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Lista de exercícios – Corrosão

Potenciais padrão de redução para resolução das questões:


Fe2+ + 2e-  Fe E° = – 0,44V
Cu2+ + 2e-  Cu E° = + 0,34V
Zn2+ + 2e-  Zn E° = – 0,76V
Sn2+ + 2e-  Sn E° = – 0,14V
½ O2 + H2O + 2e-  2 OH– E° = + 0,40V

As latas de ferro u lizadas pela indústria de alimentos são reves das por uma fina
camada de estanho. A par r dessa informação, considere os seguintes materiais e
responda as perguntas seguintes sabendo que eventualmente todas as latas irão sofrer
corrosão:

a. Lata sem arranhão cheia de água.


b. Lata com arranhão cheia de água.
c. Lata com arranhão cheia de água salgada (solução aquosa de NaCl a 3%).
d. Lata com arranhão cheia de água salgada (solução aquosa de NaCl a 3%) e pó de zinco
metálico formando um pequeno amontoado sobre o arranhão.

1) Coloque as latas em ordem crescente de corrosão.


a<d<b<c

2) Quais são os fatores nas latas “b”, “c” e “d” que potencializarão a corrosão em
comparação com a lata “a”?
A presença do arranhão representa a destruição da camada de estanho, expondo o ferro
ao meio corrosivo.
Em relação ao meio corrosivo que contêm o NaCl, que é um eletrólito mais forte e
consequentemente conduz melhor a eletricidade que a água, a corrosão será mais
acentuada.

3) Jus fique o fato de as latas u lizadas pela indústria de alimentos serem reves das
com uma fina camada de estanho (u lize os dados de potencial de redução padrão).
Ao analisar os valores de potencial padrão de redução do ferro (Fe) e do estanho (Sn),
percebe-se que o estanho apresenta maior potencial de redução que o ferro. Este fato
torna a lata menos suscep vel a sofrer corrosão porque tem uma menor probabilidade
de sofrer oxidação.

4) Por que o arranhão na lata “b” favoreceu o desenvolvimento da corrosão mais


acentuada quando comparada com a lata “a”? U lize a imagem abaixo para ajudar em
sua explicação. Mostre as reações que acontecem no anodo e no catodo, equacione a
reação global e calcule o potencial da célula.

Pode-se perceber pela imagem que a destruição da camada de estanho (arranhão)


expõe o ferro diretamente ao eletrólito que é a água dentro da lata. Desta forma, forma-
se uma pilha onde o ferro (menor potencial de redução) é o anodo e o estanho (maior
potencial de redução) é o catodo. A par r dos dados dos potenciais padrão de redução
fornecidos, o potencial desta pilha é calculado através da fórmula:

EPilha = ECatodo – EAnodo


Epilha = – 0,14 – (– 0,44) = 0,3V

A reação anódica (que acontece no anodo) é a oxidação (corrosão) do ferro:


Fe(s)  Fe2+(aq) + 2e-
A reação catódica (que acontece no catodo) é a redução do gás oxigênio dissolvido no
eletrólito, que no caso da lata “b” é a água.
½ O2(g) + H2O(l) + 2e-  2 OH–(aq)
Equacionando essas duas reações temos:
ANODO: Fe(s)  Fe2+(aq) + 2e-
CATODO: ½ O2(g) + H2O(l) + 2e-  2 OH–(aq)
RG: Fe(s) + ½ O2(g) + H2O(l)  Fe2+(aq) + 2 OH–(aq)
Ou,
RG: Fe(s) + ½ O2(g) + H2O(l)  Fe(OH)2(s)

5) Por que a presença de cloreto de sódio (NaCl) aumentou a corrosão na lata “c”?
Por dois mo vos:
O primeiro é que a solução de NaCl é um eletrólito mais forte que a água, logo conduz
corrente elétrica mais facilmente e favorece o processo eletroquímico de corrosão.
O segundo é que o produto de corrosão do ferro também conterá o cloreto de ferro III
(2FeCl3) pelo fato de ter cloreto (Cl-) disponível no eletrólito. O cloreto de ferro III irá
sofrer posterior hidrólise, formando óxido férrico e ácido clorídrico. O ácido formado
atacará o ferro levando a formação de mais cloreto férrico reiniciando o ciclo.
Lembre-se que o primeiro estágio de oxidação do ferro é Fe2+, porém o fe2+ pode sofrer
oxidação novamente tornando-se o Fe3+.

