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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
Apresentação.................................................................................................................................. 5
Introdução.................................................................................................................................... 8
Unidade I
Patologia das Estruturas................................................................................................................ 11
CAPÍTULO 1
Patologia das Estruturas................................................................................................... 11
CapÍtulo 2
Inspeção e diagnóstico de estruturas de concreto.................................................... 20
CapÍtulo 3
Inspeção e diagnóstico de estruturas de concreto: problemas de resistência e
deformação....................................................................................................................... 24
Unidade iI
Estrutura dos poros e mecanismos de transporte no concreto............................................ 31
Capítulo 1
Estrutura dos poros e mecanismos de transporte no concreto............................... 31
Unidade iII
Degradação do concreto – Fatores Físicos.............................................................................. 37
Capitulo 1
Desgaste da superfície, abrasão, erosão e cavitação.................................................. 37
CapÍtulo 2
Fissuração........................................................................................................................... 49
Unidade iV
Degradação das Estruturas de Concreto - Processos Químicos - Parte 1............................ 73
CapÍtulo 1
Ações do meio ambiente.................................................................................................... 73
CapÍtulo 2
Carbonatação, Ação de cloretos, Sulfatos e outros fatores causadores de
patologia............................................................................................................................. 78
CapÍtulo 3
Reação álcali-agregado................................................................................................. 91
Unidade V
Corrosão das Armaduras de Concreto Armado/ Protendido................................................ 95
CapÍtulo 1
Corrosão das armaduras de concreto armado/ protendido.................................. 95
Unidade VI
Técnicas de reabilitação eletroquÍmica..................................................................................... 102
CapÍtulo 1
Dessalinização.................................................................................................................. 103
CapÍtulo 2
Realcalinização................................................................................................................ 110
Referências................................................................................................................................. 121
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
7
Introdução
Reparos e recuperações em estruturas de concreto, que sofrem os problemas de corrosão,
são muito onerosas e podem acarretar transtornos aos seus usuários (RIBEIRO, 2014).
Os custos com intervenções tendem a crescer exponencialmente à medida que se
prorrogam as ações de combate às causas de degradação do concreto (regra de Sitter).
Fica claro que é importante conhecer os meios de degradação do concreto, junto com
seus mecanismos de atuação, a fim de se antecipar aos problemas que estes venham
causar. Caberá aos responsáveis pela construção tomar medidas que mitiguem os
efeitos degratórios e aumentem a durabilidade da construção, de preferência na fase
de projeto.
Objetivos
»» Caracterizar e analisar as principais anomalias e patologias que ocorrem
nas edificações.
8
»» Discutir os principais aspectos de projeto e manutenção para minimizar
ou eliminar futuras ocorrências patológicas.
9
10
Patologia das Unidade I
Estruturas
CAPÍTULO 1
Patologia das Estruturas
11
UNIDADE I │ Patologia das Estruturas
Conceitos fundamentais
Para ser considerado um sintoma patológico, é necessário que ele danifique alguma
das exigências da estrutura, sejam elas as capacidades mecânica, estética ou funcional
(ISAIA, 2005).
12
Patologia das Estruturas │ UNIDADE I
É importante conhecer alguns termos que serão utilizados no momento de estudo das
patologias, como descrito por Isaia (2005):
13
UNIDADE I │ Patologia das Estruturas
durante o projeto
dilatação.
Falhas humanas
durante a utilização Alterações estruturais/Sobrecargas exageradas/Alteração das condições do terreno de fundações.
Ações mecânicas Choque de veículos/Recalque de fundações/Acidentes (ações imprevisíveis).
Ações físicas Variação de temperatura/Insolação/Atuação de água.
Ações químicas
Ações biológicas
Fonte: SOUZA; RIPPER, 2009.
14
Patologia das Estruturas │ UNIDADE I
Projeto de »» Adoção de peças com espessura de cobrimento e relação água/cimento incompatíveis com o meio.
estrutura »» Especificação de materiais componentes do concreto (cimento, agregados, água) em desacordo com as condições de
exposição previstas.
»» Emprego de juntas estruturais sujeitas a infiltrações de água, próximas aos elementos estruturais.
Projeto de »» Recalques e acomodações diferenciais excessivas geradores de fissuras, perda de funcionalidade e, em caso extremo, colapso.
fundações
»» Elaboração de projetos de impermeabilização em conformidade com a atuação da água e a deformabilidade prevista da
estrutura.
Projetos diversos
»» Projeto de revestimentos adaptado às solicitações para prevenção da ocorrência de fissuras, posicionamento de telas metálicas,
juntas de movimentação.
Fonte: ISAIA, 2005.
15
UNIDADE I │ Patologia das Estruturas
Tipos de Patologia
Tabela 4 – Principais tipos de patologia.
16
Patologia das Estruturas │ UNIDADE I
Figura 4 – Lixiviação.
17
UNIDADE I │ Patologia das Estruturas
18
Patologia das Estruturas │ UNIDADE I
19
CapÍtulo 2
Inspeção e diagnóstico de estruturas
de concreto
Introdução
Existindo a patologia em uma estrutura, as fases de inspeção e diagnóstico são necessárias
e fundamentais para que haja uma intervenção ou reabilitação bem-sucedida.
»» anamnese do problema;
a. idade da estrutura;
Anamnese do problema
Segundo Isaia (2005), nesta etapa devem ser estudados os diversos parâmetros que
possam contribuir para que a patologia ocorra. Começa com o levantamento dos
sintomas, das eventuais intervenções de reparo já realizadas, dos locais predominantes
20
Patologia das Estruturas │ UNIDADE I
Aqui é realizado o planejamento para que haja a investigação, que pode envolver a
realização de ensaios, de acordo com o problema. É uma etapa importante, trabalhosa,
que necessita da correta avaliação, para a escolha dos ensaios corretos, de modo que o
diagnóstico certo seja feito.
Caso ocorram falhas nesta etapa, é possível serem escondidas informações importantes
para o correto diagnóstico do problema, são necessários experiência e conhecimento do
profissional para que essas falhas não ocorram, ou que sejam descobertas e o diagnóstico
correto realizado.
21
UNIDADE I │ Patologia das Estruturas
As etapas do diagnóstico
Os procedimentos para inspeção de uma estrutura podem ser tanto um trabalho simples
e fácil de ser realizado quanto um trabalho que necessita de uma investigação mais
complexa, isso dependerá muito do tamanho e da natureza do problema.
22
Patologia das Estruturas │ UNIDADE I
Tabela 5 – Metodologia básica proposta para diagnóstico de patologias em estruturas de concreto armado.
Vistorias e inspeções
23
CapÍtulo 3
Inspeção e diagnóstico de estruturas
de concreto: problemas de resistência
e deformação
Para esses tipos de ensaio, são necessários os locais de retirada e os tipos de testemunhos
que serão retirados da estrutura. Esses últimos, para concretos endurecidos, devem
seguir o que está descrito na NBR 7680. Os tipos de testemunhos estão relacionados
aos tipos de ensaios a serem realizados.
Esses ensaios têm por objetivo avaliar a resistência do concreto (fc), módulo de
deformação, permeabilidade ou absorção de água, determinação de cloretos e sulfatos,
carbonatação, reconstituição do traço do concreto. Logo após a retirada das amostras,
elas deverão ser acondicionadas de maneira cuidadosa, mas isso depende muito das
exigências de cada ensaio.
A preparação dos corpos de prova está contida na NBR 5738. No caso do ensaio
de resistência, o corpo de prova é retirado de forma que seja mantida a relação
altura/diâmetro igual a 2. Se esse fato não for possível, a retirada de corpos de prova
com tais medidas, é necessário adotar a Tabela 6 para conversão dos resultados obtidos.
Caso os valores da relação não estejam mencionados na Tabela 6, deverá ser adotada a
aproximação por interpolação linear com aproximação de centésimos.
24
Patologia das Estruturas │ UNIDADE I
25
UNIDADE I │ Patologia das Estruturas
26
Patologia das Estruturas │ UNIDADE I
Pull-out Test
Este método de ensaio, também chamado de LOK-TEST, é muito utilizado em
países como Estados Unidos e Canadá. Sendo assim, não possui normatização
no Brasil. As diretrizes do ensaio seguem a norma norte-americana ASTM C900.
27
UNIDADE I │ Patologia das Estruturas
Esclerometria
Granato (2002) se refere a este ensaio como sendo uma das técnicas mais
difundidas em todo o mundo para a avaliação da homogeneidade do concreto,
e suas diretrizes obedecem a norma NBR 7584. A avaliação da dureza superficial
pelo esclerômetro de reflexão, que consiste fundamentalmente em uma
massa-martelo que, impulsionada por uma mola, se choca por meio de uma
haste com ponta em forma de calota esférica com a área de ensaio, parte da
energia é conservada elasticamente, propiciando, ao fim do impacto, retorno do
martelo.
