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AULA – 2 - Durabilidade e fundamentos de Geralmente, as normas de projeto consideram uma

segurança das estruturas de concreto armado. vida útil mínima de 50 anos para as estruturas usuais
dos edifícios.
A consideração da durabilidade das estruturas de
concreto é um dos aspectos de maior relevância dentro
da filosofia das modernas normas de projeto.

As exigências relativas à durabilidade estão se


tomando cada vez mais rígidas, tanto na fase de
projeto, quanto na fase de execução da estrutura.

O descuido com a durabilidade tem contribuído para


acelerar a deterioração de diversas estruturas
relativamente novas.

Por outro lado, o conhecimento dos diversos


mecanismos de deterioração das estruturas de
concreto tem levado a essa nova concepção de
durabilidade introduzida nas atuais normas Quanto mais tarde forem tomadas as medidas visando
de projeto, dentre as quais se inclui a norma brasileira à durabilidade, maior será o custo de sua
NBR-6118. implementação.

As exigências relativas à durabilidade destinam-se a Mecanismos de deterioração do concreto armado


garantir a conservação das características das
estruturas ao longo de toda a sua vida útil. A deterioração do concreto pode se dar por vários
fatores de natureza física, química e biológica.
O termo vida útil de projeto se refere ao período de
tempo em que a estrutura é capaz de desempenhar Normalmente, há mais de um fator associado, cuja
bem as funções para as quais foi projetada, sem combinação pode acelerar o processo de
necessidade de reparos, não se confundindo com o degradação do concreto.
tempo de vida útil total.
• Ciclos de gelo-degelo
O tempo de vida útil total corresponde ao período de
tempo que vai até a ruptura total ou parcial da estrutura. Em países com temperaturas muito baixas durante o
inverno, pode ocorrer o congelamento da água dos
Geralmente, a vida útil de projeto corresponde ao poros do concreto, o que causa expansões e pressões
tempo que vai até a despassivação da armadura, internas suficientes para produzir fissuração no
momento em que se inicia o processo de corrosão. concreto.

Normalmente, esse é o tempo necessário para • Expansões térmicas e retração


que a frente de carbonatação ou a frente de cloretos
atinja a armadura. As constantes variações de temperatura a que as
estruturas estão submetidas causam tensões que
Logo, uma das maneiras de se aumentar a vida útil de podem danificar o concreto.
projeto é retardar a chegada dessas frentes, o que se
consegue com o aumento da espessura do cobrimento Em geral, a fissuração ocorre durante a fase de
de concreto, com a redução do fator resfriamento, devido ao impedimento da contração livre
água-cimento e com o emprego de revestimentos. do elemento estrutural.

Com o desenvolvimento do processo de corrosão das Nas estruturas esbeltas, as tensões térmicas são
armaduras, podem aparecer manchas e fissuras na devidas às variações diárias da temperatura ambiente.
superfície do concreto, que evoluem até o
destacamento do cobrimento com a exposição das Já no concreto massa, como é o caso das barragens,
armaduras. essas tensões surgem em decorrência do calor de
hidratação do cimento.
Esse período de tempo é denominado de
vida útil de serviço ou de utilização. A retração do concreto tem um efeito análogo
ao de uma contração térmica.
Finalmente, tem-se a vida útil última ou total,
correspondendo a ruptura da estrutura. • Desgaste mecânico

Portanto, durante a vida útil de projeto a estrutura não O desgaste mecânico do concreto pode ocorrer por
deve apresentar nenhum dano que comprometa sua abrasão, em pisos industriais, pavimentos rodoviários e
aparência ou seu adequado funcionamento. pontes, sendo consequência do atrito continuado entre
as rodas dos veículos e a superfície do concreto.

