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Especificando o concreto projetado com foco em durabilidade

Specifying shotcrete focusing durability

Antonio Domingues de Figueiredo (1); Marc Jolin (2)

(1) Professor Associado, Departamento de Engenharia de Construção Civil. Escola Politécnica da USP
e-mail: antonio.figueiredo@poli.usp.br
(2) Professor Associado, Departamento de Engenharia Civil. Universidade de Laval, Quebec, Canadá
e-mail: marc.jolin@gci.ulaval.ca

Resumo
A utilização do concreto projetado para revestimento de túneis é bem difundida e pode ser considerada uma
opção tecnológica regular para projetos de infraestrutura. Apesar disso, há uma grande preocupação sobre
a durabilidade do material e como levá-la em consideração nas especificações. Normalmente isto ocorre
devido à observância de influxos de água para dentro do túnel. Parcialmente, esta dificuldade está
correlacionada com as limitações do estado atual do conhecimento sobre a durabilidade do concreto
projetado e, principalmente, pela carência de modelos fundados publicados focando a previsão de vida útil.
Como resultado, muitas das especificações são baseadas em parâmetros empíricos, que são praticamente
restritos à determinação de absorção de água por imersão e fervura do concreto projetado. No entanto,
estes parâmetros precisam de maior embasamento científico o que é endossado pelos resultados de
pesquisa já publicados. Assim, o objetivo principal deste estudo é analisar criticamente a abordagem atual
das especificações de concreto projetado para revestimento do túnel. Como resultado desta análise espera-
se encontrar uma maior garantia futura de atendimento aos requisitos de vida útil estabelecidos para obras
de infraestrutura onde se utiliza o concreto projetado como material estrutural principal.
Palavra-Chave:Concreto projetado, durabilidade, especificações, túneis

Abstract
The use of shotcrete for tunnel linings is overall sprayed and could be considered a regular technological
option for infrastructure projects. Although this, there are a major concern about the durability of the material
and how to take it in consideration in the specifications. Usually this is due to compliance with inflows of
water into the tunnel. Partially, this difficulty is regarded to the limitations of the current state of knowledge
concerning shotcrete durability and, especially, well founded models published focusing the service-life
prediction. As a result, many of the specifications are based on empirical parameters, which are restricted to
the shotcrete boiled water absorption determination. However, these parameters need further scientific basis
which is endorsed by the findings of research results published. Thus, the main objective of this study is to
analyze critically the current approach of the specifications of shotcrete for the tunnel lining. As a result of
this analysis, is expected to find a greater assurance in the futures in order to meet the requirements of
service-life established for infrastructure works using shotcrete as the main structural material.
Keywords: Shotcrete, durability, specifictions, tunnels

ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 1


1 Introdução
O concreto projetado é elemento estrutural básico do processo de execução de túneis
tradicionalmente conhecido como NATM (New Austrian Tunneling Method). Nesta
condição, o concreto projetado desempenha o papel de revestimento primário, que
possibilita a abertura no maciço, e em muitos casos de revestimento secundário, que
também pode ser executado com concreto convencional. Assim, o concreto projetado do
revestimento primário estará sempre em contato com o maciço sofrerá primeiro com o
ataque dos agentes agressivos oriundos do entorno externo do túnel. Neste caso, ele é
também o primeiro elemento de proteção do revestimento secundário. Isto pode
configurar condições de maior nível de agressividade, especialmente quanto o túnel é
executado em maciços com constante presença de água. Esta situação é particularmente
preocupante porque, em muitos casos, ocorrem infiltrações como as apresentadas na
Figura 1. Este tipo de problema gera grande apreensão com relação à durabilidade da
estrutura, especialmente pelo fato de ser facilmente detectável e gerar uma sensação de
insegurança ao usuário.

Figura 1 – Imagem de um poço de emboque de um túnel com um número elevado de pontos de infiltração
de água.

