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CORROSÃO DE ARMADURAS

Causas, Mecanismo, Recuperação


GENERALIDADES
Corrosão: interação destrutiva de um material com o
ambiente, entendida como o inverso do processo
metalúrgico (transformação de um metal em íon
metálico).
• Corrosão química: o metal reage com o meio de
forma homogênea, em toda a sua superfície, não
havendo geração de correntes elétricas.
• Corrosão eletroquímica: em geral localizada,
resultado da formação de uma pilha ou célula de
corrosão.
GENERALIDADES
O fenômeno de corrosão da armadura no concreto é
de natureza eletroquímica.
Pode ser acelerado pela presença de agentes
agressivos externos, internos, incorporados ao
concreto ou gerados pelo meio ambiente.
Para haver corrosão, devem concorrer alguns fatores
tais como presença de oxigênio, umidade e o
estabelecimento de uma célula de corrosão
eletroquímica.
GENERALIDADES
GENERALIDADES
 Os cuidados de projeto devem começar pelo estudo do
cobrimento correto que cada elemento estrutural tem de
receber.
 Com relação ao meio ambiente, devemos observar as
características climáticas do local onde será implantada a
obra.
 O índice de umidade e a variação de temperatura são
outros fatores que devem ser observados.
 Cuidados devem ser tomados com obras executadas em
regiões com atmosfera marinha, em que a proximidade
do mar proporciona um meio ambiente mais agressivo.
PASSIVAÇÃO DA ARMADURA
 O concreto oferece ao aço uma dupla proteção;
 Física: separa o aço do contato direto com o meio
externo;
 Química: conferida pelo elevado pH do concreto, o qual
promove a formação de uma película passivadora que
envolve o aço;
 A formação e estabilidade dessa película têm relação com
a elevada alcalinidade da solução aquosa presente nos
poros do concreto.
 A película passivadora protetora do aço é gerada a partir
da reação eletroquímica que resulta na formação de uma
fina camada de óxidos, transparente e aderente ao aço.
PASSIVAÇÃO DA ARMADURA
PASSIVAÇÃO DA ARMADURA
Essa película impede o acesso de umidade, oxigênio e
agentes agressivos à superfície do aço;
A ação de proteção exercida pela película passivadora
é garantida pela alta alcalinidade do concreto;
A perda de estabilidade da camada passivadora é que
conduz o ferro ao processo de corrosão.
PASSIVAÇÃO DA ARMADURA
PROCESSO DE CORROSÃO
O processo de corrosão ocorre pela penetração de
substâncias agressivas que atuam através dos seguintes
mecanismos:
 A carbonatação do concreto, que reduz seu pH a níveis
insuficientes para manter o estado passivo das armaduras;
 A presença do agente despassivador íon cloreto em
quantidade suficiente para romper localizadamente a
camada passivadora;
 A combinação dos dois fatores anteriormente citados.
Desta forma, a camada de cobrimento desempenha um
importante papel porque, além de ser uma barreira química,
também se constitui em uma barreira física.
PROCESSO DE CORROSÃO
COBRIMENTO DAS ARMADURAS
Cobrimento é a camada de proteção da armadura, é
a camada de concreto que fica entre a armadura e a
face externa do componente estrutural.
É o cobrimento que impede a penetração da água ou
da umidade do meio externo para dentro da laje, viga
ou pilar evitando, assim, a oxidação da armadura.
COBRIMENTO DAS ARMADURAS
Um cobrimento de boa qualidade, com baixa
porosidade, além de dificultar a penetração dos
agentes agressivos, constitui-se em uma barreira
adicional, reduzindo a presença da água e do
oxigênio, elementos necessários à existência da
corrosão eletroquímica.
COBRIMENTO DAS ARMADURAS
Nos casos especiais em que poderemos ter uma
situação mais agressiva:
Dimensionar a estrutura de forma a ter um
mínimo de fissuras.
Estudar o agente agressivo para definir o tipo de
concreto ideal.
Definir corretamente o cobrimento para cada
microrregião.
Para cobrimento maior que 6 cm, prever
ferragem de pele.
COBRIMENTO DAS ARMADURAS
Cuidados na execução da obra:
Colocação de pastilhas na ferragem;
As pastilhas devem ser uniformes e distribuídas
ao longo de todo o elemento estrutural, e fixadas
adequadamente para não caírem durante a
concretagem;
Existem diferentes tipos de pastilhas, sendo as
mais indicadas as de argamassa, devido à melhor
aderência no concreto, além de serem as mais
baratas e de fácil execução na obra.
COBRIMENTO DAS ARMADURAS
COBRIMENTO DAS ARMADURAS
COBRIMENTO DEFICIENTE
COBRIMENTO DAS ARMADURAS
COBRIMENTO DEFICIENTE
COBRIMENTO DAS ARMADURAS
Tabela de cobrimento mínimo
CARBONATAÇÃO DO CONCRETO
Despassivação da armadura por ação do gás carbônico
da atmosfera que penetra por difusão e reage com os
hidróxidos alcalinos da solução dos poros do concreto
reduzindo o pH dessa solução.