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• Reações expansivas
- emprego de concreto com baixo fator água-cimento, o
Os sulfatos reagem com os compostos da pasta de que equivale a obtenção de um concreto menos
cimento hidratada, originando substâncias expansivas poroso;
que podem desintegrar o concreto.
- adoção de cobrimentos satisfatórios, o que retarda a
O uso de certos tipos de agregados também pode chegada das frentes de carbonatação e de cloretos até
produzir expansões na massa de concreto, devido a as armaduras;
reações entre os álcalis do cimento e a sílica do
agregado. - limitação das aberturas das fissuras, reduzindo a
permeabilidade do concreto;
Essa reação expansiva é conhecida como reação
álcali-sílica ou reação álcali-agregado. - detalhamento cuidadoso das armaduras para evitar o
congestionamento das barras e permitir uma vibração
• Carbonatação satisfatória, sem ninhos de concretagem;

Ao penetrar no concreto, o CO2 da atmosfera se - uso de revestimentos protetores, como reboco e


dissolve na água contida nos poros e reage com o pintura, revestimentos cerâmicos, impermeabilizantes,
hidróxido de cálcio, para dar origem ao carbonato e ao etc., incluindo ou não a proteção do próprio aço
bicarbonato de cálcio. (galvanização ou uso de aço inoxidável);

Com isso, ocorre uma redução do pH do meio, com a - proteção física da estrutura contra todo tipo de
consequente despassivação da armadura e o início do impacto que possa causar dano superficial ao concreto;
processo de corrosão.
- drenagem eficiente, capaz de evitar o acúmulo de
A lixiviação é a dissolução e o carreamento dos água sobre as superfícies de concreto;
compostos hidratados do cimento pela presença de
águas puras ou contaminadas. - prevenção de acessos de inspeção e manutenção de
partes da estrutura com vida útil menor, tais como
A lixiviação do hidróxido de cálcio em contato com o aparelhos de apoio, caixões, impermeabilizações;
CO2 da atmosfera gera o carbonato de cálcio, com
eflorescências esbranquiçadas na superfície do - prevenção de espessuras de sacrifício em regiões sob
concreto. condições de exposição ambiental muito agressivas;

• Ação de cloretos - definição de um plano de inspeção e manutenção


preventiva.
Os cloretos podem penetrar no concreto em um
processo semelhante ao que ocorre com o CO2. Critérios de projeto das normas brasileiras

Ao atingir as armaduras, os cloretos atacam a capa


passivante do aço, dando início ao processo
de corrosão.

As normas impõem limites para o teor de


cloretos permitido na massa de concreto, não
permitindo o emprego de aditivos contendo cloretos em
estruturas de concreto armado.

• Corrosão das armaduras

A corrosão é uma reação eletroquímica do aço,


resultando em óxidos de ferro que possuem natureza
expansiva.

O aumento de volume do aço oxidado é suficiente para


produzir tensões de tração importantes, capazes de Para evitar a deterioração prematura e satisfazer as
romper o cobrimento, colocando as armaduras em exigências quanto à durabilidade, devem ser
exposição. observados diversos critérios, nas fases de projeto, de
execução e de utilização da estrutura.
Do exposto conclui-se que, para evitar a degradação
precoce do concreto armado, devem-se tomar medidas Dentre os principais critérios a serem observados na
para dificultar a penetração de substâncias nocivas na fase de projeto, devem-se incluir a especificação de um
massa de concreto e a corrosão das armaduras. concreto de qualidade apropriada, de
cobrimentos mínimos para as armaduras, a verificação
Para isso, devem ser tomadas diversas medidas, no da abertura das fissuras e o correto detalhamento das
projeto e na execução da estrutura, tais como: armaduras.

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A durabilidade das estruturas é altamente dependente A abertura máxima característica das fissuras, desde
das características do concreto e da espessura e da que não ultrapasse valores da ordem de 0,2 a 0,4 mm,
qualidade do concreto do cobrimento. não tem importância significativa na evolução da
corrosão das armaduras para concreto armado.
A NBR-6118 apresenta uma tabela, na qual permite
escolher a resistência a compressão do concreto em No caso de peças de edifícios usuais, podem ser
função da classe de agressividade ambiental. adotados os seguintes limites para a abertura das
fissuras, em função da classe de agressividade
ambiental:

- Classe de agressividade I: abertura máxima de 0,4


mm;
- Classes de agressividade II e III: abertura máxima de
0,3 mm;
- Classe de agressividade IV: abertura máxima de 0,2
mm.

Por outro lado, a NBR-12655 apresenta uma tabela


com as exigências relativas à qualidade do concreto
para condições especiais de exposição.