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No caso deste material também ser aplicado no revestimento secundário, ele será o
responsável por proporcionar durabilidade à estrutura frente ao ataque dos agentes
agressivos que porventura estejam presentes no interior do túnel. Isto irá depender muito
da destinação de uso do túnel, ou seja, é muito diferente o grau de agressividade de um
interceptor de esgoto e de um túnel metroviário. Assim, é fundamental procurar garantir
que o concreto projetado possua as características adequadas para que ele possa
desempenhar o seu papel de material estrutural durante a vida útil da estrutura.
O concreto projetado está associado a uma técnica onde o material é jateado contra um
alvo de projeção, onde é incorporado em sua maior parte, auto-compactando-se em
sucessivas camadas. Ou seja, o concreto projetado é um processo que acaba por influir
diretamente nas características e propriedades do material, de um modo mais intenso do
que normalmente ocorre para o concreto convencional. Isto pode tornar o processo de
controle do concreto projetado mais sofisticado (FIGUEIREDO, 1992), demandado um
maior nível de cuidado de modo a se garantir as propriedades adequadas do mesmo.
Entre os fatores ligados ao jateamento estão a direção, a velocidade e a distância de
projeção (FIGUEIREDO, 1992), que influenciam tanto a via seca como a via úmida.
Portanto, a importância da análise de durabilidade do concreto projetado é inegável, uma
vez que está associado a uma estrutura cuja vida útil esperada é muito grande, da ordem
de 100 anos (PAULON, 1986). No entanto, não se pode confundir a vida útil da obra com
a vida útil do material. Em alguns casos, estes tempos são diferentes. Como exemplo
disto há o caso do concreto projetado de revestimento primário utilizado em túneis com
sistemas de impermeabilização do tipo manta, sendo que esta é instalada entre este e o
revestimento secundário. Nesta situação, é muito frequente simplesmente desprezar o
revestimento primário, considerando-o como provisório e depositando toda a
responsabilidade quanto à durabilidade no revestimento secundário. Assim, deve-se levar
em conta na análise da durabilidade do concreto projetado o papel que o mesmo vai
desenvolver durante a vida útil da estrutura e, fundamentalmente, as suas peculiaridades,
intrínsecas à sua reologia e os agentes agressivos do meio em que a estrutura é
executada.
Naturalmente, não se pode ignorar o fato de que o concreto projetado, como qualquer
concreto, está sujeito a efeitos deletérios comuns a qualquer concreto. Ou seja, é
totalmente plausível a ocorrência de ataques por sulfatos devido a solos contaminados
além do ataque ácido. Este pode ocorrer no interior ou no exterior do túnel, devido à
possibilidade de contaminação do solo onde podem proliferar bactérias que acidificam o
meio. Obviamente, os túneis são estruturas contínuas e o concreto projetado sofrerá
retração restringida, ou pelo maciço ou pelo revestimento primário, o que conduz a
quadros de elevado nível de fissuração. Além disso, como qualquer concreto, o projetado
está sujeito à reação álcali-agregado ou mesmo à oxidação da armadura no seu interior
quando a mesma é despassivada. Como os investimentos em obras de infraestrutura são
elevados, muita atenção deve ser dispensada à especificação do concreto projetado de
modo a atingir a durabilidade esperada. Para tal, é fundamental ter conhecimento dos
mecanismos de transporte que potencializam a entrada dos agentes agressivos no interior
do material, conforme será discutido no próximo item.

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2 Mecanismos de transporte
Como qualquer concreto, o concreto projetado é um material poroso composto por uma
matriz e por poros que diferentes graus de interconexão. Estes poros possuem uma
grande variação de dimensões, como o apontado por Neville (2000):
Os poros interlamelares de gel, que são os menores, possuem diâmetros
nominais em torno de 2 a 3 nm (10-9 mm);
Os poros capilares que têm uma dimensão média de aproximadamente 1,3
µm (10-6 mm)
Os poros de ar incorporado, que ocorrem quando da utilização de aditivos
incorporadores de ar, e possuem diâmetros de aproximadamente 50 µm, e
Os poros de ar aprisionado e os poros originados de má compactação que
podem ter dimensões superando alguns milímetros (mm).

