Você está na página 1de 10

• Expansão, fissuração e perda (destacamento) de

cobrimento;
• A perda de aderência entre o aço e o concreto e a redução
da seção transversal;
• O processo eletroquímico de corrosão do aço em um
concreto úmido e permeável.
• O processo anódico não ocorre sem um ambiente ácido;
• O processo catódico não pode ocorrer sem oxigênio e água
na superfície do aço.
• Aumento do volume sólido em até seis vezes.

SLIDE1: APRESENTAÇÃO: Aula sobre Carbonatação

SLIDE 2: CARBONATAÇÃO: Vem da palavra Carbono, que significa a combinação (reação) do


Carbono com os compostos do cimento hidratados transformando-os em Carbonatos. Este
mecanismo é chamado Carbonatação. A corrosão é a deterioração de um material, geralmente
metálico, por ação química ou eletroquímica do meio ambiente aliada ou não a esforços
mecânicos. Barbosa et al. (2012), considera que o fenômeno da corrosão das armaduras é mais
frequente do que qualquer outro fenômeno de deterioração das estruturas de concreto
armado, comprometendo-as tanto do ponto de vista estético, quanto do ponto de vista da
segurança.

Processos Químicos:

 Lixiviação
 Ataque de sulfatos: ácido ou base
 Reação Álcali-Agregado
 Corrosão das Armaduras: Passivas e Ativas

Processos Físicos:

 Erosão e Abrasão
 Dano devido as elevadas Temperaturas
 Congelamento e Descongelamento
 Cristalização de Sais
 Efeitos Combinados em Estágios Avançados

SLIDE 3: INTRODUÇÃO BOA: De acordo com Gentil (2003), o concreto é formado por cimento,
agregado graúdo, agregado miúdo, água, adições e aditivos (se necessário) e é caracterizado
estruturalmente por possuir alta resistência à compressão, porém sua resistência à tração é
baixa, e , devido a esse motivo, o aço é incorporado ao concreto para resistir aos esforços de
tração, formando então o concreto armado. Sabe-se que os quatro principais compostos
existentes no cimento (C3S, C2S, C3A, C4AF), quando hidratados, produzem três elementos
principais, que caracterizam a pasta de cimento endurecida. Mehta e Monteiro (1994), propõe
a seguinte composição: silicato de cálcio (50 a 60% do volume de sólidos), hidróxido de cálcio
(20 a 25% do volume de sólidos) e sulfoaluminatos de cálcio (15 a 20% do volume de sólidos).

SLIDE 4: No interior do concreto o aço está protegido por uma camada passivadora que envolve
o aço, esta camada é formada e mantida devido ao elevado pH na solução dos poros do
concreto. Desta forma, para que haja corrosão é necessário que a camada passivadora seja
destruída (despassivação). Agentes agressivos como os íons cloretos e a carbonatação podem
promover a despassivação, deixando o aço susceptível ao processo corrosivo. No concreto
armado a corrosão é considerada eletroquímica, que ocorre em meio aquoso, necessita de um
eletrólito, uma diferença de potencial, oxigênio e agentes agressivos. A corrosão afeta
diretamente a durabilidade reduzindo desta forma a vida útil da estrutura. Conforme citado, um
dos agentes agressivos que pode desencadear um processo corrosivo é a carbonatação, definida
por Molin et al. (2007), como a reação físico-química entre os compostos hidratados do cimento
e o CO2, podendo provocar a despassivação, neste caso, a carbonatação provocará uma redução
do pH que desestabilizará a camada passivante, podendo iniciar um processo de corrosão
generalizada.

SLIDE 4: COMO OCORRE: Quando o cimento entra em contato com a água, os silicatos (C3S e
C2S) se hidratam em algumas horas após o início da hidratação do cimento, produzindo, assim,
silicatos de cálcio hidratados, genericamente conhecidos como CSH, e hidróxido de cálcio
(Ca(OH)2). Os dois compostos formados, CSH e Ca(OH)2 preenchem o espaço ocupado pela água
e pelas partículas do cimento em dissolução. Os compostos produzidos com a hidratação do
C3A, C4AF são estruturalmente semelhantes e possuem pouca influência na pasta endurecida
Vieira (2008). Vieira (2008), explica que O CSH é o principal responsável pela resistência da pasta
a esforços mecânicos e que, o Ca(OH)2 contribui pouco para a resistência da pasta de cimento
endurecida. Além disso em virtude de sua baixa superfície específica, que lhe confere um baixo
poder de adesão, é facilmente carreado pela água, o único aspecto positivo decorrente da
presença do hidróxido de cálcio é a alcalinidade conferida ao meio, responsável pela passivação
das armaduras.

O concreto proporciona a armadura uma dupla proteção. Primeiro uma proteção física,
impedindo o contato direto como o exterior e, segundo, uma proteção química, conferida pelo
elevado pH do concreto, que promove a formação de uma película passivadora que envolve o
aço.

