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Proteção de estruturas metálicas e oxidação-redução

No nosso dia a dia é com facilidade que encontramos objetos com ferrugem,
especialmente se os objetos que contém o metal estão desprotegidos e expostos
ao ar e à chuva.
O termo corrosão é geralmente utilizado para designar detioração de metais
através de um processo eletroquímico, ou seja, é a oxidação não desejada de um
metal.
Para entender melhor o processo de corrosão é necessário então entender o que
é uma reação de oxidação-redução. Esta é uma reação que acontece por
transferência de eletrões entre as espécies reagentes é um processo em que
ocorre simultaneamente uma oxidação e uma redução. A espécie que se oxida é
a que sofre um aumento do seu número de oxidação, cedendo eletrões à outra
espécie, reduzindo-a sendo então a espécie redutora. Por outro lado, a outra
espécie, a que se reduz, é a que sofre uma diminuição do seu número de
oxidação, captando eletrões da outra espécie, oxidando-a, sendo então a espécie
oxidante. A maioria dos metais de transição apresenta uma grande variedade de
estados de oxidação resultando da perda de eletrões das orbitais d.
Os fatores que favorecem a corrosão dos metais são a exposição prolongada ao
ar e humidade, onde o oxigénio atmosférico oxida os metais, a presença de
ácidos ou bases como por exemplo a reação do zinco com o ácido clorídrico: Zn
(s) + 2 H+ (aq) → Zn2+ (aq) + H2(g), onde o zinco é oxidado pelo ácido
clorídrico, verificando-se que as chuvas ácidas também podem afetar estruturas
metálicas, agentes poluentes como o dióxido de enxofre SO2 e em meios com o
ião cloreto Cl-, daí haver mais corrosão perto do mar.
A corrosão dos metais através de reações oxidação redução conduz à formação
de óxidos, como o óxido de ferro (FeO), hidróxidos, como o hidróxido de
cobre II, Cu(OH)2, sulfetos, como o sulfeto de ferro (FeS) ou carbonatos, como
o carbonato de cobre (CuCo3). Estes compostos comumente são designados por
ferrugem, verdete ou patine.
Verdete Ferrugem

O exemplo de corrosão mais familiar e mais importante de um ponto de vista


económico é a corrosão do ferro. Esta ocorre na presença de dioxigénio, O 2 e
água, H2O originando óxidos de ferro, mais conhecidos como ferrugem. A
oxidação contínua do ferro deve se ao facto que a ferrugem, de composição
variável ser solúvel, poros e possuir baixa aderência ao metal, permitindo que o
ferro esteja sempre exposto ao ar e humidade, sofrendo então uma corrosão
contínua.
O problema da corrosão é que esta provoca a degradação dos metais
principalmente de ferro e de aço, que são utilizados para a construção de
edifícios, pontes, navios, etc., resultado em prejuízos elevados, estimando-se até
que 30% de todo o aço produzido seja utilizado para a reposição de materiais
que foram corroídos.
Com o consequente aumento da utilização de metais desde a revolução
industrial para a construção de várias estruturas metálicas foram necessárias
desenvolver formas para evitar esta corrosão.
Uma das principais soluções anti corrosão é a pintura, onde se cobre a superfície
metálica com uma camada de tinta anticorrosiva que evita o contato do metal
com o ar e a humidade, prevenindo então a corrosão. Um exemplo da aplicação
destas tintas é a Torre Eiffel. Inicialmente esta torre, constituída por 7.3
toneladas de ferro, tinha uma cor vermelha, até que posteriormente adquiriu a
cor atual que previne a ferrugem. O problema desta solução é que requer
manutenção constante, por exemplo a Torre Eiffel é pintada em média uma vez
a cada 7 anos.
Aplicação de tinta em aço

Outra forma de prevenir a corrosão é a proteção catódica. Esta consiste que


consiste em pôr em contacto com o ferro um metal com um poder redutor muito
elevado como por exemplo, o magnésio ou o zinco, protegendo assim o ferro da
corrosão. Esta técnica é especialmente usada em navios, oleodutos e
termoacumuladores para aquecimento de água.

Proteção catódica de um duto terrestre

Existem também ligas metálicas especiais que têm a característica de serem


resistentes à corrosão, como é exemplo o aço inoxidável, que é constituído por
ferro, crómio, níquel e outros elementos, sendo frequentemente usado na
construção civil devido exatamente às suas propriedades de resistência à
corrosão. Esta resistência provém do facto de o crómio se oxidar devido ao
dioxigénio do ar, formando uma capa impermeável que vai impedir o contacto
do resto dos metais com o ar e humidade, resistindo então à corrosão.
“Cloud Gate” estrutura situada em Chicago, Illinois. Feita totalmente de aço inoxidável

Verifica-se um fenómeno similar com metais como o cobre, bronze e alumínio,


onde estes sofrem corrosão, mas forma-se uma pátina que reveste o metal
protegendo-o da corrosão. Uma das aplicações mais notórias deste efeito pode
ser visto na Estátua da Liberdade. Tendo sido construída inteiramente de
bronze, esta sofreu uma corrosão muito lenta até que houve o aparecimento de
uma patine cinzenta-esverdeada (chamada verdete) na Estátua da Liberdade que
lhe dá a cor característica que estamos habituados e que a tornou resistente às
agressões dos ventos marítimos e alterações climatéricas (sol, chuvas...) ao
longo dos anos.
Por fim outro método que também pode ser usado é a Galvanoplastia que
consiste no revestimento de um metal por outro mais resistente à corrosão como
o revestimento com alumínio de latas de ferro e o revestimento de chaves com
níquel ou crômio, pois estes metais ao oxidarem formam uma pelicula protetora
contra a corrosão; ou o revestimento de um anel de latão com ouro que ao ter
um poder redutor muito baixo não é oxidado pelo oxigénio do ar. O
revestimento de ferro com zinco denomina-se galvanização e também constitui
uma forma de proteger o ferro face à corrosão.

Galvanização

Em suma verificamos que a corrosão é a oxidação não desejada dos metais. Esta
vai provocar a degradação, especialmente do ferro e do aço, que constitui um
problema devido à ampla utilização destes metais na construção civil. Para tal
desenvolveram-se formas de prevenir a corrosão como a pintura dos metais, a
proteção catódica e a utilização de ligas metálicas que são resistentes à
oxidação.

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