Para garantir o cobrimento mínimo ( ), o projeto e a


execução devem considerar o cobrimento nominal
( ), que é o cobrimento mínimo acrescido
da tolerância (Δ ).

Quando houver um adequado controle de qualidade e


rígidos limites de tolerância da variabilidade das
medidas durante a execução, pode ser adotado um
valor Δ = 0,5cm. Em caso contrário, nas obras
correntes, esse valor deve ser de no mínimo Δ = 1,0
cm.

Na tabela abaixo, indicam-se os cobrimentos nominais


em função da classe de agressividade ambiental, para Comparando com a tabela 2.3.2, constata-se que essa
os casos usuais em que Δ = 1,0 cm. exigência é até mais rígida que aquela feita na NBR-
6118 para a classe de agressividade IV.

Logo, a consideração de estrutura submersa na


água do mar como classe I, contraria frontalmente a
NBR-12655, pelo menos em termos da qualidade do
concreto.

Conclui-se que a condição submersa, constante na


tabela 2.3.1, deve ser restrita a elementos submersos
em água doce, sem a presença de cloretos ou de
Em todos os casos, o cobrimento nominal de uma
sulfatos.
determinada barra deve ser, no mínimo, igual ao
diâmetro da própria barra.
Concretos expostos a solos ou soluções contendo
sulfatos devem ser preparados com cimento resistente
A dimensão máxima característica do agregado graúdo
a sulfatos.
utilizado no concreto, , não pode superar 20% do
cobrimento nominal, ou seja ≤ 1,2 .
Além disso, devem ser obedecidas as relações água-
cimento máximas e resistências características
De acordo com a NBR-6118, para a face superior de mínimas da tabela abaixo.
lajes e vigas que serão revestidas com argamassa de
contrapiso, com revestimentos finais secos do tipo
carpete, madeira, pisos cerâmicos, dentre outros, os
cobrimentos nominais da tabela anterior podem ser
substituídos pelo valor de 1,5 cm.

No trecho dos pilares em contato com o solo, junto aos


elementos de fundação, o cobrimento nominal mínimo
é de 4,5 cm.

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Essa equação é válida se todas as barras da armadura
longitudinal de tração estiverem dispostas em uma
única camada, como na figura.

Essa armadura é colocada na face inferior da viga, nos


trechos de momento fletor positivo.

Uma expressão semelhante pode ser obtida para o


parâmetro , em função do diâmetro da armadura
de compressão (colocada na face superior, nos trechos
de momento fletor positivo).

Em geral, é menor que , pois a armadura de


De forma a proteger as armaduras, o valor máximo da compressão possui um diâmetro menor que a
concentração de íons cloreto no concreto endurecido, armadura de tração.
considerando a contribuição de todos os seus
componentes, não deve exceder os limites da tabela
Entretanto, para efeito de dimensionamento podem-se
2.3.6. desconsiderar essas diferenças e adotar =

Na tabela, apresentam-se os valores de calculados


com a equação apresentada anteriormente,
considerando os seguintes dados:

- cobrimento c: igual aos cobrimentos nominais exigidos


para vigas e pilares na tabela 2.3.4 (critério da NBR-
6118);

- estribos: diâmetro = 5 mm.

Sugestões e dados para o projeto estrutural

Na figura abaixo, apresenta-se uma seção transversal


típica das vigas com as dimensões necessárias para o
dimensionamento. No caso das lajes, a altura útil é diferente em cada
direção ( e indicadas na figura), já que uma
Nessa mesma figura, apresenta-se também uma seção armadura está disposta sobre a outra, formando uma
transversal das lajes maciças dos edifícios. malha.

Do ponto de vista prático, pode-se considerar um valor


único = ℎ − para as duas direções.

De acordo com a figura, tem-se

= +

onde é o diâmetro médio das armaduras.

Na tabela 2.6.3, apresentam-se os valores de


calculados através da equação apresentada acima.

Uma dimensão de muito interesse no dimensionamento


é a denominada altura útil , que é dada por = ℎ − ,
sendo h a altura total da seção da viga.