A porosidade do concreto é, no entanto, um campo de estudo bem complexo, uma vez


que envolve, simultaneamente, uma variada gama de dimensões dos poros. No entanto, é
conhecido o fato de que a facilidade com que os agentes agressivos se movimentam no
concreto é função de sua porosidade (dimensões, tortuosidade, grau de saturação, grau
de conexão, etc.). Assim, para se avaliar o ingresso de agentes agressivos e tornar
possível o estabelecimento de limites para este ingresso é necessário entender como os
agentes agressivos podem migrar pela rede poros do concreto. Por isso, é importante
entender os referidos mecanismos de transporte de massa, os quais podem ser divididos
em três categorias (COURARD, 1999):
Permeabilidade: movimento de um fluido (líquido ou gasoso) resultante de um gradiente
de pressão.
O termo permebilidade é largamente utilizado quando há ocorrência de ingresso de um
fluído no concreto. No entanto, deve haver um gradiente de pressão de modo a validar o
uso correto do termo permeabilidade.
Difusão: movimento resultante de uma gradiente de concentração iônica.
Quando há diferença de concentração iônica em dois meios conectados, os princípios de
termodinâmica indicam que haverá o estabelecimento de um equilíbrio a partir da
migração de íons de um meio mais concentrado para o outro menos concentrado. Assim,
se o concreto entra em contato com água salgada, haverá a migração de íons cloreto
para o interior do concreto que pode ser considerado como o meio menos concentrado.
Esta migração ocorrerá pela estrutura porosa do concreto. Há também a difusão de água,
que possui um impacto significativo na umidade relativa do próprio concreto. Neste caso o
vapor de água se move para dentro ou para fora do concreto através de um processo de
difusão para manter o equilíbrio da umidade interna e externa do material.
Absorção capilar: consiste na sucção de água devido à tensão superficial dos meniscos
presentes nos poros capilares.
No caso dos túneis, é muito frequente a condição onde o mesmo é construído abaixo do
nível de água do subsolo, o que faz com que os mecanismos de permeabilidade e difusão
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iônica sejam os mais expressivos. Caso parte da obra esteja em contato com a
profundidade equivalente ao nível do lençol freático, parte da obra estará em contato
direto com a água e outra não, haverá condições para que ocorra a absorção capilar de
água pela estrutura. De qualquer maneira, se houver uma condição de saturação do
material, haverá então a facilitação de entrada de agentes agressivos por difusão. Dessa
forma, serão tratados aqui os aspectos principais a serem considerados na especificação
de um concreto projetado para o revestimento de túneis, a começar pelo fenômeno da
permeabilidade.

3 Permeabilidade do concreto projetado


Normalmente, quando se observa um fluxo de água penetrando a estrutura de um túnel
vindo do maciço, como as situações apresentadas nas Figuras 1 e 2, a primeira questão
que é levantada concerne sobre a adequação da permeabilidade do material. Junto com
esta apreensão, surge a preocupação quanto aos riscos que a lixiviação pode trazer à
estrutura. No entanto, antes de entrar em detalhe com relação a estes aspectos, devem-
se observar com cuidado alguns aspectos fundamentais relacionados à permeabilidade
do concreto projetado.

Figure 2 – Túnel construído pelo método NATM abaixo do nível máximo do lençol freático e apresentado
grande taxa de penetração de água.

Alguns estudos prévios (DANTAS; TANGO, 1990; ARMELIN et al. 1994) desenvolveram
estudos experimentais que analisaram a permeabilidade do concreto projetado. Dantas e
Tango (1990) realizaram um estudo em placas, comparando o concreto projetado e
concreto convencional em termos de volume de vazios permeáveis, o que foi determinado
pela norma ABNT NBR 9778:1987. Também foram realizados ensaios onde testemunhos
extraídos das placas eram submetidos a uma pressão hidrostática de 15 MPa com o
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objetivo de determinar o coeficiente de permeabilidade do material K da Lei de Darcy. Os
resultados estão apresentados na Tabela 1.

Tabela 1: Resultados obtidos em estudo experimental onde o volume de vazios permeáveis e o coeficiente
de permeabilidade K da Lei de Darcy do concreto projetado foi comparado ao do concreto convencional
(Dantas e Tango, 1990).
Material K from Darcy’s Law Volume de vazios permeáveis
(cm/s) (NBR 9778:87) (%)
Concreto convencional 3,41x10-9 12,9
-11
Concreto projetado via seca <10 15,1

Os resultados apresentados na Tabela 1 demonstram que, apesar do concreto projetado


