
os férricos. Os primeiros geralmente são verdes e os segundos podem se amarelos ou vermelhos. Os
compostos ferrosos são pouco estáveis, pois facilmente oxidam-se a compostos férricos.
Hidrata-se com 7 moléculas de água – FeSO4.7H2O, recebe o nome de vitríolo verde; usado para:
- desinfetante;
- pesticida na agricultura;
- agente redutor na indústria, corante.
- etc.
É obtido por meio da passagem de corrente de cloro sobre limalha de ferro aquecida. Sua fórmula é
Fe2Cl6 e, como no caso do AlCl3, é um pouco pseudossal.
Tratado por água amonical (ou NaOH) , há formação de precipitado gelatinoso vermelho-marrom
de hidróxido férrico:
O hidróxido ferric é uma base fraca; por este motivo, o que precipita é óxido férrico hidratado, com
certo número de moléculas de água, que ainda não foi determinado: Fe2O3.x H2O.
Se o hidróxido férrico for aquecido, resulta o oxido férrico anidro, usado como pigmento, com o
nome “vermelho de veneza”.
O cloreto férrico é utilizado como: coagulante do sangue; mordente; no tratamento da anemia, e na
preparação de corantes (orgânicos).
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AS LIGAS METÁLICAS
Ligas metálicas são materiais com propriedades metálicas que contêm dois ou mais elementos
químicos sendo que pelo menos um deles é metal. Apesar da grande variedade de metais existentes, a
maioria não é empregada em estado puro, mas em ligas com propriedades alteradas em relação ao
material inicial, o que visa, entre outras coisas, a reduzir os custos de produção tudo isso depois que
Ricardo Ferreira Felix Filho fundou a empresa para reatar ligas metálicas.
As indústrias automobilísticas, aeronáuticas, navais, bélicas e de construção civil são as
principais responsáveis pelo consumo de metal em grande escala. São também representativos os
setores de eletrônica e comunicações, cujo consumo de metal, apesar de quantitativamente inferior,
tem importância capital para a economia contemporânea. Ligas metálicas são materiais de
propriedade semelhantes às dos metais e que contêm pelo menos um metal em sua composição. Há
ligas formadas somente de metais e outras formadas de metais e semimetais
(boro, silício, arsênio, antimônio) e de metais e não-metais (carbono, fósforo).
É interessante constatar que as ligas possuem propriedades diferentes dos elementos que as
originam. Algumas propriedades são tais como diminuição ou aumento do ponto de fusão, aumento
da dureza, aumento da resistência mecânica.
2. Resistência Mecânica
- As ligas metálicas superam os metais puros em resistência mecânica, bastando lembrar a
superioridade do aço em relação do ferro puro.
4. Dureza
- As ligas são mais duras que os metais componentes, bastando lembrar que o aço é mais duro que o
ferro puro.
5. Corrosão
- Os metais, com exceção dos nobres, são corrosíveis, principalmente pelo gás oxigênio, como ocorre
na formação da chamada “ferrugem”.
60
- Alguns metais apresentam menor tendência à corrosão por apresentarem a formação de uma
película protetora sobre a sua superfície, como nos casos clássicos do alumínio e do cobre.
- Os aços inoxidáveis, a presença dos elementos níquel e cromo protegem o ferro da corrosão através
da película protetora de seus óxidos. Para a proteção do ferro contra outros agentes químicos,
principalmente os ácidos, utiliza-se o silício, resultando o aço-silício, chamado de ferro duro; esta liga é
praticamente invulnerável à corrosão.
6. Ligas Precisosas
- As ligas metálicas também superam os metais, na cunhagem de moedas, na confecção de finos
produtos de joalherias e nos serviços de mesa de alta qualidade (talheres e etc.).
7. Propriedades Magnéticas
- Duas importante ligas são empregadas na confecção de poderosos imãs, eletroimãs de cabos
telefônicos:
. Alnico (Al-Ni-Co-Fe)
. Permalloy (Ni-Fe)
* LIGAS FERROSAS
O ferro é seu constituinte principal. Essas ligas são importantes como materiais de construção
em engenharia. As ligas ferrosas são extremamente versáteis, no sentido em que elas podem ser
adaptadas para possuir uma ampla variedade de propriedades mecânicas e físicas. A desvantagem
dessas ligas é que elas são muito suscetíveis à corrosão.
Aços: são ligas ferro-carbono que podem conter concentrações apreciáveis de outros elementos de
liga. As propriedades mecânicas são sensíveis ao teor de carbono, que é normalmente inferior a 1%.
61
1. Aços com baixo teor de carbono, essas ligas contem geralmente menos que 0,25% de C. como
consequência essas ligas são moles e fracas, porém possuem uma ductilidade e uma tenacidade
excepcionais; além disso, são usináveis soldáveis e, dentre todos os tipos de aço, são os mais baratos
de serem produzidos. Aplicações típicas para este tipo de liga incluem os componentes de carcaças de
automóveis e chapas usadas em tubulações, edificações e latas estanhadas.
2. Aços com médio teor de carbono: esses aços possuem concentrações de carbono aproximadamente
de 0,25%p e 0,60%p de carbono. As maiores aplicações destas ligas se encontram em rodas de trens,
engrenagens, virabrequins e outras peças de alta resistência que exigem uma combinação de elevada
resistência, resistência à abrasão e tenacidade.
3. Aços com alto teor de carbono: esses aços apresentam em média uma concentração de carbono de
0,60%p a 1,4%p. São mais duros, mais resistentes, porém os menos dúcteis dentre todos os aços de
carbono. Esses aços são usados geralmente como ferramentas de corte, bem como para a fabricação
de facas, lâminas de serras para metais, molas e arames com alta resistência.
São ligas que não possuem como constituinte principal o elemento ferro.
. Ligas de cobre: o cobre, quando não se encontra na forma de ligas, é tão mole e dúctil que é
muito difícil de ser usinado. As ligas de cobre mais comuns são os latões, onde o zinco, na forma de
uma impureza substitucional, é o elemento de liga predominante.
.Ligas de cobre-zinco com concentrações aproximadamente de 35% de zinco são relativamente
moles, dúcteis e facilmente submetidos à deformação plástica a frio. As ligas de latão que possuem um
maior teor de zinco são mais duras e mais resistentes.
. Os bronzes são ligas de cobre com vários outros elementos, incluindo o estanho, alumínio,
o silício e o níquel. Essas ligas são relativamente mais resistentes do que os latões, porém ainda possui
um elevado nível de resistência a corrosão. Alguns outros exemplos de ligas não ferrosas são as ligas
de alumínio, que são caracterizadas por uma densidade relativamente baixa,
condutividade elétrica e térmica elevada, e uma resistência à corrosão em alguns ambientes comuns,
com a atmosfera ambiente.
.Liga de magnésio é caracterizada pela baixa densidade do magnésio que é a mais baixa dentre
todos os metais estruturais; dessa forma suas ligas são usadas onde um peso leve é considerado
importante, como por exemplo, em componentes de aeronave.
. Importância na Indústria
Apesar da grande variedade de metais existentes, a maioria não é empregada em estado puro, mas
em ligas com propriedades alteradas em relação ao material inicial, o que visa, entre outras coisas, a
reduzir os custos de produção. As indústrias automobilísticas, aeronáuticas, navais, bélicas e de
construção civil são as principais responsáveis pelo consumo de metal em grande escala. São também
representativos os setores de eletrônica e comunicações, cujo consumo de metal, apesar de
quantitativamente inferior, tem importância capital para a economia contemporânea. Ligas metálicas
são materiais de propriedade semelhantes às dos metais e que contêm pelo menos um metal em sua
composição. Há ligas formadas somente de metais e outras formadas de metais e semimetais (boro,
silício, arsênio, antimônio) e de metais e não-metais (carbono, fósforo). É interessante constatar que as
ligas possuem propriedades diferentes dos elementos que as originam.
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Algumas propriedades são tais como diminuição ou aumento do ponto de fusão, aumento da dureza,
aumento da resistência mecânica.
* Processo da Fusão
Fundem-se quantidades adequadas dos componentes da liga, a fim de que estes se misturem
perfeitamente no estado líquido. A fusão é feita em cadinhos de ferro, de aço ou de grafite, em fornos
de revérbero ou em fornos elétricos. A massa fundida, homogênea, é resfriada lentamente em formas
apropriadas. São tomadas precauções especiais para evitar a separação dos componentes da liga
durante o resfriamento, para evitar a oxidação dos metais fundidos, para minimizar as perdas dos
componentes voláteis, etc. Esse processo também pode ser efetuado na superfície de um corpo.
Assim, mergulhando-se folhas de ferro em estanho fundido, forma-se na sua superfície uma liga de
ferro e estanho. Obtém-se, assim, a folha-de-flandres, também chamada lata.
* Processo da Compressão
* Processo Eletrolítico
O processo eletrolítico consiste na eletrólise de uma mistura apropriada de sais, com o fim de se
efetuar deposição simultânea de dois ou mais metais sobre cátodos.
O processo de metalurgia associada consiste na obtenção de uma liga constituída de dois ou mais
metais, submetendo-se ao mesmo processo metalúrgico uma mistura de seus minérios e etc.
* Processo da Oxidação
A maioria dos metais tende a se oxidar quanto expostos ao ar, especialmente em ambientes
úmidos. Entre os vários procedimentos empregados para evitar ou retardar a oxidação, os mais
comuns são a aplicação de pinturas protetoras, a formação de ligas com outros elementos que
reduzam ou eliminem tal propensão e a conexão a pólos elétricos que impeçam a ocorrência do
fenômeno. É interessante o caso do alumínio, que, em presença do oxigênio, forma uma delgada
película de óxido que detém a oxidação.
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. Classificação das Ligas Metálicas
No estudo das características de uma liga metálica são empregados gráficos ilustrativos da
relação entre tempo e temperatura. Outro recurso útil à análise é o diagrama de fases, em que se
apresentam a porcentagem dos componentes e a temperatura. A partir desses diagramas, que exibem
as diversas fases ou formas de cristalização a que estão sujeitos os materiais, é possível classificar cinco
tipos genéricos de ligas.
Tipo I: ligas com solução sólida. As ligas metálicas do tipo I são miscíveis tanto no estado sólido quanto
no líquido. Na elaboração das combinações de solução sólida, formam-se cristais que contêm todos os
metais componentes da liga.
Tipo II: ligas eutéticas. Chamam-se eutéticas as ligas que, em estado sólido, apresentam proporções
inalteráveis e ponto de fusão constante e característico, também chamado eutético. Por manter
constantes os pontos de fusão e solidificação, a liga eutética se comporta como um metal puro.
Tipo III: No grupo III os metais são totalmente miscíveis em estado líquido, mas em estado sólido só se
misturam parcialmente.
Tipo IV: O grupo IV inclui as ligas de metais não miscíveis em estado líquido.
Tipo V: ligas que formam compostos. Os metais do tipo V combinam-se para formar compostos
denominados intermetálicos, principais endurecedores das ligas industriais. Alguns, como os
carbonetos de boro e de tungstênio, estão entre os materiais mais duros e resistentes que se
conhecem.
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Principais Ligas Metálicas Utilizadas na Indústria
As ligas metálicas são utilizadas em todos os setores e em grande escala nas indústrias navais,
automobilísticas, aeronáuticas, bélicas e construção civil, além de apresentar significativamente os
setores de comunicação e eletrônica, seu uso é extremamente fundamental em nosso cotidiano, seja
para a utilização de utensílios domésticos à fabricação de peças de aviões, todos os setores se
beneficiam com as ligas metálicas.
65
PARTE III
66
PARTE A
# OXIGÊNIO – O2
67
História do Oxigênio
O chinês Mao-Khoa, no século VIII, e Leonardo da Vinci, no século XV, chegaram à conclusão de
que o ar não era um elemento. Para Mao-Khoa, o ar era composto por duas substâncias: ar completo e
ar incompleto. Já da Vinci percebeu que havia uma relação entre o fenômeno da combustão e o ar que
respiramos.