28
Patologia das Estruturas │ UNIDADE I
Granato (2002) cita alguns fatores que podem influenciar nos resultados de ensaio,
além da umidade e da possibilidade de a superfície estar carbonatada:
29
UNIDADE I │ Patologia das Estruturas
A NBR 7584 diz ainda que diferentes tipos de agregados podem fornecer concretos de
mesma resistência, porém com diferentes índices esclerométricos, sendo que, para o
caso de agregados leves e pesados, esta variação é ainda maior (GONÇALVES, 2015 ).
Deformação estrutural
30
Estrutura
dos poros e
mecanismos de Unidade iI
transporte no
concreto
Capítulo 1
Estrutura dos poros e mecanismos de
transporte no concreto
31
UNIDADE II │ Estrutura dos poros e mecanismos de transporte no concreto
Poros e vazios são a conexão entre o interior do concreto com o meio. Eles são
extremamente importantes no processo de transporte de gases, água e substâncias
32
Estrutura dos poros e mecanismos de transporte no concreto │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ Estrutura dos poros e mecanismos de transporte no concreto
Mecanismo de Transporte
Os principais mecanismos de transporte de líquidos e gases que têm grande influência
sobre o fenômeno da corrosão são: permeabilidade, absorção capilar, difusão e migração
iônica.
Permeabilidade
Absorção capilar
A tensão superficial do líquido que penetra nos poros ocasiona o surgimento de forças
capilares que provoca a ascensão do líquido por meio dos poros. A intensidade das
forças capilares depende das características do líquido (viscosidade, densidade e tensão
superficial), das características do sólido poroso (raio, tortuosidade e continuidade dos
poros), da energia superficial e do conteúdo de umidade.
Difusão
Esse fenômeno ocorre tanto para substâncias presentes em meio líquido quanto para
aquelas em meio gasoso. Assim, os dois principais agentes agressivos que comprometem
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Estrutura dos poros e mecanismos de transporte no concreto │ UNIDADE II
as armaduras do concreto, os íons cloreto e o CO2, têm a sua penetração controlada por
esse fenômeno. Além disso, a penetração do oxigênio, substância essencial ao progresso
do processo catódico no concreto, também se dá por difusão.
Migração Iônica
Distribuição Acumulada
(q=0,21=>q+0,31)
(AG=>AF)
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UNIDADE II │ Estrutura dos poros e mecanismos de transporte no concreto
(MF=>MG)
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Degradação
do concreto – Unidade iII
Fatores Físicos
Capitulo 1
Desgaste da superfície, abrasão,
erosão e cavitação
Introdução
O conhecimento aprofundado das causas de deterioração do concreto é de suma
importância, visto que possibilitará identificar e, dessa forma, evitar as possíveis causas
de degradação do concreto, que podem ser de origem química, por conta das reações de
troca entre um fluido agressivo e componentes da pasta de cimento endurecida, reações
envolvendo hidrólise e lixiviação dos componentes da pasta de cimento endurecida e
reações envolvendo formação de produtos expansivos, ou de origem física.
Desgaste da superfície
Os concretos podem ser submetidos a ações de desgaste em muitas circunstâncias,
essas ações podem ocorrer devido à abrasão, à erosão e à cavitação. O desgaste consiste
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UNIDADE III │ Degradação do concreto – Fatores Físicos
Abrasão
De acordo com Thomas et al. (2016), a resistência à abrasão do concreto pode ser definida
como a sua capacidade em resistir ao desgaste por fricção. A ação abrasiva pode ocorrer
em virtude da atuação de diversos agentes, sendo os agentes mais comuns o ar e a água
que carregam partículas provocando o desgaste (SOUZA, 2009). A abrasão é referente
ao atrito seco, ocorrendo a perda gradual e continuada da argamassa superficial e
de agregados em uma determinada área, sendo bastante comum esse desgaste em
pavimentos e pisos quando provocado pelo tráfego de veículos (VILASBOAS, 2004).
Segundo Neville (2015), os desgastes aos quais as superfícies do concreto estão sujeitas
podem ocorrer devido ao atrito por arraste, por raspagem ou por impactos, e são
descritos por Rizzi et al. (2015) como sendo o decremento de massa e de profundidade
do material, resultando em uma redução da sua resistência às cargas. Segundo Simioli
38
Degradação do concreto – Fatores Físicos │ UNIDADE III
Neville (2015) afirma, ainda, que não é fácil avaliar a resistência à abrasão do concreto,
pois o processo de deterioração varia em função da causa do desgaste e nenhum ensaio
é satisfatório na avaliação para as diversas condições. Ensaios de atrito como rolamento
de esferas, coroas de desbaste ou jatos de areia podem ser adequados para diferentes
casos. Além disso, Rizzi et al. (2015) afirmam que os métodos de ensaio para avaliação
da resistência ao desgaste superficial do concreto nem sempre são adequados, dada a
dificuldade em simular as condições reais de operação em laboratório.
Alguns dos ensaios existentes para avaliar a resistência ao desgaste são prescritos
pela American Society for Testing and Materials (ASTM), são eles: ASTM C 418-12,
ASTM C 779-12 e ASTM C 944-99. Esses ensaios buscam simular as formas de abrasão
observadas na realidade, sendo difícil, na prática, garantir que os resultados realmente
representam a resistência comparativa do concreto a um determinado tipo de desgaste
(NEVILLE, 1997, 2015). Horszczaruk (2008) afirma que o principal problema desses
procedimentos, ao avaliar concretos com elevada resistência, é o tempo de duração do
ensaio, que deve ser prolongado para permitir um desgaste considerável do corpo de
prova.
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UNIDADE III │ Degradação do concreto – Fatores Físicos
ensaios prescritos pela ASTM C 779-12 são válidos para a determinação da resistência
do concreto ao trânsito intenso de pessoas e de veículos, bem como veículos com esteira
e pneus com correntes. Em corpos de prova que são pequenos para os ensaios ASTM C
418-12 e ASTM C 779-12, é indicado utilizar o ensaio da ASTM C 944-99. A ASTM C 944-
99 permite determinar a perda de massa, como também a profundidade do desgaste.
Nesse ensaio, duas coroas de desbaste montadas em uma furadeira de bancada são
aplicadas, com uma carga determinada, à superfície do concreto, e a perda de massa é
determinada (NEVILLE, 2015).
Neville (2015) apresenta resultados de três ensaios da ASTM C 779-12 para diferentes
concretos, mas, devido às condições arbitrárias dos métodos, os valores obtidos não
são quantitativamente comparáveis. Contudo, verificou-se, em todos os casos, que
a resistência à abrasão é proporcional à resistência à compressão dos concretos. A
resistência à compressão tem mostrado ser uma importante característica que influencia
na resistência à abrasão do concreto, nem todas as misturas utilizadas para melhorar
sua resistência à compressão aumentam sua resistência à abrasão (RIZZI et al., 2015).
Erosão
A erosão do concreto ocorre geralmente em virtude da ação das partículas sólidas
(materiais abrasivos), como pedras, areias, cascalhos, que são carregados pela água ou
pelo ar em movimento (AGUIAR; BAPTISTA, 2011). De acordo com Leonardo (2002), os
materiais abrasivos são aqueles que, por serem mais duros, são capazes de arrancar, por
fricção, as partículas de outros corpos. Esses detritos transportados pelos fluxos d’água
variam desde seus tipos até suas durezas (AGUIAR; BAPTISTA, 2011). Assim, a erosão
é caracterizada pelo desgaste causado pela ação de fluidos contendo partículas sólidas
em suspensão, ou seja, os fluidos em movimento atuam sobre a superfície do concreto,
mediante ações de colisão, escorregamento ou rolagem das partículas, provocando o
desgaste superficial do concreto. A erosão pode ser observada em revestimento de canais,
vertedouros e tubulações para o transporte de água ou esgoto (VILASBOAS, 2004).
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Degradação do concreto – Fatores Físicos │ UNIDADE III
Um ensaio de jato abrasivo é utilizado para verificar a tendência à erosão por sólidos
em suspensão em água corrente. Nesse ensaio, 2.000 peças de aço de 850 mm são
projetadas com pressão de ar de 0,62 MPa de um bico com 6,3 mm de diâmetro sobre
uma amostra de concreto à distância de 102 mm (NEVILLE, 1997). De acordo com
Neville (2015), a resistência à abrasão pelos sólidos transportados pela água pode ser
determinada pelo ensaio ASTM C 1138-97. Nesse ensaio, o comportamento do fluido
em redemoinho contendo partículas em suspensão é simulado por movimento rápido
de esferas de aço de diversos tamanhos em um tanque de água. A água no recipiente
é circulada pela imersão da pá de agitação que é alimentada por uma prensa de
perfuração girando a uma velocidade de 1.200 rpm. Essa água circulante, por sua vez,
move as cargas abrasivas na superfície do concreto, produzindo os efeitos da erosão. O
teste padrão consiste em seis períodos de teste de 12 horas para um total de 72 horas,
e a profundidade do desgaste da superfície do concreto é tomada como uma medida
comparativa (KUMAR; SHARMA, 2014).