apresentar um maior volume de vazios permeáveis, o material foi muito menos permeável
que o concreto convencional. No sentido de entender melhor o porquê desses resultados,
é importante ter em consideração que o concreto projetado não apresenta exsudação
após sua aplicação, como ocorre frequentemente com o concreto convencional. De outro
modo, o concreto projetado seria muito mais susceptível ao desplacamento devido à
mobilidade das fases presentes no material. Assim, quando o volume total de água
absorvida é mensurado, não há uma avaliação do nível de conexão entre os poros e o
mesmo valor de absorção de água do concreto projetado tem uma implicação diferente na
permeabilidade do material quando comparado ao concreto convencional. Os valores de
permeabilidade, expressos pelo coeficiente K da Lei de Darcy, parecem não ter qualquer
correlação com o volume de vazios permeáveis devido às diferenças de conexão entre os
poros do concreto convencional e projetado. Assim, apesar do concreto convencional
apresentar um nível de porosidade total menor, apresentou uma permeabilidade maior
que a do concreto projetado.
No estudo realizado por Armelin et al. (1994), a análise foi realizada sobre testemunhos
extraídos do revestimento primário e do revestimento secundário de um túnel do Metrô de
São Paulo. Os resultados são apresentados na Tabela 2. Os pesquisadores encontraram
que o revestimento primário do túnel executado pelo método NATM, feito com concreto
projetado via seca, apresentou um volume reduzido de vazios permeáveis, quando
comparado ao concreto projetado via úmida do revestimento secundário. Por outro lado, o
concreto projetado via úmida do revestimento secundário, apesar de mais poroso,
apresentou uma permeabilidade menor que o concreto projetado do revestimento
primário. A explicação para este comportamento foi baseada no fato de o revestimento
primário ser muito mais susceptível à microfissuração induzida pelo maior nível de
convergência apresentado pelo túnel durante o período de avanço. Quando se executa o
revestimento secundário o túnel já está estabilizado e, por isso, deve haver um nível
menor de fissuração do concreto nesta situação. Assim, a mensuração da porosidade de
um concreto realizada em placas não leva em consideração a permeabilidade induzida
pela fissuração do material. Deve-se ter em mente que o túnel é uma estrutura contínua e,
portanto, sujeita á fissuração por retração restringida, o que aumenta significativamente a
permeabilidade da estrutura.

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Tabela 2: Resultados de permeabilidade e volume de vazios permeáveis obtidos em testemunhos extraídos
do revestimento primário (via seca) e secundário (via úmida) de um túnel do Metrô de São Paulo (Armelin et
al., 1994).
Material K from Darcy’s Law Volume de vazios permeáveis
(cm/s) (NBR 9778:87) (%)
Concreto projetado via seca 10-8 a 10-10 12,4
Concreto projetado via úmida ~10-11 14,4

Tomando-se como referência um valor de K equivalente a 10-10 cm/s e um nível de lençol


freático de 20 m sobre o túnel com uma parede de 15 cm de espessura, o fluxo de água
será da ordem de 0,48 cm3/hora por metro quadrado de revestimento do túnel. Nesta
situação, o fluxo de água demandará 35 anos para percolar por toda a espessura da
parede de concreto projetado. Dessa maneira, a evaporação da água dentro do túnel será
maior que a permeação de água pela estrutura e, como consequência, não haveria água
no estado líquido adentrando ao ambiente do túnel. Levando toda essa informação em
consideração, pode-se concluir que a permeação de água pela parede de concreto
projetado é feita, basicamente, através das fissuras que concentram o fluxo de água. Ou
seja, quando o fluxo de água se instala em uma fissura na estrutura, haverá uma redução
da pressão de água na região vizinha da parede do túnel e a permeação de água será
reduzida na parte não fissurada do concreto. Desse modo, a permeabilidade à água, e a
lixiviação por consequência, não poderá ser interpretada como um processo
uniformemente distribuído no revestimento do túnel, mas estará concentrado em fissuras
como no exemplo apresentado na Figura 2. Observando esta figura é fácil perceber que
as manchas de água são espaçadas regularmente, coincidindo com o posicionamento
das cambotas e, consequentemente, sobre as juntas frias produzidas durante cada ciclo
de escavação e execução do revestimento primário do túnel.

3.1 O processo de lixiviação


O processo de lixiviação do concreto projetado consiste na dissolução e carreamento de
sais solúveis do interior do material para a parte externa através da passagem contínua
de um fluxo de água. Nesta condição, alguns compostos do cimento hidratado são
removidos, aumentando a porosidade desta pasta e, por consequência, a permeabilidade
da matriz. Um dos principais compostos que são sujeitos à lixiviação é o hidróxido de
cálcio (Ca(OH)2), que será convertido em carbonato de cálcio (CaCO2) quando entrar em
contato com a atmosfera. O progresso da lixiviação irá conduzir a uma redução do pH do
concreto projetado, tornando o aço presente no reforço da estrutura mais susceptível à
corrosão. O aumento da porosidade do concreto projetado será localizado e isto, em
geral, não irá implicar necessariamente numa perda de capacidade resistente do túnel.
O processo de lixiviação poderá induzir a uma deterioração do concreto projetado
especialmente quando houver agentes agressivos dissolvidos na água do subsolo. O
ataque ao concreto poderá ocorrer quando houver um elevado conteúdo de sulfato
presente na água, por exemplo. O sulfato poderá desestabilizar o monosulfato presente
na pasta de cimento hidratada, transformando este composto em etringida, o que
provocará uma expansão interna ao concreto projetado produzindo a sua desagregação.
A principal alternativa a ser tomada para tornar o concreto projetado menos susceptível

