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Resumo das Principais Patologias

das Construções
Sumário

1. Fissuras, trincas e rachaduras


2. Manchas
3. Eflorescência
4. Corrosão da armadura de aço
5. Deterioração do concreto armado
6. Deslocamento de rebocos e pisos
7. Recalques estruturais
Fissuras, Trincas e Rachaduras

Figura 01 – Aberturas e suas anomalias

Fissuras

Existem dois tipos de manifestações da fissura em alvenaria, podendo ser geométricos


ou mapeados. As fissuras geométricas (ou isoladas) podem ocorrer tanto nos elementos
da alvenaria - blocos e tijolos - quanto em suas juntas de assentamento. Já as fissuras
mapeadas (também chamadas de disseminadas) podem ser formadas por retração das
argamassas, por excesso de finos no traço ou por excesso de desempenamento.

Figura 02 – Classificação das fissuras em alvenarias

As fissuras podem ocorrer de forma ativa ou passiva, sendo que as ativas ainda podem
ser subdivididas em sazonais ou progressivas. As fissuras ativas são aquelas que têm
variações sensíveis de abertura e fechamento, sendo as sazonais devido às variações de
temperaturas, estas não apresentam riscos reais à estrutura, já a progressiva vai
aumentar de tamanho no decorrer do tempo sendo estas perigosas para a vida útil da
edificação.
Figura 03 – Fissura geométrica

Figura 04 - Fissura mapeada causada por retração de secagem da argamassa

A fissura ser um indício de algum problema estrutural mais grave. Pelo fato de toda
fissura originar uma possível patologia mais grave (trinca e rachadura). Segundo
o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Arquitetura, a fissura não apresenta
nenhum problema estrutural grave para estrutura desde que não que aumente sua
espessura no decorrer do tempo.
Trincas

Quando a abertura ultrapassa a camada do revestimento e podem afetar diretamente


a estrutura interna, por representar a ruptura dos elementos, podem diminuir a
segurança de componentes estruturais de um edifício. Mesmo sendo muito pequena e
quase imperceptível deve ter a causa ou as causas minuciosamente pesquisadas.

Rachaduras

Falha contínua devido à falta de resistência de um determinado material às tensões e


influências internas e externas a ele aplicadas. É o tipo de fissura mais grave e
dependendo do local onde ocorre impossibilita o uso da edificação. São aberturas de
tamanho consideráveis, por onde podem passar luz, vento e água tem como
característica a grande abertura, pronunciada, profunda e acentuada.

Figura 05 – Fissuras, trincas e rachaduras

Principais causas:

• Por movimentações térmicas;


• Por movimentações higroscópicas;
• Por atuação de sobrecargas;
• Deformações excessivas da estrutura;
• Recalques de fundação;
• Retração de produtos à base de cimento;
• Alterações químicas dos materiais de construção;
• Hidratação retardada de cales;
• Ataque por sulfatos;
• Corrosão de armaduras;
• Patologias decorrentes da umidade.
Manchas

A saturação de água nos materiais sujeitos à umidade tem como consequência o


aparecimento de manchas características e posterior deterioração.

Os problemas de umidade podem se manifestar em diversos elementos das edificações


– paredes, pisos, fachadas e elementos de concreto armado. Geralmente eles não estão
relacionados a uma única causa.

Figura 06 – Causas de manchas em uma edificação

Principais causas de umidade em uma edificação

• Trazidas durante a construção


• Trazidas por capilaridade
• Trazidas por chuva
• Resultantes de vazamentos em redes hidráulicas
• Condensação
Figura 07 – Manchas ocasionadas pela capilaridade

Figura 08 – Manchas trazidas por vazamentos hidráulicos


Figura 09 – Manchas ocasionadas pela condensação
Eflorescência

Eflorescências são formações de sais que aparecem sob o aspecto de manchas de cor
branca e que foram transportados pela umidade. Quando situadas entre o reboco e a
parede, as eflorescências forçam um plano capilar, por onde sobe a umidade, que
aumenta a força de repulsão ao reboco. As eflorescências podem alterar a aparência da
superfície e em determinados casos seus sais constituintes podem ser agressivos,
causando desagregação profunda da estrutura.

Figura 10 - Eflorescência na edificação

Causas da eflorescência

• Teor de sais solúveis presentes nos materiais ou componentes

• Presença de água ou umidade

Figura 11 – Origens da umidade nas construções


Corrosão da armadura de aço

A corrosão das armaduras, podem determinar o fissuramento do concreto e até seu


desplacamento fazendo com que sua armadura fique exposta ao ambiente. A corrosão
é frequentemente relacionada à presença de teores críticos de íons de cloreto no
concreto ou no abaixamento do seu pH devido às reações com compostos presentes no
ar atmosférico, especialmente o dióxido de carbono.