Momber e Kovacevic (1994, 1995) estudaram a erosão por meio da avaliação da perda
média de massa do concreto quando exposto a um jato de água em alta velocidade. O
trabalho indica que a velocidade do fluxo de água e o tempo de exposição do concreto ao
fluxo são importantes parâmetros na avaliação do processo erosivo (RIZZI et al., 2015).
Os estudos sobre a falha do concreto devido à ação erosiva apontam que são processos
localizados e que propriedades do concreto, como dureza e distribuição das inclusões,
têm maior influência na resistência à erosão do que as propriedades macroscópicas do
material, como resistência à compressão e à tração (MOMBER; KOVACEVIC, 1994).
Dessa forma, percebe-se que, embora as propriedades do concreto não expressem
exatas informações sobre a sua resistência à erosão, elas são boas medidas para
correlacionar o desgaste abrasivo, devendo não somente as propriedades de resistência
macroscópica serem consideradas, mas também as estruturas do material, sobretudo
41
UNIDADE III │ Degradação do concreto – Fatores Físicos
inclusões, devem ser analisadas (RIZZI et al., 2015). Em geral, os princípios de projeto
de concreto resistente à erosão por abrasão seguem várias etapas, são elas: seleção de
agregados com maior resistência e dureza; menor relação água/cimento; aumento do
volume de agregado graúdo; e adição de materiais cimentícios suplementares ou fibras
(CAI et al., 2016).
Cavitação
Segundo Neville (1997), o concreto pode resistir a uma corrente firme, tangencial de
água, mas a corrente com cavitação pode ocasionar rapidamente uma deterioração
severa. A cavitação é outro tipo de desgaste que pode ocorrer em estruturas de concreto,
sobretudo nas hidráulicas. Ela consiste na formação de pequenas cavidades pela ação
de águas correntes, resultando em vazios que se formam e desaparecem quando a água
está se movimentando em velocidade elevada, ou seja, se relaciona à perda de massa
pela formação de bolhas de vapor e sua subsequente ruptura devido às mudanças
repentinas da direção das águas que fluem em alta velocidade (VILASBOAS, 2004).
Pela cavitação as bolhas de vapor se formam quando há quedas localizadas de pressão,
valores que são abaixo da pressão de vapor, temperatura ambiente. Essas bolhas podem
ser grandes e, depois, fragmentarem-se, ou um aglomerado de pequenas bolhas, sendo
os aglomerados de pequenas bolhas em turbilhões que causam maior dano, pois elas
entram na correnteza e, estando em área de alta pressão, desfazem-se com grande
impacto. Quando as bolhas se desfazem, a água entra com grande velocidade em áreas
antes ocupadas pelo vapor, surgindo altíssimas pressões em pequenas áreas durante
intervalos de tempo muito pequenos. A repetição desse fenômeno sobre as mesmas
partes do concreto resulta no aparecimento de escarificações (NEVILLE, 1997).
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Degradação do concreto – Fatores Físicos │ UNIDADE III
De acordo com Neville (1997), a deterioração por cavitação geralmente não evolui
uniformemente, o fato de a cavitação não ser uniforme é que ocasiona a aparência da
superfície irregular, com cavidades. As cavidades variam de tamanho e profundidade,
sendo encontradas enormes crateras, com grande risco de colapso da estrutura,
requerendo muitas vezes intervenções urgentes para restabelecer a estabilidade do
local (AGUIAR; BAPTISTA, 2011). O processo de desgaste é progressivo, tanto a jusante
quanto a montante do ponto inicial de cavitação e os danos podem se desenvolver muito
rapidamente depois de iniciado o processo. Em muitos casos, a simples substituição
43
UNIDADE III │ Degradação do concreto – Fatores Físicos
Dalfré Filho (2005) afirma que existem diferentes equipamentos e critérios para
ensaios com a finalidade de avaliar a cavitação, contudo não existe uma padronização
de ensaios. Existe uma extensa bibliografia sobre o problema da erosão por cavitação na
área mecânica, com estudos sistemáticos em materiais, porém não há uma normalização
do equipamento de ensaio para a cavitação e poucos dados existem quando se quer
conhecer a resistência dos concretos especiais para uso nas estruturas hidráulicas
(DALFRÉ FILHO; GENOVEZ, 2004). Segundo Kormann (2002), a cavitação é
considerada um dos fenômeno dos mais complexos, seja pelo seu entendimento, seja
pelos diversos parâmetros que a influenciam, seja pela grande dificuldade de fazer sua
simulação em laboratório. Dalfré Filho (2002, 2005) desenvolveu um equipamento tipo
jato cavitante que utiliza uma bomba de deslocamento direto. Os ensaios realizados
com esse equipamento mostraram-se adequados à análise da resistência à cavitação
em concretos.
Lixiviação
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Degradação do concreto – Fatores Físicos │ UNIDADE III
Outras patologias
45
UNIDADE III │ Degradação do concreto – Fatores Físicos
Desaprumo em Pilar
46
Degradação do concreto – Fatores Físicos │ UNIDADE III
Embarrigamento de Viga
Figura 26 - Embarrigamento de Viga.
Segregação do Concreto
»» É a segregação do concreto fresco de tal forma que a sua distribuição
deixa de ser uniforme, comprometendo sua compactação, essencial
para atingir o potencial máximo de resistência e durabilidade.
Principais causas:
»» Consistência inadequada.
47
UNIDADE III │ Degradação do concreto – Fatores Físicos
48
CapÍtulo 2
Fissuração
Fissuração
Figura 29 - Fissuras.
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UNIDADE III │ Degradação do concreto – Fatores Físicos
A abertura máxima característica das fissuras, desde que não exceda valores da
ordem de 0,2 a 0,4 mm sob ação das combinações frequentes, não tem importância
significativa na corrosão das armaduras passivas. Como para as armaduras ativas existe
a possibilidade de corrosão sob tensão, esses limites devem ser mais restritos e função
direta da agressividade do ambiente, dada pela classe de agressividade ambiental.
A deterioração física por fissuração pode ocorrer por mudanças de volume (gradientes
de temperatura e umidade, e pressões de cristalização de sais nos poros), carregamento
estrutural (sobrecarga e impacto, e carga cíclica) e exposição a extremos de temperatura
(ação do gelo-degelo e fogo) (VILASBOAS, 2004).
50
Degradação do concreto – Fatores Físicos │ UNIDADE III
Figura 31.
Mudança de volume
A seguir, são apresentadas duas causas físicas que ocasionam mudanças de volume
nas estruturas de concreto, são elas: variações da temperatura e umidade, não só as
ambientais (as que solicitam igualmente as várias peças de uma estrutura), mas, também,
e principalmente, as que geram gradientes térmicos; e a pressão de cristalização dos
sais nos poros.
51
UNIDADE III │ Degradação do concreto – Fatores Físicos
A retração por carbonatação é provocada pela reação do CO2 com os produtos hidratados,
que, além de neutralizar a natureza cristalina da pasta de cimento hidratado, causa a
sua retração. Quando o CO2 é fixado pela pasta de cimento, a massa dele aumenta.
Consequentemente, também aumenta a massa do concreto. A retração deve-se,
provavelmente, à dissolução dos cristais de Ca(OH)2 enquanto sujeito a tensões de
52
Degradação do concreto – Fatores Físicos │ UNIDADE III
compressão e à deposição de CaCO3 nos locais livres de tensão. Por esse motivo, a
compressibilidade da pasta de cimento é aumentada temporariamente. A retração por
origem térmica é devida ao calor gerado durante a hidratação do cimento Portland,
que causa tensões térmicas que tracionam o concreto na fase de resfriamento. Esses
problemas ocorrem principalmente em estruturas massivas, em que o esfriamento à
temperatura ambiente pode levar à fissuração (HASPARYK et al., 2005).
Figura 32.
53
UNIDADE III │ Degradação do concreto – Fatores Físicos
Além da ação devido à temperatura, outro tipo de desgaste físico (sem envolver ataque
químico ao cimento) é o da cristalização de sulfatos, cloretos, nitratos e similares nos
poros do concreto por causa da formação de tensões internas. Essa cristalização se
dá sob certas condições ambientais em que se verifica o umedecimento da estrutura
com solução salina, seguido pela evaporação da água e depósito dos sais nos poros.
Esse efeito pode causar fissuração, descamamento e lascamento da estrutura em
razão de elevadas pressões produzidas pela cristalização de sais a partir de soluções
supersaturadas (RIBEIRO, 2010).