Conforme se verifica na figura, o parâmetro d' para as


vigas é dado por

= + + 0,5

onde é o cobrimento nominal, é o diâmetro dos


estribos e é o diâmetro da armadura longitudinal de
tração.
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Estados limites De acordo com os procedimentos da NBR-6118 e do
EC2, admite-se que, em uma peça fletida, o
Além dos aspectos econômicos e estéticos, uma esmagamento do concreto ocorre quando:
estrutura de concreto armado deve ser projetada para
atender aos seguintes requisitos de qualidade: a) em seções parcialmente comprimidas, a deformação
da borda comprimida atinge o valor ;
1) segurança: dentro de um nível de segurança
preestabelecido, a estrutura deve suportar as ações b) em seções totalmente comprimidas, a deformação
que lhe são impostas durante a sua vida útil (incluindo da fibra situada a ℎ = (1 − ⁄ ) ℎ da borda mais
a fase construtiva), sem a ocorrência de ruptura comprimida atinge o valor , onde ℎ é a altura da seção
ou perda do equilíbrio estático; transversal da peça.

2) bom desempenho em serviço: nas condições


normais de utilização, as deformações da estrutura
devem ser suficientemente pequenas para não
provocar danos inaceitáveis em elementos não
estruturais, não afetar o seu uso ou a sua aparência,
nem causar desconforto aos usuários; o grau de
fissuração não deve afetar o uso ou a aparência
da estrutura, nem prejudicar a proteção da armadura;

3) durabilidade: a estrutura deve se manter em bom


estado de conservação sob as influências ambientais
previstas, sem necessidade de reparos de alto custo ao
longo de sua vida útil.

Em função dos requisitos estabelecidos nos itens (1) e


(2), são definidos os seguintes estados limites:

- Estados limites últimos (ou de ruína): são aqueles


relacionados ao colapso, ou a qualquer outra forma de Lembrando!!!
ruína estrutural que determine a paralisação, no todo
ou em parte, do uso da estrutura. 1‰ = 10−3 = 1⁄1000 = 0,001 = 0,1%
1% = 10‰
No projeto das estruturas de concreto armado, deve-se 1‰ = 0,001 = um milésimo em numeração ordinal
verificar a segurança em relação aos seguintes estados
limites últimos: As deformações e variam com a resistência à
compressão do concreto, conforme a tabela, extraída
a) ruptura ou deformação plástica excessiva dos do EC2:
materiais;
b) instabilidade do equilíbrio, considerando os efeitos
de segunda ordem;
c) perda de equilíbrio da estrutura, admitida como um
corpo rígido;
d) estado limite último provocado por solicitações
dinâmicas;
e) transformação da estrutura, no todo ou em parte, em
um sistema hipostático. Os valores da tabela 3.1.1 são representados pelas
equações:
- Estados limites de utilização (ou de serviço):
correspondem aos estados em que a utilização da (‰) = 2,0, se ≤ 50 MPa
estrutura torna-se prejudicada, por apresentar ,
deformações excessivas (incluindo vibrações (‰) = 2,0 + 0,085( − 50) , se > 50 MPa
indesejáveis), ou por um nível de fissuração que
comprometa a sua durabilidade. (‰) = 3,5, se ≤ 50 MPa

Conforme foi dito, um estado limite último pode ser (‰) = 2,6 + 35 , se > 50 MPa
atingido por ruptura de uma ou mais partes da estrutura
ou por instabilidade do equilíbrio.
A deformação máxima de tração das armaduras é igual
a 10‰.
A ruptura pode ocorrer por esmagamento do concreto
ou por uma deformação plástica excessiva das
Esse limite é introduzido para evitar deformações
armaduras (esta última sendo uma ruptura
plásticas excessivas.
convencional).

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Considerações sobre o concreto armado Posteriormente, a barra de aço é introduzida na bainha
sem que haja nenhuma amarração da mesma.
Conforme já foi salientado, o trabalho conjunto do
concreto e do aço só é possível graças à aderência Ao ser aplicado o carregamento, a viga se deforma,
entre esses materiais. De fato, só existe concreto mas a barra de aço escorrega livremente dentro da
armado por causa da aderência. bainha.

Na fig. 1.12.1-a, representa-se uma viga de concreto A deformação específica da armadura é nula e σs = 0.
armado construída da maneira usual: as armaduras são
colocadas dentro da forma e o concreto é lançado Nessa situação, o que se tem é uma viga de concreto
posteriormente. simples.