Proteção química se deve, a natureza alcalina da solução dos poros, responsável por manter a
armadura na condição de passividade enquanto o concreto apresentar uma qualidade
adequada, sem fissurar ou sofrer a ação de agentes agressivos externos. O hidróxido de cálcio
formado na hidratação dos silicatos de cálcio (C3S e C2S) e, principalmente, os hidróxidos de
sódio e potássio, originários dos álcalis do cimento, conferem ao concreto um pH alcalino, o qual
mantem-se na faixa de 12,5 a 13,5. Esta película passivadora protetora do aço é gerada a partir
de uma rápida e extensa reação eletroquímica que resulta na formação de uma fina camada de
óxidos, transparente e aderente ao aço Pourbaix (1987) apud Figueiredo e Meira (2013).

• Despassivação por Carbonatação : Ação do gás carbônico da atmosfera que penetra por
difusão e reage com os hidróxidos alcalinos da solução dos poros do concreto reduzindo o pH.
(Não perceptível a olho nu).

Tendo a relação água/cimento um papel preponderante na permeabilidade aos gases, é natural


que tenha grande influência na velocidade de carbonatação. Pode-se observar que a
profundidade de carbonatação de concretos com relação água/cimento iguais a 0,80, 0,60 e
0,45, em média, está na relação 4:2:1. A carbonatação pode ser cerca de 10 vezes mais intensa
em ambientes climatizados do que em ambientes úmidos, devido à diminuição da
permeabilidade do CO2 no concreto por efeito da presença de água.

Um fenômeno comumente observado, mas ainda não entendido de forma satisfatória é o ganho
de resistência em amostras submetidas à carbonatação. Diversos autores8-15 relacionaram esse
fenômeno à redução na porosidade durante o processo de carbonatação, com a transformação
do Ca(OH)2 em CaCO3. No entanto, quando essa carbonatação é muito acentuada, há a
formação de uma rede de poros mais grosseiros, devido à decomposição do gel C-S-H na pasta
de cimento14,16. Outro efeito da carbonatação é a liberação de cloretos que estão ligados na
matriz do concreto (Figura 6.7). A redução do pH promove a quebra de ligações entre o C3A e
os cloretos, deixando-os disponíveis para acelerar o processo corrosivo.

Na Figura 6.8 pode ser visualizado o efeito dessa carbonatação excessiva nas amostras de
concreto, em que podemos ver uma rede de poros extremamente

grosseira e um aspecto degradado da matriz (Figura 6.8a) e uma região de interface da zona
carbonatada com a não carbonatada (Figura 6.8b). Observase uma nítida diferença na
microestrutura, com uma região não carbonatada mais íntegra e densa, ao contrário da região
carbonatada, extremamente porosa, e com formação de gels em seus poros.
A presença de eflorescências de carbonato de cálcio à superfície do concreto é um sinal evidente
desse processo de degradação.

Existem algumas teorias para explicar a composição da película passivadora, a mais aceita
aponta a formação de uma película composta de duas camadas: uma mais interna, composta
principalmente por magnetita e outra mais externa, composta por óxidos férricos Nagayama
e Cohen (1962) apud Figueiredo e Meira (2013). Sabe-se que a potencialidade da corrosão
depende do pH do meio já que existe interação entre os íons formados nas reações da corrosão
com os íons do eletrólito. Assim pode-se estabelecer uma relação entre a diferença de potencial
e o pH do meio aquoso Pourbaix (1974) apud Carmona (2014). Conforme pode ser observado
na figura 1, que ilustra o diagrama de Pourbaix, enquanto o concreto se mantiver com alta
alcalinidade, com valor de pH superior a 9, a armadura estará protegida da corrosão.

De acordo com Cunha e Helene (2001), para um pH de 12,5 a 13,5 (meio altamente alcalino do
concreto, em condições normais, que fornece às armaduras um alto grau de proteção contra
Corrosão de armadura em estruturas de concreto armado devido a carbonatação e para uma
faixa usual de potencial de corrosão no concreto da ordem de +100mV a -400mV em relação ao
eletrodo padrão de hidrogênio, as reações do eletrodo verificadas no ferro são de passivação.
Analisando o diagrama pode-se visualizar três zonas: imunidade, passivação e corrosão.
Carmona (2014), explica que na zona de imunidade, o metal não irá sofrer corrosão, como
mostrado o metal permanece estável para qualquer valor de pH. A zona definida como
passivação as condições para formação e manutenção da camada passivante são garantidas, é
nesta zona que será formada uma delgada camada de óxido e hidróxido que atua como uma
barreira de proteção impedindo o progresso da corrosão. Na zona de corrosão o pH e o potencial
eletroquímico dão condições para que os produtos da camada de passivação não sejam mais
estáveis, desta forma, podendo iniciar o processo de corrosão.

Poglialli (2009), aponta o o gás carbônico (CO2– maior incidência), o dióxido de enxofre (SO2) e
o gás sulfídrico (H2S), como principais constituintes do ar atmosférico que podem desencadear
o processo de neutralização do concreto. O autor ainda cita o hidróxido de cálcio (Ca(OH)2), o
hidróxido de potássio (KOH) e o hidróxido de sódio (NaOH) como os compostos hidratados do
cimento mais suscetíveis à carbonatação, assim como os silicatos alcalinos.