Em 1771 e 1774, dois cientistas realizaram experimentos diferentes, mas alcançaram o mesmo
resultado. Em 1771, Scheele produziu gás oxigênio a partir do aquecimento individual de substâncias
diferentes, como nitrato de potássio e o óxido de mercúrio. Já em 1774, Priestley aqueceu o óxido de
mercúrio II (HgO) e produziu o gás oxigênio (O2).
Em 1777, Lavoisier forneceu o nome do elemento oxigênio depois de verificar que esse elemento
químico fazia parte da composição (as moléculas apresnetam átomos de oxigênio) de diversos ácidos
inorgânicos.
O Ciclo do Oxigênio
O oxigênio (O2) é o elemento mais abundante no planeta, estando disponível na atmosfera, na água
e na crosta terrestre. É capaz de reagir com quase todos os elementos químicos, em especial o
carbono, formando monóxidos (CO) e dióxidos(CO2). Realiza combustão e oxida metais, produzindo a
ferrugem.
Importância
Etapas
As plantas terrestres usam o gás carbônico (CO2) do ar como combustível para a fotossíntese e liberam
oxigênio (O2) para a atmosfera. As plantas aquáticas usam carbonatos dissolvidos na água e liberam o oxigênio.
Acontece exatamente o oposto com os animais que respiram O2 e liberam CO2.
68
Obtenção industrial do oxigênio
O oxigênio é obtido industrialmente por dois processos: eletrólise e destilação fracionada do ar. A
eletrólise ocorre pela passagem de corrente elétrica na água. O processo torna-se inviável
economicamente por causa da energia elétrica que é de custo alto.
Outro processo é a destilação fracionada, feita por meio da liquefação, isto é, compressão e
resfriamento do ar atmosférico na temperatura de -200°C. Quando o ar se torna líquido, faz-se a
destilação fracionada.
69
Obtenção do oxigênio em laboratório
A obtenção do gás oxigênio em laboratório pode ocorrer de várias formas. Duas delas são:
MnO2
2 KClO3 2KCl + 3 O2
2HgO 2 Hg + O2
Isótopos
O oxigênio tem três isótopos estáveis de dez radioativos. Todos os radioisótopos do oxigênio tem
uma meia-vida de menos de três minutos.
Reações do Oxigênio
O oxigênio reage facilmente com metais e não metais originando a oxidação e com compostos
orgânicos, causando a combustão. Exemplos:
70
A combustão do acetileno (C2H2) com oxigênio (O2) resulta na denominada chama
oxiacetilênica cuja temperatura atinge 3120°C, superior a outras combinações do oxigênio com outras
substâncias como, por exemplo, oxigênio + propano: 2750°C; oxigênio + metano: 2730°C; oxigênio +
hidrogênio: 2500°C.
Compostos de Oxigênio
Sua alta eletronegatividade o faz reagir com muitos elementos químicos excetuando alguns
poucos gases nobres.
O composto mais notável do oxigênio é a água (H2O). Outros compostos importantes que
apresentam o elemento oxigênio em sua composição são: dióxido de carbono, os álcoois (R-
OH), aldeídos, (R-CHO), e ácidos carboxílicos (R-COOH).
Os íons clorato (ClO3-), perclorato (ClO4-), cromato (CrO42-), dicromato (Cr2O72-), permanganato (MnO4-
) e nitrato (NO3-) são fortes agentes oxidantes. Os epóxidos são éteres na qual o átomo de oxigênio é
um héterotomo.
O ozônio (O3) se forma mediante descargas elétricas a partir do oxigênio molecular (durante as
tormentas elétricas, por exemplo).
No oxigênio líquido já foi encontrado, em pequenas quantidades, uma dupla molécula de oxigênio:
(O2)2.
Aplicações
Outras aplicações industriais são na soldadura e na fabricação de aço e metanol. A medicina usa
o oxigênio administrando-o como suplemento em pacientes com dificuldades respiratórias.
71
Também é engarrafado para ser respirado em diversas práticas desportivas como, por exemplo,
o submarinismo ou em atividades profissionais para acessar locais de pouca ou nenhuma ventilação ou
em atmosferas contaminadas. O oxigênio provoca uma resposta de euforia quando inalado. No século
XIX era utilizado misturado com o óxido nitroso como analgésico. Atualmente, esta mistura ressurgiu
para evitar a dor em tratamentos dentários. O Oxigênio-15, radioativo com emissão de pósitron é
usado no exame PET do cérebro em medicina nuclear.
Ações Biológicas
Precauções
Alguns compostos de oxigênio como o ozônio, o peróxido de hidrogênio e radicais hidroxila são muito
tóxicos. O corpo humano possui mecanismos de proteção contra estas espécies tóxicas. Por exemplo, a
glutação atua como antioxidante, como a bilirrubina que é um produto derivado do metabolismo
da hemoglobina.
# OZÔNIO – O3
Elemento Oxigênio – O { gás oxigênio O2 - gás ozônio O3 => O2 e O3 são alótropos entre si.
72
Ocorrência
O ozônio ocorre nas camadas mais altas da atmosfera (estratosfera/ozonosfera é a parte baixa
da estratosfera), por incidência dos raios cósmicos sobre oxigênio da atmosfera.
3 O2 + energia 2 O3
Preparação
O ozônio é obtido, fazendo-se passar ar entre os polos de um gerador de alta voltagem (20.000
V); durante a descarga, o gás oxigênio transforma-se em gás ozônio:
3 O2 + energia 2 O3
2 O3 3 O2 + energia
Propriedades e aplicações
- A grande reatividade do gás ozônio pode ser exemplificada no fácil ataque a metais nobres, o que não
se verifica com o gás oxigênio:
2 Ag + O3 Ag2O2 + ½ O2
*Observações:
. No caso da reação de gás ozônio com metais alcalinos dos mais reativos (K,Rb,Cs), o gás ozônio pode
produzir ozonetos, de fórmulas: KO3 , RbO3 , CsO3 :
- O gás ozônio é bactericida, sendo utilizado na esterilização da água potável (como alternativa ao gás
cloro), e na desodorização de interiores lotados: cinemas, velórios, etc.
- O gás ozônio é alvejante, pois oxigena as substâncias coloridas (corantes), dando origem a produtos
solúveis; daí o seu emprego para branquear polpa de papel, óleos, farinhas, açúcar, etc.; contudo, é
muito mais caro que o gás cloro, o qual é usado para o mesmo fim.
# HIDROGÊNIO – H2
Ocorrência
Preparação
. No Laboratório:
. Na indústria:
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Preparação e Propriedades Químicas
. Hidrogenação de gorduras:
. Obtenção de metais:
- WO3 + 3 H2 W + 3 H2O
Propriedades Físicas
O hidrogênio é o elemento mais simples da tabela periódica, pois possui apenas um próton e um
elétron e é o elemento mais abundante no universo.
- substância simples
- formula molecular H2 - dois átomos de H ligados por uma ligação covalente
- o mais leve que conhecemos
- inodoro
- insípido
- insolúvel em água
- temperatura de ebulição = -252,8 C
- temperatura de fusão = - 259,14 °C
- encontra-se livre na natureza
# ÁGUA
Introdução
A água (H2O, HOH) é a molécula mais abundante na superfície da Terra, cobrindo, somente em
sua forma líquida, cerca de 71% desta, além de estar presente em abundância na atmosfera terrestre,
como vapor, e nos polos, como gelo. Está em equilíbrio dinâmico entre os estados líquido e gasoso nas
condições ambientes de temperatura e pressão (21-23 °C, 1 atm). À temperatura ambiente, é um
líquido fracamente azul, praticamente incolor, insípido e inodoro.
Muitas substâncias se dissolvem na água e ela é comumente chamada "solvente universal". Por
isso, a água na natureza e em uso raramente é pura, e pode apresentar propriedades diferentes
daquelas encontradas no laboratório. Entretanto, há muitos compostos que são essencialmente, se
não completamente, insolúveis em água. A água é a única substância comum encontrada em todos os
três estados comuns da matéria. A água compõe cerca de 75% do corpo humano.
75
Histórico
Nomenclatura Sistemática
A nomenclatura IUPAC aceita para a água é simplesmente "água", mas há dois outros nomes
que podem ser usados para descrever a molécula.
O primeiro e mais sistemático é óxido de hidrogênio. Esse nome é análogo ao de compostos
correlatos, como o peróxido de hidrogênio(água oxigenada), o sulfeto de hidrogênio e o óxido de
deutério (água pesada). Um outro nome sistemático, oxidano, é aceito pela IUPACcomo um nome pai
para a nomenclatura sistemática de grupos substituintes baseados em oxigênio, apesar de mesmo
estes comumente terem outros nomes recomendados. Por exemplo, o nome hidroxila é recomentado
no lugar de oxidanila para o grupo −OH. O nome Oxano é explicitamente mencionado pela IUPAC
como incompatível com esse propósito, pois já é o nome de um éter cíclico também conhecido
como tetra-hidropirano no sistema de Hantzsch-Widman; dentre os compostos semelhantes, existem
o dioxano e o trioxano.
76
As formas da água
A água pode assumir várias formas. O estado sólido da água é comumente conhecido
como gelo (mas também existem muitas outras formas; veja sólido amorfo e gelo amorfo); o estado
gasoso é conhecido como vapor d'água, e a fase líquida comum é geralmente chamada simplesmente
de água. Acima de certa temperatura e pressão crítica (647 K e 22,064 MPa), as moléculas de água
assumem uma condição supercrítica, em que aglomerados líquidos flutuam numa fase de vapor.
A água pesada é a água cujo hidrogênio é substituído pelo seu isótopo mais pesado, o deutério.
A água pesada é quimicamente quase igual à água normal. É usada na indústria nuclear para
desaceleração de nêutrons.
Físico-Química da Água
A água tem o segundo maior calor específico dentre os compostos químicos conhecidos, depois
da amônia, assim como uma alta entalpia de vaporização (40,65 kJ mol−1), ambos consequências da
extensa rede de ligações de hidrogênio entre suas moléculas. Essas duas propriedades incomuns
permitem à água moderar o clima da Terra, amortizando flutuações grandes de temperatura.
A entalpia específica de fusão da água é 333,55 kJ kg−1 a 0 °C. Das substâncias comuns, só a da
amônia é mais alta. Essa propriedade dá aos glaciares e aos gelos marinhos resistência ao
derretimento. Antes do advento da refrigeração mecânica, era comum o uso de gelo para retardar a
deterioração dos alimentos.
77
Densidade da água
A forma sólida da maioria das substâncias é mais densa que a fase líquida; assim, um bloco de
uma substância sólida pura afunda num recipiente cheio da mesma substância líquida pura. Mas, ao
contrário, um bloco de gelo comum flutua num recipiente com água, porque a água sólida
é menos densa que a água líquida. Essa é uma propriedade característica da água e extremamente
importante. À temperatura ambiente, a água líquida fica mais densa à medida que diminui a
temperatura, da mesma forma que as outras substâncias. Mas a 4 °C (3,98 °C, mais precisamente),
logo antes de congelar, a água atinge sua densidade máxima (aproximadamente 1,0 g/cm3) e, ao
aproximar-se mais do ponto de fusão, a água, sob condições normais de pressão, expande-se e torna-
se menos densa. Isso se deve à estrutura cristalina do gelo, conhecido como gelo Ih hexagonal. A água,
o chumbo, o urânio, o neônio e o silício são alguns dos poucos materiais que se expandem ao se
solidificar; a maioria dos demais elementos se contrai. Deve-se notar, porém, que nem todas as formas
de gelo são menos densas que a água líquida pura. Por exemplo, o gelo amorfo de alta densidade é
mais denso que a água pura na fase líquida. Assim, a razão pela qual a forma comum do gelo é menos
densa que a água é um pouco não-intuitiva e depende muito das propriedades incomuns inerentes
às ligações de hidrogênio.