54
Degradação do concreto – Fatores Físicos │ UNIDADE III
Na literatura, os termos descamamento por sal, desagregação por sal e ataque por
hidratação de sal têm sido usados para descrever a manifestação física desse fenômeno
físico que é observado na alvenaria e no concreto poroso exposto a sais hidratáveis, como
sulfato de sódio (Figura 33 a) e carbonato de sódio (Figura 33 b). Como consequência
dos numerosos ciclos de variações de umidade e temperatura do ambiente, ocorre uma
deterioração progressiva na superfície do concreto.
Figura 33 - Descamamento por sal em prismas de argamassa parcialmente submersos em soluções de (a) sulfato
Segundo estudo realizado por Gonçalves e Brito (2016), a pressão de cristalização dos
sais é um dos tipos de deterioração mais severos, mais frequentes e mais complexos
em materiais porosos, incluindo pedras naturais, cerâmicas e argamassas. Os autores
concluíram que, quando as argamassas têm 5% de sal, a sua expansão térmica será 25%
maior do que quando elas estão livres de sal. Os resultados foram obtidos mediante
ciclos de contaminação/secagem com NaCl ou Na2SO4 e determinaram a distribuição
do sal dividindo as argamassas em “fatias” e medindo-se o teor de umidade higroscópica
de cada “fatia”.
Em outro estudo realizado por Rahman e Bassuoni (2014), com elementos de concreto
sujeitos a ataques físicos de sulfato de taumasita (TSA), e ensaios acelerados, baseados
em sulfato de sódio, verificou-se que a deterioração de misturas de concreto foi
principalmente em razão da cristalização de sais dos poros dentro das porções de secagem
dos cilindros de concreto. As análises térmicas, mineralógicas e microestruturais
revelaram a abundância de deposições de sal na porção de secagem, com ocorrência
limitada de etringita e gesso nas porções de secagem e imersão das amostras.
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UNIDADE III │ Degradação do concreto – Fatores Físicos
Carga Estrutural
Sobrecarga e Impacto
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Degradação do concreto – Fatores Físicos │ UNIDADE III
Conforme Hansen (1968 apud Neville, 1997), o número total de fissuras existentes
é determinado pelas dimensões da peça de concreto e a distância entre as fissuras
depende do tamanho máximo do agregado.
Teixeira e Gonçalves (2003 apud Isaia, 2005) inspecionaram 200 pontes da malha
viária estadual do Piauí, em que foram constatados problemas diversos de corrosão de
armaduras, desgastes nos aparelhos de apoio, desgaste por erosão dos elementos de
fundação, infiltrações pelas juntas e fissuras em lajes. Grande parte dessas manifestações
patológicas originou-se pelo excesso de carga e pela falta de manutenção apropriada
(ISAIA, 2005).
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UNIDADE III │ Degradação do concreto – Fatores Físicos
Cargas Cíclicas
58
Degradação do concreto – Fatores Físicos │ UNIDADE III
Segundo Forrest (1970 apud GONÇALVES, 2003), a fissuração por solicitação cíclica
do concreto pode ser evitada limitando-se a tensão máxima para metade da tensão
estática requerida para produzir fissuração.
59
UNIDADE III │ Degradação do concreto – Fatores Físicos
Ação do fogo
A ação do fogo sobre o concreto pode ter vários efeitos deletérios, físicos e químicos.
Podendo expandir a pasta de cimento, pelo aumento de temperatura, e também retrair
por perda de água de constituição. Essa retração logo supera a expansão e diz-se que o
material retrai (PETRUCCI, 2005).
60
Degradação do concreto – Fatores Físicos │ UNIDADE III
61
UNIDADE III │ Degradação do concreto – Fatores Físicos
O Tempo Requerido de Resistência ao Fogo pode ser definido como o tempo mínimo
(em minutos) de resistência ao fogo que um elemento construtivo, quando sujeito
ao incêndio, deve resistir (NBR 15200:2012). A NBR 14432:2001 indica os tempos
requeridos de resistência ao fogo (TRRF) que devem ser respeitados pelas edificações
brasileiras, estes independem do material estrutural utilizado.
O incêndio possui uma fase chamada de Combustão Viva, que acontece quando ocorre
uma elevação brusca da temperatura com a propagação descontrolada das chamas
chegando a ponto de irreversibilidade do incêndio (1250-1300 ºC). É o ponto de
inflamação generalizada conhecida como flash over. Nessa fase, ocorrem os efeitos mais
danosos ao concreto, os quais se agravam em função da duração do fogo. No entanto,
Morales, Campos e Faganello (2011) afirmam que a perda de resistência mecânica
já ocorre a temperaturas acima de 300 ºC e o resfriamento brusco da temperatura é
responsável pelas maiores perdas de resistências.
62
Degradação do concreto – Fatores Físicos │ UNIDADE III
da temperatura.
Fonte: CALLISTER JR; RETHWISCH, 2014. Fonte: CALLISTER JR; RETHWISCH, 2014.
63
UNIDADE III │ Degradação do concreto – Fatores Físicos
Powers (1958 apud MEHTA; MONTEIRO, 2008) constatou que, quando a água começa
a congelar em um vazio capilar, requer uma dilatação desse vazio de 9% do volume de
água congelada ou força a saída da água dos poros ou, ainda, ocorrem os dois fenômenos
de forma combinada. Nesse processo, uma pressão hidráulica é gerada e vai depender da
distância de uma fronteira de escape, da permeabilidade do material e da taxa de formação
do gelo. Pelos experimentos feitos por Powers (1958), constatou-se que a pressão de
ruptura se dá em uma amostra saturada da pasta. Em concretos com ar incorporado, a
tendência é diminuir essa pressão, pois criam-se fronteiras de escape. As bolhas deixam
espaços para a formação do gelo. Ilustrações desse acontecimento estão na Figura 39.
64
Degradação do concreto – Fatores Físicos │ UNIDADE III
Powers (1958 apud MEHTA; MONTEIRO, 2008) também propôs que, além da pressão
hidráulica causada pelo congelamento da água nas grandes cavidades, pode ocorrer
uma pressão osmótica resultante do congelamento parcial das soluções nos capilares
que pode ser prejudicial à pasta de cimento. Como a água nos capilares não é pura
e estes contêm substâncias solúveis, tais como álcalis, cloreto e hidróxido de cálcio,
essas substâncias também congelam, mas com temperaturas abaixo do congelamento
da água. Entretanto, quanto mais sais presentes nessas soluções, mais tarde
congelam-se essas substâncias.
Uma vez que o concreto possui várias fases, outras propriedades podem tornar seu
desempenho limitante, em muitos casos, a durabilidade e a impermeabilidade podem
ser mais importantes que a resistência à compressão, mesmo esse sendo um indicador
de qualidade. A resistência do concreto está muito ligada à porosidade dos materiais
e à porosidade da matriz do cimento, da zona de transição entre a matriz e o agregado
(NEVILLE, 1997).
Estudos realizados por Amorim Júnior e Ribeiro (2015), no qual o Fator de Controle
utilizado na pesquisa foi a incorporação de ar, concluíram que, para estruturas submetidas
à ciclagem gelo-degelo, a resistência mecânica do concreto não é tão importante, já
65
UNIDADE III │ Degradação do concreto – Fatores Físicos
A adição de pozolanas foi testada em pesquisas realizadas por Amorim Júnior et al.
(2016), observando que os concretos estudados obtiveram maior resistência mecânica e
maior durabilidade aos ciclos de gelo-degelo. As perdas de rigidez de peças de concreto
causadas pelo surgimento de trincas internas de fadiga levam a uma diminuição do
tamanho dos poros capilares, diminuindo a absorção. Nesse mesmo estudo, a adição
de sílica ativa em teor de 15% se mostrou mais eficiente em relação às tensões de
expansão da água, apresentando maior fator de durabilidade, não sofrendo perda de
rigidez ou desgaste físico se comparado a todas as outras misturas (AMORIM JÚNIOR
et al., 2016).
66
Degradação do concreto – Fatores Físicos │ UNIDADE III
Figura 40 - Fases.
67
UNIDADE III │ Degradação do concreto – Fatores Físicos
2. Compressão
3. Flexão
68
Degradação do concreto – Fatores Físicos │ UNIDADE III
1. Força Cortante
69
UNIDADE III │ Degradação do concreto – Fatores Físicos
Infiltrações
Talvez os danos por umidade e infiltrações sejam os mais comuns em edificações nos dias
de hoje. A má execução dos projetos, a falta de preparo dos profissionais e o descaso com
os fatores naturais são, sem dúvidas, as principais causas desses problemas. Apesar de
serem danos primários, eles podem acarretar problemas maiores em uma construção.
A infiltração, por exemplo, pode resultar em uma corrosão séria da estrutura e do
“esqueleto” da edificação.
As infiltrações são os danos mais comuns nas construções e podem ser encontradas nas
mais variadas edificações.
Figura 48 - Infiltração grave, onde a armadura está exposta e sujeita aos fatores ambientais
70
Degradação do concreto – Fatores Físicos │ UNIDADE III
Figura 50 - As rachaduras colaboram para as infiltrações, pois nesses casos com a gravidade as águas que
Figura 51 - Infiltração em um estado mais avançado, em que a água encontra-se percolada em um ponto
crítico de infiltração.