MECANISMO
CO2 + H2O + Ca(OH)2 = reação de carbonatação
Reação de carbonatação ⇒ redução do pH
Redução do pH ⇒ despassivação da armadura
CARBONATAÇÃO DO CONCRETO
Característica do processo
Existência de uma “frente”de avanço que separa duas
zonas com pH muito diferente:
pH > 13 zona não carbonatada ou alcalina
pH < 9 zona carbonatada
CARBONATAÇÃO DO CONCRETO
Teste de fenolftaleína incolor = zona carbonatada
vermelho carmim = zona alcalina
CARBONATAÇÃO DO CONCRETO
Conseqüências
Armadura + Umidade + O2 ⇒ Corrosão Despassivada
Generalizada
CARBONATAÇÃO DO CONCRETO
Sintomatologia
Fissuração, lascamento e delaminação do concreto;
Redução da área de seção transversal de aço.
CARBONATAÇÃO DO CONCRETO
Fatores Influentes no Processo de Carbonatação
CARBONATAÇÃO DO CONCRETO
Fatores Atenuantes
Redução da permeabilidade do concreto
 fator a/c menor
 incorporação de adições ativas
 cura do concreto - molhagem contínua
Espessura do cobrimento – aumento da barreira
física
ATAQUE POR CLORETOS
Ação de cloretos, que penetram o concreto através de
processos de absorção capilar, de impregnação e difusão, e
que ao superarem, na solução dos poros do concreto, um
certo limite em relação à concentração de hidroxilas,
despassivam a superfície do aço.
Cl- acima de um limite ⇒ Despassivação da armadura
ATAQUE POR CLORETOS
Consequências
Armadura + Umidade + O2 ⇒ Corrosão Despassivada
Localizada
ATAQUE POR CLORETOS
Corrosão provoca:
 Redução substancial da área de seção transversal de aço
podendo chegar a ruptura do mesmo;
 Fissuração e destacamento do concreto.
Presença de cloretos no concreto
 Execução do próprio concreto
 Agregados contaminados
 Água de amassamento
 Aditivos
Pior para o concreto - presença de cloretos desde o início.
ATAQUE POR CLORETOS
ATAQUE POR CLORETOS
Fatores Influentes no Processo de Ataque por Cloretos
 Qualidade do concreto na superfície
 Difusividade da pasta de cimento hidratada
Fatores Atenuantes
 Redução da permeabilidade do concreto
 fator a/c menor
 incorporação de adições ativas
 cura do concreto - molhagem contínua
 Espessura de cobrimento - aumento da barreira física
 Aditivos inibidores de corrosão
 nitritos de sódio e cálcio
 dificuldade - tempo de ação dos inibidores
 Pintura da armadura com epóxi
Custo elevado
PROCESSO DE CORROSÃO DAS ARMADURAS
 O mecanismo de corrosão eletroquímico ocorre
basicamente devido à presença de água no concreto, que
aliada a outros elementos é a grande responsável pelo
ataque das armaduras.
 A umidade relativa do ar é responsável pela quantidade de
água no interior do concreto, sendo que para uma
temperatura ambiente de 25° podemos ter os seguintes
valores de umidade para um concreto comum:
PROCESSO DE CORROSÃO DAS ARMADURAS
 O produto da corrosão é expansivo e provoca aumento
de tensão (15 MPa), consequentemente fissuração do
concreto e lascamento do mesmo, favorecendo a
penetração de agentes agressivos acelerando ainda mais
o processo de corrosão.
PROCESSO DE CORROSÃO DAS ARMADURAS