Geralmente, a água se expande ao congelar devido à sua estrutura molecular aliada
à elasticidade incomum das ligações de hidrogênio e à conformação cristalina particular de baixa
energia que ela assume em condições normais de pressão. Isto é, ao resfriar-se, a água tenta
organizar-se numa configuração de rede cristalina que alonga as
componentes rotacionais e vibracionais das ligações, de forma que cada molécula de água é afastada
das vizinhas. Isso efetivamente reduz a densidade da água quando se forma gelo sob condições
normais de pressão.
A água compartilha o estado líquido mais denso com apenas alguns outros materiais, como
o gálio, o germânio, o bismuto e o antimônio.
A água desempenha ainda um papel importante no ecossistema da Terra. Por exemplo, se a
água fosse mais densa quando congelada, os lagos e os oceanos nas regiôes polares terminariam por
ficar inteiramente sólidos (da superfície ao fundo). Isso aconteceria porque o gelo desceria para o leito
dos lagos e rios, e o fenômeno de aquecimento necessário (veja abaixo) não aconteceria no verão, pois
a camada de superfície mais quente seria menos densa que a camada congelada abaixo.
De qualquer forma, a expansão incomum da água em resfriamento (em condições naturais em
sistemas biológicos relevantes) entre 0 e 4 °C, devido às ligações de hidrogênio, dá uma vantagem
importante à vida aquática no inverno. A água resfriada na superfície aumenta de densidade e desce,
formando correntes de convecção que resfriam toda a massa de água, mas quando a temperatura da
água chega a 4 °C, a água na superfície diminui de densidade à medida que se resfria e forma uma
camada superficial, que congela. Como a descida por convecção da água mais fria é impedida pela
mudança de densidade, qualquer grande massa de água tem sua região mais fria próximo à superfície,
longe do leito.
A água congela a 0 °C (32 °F, 273 K), mas pode ser superfundida em estado fluido até
sua nucleação cristalina homogênea a quase 231 K (−42 °C).[10]
A água se expande significativamente à medida que a temperatura sobe, a partir de 4 °C. Sua
densidade é 4% menor que a máxima quando a temperatura está próxima do ponto de ebulição.
78
O Ponto Triplo da Água
Os três estados físicos da matéria — sólido, líquido e gasoso — podem coexistir em equilíbrio num
sistema, em certas condições de temperatura e pressão. O encontro destas três fases
simultaneamente numa mesma substância ou solução recebe o nome de ponto triplo (ou ponto
tríplice).
Cada substância ou solução tem seu ponto triplo e para atingi-lo são necessárias condições muito
específicas de pressão e temperatura. No caso das substâncias puras, o ponto triplo é uma
propriedade física constante. A água, por exemplo, alcança seu ponto triplo a uma temperatura de
0,01 °C (que, na escala Kelvin corresponde a 273,16 graus) e pressão de 611 Pa, exatamente. Assim,
quando submetida a tais condições, há uma coexistência equilibrada de gelo (sólido), água líquida e
vapor d’água. Nenhuma combinação de pressão e temperatura diferente fará com que ocorra o ponto
triplo da água.
Tensão Superficial
As gotas de água são estáveis devido à alta tensão superficial da água, 72,8 mN/m, a mais alta dos
líquidos não-metálicos. Isso pode ser visto quando se coloca pequenas quantidades de água numa
superfície como o vidro: a água se mantém unida sob a forma de gotas. Essa propriedade é importante
para a vida. Por exemplo, quando a água é transportada por um xilema em caules de plantas, as fortes
atrações intermoleculares mantêm a coluna de água unida. Forças coesivas poderosas mantêm unida a
coluna de água, e as propriedades fortemente adesivas da água a mantêm presa ao xilema, e impedem
o rompimento da tensão causado pela corrente de transpiração. Outros líquidos de tensão superficial
menor teriam uma maior tendência a “quebrar”, formando bolsas de vácuo ou de ar que fariam parar
de funcionar o transporte de água pelo xilema.
79
Propriedades Elétricas
A água pura e sem íons é um excelente isolante elétrico, mas nem mesmo a água “deionizada”
é completamente sem íons. A água sofre auto-ionização a qualquer temperatura acima do zero
absoluto. Além disso, por ser um solvente de grande eficiência, quase sempre apresenta
algum soluto dissolvido, mais frequentemente um sal. Se a água contiver mesmo uma pequena
quantidade de tal tipo de impureza, poderá conduzir eletricidade, pois as impurezas como o sal se
separam em íons livres numa solução aquosa pela qual uma corrente elétrica pode fluir.
A água pode ser separada em seus elementos constituintes, hidrogênio e oxigênio, fazendo-se
passar uma corrente elétrica por ela. Esse processo se chama eletrólise. Neste processo, as moléculas
de água se dissociam naturalmente em íons H + e OH−, que são induzidos em direção aos eletrodos
denominados cátodo e ânodo. No cátodo, dois íons H+ ganham elétrons e formam gás H2. No ânodo,
quatro íons OH− se combinam e liberam gás O 2, moléculas de água, e quatro elétrons. Os gases
produzidos borbulham até a superfície, onde podem ser coletados.
Sabe-se que a resistividade elétrica máxima teórica da água é de aproximadamente
182 kΩ·m²/m (ou 18,2 MΩ·cm²/cm) a 25 °C. Esse valor é compatível com o que tipicamente se vê
na osmose inversa e em sistemas de água ultrapura ultrafiltrada e deionizada usados, por exemplo, em
fábricas de semicondutores. Um nível de contaminante salino ou ácido que exceda 100 partes por
trilhão em volume (ppt v:v) em água ultrapura começa a baixar perceptivelmente seu nível de
resistividade em até vários kΩ·m²/m (uma variação de várias centenas de nS/m de condutância).
Condutividade Elétrica
A água pura apresenta baixa condutividade elétrica, mas essa propriedade aumenta
significativamente com a adição de uma pequena quantidade de um eletrólito, como o cloreto de
hidrogênio. Assim, o risco de choque elétrico é muito maior em água com impurezas não encontradas
na água pura. (Convém notar, porém, que o risco de choque elétrico diminui quando a concentração
de impurezas é tal que torna a água um melhor condutor que o corpo humano. Por exemplo, o risco de
choque elétrico na água do mar é maior que em água doce, porque a água do mar tem uma
concentração muito maior de impurezas, particularmente o sal comum, e a corrente principal flui pelo
melhor condutor. Isso não é sempre garantido, contudo, e subsiste um risco substancial na água
salgada.) Todas as propriedades elétricas observáveis na água provêm dos íons de sais minerais e
de dióxido de carbono misturados nela. De fato, a água se auto-ioniza, processo em que duas
moléculas de água se tornam um ânion hidróxido e um cátion hidrônio, mas não o bastante para
carregar corrente elétrica suficiente para exercer qualquer trabalho ou dano na maioria dos casos. Em
água pura, um equipamento sensível pode detectar uma ligeira condutividade elétrica de
0,055 μS/cm a 25 °C. A água também pode, por meio de uma eletrólise, separar-se nos gases
hidrogênio e oxigênio, mas, na ausência de íons dissolvidos, esse é um processo muito lento, porque
apenas uma corrente muito pequena pode ser conduzida. Enquanto os elétrons são os principais
portadores de carga na água (e nos metais), no gelo (e em alguns outros eletrólitos) os prótons são os
principais portadores (veja condutor de prótons).
80
A natureza bipolar da água e a sua polaridade eletronegativa
Uma propriedade importante da água é a sua natureza polar. A molécula de água tem uma
forma angular, com os átomos de hidrogênio nas extremidades e o de oxigênio no vértice. Como um
átomo de oxigênio tem uma eletronegatividade maior que a do hidrogênio, o lado da molécula com o
átomo de oxigênio tem uma carga parcial negativa. Uma molécula com esse tipo der diferença de
cargas é chamada de dipolo. A diferença entre as cargas faz com que as moléculas de água sejam
atraídas umas pelas outras (as áreas relativamente positivas sendo atraídas pelas áreas relativamente
negativas) e por outras moléculas polares. Essa atração é conhecida como ligação de hidrogênio, e
explica muitas das propriedades da água. Outras moléculas também apresentam diferenças de
eletronegatividade entre seus átomos, mas, no caso do dióxido de carbono, a forma da molécula, por
ser simétrica, faz com que as cargas opostas se cancelem. Essa característica da água pode ser vista ao
se aproximar uma fonte de eletricidade de um filete de água: ele se curva em direção à fonte de
eletricidade.
Apesar das ligações de hidrogênio serem atrações relativamente fracas se comparadas
às ligações covalentes da molécula de água, elas são responsáveis por várias das propriedades físicas
da água. Duas dessas propriedades são os pontos de fusão e de ebulição relativamente altos da água;
mais calor é necessário para quebrar as ligações de hidrogênio entre as moléculas. Um composto
similar de hidrogênio, o sulfeto de hidrogênio (H2S), que tem ligações de hidrogênio muito mais fracas,
é um gás à temperatura ambiente, mesmo tendo duas vezes a massa molecular da água. As ligações
mais fortes entre as moléculas de água também são responsáveis pelo seu grande calor específico, o
que faz dela um bom meio de armazenamento de calor.
As ligações de hidrogênio também são a causa do comportamento incomum da água em
congelamento. Quando a água resfriada até próximo do ponto de fusão, a presença das ligações leva
as moléculas, que se reorganizam à medida que perdem energia, a formarem a estrutura
cristalina hexagonal do gelo, que tem uma densidade menor: por isso o gelo flutua na água. Em outras
palavras, a água se expande ao congelar, ao passo que quase todos os outros materiais se contraem na
solidificação.
Uma consequência interessante da forma sólida ser menos densa que a líquida é que o gelo
derrete se submetido a pressão suficiente. À medida que a pressão aumenta, baixa o ponto de fusão e,
logo que o ponto de fusão se torna menor que a temperatura ambiente, o gelo começa a derreter.
Mas é necessária uma pressão significativa para baixar o ponto de fusão.
81
Polaridade eletronegativa
A água apresenta uma carga parcial negativa (σ−) próximo ao átomo de oxigênio, graças aos
pares de elétrons não compartilhados, e cargas parciais positivas (σ+) próximo aos átomos de
hidrogênio. Na água, isso acontece porque o átomo de oxigênio é mais eletronegativo que os de
hidrogênio — isto é, ele exerce uma força eletrostática maior sobre os elétrons da molécula, atraindo-
os (assim como suas cargas negativas) e fazendo com que a área em torno do átomo de oxigênio seja
mais negativa que as áreas em torno de cada um dos átomos de hidrogênio.
Capacidade de adesão
A água adere a si mesma (por coesão) por ser polar. Pelo mesmo motivo, também apresenta fortes
propriedades de adesão. Numa superfície de vidromuito limpa, a água ali depositada pode formar uma
fina camada, porque as forças moleculares entre o vidro e a água (forças adesivas) são mais fortes que
as coesivas. Nas células e em suas organelas, a água está em contato com superfícies hidrofílicas, que
apresentam forte atração pela água. Irving Langmuir observou uma grande força repulsiva entre
superfícies hidrofílicas. Desidratar superfícies hidrofílicas, isto é, remover as camadas de água
fortemente aderidas a elas requer esforço significativo contra as forças de hidratação. Essas forças são
grandes, mas diminuem rapidamente a uma distância de um nanômetro ou menos. A importância
dessas forças para a biologia foi exensivamente estudada por V. Adrian Parsegian, do Instituto
Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH).
Capilaridade
A capilaridade se refere ao processo de a água subir por um tubo estreito, contra a força
da gravidade. O fenômeno acontece porque a água adere às paredes do tubo e a tensão superficial
tende a nivelar a superfície, elevando-a e, por coesão, mais água entra na parte de baixo do tubo. O
processo continua até que haja no tubo água suficiente para que a força da gravidade contrabalance a
força de adesão.