71
UNIDADE III │ Degradação do concreto – Fatores Físicos
<http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=22&Cod=1312>
72
Degradação
das Estruturas
de Concreto Unidade iV
- Processos
Químicos - Parte 1
CapÍtulo 1
Ações do meio ambiente
Introdução
73
UNIDADE IV │ Degradação das Estruturas de Concreto - Processos Químicos - Parte 1
Ambiente Rural
Ambiente Urbano
Ambiente Viciado
O ambiente viciado é considerado uma região fechada, ou seja, com baixa taxa
de renovação de ar. Dentro desse local pode existir um aumento da concentração e
geração de gases e líquidos agressivos ao concreto armado. Esse tipo de atmosfera é
frequentemente encontrada em tubulações (manilhas de concreto) de esgotamento
sanitário, onde a degradação pela ação dos gases derivados do enxofre se tornam mais
presentes. Esse ataque acontece tanto na matriz hidratada do cimento, quanto nas
armaduras, formando, por exemplo, o sulfato de cálcio (reação expansiva) e o ácido
sulfúrico.
74
Degradação das Estruturas de Concreto - Processos Químicos - Parte 1 │ UNIDADE IV
Ambiente Marinho
Figura 52 - Apresentação das distintas regiões (zonas) de agressividade às estruturas de concreto armado.
(a) (b)
Fonte: (a) (adaptado de DURACRETE, 199, apud LIMA, 2005), (b) (adaptado de MEHTA, 1980).
75
UNIDADE IV │ Degradação das Estruturas de Concreto - Processos Químicos - Parte 1
Ambiente Industrial
Lapa (2008) afirma que o concreto em contato com ácidos em altas concentrações não
é habitual, entretanto a ação de chuvas ácidas nos grandes centros industriais é mais
frequente, pois os ácidos aumentam a porosidade do concreto e transformam a pasta
de cimento endurecida. Segundo Corsini (2013), em áreas industriais, os principais
agentes de agressividade são a fuligem, o SO2, o CO2, juntamente com os cloretos, além
da presença de nitratos, sulfetos hidróxidos e de amônio, produzidos pelos próprios
processos industriais. Devido a essa soma de agentes agressivos, as estruturas de
concreto de refinarias próximas ao litoral são mais suscetíveis ao processo de corrosão.
Corsini (2013, p. 38) também afirma que:
Conforme Ribeiro et al. (2014), soluções ácidas que, na presença de umidade levam
à redução da alcalinidade do concreto, podem ser encontradas tanto nas águas
contaminadas por dejetos industriais, quanto na atmosfera industrial, que contém gases
nocivos ao concreto, pelo mesmo fator que as soluções ácidas. Esse mesmo autor cita,
ainda, que os teores de dióxido de enxofre (SO2), na presença de umidade, podem gerar
o ácido sulfúrico (H2SO4) em grandes centros urbanos, como em São Paulo, podem
variar entre 0,1 e 1,0 ppm, e são originados quando, por exemplo, a indústria química
76
Degradação das Estruturas de Concreto - Processos Químicos - Parte 1 │ UNIDADE IV
e os efluentes de fornos utilizam combustíveis com alto teor de enxofre. Portanto, a fim
de apresentar a corrosão relativa em função das diversas atmosferas a que as estruturas
de concreto armado podem estar submetidas, Santos (2006 apud RIBEIRO, 2010)
ilustrou esse tópico a partir da Tabela 7.
Tabela 7 - Corrosão relativa em função das diversas atmosferas a que as estruturas de concreto armado podem
ser submetidas.
As cidades industriais, com elevado índice de poluição, como, por exemplo, Cubatão
(SP) e Camaçari (BA). A primeira foi a primeira cidade do país a se industrializar e
símbolo da transformação do Brasil rural em industrial, na década de 50. Considerada
por alguns como o “Vale da Morte”, pois, em 1983, as emissões de material particulado
no polo industrial chegavam a 363 mil toneladas/ano, quase mil toneladas/dia (PIRES,
2012). Atualmente, Cubatão é vista como exemplo de planejamento e consciência
socioambiental, devido à implantação de um plano de recuperação ambiental.
A segunda, Camaçari (BA), possui o maior complexo integrado do Hemisfério Sul. O Polo
Industrial de Camaçari está em operação desde 1978 e abrange áreas dos municípios
de Camaçari, Dias D’Ávila e Simões Filho. Nele, estão instaladas indústrias que atuam
nos setores da petroquímica, química fina, metalurgia, celulose, cervejaria, plásticos,
fertilizantes, serviços, indústria automotiva e de pesticidas, entre outros (COFIC, 2017).
77
CapÍtulo 2
Carbonatação, Ação de cloretos,
Sulfatos e outros fatores causadores de
patologia
Ações de carbonatação
A alcalinidade do concreto é alcançada principalmente pela presença de compostos
alcalinos hidratados e, notadamente, do hidróxido de cálcio (Ca(OH)2), liberado das
reações ocorridas no cimento. A ação do dióxido de carbono (CO2), conhecido como
gás carbônico, atrelado às altas taxas de umidade, ocasiona o processo de carbonatação
do concreto. Pelo fato do concreto ser um material poroso, o CO2 (presente no ar)
penetra facilmente mediante os poros deste, atingindo o seu interior. Com isso,
acontece a reação do CO2 com o Ca(OH)2, provocando a carbonatação, segundo a
reação principal:
Segundo Ribeiro et al. (2014), o carbonato de cálcio (CaCO3) não deteriora o concreto,
porém, durante a sua formação, consome os álcalis da pasta e reduz o pH. Os gases
atmosféricos que podem ocasionar a redução do pH são o SO2 (dióxido de enxofre) e o
H2S (gás sulfídrico), além do próprio CO2, que, por ser o mais frequente, denomina o
processo de carbonatação. O pH da solução de equilíbrio, que originalmente é de 12,5,
passa para um valor menor que 9, sendo capaz de despassivar a armadura e possibilitar
sua corrosão.
78
Degradação das Estruturas de Concreto - Processos Químicos - Parte 1 │ UNIDADE IV
Concreto de boa qualidade Dióxido de carbono entra, pH O pH do ambiente em torno da A expansão voluntária da corrosão
(pH=14/14) aço encontra-se começa a diminuir. O aço ainda armadura diminui abaixo de 9,5. causa trincas e desplacamentos.
passivado não é afetado. Começa a corrosão.
Fonte: RODRIGUES, 1998, p. 32.
Nas condições de exposição, quanto maior a concentração de CO2, maior será a velocidade
de carbonatação, principalmente em concretos com elevada relação água/cimento (a/c) e
elevada porosidade. Essa concentração varia em função do ambiente, onde a criticidade
maior ocorre nos ambientes de polo industrial (FIGUEIREDO, 2005).
79
UNIDADE IV │ Degradação das Estruturas de Concreto - Processos Químicos - Parte 1
poroso, o CO2 penetra pelos poros, porém, se estes estiverem secos, a carbonatação
não ocorrerá pela falta de água. Nos poros totalmente preenchidos com água, por sua
vez, a carbonatação também quase não ocorre, em função da baixa difusibilidade do
CO2 na água. Contudo, se os poros estiverem parcialmente preenchidos com água, a
carbonatação avançará até onde existir condição favorável (Figura 54).
Figura 54 - Representação esquemática de carbonatação parcial do concreto com poros parcialmente com
Concreto
Xc
Poros
Ar (+CO2)
Filmes d’ água
A umidade tem impacto direto na saturação dos poros do concreto e, por conseguinte,
na difusão do CO2. Com isso, a velocidade de carbonatação sofre influência da umidade
relativa do ar ao qual o concreto está submetido, por meio do processo de saturação,
conforme explicado anteriormente. No tocante à temperatura, em condições normais, a
variação da velocidade de carbonatação não é significativa (FIGUEIREDO, 2005).
“Quanto maior o tempo de cura e mais eficiente for o método de cura empregado, maior
será o grau de hidratação do cimento, menor será a porosidade e a permeabilidade e,
por consequência, menor será a carbonatação” (FIGUEIREDO, 2005). A cura influencia
bastante na velocidade de carbonatação, em que, segundo Silva (1995), a cura mal feita
gera fissuras e facilita a entrada de CO2, aumentando, dessa maneira, a profundidade
de carbonatação.
80
Degradação das Estruturas de Concreto - Processos Químicos - Parte 1 │ UNIDADE IV
3. Reação Química
4. Difusão de OH-
Por fim, nas medidas de combate, concretos com menores relações a/c resultam em
menor porosidade, contribuindo positivamente no combate à carbonatação. Segundo
Ribeiro et al. (2014), a relação água/cimento de 0,80, 0,60 e 0,45, em média, está na
relação 4:2:1, respectivamente, para profundidade de carbonatação. Essa análise é
válida, independentemente da natureza da atmosfera que o concreto esteja exposto,
demonstrando que, quanto maior a relação a/c, maior a profundidade de carbonatação.
