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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ

UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
Centro de Ciências Tecnológicas
Curso de Engenharia Civil

MECANISMO DE CORROSÃO DO CONCRETO ARMADO

FORTALEZA, SETEMBRO DE 2016.


Introdução
O concreto chegou a ser considerado durante muito tempo como um material praticamente
eterno. Entretanto, nos meados do século XX começou a apresentar manifestações patológicas
de significativa intensidade e incidência, sempre acompanhada de elevados custos de
recuperação. As patologias sempre comprometem o aspecto estético, e na maioria das vezes,
comprometem também a capacidade resistente, podendo levar até ao colapso parcial ou total de
estrutura.
Esta incidência de patologias pode ser atribuída a dois fatores. Primeiro. O aumento da esbeltez
das estruturas, reduzindo as dimensões das peças estruturais e o cobrimento das armaduras e
incrementando as tensões de trabalho, favorecendo a tendência à fissuração e reduzindo a
proteção das armaduras. Segundo. O aumento da agressividade do meio ambiente, causado
principalmente pela industrialização.
Dentre as patologias encontradas no concreto armado, a corrosão de armadura se mostra como
uma das mais freqüentes e talvez a que envolve maiores risco a segurança. O processo de
corrosão das armaduras é um processo de deterioração da fase metálica existente, que implica
em crescente perda de seção de barras e a formação de produtos expansivos que invariavelmente
fissuram o concreto. Este processo é evolutivo e tende a ser agravar com o tempo.
Normalmente o concreto apresenta boas condições de proteção ao aço contra a corrosão.
Entretanto, esta condição é perdida à medida que o concreto é atacado por substâncias 16
agressivas existentes no meio ambiente. As principais são o CO2, que causa a carbonatação do
concreto e conseqüentemente queda do seu pH e quebra da película passivante, e os cloretos,
que aumentam a condutividade do concreto e também atacam a camada passivante.
Todo problema patológico, ocorre através de um mecanismo. No caso da corrosão de armadura
os mecanismos principais são a carbonatação e a contaminação por cloretos. Conhecer os
mecanismos envolvidos no problema é essencial para uma prevenção adequada e um futuro
reparo.
Os agentes que causam os problemas patológicos podem ser vários. No caso da corrosão de
armadura podem ser destacados: o CO2; os sais, principalmente o cloreto; a incompatibilidade
de metais.
Mecanismo de Corrosão do Concreto Armado
Um dos mecanismos de corrosão do concreto armado é a reação química de eletrolise,
formando uma celular de corrosão. Uma célula de corrosão é formada quando um metal
esta inserido em meio aquoso (eletrólito) gerando uma diferença de potencial entre
zonas do metal, as zonas formadas, com cargas diferentes, são a zona catódica (-) e a
zona anódica(+).
Para que a eletrolise ocorra, como já foi dito, é necessário um meio aquoso e a presença
de oxigênio. O concreto segundo o autor Paulo Roberto do Lago Helene sempre terá
agua no seu interior. Então com o água presente no interior do concreto, a barra de aço,
e a diferença de potencial gerada pelo fato de o aço estar inserido em uma solução
aquosa (a diferença de potencial também pode ser gerada por diferença de umidade, de
aeração, de concentração salina e de tensão no concreto e no aço) a reação tem tudo
para acontecer.
A eletrolise ocorre da seguinte maneira: Com a diferença de potencia gerada na barra
aparecem as zonas catódica e anódica. Os elétrons migram da zona anódica (-) para a
zona catódica, na zona anódica esses elétrons reagem com as moléculas de água do
eletrólito, formando íons hidroxila (OH-), esta por sua vez migra, através do eletrólito,
para a zona anódica onde se reage com o ferro, óxidos/hidróxidos de ferro.

O pó de ferrugem é muito expansivo, chegando a expandir seu volume de 8 a 12 vezes.


Essa expansão de volume resulta em altas tenções internas de tração, na ordem de
15MPA, que trincam a camada de cobrimento do concreto, uma vez que o concreto tem
resistência à tração na ordem de 10% da resistência a compressão, os concretos mais
usais tem resistência à compressão em torno de 30MPA, que é algo que gira em torno
de 3MPA, aparecendo assim trincas na peça de concreto, que deixarão o aço com maior
exposição aos agentes agressivos.
Diante do exposto, sabe-se que o aço fica passivado (quando o aço esta passivado não
ocorre corrosão) em ambiente em que o PH é maior que 9. O concreto novo apresenta
PH>12, então o aço do concreto armado, quando o concreto esta novo, fica passivado
por causa do ph do concreto. Contudo ocorre uma reação chamada de carbonatação do
concreto reduz o ph deste para aproximadamente 6, assim a carbonatação acaba com a
proteção química que o concreto oferece ao aço. A carbonatação ocorre quando o
concreto esta e exposto ao meio ambiente, que contem CO2.
A carbonatação ocorre da seguinte maneira: O Dióxido de carbono (CO2) da atmosfera
reage com o hidróxido de cálcio(Ca(OH)2), presente no concreto, formando Carbonato
de cálcio (CaCO3) e água, que alteram o Ph do concreto.
A corrosão do aço do concreto armado também pode ocorrer pelo ataque de íons. Íons
são moléculas químicas desequilibradas eletricamente, o que faz com que elas se tornem
muito reativas, no caso da corrosão reagem com o aço.
Os íons Cloreto, presentes na maresia, na areia, na água e em aditivos aceleradores de
pega, fazem que a despassivação do aço ocorra mesmo em ambiente com PH>9. O
aumento da concentração desses íons no interior do concreto fazem com que a
capacidade de condução de corrente do eletrólito almente, acelerando assim a reação de
eletrolise.
Existem três tipos de corrosão para as estruturas de concreto armado, que são: corrosão
uniforme, corrosão por pite e corrosão sob tensão fraturante. A corrosão uniforme
ocorre em toda a extensão da barra, que ocasiona perda uniforme de espessura. A
corrosão por pite também conhecida como puntiforme ocorre em pequenas áreas
localizadas e podem evoluir ate causar rompimenta da barra. E a corrosão sob tensão
fraturante é outro tipo de corrosão localizada, ocorre concomitantemente com a tração
na barra, é mais comum em estruturas protendidas.

Do ponto de vista do metal, a corrosão representa a volta ao seu estado natural, isto é, o
metal combinado com outras substâncias, formando óxidos ou sulfatos.
Para obter o elemento metálico puro, houve fornecimento de energia que
espontaneamente irá sendo reduzida.
Alguma medidas poderão ser tomadas afim de prevenir a corrosão do aço no concreto
armado, são elas:
 Ausência de fissura, uma vez que as fissura são um ponde de entrada de íons e
de oxigênio no interior do concreto.
 Concreto denso, quanto maior a densidade do concreto menos a sua porosidade e
isso dificulta a entrada de oxigênio e de íons no seu interior.
 Camada de cobrimento adequado, concreto protege quimicamente o aço dos
agentes agressivos do meio ambiente, variam de região para região, então para
cada região deve ser adotado um cobrimento adequado.
 Limpeza do aço antes da concretagem.
 Utilização de água e agregados adequados, ou seja, sem íons.
 Uso de revestimento.

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