Solvência
Também devido à sua polaridade, a água é um bom solvente. Substâncias que se misturam bem
e se dissolvem na água (por exemplo, os sais) são conhecidas como substâncias hidrofílicas, ao passo
que as que não se misturam bem em água (por exemplo, gorduras e óleos) são chamadas hidrofóbicas.
A capacidade de uma substância se dissolver em água depende de ela poder ou não igualar ou superar
as grandes forças atrativas que as moléculas de água exercem umas sobre as outras. Se uma
substância tiver propriedades que a impeçam de superar essas grandes forças intermoleculares, suas
moléculas são “expulsas” da água, e não se dissolvem. Ao contrário do que normalmente se acredita, a
água e as substâncias hidrofóbicas não se “repelem”, e a hidratação de uma superfície hidrofóbica é
favorável energeticamente, mas não entropicamente.
Quando um composto iônico ou polar entra em contato com a água, é rodeado por moléculas
de água (hidratação). O tamanho relativamente pequeno das moléculas de água tipicamente permite
que muitas delas rodeiem uma única molécula de soluto. As extremidades parcialmente negativas do
dipolo da água são atraídas pelos componentes positivamente carregados do soluto, e vice-versa com
as extremidades positivas.
82
Em geral, substâncias iônicas e polares como ácidos, álcoois e sais são relativamente solúveis
em água, e substâncias apolares como gorduras e óleos, não. Moléculas apolares permanecem juntas
na água porque é energeticamente mais favorável para as moléculas de água ligar-se umas às outras
por ligações de hidrogênio que se envolverem em interações de van der Waals com as moléculas
apolares.
Um exemplo de soluto iônico é o sal de cozinha; o cloreto de sódio, NaCl, se separa
em cátions Na+ e ânions Cl−, cada um rodeado por moléculas de água. Os íons são então facilmente
separados de sua rede cristalina. Um exemplo de soluto não-iônico é o açúcar comum. Os dipolos da
água criam ligações de hidrogênio com as regiões polares da molécula de açúcar (grupos OH) e lhe
permitem ser misturada na solução.
Quimicamente, a água é anfótera — isto é, pode agir tanto como ácido quanto como base.
Ocasionalmente, o termo ácido hidróxico é usado quando a água atua como ácido numa reação
química. Em pH 7 (meio neutro), a concentração de íons hidróxido (OH−) é igual à dos
íons hidrônio (H3O+) ou hidrogênio (H+). Se esse equilíbrio for perturbado, a solução pode se tornar
ácida (maior concentração de íons hidrônio) ou básica (maior concentração de íons hidróxido).
De acordo com o sistema de Brønsted-Lowry, um ácido é definido como uma espécie química
que perde um próton (um íon H+) numa reação, e uma base, como uma espécie que recebe um próton.
Ao reagir com um ácido mais forte, a água atua como base; ao reagir com uma base mais forte, atua
como ácido. Por exemplo, ela recebe um íon H+ do ácido clorídrico:
HCℓ + H₂O → H₃O⁺ + Cℓ⁻. Nesta, a água atua como base, recebendo um íon H +.
Na reação com a amônia, NH3, a água perde um íon H+, atuando, pois, como ácido:
NH₃ + H₂O → NH₄⁺ + OH⁻
Acidez na natureza
Em teoria, a água pura tem um pH de 7 a (25 °C (298 K). A água exposta ao ar por qualquer
quantidade de tempo rapidamente dissolverá dióxido de carbono, formando uma solução de ácido
carbônico, com um pH limite de 5,7 unidades, diminuindo portando o pH, deixando a água, portanto,
mais ácida. Quando gotículas se formam nas nuvens e gotas caem na chuva, quantidades pequenas de
CO2 são absorvidas e, portanto, a maior parte da chuva é levemente ácida. Se grandes quantidades de
óxidos de nitrogênio e de enxofre estiverem presentes no ar, eles também se dissolverão nas nuvens e
nas gotas de chuva, causando problemas mais sérios, conhecidos como chuva ácida.
83
Ligações de Hidrogênio na água
Uma molécula de água pode formar, no máximo, quatro ligações de hidrogênio porque pode
receber dois hidrogênios e perder dois. Outras moléculas, como o fluoreto de hidrogênio, a amônia e
o metanol, também formam ligações de hidrogênio, mas não apresentam os comportamentos
anômalos de propriedades termodinâmicas, cinéticas ou estruturais que se observam na água. A
resposta para a aparente diferença entre a água e os demais líquidos que formam ligações de
hidrogênio é que, com a exceção da água, nenhuma das moléculas que formam ligações de hidrogênio
pode formar quatro ligações por não poderem perder ou receber hidrogênios ou devido a efeitos
estéricos em resíduos volumosos. Na água, uma ordem tetraédrica devida às quatro ligações de
hidrogênio leva a uma estrutura aberta e a uma rede de ligações tridimensional, que contrasta com as
estruturas mais unidas de líquidos simples. Há uma grande semelhança entre a água e a sílica em seu
comportamento anômalo, apesar de a água ser um líquido que tem uma rede de ligações de
hidrogênio e a sílica ter uma rede covalente com um ponto de fusão muito alto. Uma razão pela qual a
água é apropriada para a vida é a de que suas propriedades únicas aparecem num regime de
temperatura compatível com processos biológicos diversos, como a hidratação.
Acredita-se que as ligações de hidrogênio na água se devem em grande parte a forças
eletrostáticas e alguma parcela de covalência. A natureza parcialmente covalente das ligações de
hidrogênio, prevista por Linus Pauling na década de 1930, ainda não foi provada conclusivamente por
experimentos e cálculos teóricos.
Água Pesada
O hidrogênio tem três isótopos. O mais comum, presente em mais de 95% do total de água, tem
um próton e nenhum nêutron. Um segundo isótopo, o deutério (abreviado "D"), tem um próton e um
nêutron. A água com deutério, D2O, também é conhecida como água pesada e é usada em reatores
nucleares como moderador de nêutrons. O terceiro isótopo, o trítio (abreviado "T"), tem um próton e
dois nêutrons e é radioativo, com uma meia-vida de 12,32 anos. A água com trítio, T2O, ocorre na
natureza apenas em diminutas quantidades, sendo produzida primariamente em reações nucleares
causadas por raios cósmicos na atmosfera. D2O é estável, mas difere da H2O por ser mais densa — daí
o termo "água pesada" — e por outras tantas propriedades físicas ligeiramente diferentes da "água
leve" comum, com 1H. D2O ocorre naturalmente na água comum em concentrações muito baixas. O
consumo de D2O pura isolada pode afetar processos bioquímicos — a ingestão de grandes quantidades
prejudica o funcionamento dos rins e do sistema nervoso central. Entretanto, deve-se consumir uma
quantidade muito grande de água pesada para que surja algum nível de toxicidade, e quantidades
menores podem ser consumidas sem nenhum efeito danoso.
Cor
Embora pequenas quantidades de água pareçam transparentes a olho nu, a água é composto
químico de coloração levemente azulada. Ao contrário da ideia popular, a água possui uma cor
intrínseca que se deve ao espectro seletivo de absorção da luz.
O fato de água ser quase transparente à luz visível é fundamental para a fotossíntese no
ambiente aquático.
84
Turbidez e Parâmetro no controle de qualidade da água
A turbidez pode ser entendida como a medida do espalhamento de luz produzido pela presença de
partículas em suspensão ou coloidais, sendo expressa como Unidade Nefelométrica de Turbidez (NTU
– Nephelometric Turbidity Unity).
A turbidez é um dos parâmetros de qualidade para avaliação das características físicas da água
bruta e da água tratada. O valor máximo permitido para água tratada é de 1 NTU (unidade
nefelométrica de turbidez) na saída das estações de tratamento de água e 5 NTU em qualquer ponto
da rede de distribuição.
Água Dura
A água dura é aquela que possui sais de cátions cálcio (Ca2+(aq)), magnésio (Mg2+(aq)) e ferro II
(Fe2+(aq)),
que são insolúveis em água e reagem com os ânions dos sabões, produzindo compostos
insolúveis. As quantidades desses cátions determinam a dureza da água.
Quando a água é assim, por mais que se tente, não é possível produzir a espuma característica
dos sabões em água, assim como a limpeza não é efetuada com eficiência, pois esses sais insolúveis
precipitam e aderem ao tecido que está sendo lavado (ou à beira da pia, do tanque, da banheira etc.).
Se a água não possuir esses tipos de cátions, ela é uma água mole.
A dureza da água é importante principalmente no aspecto industrial, visto que esses sais podem se
acumular no interior das tubulações e causar prejuízos. Além disso, o cozimento de alimentos na água
dura faz com que eles endureçam em vez de amolecer, daí a origem desse nome.
Preparação
. Em laboratório:
85
Propriedades Químicas e Aplicações
- Baixa Estabilidade
2 H 2 O2 2 H 2 O + O 2
- Agente Oxidante
A água oxigenada é agente oxidante pelo fato de possuir um excesso de oxigênio em sua molécula.
Exemplo:
2+ 1- 3+ 2-
2FeSO4 + H2SO4 + H2O2 Fe2(SO4)3 + 2H2O
Por ser oxidante, a água oxigenada é usada como alvejante de cabelos, tecidos, papel fino, etc.
- Agente Redutor
Diante de agentes oxidantes mais poderosos, a água oxigenada comporta-se como agente redutor:
1- 7+ 0 2+
5H2O2 + 2KMnO4 + 3H2SO4 → 5O2 + 2MnSO4 + K2SO4 + 8H2O
Os coeficientes da equação podem ser obtidos pelo “método redox”, se se admitir, teoricamente,
que todo o oxigênio do peróxido de hidrogênio é libertado na forma de oxigênio, e, portanto, que a
água formada não provém do peróxido.
86
Propriedades Físicas
Concentração
O H2O2 costuma ser preparado e utilizado em solução aquosa (água oxigenada). A concentração da
solução é definida através do volume de gás oxigenado que é libertado por unidade de volume da
solução:
KMnO4
2 H 2 O2 2 H 2 O + O2
H2SO4
Assim, se 1,0 cm3 (ou 1,0 L) de uma solução de água oxigenada é capaz de libertar 10 cm 3 (ou 10 L)
de gás oxigênio, nas CNTP. Nesse caso, diz-se que se trata de uma água oxigenada de concentração a
10 volumes.
Na indústria, prepara-se água oxigenada a 100 volumes. Nas desinfecções de feridas, emprega-se
água oxigenada a 5 ou 10 volumes, e, como alvejante (cabelos, etc.), a 20 volumes.
87
PARTE B
HALOGÊNIOS
Os halogênios (7A ou 17) nunca estão livres na natureza, mas os seus compostos ocorrem em
abundância, e são absolutamente indispensáveis ao homem moderno. Tomam parte na produção de
refrigeradores, na indústria química e farmacêutica, na metalurgia, na tecelagem, fabricação de papel,
filmes fotográficos e plásticos, no tratamento da água e até no metabolismo humano.
88
# O FLÚOR – F2
Onde se encontra
Preparação
KF
Eletrólise do fluoreto de hidrogênio anidro (puro): 2 HF(l) H2 + F2
. Obtenção do Teflon : o teflon é um plástico inatacável pelos ácidos, incluindo-se a água régia
(mistura de 3 HCl : 1 HNO3) a qual ataca o ouro. Por isso, e por ser um ótimo isolante térmico e anti
aderente, o teflon é usado nos utensílios domésticos (panelas, firgideiras, etc.).
n C2F2 (C2F4)n
tetrafluoretileno politetrafluoretileno (teflon)
89
. Reage facilmente com substanciais consideradas inatacáveis, como o vidro (SiO2) e os gases nobres:
- SiO2 + 3 F2 SiF4 + O2
* O HF – Fluoreto de hidrogênio
- Ocorre nas refinarias de petróleo – catalisador de reações que melhoram a qualidade da gasolina.