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ao ataque de sulfatos é a escolha de um cimento com baixo teor de C3A (menos de 8%
para os cimentos resistentes aos sulfatos previstos pela normalização nacional). O teor de
aluminatos também deve ser controlado nos aditivos de modo que a pasta de cimento
aditivada não ultrapasse o valor máximo admissível (BARBOSA, 2001).
Nos estudos realizados por ROMER (2003) notificou-se a produção de outros compostos
quando o concreto projetado era exposto à água do subsolo contendo sulfato. O
composto principal reportado na pesquisa foi a taumasita, a qual não poderia ser
correlacionada à desagregação do concreto projetado, mas poderia causar uma perda de
aderência entre as camadas de revestimento primário e secundário. Outro tipo de agente
agressivo que pode ser encontrado na água do subsolo é originado de agentes biológicos
como bactérias. Um exemplo desse tipo de ataque está apresentado na Figura 3. Isto
pode ser induzido pela presença de hidrocarbonetos dissolvidos na água do subsolo que
possua certo nível de aeração, o que proporciona um ambiente propício para a
proliferação dessas bactérias, formando um biofilme com a presença de thiobacilos. Este
biofilme, com a presença deste tipo de bactéria, provocará uma severa acidificação da
água e o concreto projetado que estiver em contato com ela será solubilizado, não
importando o nível de lixiviação existente. No entanto, caso de ataque biológico ocorrer
em conjunto com a lixiviação, a velocidade de deterioração será muito acelerada.

Figura 3 – Penetração de água num revestimento de concreto projetado apresentando uma massa branca
ao centro que corresponde a uma colônia de bactérias sulfurosas (ROMER, 2003).

Como conclusão, o efeito de degradação principal de lixiviação do concreto projetado é a


redução local de alcalinidade o que é um problema quando há o reforço de aço presente
na estrutura. O processo de lixiviação pode agravar a deterioração do concreto projetado
quando há um agente agressivo específico na água do solo. Nessa situação, o processo
de lixiviação irá acelerar a taxa de degradação localizada provocada pelo agente. A

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lixiviação ocorrendo em uma grande área na é um processo comum, devido ao fato de
haver concentração de fluxo através dos defeitos, principalmente fissuras.

3.2 O controle do volume total de água que ingressa no túnel


Apesar de todas as considerações do item anterior, o influxo total de água deve ser
controlado. Esta preocupação é associada ao impacto do influxo de água sobre as
condições de manutenção do túnel e também sobre as condições ambientais do entorno.
O projeto descrito por Kveldsvik et al. (2001) (apud GROV, 2007) visa obter o menor
impacto negativo possível sobre o ambiente circundante. Os critérios adotados fixaram
um influxo de água máxima admissível no túnel de menos de 10% do volume de água
correspondente à bacia de captação. Assim, um túnel deverá ser projetado com um
número de seções diferentes para se adequar as condições ambientais locais. No
exemplo dado por Grov (2007), o limite de influxo de água foi de 40 l/min/100m de túnel,
estando este parâmetro bem a favor da segurança no que diz respeito aos possíveis
danos.
Outras referências fornecem limites gerais para infiltrações de água em túneis. Um dos
exemplos importantes são as limitações recomendadas pela Federal Highway
Administration (2005) do Departamento de Transportes dos EUA. Esta agência reguladora
aponta que a infiltração de água pode trazer muitas consequências negativas como
exemplos a seguir:
Reforço de aço com baixo cobrimento ou de pouca qualidade acaba por sofrer
corrosão e expansão causando delaminação e lascamento do concreto.
Quando há elementos de alvenaria e argamassa no interior do túnel, poderá haver
susceptibilidade à deterioração de água destes elementos que podem inchar ou
tornarem-se frágeis dependendo dos produtos químicos presentes na água.
A infiltração de água pode carregar partículas finas do solo para dentro do túnel
através de fissuras, criando vazios por trás do revestimento, que podem causar
recalques de estruturas adjacentes e/ou causarem carregamentos excêntricos no
túnel que pode levar a tensões não previstas. Estas partículas finas podem também
obstruir drenos embutidos ou instalados por trás do revestimento.
Dispositivos de fixação de acabamentos interiores ou outros acessórios
(ventiladores, lâmpadas, etc.) podem corroer e representam perigo para os
veículos ou trens que viajam através do túnel.
Cimento hidratado e, por vezes, agregados dos revestimentos de concreto
projetado podem ser erodido fazendo com que a estrutura seja enfraquecida
pontualmente com o tempo.
Assim, se uma situação atual não gera um risco real, os especificadores têm que ter em
mente que estas condições podem mudar com o tempo, especialmente em áreas com
intensa atividade humana. Nesse sentido, um maior nível de infiltração da água vai
proporcionar um grande risco para a deterioração futura das condições do túnel como
reportado em túneis canadenses (ARENSON et al., 2009). Com este exemplo, foram
estabelecidos limites recomendados para a quantidade de infiltração de água entre 1,0 e
1,3 litros / minuto por 100 metros lineares do túnel. Estes limites foram estabelecidos para
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servirem de referência, com o objetivo principal de determinar as necessidades para o
reparo de vazamentos. Estes limites são praticamente os mesmos especificados por
Bäckblom (2002), que estabelece um influxo de água máximo de 28 litros por minuto para
cada 100 m de túnel para túneis que não receberam tratamentos. Assim, é possível
concluir que estes limites (por volta de 1 litro/minuto por 100 metros lineares de túnel)
estão a favor da segurança no sentido de garantir boas condições de serviço para a
estrutura subterrânea.