Ademais, quanto maior o processo de cura, menor será a possibilidade de fissuras e, por
conseguinte, menor a carbonatação.
81
UNIDADE IV │ Degradação das Estruturas de Concreto - Processos Químicos - Parte 1
Diversas são as formas dos íons cloreto chegarem até o concreto, listadas por Figueiredo
(2005): uso de aceleradores de pega que contêm CaCl2 (cloreto de cálcio), na forma de
impurezas dos agregados e da água de amassamento, atmosfera marinha, água do mar,
sais de degelo e processos industriais. Ainda segundo Figueiredo (2005), os íons podem
ser encontrados no interior do concreto em três diferentes formas: quimicamente
combinados (cloro-aluminatos de cálcio), fisicamente adsorvidos na superfície dos
poros capilares e livres na solução dos poros do concreto. Segundo Fortes (1995), os
cloretos que representam perigo à estrutura são os que permanecem livres na solução
dos poros do concreto.
82
Degradação das Estruturas de Concreto - Processos Químicos - Parte 1 │ UNIDADE IV
O processo de ataques por cloretos pode vir atrelado com outros processos de
deterioração, atuando simultaneamente. Segundo Figueiredo (2005), um concreto
carbonatado não possui a mesma capacidade de combinar cloretos que um concreto não
carbonatado. No início da carbonatação, parte dos cloretos passa de combinados para
a condição de livres. Com isso, a quantidade de cloretos livres inicial para a corrosão
pode ser atingida mesmo com a quantidade de cloretos totais baixa. Segundo Bakker
(1988 apud FIGUEIREDO, 2005) essa combinação entre carbonatação e cloretos é
normalmente a causa dos problemas mais severos de corrosão.
Por fim, nas medidas de combate, de acordo com Gentil (2003), o cloro-aluminato
de cálcio é resultante da reação entre o cloreto e aluminatos do concreto. A formação
desse produto insolúvel baixa os teores de cloretos solúveis a valores não agressivos,
por isso os cimentos ricos em aluminato tricálcico são os mais indicados para resistirem
aos cloretos. Segundo Ribeiro et al. (2014), “a presença de materiais cimentícios
suplementares também reduz significativamente a mobilidade do íon cloreto, refletindo
o efeito do aumento da tortuosidade e da melhor distribuição dos diâmetros dos poros,
provocados pelas reações pozolânicas, que dificultam a movimentação iônica”.
83
UNIDADE IV │ Degradação das Estruturas de Concreto - Processos Químicos - Parte 1
um acesso facilitado para um maior ataque de sulfatos do meio ambiente externo, mais
fissuração, e degradação progressiva.
Cabe ressaltar que a formação de etringita é apenas um indicativo de ataque por sulfatos,
a partir disso, devem ser realizadas análises químicas para comprovar a origem da
formação da etringita. Por isso, os efeitos expansivos desse tipo de ataque são bem
marcantes, entretanto é possível contaminação por sulfatos sem que haja expansão
do volume de concreto, tais ataques ainda constituem grande perigo, pois o concreto,
quando submetido a sulfatos solúveis, pode sofrer perda de resistência da matriz
cimentícia ou um aumento na porosidade global, qualquer um dos efeitos diminui a
durabilidade.
O ataque por íon sulfato é feito por difusão quando o concreto está saturado e por
absorção ou adsorção, quando está seco. Em se tratando do fenômeno, é importante
lembrar que o sulfato de magnésio é o mais agressivo, pois, além de formar o gesso, ele
forma o hidróxido de magnésio (brucita), ambos altamente expansivos. Portanto, quando
se projeta uma estrutura em determinado local, e este ambiente está contaminado por
sulfatos, é ideal que o cimento utilizado no concreto tenha um baixo teor de C3A (abaixo
de 5%), pois é ele quem reage com os sulfatos (CORSINI, 2013).
Quanto maior o teor de C3A na composição do cimento Portland, menor será a eficiência
do cimento ao ataque de sulfatos. Para essa avaliação, deve-se levar em conta o somatório
da contaminação da água, a contaminação do solo, o teor de sulfato nos agregados, no
cimento, nos aditivos e nas adições.
84
Degradação das Estruturas de Concreto - Processos Químicos - Parte 1 │ UNIDADE IV
<http://www.axfiber.com.br/single-post/2017/01/11/Danos-em-estruturas-de-
concreto-por-a%C3%A7%C3%A3o-do-H2S>.
Ataque de ácidos
A ação deletéria dos ácidos sobre o concreto se dá através da reação entre sua matriz
cimentícia e o ácido, principalmente sobre os hidróxidos de cálcio. Esses hidróxidos
são oriundos de compostos de cálcio solúveis em água e podem ser lixiviados por
soluções aquosas. Segundo Chen (2013), a dissolução de silicato de cálcio hidratado,
aluminato de cálcio, sulfoaluminato de cálcio e outros pode ser causada por ataque
ácido e leva a uma maior deterioração dos materiais cimentícios. O ataque com ácido
sulfúrico também pode produzir o aumento ou a aceleração da deterioração, uma vez
que o sulfato de cálcio formado afeta o concreto pelo mecanismo de ataque de sulfato.
85
UNIDADE IV │ Degradação das Estruturas de Concreto - Processos Químicos - Parte 1
Entretanto, alguns ácidos, como o ácido oxálico e o ácido fosfórico, são exceções, uma
vez que os sais de cálcio resultantes da reação com esses ácidos são insolúveis em água
e não podem ser facilmente removidos a partir das superfícies do concreto.
Em todos os casos, o tempo de exposição aos ácidos deve ser minimizado se possível, e a
imersão deve ser evitada, pois nenhum concreto hidráulico-cimento, independentemente
da sua composição, suportará por muito tempo solução aquosa de elevada concentração
de ácido (pH = 3 ou mais baixo).
Águas puras
A fim de evitar ou mitigar o problema, deve-se diminuir o acesso das águas puras às
estruturas de concreto e reduzir o teor de sais solúveis da matriz cimentícia, adicionando
pozolana ou fazendo uso de cimento CPIV, que possui menor teor de clínquer.
86
Degradação das Estruturas de Concreto - Processos Químicos - Parte 1 │ UNIDADE IV
Figura 57 - Eflorescência.
87
UNIDADE IV │ Degradação das Estruturas de Concreto - Processos Químicos - Parte 1
Figura 59.
88
Degradação das Estruturas de Concreto - Processos Químicos - Parte 1 │ UNIDADE IV
89
UNIDADE IV │ Degradação das Estruturas de Concreto - Processos Químicos - Parte 1
Tabela 10 - Ação corrosiva dos micro-organismos pela produção metabólica de substâncias agressivas.
90
CapÍtulo 3
Reação álcali-agregado
Introdução
Dá-se o nome de reação álcali-agregado (RAA) a uma reação química bastante
complexa que envolve minerais reativos contidos em agregados e nos álcalis presentes
no concreto, os quais, em contato com umidade, formam um produto que na maioria
dos casos pode expandir e gerar tensões internas, fissurações e deteriorar a estrutura de
concreto, diminuindo seu desempenho e vida útil (HASPARYK, 2011).
de transição – UHE Furnas; b) Quadro fissuratório intenso em blocos de fundação de edificação na Região
Metropolitana do Recife.
A reação
A RAA pode ser classificada em três tipos: reação álcali-sílica, reação álcali-silicato
e reação álcali-carbonato. A principal delas, pela velocidade em que se desenvolve e
pela maior ocorrência no Brasil, é a álcali-sílica, que, segundo a NBR 15577-1 (2008,
91
UNIDADE IV │ Degradação das Estruturas de Concreto - Processos Químicos - Parte 1
A RAA ocorre por causa da reação entre a sílica reativa contida nos agregados, a cal
liberada pelo cimento e os álcalis (sódio e potássio) da pasta de cimento. Os vários tipos
de sílica presentes nos agregados reagem com os íons hidroxila. A água absorvida pelo
gel pode ser parte da que não foi utilizada para a hidratação do cimento, água existente
no local (reservatório, por exemplo), água de chuva e, até mesmo, água condensada
da umidade do ar (HELENE, 2012). Se o gel estiver confinado pela pasta de cimento,
seu inchamento implica a introdução de tensões internas que, eventualmente, podem
causar fissuras no concreto, e também traz consequências negativas para o módulo de
elasticidade, resistência à compressão e tração (a depender do estágio pode-se criar
um aumento na resistência à compressão devido à formação de material interno), de
acordo com a Figura 63.
Figura 63 - Modelagem das propriedades mecânicas de testemunhos de concreto afetados pela RAA.