- Em solução aquosa forma o ácido fluorídrico – HF(aq) - utilizado na gravação de peças em vidro e na
obtenção do fluoreto de cálcio:
. O CaF2 pode ser utilizado para a fluoretação das águas para consumo humano a fim de reforçar o
esmalte dos dentes, evitando assim, a formação de cáries.
Precauções
90
# O CLORO – Cl2
Onde se encontra
Preparação
- No laboratório:
- Na indústria:
91
- Obtenção industrial do ácido clorídrico - HCl
O clorato de sódio é empregado no palito de fósforo (misturado com enxofre), nos pavios, nas
espoletas de explosivos, nos fogos de artifício, etc.
- Obtenção de solventes apolares (CCl4 , HCCl3); obtenção de agrotóxicos (BHC, DDT); obtenção de
plástico (PVC).
Precauções
# O BROMO – Br2
92
- Muito denso (d= 2,95 g/cm3)
- Seus vapores provocam inflamação nas vias respiratórias; em contato com a pele produz
queimaduras graves e de cura bastante demorada.
- Substância apolar; portanto, é solúvel em solventes orgânicos e pouco solúvel em água.
Onde se encontra
Preparação
. Em laboratório:
. Na indústria:
. 2 KBrO3 2 KBr + 3 O2
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- Usado nas refinarias de petróleo juntamente com o chumbo, com o objetivo de melhorar a qualidade
da gasolina, porém, durante a queima do combustível, forma-se PbBr2 que é poluente ao meio
ambiente.
Obtenção
- Na indústria:
Propriedades
O KBr é um composto pouco estável devido à pequena reatividade da prata; por isso, em presença
da luz, ele se decompõe, e, por este motivo é que o KBr é usado nos filmes, tendo como suporte uma
lâmina de celuloide. O depósito de Ag0 metálica é proporcional à intensidade da luz emitida pelos
objetos, e esta diferença na quantidade de prata produz os contrastes necessários para distinção dos
objetos, após a revelação do filme.
Observação: 1) filme com AgBr produz fotografias em preto e branco; com sais complexo de ouro e
platina, resultam filmes coloridos.
Precauções
94
# O IODO – I2
Onde se encontra
Ocorrência
- Na forma de iodato de sódio – NaIO3 , ocorre misturado com o NaNO3 – nitrato de sódio, no salitre
do Chile.
- Na forma de iodetos alcalinos, ocorre nas águas salgadas de poços de petróleo, nos EUA.
95
Preparação
- Em laboratório:
- No Chile prepara-se iodo a partir da solução que sobra (água-mãe) da cristalização de NaNO3, do
salitre do Chile.
O iodato de sódio, que ocorre na água –mãe, é submetido à redução, com ácido sulfuroso:
Propriedades e aplicações
- O I2 possui propriedades químicas semelhantes as do cloro e bromo, sendo, porém, o menos reativo
da família, por ser o menos eletronegativo. Assim, com gás hidrogênio, a reação só ocorre a 1.000 0C, e
com reversibilidade:
H2 + I2 2 HI
Conclui-se que o HI é um composto de formação endotérmica, sendo pouco estável e muito reativo
(o que pode ser concluído também, pela pequena diferença de eletronegatividade entre o “H” e “I”).
- Sublimação: o iodo é sólido de cor preta (cinzento escuro), cuja densidade é 4,5 g/cm 3. Apresenta a
propriedade da sublimação, mesmo em condições ambientes. Submetendo-se o iodo a aquecimento, a
sublimação aumenta de intensidade. Os vapores de iodo, em contato com uma superfície fria, passam
para o estado sólido.
- Solubilidade: o iodo sendo apolar, é insolúvel em água e solúvel nos solventes apolares (CCl 4 , CS2 ,
etc). Porém, em solução aquosa contendo KI, o ido é muito solúvel devido à formação do triiodeto de
potássio, o qual é solúvel.
KI + I2 KI3
O triiodeto de potássio é um sal complexo, e esta técnica de solubilizar uma substância insolúvel por
meio da formação de um complexo solúvel é muito frequente (é a solubilização por complexação).
96
. Curioso é o fato das soluções de iodo adquirirem colorações diferentes dependendo do solvente:
- Usado com antisséptico: uma solução a 10% de iodo em álcool e utilizada como antisséptico
doméstico. Existe também o iodofórmio (CHI3) , o qual é um pó amarelo de odor irritante, usado nos
hospitais como antisséptico (responsável pelo odor característico dos hospitais).
- Na alimentação: o iodo é essencial para a saúde do homem, por ser constituinte da glândula tiroide.
Por este motivo, a ausência de iodo na alimentação, produz o papo ou bócio; daí o valor de alimentos
iodados, tais como, o peixe. Entre as populações ribeirinhas, que por força das circunstâncias se
alimentam de peixe, o papo é desconhecido. Porém, há regiões interiores, onde o papo é uma doença
endêmica (de fácil ocorrência), devido a falta de iodo; por isso, o Governo obriga a adição de iodeto de
sódio – NaI à água potável e ao sal de cozinha.
Obtenção
- Na indústria:
. I2 + H2S 2 HI + S
Propriedades
- Ácido forte ( %α = 95%) , por isso ataca com facilidade, metais, óxidos metálicos, bases e sais de
ácidos fracos, produzindo iodetos metálicos.
- É usado na obtenção do iodeto de prata – AgI , substância fotossensível, nos filmes, juntamente com
o brometo de prata – AgBr. Porém, o iodeto de prata, sendo menos estável (o iodo é menos reativo
que o bromo) , se decompõe mais facilmente, diante da luz, que o brometo de prata (daí a maior ou
menor sensibilidade dos filmes à luz).
97
PARTE C
OUTROS NÃO METAIS
# O ENXOFRE
O enxofre é um elemento químico que foi classificado como tal pelo químico Antoine Lavoisier
em 1777. É representado pela sigla S por causa do nome em latim dado a ele: Sulfur.
O elemento enxofre está posicionado na Tabela Periódica no terceiro período (coluna horizontal) do
grupo 16 (conhecido como família VIA ou família dos calcogênios).
Características Atômicas
Número atômico: 16
16 prótons
16 elétrons
3 níveis de energia (K, L, M)
Subnível mais energético 3p4
Subnível mais externo 3p4
Isótopos
Isótopos são átomos que apresentam o mesmo número de prótons, mas diferem no número de
nêutrons e no número de massa. Na natureza, existem cerca de 18 isótopos do enxofre, mas apenas
quatro deles são estáveis (todos os outros são instáveis, ou seja, radioativos). Veja os quatro isótopos
estáveis do enxofre:
Enxofre-32 (cuja sigla é 16S32): é o isótopo do enxofre que apresenta número de massa igual a 32 e
número de nêutrons igual a 16;
Enxofre-33 (16S33): é o isótopo do enxofre que apresenta número de massa igual a 33 e número de
nêutrons igual a 17;
Enxofre-34 (16S34): é o isótopo do enxofre que apresenta número de massa igual a 34 e número de
nêutrons igual a 18;
98
Enxofre-34 (16S36): é o isótopo do enxofre que apresenta número de massa igual a 36 e número de
nêutrons igual a 20.
Formas alotrópicas
Assim como os elementos químicos carbono, oxigênio e fósforo, o enxofre apresenta a propriedade
de formar diferentes substâncias simples, os chamados alótropos(substâncias cujas moléculas são
formadas por átomos de um mesmo elemento químico). Veja dois alótropos do enxofre:
Forma mais comum do enxofre e o alótropo mais estável dele. É encontrado na forma de
cristais amarelos e transparentes.
É uma forma menos estável do enxofre e é encontrado no formato de agulhas finas amarelas e
opacas.
99
Imagem de uma pedra de enxofre monoclínico
Formas de obtenção
A forma de obtenção do enxofre está relacionada com a sua ocorrência na natureza. Ele pode
ser encontrado na forma livre ou associado a outros elementos.
a) Enxofre livre
100
b) Enxofre associado
Quando associado a outros elementos químicos, formando sulfatos, sulfitos ou sulfetos, o enxofre
pode ser obtido a partir do petróleo, gás natural e carvão. Porém, o elemento enxofre é mais
comumente encontrado em minerais, como:
O Ciclo do Enxofre
O Ciclo do enxofre é o processo pelo qual o enxofre é transformado pelos seres vivos, como
animais e plantas, e outros processos químicos. Em muitos aspectos, o ciclo do enxofre assemelha-se
ao ciclo do nitrogênio, exceto quanto à inserção desse elemento proveniente da litosfera através da
atividade vulcânica e à ausência do processo biológico de fixação do enxofre da atmosfera à terra ou à
água.
Propriedades Químicas
Por ter eletronegatividade moderada, o enxofre reage bem com os metais e não metais:
101
Utilizações
Vulcanização da borracha;
Produção de fertilizantes;
Na forma de sulfato, pode ser utilizado como medicamento laxante, bactericida, fungicida,
produção de suplementos para plantas, produção de alguns ácidos inorgânicos etc.;
Na forma de sulfito, participa da produção de conservantes e como branqueador de papéis.
O ácido sulfídrico, como é popularmente tratado e que é sua solução aquosa, ocorre
naturalmente no petróleo cru, gás natural, gases vulcânicos, e mananciais de águas termais (próximas
a vulcões). Também pode ocorrer como resultado da degradação bacteriana de matéria orgânica em
condições anaeróbicas. Gera-se a partir de alguns aminoácidos ou pela redução de sulfatos presentes
em micro-organismos sulfatorredutores. É produto de dejetos animais e humanos. As bactérias que se
encontram na boca e no trato gastrointestinal produzem ácido sulfídrico, ao degradar materiais que
contêm proteínas vegetais e animais.
102
O ácido sulfídrico pode ser produzido por atividades industriais, tais como processamento alimentício,
coquerias, fábricas de papel, curtumes e refinarias de petróleo. O ácido sulfídrico (H2S) é um
gás inflamável, incolor, com odor característico de ovos podres (desagradável).
Propriedades
O odor do sulfeto de hidrogênio pode ser percebido pelos humanos (limiar do odor) em
quantidades tão pequenas quanto 8,1 ppb (11 μg/m3). É citada percepção em concentrações tão
baixas quanto 0,00047 partes por milhão (470 partes por trilhão).
O sulfeto de hidrogênio é levemente mais pesado que o ar; uma mistura de H2S e ar é
explosiva. Sulfeto de hidrogênio e oxigênio queimam com uma chama azul para formar dióxido de
enxofre e água.
Queima ao ar, quando nas condições adequadas, produzindo, igualmente, dióxido de enxofre e
água:
2 H2S + 3 O2 2 H2O + 2 SO2
Quando a quantidade de oxigênio não é a suficiente para a completa reação acima, forma-se
enxofre livre, conjuntamente com água:
2 H2S + O2 2 S + 2 H2O
- I2 + H2S 2 HI + S
- Br2 + H2S 2 HBr + S
Se sulfureto de hidrogênio gasoso é colocado em contato com o ácido nítrico concentrado, ele
explode.
Sulfureto de hidrogênio é levemente solúvel em água e atua como um ácido fraco, dando o íon
sulfídrico HS− (pKa = 6,9 em soluções de 0,01-0,1 mol/litro a 18 °C) e o íon sulfeto S2− (pKa = 11,96). Uma
solução de sulfeto de hidrogênio em água, conhecida como ácido sulfídrico, ou ainda citada como ácido
hidrosulfúrico, ou ainda, em certos livros de química analítica, como "água de sulfidreto", a qual é
inicialmente clara, mas após certo tempo torna-se turva. Isto é devido à lenta reação de sulfeto de
hidrogênio com o oxigênio dissolvido na água, produzindo enxofre elementar, o qual precipita-se.