4 Difusão no concreto projetado


O primeiro estudo com base científica abordando a difusão de íons agressivos no material
concreto projetado foi realizado por Prudêncio (1993) enfocando a via úmida somente em
seu experimento. Neste estudo, realizou-se a determinação da cinética de penetração de
íons cloreto e sulfato no concreto projetado. No primeiro caso constatou-se que, com a
porosidade natural do material, o íon acabava tendo uma grande velocidade de
penetração, o que põe em dúvida a adequação do material como material de reparo,
quando o agente agressivo principal é o cloreto. No segundo caso, a maior porosidade
proporcionava uma menor velocidade de perda de desempenho. A queda de resistência
mecânica medida foi razoavelmente baixa devido à própria porosidade que possibilitava
um espaço para precipitação da etringita sem induzir tensões de tração no interior do
material. Neste caso, a propagação da “frente de deterioração” não é contínua, mas sim
intermitente, ao contrário do que ocorre no caso do cloreto. Esta penetração dos sulfatos
ocorrendo por ciclos acontece devido ao fato da precipitação de etringita bloquear a
penetração de mais íons sulfato. Esta penetração terá uma taxa reduzida até o
surgimento de uma fissura induzida pelas tensões provocadas pela expansão da etringita
nos poros do concreto. Esta fissura irá possibilitar a aceleração da penetração do sulfato
em um primeiro instante e o aparecimento de um novo espaço para a precipitação
“inofensiva” da etringita, até que se inicie um novo ciclo.
O ataque dos íons cloreto e sulfato acabam por ter níveis de agressividade com
dinâmicas diferentes, como apontaram os resultados obtidos por Prudêncio (1993). Em
sua pesquisa o autor procurou estimar a vida útil de um cobrimento de concreto projetado
de 4 cm de espessura e os tempos determinados se encontram apresentados nas
Tabelas 3 e 4. Prudêncio (1993) utilizou um traço 1:4,5:0,44 (cimento:agregados:a/c) com
0,5% de superplastificante e 7% de microssílica para todas as amostras, à exceção da
amostra 2, que recebeu 0% de superplastificante e da amostra 6 que utilizou uma relação
a/c igual a 0,54. Nota-se claramente que os tempos de penetração de íons cloreto são
muito menores que os tempos de ação dos íons sulfato, caracterizando o primeiro como
um elemento extremamente mais agressivo ao concreto projetado armado que o
segundo.
Outros pesquisadores (JOLIN et al. 2011) orientaram a parametrização da vida útil de
uma estrutura de concreto projetado frente à ação de cloretos através da utilização de
uma ferramenta chamada STADIUM® devido à capacidade desta ferramenta permitir a
modelagem de vários tipos de concreto, incluindo concreto projetado, bem com por incluir
todos os mecanismos de transporte apresentados anteriormente. O software STADIUM®
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é de modelagem avançada e pode prever a entrada de agentes agressivos. O seu núcleo
de cálculo de elementos finitos descreve completamente o movimento de espécies iônicas
para dentro e para fora do concreto e sob diferentes condições de exposição e de
saturação da pasta de cimento. O modelo leva em conta as complexas interações entre
os contaminantes que penetram na rede porosa do concreto e da solução presente nos
poros e/ou as fases hidratadas da pasta de cimento. Ao considerar as condições
ambientais como tempo-dependente, o aplicativo STADIUM® fornece estimativas
realistas da evolução da degradação do concreto e corrosão de aço de reforço da
estrutura. Como exemplo, os autores apresentaram um estudo realizado tomando como
referência uma estrutura de concreto exposta à água do mar, o que torna a condição
particularmente agressiva.

