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Trincas em

Edificações
Fissuras e Trincas

Alívio de Tensões
1- Alvenarias
As trincas são, dentre os inúmeros
problemas que afetam as edificações, um
dos que merecem maior atenção, devido a
três aspectos fundamentais:

 o aviso de um eventual colapso da estrutura;


 o comprometimento da obra em serviço
(estanqueidade, isolação acústica etc.);
 o constrangimento psicológico que exercem
sobre os usuários da edificação.
As fissuras, pode-se dizer, são a
expressão de uma nova era da construção:

 Obras conduzidas com velocidades cada vez


maiores;
 Pressão para redução dos custos;
 Má qualidade de alguns componentes e
materiais;
 Edifícios cada vez mais leves, com
componentes estruturais mais esbeltos;
 Falta de cuidados no projeto, escolha dos
materiais e execução.
EDIFÍCIOS ANTIGOS:
grande massa e inércia;
baixas tensões de serviço;
vãos pequenos;
elementos com grande seção transversal.

ERAM MAIS PROTEGIDOS CONTRA: retração,


corrosão, gradientes térmicos, alterações
químicas etc.
EDIFÍCIOS NOVOS:
Pouca massa e inércia;
Altas tensões de serviço;
Vãos grandes;
Elementos com pouca seção transversal.

CONDIÇÕES IDEAIS PARA A FORMAÇÃO


DE FISSURAS
Principais causas das trincas nas
Alvenarias:

Trincas provocadas por recalques diferenciais


nas fundações;
Trincas provocadas por variações de
temperatura;
Trincas provocadas por variações do teor de
umidade dos materiais de construção;
Trincas provocadas pela atuação de
sobrecargas e do carregamento.
1.1- Recalque Diferencial
nas Fundações
Recalque Diferencial nas
Fundações:

Principais Motivos:
Falta de homogeneidade do solo;
Ação de sobrecargas (cargas não
previstas em projeto);
Falta de amarração dos alicerces.
Recalque Diferencial nas
Fundações:

Características:
 Abertura superior da junta de dilatação vertical
do prédio;
 Rachaduras verticais;
 Rachaduras em um só sentido nas janelas do
prédio;
 Rachaduras na alvenaria, devido ao cedimento
da cinta de amarração.
Abertura superior da Rachaduras em um
junta de dilatação só sentido nas
vertical do prédio janelas do prédio
Rachaduras em um só sentido nas janelas
do prédio

cedimento

Contração do solo
Cedimento da cinta de amarração.
1.2- Variações de
Temperatura
As lesões mais comuns, motivadas
pelas Variações de Temperatura, são:
Destacamento entre panos de alvenaria e
estrutura;
Fissuras inclinadas em paredes, provocadas
pela movimentação diferenciada entre pilares
expostos e pilares protegidos, em edifícios muito
altos;
Fissuras horizontais em alvenarias portantes,
provocadas pelas movimentações térmicas da
laje de cobertura;
Fissuras verticais, regularmente espaçadas, em
muros longos.
1.3- Variações do
Teor de Umidade dos
Materiais
As alterações de umidade dos materiais
porosos provocam variações dimensionais
nos elementos da construção:

O aumento da umidade repercute numa


expansão;
A diminuição da umidade repercute numa
contração do material;
A variação volumétrica desenvolve
tensões que provocam a sua fissuração.
Os movimentos provocados pela variação
do teor de umidade podem ser reversíveis,
ou irreversíveis:

 As movimentações irreversíveis ocorrem logo


após a fabricação dos materiais, provocadas
pela perda, ou ganho de água, até que se atinja
o equilíbrio;
 As movimentações reversíveis ocorrem pela
variação do teor de umidade do material ao
longo do tempo;
Trincas horizontais na base das alvenarias, devido à
ascensão de umidade do solo. As fiadas inferiores
expandem-se, cisalhando a parede.
Trincas horizontais na parte superior dos muros não
protegidos, devido à absorção de umidade.
Destacamento entre alvenaria e estrutura, provocado pela
contração da alvenaria, devido à variação do teor de
umidade.
1.4- Atuação de
Sobrecargas
Algumas considerações importantes a
respeito da resistência das alvenarias:
 A resistência da alvenaria é inversamente proporcional à
quantidade de juntas de assentamento;
 Componentes assentados com juntas em amarração,
produzem alvenarias com resistência significativamente
superior;
 As fissuras nas alvenarias começam a surgir muito
antes de serem atingidas as cargas-limite de ruptura;
 A atuação de carregamentos, previstos ou não em
projeto, podem produzir o fissuramento das alvenarias;
 Essas fissuras são, geralmente, verticais. Porém, em
casos muito específicos, podem ser horizontais, por
esmagamento da argamassa de assentamento.
Esmagamento de tijolos por sobrecarga
excessiva
Esmagamento da argamassa de
assentamento – juntas muito espessas
Concentração de tensões que levam à
fissuração no contorno do vão da janela.
Deflexão da viga-suporte maior do que a
deflexão da viga superior

f1 < f2
Deflexão da viga-suporte menor do que a
deflexão da viga superior

f1 > f2
Deflexão da viga-suporte igual a deflexão
da viga superior

f1 = f2
Recalque diferencial entre pilares
Carregamentos desbalanceados

janela
Fissuras em decorrência da viga em
balanço.

platibanda
platibanda

janela
2- Concreto
Segundo levantamentos realizados no RS entre
1977 e 1986, a incidência relativa dos tipos de
fissuras no concreto armado, é a seguinte:

 Movimentação térmica externa (~ 30%);


 Sobrecargas (~ 14%);
 Eletrodutos (~ 14%);
 Retração por secagem (~ 12%);
 Corrosão das armaduras (~ 12%);
 Detalhes construtivos (~ 11%);
 Outros (mov. das fôrmas, fundações etc...) (~ 7%).
2.1- Movimentação
térmica externa:
As movimentações térmicas ocorrem em função
da variação das condições ambientais.

Configurações típicas:

 Vigas:

Trincas verticais eqüidistantes


Configurações típicas:

 lajes:

ou
Configurações típicas:

 Marquises:
Medidas preventivas:

 Correta previsão de juntas de dilatação;


 Projeto adequado em relação à rugosidade e
cor das superfícies;
 Isolamento térmico;
 Cura adequada.
2.2- Sobrecargas:
As sobrecargas ocorrem por erros de projeto, ou
uso inadequado da estrutura do edifício.

Configurações típicas:

 Pilares:
Configurações típicas:
 Vigas:

tração flexão

Cisalhamento torção
Configurações típicas:

 lajes:

flexão
Medidas preventivas:

 Perfeita concepção do projeto;


 Correta avaliação das cargas atuantes;
 Detalhamento cuidadoso da armadura;
 Correta interpretação do projeto estrutural;
 Conferência de fôrmas e armaduras;
 Evitar concentração de cargas elevadas;
 Evitar mudanças no uso da edificação, sem
antes verificar a capacidade suporte da
estrutura.
2.3- Eletrodutos:
As fissuras ocorrem pelo cobrimento inadequado
de concreto às tubulações.
Nascem nas caixas de passagem e seguem em
direção aos pontos de descidas.

Configurações típicas:
Medidas preventivas:

Garantia do cobrimento das tubulações


das instalações elétricas, com o uso de
espaçadores;
Projetos criteriosos, evitando o acúmulo
de eletrodutos em um mesmo setor.
2.4- Retração por
secagem:
Configurações típicas:

Vigas Lajes
Medida preventiva:

Cura criteriosa, mantendo a superfície do


concreto úmida durante o prazo mínimo de:

 7 dias, contados do lançamento, para o cimento


Portland comum e;
 14 dias para o Pozolânico.
2.5- Corrosão das
armaduras:
Podem ocorrer devido a um dos
seguintes fatores:

Cobrimento insuficiente;
Concreto com elevada permeabilidade;
Agentes agressivos;
Fissuras;
Existência de cavernas (bicheiras).
Configurações típicas:

Vigas Lajes Pilares


Medidas preventivas:

 Cobrimento correto das armaduras;


 concreto impermeável, cuidando o fator
água/cimento;
Adensamento criterioso.

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