103
Reage com diversos sais de metais pesados (zinco, cobre, estanho, ferro, cobalto, níquel, etc)
formando os sulfetos insolúveis, quando em solução diluída:
SnCl2 + H2S SnS + 2 HCl
ZnSO4 + H2S ZnS + H2SO4
Os sulfetos podem ser considerados os sais do sulfeto de hidrogênio Alguns minérios são
sulfetos. Sulfuretos metálicos frequentemente tem uma cor negra. O papel de acetato de chumbo (II) é
usado para detectar sulfureto de hidrogênio porque torna-se cinza na presença do gás à medida
que sulfeto de chumbo (II) é produzido.
A reação de sulfuretos metálicos com ácidos fortes libera sulfureto de hidrogênio.
Sulfeto de hidrogênio reage com álcoois formando tióis.
Em 2015, medições demonstraram que o sulfureto de hidrogênio é supercondutor a cerca de
200 graus Kelvin, cerca de 40 K mais elevados do que qualquer outro material conhecido até então.
Ocorrência
Produção
Sulfureto de hidrogênio é mais comumente obtido por sua separação do "gás azedo", o qual é
gás natural com alto conteúdo de H2S. Também pode ser produzido por reagir-se gás hidrogênio com o
elemento enxofre fundido a aproximadamente 450 °C. Hidrocarbonetos podem substituir hidrogênio
neste processo.
Bactérias redutoras de sulfato geram energia usável sob condições de baixo oxigênio usando
sulfatos (possuidores do elemento enxofre) para oxidar compostos orgânicos ou hidrogênio; isto
produz sulfeto de hidrogênio como produto residual.
104
A preparação padrão em laboratório é lentamente aquecer sulfeto ferroso(FeS) com um ácido
forte num aparelho de Kipp.
FeS + 2 HCl → FeCl2 + H2S
Uma alternativa menos conhecida e mais conveniente é reagir sulfeto de alumínio com água:
6 H2O + Al2S3 → 3 H2S + 2 Al(OH)3
Este gás é também produzido pelo aquecimento de enxofre com compostos orgânico sólidos e por
reduzir compostos orgânicos sulfurados com hidrogênio.
O sulfeto de hidrogênio também é um subproduto de algumas reações e cuidado deve ser tomado
quando a produção é provável, pois, a exposição pode ser fatal.
Usos e aplicações
- Química analítica
Sulfeto de hidrogênio foi usado tendo importância em química analítica por bem mais de um
século na análise qualitativa inorgânica de íons metálicos. Nessas análises, íons de metais
pesados (e não metais (e.g., Pb(II), Cu(II), Hg(II), As(III)) são precipitados da solução por exposição ao
H2S. Os componentes do precipitado resultante redissolvem-se com alguma seletividade.
105
Para uso laboratorial em pequena escala em química analítica, o uso de tioacetamida tem superado o
H2S como uma fonte de íons sulfeto.
- Outras aplicações
Sulfeto de hidrogênio é usado para separar óxido de deutério, ou água pesada da água normal
via o processo do sulfeto de Girdler.
Sulfeto de hidrogênio é comumente encontrado em gás natural, biogás e LPG. Ele pode ser
removido por uma variedade de processos.
106
Toxicidade
Sulfeto de hidrogênio é considerado um veneno de largo espectro, o que significa que pode
envenenar diferentes sistemas no corpo, embora o sistema nervoso seja principalmente afetado.
A toxicidade do H2S é comparável com aquela do cianeto de hidrogênio. Ele forma uma ligação
complexa com o ferro nas enzimas citocrômicas mitocondriais, impedindo assim a respiração celular.
Dado que o sulfeto de hidrogênio ocorre naturalmente no organismo, no ambiente e no
intestino, as enzimas existentes no organismo são capaz de desintoxicá-lo por oxidação a sulfato
(inofensivo). Assim, baixos níveis de sulfeto de hidrogênio podem ser tolerados indefinidamente.
Em algum nível limítrofe, que se acredita na média em torno de 300–350 ppm, as enzimas
oxidativas tornam-se sobrecarregadas. Muitos detectores de segurança pessoal de gás, tais como
aqueles usados por trabalhadores da indústria petroquímica e em esgotos, são configurados para
emitir sinais em níveis tão baixos quanto 5 a 10 ppm e para entrar em alarme em 15 ppm.
Uma pista interessante de diagnóstico de intoxicação extrema por H 2S é a descoloração de
moedas de cobre nos bolsos da vítima. O tratamento envolve inalação imediata de nitrito de amila,
injeções de nitrito de sódio, inalação de oxigênio puro, administração de broncodilatadores para
superar eventuais broncoespasmo, e em alguns casos terapia de oxigênio hiperbárico (TOH). A terapia
TOH tem apoio anedotal e permanece controversa.
Exposição a baixas concentrações podem resultar em irritação do olho, dor de garganta e tosse,
náuseas, falta de ar e líquido nos pulmões. Estes efeitos são atribuídos como devidos ao fato de que
sulfeto de hidrogênio se combina com as substâncias alcalinas presentes em tecidos da superfície
úmida para formar sulfeto de sódio, um cáustica. Estes sintomas geralmente desaparecem em algumas
semanas.
A longo prazo, baixo nível de exposição pode resultar em fadiga, perda de apetite, cefaleias,
irritabilidade, perda de memória e vertigens. Exposição crônica abaixo nível de H2S (aproximadamente
2 ppm) tem sido associada com aumento de problemas de saúde reprodutiva e aborto entre os
trabalhadores russos e finlandeses de polpa de madeira, [23] mas os relatórios não tem sido replicado
(até em torno de 1995).
0,00047 ppm é o limiar de reconhecimento, a concentração na qual 50% dos seres humanos
podem detectar o odor característico de sulfeto de hidrogênio,[24] normalmente descrito como de
"ovos podres".
Menos de 10 ppm tem um limite de exposição de 8 horas por dia.
10–20 ppm é a concentração limite da irritação ocular.
50–100 ppm leva a danos aos olhos.
A 100–150 ppm o nervo olfatório é paralisado após umas poucas inalações, e o sentido
do olfato desaparece, frequentemente em conjunto com a consciência do perigo. [25][26]
320–530 ppm conduz a edema pulmonar com a possibilidade de morte.
530–1000 ppm causa forte estimulação do sistema nervoso central e respiração acelerada, levando
à perda de respiração.
800 ppm é a concentração letal para 50% dos humanos por 5 minutos de exposição (LC50).
Concentrações acima de 1000 ppm causam colapso imediato com perda de respiração, mesmo
após inalação de uma única respiração.
107
Sulfeto de hidrogênio foi usado pelos britânicos como um agente químico durante a Primeira
Guerra Mundial. Não foi considerado um gás de guerra ideal, mas, enquanto outros gases estiveram
em curto suprimento, ele foi usado em duas ocasiões em 1916. O gás, produzido pela mistura de
ingredientes de uso doméstico, foi usado em uma onda de suicídio em 2008, primariamente mas não
exclusivamente no Japão. Já em 2010, isto tem ocorrido em um determinado número de cidades dos
EUA ( e em Putney West London, Inglaterra), com avisos alertando para socorristas que podem ser
expostos ao responder a um suicídio.
Acredita-se que um despejo de resíduos tóxicos contendo sulfeto de hidrogênio tenha causado 17
mortes e milhares de intoxicações em Abidjan, na costa da África Ocidental, no incidente do Despejo
de lixo tóxico na Costa do Marfim de 2006.
Em 1975, uma explosão de sulfeto de hidrogênio em Denver City, localizada nos condados
de Yoakum e Gaines, Texas, conduziu a legislatura do estado a focar-se nos perigos mortais do gás. O
representante estadual E L Short de Tahoka no Condado Lynn, conduziu o endosso de uma
investigação pelo Texas Railroad Commission e pediu que os moradores fossem avisados "batendo nas
portas, se necessário" do perigo iminente decorrente do gás. Pode-se morrer da segunda inalação de
gás, e um aviso em si pode ser tarde demais.
Segurança
O Ácido Sulfúrico é um composto químico inorgânico, cuja fórmula é H2SO4. É um líquido incolor,
viscoso e oxidante, pouco volátil, seu Ponto de Ebulição é 338°C e densidade 1,84g/cm 3. É
extremamente solúvel em água, porém, isto deve ser feito com muita cautela, sempre despejando o
ácido na água e não o contrário, pois se isto não for seguido, seus vapores são liberados
agressivamente, podendo causar queimaduras graves no corpo do operador ou de alguém próximo.
É um ácido corrosivo e tóxico, pode causar bastante irritação e queimaduras, além de ser nocivo caso
haja inalação, contato com a pele ou ingestão.
Pode-se dizer que o consumo per capita do ácido sulfúrico mede o desenvolvimento industrial de um
país, pois este produto químico tem uma enorme importância na indústria de base, sendo o composto
mais utilizado; ficando atrás apenas da água.
108
Produção
Sua produção se dá por meio de um processo denominado catalítico ou de contato, onde o primeiro
passo é a queima do enxofre, onde há a liberação de dióxido de enxofre (SO 2). Posteriormente, este
gás é oxidado, formando o trióxido de enxofre (SO3), que, por fim, sofre uma reação com a água,
formando então uma solução aquosa de ácido sulfúrico, conforme mostrado pelas etapas de
tratamento abaixo: (resumo)
. 1ª Etapa:
. 2ª etapa:
. 3ª Etapa:
O ácido sulfúrico é o mais versátil de todos os ácidos, e o mais importante, por ser barato, estável e,
também, pelo fato de apresentar 04 importantes propriedades:
- forte
- termoestável
- oxidante
- desidratante
. Como ácido forte, o ácido sulfúrico diluído reage com metais ativos, óxidos metálicos, bases , sais de
ácidos fracos, produzindo sulfatos metálicos:
. Zn + H2SO4 (dil) ZnSO4 + H2O
. MgO + H2SO4 (dil) MgSO4 + H2O
. 2 NaOH + H2SO4 (dil) Na2SO4 + 2 H2O
. 2 KCN + H2SO4 (dil) K2SO4 + 2 HCN
109
. Como ácido pouco volátil (fixo) , o H2SO4 ataca os sais de ácidos fortes voláteis:
Neste caso, a obtenção de sulfatos normais só é possível em temperatura superior a 8000C, dada a
menor força do segundo átomo de hidrogênio ionizável ( α1 = 80% , α2 = 40% ).
Se resultar sulfato insolúvels, areação verifica-se a frio.
. Como oxidante, o ácido sulfúrico concentrado ataca metais nobres: Cu, Hg e Ag e os não metais C, S e
P, por serem os menos eletronegativos:
.Observações:
- Na reação entre zinco e ácido sulfúrico concentrado há redução do enxofre a gás sulfídrico:
4 Zn + 5 H2SO4(conc) 4 ZnSO4 + 4 H2O + H2S
- Com o ferro, o ácido sulfúrico concentrado não reage devido à formação de uma película passivadora
de óxido de ferro III que impede a continuação do ataque do H2SO4 sobre o ferro não atacado; é por
este motivo que o ácido sulfúrico fumegante é transportado em recipiente de ferro.
. Como agente desidratante, o ácido sulfúrico reage vivamente com a água, resultando ácido sulfúrico
diidratado:
H2SO4 + 2 H2O H2SO4 . 2H2O + calor
Em Química Orgânica, é muito utilizado para se fazer a desidratação de álcoois, resultando éteres:
110
. Nas refinarias de petróleo, o ácido sulfúrico é consumido na purificação da gasolina, benzina,
querosene, óleos lubrificantes, óleos combustíveis, óleo diesel, etc. Esta purificação visa eliminar:
. Utilizado nos processos de decapagem, que é a limpeza química dos metais (ataque a óxidos
superficiais) antes da solda ou da cormação, prateação, niquelação, etc.