Tabela 3: Tempos de percolação em anos para a frente crítica de íons cloreto através de um cobrimento de
40 mm de espessura até atingir a armadura provocando sua despassivação em concretos projetados via
úmida (Prudêncio, 1993).
Tempo Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 Amostra 4 Amostra 5 Amostra 6
estimado 0% de aditivo 3,5% de aditivo 2,5% de aditivo 4,5% de aditivo 6,5% de aditivo 3% de aditivo
Médio 2,9 2,1 2,0 1,8 2,0 1,5
95% de 2,0 1,8 1,5 1,4 1,5 1,3
confiança

Tabela 4: Tempos de deterioração em anos de um cobrimento de 40 mm de espessura por ação de sulfatos


em concretos projetados via úmida (Prudêncio, 1993).
Tempo Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 Amostra 4 Amostra 5 Amostra 6
estimado 0% de aditivo 3,5% de aditivo 2,5% de aditivo 4,5% de aditivo 6,5% de aditivo 3% de aditivo
Médio 809 629 534 428 364 337
95% de 554 287 232 97 150 235
confiança

A simulação é compilada para quatro traços diferentes: um traço de referência (concreto


moldado convencional) do banco de dados do software e três concretos projetados
utilizados no estudo experimental (JOLIN et al. 2011):
1. Referência: W / Cm = 0,45 – Cimento Portland e 8% de sílica ativa
2. Concreto projetado via seca: a/c = 0,51 – Cimento Portland e 10% de sílica ativa (CD3)
3. Concreto projetado via úmida: W / Cm = 0,40 – Cimento Portland e 8% de sílica ativa
(CW1)
4. Argamassa projetada por via seca: W / Cm = 0,47 – Cimento Portland e 12% de sílica
ativa (MD4)
Este grupo de misturas foi selecionado porque tinham composições semelhantes. O
cenário de simulação consistiu em avaliar o tempo até que o teor de cloreto atingisse a
profundidade de 25 mm para dentro da camada de concreto projetado. A Figura 4 ilustra
os resultados incluindo o nível de absorção de água por imersão e fervura obtido para
cada mistura (ABNT NBR 9778:1987).
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Absorção≈5,4%

Absorção = 7,5%
Teor total de cloretos (0/00)

Absorção = 4,8%

Absorção =7,2%

Duração (anos)

Figura 4 – Resultados obtidos com o STADIUM® para a penetração total de cloretos até uma profundidade
de 25 mm dentro do concreto convencional ou projetado (JOLIN et al., 2011).

Duas observações importantes podem ser feitas a partir dos gráficos da Figura 4.
Primeiro, pode-se observar que todos os três concretos projetados apresentaram um
desempenho previsto superior, com bom nível de vantagem, em relação ao concreto de
referência. Na verdade, o limiar crítico para a iniciação da corrosão do aço (linha tracejada
horizontal) é atingido mais cedo para a mistura de concreto de referência. Em segundo
lugar, os valores de absorção de água por imersão e fervura apresentados junto às quatro
curvas mostram que a penetração de cloreto não é, obviamente, relacionada com este
valor. Por exemplo, em comparação com a mistura de referência, a argamassa projetada
por via seca oferece uma resistência muito melhor para a penetração de cloreto apesar do
fato de a sua absorção ser quase 35% mais elevada que a do concreto de referência. Isto
pode facilmente ser explicado pelo fato de que, mesmo que a argamassa ofereça um
volume muito maior de pasta e, consequentemente, de absorção de água, é provável que
apresente uma matriz densa com uma fina porosidade dificultando a passagem dos íons
cloreto.
A conclusão mais importante a ser extraída a partir da Figura 4 é a de que o processo de
jateamento por ar comprimido, típico do concreto projetado, desempenha um papel
significativo e positivo sobre a qualidade do material. Mesmo que o teor de pasta total seja
maior para os concretos projetados em relação ao convencional, as simulações de vida
útil de serviço com base nos princípios de transferência de massa estimam tempos mais
longos para a corrosão induzida pelo cloreto para concretos projetados. Ou seja, o valor
do nível de absorção de água por imersão e fervura não pode ser adotado como um
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parâmetro absoluto de qualidade em termos de durabilidade para o concreto projetado.
Algo que chama a atenção nas avaliações realizadas é a não correlação com o nível de
absorção de água. Nitidamente, o nível de penetração dos íons agressivos irá depender
de uma dinâmica específica e a metodologia de avaliação acaba influenciando o resultado
de alguma forma. No entanto, é claro que basear a especificação do concreto, em termos
de durabilidade, na mera fixação de um nível de absorção tolerável não é suficiente para
garantir a vida útil da estrutura.