Fe3+ + 3 Cl-  FeCl3


2 FeCl3 + 3 H2O  Fe2O3 + 6 HCl
4 Fe + 12 HCl + 3 O2  4 FeCl3 + 6 H2O

6) Procure jus ficar o que aconteceu na lata “d”.


A corrosão de um metal pode ser evitada colocando-o em contado com um anodo de
sacri cio, ou seja, um metal menos nobre (com potencial de redução menor – maior
probabilidade de sofrer corrosão) que será atacado no lugar do metal que se quer
proteger.
No caso da lata “d” o zinco é um metal menos nobre que o ferro e estanho, pois possui
menor potencial de redução (ver potenciais de redução padrão no início da lista). Desta
forma ele irá sofrer corrosão no lugar do ferro da lata.

7) Um engenheiro pretende colocar um tanque metálico enterrado em sua fazendo para


armazenar água. Aos realizar testes no solo de sua propriedade percebeu que nha dois
pos de solo. Uma parte do terreno tem solo com com maior resis vidade elétrica e
outra com menor resis vidade elétrica.

a) Visando uma menor possibilidade de corrosão, em qual solo o engenheiro deve


enterrar o tanque?
O engenheiro deve enterrar o tanque no solo com maior resis vidade elétrica para que
os processos eletroquímicos envolvidos no processo de corrosão sejam minimizados,
porque estes dependem de condução elétrica para acontecer.

b) Existem estratégias simples e economicamente viáveis para fornecer proteção de


corrosão adicionais ao tanque? Explique como funcionam.
Existem várias formas de reduzir os processos corrosivos. Duas formas simples e
economicamente viáveis são o recobrimento do tanque com uma pintura an corrosiva
que minimizará significa vamente o contato do tanque metálico com o meio corrosivo
ou o uso da proteção catódica por anodo de sacri cio, onde um metal menos nobre
(menor potencial de redução) é colocado em contato com o metal do tanque para que
sofra a corrosão no lugar do metal do tanque. Os metais usados como anodos de
sacri cio geralmente são o magnésio, zinco e alumínio.

c) A tubulação que vai sair do tanque para abastecer a casa precisa ser metálica para
resis r mais a esforços mecânicos. Qual estratégia o engenheiro deve adotar na escolha
do metal da tubulação?
Deve-se evitar a escolha de metais com potencial padrão de redução diferentes para
evitar a formação de uma pilha galvânica, dando preferência para metais que tenham
potenciais de redução próximos. Caso isso não seja possível, recomenda-se o uso de
flanges isolantes para conectar as tubulações com metais diferentes.

d) Em alguma parte da cadeia de distribuição, a tubulação metálica vai sair de dentro do


solo e con nuar a distribuição pela super cie. Qual o po de corrosão que esta
tubulação pode sofrer nessa interface super cie/solo? Por que essa corrosão acontece?
O tubo sofrerá corrosão na parte enterrada ou na parte fora da super cie? Como o
engenheiro poderia evitar esse po de corrosão?
Esta tubulação poderá sofrer corrosão por aeração diferencial. Neste po de corrosão o
meio menos aerado (parte enterrada – menor concentração de oxigênio) funciona como
anodo e o meio mais aerado (super cie – maior concentração de oxigênio) funciona com
o catodo. Então, o metal da tubulação sofrerá corrosão na parte que es ver enterrado.
Para evitar este po de corrosão o engenheiro pode usar reves mentos isolantes que
evitem a condução de corrente elétrica através do solo na tubulação nas proximidades
da super cie para que a pilha de aeração diferencial não se forme.

Para as próximas questões, consultar os slides


8) Quais são as principais diferenças dos mecanismos químicos e eletroquímico de
corrosão?

9) Dê um exemplo de corrosão que aconteça pelo mecanismo químico. Explique as


etapas que acontecem.

11) Considerando as chuvas ácidas que acontecem em centros urbanos poluídos com
gases SOx e NOx, por que um meio ácido contribui para a potencialização da corrosão?
Explique as etapas envolvidas?

12) Explique como é possível proteger um metal imerso em um eletrólito através da


aplicação de uma corrente externa (proteção catódica por corrente impressa).

13) Os inibidores de corrosão podem ser classificados quanto ao seu comportamento


em inibidores anódicos, catódicos e de adsorção.
a) Explique o mecanismo de atuação um inibidor anódico.
b) Explique o mecanismo de atuação de um inibidor catódico.
c) Explique o mecanismo de atuação de um inibidor por adsorção.

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