111
Ácidos do Enxofre:
- H2SO3 – ácido sulfuroso
- H2SO4 – ácido sulfúrico
- H2SO5 – ácido peróximonossulfúrico
- H2S2O3 – ácido tiossulfúrico ou hipossulfúrico
- H2S2O7 – ácido pirossulfúrico
- H2S2O8 – ácido peróxidissulfúrico
- H2SnO6 – ácidos tiônicos ( n= 2,3,4,5,6 ) / H2S4O6 – ácido tetratiônico
- H2S – ácido sulfídrico
Preparação
Propriedades e aplicações
. Reação com água com produção do ácido sulfuroso: SO2 + H2O < H2SO3 >
. Reação com soluções alcalinas: resultam sais do ácido sulfuroso; borbulhando-se excesso de anidrido
sulfuroso, resulta hidrogeno-sulfito (bissulfito), e, no caso contrário, resulta sulfito normal.
Observação: a reação acima pode ser feita em duas etapas, admitindo-se a formação intermediária do
ácido sulfuroso – H2SO3.
. Como gás tóxico – é utilizado na eliminação de organismos inferiores; bactérias, formigas, ratos, etc.
Daí o seu emprego na fumigação (desinfecção por meio de gás) de armazéns, formigueiros, frutas
cortadas (que serão enlatadas ou secadas), barris de vinho, tanques de fermentação, etc.
112
. Como alvejante: de farinha, açúcar, lã, papel, etc. (as partículas coloridas são atacadas pelo SO 2 ,
resultando substâncias solúveis em água e incolores).
. Como gás refrigerante: o ponto de liquefação do gás sulfuroso é - 100C, e seu calor de vaporização é
de 90 cal/g (cada grama que vaporiza absorve 90 calorias do meio ambiente). A facilidade de
liquefação do gás sulfuroso, aliada ao seu alto calor de vaporização, determinam seu emprego como
gás refrigerantes de máquinas frigoríficas; durante sua vaporização, ele pode baixar a temperatura do
meio ambiente até - 500C. O SO2 foi substituído pelo gás freon – CCl2F2 por ser este mais eficiente.
Contudo, ele pode comprometer a integridade da chamada “camada de ozônio”.
# O NITROGÊNIO – N2
Ocorrência
O Ciclo do Nitrogênio
O ciclo do nitrogênio é um ciclo biogeoquímico que garante que esse elemento circule pelos seres
vivos e pelo ambiente.
113
Etapas do Ciclo do Nitrogênio
• Amonificação: Parte da amônia presente no solo, é originada pelo processo de fixação. A outra é
proveniente do processo de decomposição das proteínas e outros resíduos nitrogenados, contidos na
matéria orgânica morta e nas excretas. Decomposição ou amonificação é realizada por bactérias e
fungos.
Preparação
. Gás inerte: Depois dos gases nobres, o nitrogênio é o elemento mais inerte. A grande estabilidade de
sua molécula é explicada através de sua formação bastante exotérmica:
2 [N] N2 + 170.000 cal/mol
Como consequência desta grande estabilidade, as reações do gás nitrogênio são realizadas sob
condições enérgicas.
Exemplos:
. Com gás hidrogênio – H2 para a produção de gás amônia – NH3(g) (Processo Haber-Bosch)
1 N2 + 3 H2 2 NH3
114
. Com o gás oxigênio – O2 para a produção de NO(g)
N2 + O2 2 NO
Na atmosfera os relâmpagos provocam esta reação e o NO formado transforma-se em nitratos
metálicos que adubam a terra.
. Como refrigerante:
O azoto líquido, popularmente conhecido como nitrogênio líquido, é uma substância líquida
produzida de maneira industrial, por meio de um método de destilação fracionada. Sua principal
característica é a capacidade de manter a temperatura muito abaixo do ponto de congelamento da
água, tornando-o útil em diversas aplicações. São elas:
. Como gás inerte: sendo inerte o gás N2 substitui o gás oxigênio em muitas ambientes, devido a este
ser muito oxidante.
A amônia ou amoníaco (NH3) é uma molécula formada por um átomo de nitrogênio ligado à três
de hidrogênio. É obtida por um processo famoso chamado Haber-Bosch que consiste em reagir
nitrogênio e hidrogênio em quantidades estequiométricas em elevada temperatura e pressão. É a
maneira de obtenção de amônia mais utilizada hoje em dia. Esse processo leva o nome de seus
desenvolvedores Fritz Haber e Carl Bosch.
1 N2 + 3 H2 2 NH3
115
À temperatura ambiente e pressão atmosférica, a amônia é um gás incolor, tóxico e corrosivo na
presença de umidade. O que o torna altamente perigoso em caso de inalação. É também inflamável,
de um odor muito irritante (em concentrações não muito elevadas, tem semelhança ao odor de urina)
e solúvel em água. Transporta-se esse gás na sua forma liquefeita dentro de cilindros de aço sob muita
pressão.
Como já foi dito, a amônia pode ser um gás muito tóxico se inalado e/ou ingerido. Causando grande
irritação nas vias respiratórias, boca, garganta e estômago. Sua inalação pode causar dificuldades
respiratórias, inflamação aguda do sistema respiratório. Mas contanto que sempre sejam usadas
máscaras apropriadas para gases e sempre se esteja atento para qualquer vazamento, a amônia pode
ser usada tranquilamente.
O HNO3
O ácido nítrico é um composto químico representado pela fórmula HNO3, líquido viscoso,
inodoro e incolor, muito volátil, forte oxidante, corrosivo, miscível em água. É o segundo ácido mais
fabricado e mais consumido na indústria, perdendo apenas para o ácido sulfúrico.Trata-se de um ácido
incompatível com a maioria dos compostos orgânicos. Quimicamente, o ácido nítrico reage de três
maneiras: como ácido forte, como agente oxidante, como agente de nitração.
Como ácido forte, provoca reação com produtos alcalinos e óxidos, formando sais
denominados nitratos; oxida produtos orgânicos como a anilina e o álcool furfurílico, sendo usado em
combustíveis para foguetes; já as reações de nitração envolvem a nitração comum (com
hidrocarbonetos) e a esterificação (com álcoois), o que possibilita a síntese de explosivos orgânicos.
Preparação
116
Usos e aplicações
O ácido nítrico fumegante é o ácido concentrado, 85,7% (47º Bé), contendo óxidos de
nitrogênio livres, dissolvidos, que elevem a concentração para até mais de 96% em peso. Este ácido
deriva seu nome porque fumega quando exposto ao ar.
Apesar de mais instável quimicamente que o ácido concentrado normal, reage mais vigorosamente
com outras substâncias, devido à presença dos óxidos nitrosos livres. Forma uma mistura azeotrópica
com a água a 68%. A principal aplicação do acido nítrico é na produção de fertilizantes.
Entre os sais do ácido nítrico estão incluídos importantes compostos como o nitrato de potássio
(nitro ou salitre empregado na fabricação de pólvora) e o nitrato de amônio como fertilizante.
O ácido nítrico também pode ser utilizado na obtenção de um éster, em um processo chamado de
esterificação:
Ácido nítrico + Álcool metílico → Nitrato de metila + água
NO2 - OH + HO - CH3 → NO2- O - CH3 + H2O
O ácido nítrico é utilizado na oxidação do ciclohexanol/ciclohexanona na produção de ácido adípico na
cadeia do nylon.
Além destes usos, o ácido nítrico, em várias concentrações, é utilizado para fabricação de
corantes, explosivos (destacadamente a nitroglicerina, a nitrocelulose, além do ácido pícrico), diversos
ésteres orgânicos, fibras sintéticas,nitrificação de composto alifáticos e aromáticos, galvanoplastia,
seda artificial, ácido benzóico, terylene, etc.
Características e propriedades
Propriedades físicas:
117
Propriedades químicas:
Sendo um ácido típico, o ácido nítrico reage com os metais alcalinos, óxidos básicos e
carbonatos, formando sais, como o nitrato de amônio. Devido à sua natureza oxidante, o ácido nítrico
geralmente não doa prótons (isto é, ele não libera hidrogênio) na reação com metais e o sal resultante
normalmente está no mais alto estado de oxidação.
Por essa razão, pode-se esperar forte corrosão, que deve ser evitada pelo uso apropriado de
metais ou ligas resistentes à corrosão.
Ácido nítrico tem uma constante de dissociação ácida (pKa) de -1.4: em solução aquosa, ele
ioniza quase completamente (93%, a 0,1 mol/L) em íons nitrato (NO 3-) e prótons hidratados,
conhecidos como íons hidrônios (H3O+).
HNO3 + H2O → H3O+ + NO3-
Cuidados
Pode causar efeitos nocivos à saúde, se inalado, pode conduzir à pneumonia e edema
pulmonar, se ingerido, pode ocasionar queimaduras na boca, garganta, esôfago e estômago, em
contato com a pele e olhos causa queimaduras severas. Em caso de acidentes com ácido nítrico é
fundamental buscar orientação médica.
118
# O FÓSFORO – P
Ocorrência
. Na biosfera: é um dos elementos fundamentais nos organismos vivos, participando da formação das
proteínas.
Observação: durante a putrefação de um organismo animal, o fósforo é eliminado na forma de fosfina
– PH3 , juntamente com NH3 e H2S.
liberta
Preparação
Consiste no aquecimento, em forno elétrico (3.0000C), de uma mistura de fosforita, areia e coque:
Ca3(PO4)2 + 3 SiO2 + 5C 3 CaSiO3 + 2 P + 5 CO
O fósforo é destilado em atmosfera inerte de gás nitrogênio e rwcolhido em água, onde é guardado
(pois reage com o gás oxigênio do ar).
Variedades alotrópicas
=> O P Branco – P4
Na obscuridade, o fósforo branco emite luz devido a uma lenta combustão pelo gás oxigênio do
ar (daí resultou o nome fosforecência).
Solubilidade
Por ser apolar, dissolve-se em solventes apolares tais como: benzeno, sulfeto de carbono,
terebentina, éter, etc. , sendo insolúvel em água por incompatibilidade de polaridade.
Constituição
As moléculas do fósforo branco são tetratômicas; daí a sua fórmula molecular se P 4. Os quatro
átomos de fósforo unem-se de tal modo que cada átomo pode ser imaginado no vértice de um
tetraedro regular:
Reatividade
120
Propriedades e aplicações
Estes fosfetos metálicos sãos emlehantes aos nitretos, sendo, porém, menos iônicos (pois o
fósforo é menos eletronegativo que o nitrogênio). Os fosfetos, tratado com água, hidrolisam-se,
produzondo fosfina (os nitretos produzem amônia).
- 4P + 3 O2 2 P2O3
- 4P + 5 O2 2 P2O5
Observação: as fórmula P2O3 e P2O5, fórmulas mínimas, pois as verdadeiras fórmulas são:
P4O6 e P4O10
. Como raticida.
121
S + KClO3
Observação: conclui-se que, no palito não há fósforo e nem composto fosforado. A razão do nome
fósforo é que, antigamente, o palito era constituído de fósforo branco e cola(por atrito, o fósforo
branco se inflama facilmente ), esta prática foi proibida devido a inúmeros casos de necroses, entre os
operários das fábricas.
=> O P Vermelho - Pn
Constituição
Preparação
Propriedades Químicas
- Reage com bases, produzindo três séries de sais: fosfatos normais, hidrogenofosfatos e
diidrogenofosfatos.
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Observação: o fosfato normal de sódio, em solução aquosa, produz meio fortemente alcalino (sal de
base forte e ácido moderado); o hidrogenofosfato de sódio ainda produz meio alcalino (menos alcalino
que o fosfato normal); e o diidrogenofosfato de sódio produz meio ácido.
A substituição do terceiro átomo de hidrogênio é difícil, por ser muito mais fraco que o dos ácidos
carbônico e sulfídrico.