92
Degradação das Estruturas de Concreto - Processos Químicos - Parte 1 │ UNIDADE IV
Formas de detecção
A verificação em campo quanto à presença ou não do problema é feita por meio de
inspeção visual, instrumentação ou ensaios in loco. A reação se manifesta mediante
fissuração tipo “mapa”, bordas ao redor do agregado (borda de reação, que, na maioria
das vezes, não é visível a olho nu), preenchimento dos poros com material branco ou
vítreo, destacamento do concreto. Helene (2012) afirma, contudo, que, pelo fato de ser
uma reação muito complexa, a única evidência inquestionável de que uma estrutura de
concreto está afetada pela reação álcali-sílica é a presença do gel resultante da reação.
Dessa forma, a ocorrência da reação pode passar despercebida durante anos até que,
eventualmente, o aparecimento de fissuração leve a um estudo mais aprofundado e seu
consequente reconhecimento, segundo a Figura 64.
93
UNIDADE IV │ Degradação das Estruturas de Concreto - Processos Químicos - Parte 1
Medidas de combate
Segundo Helene (2012), as principais formas de combate à RAA são as medidas
preventivas, pois ainda não se conhece uma forma de parar a reação e se consistem
no estudo prévio dos materiais que serão utilizados na fabricação do concreto. As
medidas são:
94
Corrosão das
Armaduras
de Concreto Unidade V
Armado/
Protendido
CapÍtulo 1
Corrosão das armaduras de concreto
armado/ protendido
2Fe → 2Fe 2+ + 4e –
2H2O + O2 + 4e - → 4OH –
96
Corrosão das Armaduras de Concreto Armado/ Protendido │ UNIDADE V
Concreto
Armadura
97
UNIDADE V │ Corrosão das Armaduras de Concreto Armado/ Protendido
Andrade (2001 apud SANTOS, 2015) expõe que a corrosão eletroquímica está baseada
na ocorrência de um desequilíbrio elétrico entre metais diferentes ou entre distintas
partes do mesmo metal. Tal configuração exemplifica a chamada pilha de corrosão ou
célula de corrosão que tem seu processo iniciado após a ruptura do filme passivo. Para
um melhor entendimento, serão apresentados alguns tipos de corrosão (Figura 67)
também encontrados nas armaduras de concreto armado.
98
Corrosão das Armaduras de Concreto Armado/ Protendido │ UNIDADE V
99
UNIDADE V │ Corrosão das Armaduras de Concreto Armado/ Protendido
Figura 68 - Corrosão das armaduras na base do pilar: alta densidade de armadura com cobrimento insuficiente
provocando corrosão generalizada e expansão da seção das armaduras com posterior rompimento dos estribos.
100
Corrosão das Armaduras de Concreto Armado/ Protendido │ UNIDADE V
Figura 70 – Corrosão das armaduras em laje: laje executada sem o mínimo de cobrimento para proteção da
armadura que coincidiu com as juntas das fôrmas provocando corrosão generalizada e expansão da seção das
armaduras.
101
Técnicas de
reabilitação Unidade VI
eletroquÍmica
102
CapÍtulo 1
Dessalinização
103
UNIDADE VI │ Técnicas de reabilitação eletroquÍmica
Monteiro (2002) afirma que o movimento dos íons ocorre principalmente por migração
e a taxa de extração desses íons é diretamente proporcional ao fluxo de corrente aplicada
no concreto. Na dessalinização, a diferença de potencial elétrico (ddp) entre a interface
ânodo e cátodo causa as seguintes reações químicas, conforme Brito (2013):
a. Interface cátodo
b. Interface ânodo
Segundo Brito (2013), a reação (1) pode ocorrer muito lentamente, porque a concentração
de oxigênio próxima ao cátodo é pequena e tende a diminuir durante o processo. Esse
mesmo autor afirma que a reação (3) ocorrerá de forma muito localizada na superfície
da armadura. Assim, com aplicação de correntes elétricas no processo de dessalinização,
há a formação do hidrogênio a partir do cátodo.
104
Técnicas de reabilitação eletroquÍmica │ UNIDADE VI
É possível também que, a partir das reações (2) e (3), o aço se torne fraco e quebradiço,
causando sua ruptura. De acordo com a reação (5), é provável ocorrer a acidificação
do meio, pois quanto menor o nível de pH do eletrólito. Além disso, a formação de
cloro também é favorecida, conforme demonstrada em (6) e em altos níveis de pH, a
oxidação da água ocorre preferencialmente de acordo com (4) (BRITO, 2013).
Componentes utilizados
Como ânodo, podem ser utilizados dois materiais, segundo Alves et al. (2013), a malha
de titânio (Ti) e a malha de aço carbono. O titânio (Figura 73) é um ânodo inerte e que
não é consumível, sendo reutilizado várias vezes e sem a produção de resíduos. Enquanto
o aço-carbono, que é consumido no processo, deve ser dimensionado para durar até o
final do processo, e gera uma grande quantidade de resíduos ferrosos. O único atrativo
do aço-carbono frente ao titânio ativado diz respeito ao custo de aquisição, que é cerca
de seis vezes menor, segundo Silva (2007).
A água é o eletrólito mais comum, principalmente pelo fácil acesso e baixo custo que,
no entanto, pode acidificar, segundo Ribeiro et al. (2014), causando uma queda no
pH e liberando o cloro gasoso nos ânodos inertes. Nesses casos, faz-se necessário a
substituição da água por soluções aquosas de hidróxido de cálcio ou de borato de lítio,
vide a Tabela 11.
105
UNIDADE VI │ Técnicas de reabilitação eletroquÍmica
Pasta de fibras de
Mantas de feltro Tanques
celulose
Custo reduzido e capacidade de
Características Elevada aderência Capacidade de reutilização
reutilização
Superfícies verticais (abrange áreas
Aplicabilidade Superfícies irregulares Superfícies horizontais
elevadas)
Necessidade de limpeza no Risco de evaporação ou diluição da
Condicionantes Fugas e evaporação do eletrólito
final solução eletrolítica
Fonte: APPLETON E COSTA, 2011.
Figura 74 - Transformador.
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Técnicas de reabilitação eletroquÍmica │ UNIDADE VI
Conforme Ribeiro et al. (2014), na prática, é possível utilizar uma combinação de vários
critérios, sendo importante realizar “um teste piloto para determinação do critério,
da duração do tratamento e dos parâmetros operacionais adequados às diferentes
condições existentes na estrutura”.
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UNIDADE VI │ Técnicas de reabilitação eletroquÍmica
que o aumento da alcalinidade causado pela migração dos íons de sódio e de potássio
(frutos da dessalinização) não causa deterioração no concreto.
Outro ponto de destaque, segundo Alves et al. (2013), é que a presença de água na
estrutura esteja sob controle, para que a densidade de corrente seja mantida e constante.
Em estruturas marítimas, a dessalinização não é recomendada para zona de respingos e
de variação de maré, justamente pela falta de controle da entrada de água.
Durabilidade do tratamento
A porcentagem de íons cloreto que ficaram na estrutura depois do tratamento influencia
na durabilidade do método de dessalinização. Conforme Monteiro (2002), não é
possível garantir a extração integral dos íons cloreto no concreto, podendo contribuir
para um novo processo corrosivo.
Efeitos colaterais
Os possíveis efeitos colaterais após o tratamento de dessalinização são: a redução
da aderência entre o aço e o concreto (efeito físico-químico) e a possibilidade do
desencadeamento de RAA (efeito químico). À medida que os cloretos são extraídos,
é possível que haja uma saída do produto de corrosão, presente na superfície das
armaduras, devido à ddp aplicada na região, durante a reabilitação da estrutura, pois
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Técnicas de reabilitação eletroquÍmica │ UNIDADE VI
existe o contato químico aço/concreto e essa ddp faz com que os elétrons se movimentem,
podendo gerar uma zona de transição entre esses materiais.
Eggers (1997) afirma que a RAA depende da quantidade e o tipo de materiais reativos,
do teor de íons alcalinos metálicos, da umidade, do pH e da temperatura. Portanto,
devido à natureza complexa desse fenômeno e às suas consequências estruturais, é
importante que a estrutura seja avaliada, antes da dessalinização.
Huang et al. (2014) diz que há outro efeito colateral, nesse caso secundário, sendo ele a
fragilização do hidrogênio. Isso ocorre durante a dessalinização, quando a ddp gerada
no sistema é muito reduzida, pois o gás hidrogênio é produzido no cátodo e este pode se
difundir na armadura. Esse efeito pode levar à fissuração ou à falha súbita e imprevisível
do concreto armado. Siegwart et al. (2005) e Brito (2013) afirmam que a formação
de hidrogênio, próximo à armadura, pode causar um enfraquecimento da aderência
entre o aço e o concreto, e também a fragilização do hidrogênio, que é, particularmente,
preocupante para concretos protendidos e desprezível para concretos armados.