Principais causa de corrosão da armadura de aço

• Bicheiras ou brocas devido a erro de lançamento e adensamento do concreto


• Cobrimento insuficiente da armadura
• Destacamento do concreto

Figura 12 – Bicheiras na estrutura de concreto

Figura 13 – Cobrimento insuficiente


Figura 14 – Destacamento do concreto
Deterioração do concreto armado

Esta manifestação patológica é caracterizada sempre que ocorrer uma desintegração do


concreto, devido a perda do caráter aglomerante do cimento, ficando os agregados
soltos pela perda da função da pasta de cimento.

Causas da deterioração do concreto armado

Para toda a causa da deterioração existe um ou mais agentes atuantes que, por meio de
mecanismos de deterioração, interagindo com o concreto e o aço, reduzem assim
gradativamente o desempenho da estrutura (ANDRADE, 2005 apud SANTOS, 2012).

Causas mecânicas

• Choques e impactos (por veículos automotores, por exemplo);


• Recalque diferencial das fundações;
• Acidentes imprevisíveis (inundações, grandes tempestades, explosões e abalos
sísmicos).

Figura 15 – Deterioração do concreto por causas mecânicas

Causas físicas

• Desgastes superficiais podendo ser a abrasão ou erosão


• Retração hidráulica do concreto fresco
• Retração ou dilatação térmica
Figura 16 – Desgaste causado por abrasão

Causas químicas

• Reação álcalis-agregado (RAA)


o Ela pode ser definida como um termo geral utilizado para descrever a reação química
que ocorre internamente em uma estrutura de concreto, envolvendo os hidróxidos
alcalinos provenientes principalmente, do cimento e alguns minerais reativos presentes
no agregado utilizado.
• Presença de cloretos
o Os íons cloreto são um dos agentes mais nocivos para a corrosão das barras de aço, pois
têm a capacidade de despassivar as armaduras mesmo em PH extremamente elevado.
Podem acarretar a corrosão das armaduras de forma bastante agressiva.
• Ataques por sulfato
o Além da ação externa (quando os sulfatos provenientes do meio externo penetram o
concreto por meio de seus poros ou fissuras), os sulfatos podem atacar a estrutura
internamente. Dentre os sulfatos que atacam o concreto, destacam-se o Sulfato de
Sódio (Na2SO4), o Sulfato de Magnésio (MgSO4), Sulfato de Amônia (NH4SO4), Sulfato
de Potássio (K2SO4) e o Sulfato de Cálcio (CaSO4).
Deslocamento de rebocos e pisos

Na construção civil, revestimento é denominado a camada externa que cobre a


alvenaria (camada externa das estruturas das paredes ou piso que se utilizam de cal,
cimento ou gesso). Diante disso, pode-se concluir que um bom revestimento trabalha
com diversas camadas e produtos, que dependem um do outro, para obter um resultado
excelente final. Nas edificações, consideraram-se três tipos de revestimentos:
revestimento de paredes, revestimento de pisos e revestimento de tetos ou forro.

As principais patologias dos processos de revestimentos são:

a) DESTACAMENTOS OU DESCOLAMENTOS: Os destacamentos são caracterizados


pela perda de aderência das placas cerâmicas do substrato, ou da argamassa colante,
quando as tensões surgidas no revestimento cerâmico ultrapassam a capacidade de
aderência das ligações entre a placa cerâmica e argamassa colante e/ou emboco.

Figura 17 – Destacamento

b) GRETAMENTO: O gretamento é uma patologia caracterizada por uma série de


aberturas inferiores a 1 mm localizadas na superfície esmaltada das placas. A expansão
por umidade provoca um aumento nas dimensões das placas cerâmicas, forçando a
dilatação do esmalte, sendo que o esmalte é menos flexível, logo, não consegue
absorver a variação de tamanho da placa originando as fissuras capilares.
Figura 18 – Gretamento
Recalques estruturais

O recalque ou assentamento é o termo utilizado em arquitetura e em engenharia


civil para designar o fenômeno que ocorre quando uma edificação sofre um
rebaixamento devido ao adensamento do solo sob sua fundação.

Recalque é a deformação do solo quando submetido a cargas, provocando


movimentação na fundação que, dependendo da intensidade, pode resultar em sérios
danos à estrutura.

Quando um elemento de fundação se desloca verticalmente, é configurado um recalque


absoluto. A diferença entre os recalques absolutos de dois elementos da fundação é
denominada recalque diferencial.

O recalque é a principal causa de trincas e rachaduras em edificações, principalmente


quando ocorre o recalque diferencial, ou seja, uma parte da obra rebaixa mais que outra
gerando esforços estruturais não previstos e podendo até levar a obra à ruína.

A Torre de Pisa é um exemplo típico de recalque diferencial, a qual permanece de pé


devido às constantes intervenções de especialistas em geotecnia, visando o reforço do
solo em sua base. Outro exemplo bastante citado no Brasil são os prédios na orla da
cidade de Santos.

Figura 19 – Exemplo de problemas na fundação

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