O primeiro indício se percebe pelo ataque dos


estribos de vigas e pilares, pois são eles que acabam
ficando mais próximos da face externa da peça de
concreto.
O risco será sempre maior nos locais de maior
umidade e mais quentes, pois estão sujeitas a ciclos
de secagem e molhagem.
PROCESSO DE CORROSÃO DAS ARMADURAS
PROCESSO DE CORROSÃO DAS ARMADURAS
PROCESSO DE CORROSÃO DAS ARMADURAS
O risco de corrosão aumenta nos elementos de
concreto que estão sujeitos a deformações,
situação que favorece o surgimento de trincas,
acentuando os perigos de contaminação das
armaduras.
Devemos evitar também as estruturas que
apresentem locais angulosos, ou cantos e arestas
pronunciados, dando sempre preferência para um
arredondamento dos cantos e arestas, de forma a
se evitarem pontos favoráveis ao ataque do aço.
PROCESSO DE CORROSÃO DAS ARMADURAS
O QUE A CORROSÃO DE ARMADURAS
PODE CAUSASR
Ataque por água do mar - Água do mar contribui para
expansão, fissuração e desagregação do concreto devido
à ação dos sulfatos, além de lixiviação e corrosão de
armaduras pela ação de cloretos.
Pequeno cobrimento do concreto expõe armaduras a
produtos químicos ácidos usados para branquear tecidos
em indústria têxtil. Ocorre exposição dos agregados pela
lixiviação da pasta de cimento.
Corrosão de armadura por cloretos em estrutura de
concreto em zona marítima.
Estrutura danificada por corrosão da armadura, oriunda
do ataque de cloretos incorporados ao concreto.
Aspecto externo da evolução da corrosão da armadura
no concreto
RECUPERAÇÃO DAS ESTRUTURAS
RECUPERAÇÃO DAS ESTRUTURAS
A recuperação deste tipo de fenômeno patológico - corrosão
de armaduras – é delicada e requer mão-de-obra
especializada. Consiste basicamente de cinco etapas, descritas
a seguir:
1. Determinar a causa do defeito. Somente após eliminá-la,
executar o reparo no concreto, exceto em casos de
emergência.
2. Selecionar um material de qualidade reconhecida,
apropriado para as recuperações em concreto, que possua
características físico-químicas e performances compatíveis
com o projeto original.
3. Escolher o método de aplicação adequado ao material
selecionado acima, objetivando obter seu melhor
desempenho.
RECUPERAÇÃO DAS ESTRUTURAS
4. Preparar corretamente o substrato a ser reparado,
deixando-o livre de concreto solto, óleos, graxas, etc. e
com forma geometricamente simples. No caso de
materiais base mineral (cimento portland), saturá-lo com
água. Já no caso de materiais a base de epóxi, esse
substrato deverá estar seco.
5. Uma aplicação bem executada e uma cura eficiente irão
proporcionar um reparo duradouro, e, na maioria das
vezes, melhor até que a estrutura de concreto original.
RECUPERAÇÃO DAS ESTRUTURAS
4. Preparar corretamente o substrato a ser reparado,
deixando-o livre de concreto solto, óleos, graxas, etc. e
com forma geometricamente simples. No caso de
materiais base mineral (cimento portland), saturá-lo com
água. Já no caso de materiais a base de epóxi, esse
substrato deverá estar seco.
5. Uma aplicação bem executada e uma cura eficiente irão
proporcionar um reparo duradouro, e, na maioria das
vezes, melhor até que a estrutura de concreto original.
PROTEÇÃO CATÓDICA
 Na recuperação de estrutura tradicional, executa-se um tratamento físico
(barreira), procurando-se, com isso, tentar eliminar a entrada de água
para o interior do concreto e por conseqüência, imagina-se que o aço está
protegido.
 Este sistema, na realidade, provoca uma inversão de polaridade, ou seja,
onde era anodo (corrosão) vira catodo, e onde era catodo vira anodo.
PROTEÇÃO CATÓDICA
 A proteção catódica por corrente galvânica leva em consideração que a
corrosão é um processo eletroquímico (oxi-redução), sendo necessário um
outro processo eletroquímico para neutralizá-la.
 A proteção Catódica por corrente galvânica consiste em colocar uma liga
de metais (mais eletronegativa que o aço da construção) interligada por
um fio metálico, fazendo com que o aço da construção se transforme, na
área de influência do anodo, em catodo, e CATODO NUNCA CORRÓI.
PROTEÇÃO CATÓDICA
DESSALINIZAÇÃO E REALCALINIZAÇÃO
DESSALINIZAÇÃO E REALCALINIZAÇÃO
DESSALINIZAÇÃO E REALCALINIZAÇÃO
DESSALINIZAÇÃO E REALCALINIZAÇÃO
DESSALINIZAÇÃO E REALCALINIZAÇÃO

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