109
CapÍtulo 2
Realcalinização
Princípios da realcalinização
O processo de realcalinização visa a restabelecer o pH do concreto, elevando sua
alcalinidade e, consequentemente, a proteção da armadura da estrutura, não há um
consenso quanto à recomposição do filme passivador sobre a armadura, dependerá dos
íons alcalinos introduzidos durante o processo (DUARTE et al., 2012).
1. Eletrólise
2. Eletromigração
3. Eletro-osmose
4. Absorção capilar
5. Difusão
Superfície do concreto Malha de titânio
Fonte de energia
Armadura
Concreto
Fonte: REUS et al., 2015 adaptado de (YEIH; CHANG, 2005)
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Técnicas de reabilitação eletroquÍmica │ UNIDADE VI
Mecanismos de realcalinização
Cabral apud Duarte et al. (2012) afirma que existem duas formas principais de
se restabelecer o pH alcalino do concreto: a realcalinização passiva (química) e a
eletroquímica.
Araújo (2009) resume três mecanismos pelos quais essas duas formas de repassivação
ocorrem: o primeiro mecanismo se dá por intermédio de absorção e difusão de solução
alcalina por forças capilares e hidráulicas para o interior do concreto. O segundo é
a produção de hidroxilas (OH-) na região da armadura e em virtude da eletrólise da
água presente próxima à armadura, o terceiro mecanismo é o fluxo eletro-osmótico
que transporta uma solução alcalina para o interior dos poros capilares do concreto.
O primeiro mecanismo ocorre na realcalinização química e os dois últimos, na
realcalinização eletroquímica.
O titânio é o material bastante usado, por se tratar de um metal nobre, seu consumo se
dá lentamente e o material de corrosão é pouco expansivo. O eletrólito mais usado é o
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UNIDADE VI │ Técnicas de reabilitação eletroquÍmica
carbonato de sódio, e para possibilitar o contato dos dois entre eles e entre o concreto é
usualmente empregada a fibra de celulose (RIBEIRO, 2009) (GONZÁLEZ et al, 2011).
Outro fenômeno que ocorre é a eletro-osmose. Este surge do contato do concreto com
o eletrólito, cria-se naturalmente uma diferença de potencial e, na interface entre o
sólido e o líquido, cria-se uma camada de cargas elétricas diferentes, uma no sólido,
outra no líquido, contrabalanceadas. Quando a fase líquida se move tangencialmente
em relação ao concreto, em razão da aplicação da corrente elétrica, ocorre uma série
de fenômenos chamados de eletro-osmose. A eletro-osmose provoca o carregamento
de íons carbonatos em direção à armadura que está em uma região eletricamente
negativa. Como a carga elétrica dos carbonatos é negativa, essa penetração não seria
possível senão pela eletro-osmose. A velocidade de transporte na eletro-osmose é
significativamente maior que na absorção e na difusão e, ao considerar o ganho de
massa das amostras durante o tratamento, sugere que a eletro-osmose poderia ser o
mecanismo de transporte predominante na penetração da solução alcalina externa
(RIBEIRO, 2009).
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Técnicas de reabilitação eletroquÍmica │ UNIDADE VI
Como já foi dito, as malhas de aço apresentam um valor muito abaixo quando comparadas
às de titânio. Diferentemente das malhas de titânio, as de aço são consumidas à medida
que vão sendo utilizadas, por isso há grande preocupação em relação aos produtos que
surgem devido à corrosão da malha. Em razão da presença desses produtos, em geral, as
malhas de aço são utilizadas em tratamentos com menor duração. Ao longo do tempo,
há o consumo da malha, que é transformada em ferrugem, o que provoca manchas na
superfície do concreto. Essas manchas não são preocupantes e podem ser removidas
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UNIDADE VI │ Técnicas de reabilitação eletroquÍmica
por jatos de areia húmida. Segundo os critérios da NACE, uma malha adequada deve
possuir um diâmetro de fio de 3 a 4 mm em um tamanho de malha de 50x50 ou 100x100
mm. (EGGERS, 1997).
As malhas são fixas à superfície de concreto, por pregos de plástico, havendo um espaço
de cerca de 3 cm entre elas e o concreto para que sejam envolvidas pelo eletrólito. Se
pode conseguir essa configuração por meio da utilização de travessas de madeira, local
em que são presas as malhas fixando-se posteriormente as travessas à superfície do
concreto (JAŚNIOK, 2009).
114
Técnicas de reabilitação eletroquÍmica │ UNIDADE VI
Outra solução que pode ser utilizada é a de hidróxido de lítio (LiOH), mas não é usual.
A ação desse composto é parecida com outros hidróxidos alcalinos, em virtude de sua
elevada capacidade de absorção de dióxido de carbono (CO2), principal agente que
provoca a carbonatação (EGGERS, 1997).
A forma que o eletrólito será aplicado de modos diferentes depende de dois fatores:
a geometria e as características da estrutura ou painel de concreto onde se pretende
a realcalinização. Mesmo assim, é bem parecido com os dos suportes eletrolíticos
utilizados na aplicação da dessalinização. O mais comum é se utilizar dispositivos
“tanques” onde é inserida a malha anódica e a solução eletrolítica. Essa tipologia é
aplicada em superfícies verticais e sua principal vantagem é a capacidade de abranger
grandes áreas. Embora o custo inicial seja elevado, quando comparada a outros
sistemas, esse pode ser minimizado pelo fato de os tanques poderem ser reutilizados
para outras aplicações da realcalinização e até para aplicações da dessalinização. Outra
vantagem da utilização desses sistemas é a possibilidade de avaliação da quantidade de
cloretos extraída, pelo motivo deles ficarem retidos na solução (GONZÁLEZ et al, 2011)
(JAŚNIOK, 2009).
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UNIDADE VI │ Técnicas de reabilitação eletroquÍmica
É muito importante dar atenção à questão da acidificação do eletrólito, como o que ocorre
na dessalinização. A solução é, obrigatoriamente, alcalina, para que seja restabelecido o
ambiente adequado para a repassivação das armaduras, por isso é muito importante a
manutenção das propriedades ao longo de todo o tratamento. A acidificação da solução
eletrolítica ocorre devido à migração iônica. A norma propõe que, assim como na
dessalinização, o volume de eletrólito para a neutralização do ácido gerado seja dado
pela seguinte relação (EGGERS, 1997):
V=1,2x10-7 xQxA
Em que:
Q - carga [A.h/m2];
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Técnicas de reabilitação eletroquÍmica │ UNIDADE VI
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UNIDADE VI │ Técnicas de reabilitação eletroquÍmica
Para NACE (apud RIBEIRO, 2009), o tratamento deve ser realizado com o mínimo de
200 Ah/m² de armadura e precisa ser realizado um teste de carbonatação em cada zona
anódica utilizando um indicador de fenolftaleína ou solução alcoólica de timolftaleína,
que por possuí ponto de virada maior que a primeira opção (9,3 e 10,5) indica melhor
situação na verificação da realcalinização.
Elsener (2011 apud RIBEIRO, 2009) sustenta, ainda, o uso de técnicas de resistência
de polarização e potencial de corrosão com produção de mapas de potencial.
Durabilidade do método
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Técnicas de reabilitação eletroquÍmica │ UNIDADE VI
Essa barreira física possibilita uma redução da quantidade de dióxido de carbono (CO2)
que pode migrar para o interior do concreto realcalinizado.
Caso o CO2 esteja presente outra vez no interior do concreto, ele irá reagir com hidróxido
de sódio (Na(OH)2), produzido durante a realcalinização, formando carbonato de sódio
que pode formar bicarbonato de sódio, caso reaja com CO2, o que provocará ligeira
diminuição do pH.
Este processo gera um substrato úmido, o qual reduz a penetração da A secagem do sal cristalizado irá pressionar a pintura
pintura no substrato
Formação de cristais na superfície seca prejudica a penetração da pintura Caso o substrato se mantenha úmido, então a alta concentração resulta
na pressão osmótica por baixa da pintura
Secagem rápida da superfície recém-pintada provoca a formação Possíveis reações químicas com o revestimento poderão ocorrer ataque
inadequada do filme devido à dispersão do revestimento alcalino e saponificação
119
UNIDADE VI │ Técnicas de reabilitação eletroquÍmica
Não existe um consenso quanto ao efeito da RAE sobre a resistência. Yeih e Chang (apud
ARAÚJO, 2009) afirmam que a resistência à compressão, o módulo de elasticidade e a
resistência de aderência entre a barra e o concreto diminuem linearmente em relação
à densidade de corrente aplicada durante o tratamento, causada muito provavelmente
pelo ataque sofrido do gel CSH pelo cátodo. Teixeira (apud ARAÚJO, 2009) registrou
perda de 9% da resistência à compressão de corpos de prova nos quais foram realizados
ensaios de realcalinização. Segundo o autor, essa redução é por causa da formação de
novos produtos no interior do concreto, com resistências inferiores às que possuíam os
compostos iniciais.
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