Em uma peça fletida de concreto armado, quando a


tensão máxima de tração atinge o valor da resistência
à tração do concreto, surge uma fissura perpendicular
à direção da tração.

A fissuração é um processo discreto, ou seja, as


fissuras estão espaçadas em intervalos mais ou menos
regulares ao longo do eixo da peça.

Neste caso, existe o contato direto entre o concreto e Nas seções fissuradas, apenas o aço resiste aos
as barras de aço e, consequentemente, uma ligação esforços de tração. Essas seções estão no denominado
entre os dois materiais. Estádio II como será visto a seguir.

Ao ser aplicado o carregamento, a viga se deforma, Os Estádios mostram o caminho do concreto desde
resultando uma distribuição linear das deformações antes de surgir a primeira fissura até a sua ruptura.
normais ao longo da altura da viga, como é indicado na
figura. Porém, nas seções entre fissuras, o concreto
tracionado (não fissurado) continua a colaborar na
Em virtude da aderência, a deformação da armadura, resistência. Essas seções estão no denominado
εs, é igual à deformação da fibra de concreto situada no Estádio I.
mesmo nível.
A contribuição do concreto tracionado entre fissuras
Desse modo, surge uma tensão de tração na armadura, pode ser importante nas verificações do
σs = σ(εs), que, juntamente com as tensões de comportamento da estrutura sob as cargas de serviço.
compressão no concreto, equilibra o momento fletor
solicitante. Entretanto, no dimensionamento, todo o esforço de
tração deve ser resistido pelas armaduras.
Considere-se agora uma situação sem aderência,
como a indicada na fig. 1,12.1-b. Estádios

Procedimento para caracterizar o desempenho do CA,


levando a peça até a ruptura, que passa por três
etapas:

Estádio I - (estado elástico)

Início do carregamento.

Nesse caso, foi colocada uma bainha dentro das


formas antes do lançamento do concreto.

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Aumenta-se o momento fletor até um valor próximo ao
da ruína.

A fibra mais comprimida do concreto começa a escoar


a partir da deformação específica de εo, chegando a
atingir, sem aumento de tensão, εu.

Sob ação de um momento fletor de pequena


intensidade, a tensão de tração no concreto não
ultrapassa sua resistência característica à tração (ftk).

Tensões baixas, concreto resiste a tração e onde se


calcula a armadura mínima pelo método da fissuração.

Diagrama de tensão normal ao longo da seção é linear.

As tensões nas fibras mais comprimidas são


proporcionais às deformações, correspondendo ao
trecho linear do diagrama tensão-deformação do
concreto.

Não há fissuras visíveis.

Estádio II - (estado de fissuração)

Aumentando o valor do momento fletor, as tensões de Diagrama de tensões tende a ficar vertical (uniforme),
tração na maioria dos pontos abaixo da linha neutra com quase todas as fibras trabalhando com sua tensão
terão valores superiores ao da resistência característica máxima, ou seja, praticamente todas as fibras atingem
do concreto à tração (ftk). deformações superiores a εo.

A peça está bastante fissurada, com as fissuras se


aproximando da linha neutra, fazendo com que a
profundidade diminua e, consequentemente, a região
comprimida de concreto também. Concreto na
iminência de ruptura, diagrama parábola retângulo.

Estádios I e II correspondem às situações de serviço


(quando atuam as ações reais).

Estádio III corresponde ao estado limite último (ações


majoradas; resistências minoradas), que só ocorre em
situações extremas.
Concreto fissurado, não mais resiste a tração, com a
parte comprimida ainda linear.

Serve para verificar a peça em serviço.

O cálculo de dimensionamento das estruturas de


Estádio III concreto armado será feito no estado-limite último
(estádio III), pois seu principal objetivo é projetar
Início da plastificação do concreto (considera que só o estruturas que resistam aos esforços de forma
aço passa a resistir aos esforços de tração). económica, sem chegar ao colapso.

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As situações de serviço são importantes, porém muitas
vezes o próprio cálculo no estado-limite último e o bom
detalhamento da armadura conduzem às verificações
dessas situações, que deverão ser feitas quando
necessário.

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