Segundo Poglialli (2009), o processo de carbonatação se inicia na superfície do concreto,


formando uma frente de carbonatação, separando duas zonas distintas de pH, uma com valores
na faixa de 12 e a outra na faixa de 8. Essa frente avança paulatinamente para o interior do
material e, ao atingir a armadura, desestabiliza o filme óxido passivante, promovendo a
despassivação, o que propicia o início de um processo de corrosão generalizada.
Do modelo pode ser observado duas etapas distintas: Iniciação e propagação. Andrade (2001),
explica que o período de iniciação equivale ao intervalo de tempo necessário para que os
diversos agentes agressivos (Cl- , CO2) penetrem através do cobrimento do concreto até atingir
as armaduras provocando a despassivação das mesmas. De acordo com Barbosa et.al (2012), a
duração da iniciação é controlada principalmente pela permeabilidade, difusibilidade e sucção
capilar de gases ou líquido. Após a despassivação o processo corrosivo começa efetivamente a
instalar-se, como o início da fase de propagação, onde ocorre a dissolução do ferro (oxidação),
gerando os chamados produtos de corrosão. De acordo com Vieira (2003), a taxa de corrosão
no período de propagação irá depender do teor de umidade, que define a quantidade de
eletrólito, alterando a resistividade do mesmo, e da disponibilidade de oxigênio, sendo estes os
fatores que controlam o processo catódico de formação da hidroxila OH- . Vieira (2003), ainda
acrescenta que, a temperatura por estimular a mobilidade das moléculas, e o teor de sais
dissolvidos, por aumentar a condutividade do eletrólito, influenciam a velocidade de corrosão.

As características da zona de transição na interface também influenciam a durabilidade do


concreto. Elementos de concreto protendido e armado freqüentemente se rompem por causa
da corrosão da armadura. A taxa de corrosão do aço é fortemente influenciada pela
permeabilidade do concreto. A existência de microfissuras na zona de transição na interface
com o aço e o agregado graúdo é a principal razão de o concreto ser mais permeável do que a
pasta de cimento hidratada ou argamassa correspondente. Deve-se observar que a penetração
de ar e água é um pré-requisito necessário para a corrosão da armadura no concreto. O efeito
da relação água/cimento na permeabilidade e resistência do concreto é geralmente atribuído à
relação que existe entre a relação água/cimento e a porosidade da pasta de cimento hidratada
no concreto.

Quando a armadura está protegida do ar por uma adequada espessura de cobrimento, com
concreto de baixa permeabilidade, a expectativa é de que a corrosão do aço e outros problemas
associados a ela não ocorram.
A transformação do ferro metálico em produto de corrosão (ferrugem) é acompanhada por um
aumento de volume que, dependendo do estado de oxidação, pode ser da ordem de 600% em
relação ao metal original (Figura 5-23c).Acredita-se que esse aumento devolume seja a principal
causa da expansão efissuração doconcreto. De modo similar à expansão da etringita pouco
cristalina, os hidróxidos de ferro pouco cristalinos tambéÍn podem ter uma tendência a absorver
água e expandir. Outro ponto a ser destacado é que a reação anódica envolvendo a ionização
doferro metálico não progride sem que haja um fluxo de elétrons no sentido docátodo, que é
mantido por meio doconsumo de elétrons na região catódica. Dessa maneira, para oprocesso
catódico, a presença tanto do ar como da água na superfície do cátodo é absolutamente
necessária. Os produtos de ferro comum e de aço normalmente são cobertos por uma fina
película de óxido de ferro, que se torna impermeável e fortemente aderente à superfície do aço
em um meio alcalino, o que faz do aço um material passivo no tocante à corrosão. Isso significa
que o ferro metálico não estará disponível para a reação anódica até que a passividade
doaçotenha sido destruída

Figura 5-23 Expansão e fissuração do concreto devidas à corrosão da armadura [(b), (c).
BetonBogen, Aalborg Denmark, 1981). I A Figura (a) mostra que a deterioração do concreto
devida à corrosão da armadura se manifesta na forma de expansão, fissuração eperda
(destacamento) de cobrimento. A perda de aderência entre o aço e o concreto e a redução da
seção transversal da armadura podem levar a uma falha estruturaI. A Figura (b) ilustra oprocesso
eletroquímico de corrosão do aço em um concreto úmido epermeável. A cêlula galvânica ê
caracterizada por um processo anódico e um processo catódico. O processo anódico não ocorre
sem que o filme de óxido de ferro protetor ou passivo seja removido em um ambiente ácido
(por exemplo, carbonatação do concreto) ou se torne permeável pela ação de íons Cl-. O
processo catódico não pode ocorrer sem que haja quantidades suficientes de oxigênio e de água
na superfície do aço. A resistividade elêtrica do concreto é também reduzida na presença de
umidade e de sais. A Figura (c) indica que, dependendo do estado de oxidação, a corrosão do
ferro metálico pode resultar no aumento do volume sólido em até seis vezes.

Você também pode gostar