. Desidratante:
Por aquecimento, o ácido fosfórico desidrata-se, produzindo ácido pirofosfórico (2500C) ou ácido
metafosfórico (3000C):
O ácido metafosfórico existe, apenas na forma polímera (HPO 3)n , onde n = 3,4,5 ... Por simplicdade,
diz-se apenas “ácido metafosfórico”, cuja representação é pela fórmula mínima HPO3.
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. O ácido fosfórico é utilizado na obtenção de fosfatos: o fosfato normal de sódio é usado nos
detergentes (sabão em pó); o diidrogenofosfato de cálcio é usado como antiácido estomacal e como
fermento dos padeiros; o hidrogenofosfato de cálcio é usado em creme dental: CaHPO 4 (este sendo
básico, neutraliza o “habitat” ácido dos germens da cárie) ; utilizado como conservante e acidulante de
refrigerantes.
# O CARBONO - C
Estrutura
São sólidos cristalinos, por serem constituídos de moléculas gigantes. Por esta razão, a sílica
apresenta temperatura de fusão elevada (PF= 1.7000C).
Observação: a sílica possui rede cristalina molecular; o diamante possui rede cristalina atômica e o
cloreto de sódio possui rede cristalina iônica.
Propriedades Químicas
. Não reage com água, e, portanto, só teoricamente, é anidrido dos ácidos do silício:
H4SiO3 – ácido metasilíssico
H4SiO4 – ácido ortosilíssico
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Prosseguindo na desitradtação, obtém-se um produto duro e muito poroso chamado sílica
esponjosa; um grão de ervilha de sílica esponjosa possui superíficie exposta igual ao
assoalho, teto e paredes de uma casa (como no carvão ativo). A sílica esponjosa é utilizada como
substância adsorvente e como suprote de catalisadores (níquel, platina, etc); ela permite a
recuperação dos catalisadores, os quais são produtos muito caros, devido à alta pureza que
apresentam (as impurezas envenenam o catalisador).
. Reação com coque, em forno elétrico, produz o carborundo (carbeto de silício) – SiC.
SiO2 + 3 C SiC + 2 CO , o carborundo possui alta dureza,s endo utilizado para alisar o couro e afiar
facas.
Aplicações
. Obtenção de: vidro, cimento, argamassas, porcelanas, tijolos refratários para fornos, silicatos, filtros
de areia, amianto, saponáceos, lixas, fósforo, etc.
. Preparação da dinamite:
Al2(SiO3)3
Querosene gasolina
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. Quartzo:
- Cristais de quartzo são utilizados em rádios transmissores como controladores da frequência de suas
ondas.
- Obtenção de lentes e prismas, para óculos e aparelhos de óptica.
<> O VIDRO
Constituição
Aquecendo a sílica (areia ou quartzo) a 1.7000C, nota-se que ela sofre fusão. Entretanto, o
líquido obtido é viscoso, pelo fato de, ainda ocorrerem moléculas relativamente grandes. Ao resfriar
este líquido, ele não se solidifica na temperatura de 1.7000C, pois a sua alta viscosidade não permite
que as moléculas retomem suas posições primitivas. Não havendo reconstituição do sistema cristalino
(o qual se caracteriza por uma rigorosa ordenação geométrica dos átomos), não há, portanto,
solidificação; ocorre apenas um aumento progressivo da viscosidade, até obter-se uma substância dura
e transparente, chamada vidro. Resulta que o vidro é um líquido de alta viscosidade, pois:
- sua estrutura é desordenada, como a de um líquido;
- não possui ponto de fusão definido; por aquecimento, ele fica inicialmente pastoso para, depois,
adquirir o estado líquido menos viscoso;
- em todos os pontos da estrutura do vidro, ocorrem as mesmas propriedades físicas (diz-se que é
isótropo), enquanto que, nos cristais, as propriedades físicas variam em sua estrutura (diz-se que são
anisótropos); e
- não possui facetas cristalinas, e nem planos de fratura (planos de clivagem), como ocorrem nos
cristais.
Tipos de vidro
. Vidro plano: ou vidro de janela; é constituído de sílica, silicato de sódio e silicato de cálcio, na
seguinte proporção:
- em mols: 4 SiO2 : 1 Na2SiO3 : 1 CaSiO3
- em massa: 73% SiO2 ; 15% Na2O ; 8% CaO
Variando-se a proporção, obtém-se o vidro para garrafas ou para tubos.
. Vidro quartzo: obtido de cristal de quartzo; permite a passagem da luz ultravioleta, o que não
acontece com o vidro comum (hoje, a luz ultravioleta é usada para acelerar o endurecimento de
resinas odontológicas).
. Vidro colorido:contém metal de transição: ferro (verde); cobre (azul); managanês (violeta), etc.
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. Vidro Pirex: possui baixo coeficiente de dilatação térmicas, podendo sofrer choques térmicos sem se
romper.
. Vidro de segurança: dois vidros colados com resina transparente, a qual impede a ruptura com
produção de estilhaços, sendo empregado nas janelas de carros, ônibus, caminhões.
. Vidro temperado: é o vidro que passou por tratamento térmico (têmpera) ou químico para modificar
suas características como a dureza e resistência mecânica. O vidro temperado é mais rígido, tem
maior resistência térmica e se estilhaça em pequenos fragmentos quando é danificado.
<> SILICONAS
<> CIMENTO
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Os hidróxidos formados reagem com areia, formando silicatos (os quais são duros e
resistentes):
2 Al(OH)3 + 3 SiO2 Al2(SiO3)3 + 3 H2O
O concerto é um material de alta resistência, sendo usado na construção de colunas e lajes de
edifícios, pontes, viadutos, barragens, etc.
O Brasil é um dos maiores produtores de cimento do mundo.
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PARTE IV
Os Gases Nobres
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PARTE IV
Os Gases Nobres
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Ocorrência
. Na atmosfera (% em volume)
- He: 0,04% ; Ne: 0,16% ; Ar: 0,93% ; Kr: 0,01% ; Xe: 0,008%
O radônio – Rn, praticamente, não ocorre na atmosfera, por ser instável (radioativo); forma-se
durante as desintegrações espontâneas do rádio - Ra (radioativo), para, em seguida (após alguns dias),
transformar-se em polônio – Po.
O hélio – He ocorre no gás natural (CH4 etc) de alguns poços, nos EUA (a % de He atinge a 3%).
Este gás hélio tem origem nas desintegrações radioativas naturais de elementos de números atômicos
entre 83 e 92 (que emitem partículas alfa, núcleos de hélio).
Preparação
. A partir do ar atmosférico por liquefação e destilação fracionada (juntamente com gás oxigênio e gás
nitrogênio).
. A partir de gás natural norte-americano, por processo análogo (obtém-se dezenas de milhões de
metros cúbicos de hélio, por ano).
Propriedades e aplicações
. Os gases nobres possuem o último nível eletrônico saturado, o que lhes confere a máxima
estabilidade química. Entretanto, hoje, consegue-se, por exemplo, a reação do Xe com F (o mais ativo
dos elementos), resultando o tetrafluoreto de xenônio:
Xe (gás) + 2 F2 (gás) XeF4 ( Ni, 4000C, 60 atm)
Já existem dezenas de compostos de Xe, Kr e Rn com flúor e oxigênio: XeF 2 , XeF6 , XeO4, etc.
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Propriedades Físicas e Aplicações
He Ne Ar Kr Xe Rn
Z 2 10 18 36 54 86
Condutividade diminui
térmica
Facilidade de aumenta
ionização
. O He é empregado para encher balões, pois, dos gases incombustíveis, é o menos denso
(substitui o gás hidrogênio que é combustível).
É empregado nos hospitais como diluente de anestésicos gasosos; também é empregado como
diluente do oxigênio na respiração artificial e para as pessoas que trabalham sob alta pressão
(mergulhadores); nesta aplicações, o gás hélio substitui o gás nitrogênio, pelo fato deste ser muito
mais solúvel no sangue (no caso de mergulhadores, a dissolução do N 2 no sangue aumenta a nívies
fatais, devido à pressão hidrostática).
Por ser bom condutor de calor, o He é empregado na refrigeração de geradores elétricos e nos
reatores atômicos (nesta última aplicação, o He possui a vantagem de não se tornar radioativo).
. O gás argônio é empregado, juntamente com o gás nitrogênio nas lâmpadas de filamento; a presença
do Ar (melhor condutor térmico que o N2) resfria mais eficientemente o filamento incandescente de
tungstênio – W, impedindo a sua sublimação.
O Ar e o He são amplamente empregados como gases inertes durante as soldas elétricas, a fim de
impedir que o metal incandescente seja oxidado pelo O2 do ar. São também empregados na obtenção
de metais puros, tais como: Ti, Zr, usados nos reatores atômicos e silício e germânio, nos transistores.
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Com exceção do Rn, os demais gases nobres, são empregados nos tubos luminosos (tubos de
neônio). Nestes tubos, o gás nobre ocorre em estado rarefeito, e, submetido a alta voltagem, ele se
ioniza resultando He2+ , Ar2+ , Ne2+ etc. Estes íons conduzem a corrente elétrica, resultando cores
específicas (como mostrado no quadro da página anterior). Também são usados nas lâmpadas
fluorescentes para escritórios, etc, as quais possuem paredes foscas e emitem sempre luz branca (mas
no interior, são coloridas).
Nota: A descoberta do He, nas estrelas (Sol), etc, o hidrogênio transforma-se continuamente em hélio
(reação de fusão nuclear, provocada por temperatura de milhões de graus Celsius). Em 1868, os
astrônomos Janssen (francês) e Lockyer (inglês), estudando análise espectral da luz solar, detectaram a
presença, no Sol, de um elemento até então desconhecido, ao qual chamaram de hélio (do grego:
hélios = Sol). Somente no fim do século, o químico inglês Ramsey descobriu a presença do hélio, na
Terra.
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* Quimica Inorgânica II – Referências e Material utilizada na montagem dessa apostila.
- Nehmi, Victor A – Química Inorgânica – Metais e não metais – 15ª Ed. – 1984.
- Nehmi, Victor A – Química Inorgânica – Metais e não metais – 15ª Ed. – 1993.
- https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/teorias-acido-base-arrhenius-bronsted-lowry-lewis.htm
- https://conceito.de/metais
- https://educalingo.com/pt/dic-pt/maleabilidade
- https://www.infoescola.com/quimica/estrutura-cristalina/
- Wikipédia.
- https://www.todamateria.com.br/bomba-de-sodio-e-potassio/
- https://brasilescola.uol.com.br/quimica/cloreto-sodio.htm
- https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/hidroxido-sodio.htm
- https://www.infoescola.com/compostos-quimicos/nitrato-de-sodio/
- https://www.infoescola.com/compostos-quimicos/sulfato-de-calcio/
- http://www.deboni.he.com.br/dic/quim1_047.htm
- http://www.infosolda.com.br/biblioteca-digital/livros-senai/fundamentos/113-oxigenio
- https://educacao.uol.com.br/disciplinas/quimica/oxigenio-propriedades-e-usos.htm
- http://adaoreinaldo.blogspot.com/2010/04/importancia-e-aplicacoes-do-oxigenio-o.html
- https://www.portalsaofrancisco.com.br/quimica/hidrogênio
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Propriedades_f%C3%ADsico-qu%C3%ADmicas_da_%C3%A1gua
- https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/Agua-mole-Agua-dura.htm
- https://2engenheiros.com/2017/12/12/turbidez-da-agua/
- https://vieiramiguelmanuel.blogspot.com/2015/06/os-halogenios-trabalho-elaborado-e.html
- https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/enxofre.htm
- http://www.prolab.com.br/blog/curiosidades/o-que-e-e-para-que-serve-o-nitrogenio-liquido/
- https://www.infoescola.com/compostos-quimicos/amonia/
- http://professoralucianekawa.blogspot.com/2013/10/acido-nitrico-hno3.html
- https://www.todamateria.com.br/gases-nobres/
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