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Fe + 2H + 2Cl → Fe + 2Cl + H 2
convertidos a catodos, e vice-versa. O resultado final
Podemos observar que o aço foi convertido a íon é o desenvolvimento, por toda a superfície metálica,
ferroso, que possui duas cargas positivas. Por da corrosão generalizada.
definição, diz-se que o ferro foi oxidado (isto é, perdeu
elétrons). Por outro lado, os ions hidrogênio As equações (3) e (4) devem ocorrer na mesma
receberam, cada um deles, um elétrom. Eles foram, velocidade, de modo a conservar a eletroneutralidade
assim, reduzidos. A reação global pode ser do metal. Se a equação (3) parar, por alguma razão, a
considerada como sendo constituida por duas equação (4) também deve parar, e vice-versa. Este
reações separadas: comportamento é fundamental no controle da
corrosão.
Oxidação: Fe → Fe ++ + 2e - (3)
E o que dizer para uma estaca de aço enterrada no
Redução: 2H + 2e → H 2 ↑
+ -
(4) solo? Não existirão diferenças importantes. A
corrosão das estacas de aço imersas na maior parte
As equações (3) e (4) acontecem sobre a superfície dos solos naturais se dá como:
metálica. As áreas onde a oxidação acontece são
definidas como “anodos” e aquelas onde a redução Oxidação: Fe → Fe 2+ + 2e - (5)
acontece, “catodos”. Um potencial elétrico é
desenvolvido entre as áreas anódicas e as áreas Redução: O2 + 4H + + 4e- → 2H2O (6)
catódicas. Os elétrons produzidos na equação (3)
Resultante: 2Fe + O 2 + 4H + → 2Fe2+ + 2H 2O (7)
fluem através do metal para as áreas catódicas,
sendo utilizados pela reação (4). Os íons hidrogênio
existentes nas proximidades das áreas anódicas não 3. A CORROSÃO PODE ACONTECER?
são necessários ali, e, sob sob a influência da
diferença de potencial existente, fluem para as áreas Porque algums metais corroem em certos ambientes,
catódicas, de modo a sustentar a reação de redução. enquanto outros não? As leis da termodinâmica nos
Observamos, desse modo, um circuito elétrico ensinam que, para que uma reação aconteça, ela deve
completo. Uma corrente flui do anodo para o catodo. possuir uma mudança de energia livre (DG) negativa.
Quanto mais rápido o sólido for convertido a ions Para as reações eletroquímicas:
ferrosos (isto é, quanto maior for a velocidade de
corrosão), maior será a corrente fluindo nesta “cela de DG = -nFE (8)
corrosão”.
Onde n é o número de elétrons envolvidos na reação,
O mecanismo para o exemplo acima está F é a constante de Faraday e E é o potencial da cela.
representado, de forma esquemática, na figura 1. Para que a reação seja espontânea (DG negativo), o
potencial da cela, E, deve ser positivo.
Artigo Técnico
O que é potencial de cela? Primeiro, vamos considerar Do mesmo modo, para o aço imerso na maior parte
as reações anódicas e catódicas em detalhe. dos solos naturais, temos:
( )
i , = Ec, - Ea, R (12)
6. ESTACAS DE AÇO CRAVADAS NO SOLO E A O oxidante (O) será transportado à uma velocidade
POLARIZAÇÃO DE CONCENTRAÇÃO que é proporcional ao gradiente do perfil
concentração-distância. Este é o postulado da
A reação global que descreve o enferrujamento de primeira lei de Fick, que se aplica sob condições de
uma estaca cravada em um solo natural com 6 < pH < equilíbrio, isto é, a concentração do oxidante e o
6
10 é descrita pelas equações 5, 6 e 7. Desde que haja gradiente de concentração são constantes com o
livre-trânsito dos íons no solo, teremos a tempo:
combinação, na fase aquosa, dos íons Fe2+ e OH-,
formando o Fe(OH)2 . Havendo algum oxigênio
¶ Co (15)
J = -D
¶x
Artigo Técnico
Sob a condição limite C0sup erfície ® 0, uma corrente
máxima é obtida:
]
nFDoCOsup erficie
(icatódico ) lim ite = (18)
d
sup erficie
(icorrosão ) max = (icatódico ) lim ite = nFDO CO (19)
d
Figura 7: Perfil concentração-distância para o
reagente catódico O, exaurido na superfície da estaca
de aço. A linha sólida mostra o tratamento de Fick, e a A equação acima indica que, para uma reação
linha tracejada indica a aproximação conhecida como catódica controlada pelo transporte de massa, a
“Camada de Difusão de Nerst”. ve l o c i d a d e é d i r e t a m e n te p r o p o r c i o n a l à
concentração do reagente catódico e é inversamente
onde J é o fluxo, D é a constante de proporcionalidade proporcional à espessura da camada de difusão, que
conhecida como coeficiente de difusão e Co é a é determinada pela velocidade do fluido.
Osaki, Y. (1982). “Corrosion of Steel Piles West, J.M. (1970). “Electrodeposition and
Driven in Soil Deposits”, Soil and Corrosion Processes”, 2nd. ed., Van
Foundations, Vol. 22, No. 3, September. Nostrand Reinhold, London, PP.33-35.
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