5 Comentários finais
A grande maioria das especificações de concreto projetado brasileiras baseiam suas
exigências em termos de durabilidade fixando um nível máximo de absorção de água por
imersão e fervura, ou mesmo, um volume de vazios permeáveis máximos. Esta linha de
raciocínio é bem tradicional e bem difundida pelo mundo há bom tempo
(INTERNATIONAL TUNNELLING ASSOCIATION, 1993) que definia 8% e 9% como o
nível tolerável de absorção de água por imersão e fervura para concretos sem e com
aditivos aceleradores, ou 17% e 19% de volume de vazios permeáveis para as
respectivas condições. Estes parâmetros são correlacionados e fornecem o volume de
vazios permeáveis presentes na pasta de cimento em relação ao volume total de
concreto. Isto implica numa grande dependência destes parâmetros em relação ao
volume de pasta de cimento incorporada ao concreto projetado (JOLIN et al. 2011), o que
não quer dizer que há uma correlação direta com o desempenho do material, como foi
aqui demonstrado. Ou seja, não há uma correlação clara entre o nível de absorção e a
permeabilidade de uma estrutura enterrada, a qual pode ser governada pelo nível de fluxo
prioritário que ocorre pelas fissuras. Da mesma maneira, valores de absorção não se
mostraram perfeitamente conectados com o nível de penetração de íons agressivos.
Assim, a especificação de um concreto projetado em termos de durabilidade deve
começar com a caracterização da agressividade ambiental. A partir da classificação de
agressividade ambiental se podem verificar quais devem ser as medidas especificas para
garantia de que o concreto projetado tenha condições de suportar os agentes agressivos
presentes no meio. Assim, por exemplo, são raros os casos de túneis sujeitos à ação de
cloretos. No entanto, o ataque por sulfatos é muito mais frequente. Neste caso, um passo
fundamental é a especificação do cimento com baixo teor de aluminatos e resistente a
sulfatos e a verificação do teor de aluminatos totais quando se adiciona o aditivo. Se há a
possibilidade de ataque ácido, naturalmente deverá haver uma barreira de proteção para
o concreto projetado dado que o mesmo não é estável em meio ácido como qualquer
outro concreto de cimento Portland. A durabilidade do revestimento do túnel será
seriamente comprometida se estas medidas não forem tomadas. Quando a infiltração e
lixiviação ocorrem em conjunto com este tipo de ambiente ácido haverá pontos de
concentração de ataque, mas isto não elimina o ataque químico para outras áreas. Assim,
o tratamento de pontos de lixiviação será eficaz somente quando as outras medidas de
proteção forem observadas.
Outro importante aspecto são os condicionantes de projeto. Se há um risco associado à

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mudança na estabilidade do lençol freático, deve-se prevenir que o túnel tenha maior
permeabilidade em sua estrutura. Assim, é importante controlar a infiltração de água total
no túnel de modo a proporcionar boas condições para a manutenção e também para
reduzir o impacto negativo no meio ambiente circundante. Neste caso, o caminho, como
foi apontado, não é a restrição ao nível de absorção de água do concreto projetado, dado
que a permeabilidade da estrutura é muito mais condicionada ao grau de fissuração da
mesma. Desta forma, deve-se prever um controle dessa fissuração, utilizando alguma
alternativa tecnológica como a adição de fibras, ou mesmo a utilização de um sistema de
impermeabilização com o uso de mantas ou membranas.
Finalmente, é fundamental que os responsáveis pela manutenção de obras metro-
ferroviárias procurem parametrizar as condições de durabilidade das estruturas que estão
sob sua responsabilidade. O estabelecimento de modelos confiáveis de previsão de
comportamento é fundamental para, no futuro, ser possível obter especificações com
maior grau de confiabilidade. Ferramentas com o STADIUM® e outras que possam ser
desenvolvidas são um bom exemplo de como se pode parametrizar o comportamento de
longo prazo do concreto projetado levando em conta os fundamentos que governam os
mecanismos de degradação.

6 Referências

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endurecidos - Determinação da absorção de água por imersão, índice de vazios e
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